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A insustentável leveza
 da sustentabilidade
           Por Armando Levy
     Comunicação e Sustentabilidade
            ECA-USP - 2010
Agenda

    Introdução à sustentabilidade

    Análise crítica da pesquisa do MIT
    “O Negócio da Sustentabilidade”,
    desenvolvida em parceria com o
    Boston Consulting Group

    Conclusões possíveis para o
    campo da comunicação

    Acesso à pesquisa em
    30/03/2010:
    http://sloanreview.mit.edu/special-report/the-business-of-
        sustainability/




                                                                 2
Temas para debate
1. Perfil dos executivos que debatem a sustentabilidade nas empresas

2. Como as organizações definem sustentabilidade

3. O que mais impacta a organização no que diz respeito à sustentabilidade

4. Estratégias de sustentabilidade das empresas

5. Quais os maiores benefícios de investimentos em sustentabilidade
                                                                             1. Vamos tratar os 14
6. Como a crise afetou investimentos em sustentabilidade                     temas da pesquisa
7. Quem mais defende a sustentabilidade nas empresas
                                                                             2. Primeiro olhamos os
8. Quais são as “ferramentas” mais valiosas para a sustentabilidade          resultados, depois
                                                                             fazemos nossa análise
9. Com quem melhorar a comunicação

10. Desafios à comunicação                                                   3. Por fim, comparamos
                                                                             nossa análise, com a
11. Desafios internos à sustentabilidade                                     análise do professor
12. Quem é o responsável por encaminhar a sustentabilidade

13. É possível definir um caso claro de sustentabilidade

14. Quais competências são necessárias para a sustentabilidade

                                                                                3
Introdução

    O tema da sustentabilidade conquista o público

    Aparece com destaque nas agendas dos
    legislativos da maioria dos governos e países

    Tem cobertura da mídia

    Está relacionado às preocupações com o futuro da
    humanidade

    As implicações da sustentabilidade para os
    negócios merece uma análise mais profunda

    A sustentabilidade vai mudar o cenário
    competitivo, ameaçando a sobrevivência de
    algumas empresas?




                                                       4
Crianças

Evolução do conceito                                                                          trabalhando em
                                                                                              fábrica têxtil no
                                                                                              início do Século XIX

 
     Para alguns autores(*):
     – Século XIX é a era da
       produção com a aplicação da
       ciência e tecnologia à                                                         O Estado do Bem
       produtividade                                                                  Estar Social cria
                                                                                      serviços como
                                                                      7               seguridade social
     – Século XX surge dimensão                                                       e saúde
       social, que resulta na criação
       do Estado de Bem Estar Social
     – Século XX, o neoliberalismo
       surge voltado para maximizar
       lucro e limitar custos com
       relações de trabalho
(*) Bursztyn, M e Drummond, J.A. (Editores)
Desenvolvimento sustentável: uma ideia com
linhagem e legado.

                        Os efeitos do neoliberalismo aparecem claramente em pesquisa
                        promovida pela AFL-CIO dos EUA sobre a correspondência entre
                                            produtividade e salários nos últimos 70 anos
                                                                                 5
Evolução do conceito (2)

    Para alguns autores(*):
    – Século XXI surge a constatação de
      que a esfera ambiental é
      indissociável da economia, pois ela
      estabelece os limites à expansão
      econômica



                                                  Mas, para outros autores, o conceito de
                                                sustentabilidade se estenderia, também, a
                                                   relações de trabalho saudáveis, pois é
                                                   inaceitável que uma empresa trate mal
                                                        empregados enquanto afirma ser
                                                           ambientalmente “responsável”


                                     (*) Bursztyn, M e Drummond, J.A. (Editores)
                                     Desenvolvimento sustentável: uma ideia com
                                     linhagem e legado.




                                                                 6
Evolução do conceito (3)

    Para alguns autores(*):
    – Terceiro Setor se fortalece
      como resposta da
      sociedade a governos
      autoritários (caso do Brasil
      e países latino-
      americanos) ou em
      resposta à voracidade do
      neoliberalismo (caso de
      países como os EUA)
    (*) Paul Singer, 2002
                                     Abril de 2009, ONGs protestam nos EUA:
                                          Capitalismo não está funcionando e
                                                     Democracia é uma ilusão.




                                                           7
Evolução do conceito (4)

    Para outros(*):

    – Práticas
      “sustentáveis”
      podem garantir a
      “sustentabilidade”
      do negócio


    (*) MIT, BCG




                             No mundo corporativo, está ocorrendo
                                  uma transferência do conceito: de
                           sustentabilidade da atividade empresarial
                                 para a sustentabilidade do negócio
                                                            8
Definição mais aceita

    “Sustentabilidade é atender
    as necessidades da geração
    atual sem comprometer o
    atendimento das
    necessidades das gerações
    futuras”.
Definição da Comissão Brundtland   Gro Harlem Brundtland: política, diplomata e
                                   médica norueguesa, considerada líder
                                   internacional em desenvolvimento sustentável.
    Qual o problema                Entre 1983 e 1987 presidiu a Comissão
    desta definição?               Brundtland, da ONU, dedicada ao estudo do
                                   meio ambiente e sua relação com o progresso.

                                   Esta definição de sustentabilidade é uma
                                   proposta dessa comissão.



                                                            9
O “negócio” da sustentabilidade

    Em 2009, o Massachussets Institute of
    Technology buscou desenvolver uma pesquisa
    com o objetivo de compreender se a
    sustentabilidade vai mudar o cenário
    competitivo e se as empresas estão agindo
    preventivamente

    Para isso, desenvolveu uma parceria com o
    Boston Consulting Group para produzir e
    aplicar a pesquisa

    A pesquisa ganhou o nome “Os negócios da
    sustentabilidade”

    E foi publicada no endereço
    – http://sloanreview.mit.edu/sustainability/



                                                   10
O que é o MIT

    Segundo o site do MIT:
    – “O Instituto tem o compromisso de gerar,
      difundir e preservar o conhecimento, visando
      suportar os grandes desafios do mundo”;
    – “O MIT é dedicado a fornecer a seus alunos uma
      educação que combina estudo acadêmico
      rigoroso e a excitação da descoberta com o
      apoio e estímulo intelectual de uma comunidade
      diversa”;
    – “Procuramos desenvolver em cada membro da
      comunidade do MIT a habilidade e paixão para
      trabalhar de forma inteligente, criativa e eficaz
      para o aperfeiçoamento da humanidade”.

                                                     11
O que é o BCG

    O Boston Consulting Group (ou BCG) é uma
    consultoria global e, segundo seu próprio site,
    “líder mundial em estratégia de negócios”.

    A    consultoria    apoia  seus    clientes  em
    praticamente dos os setores da economia no
    sentido de ajudá-los a identificar oportunidades
    de grande valor, solucionando seus mais críticos
    desafios e “transformando seus negócios”.

    A consultoria assinala que tem uma metodologia
    de   trabalho     customizada,   compreendendo
    profundamente a dinâmica da empresa e seu
    mercado, por meio de uma colaboração muito
    “próxima” com “todos os níveis da companhia”.


                                                       12
Pesquisas não são neutras!

    O MIT e a sustentabilidade
    – “Comunicar e colaborar para um mundo sustentável. Toda a
      tecnologia e as grandes ideias no mundo não podem alcançar a
      sustentabilidade por si só. Este seminário promovido pelo MIT centra-
      se na comunicação e colaboração necessárias para tornar a
      sustentabilidade uma realidade. Os participantes do evento irão
      aprender e praticar métodos inovadores para criar um diálogo
      eficaz em prol da sustentabilidade. A Conferência parabeniza todas
      as pessoas interessadas na sustentabilidade, incluindo estudantes,
      engenheiros, líderes empresariais, gestores de instituições sem fins
      lucrativos, acadêmicos, ativistas e funcionários públicos”


    O BCG e a sustentabilidade
    – “Sustentabilidade é uma prioridade para o BCG e nossos clientes.
      Criamos uma rede global de sustentabilidade que reúne múltiplas
      práticas orientadas para as áreas de Energia e Ambiente e suportadas
      pore expecialistas da indústria de bens, setor público, assim como
      outros segmentos. Nossos modelos abrangentes ajudam os clientes a
      desenvolver estratégias e as melhores práticas para criar vantagens
      competitivas e fazer da sustentabilidade algo relacionado ao mundo
      dos negócios” .
                                                                              13
Metodologia da pesquisa

    Entrevistas sobre o tema com professores do
    MIT e peritos do BCG em disciplinas como
    engenharia civil, energia, estratégia de gestão
    e estudos urbanos

    Com os temas principais, os pesquisadores
    realizaram entrevistas em profundidade com
    50 líderes de opinião (empresários,
    consultores, professores) sobre os impactos da
    sustentabilidade nos negócios

    Com base nessas entrevistas, os pesquisadores
    realizam um questionário eletrônico, com 20
    questões, que ficou disponível para acesso pela
    Internet entre março e abril de 2009

    Foram convidados a responder a pesquisa 1560
    líderes empresariais e 462 executivos,
    acadêmicos e integrantes de governos


                                                      14
Análise crítica da
pesquisa “Os
negócios da
sustentabilidade”
produzida pelo   1. Vamos tratar os 14 temas da
                 pesquisa

MIT e BCG        2. Primeiro olhamos os
                 resultados, depois fazemos
                 nossa análise

                 3. Por fim, comparamos nossa
                 análise, com a análise do
                 professor

                                   15
TEMA 1




16
Quem respondeu a pesquisa?

    86% são chefes ou gerentes sênior, as mais
    altas posições nas organizações

    87% têm alguma ou muita experiência em
    sustentabilidade

    27% são profissionais globais, ou seja, atuam
    não apenas localmente, mas em várias partes
    do mundo – esta é a categoria mais expressiva,
    seguida de perto pelos que atuam
    exclusivamente na América do Norte (26%)

    69% atuam em empresas com menos de 10 mil
    empregados

    O maior grupo está em empresas de tecnologia
    e telecomunicações (18%), seguido de perto
    por serviços financeiros (11%) - os de
    comunicação e entretenimento são apenas 3%
    da amostra

                                                     17
Dados para reflexão

    Pesquisa da consultoria Heidrick & Struggles para a Revista Exame em sobre a formação
    dos principais executivos das 500 maiores empresas brasileiras em 2009 mostra as
    seguintes profissões




                                                               Estas profissões, segundo os
                                                            pesquisadores, estão associadas
                                                              a um tempo onde o importante
                                                               nas empresas era produção e
                                                                     produtividade, um perfil
                                                                   associado ao Século XIX.




                                                                           18
TEMA 2




19
Do que estamos falando?

    Em vários sentidos, o que vamos notar
    nesta pesquisa é uma certa confusão,
    talvez deliberada, quanto à
    profundidade mesmo da palavra
    “sustentabilidade”.

    Estamos falando de atividades
    empresariais sustentáveis, visando
    preservar o planeta, ou estamos
    falando da sustentabilidade do
    negócio, da empresa, do
    empreendimento?

     Clarear estas definições é de             A “sustentabilidade do
                                                      negócio” é algo
    fundamental importância, pois elas      radicalmente diferente da
    implicam em resultados muito                 sustentabilidade das
                                            atividades industriais, de
    distintos para a sociedade.                serviços e comerciais.
                                                           20
TEMA 3




21
Empresas estão sendo empurradas

    Executivos acreditam que a
    sustentabilidade terá impactos nos
    negócios

    Empresas não exploram
    oportunidades ou agem para
    amenizar riscos

    Maioria das ações diz respeito a
    adoção de novas leis e normas

    Mais de 70% disseram que as
    empresas não desenvolveram
    nenhuma ação clara de
    sustentabilidade

    Mais do que “consciência social”, as   Corporações estão sendo empurradas
    empresas reagem a “pressão social”     por novas leis, consumidores e
                                           empregados para a adoção de
                                           práticas sustentáveis
                                                           22
O processo é reativo

    As cinco primeiras razões que levam as
    empresas a agir no sentido da
    sustentabilidade evidenciam que elas agem
    de modo reativo e não ativo

    O foco principal do embate parece estar
    nas decisões de governos (e legislativos), o          Marina Silva deixou o governo
                                                          alegando “dificuldades” para
    que explica a intensa relação entre                 cumprir a agenda ambiental em
    empresas e governos e ONGs e governos no          função da “resistência” de outros
                                                                     setores do governo
    que diz respeito a esta questão                 (Desenvolvimento e Casa Civil) e da
                                                   “sociedade” (empresas e sindicatos)

    Se são as leis que fazem as empresas
    investirem em sustentabilidade, podemos
    afirmar que é neste campo (governos e leis)
    que estão se travando as batalhas mais
    significativas



                                                                23
Impactos nos negócios

    Empresas estão preocupadas com
    o tema de alguma forma

    Há um forte consenso de que se
    trata de assunto muito complexo,
    inter-relacionado a outras
    questões

    As empresas terão papel
    importante na solução desses
    problemas de modo global
                                           Mas é a votação de leis que

    Preocupações são decisivamente            impulsiona as ações pró-
                                        sustentabilidade nas empresas
    impulsionadas por aspectos legais
    (regulações governamentais)


                                                     24
TEMA 4




25
Principais ações

    Uma vez que as empresas começam
    a agir mais agressivamente, elas
    tendem a buscar mais oportunidades
    de práticas sustentáveis

    Começam a pensar ações do ponto
    de vista estratégico e de busca de
    vantagem competitiva, visando dar
    sustentabilidade ao negócio

    As ações no que diz respeito a
    sustentabilidade são semelhantes, o
    que termina por fornecer um
    referencial de práticas, dada a
                                          Maioria das ações focam
    características essenciais do mundo   redução de custos
    dos negócios como o de “importar”
    boas práticas
                                                       26
Foco em custos

    As duas principais ações de
    “sustentabilidade” focam a
    redução de custos:
    – Redução de gastos com energia
    – Redução de desperdício
                                       Ações de “sustentabilidade”

    Este foco afeta as relações de     apontadas pelas empresas
    trabalho em vários sentidos,       buscam envolver as pessoas
                                       em atividades que dizem
    inclusive no que diz respeito ao   respeito à
    corte de pessoas                   “sustentabilidade” do
                                       negócio




                                                    27
Sustentabilidade da marca

    Mas as “estratégias” de
    sustentabilidade das
    empresas evidenciam algo
    ainda mais profundo e
    complexo

    Além do uso do tema para
    reduzir custos com energia e
    insumos, aparecem também
    ações de “comunicação”
    como “evidenciar o tema na
    marca”

                       O futuro de quem?
                                           28
TEMA 5




29
Comunicação

    As questões relativas à comunicação
    aparecem em várias estratégias de ação
        –     Inserir o tema na marca
        –     Sensibilizar a empresa

    Mas são os resultados obtidos ou
    esperados que evidenciam a forte relação
    entre “comunicação” e sustentabilidade         Outdoor com painéis solares para
                                               ajudar a divulgar a marca da empresa

    A maioria das empresas acredita que os                                  à direita
    principais benefícios de práticas
    sustentáveis situam-se no campo da
    “imagem pública”

    Preservação do ambiente, melhoria das
    relações sociais, diminuição da pobreza,
    nada disso aparece de modo significativo
    como benefício para as organizações


                                                                 30
Que “comunicação”?

    Melhorar a “imagem e a marca” da organização implica em atividades de comunicação
    orientadas para o uso da propaganda de massa

    Trata-se, aqui, do uso instrumental da comunicação, com o objetivo de difundir “valores”
    de sustentabilidade associados a uma marca, de forma nem sempre “agradável”

                                                                       A comunicação
                                                                       publicitária,
                                                                       normalmente
                                                                       exagerada, entende
                                                                       mal os conceitos de
                                                                       sustentabilidade


                                                                        “Construído para
                                                                        minimizar os
                                                                        impactos no
                                                                        ambiente”




                                                                           31
TEMA 6




32
Sobrevivendo à crise

    Menos de 25% dos respondentes
    disseram que suas empresas
    diminuíram os gastos com
    sustentabilidade em função da
    crise

    Em alguns segmentos como
    indústria automotiva e indústria
    do entretenimento a média de
    investimentos em
    sustentabilidade aumentou




                                       33
Mídia sustentável?

    A crença de que ações
    de “sustentabilidade”
    melhoram a “imagem”
    das empresas pode
    explicar o fato de que
    são justamente as
    empresas de mídia e
    comunicação que mais
    investem no tema?
                                Uma das mais questionadas empresas do mundo no que
                             diz respeito à poluição sistemática do ambiente, inclusive
                                         no Brasil, a Shell é uma grande investidora em
                                                   propaganda sobre “sustentabilidade”




                                                                    34
TEMA 7




35
Os paladinos da sustentabilidade

    As empresas já sabem, há alguns anos,
    que seus públicos não são apenas os
    clientes

    No entanto, parecem ser exatamente
    eles os propulsores das ações de
    sustentabilidade nas companhias

    Mas surge um público adicional que vai
    merecer cada vez mais atenção: os
    empregados

    A constatação de que os empregados
    são um motor importante da
    “sustentabilidade” leva a questões
    interessantes:
                                             Empregados do passado e do presente:
    – Qual sustentabilidade defendem os         pouca coisa mudou nas relações de
                                                 trabalho ao longo desse tempo. As
      empregados?                            promessas de mudanças chegam com a
                                                                  sustentabilidade?


                                                                    36
Visão mais ampla?

    A “liderança sênior” é o principal grupo
    respondente da pesquisa, daí porque devemos
    considerar a resposta a partir de “consumidores”

    Nesse sentido, consumidores e empregados
    aparecem como as principais forças que
    defendem ações sustentáveis

    Uma pergunta importante é se os empregados
    não estarão usando o tema da sustentabilidade
    para conquistar melhores relações de trabalho

    Importante constatar, também, que na opinião
    dos executivos, a imprensa aparece por último      A leitura destes dados exige
    como instituição que cobra mudanças pró-           cuidados, pois 52% do
                                                       respondentes têm o perfil de
    sustentabilidade                                   gerência sênior e outros 34%
                                                       têm cargos de direção




                                                               37
TEMA 8




38
Inexistência de métodos

    O estudo mostra que as empresas têm carência de uma
    melhor compreensão das implicações da
    sustentabilidade para seus negócios

    As práticas sustentáveis vão exigir das empresas novas
    novas capacidades e características, incluindo a
    habilidade de atuar com vários sistemas

    Entra em cena a necessidade de processos
    colaborativos tanto internos quanto externos
                                                             As metodologias de medição e

    As empresas terão que mudar radicalmente suas            avaliação de resultados
    culturas, encorajando e recompensando as ações de        sugeridas para a
    longo prazo                                              sustentabilidade são as
                                                             mesmas usadas para medir e

    As empresas terão que aprender a mensurar resultados     avaliar os negócios
    nessa área

    Terão que redesenhar processos, modelos
    financeiros e como apresentam resultados

    Precisarão investir em processos de comunicação mais
    amplos, voltados para a sociedade


                                                                    39
Mais do mesmo

    A pergunta não deixa dúvidas sobre o
    viés da pesquisa: “que ferramentas
    você considera valiosas para
    encaminhar a sustentabilidade”?

    As principais respostas evidenciam a
    essência das organizações e a visão de
    mundo dos respondentes
                                              Linha de montagem da máquina de escrever
                                              Smith Corona nos EUA nos anos 1940

    Métricas, Six Sigma, Análise Financeira
    aparecem com destaque

    Como implementar uma ação
    absolutamente nova no mundo
    organizacional a partir de velhas
    ferramentas de gestão?

    Por que isso acontece?


                                                               40
                                              Linha de montagem do computador Positivo
                                              no Brasil em 2010
Velhas práticas

    As organizações atuais são o
    resultado de práticas sociais,
    econômicas e políticas
    consolidadas ao longo de décadas e
    séculos

    Estas visões de mundo
    engendraram modelos
    organizacionais que se sustentam
                                         Linha de montagem da Ford no
    em modelos educacionais e                final do Século XIX que deu
                                         origem ao Fordismo, ainda hoje
    práticas administrativas             em voga não só na indústria de
                                                    automóveis como no
                                             McDonald's, Rede de Hotéis
    – Taylor                             Accor, empresas de TI e muitas
                                         mais. A adoção destes modelos
    – Fayol                                  de produção não é neutra e
                                           remete as preocupações com
                                                    ambiente a situações
    – Weber                                              contingenciais


    – Ohnismo (Toyota)
                                                       41
Taylorismo

    Os 4 princípios do Taylorismo:
    – Substitua métodos baseados em suposições
      por outros baseados na análise científica
      das tarefas
    – Cientificamente selecione, desenvolva e
      treine cada trabalhador individualmente,
      ao invés de deixar que eles desenvolvam a     Frederick Taylor, autor do livro
                                                   “Administração Científica”, que
      si próprios                                           propunha já em 1911 a
                                                         possibilidade de melhorar
    – Coopere com os trabalhadores para se          tarefas produtivas por meio de
                                                     ajustes baseados em estudos
      assegurar de que os métodos                        de tempo-movimento. Um
                                                   homem com distúrbios mentais
      cientificamente desenvolvidos estão sendo      criou um método de produção
      seguidos                                      que ainda marca a produção, o
                                                   comércio e os serviços em todo
                                                     o mundo, inclusive em países
    – Divida o trabalho quase igualmente entre                 ditos “comunistas”
      gerentes e trabalhadores, de modo que os
      gerentes apliquem métodos científicos para   O que é “científico”
      planejar o trabalho e os trabalhadores           para Taylor?
      executem as tarefas planejadas                 É o método que
                                                      proporciona o
                                                        42
                                                   “melhor” resultado.
Fayolismo

    Os 14 princípios de Fayol:
    –   Divisão do trabalho (especialização)

    –   Autoridade e responsabilidade

    –   Disciplina

    –   Unidade de comando

    –   Unidade de direção (um único plano para cada conjunto de atividades, com o
        mesmo objetivo)                                                              Henry Fayol, engenheiro
                                                                                            de minas francês,
    –   Subordinação dos interesses individuais aos da organização                       considerado um dos
                                                                                      principais articuladores
    –   Remuneração do pessoal (justa e garantida)                                             do pensamento
                                                                                               administtrativo
    –   Centralização (da autoridade no nível superior)                                moderno. Onde entra a
                                                                                     sustentabilidade em sua
    –   Cadeia escalar (considerando a linha de autoridade desde os níveis mais              visão de mundo?
        elevados)

    –   Ordem (para cada coisa ou pessoa um lugar)

    –   Equidade (amabilidade e justiça para conquistar lealdade)

    –   Estabilidade do pessoal (pois a rotatividade é prejudicial)

    –   Iniciativa (assegurar pessoalmente que um plano será realizado)

    –   Espírito de equipe
                                                                                      43
Toyotismo

    Os princípios do Toyotismo:
    – Autonomação (automação e autonomia, um
      trabalhador cuida de várias máquinas)
    – Just in time (a peça chega no momento de
      ser usada)
    – Trabalho em equipe

    – Gestão por stress (o controle do trabalho
      está a cargo da equipe e não de capatazes)
    – Flexibilidade da força de trabalho
      (trabalhadores podem fazer várias            Ohno gosta de dizer que
      atividades)                                          o Toyotismo é o
                                                    Fordismo aperfeiçoado
                                                       e que se Henry Ford
    – Pirâmide de terceiros (empresas                      fosse vivo, eles
      terceirizadas atuam dentro das operações      certamente aprovaria o
                                                         modelo da Toyota
      da empresa)
    – Gestão participativa (sindicato por
      empresa, círculo de controle da qualidade)
                                                        44
É possível mudar estes modelos?

    A pergunta que poucos se fazem é
    sobre a possibilidade de mudar
    modelos produtivos consolidados há
    séculos para abrir espaço à
    sustentabilidade

    Os próprios executivos assinalam:
    “Precisaremos mudar radicalmente a
    cultura das empresas, redesenhando
    processos, modelos financeiros e
    como os resultados são
    apresentados”

    Isto é possível?                           A sustentabilidade exige
                                         mudança de modelos para não
                                            se tornar uma ação apenas
                                         contingencial. Como fazer isso
                                           em mundo já consolidado de
                                              engrenagens que seguem
                                                              girando?
                                                              45
TEMA 9




46
Comunicação com quem?

    Mas quando questionadas sobre os
                                           A GM ainda não sabe se vai
    públicos com os quais as empresas      descontinuar o Hummer, um carro de
    devem melhorar a comunicação, o        alto consumo de combustível.
                                           Enquanto decide, faz propaganda do
    viés mercadológico se torna evidente   veículo para dois públicos distintos:
                                           ecologistas e machões.

    A comunicação com consumidores,
    sobre ações de sustentabilidade, é
    aquela que mais dá resultados para a
    organização

    Essa constatação explica
    investimentos em “marca” que as
    empresas fazem ao promover suas
    ações de “sustentabilidade” como,
    por exemplo, consumir menos
    energia ou reduzir desperdícios

                                                           47
Relações com ONGs

    A pesquisa parece evidenciar que as
    empresas não reconhecem as ONGs
    como entidades capazes de conectá-
    las a seus públicos de interesse

    A imprensa também não aparece
    como interlocutora

    Quando a empresa diz “melhorar a
    comunicação com clientes”, parece
    dizer “investir mais em comunicação
    direta ou PROPAGANDA”


                                          O carro da Volvo aparece
                                          como “amigo” das raposas.
                                          Será esta a visão ecológica
                                          dos publicitários?


                                                       48
TEMA 10




49
Desafios à comunicação

    A comunicação com os públicos de interesse traz desafios
    importantes como o pouco espaço para a sustentabilidade
    no plano estratégico da empresa

    Falta de comprometimento da organização

    Impossibilidade de divulgar valores financeiros

    Medo de exposição excessiva

    E até medo de patrulhamento de ONGs, que costumam
    acusar as empresas que alardeiam suas ações de
    sustentabilidade de falsidade ideológica




Como visto em www justicanostrilhos.org / nota/58, em 30/03/2010
                                                                   50
A “estratégia”
                                              Nos modelos americanos

      O principal “desafio” para comunicar    de gestão, a
      as ações de sustentabilidade aos        “diferenciação” apregoada
                                              por Porter é algo que
      públicos da empresa é “falta de         independe de ações
      clareza sobre o tema na estratégia”     sustentáveis


      Isto revela a enorme dificuldade das
      empresas de inserirem as questões da
      sustentabilidade em “modelos”
      estratégicos nascidos em outras eras,
      que focam outras questões

      Segundo Porter(*), “estratégia
      competitiva é como uma empresa
      ganha uma vantagem por meio de
      uma forma diferenciada de atuação”

      Para a maioria das empresas, a
      “diferenciação”, evidentemente, não
      passa pela sustentabilidade
    (*) Michael Porter, Estratégia
    Competitiva, NY: Free Press, 1998.                     51
TEMA 11




52
O que retarda as ações? (1)

    Na opinião dos entrevistados, a sustentabilidade tem o poder de afetar
    vários aspectos das operações das empresas, do desenvolvimento de
    produtos à produção, passando pelas vendas, ações de suporte ou
    manutenção

    A sustentabilidade pode afetar de modo radical todo projeto de criação
    de valor realizado pelas empresas, tanto a curto quanto a longo-prazo

    Há profundas incoerências nas questões relativas a responsabilidades
    sobre práticas sustentáveis e como viabilizar essas práticas
                                                           Parece existir uma
                                                           incoerência
                                                           essencial entre
                                                           aquilo que define
                                                           uma organização e
                                                           práticas
                                                           sustentáveis de
                                                           negócios. Uma é
                                                           estrutura, a outra
                                                           movimento




                                                                53
O que retarda as ações? (2)

    Os executivos, de modo geral, carecem de
    informações amplas sobre os temas mais
    relevantes para as suas empresas, apresentando
    visões fragmentadas da realidade

    As empresas não têm uma linguagem comum para
    o que vem a ser sustentabilidade, sendo que
    algumas pensam a questão de modo limitado e
    outros a enxergam de modo mais amplo, o que
    evidencia a falta de uma base de conhecimento

    Os objetivos sustentáveis, nas empresas, são
    quase sempre irrelevantes (economizar energia) e
    raramente são definidos em função de um debate     A fragmentação observada no
    coletivo na organização                            mundo organizacional é o
                                                       resultado direto de

    Frequentemente, não há a compreensão sobre
    como medir avanços
                                                       características essenciais do
                                                       capitalismo, como a divisão

    Os modelos mentais consolidados há décadas e       do trabalho
    séculos são incapazes de mudar rumo à
    sustentabilidade



                                                                  54
Desafios à sustentabilidade

    Superar o ceticismo: para muitos dos
    respondentes, a sustentabilidade não passa
    de “um custo adicional” ou “uma utopia
    verde”

    Como institucionalizar a agenda da
    sustentabilidade em toda a organização: o
    envolvimento das lideranças e orientações do
    topo para a base da pirâmide são essenciais
    para se alcançar os resultados esperados,
    que área deve ser responsável?

    Como avaliar, medir e comunicar as ações de
    sustentabilidade?

    Os modelos mentais ultrapassados são o
    principal desafio à ação sustentável. De
    quem?
                         O esquematismo que deu origem às organizações
               empresariais têm dificuldades de compreender o intangível,
                     classificando-o de “utopia verde” ou a volta ao Éden


                                                                55
TEMA 12




56
Poder de decisão

    Segundo os entrevistados, “todos
    os empregados” são responsáveis
    por encaminhar questões de
    sustentabilidade

    Como isto é possível em um
    ambiente esquemático como o das
    organizações?
                                         Ambientes corporativos

    É possível para o empregado rever    atuam com base em
    processos, mudar fornecedores,       normas: até que ponto os
                                         empregados têm o poder
    estabelecer novas dinâmicas de       de mudar as normas e
    produção, alterar o plano            fazer suas próprias
                                         escolhas?
    estratégico ou redefinir produtos?


                                                    57
TEMA 13




58
Mais comunicação?

    70% dos respondentes disseram que
    suas empresas não têm casos
    consistentes de sustentabilidade

    Destes, 22% disseram que a falta desses
    casos termina por impedir que suas
    empresas invistam em sustentabilidade

    “Casos” são a principal metodologia de
    ensino de escolas de negócios e, para
    muitos, uma metodologia superficial

    Um dos principais “problemas” é o fato
    de que o planejamento estratégico da
    maioria das empresas contempla prazos     Casos de negócios traduzem
    de 1 a 5 anos, tempo relativamente        ações mercadológicas no
                                              formato:
    curto quando se pensa em ações de         problema>solução>resultado e
    sustentabilidade                          são a ferramenta de
                                              “comunicação” típica das
                                              organizações atuais



                                                           59
TEMA 14




60
Este profissional existe?

    Os executivos acreditam que as
    empresas precisam de pessoas que
    se adaptem a mercados mutantes,
    que enxerguem sinais externos, que
    compartilhem conhecimento

    Em que momento os modelos
    educacionais de administração
    forjaram profissionais com este
    perfil?

    As empresas investiram nesse perfil
    de profissional?
                                          Muitos produtos culturais como

    Ou estimulam a competição entre as    filmes enfatizam o aspecto
    pessoas visando metas?                competitivo do trabalho, uma
                                          característica essencial do
                                          capitalismo


                                                      61
Como planejar o intangível?

    Outro problema é como avaliar
    os efeitos de investimentos em
    sustentabilidade em toda a
    cadeia de negócios

    As empresas já têm problemas
    suficientes para identificar,
    medir e controlar todos os
    aspectos tangíveis de seus
    negócios

    Esta análise se tornaria ainda
                                     A incapacidade das organizações
    mais complexa quando avaliasse   em considerar o intangível
    aspectos intangíveis e           evidencia não apenas uma
    externalidades como as           fragilidade, mas um problema
                                     sistêmico, inerente ao modelo que
    relacionadas às questões da      as criou
    sustentabilidade

                                                        62
Faltam competências?

    Para o respondentes, as empresas têm carências de
    profissionais que pensem de modo integrado,
    holístico, com ampla visão dos negócios da empresa
    e de suas implicações sociais

    Faltam pessoas que consigam planejar em meio a
    cenários complexos e mutantes

    Faltam profissionais que consigam mensurar e
    avaliar resultados de atividades que, muitas vezes,
    são intangíveis

    Faltam profissionais capazes de reformatar
    atividades como planejamento de produção,             É possível construir
    vendas, marketing, adaptando-as a modelos             estas competências no
    sustentáveis                                          cenário organizacional?
                                                          Ou será preciso mudar

    Faltam modelos de gestão de pessoas que               radicalmente as
    reorientem atividades como incentivos e               empresas?
    recompensas por metas alcançadas

                                                              63
As empresas “modelos”

    Segundo a pesquisa, as empresas de “primeira classe
    em sustentabilidade” compreendem e articulam o
    impacto da sustentabilidade em toda a organização,
    considerando a sustentabilidade tanto no plano
    estratégico quanto nos aspectos econômicos do negócio

    Elas compreendem, ainda, as diferentes necessidades
    de seus públicos, dos acionistas aos empregados, dos
    fornecedores aos clientes, e buscam considerá-las no
    processo

    Estas empresas criam um caso robusto e consistente,
    que é comunicado a toda a organização e para o qual
    todos se envolvem
                                                            As cinco empresas que

    Estas companhias integram sua estratégia de             “melhor encaminham
    sustentabilidade ao negócio, buscando tornar a          questões de
                                                            sustentabilidade”
    atividade parte integrante da cultura da empresa        segundo os
                                                            entrevistados




                                                               64
Conclusões

         65
Conclusão (1)

    Embora vista como uma “grande inovação do século
    XXI”, a sustentabilidade se insere em um quadro
    histórico, econômico e social muito mais antigo e não
    pode ser vista de modo isolado

    Como a pesquisa produzida pelo MIT e BCG vai
    evidenciar, as empresas têm uma visão muito particular
    do que vem a ser sustentabilidade, sendo que os
    empregados, muito provavelmente, a enxergam como
    uma oportunidade de melhorar relações e condições de
    trabalho, bem como ganhos salariais

    É neste contexto que a sustentabilidade precisa ser
    analisada, não como algo relacionado a um “terceiro
    setor”, totalmente independente de empresas e
    governos

    O que significa que o avanço consistente da
    sustentabilidade nas empresas vai exigir mudanças
    profundas na sociedade, na economia e no modo como
    as empresas são governadas
                                                             66
Conclusão (2)

    Karl Marx (1844):
    – O capital tem um poder de
      governo sobre o trabalho e os
      seus produtos.
    – Mas ao mesmo tempo exerce o
      poder de governo também sobre
      o capitalista, uma vez que as
      regras que impõe terminam por   É possível mudar essas
                                      regras sem mudar o
      determinar o seu negócio        capitalismo?




                                             67
Conclusão (3)

    As questões relativas à
    sustentabilidade também
    estão servindo como pano
    de fundo a uma batalha
    ainda mais antiga, por
    melhores condições de
    trabalho e garantia de
    emprego




                               68
Conclusão (4)

    O campo da comunicação joga papel
    decisivo no avanço (ou retrocesso) das
    questões de sustentabilidade

    É possível pensar em uma
    “comunicação sustentável”?

    Como ela seria?

    Como se sustenta um processo de
    comunicação a não ser pela livre inter-
    relação entre as partes, onde o discurso
    não é um monólogo, mas um diálogo?

    Diálogo entre quem?




                                               69
Conclusão (5)

    O gestor de comunicação, como
    visto pela ECA-USP, pode ser o
    gestor da sustentabilidade nas
    empresas?

    Ele tem a visão do todo?

    Entende as demandas de públicos
    como consumidores e empregados?

    Tem visão holística das complexas   Em breve, muitas empresas começarão a
                                        criar os postos de “gestor de
    relações entre empresas e           sustentabilidade”. A GE, por exemplo,
    sociedade?                          tem uma unidade chamada de GE
                                        Volunteer, que desenvolve programas de
                                        voluntariado com os empregados.

    Consegue enxergar as inovações      O profissional de comunicação está
    necessárias às empresas?            preparado para esse desafio?

    Consegue desenvolver processos
    colaborativos entre as diferentes
    áreas das empresas?
                                                             70
Armando Levy

    Mestre em Teoria e Pesquisa em Comunicação Social pela ECA-USP


    Formado em Comunicação Social pela FAAP, tem especialização em Gestão de
    Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP) e em E-Business pela Fundação
    Getúlio Vargas (FGV)


    Professor de pós-graduação em Marketing, Gestão Empresarial e Cultura
    Organizacional pela Universidade Metodista de São Paulo e Centros Universitários da
    FEI e Fundação Santo André, ministrando aulas de Cultura Organizacional e
    Tecnologia de Apoio à Decisão


    Autor de artigos como “A terceirização de marca chega ao mercado financeiro”,
    publicado em abril de 2005 pela revista da Escola Superior de Propaganda e
    Marketing


    É autor do livro “Propaganda, a arte de gerar descrédito”, lançado pela Editora da
    Fundação Getúlio Vargas em 2003, resultado de sua pesquisa no curso de Gestão da
    Comunicação da ECA-USP.


    Atuou como repórter e redator de publicações como jornal O Globo, Agência Folhas
    e Revista Quatro Rodas. Foi também gerente de comunicação corporativa e de
    Internet de empresas como Credicard, Vésper e Banco 1, do grupo Unibanco.


    Também é professor do curso de Especialização Gestão da Comunicação da ECA-USP,
    onde ministra a disciplina Comunicação e Sustentabilidade


    Contato: armando@epress.com.br


                                                                                          71

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Comunicação & Sustentabilidade

  • 1. A insustentável leveza da sustentabilidade Por Armando Levy Comunicação e Sustentabilidade ECA-USP - 2010
  • 2. Agenda  Introdução à sustentabilidade  Análise crítica da pesquisa do MIT “O Negócio da Sustentabilidade”, desenvolvida em parceria com o Boston Consulting Group  Conclusões possíveis para o campo da comunicação  Acesso à pesquisa em 30/03/2010: http://sloanreview.mit.edu/special-report/the-business-of- sustainability/ 2
  • 3. Temas para debate 1. Perfil dos executivos que debatem a sustentabilidade nas empresas 2. Como as organizações definem sustentabilidade 3. O que mais impacta a organização no que diz respeito à sustentabilidade 4. Estratégias de sustentabilidade das empresas 5. Quais os maiores benefícios de investimentos em sustentabilidade 1. Vamos tratar os 14 6. Como a crise afetou investimentos em sustentabilidade temas da pesquisa 7. Quem mais defende a sustentabilidade nas empresas 2. Primeiro olhamos os 8. Quais são as “ferramentas” mais valiosas para a sustentabilidade resultados, depois fazemos nossa análise 9. Com quem melhorar a comunicação 10. Desafios à comunicação 3. Por fim, comparamos nossa análise, com a 11. Desafios internos à sustentabilidade análise do professor 12. Quem é o responsável por encaminhar a sustentabilidade 13. É possível definir um caso claro de sustentabilidade 14. Quais competências são necessárias para a sustentabilidade 3
  • 4. Introdução  O tema da sustentabilidade conquista o público  Aparece com destaque nas agendas dos legislativos da maioria dos governos e países  Tem cobertura da mídia  Está relacionado às preocupações com o futuro da humanidade  As implicações da sustentabilidade para os negócios merece uma análise mais profunda  A sustentabilidade vai mudar o cenário competitivo, ameaçando a sobrevivência de algumas empresas? 4
  • 5. Crianças Evolução do conceito trabalhando em fábrica têxtil no início do Século XIX  Para alguns autores(*): – Século XIX é a era da produção com a aplicação da ciência e tecnologia à O Estado do Bem produtividade Estar Social cria serviços como 7 seguridade social – Século XX surge dimensão e saúde social, que resulta na criação do Estado de Bem Estar Social – Século XX, o neoliberalismo surge voltado para maximizar lucro e limitar custos com relações de trabalho (*) Bursztyn, M e Drummond, J.A. (Editores) Desenvolvimento sustentável: uma ideia com linhagem e legado. Os efeitos do neoliberalismo aparecem claramente em pesquisa promovida pela AFL-CIO dos EUA sobre a correspondência entre produtividade e salários nos últimos 70 anos 5
  • 6. Evolução do conceito (2)  Para alguns autores(*): – Século XXI surge a constatação de que a esfera ambiental é indissociável da economia, pois ela estabelece os limites à expansão econômica Mas, para outros autores, o conceito de sustentabilidade se estenderia, também, a relações de trabalho saudáveis, pois é inaceitável que uma empresa trate mal empregados enquanto afirma ser ambientalmente “responsável” (*) Bursztyn, M e Drummond, J.A. (Editores) Desenvolvimento sustentável: uma ideia com linhagem e legado. 6
  • 7. Evolução do conceito (3)  Para alguns autores(*): – Terceiro Setor se fortalece como resposta da sociedade a governos autoritários (caso do Brasil e países latino- americanos) ou em resposta à voracidade do neoliberalismo (caso de países como os EUA) (*) Paul Singer, 2002 Abril de 2009, ONGs protestam nos EUA: Capitalismo não está funcionando e Democracia é uma ilusão. 7
  • 8. Evolução do conceito (4)  Para outros(*): – Práticas “sustentáveis” podem garantir a “sustentabilidade” do negócio (*) MIT, BCG No mundo corporativo, está ocorrendo uma transferência do conceito: de sustentabilidade da atividade empresarial para a sustentabilidade do negócio 8
  • 9. Definição mais aceita  “Sustentabilidade é atender as necessidades da geração atual sem comprometer o atendimento das necessidades das gerações futuras”. Definição da Comissão Brundtland Gro Harlem Brundtland: política, diplomata e médica norueguesa, considerada líder internacional em desenvolvimento sustentável. Qual o problema Entre 1983 e 1987 presidiu a Comissão desta definição? Brundtland, da ONU, dedicada ao estudo do meio ambiente e sua relação com o progresso. Esta definição de sustentabilidade é uma proposta dessa comissão. 9
  • 10. O “negócio” da sustentabilidade  Em 2009, o Massachussets Institute of Technology buscou desenvolver uma pesquisa com o objetivo de compreender se a sustentabilidade vai mudar o cenário competitivo e se as empresas estão agindo preventivamente  Para isso, desenvolveu uma parceria com o Boston Consulting Group para produzir e aplicar a pesquisa  A pesquisa ganhou o nome “Os negócios da sustentabilidade”  E foi publicada no endereço – http://sloanreview.mit.edu/sustainability/ 10
  • 11. O que é o MIT  Segundo o site do MIT: – “O Instituto tem o compromisso de gerar, difundir e preservar o conhecimento, visando suportar os grandes desafios do mundo”; – “O MIT é dedicado a fornecer a seus alunos uma educação que combina estudo acadêmico rigoroso e a excitação da descoberta com o apoio e estímulo intelectual de uma comunidade diversa”; – “Procuramos desenvolver em cada membro da comunidade do MIT a habilidade e paixão para trabalhar de forma inteligente, criativa e eficaz para o aperfeiçoamento da humanidade”. 11
  • 12. O que é o BCG  O Boston Consulting Group (ou BCG) é uma consultoria global e, segundo seu próprio site, “líder mundial em estratégia de negócios”.  A consultoria apoia seus clientes em praticamente dos os setores da economia no sentido de ajudá-los a identificar oportunidades de grande valor, solucionando seus mais críticos desafios e “transformando seus negócios”.  A consultoria assinala que tem uma metodologia de trabalho customizada, compreendendo profundamente a dinâmica da empresa e seu mercado, por meio de uma colaboração muito “próxima” com “todos os níveis da companhia”. 12
  • 13. Pesquisas não são neutras!  O MIT e a sustentabilidade – “Comunicar e colaborar para um mundo sustentável. Toda a tecnologia e as grandes ideias no mundo não podem alcançar a sustentabilidade por si só. Este seminário promovido pelo MIT centra- se na comunicação e colaboração necessárias para tornar a sustentabilidade uma realidade. Os participantes do evento irão aprender e praticar métodos inovadores para criar um diálogo eficaz em prol da sustentabilidade. A Conferência parabeniza todas as pessoas interessadas na sustentabilidade, incluindo estudantes, engenheiros, líderes empresariais, gestores de instituições sem fins lucrativos, acadêmicos, ativistas e funcionários públicos”  O BCG e a sustentabilidade – “Sustentabilidade é uma prioridade para o BCG e nossos clientes. Criamos uma rede global de sustentabilidade que reúne múltiplas práticas orientadas para as áreas de Energia e Ambiente e suportadas pore expecialistas da indústria de bens, setor público, assim como outros segmentos. Nossos modelos abrangentes ajudam os clientes a desenvolver estratégias e as melhores práticas para criar vantagens competitivas e fazer da sustentabilidade algo relacionado ao mundo dos negócios” . 13
  • 14. Metodologia da pesquisa  Entrevistas sobre o tema com professores do MIT e peritos do BCG em disciplinas como engenharia civil, energia, estratégia de gestão e estudos urbanos  Com os temas principais, os pesquisadores realizaram entrevistas em profundidade com 50 líderes de opinião (empresários, consultores, professores) sobre os impactos da sustentabilidade nos negócios  Com base nessas entrevistas, os pesquisadores realizam um questionário eletrônico, com 20 questões, que ficou disponível para acesso pela Internet entre março e abril de 2009  Foram convidados a responder a pesquisa 1560 líderes empresariais e 462 executivos, acadêmicos e integrantes de governos 14
  • 15. Análise crítica da pesquisa “Os negócios da sustentabilidade” produzida pelo 1. Vamos tratar os 14 temas da pesquisa MIT e BCG 2. Primeiro olhamos os resultados, depois fazemos nossa análise 3. Por fim, comparamos nossa análise, com a análise do professor 15
  • 17. Quem respondeu a pesquisa?  86% são chefes ou gerentes sênior, as mais altas posições nas organizações  87% têm alguma ou muita experiência em sustentabilidade  27% são profissionais globais, ou seja, atuam não apenas localmente, mas em várias partes do mundo – esta é a categoria mais expressiva, seguida de perto pelos que atuam exclusivamente na América do Norte (26%)  69% atuam em empresas com menos de 10 mil empregados  O maior grupo está em empresas de tecnologia e telecomunicações (18%), seguido de perto por serviços financeiros (11%) - os de comunicação e entretenimento são apenas 3% da amostra 17
  • 18. Dados para reflexão  Pesquisa da consultoria Heidrick & Struggles para a Revista Exame em sobre a formação dos principais executivos das 500 maiores empresas brasileiras em 2009 mostra as seguintes profissões Estas profissões, segundo os pesquisadores, estão associadas a um tempo onde o importante nas empresas era produção e produtividade, um perfil associado ao Século XIX. 18
  • 20. Do que estamos falando?  Em vários sentidos, o que vamos notar nesta pesquisa é uma certa confusão, talvez deliberada, quanto à profundidade mesmo da palavra “sustentabilidade”.  Estamos falando de atividades empresariais sustentáveis, visando preservar o planeta, ou estamos falando da sustentabilidade do negócio, da empresa, do empreendimento?  Clarear estas definições é de A “sustentabilidade do negócio” é algo fundamental importância, pois elas radicalmente diferente da implicam em resultados muito sustentabilidade das atividades industriais, de distintos para a sociedade. serviços e comerciais. 20
  • 22. Empresas estão sendo empurradas  Executivos acreditam que a sustentabilidade terá impactos nos negócios  Empresas não exploram oportunidades ou agem para amenizar riscos  Maioria das ações diz respeito a adoção de novas leis e normas  Mais de 70% disseram que as empresas não desenvolveram nenhuma ação clara de sustentabilidade  Mais do que “consciência social”, as Corporações estão sendo empurradas empresas reagem a “pressão social” por novas leis, consumidores e empregados para a adoção de práticas sustentáveis 22
  • 23. O processo é reativo  As cinco primeiras razões que levam as empresas a agir no sentido da sustentabilidade evidenciam que elas agem de modo reativo e não ativo  O foco principal do embate parece estar nas decisões de governos (e legislativos), o Marina Silva deixou o governo alegando “dificuldades” para que explica a intensa relação entre cumprir a agenda ambiental em empresas e governos e ONGs e governos no função da “resistência” de outros setores do governo que diz respeito a esta questão (Desenvolvimento e Casa Civil) e da “sociedade” (empresas e sindicatos)  Se são as leis que fazem as empresas investirem em sustentabilidade, podemos afirmar que é neste campo (governos e leis) que estão se travando as batalhas mais significativas 23
  • 24. Impactos nos negócios  Empresas estão preocupadas com o tema de alguma forma  Há um forte consenso de que se trata de assunto muito complexo, inter-relacionado a outras questões  As empresas terão papel importante na solução desses problemas de modo global Mas é a votação de leis que  Preocupações são decisivamente impulsiona as ações pró- sustentabilidade nas empresas impulsionadas por aspectos legais (regulações governamentais) 24
  • 26. Principais ações  Uma vez que as empresas começam a agir mais agressivamente, elas tendem a buscar mais oportunidades de práticas sustentáveis  Começam a pensar ações do ponto de vista estratégico e de busca de vantagem competitiva, visando dar sustentabilidade ao negócio  As ações no que diz respeito a sustentabilidade são semelhantes, o que termina por fornecer um referencial de práticas, dada a Maioria das ações focam características essenciais do mundo redução de custos dos negócios como o de “importar” boas práticas 26
  • 27. Foco em custos  As duas principais ações de “sustentabilidade” focam a redução de custos: – Redução de gastos com energia – Redução de desperdício Ações de “sustentabilidade”  Este foco afeta as relações de apontadas pelas empresas trabalho em vários sentidos, buscam envolver as pessoas em atividades que dizem inclusive no que diz respeito ao respeito à corte de pessoas “sustentabilidade” do negócio 27
  • 28. Sustentabilidade da marca  Mas as “estratégias” de sustentabilidade das empresas evidenciam algo ainda mais profundo e complexo  Além do uso do tema para reduzir custos com energia e insumos, aparecem também ações de “comunicação” como “evidenciar o tema na marca” O futuro de quem? 28
  • 30. Comunicação  As questões relativas à comunicação aparecem em várias estratégias de ação – Inserir o tema na marca – Sensibilizar a empresa  Mas são os resultados obtidos ou esperados que evidenciam a forte relação entre “comunicação” e sustentabilidade Outdoor com painéis solares para ajudar a divulgar a marca da empresa  A maioria das empresas acredita que os à direita principais benefícios de práticas sustentáveis situam-se no campo da “imagem pública”  Preservação do ambiente, melhoria das relações sociais, diminuição da pobreza, nada disso aparece de modo significativo como benefício para as organizações 30
  • 31. Que “comunicação”?  Melhorar a “imagem e a marca” da organização implica em atividades de comunicação orientadas para o uso da propaganda de massa  Trata-se, aqui, do uso instrumental da comunicação, com o objetivo de difundir “valores” de sustentabilidade associados a uma marca, de forma nem sempre “agradável” A comunicação publicitária, normalmente exagerada, entende mal os conceitos de sustentabilidade “Construído para minimizar os impactos no ambiente” 31
  • 33. Sobrevivendo à crise  Menos de 25% dos respondentes disseram que suas empresas diminuíram os gastos com sustentabilidade em função da crise  Em alguns segmentos como indústria automotiva e indústria do entretenimento a média de investimentos em sustentabilidade aumentou 33
  • 34. Mídia sustentável?  A crença de que ações de “sustentabilidade” melhoram a “imagem” das empresas pode explicar o fato de que são justamente as empresas de mídia e comunicação que mais investem no tema? Uma das mais questionadas empresas do mundo no que diz respeito à poluição sistemática do ambiente, inclusive no Brasil, a Shell é uma grande investidora em propaganda sobre “sustentabilidade” 34
  • 36. Os paladinos da sustentabilidade  As empresas já sabem, há alguns anos, que seus públicos não são apenas os clientes  No entanto, parecem ser exatamente eles os propulsores das ações de sustentabilidade nas companhias  Mas surge um público adicional que vai merecer cada vez mais atenção: os empregados  A constatação de que os empregados são um motor importante da “sustentabilidade” leva a questões interessantes: Empregados do passado e do presente: – Qual sustentabilidade defendem os pouca coisa mudou nas relações de trabalho ao longo desse tempo. As empregados? promessas de mudanças chegam com a sustentabilidade? 36
  • 37. Visão mais ampla?  A “liderança sênior” é o principal grupo respondente da pesquisa, daí porque devemos considerar a resposta a partir de “consumidores”  Nesse sentido, consumidores e empregados aparecem como as principais forças que defendem ações sustentáveis  Uma pergunta importante é se os empregados não estarão usando o tema da sustentabilidade para conquistar melhores relações de trabalho  Importante constatar, também, que na opinião dos executivos, a imprensa aparece por último A leitura destes dados exige como instituição que cobra mudanças pró- cuidados, pois 52% do respondentes têm o perfil de sustentabilidade gerência sênior e outros 34% têm cargos de direção 37
  • 39. Inexistência de métodos  O estudo mostra que as empresas têm carência de uma melhor compreensão das implicações da sustentabilidade para seus negócios  As práticas sustentáveis vão exigir das empresas novas novas capacidades e características, incluindo a habilidade de atuar com vários sistemas  Entra em cena a necessidade de processos colaborativos tanto internos quanto externos As metodologias de medição e  As empresas terão que mudar radicalmente suas avaliação de resultados culturas, encorajando e recompensando as ações de sugeridas para a longo prazo sustentabilidade são as mesmas usadas para medir e  As empresas terão que aprender a mensurar resultados avaliar os negócios nessa área  Terão que redesenhar processos, modelos financeiros e como apresentam resultados  Precisarão investir em processos de comunicação mais amplos, voltados para a sociedade 39
  • 40. Mais do mesmo  A pergunta não deixa dúvidas sobre o viés da pesquisa: “que ferramentas você considera valiosas para encaminhar a sustentabilidade”?  As principais respostas evidenciam a essência das organizações e a visão de mundo dos respondentes Linha de montagem da máquina de escrever Smith Corona nos EUA nos anos 1940  Métricas, Six Sigma, Análise Financeira aparecem com destaque  Como implementar uma ação absolutamente nova no mundo organizacional a partir de velhas ferramentas de gestão?  Por que isso acontece? 40 Linha de montagem do computador Positivo no Brasil em 2010
  • 41. Velhas práticas  As organizações atuais são o resultado de práticas sociais, econômicas e políticas consolidadas ao longo de décadas e séculos  Estas visões de mundo engendraram modelos organizacionais que se sustentam Linha de montagem da Ford no em modelos educacionais e final do Século XIX que deu origem ao Fordismo, ainda hoje práticas administrativas em voga não só na indústria de automóveis como no McDonald's, Rede de Hotéis – Taylor Accor, empresas de TI e muitas mais. A adoção destes modelos – Fayol de produção não é neutra e remete as preocupações com ambiente a situações – Weber contingenciais – Ohnismo (Toyota) 41
  • 42. Taylorismo  Os 4 princípios do Taylorismo: – Substitua métodos baseados em suposições por outros baseados na análise científica das tarefas – Cientificamente selecione, desenvolva e treine cada trabalhador individualmente, ao invés de deixar que eles desenvolvam a Frederick Taylor, autor do livro “Administração Científica”, que si próprios propunha já em 1911 a possibilidade de melhorar – Coopere com os trabalhadores para se tarefas produtivas por meio de ajustes baseados em estudos assegurar de que os métodos de tempo-movimento. Um homem com distúrbios mentais cientificamente desenvolvidos estão sendo criou um método de produção seguidos que ainda marca a produção, o comércio e os serviços em todo o mundo, inclusive em países – Divida o trabalho quase igualmente entre ditos “comunistas” gerentes e trabalhadores, de modo que os gerentes apliquem métodos científicos para O que é “científico” planejar o trabalho e os trabalhadores para Taylor? executem as tarefas planejadas É o método que proporciona o 42 “melhor” resultado.
  • 43. Fayolismo  Os 14 princípios de Fayol: – Divisão do trabalho (especialização) – Autoridade e responsabilidade – Disciplina – Unidade de comando – Unidade de direção (um único plano para cada conjunto de atividades, com o mesmo objetivo) Henry Fayol, engenheiro de minas francês, – Subordinação dos interesses individuais aos da organização considerado um dos principais articuladores – Remuneração do pessoal (justa e garantida) do pensamento administtrativo – Centralização (da autoridade no nível superior) moderno. Onde entra a sustentabilidade em sua – Cadeia escalar (considerando a linha de autoridade desde os níveis mais visão de mundo? elevados) – Ordem (para cada coisa ou pessoa um lugar) – Equidade (amabilidade e justiça para conquistar lealdade) – Estabilidade do pessoal (pois a rotatividade é prejudicial) – Iniciativa (assegurar pessoalmente que um plano será realizado) – Espírito de equipe 43
  • 44. Toyotismo  Os princípios do Toyotismo: – Autonomação (automação e autonomia, um trabalhador cuida de várias máquinas) – Just in time (a peça chega no momento de ser usada) – Trabalho em equipe – Gestão por stress (o controle do trabalho está a cargo da equipe e não de capatazes) – Flexibilidade da força de trabalho (trabalhadores podem fazer várias Ohno gosta de dizer que atividades) o Toyotismo é o Fordismo aperfeiçoado e que se Henry Ford – Pirâmide de terceiros (empresas fosse vivo, eles terceirizadas atuam dentro das operações certamente aprovaria o modelo da Toyota da empresa) – Gestão participativa (sindicato por empresa, círculo de controle da qualidade) 44
  • 45. É possível mudar estes modelos?  A pergunta que poucos se fazem é sobre a possibilidade de mudar modelos produtivos consolidados há séculos para abrir espaço à sustentabilidade  Os próprios executivos assinalam: “Precisaremos mudar radicalmente a cultura das empresas, redesenhando processos, modelos financeiros e como os resultados são apresentados”  Isto é possível? A sustentabilidade exige mudança de modelos para não se tornar uma ação apenas contingencial. Como fazer isso em mundo já consolidado de engrenagens que seguem girando? 45
  • 47. Comunicação com quem?  Mas quando questionadas sobre os A GM ainda não sabe se vai públicos com os quais as empresas descontinuar o Hummer, um carro de devem melhorar a comunicação, o alto consumo de combustível. Enquanto decide, faz propaganda do viés mercadológico se torna evidente veículo para dois públicos distintos: ecologistas e machões.  A comunicação com consumidores, sobre ações de sustentabilidade, é aquela que mais dá resultados para a organização  Essa constatação explica investimentos em “marca” que as empresas fazem ao promover suas ações de “sustentabilidade” como, por exemplo, consumir menos energia ou reduzir desperdícios 47
  • 48. Relações com ONGs  A pesquisa parece evidenciar que as empresas não reconhecem as ONGs como entidades capazes de conectá- las a seus públicos de interesse  A imprensa também não aparece como interlocutora  Quando a empresa diz “melhorar a comunicação com clientes”, parece dizer “investir mais em comunicação direta ou PROPAGANDA” O carro da Volvo aparece como “amigo” das raposas. Será esta a visão ecológica dos publicitários? 48
  • 50. Desafios à comunicação  A comunicação com os públicos de interesse traz desafios importantes como o pouco espaço para a sustentabilidade no plano estratégico da empresa  Falta de comprometimento da organização  Impossibilidade de divulgar valores financeiros  Medo de exposição excessiva  E até medo de patrulhamento de ONGs, que costumam acusar as empresas que alardeiam suas ações de sustentabilidade de falsidade ideológica Como visto em www justicanostrilhos.org / nota/58, em 30/03/2010 50
  • 51. A “estratégia” Nos modelos americanos  O principal “desafio” para comunicar de gestão, a as ações de sustentabilidade aos “diferenciação” apregoada por Porter é algo que públicos da empresa é “falta de independe de ações clareza sobre o tema na estratégia” sustentáveis  Isto revela a enorme dificuldade das empresas de inserirem as questões da sustentabilidade em “modelos” estratégicos nascidos em outras eras, que focam outras questões  Segundo Porter(*), “estratégia competitiva é como uma empresa ganha uma vantagem por meio de uma forma diferenciada de atuação”  Para a maioria das empresas, a “diferenciação”, evidentemente, não passa pela sustentabilidade (*) Michael Porter, Estratégia Competitiva, NY: Free Press, 1998. 51
  • 53. O que retarda as ações? (1)  Na opinião dos entrevistados, a sustentabilidade tem o poder de afetar vários aspectos das operações das empresas, do desenvolvimento de produtos à produção, passando pelas vendas, ações de suporte ou manutenção  A sustentabilidade pode afetar de modo radical todo projeto de criação de valor realizado pelas empresas, tanto a curto quanto a longo-prazo  Há profundas incoerências nas questões relativas a responsabilidades sobre práticas sustentáveis e como viabilizar essas práticas Parece existir uma incoerência essencial entre aquilo que define uma organização e práticas sustentáveis de negócios. Uma é estrutura, a outra movimento 53
  • 54. O que retarda as ações? (2)  Os executivos, de modo geral, carecem de informações amplas sobre os temas mais relevantes para as suas empresas, apresentando visões fragmentadas da realidade  As empresas não têm uma linguagem comum para o que vem a ser sustentabilidade, sendo que algumas pensam a questão de modo limitado e outros a enxergam de modo mais amplo, o que evidencia a falta de uma base de conhecimento  Os objetivos sustentáveis, nas empresas, são quase sempre irrelevantes (economizar energia) e raramente são definidos em função de um debate A fragmentação observada no coletivo na organização mundo organizacional é o resultado direto de  Frequentemente, não há a compreensão sobre como medir avanços características essenciais do capitalismo, como a divisão  Os modelos mentais consolidados há décadas e do trabalho séculos são incapazes de mudar rumo à sustentabilidade 54
  • 55. Desafios à sustentabilidade  Superar o ceticismo: para muitos dos respondentes, a sustentabilidade não passa de “um custo adicional” ou “uma utopia verde”  Como institucionalizar a agenda da sustentabilidade em toda a organização: o envolvimento das lideranças e orientações do topo para a base da pirâmide são essenciais para se alcançar os resultados esperados, que área deve ser responsável?  Como avaliar, medir e comunicar as ações de sustentabilidade?  Os modelos mentais ultrapassados são o principal desafio à ação sustentável. De quem? O esquematismo que deu origem às organizações empresariais têm dificuldades de compreender o intangível, classificando-o de “utopia verde” ou a volta ao Éden 55
  • 57. Poder de decisão  Segundo os entrevistados, “todos os empregados” são responsáveis por encaminhar questões de sustentabilidade  Como isto é possível em um ambiente esquemático como o das organizações? Ambientes corporativos  É possível para o empregado rever atuam com base em processos, mudar fornecedores, normas: até que ponto os empregados têm o poder estabelecer novas dinâmicas de de mudar as normas e produção, alterar o plano fazer suas próprias escolhas? estratégico ou redefinir produtos? 57
  • 59. Mais comunicação?  70% dos respondentes disseram que suas empresas não têm casos consistentes de sustentabilidade  Destes, 22% disseram que a falta desses casos termina por impedir que suas empresas invistam em sustentabilidade  “Casos” são a principal metodologia de ensino de escolas de negócios e, para muitos, uma metodologia superficial  Um dos principais “problemas” é o fato de que o planejamento estratégico da maioria das empresas contempla prazos Casos de negócios traduzem de 1 a 5 anos, tempo relativamente ações mercadológicas no formato: curto quando se pensa em ações de problema>solução>resultado e sustentabilidade são a ferramenta de “comunicação” típica das organizações atuais 59
  • 61. Este profissional existe?  Os executivos acreditam que as empresas precisam de pessoas que se adaptem a mercados mutantes, que enxerguem sinais externos, que compartilhem conhecimento  Em que momento os modelos educacionais de administração forjaram profissionais com este perfil?  As empresas investiram nesse perfil de profissional? Muitos produtos culturais como  Ou estimulam a competição entre as filmes enfatizam o aspecto pessoas visando metas? competitivo do trabalho, uma característica essencial do capitalismo 61
  • 62. Como planejar o intangível?  Outro problema é como avaliar os efeitos de investimentos em sustentabilidade em toda a cadeia de negócios  As empresas já têm problemas suficientes para identificar, medir e controlar todos os aspectos tangíveis de seus negócios  Esta análise se tornaria ainda A incapacidade das organizações mais complexa quando avaliasse em considerar o intangível aspectos intangíveis e evidencia não apenas uma externalidades como as fragilidade, mas um problema sistêmico, inerente ao modelo que relacionadas às questões da as criou sustentabilidade 62
  • 63. Faltam competências?  Para o respondentes, as empresas têm carências de profissionais que pensem de modo integrado, holístico, com ampla visão dos negócios da empresa e de suas implicações sociais  Faltam pessoas que consigam planejar em meio a cenários complexos e mutantes  Faltam profissionais que consigam mensurar e avaliar resultados de atividades que, muitas vezes, são intangíveis  Faltam profissionais capazes de reformatar atividades como planejamento de produção, É possível construir vendas, marketing, adaptando-as a modelos estas competências no sustentáveis cenário organizacional? Ou será preciso mudar  Faltam modelos de gestão de pessoas que radicalmente as reorientem atividades como incentivos e empresas? recompensas por metas alcançadas 63
  • 64. As empresas “modelos”  Segundo a pesquisa, as empresas de “primeira classe em sustentabilidade” compreendem e articulam o impacto da sustentabilidade em toda a organização, considerando a sustentabilidade tanto no plano estratégico quanto nos aspectos econômicos do negócio  Elas compreendem, ainda, as diferentes necessidades de seus públicos, dos acionistas aos empregados, dos fornecedores aos clientes, e buscam considerá-las no processo  Estas empresas criam um caso robusto e consistente, que é comunicado a toda a organização e para o qual todos se envolvem As cinco empresas que  Estas companhias integram sua estratégia de “melhor encaminham sustentabilidade ao negócio, buscando tornar a questões de sustentabilidade” atividade parte integrante da cultura da empresa segundo os entrevistados 64
  • 66. Conclusão (1)  Embora vista como uma “grande inovação do século XXI”, a sustentabilidade se insere em um quadro histórico, econômico e social muito mais antigo e não pode ser vista de modo isolado  Como a pesquisa produzida pelo MIT e BCG vai evidenciar, as empresas têm uma visão muito particular do que vem a ser sustentabilidade, sendo que os empregados, muito provavelmente, a enxergam como uma oportunidade de melhorar relações e condições de trabalho, bem como ganhos salariais  É neste contexto que a sustentabilidade precisa ser analisada, não como algo relacionado a um “terceiro setor”, totalmente independente de empresas e governos  O que significa que o avanço consistente da sustentabilidade nas empresas vai exigir mudanças profundas na sociedade, na economia e no modo como as empresas são governadas 66
  • 67. Conclusão (2)  Karl Marx (1844): – O capital tem um poder de governo sobre o trabalho e os seus produtos. – Mas ao mesmo tempo exerce o poder de governo também sobre o capitalista, uma vez que as regras que impõe terminam por É possível mudar essas regras sem mudar o determinar o seu negócio capitalismo? 67
  • 68. Conclusão (3)  As questões relativas à sustentabilidade também estão servindo como pano de fundo a uma batalha ainda mais antiga, por melhores condições de trabalho e garantia de emprego 68
  • 69. Conclusão (4)  O campo da comunicação joga papel decisivo no avanço (ou retrocesso) das questões de sustentabilidade  É possível pensar em uma “comunicação sustentável”?  Como ela seria?  Como se sustenta um processo de comunicação a não ser pela livre inter- relação entre as partes, onde o discurso não é um monólogo, mas um diálogo?  Diálogo entre quem? 69
  • 70. Conclusão (5)  O gestor de comunicação, como visto pela ECA-USP, pode ser o gestor da sustentabilidade nas empresas?  Ele tem a visão do todo?  Entende as demandas de públicos como consumidores e empregados?  Tem visão holística das complexas Em breve, muitas empresas começarão a criar os postos de “gestor de relações entre empresas e sustentabilidade”. A GE, por exemplo, sociedade? tem uma unidade chamada de GE Volunteer, que desenvolve programas de voluntariado com os empregados.  Consegue enxergar as inovações O profissional de comunicação está necessárias às empresas? preparado para esse desafio?  Consegue desenvolver processos colaborativos entre as diferentes áreas das empresas? 70
  • 71. Armando Levy  Mestre em Teoria e Pesquisa em Comunicação Social pela ECA-USP  Formado em Comunicação Social pela FAAP, tem especialização em Gestão de Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP) e em E-Business pela Fundação Getúlio Vargas (FGV)  Professor de pós-graduação em Marketing, Gestão Empresarial e Cultura Organizacional pela Universidade Metodista de São Paulo e Centros Universitários da FEI e Fundação Santo André, ministrando aulas de Cultura Organizacional e Tecnologia de Apoio à Decisão  Autor de artigos como “A terceirização de marca chega ao mercado financeiro”, publicado em abril de 2005 pela revista da Escola Superior de Propaganda e Marketing  É autor do livro “Propaganda, a arte de gerar descrédito”, lançado pela Editora da Fundação Getúlio Vargas em 2003, resultado de sua pesquisa no curso de Gestão da Comunicação da ECA-USP.  Atuou como repórter e redator de publicações como jornal O Globo, Agência Folhas e Revista Quatro Rodas. Foi também gerente de comunicação corporativa e de Internet de empresas como Credicard, Vésper e Banco 1, do grupo Unibanco.  Também é professor do curso de Especialização Gestão da Comunicação da ECA-USP, onde ministra a disciplina Comunicação e Sustentabilidade  Contato: armando@epress.com.br 71