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CARACTERIZACÃO DO DESENVOLVIMENTO FÍSICO DO FRUTO DE MACAÚBA1
(Acrocomia aculeata Jacq. Lodd).2
SEBASTIÁN GIRALDO MONTOYA 1
; SÉRGIO YOSHIMITSU MOTOIKE 2
;3
KACILDA NAOMI KUKI 3
; JOSÉ ANTONIO GROSSI 4
4
5
INTRODUÇÃO6
7
A palmeira macaúba (Acrocomia aculeata Jacq Lodd) apresenta grande potencial para8
produção de óleo com vasta aplicação nos setores industriais e energéticos. Do ponto de vista9
fitotécnico, os estudos fenológicos são essências para a elucidação dos diversos estádios do10
desenvolvimento de uma planta, tanto em relação ao ciclo da cultura, quanto em uma etapa11
específica, pois permiti desenvolver melhores estratégias de manejo. Estudos de biometria dos12
frutos fornecem informações que propiciam o conhecimento da dinâmica das mudanças13
constitucionais e a detecção da variabilidade morfológica dos mesmos, e se estas se apresentam14
como resultando da influência isolada ou conjunta de fatores extrínseco (ambiente) e intrínseco15
(genético) à espécie. O objetivo deste trabalho foi caracterizar o desenvolvimento físico do fruto de16
macaúba (Acrocomia aculeata) proveniente de uma população nativa, avaliando o crescimento do17
epicarpo (casca), mesocarpo (polpa), endocarpo (tegumento) e semente (amêndoa) do fruto até a18
maturidade fisiológica.19
MATERIAL E MÉTODOS20
21
Plantas adultas de macaúba, com mais de 10 anos (comunicação pessoal), em estádio22
reprodutivo, foram monitoradas em uma população nativa no município de Acaiaca, região sudeste23
de Minas Gerais – Brasil. Foram utilizadas 30 inflorescências, de 24 plantas diferentes. As coletas24
dos frutos iniciaram-se sete dias após antese da flor masculina (DAA) até as 434 DAA. As variáveis25
analisadas foram: massa do fruto seco (MFS), massa das partes constituintes do fruto secas,26
endocarpo (casca), mesocarpo (polpa), endocarpo (tegumento) e amêndoa (semente). Os frutos27
foram secos em estufa de ventilação forçada a 65º C até peso constante.28
1
Doutorando do programa de Fitotecnia – UFV/ Viçosa. e-mail: smagistergm@gmail.com29
2
Professor Adjunto do Departamento de Fitotecnia – UFV/ Viçosa. e-mail: motoike@ufv,br30
3
Doutora em Botânica e Ecofisiologia, pesquisadora – UFV/ Viçosa. e-mail: naomikuki@hotmail.com31
4
Professor Adjunto do Departamento de Fitotecnia – UFV/ Viçosa. e-mail: jgrossi@ufv.br32
1
Usou-se uma lâmina de aço inox para separar as partes constituintes do fruto. Cada parte do33
fruto foi pesada separadamente em balança analítica, com três casas decimais.34
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA), e as médias35
submetidas a analise de regressão 5% de probabilidade, utilizado o programa estatístico SAEG. As36
analises de regressão foram realizadas utilizando o programa estatístico Sigma Plot versão 11.0.37
38
RESULTADOS E DISCUSSÃO39
40
Foi possível separar fisicamente o epicarpo, mesocarpo e endocarpo nos frutos de macaúba41
somente aos 45 DAA. Esta detecção visual possivelmente se deve a presença de células especiais42
que incorporam em suas paredes compostos estruturais como a lignina. Antes deste período, os43
tecidos ainda não estavam minimamente diferenciados. Reis et al. (2012) relatam que em frutos de44
macaúba com cerca de 70 DAA a região parenquimática no epicarpo apresentava idioblastos e45
esclereides, sendo estes últimos também observados no endocarpo.46
O epicarpo e o endocarpo mostraram o mesmo padrão de desenvolvimento, sigmoide47
simples, caracterizado por uma única fase de incremento, seguida de um platô (Figura 1a, 1c). Por48
outro lado, o ganho de massa seca pelo mesocarpo apresentou um comportamento sigmoide duplo49
com três fases diferenciadas de crescimento. Fase I iniciou-se 45 dias após pleno florescimento e50
caracterizou-se por um rápido ganho de matéria seca até as 100 DAA. Fase II, compreendida entre51
os 100 e 200 DAA e considerada fase de latência, onde não houve acúmulo de matéria seca,52
apresentando valor médio de 3g. Fase III, intenso acúmulo de massa seca a partir dos 250 DAA,53
culminando com a fase final de amadurecimento, acúmulo de reservas e finalmente a queda natural54
dos frutos (Figura 1b). Segundo Reis et al.,(2012) e Silva (2013) a fase que antecede a abscisão55
natural de frutos de macaúba é marcado por um crescente acumulo de óleo e mucilagem nos56
elementos celulares do mesocarpo dos fruto.57
A semente foi a ultima estrutura a ser formada. Inicialmente aos 45 DAA observou-se um58
leve endurecimento do endocarpo e a presença do endosperma em estado líquido.59
Aproximadamente 85 DAA o endosperma apresentou uma textura gelatinosa e tornando-se60
semissólido a partir dos 100 DAA. A semente ou amêndoa foi individualizada fisicamente a partir61
dos 176 DAA, mostrando um comportamento sigmoide simples (Figura 1d). Inicialmente a massa62
da semente seca apresentou valores médios de 0,44g aos 176 DAA e 2,32g aos 434 DAA,63
constituindo 5 % da massa do fruto seco, (Figura 2).64
2
65
66
67
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70
71
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73
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80
81
82
83
84
85
86
87 Figura 2. Massa das partes constituintes do fruto de macaúba seca, em função dos dias após
antese (DAA).
Figura 1: Padrão do acúmulo de matéria seca nas partes constituintes do fruto da macaúba: epicarpo (a),
mesocarpo (b), endocarpo (c) e amêndoa (d) em função dos dias após antese (DAA). Dispersão dos valores
médios observados ( ; ).
95,0
1
8743,1
2367,0ˆ
2
6190,13
3678,282
=
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

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
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+
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


 −
−
R
Y
x


a b
c d
3
Inicialmente as 45 DAA o fruto estava constituído pelo epicarpo (50 %) e pelo mesocarpo88
(43 %). Aos 69 DAA o endocarpo representou aproximadamente 31 % da massa do fruto seco,89
tonando-se junto com o epicarpo as partes predominantes dessa etapa de desenvolvimento. Entre os90
125 e 280 DAA o mesocarpo constituía em media 18 % e 30 % da massa do fruto seco logo após91
280 DAA. Finalmente após 369 DAA o mesocarpo constituía 33,88 % do fruto, valores muito92
próximos aos reportados por CETEC (1983). A polpa de macaúba, em base seca, representa entre93
34,0 % a 48 % do fruto. Quando atingiram a maturidade fisiológica, aproximadamente aos 43494
DAA, os frutos estavam constituídos por: epicarpo (21,57 %), mesocarpo (29,92 %), endocarpo95
(30,17 %) e amêndoa (5,86 %) (Figura 2).96
CONCLUSÕES97
98
45 DAA foi possível separar fisicamente a casca, o mesocarpo e o endocarpo. O padrão de99
crescimento do epicarpo, endocarpo e amêndoa apresentou um comportamento sigmoide simples100
com uma única fase de crescimento. O acúmulo de massa do mesocarpo seco foi descrito por um101
padrão sigmoide duplo, com duas marcadas fases de crescimento. A amêndoa foi fisicamente102
diferenciada aos 176 DAA. Aos 434 DAA o fruto estava constituído por aproximadamente:103
epicarpo 22 %, mesocarpo 29 %, endocarpo 30 % e amêndoa 5 %.104
AGRADECIMENTOS105
À CAPES e FAPEMIG pelo apoio financeiro, ao departamento de Fitotecnia da106
Universidade Federal de Viçosa (UFV), ao professor Carlos Nick da UFV e a Dra. Fabiana Souza107
pelo apoio e pelos valiosos conselhos e ao grupo de pesquisa REMAPE pelas críticas e sugestões.108
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS109
SILVA, O. P.; RIBEIRO, M. L.; SIMOES, M. O.; LOPES, N. P. S.; FARIAS, M. T.; GARCIA, S.110
Q. (2013) Fruit maturation and in vitro germination of macaw palm embryos. African Journal of111
Biotechonology 12: 446-452.112
CETEC-Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (1983). Produção de combustíveis113
líquidos a partir de óleos Vegetais. Volume 1: Estudo das oleaginosas nativas de Minas Gerais114
Relatório final de projeto Convênio STI-MIC / Governo do Estado de Minas Gerais / Secretaria de115
Estado de Ciência Tecnologia.116
REIS, S. B.; MERCADANTE-SIMÕES. M. O.; RIBEIRO, L. M. (2012) Pericarp development in117
the macaw palm Acrocomia aculeata (Arecaceae). Rodriguésia. vol. 63 no.118
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  • 1. CARACTERIZACÃO DO DESENVOLVIMENTO FÍSICO DO FRUTO DE MACAÚBA1 (Acrocomia aculeata Jacq. Lodd).2 SEBASTIÁN GIRALDO MONTOYA 1 ; SÉRGIO YOSHIMITSU MOTOIKE 2 ;3 KACILDA NAOMI KUKI 3 ; JOSÉ ANTONIO GROSSI 4 4 5 INTRODUÇÃO6 7 A palmeira macaúba (Acrocomia aculeata Jacq Lodd) apresenta grande potencial para8 produção de óleo com vasta aplicação nos setores industriais e energéticos. Do ponto de vista9 fitotécnico, os estudos fenológicos são essências para a elucidação dos diversos estádios do10 desenvolvimento de uma planta, tanto em relação ao ciclo da cultura, quanto em uma etapa11 específica, pois permiti desenvolver melhores estratégias de manejo. Estudos de biometria dos12 frutos fornecem informações que propiciam o conhecimento da dinâmica das mudanças13 constitucionais e a detecção da variabilidade morfológica dos mesmos, e se estas se apresentam14 como resultando da influência isolada ou conjunta de fatores extrínseco (ambiente) e intrínseco15 (genético) à espécie. O objetivo deste trabalho foi caracterizar o desenvolvimento físico do fruto de16 macaúba (Acrocomia aculeata) proveniente de uma população nativa, avaliando o crescimento do17 epicarpo (casca), mesocarpo (polpa), endocarpo (tegumento) e semente (amêndoa) do fruto até a18 maturidade fisiológica.19 MATERIAL E MÉTODOS20 21 Plantas adultas de macaúba, com mais de 10 anos (comunicação pessoal), em estádio22 reprodutivo, foram monitoradas em uma população nativa no município de Acaiaca, região sudeste23 de Minas Gerais – Brasil. Foram utilizadas 30 inflorescências, de 24 plantas diferentes. As coletas24 dos frutos iniciaram-se sete dias após antese da flor masculina (DAA) até as 434 DAA. As variáveis25 analisadas foram: massa do fruto seco (MFS), massa das partes constituintes do fruto secas,26 endocarpo (casca), mesocarpo (polpa), endocarpo (tegumento) e amêndoa (semente). Os frutos27 foram secos em estufa de ventilação forçada a 65º C até peso constante.28 1 Doutorando do programa de Fitotecnia – UFV/ Viçosa. e-mail: smagistergm@gmail.com29 2 Professor Adjunto do Departamento de Fitotecnia – UFV/ Viçosa. e-mail: motoike@ufv,br30 3 Doutora em Botânica e Ecofisiologia, pesquisadora – UFV/ Viçosa. e-mail: naomikuki@hotmail.com31 4 Professor Adjunto do Departamento de Fitotecnia – UFV/ Viçosa. e-mail: jgrossi@ufv.br32 1
  • 2. Usou-se uma lâmina de aço inox para separar as partes constituintes do fruto. Cada parte do33 fruto foi pesada separadamente em balança analítica, com três casas decimais.34 Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA), e as médias35 submetidas a analise de regressão 5% de probabilidade, utilizado o programa estatístico SAEG. As36 analises de regressão foram realizadas utilizando o programa estatístico Sigma Plot versão 11.0.37 38 RESULTADOS E DISCUSSÃO39 40 Foi possível separar fisicamente o epicarpo, mesocarpo e endocarpo nos frutos de macaúba41 somente aos 45 DAA. Esta detecção visual possivelmente se deve a presença de células especiais42 que incorporam em suas paredes compostos estruturais como a lignina. Antes deste período, os43 tecidos ainda não estavam minimamente diferenciados. Reis et al. (2012) relatam que em frutos de44 macaúba com cerca de 70 DAA a região parenquimática no epicarpo apresentava idioblastos e45 esclereides, sendo estes últimos também observados no endocarpo.46 O epicarpo e o endocarpo mostraram o mesmo padrão de desenvolvimento, sigmoide47 simples, caracterizado por uma única fase de incremento, seguida de um platô (Figura 1a, 1c). Por48 outro lado, o ganho de massa seca pelo mesocarpo apresentou um comportamento sigmoide duplo49 com três fases diferenciadas de crescimento. Fase I iniciou-se 45 dias após pleno florescimento e50 caracterizou-se por um rápido ganho de matéria seca até as 100 DAA. Fase II, compreendida entre51 os 100 e 200 DAA e considerada fase de latência, onde não houve acúmulo de matéria seca,52 apresentando valor médio de 3g. Fase III, intenso acúmulo de massa seca a partir dos 250 DAA,53 culminando com a fase final de amadurecimento, acúmulo de reservas e finalmente a queda natural54 dos frutos (Figura 1b). Segundo Reis et al.,(2012) e Silva (2013) a fase que antecede a abscisão55 natural de frutos de macaúba é marcado por um crescente acumulo de óleo e mucilagem nos56 elementos celulares do mesocarpo dos fruto.57 A semente foi a ultima estrutura a ser formada. Inicialmente aos 45 DAA observou-se um58 leve endurecimento do endocarpo e a presença do endosperma em estado líquido.59 Aproximadamente 85 DAA o endosperma apresentou uma textura gelatinosa e tornando-se60 semissólido a partir dos 100 DAA. A semente ou amêndoa foi individualizada fisicamente a partir61 dos 176 DAA, mostrando um comportamento sigmoide simples (Figura 1d). Inicialmente a massa62 da semente seca apresentou valores médios de 0,44g aos 176 DAA e 2,32g aos 434 DAA,63 constituindo 5 % da massa do fruto seco, (Figura 2).64 2
  • 3. 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 Figura 2. Massa das partes constituintes do fruto de macaúba seca, em função dos dias após antese (DAA). Figura 1: Padrão do acúmulo de matéria seca nas partes constituintes do fruto da macaúba: epicarpo (a), mesocarpo (b), endocarpo (c) e amêndoa (d) em função dos dias após antese (DAA). Dispersão dos valores médios observados ( ; ). 95,0 1 8743,1 2367,0ˆ 2 6190,13 3678,282 =         + +=       − − R Y x   a b c d 3
  • 4. Inicialmente as 45 DAA o fruto estava constituído pelo epicarpo (50 %) e pelo mesocarpo88 (43 %). Aos 69 DAA o endocarpo representou aproximadamente 31 % da massa do fruto seco,89 tonando-se junto com o epicarpo as partes predominantes dessa etapa de desenvolvimento. Entre os90 125 e 280 DAA o mesocarpo constituía em media 18 % e 30 % da massa do fruto seco logo após91 280 DAA. Finalmente após 369 DAA o mesocarpo constituía 33,88 % do fruto, valores muito92 próximos aos reportados por CETEC (1983). A polpa de macaúba, em base seca, representa entre93 34,0 % a 48 % do fruto. Quando atingiram a maturidade fisiológica, aproximadamente aos 43494 DAA, os frutos estavam constituídos por: epicarpo (21,57 %), mesocarpo (29,92 %), endocarpo95 (30,17 %) e amêndoa (5,86 %) (Figura 2).96 CONCLUSÕES97 98 45 DAA foi possível separar fisicamente a casca, o mesocarpo e o endocarpo. O padrão de99 crescimento do epicarpo, endocarpo e amêndoa apresentou um comportamento sigmoide simples100 com uma única fase de crescimento. O acúmulo de massa do mesocarpo seco foi descrito por um101 padrão sigmoide duplo, com duas marcadas fases de crescimento. A amêndoa foi fisicamente102 diferenciada aos 176 DAA. Aos 434 DAA o fruto estava constituído por aproximadamente:103 epicarpo 22 %, mesocarpo 29 %, endocarpo 30 % e amêndoa 5 %.104 AGRADECIMENTOS105 À CAPES e FAPEMIG pelo apoio financeiro, ao departamento de Fitotecnia da106 Universidade Federal de Viçosa (UFV), ao professor Carlos Nick da UFV e a Dra. Fabiana Souza107 pelo apoio e pelos valiosos conselhos e ao grupo de pesquisa REMAPE pelas críticas e sugestões.108 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS109 SILVA, O. P.; RIBEIRO, M. L.; SIMOES, M. O.; LOPES, N. P. S.; FARIAS, M. T.; GARCIA, S.110 Q. (2013) Fruit maturation and in vitro germination of macaw palm embryos. African Journal of111 Biotechonology 12: 446-452.112 CETEC-Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (1983). Produção de combustíveis113 líquidos a partir de óleos Vegetais. Volume 1: Estudo das oleaginosas nativas de Minas Gerais114 Relatório final de projeto Convênio STI-MIC / Governo do Estado de Minas Gerais / Secretaria de115 Estado de Ciência Tecnologia.116 REIS, S. B.; MERCADANTE-SIMÕES. M. O.; RIBEIRO, L. M. (2012) Pericarp development in117 the macaw palm Acrocomia aculeata (Arecaceae). Rodriguésia. vol. 63 no.118 4