O documento descreve a vida e o martírio do padre Francisco Crusats. Nascido em 1843 na Espanha, Crusats se tornou sacerdote em 1858 e ingressou na Congregação dos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria, realizando missões em diversas cidades espanholas. Em 1868, durante a Revolução Espanhola, Crusats foi assassinado por um grupo revolucionário em Selva del Campo.
2. Francisco Crusats nasceu em Seva, uma cidade perto de Vic no dia 05 de janeiro 1843
3. Foi ordenado sacerdote em 18 de setembro de 1858, oito anos após a fundação da Congregação.
4. Pe. Francisco despertara sua vocação missionária a partir da convivência com missionários Claretianos, dentre eles se destacam; Pe. José Xifré (co-fundador da Congregação), e Pe. HilarioBrossosa, que lhe contava suas experiências após ter ingressado na congregação, havia falado da casa de missão, dos seus ideais, da sua espiritualidade, do ambiente de piedade, de estudo, de fraternidade, do método de evangelizar por intermédio das missões ao povo. Essa proposta encarada pelos Missionários Filhos do Imaculado Coração de Maria com tanta garra e força missionária, chamou atenção do então novo sacerdote Pe. Crusats.
5. “Seu contato com o Pe. Xifré se deu no retiro espiritual em preparação à sua ordenação presbiteral. O fervor, a convicção e a força de Pe. Xifré impressionou profundamente Francisco”. Que ingressara em nossa congregação no dia 3 de Novembro de 1858.
6. Meses depois passara a integrar a comunidade Claretiana na casa-missão de Merced (espanha).
7. Pouco antes de acabar o primeiro ano de convivência na casa de missão, ele iniciou no ano de 1859 seus labores missionários. Nos anos seguintes fez missões a dez povos na Catalunha, seguindo o estilo e espiritualidade de Pe. Claret a ponto de sentir o impacto espiritual de sua dedicação.
8. Seu trabalho foi intenso englobando pregações catequéticas e morais ao povo pelas noites em especial para crianças e jovens, muitas horas de dedicação para com o ministério de reconciliação sacramental e visita aos enfermos sem deixar de lado as celebrações eucarísticas. Cada missão durava entre quinze e dezoitos dias de atividades que iam desde a manhã até a noite. A eficácia de suas missões se constatava pelo grande número de conversões, confissões, comunhões, entre outras assistências dadas ao povo de Deus.
9. Essa experiência de quase dois anos, Francisco fora forjado na frágua do divino amor. Podemos destacar em sua figura missionária uma pessoa sorridente, serena, bondosa. Como missionário destacava-se no trabalho com crianças e jovens. Seu estilo de falar concreto, simples e alegre. Experimentou junto a muitos povos famintos da palavra de Deus, experiências de acolhida aos missionários em suas casas com o coração aberto. Pe. Crusats se mostrara um missionário com completude divina e de amor aos povos, por isso espontaneamente era chamado de Santo Crusats.
10. Esse qualificado missionário abriu espontaneamente novas fronteiras missionárias por toda Segóvia. No ano de 1861 foi enviado a uma nova fundação da congregação na cidade de Acueducto onde permaneceu até 1868, ali continuou a evangelização aprendida em Vic e praticada na Catalunha, nesses anos fez missões por vinte e sete povos castelhanos
11. O experiente pregador vivera plenamente sua vocação ao serviço daqueles povos que tanto o amara. A revolução espanhola de 1868 iria mudar a vida desse missionário, no mês de setembro deste mesmo ano estoura a revolução chamada “Gloriosa”, produto da reforma militar contra a Rainha Isabel II que a destronou e exilou em Paris. Com isso veio à expulsão das ordens religiosas amparadas pela mesma revolução, isso afetou toda igreja espanhola. E foi causa de morte nascente casa de missão Claretiana de Vic que teve que mudar-se para outra parte “França”. A rainha Isabel II da Espanha no seu exílio de Paris
12. Pouco antes de aquilo acontece, Pe. Crusats havia sido enviado a Selva Del Campo no mesmo ano de 1868, foi enviado com o objetivo colaborar, sendo Diretor Espiritual do Movimento Juvenil Congregación de los Luisese outras atividades. E ali sofreu o martírio.
13. Os rumores de perseguição contra a igreja foi se estendendo também por toda aquela região, chegando à cidade de Reus (Tarragona). E assim, um grupo de revolucionários veio em uma noite à cidade de Selva Del Campo, agitando a paz dos vizinhos. Em meio ao tumulto com tochas estendidas, armas, escopetas, assaltaram a casa Claretiana fundada recentemente. A comunidade teve que fugir e se dispensaram.
14. Uma vez arrombadas as portas do jardim e da casa, os invasores encontraram os últimos padres Claretianos, Reixac e Crusats. Em meio à confusão que reinava, padre Reixac conseguiu esconder-se e padre Crusats permaneceu no claustro da casa ....
15. Ao ser abordado, ele disse com atitude serena e pacífica e com o rosto pálido: “Que queres irmãos?” Como resposta, recebeu violentas agressões com golpes, insultos e ameaças até receber uma facada mortal que o fez cair em terra, banhando em seu sangue.
16. Após aquele evento partiram os revolucionários. Quando os companheiros de comunidade de regressaram o encontraram morrendo sangrando sobre o pavimento do claustro. Era 30 de setembro de 1868.
17. Também Pe. Claret, sendo Arcebispo profetizou uma semana antes do martírio de Pe. Crusats, quando em Vic disse isso: “Esse morrerá pela glória do martírio” (5, p. 1.298). Após a morte do padre Crusats, Pe. Claret escreveu ao Pe. Xifré em outubro de 1868, uma carta que dizia: . . .
18. “Demos Graças a Deus: ao Senhor e sua Santíssima Mãe que dignou aceitar as primícias dos mártires que eu mesmo desejava muitíssimo ser o primeiro mártir da congregação...” (5, p. 1297).
19. Na Beatificação dos Mártires Claretianos de Barbastro, Papa João Paulo II recordou do Pe. Crusats.