Seminário de um ensaio em Filosofia das Ciências, abordando a Estrutura das Revoluções Científicas de Thomas Kuhn, e reflexões complementares. Esse seminário é parte dos encontros da disciplina de Filosofia das Ciências, da UFPB, 2015.2. (versão 1, primeira e segunda parte completos)
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
Como a engenharia de software surgiu de uma crise científica
1. Como a Engenharia de Software
surgiu de uma crise científica
Seminário de um ensaio em Filosofia das Ciências, abordando a
Estrutura das Revoluções Científicas de Thomas Kuhn, e reflexões
complementares
Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes
Departamento de Filosofia – Filosofia das Ciências
Aislan Fernandes - 2015.1
27/04/2016 (v2)
2. Roteiro
•Primeira parte
• Ensaio: resumo, conceitos preliminares e introdução
• A Gift from Pandora's Box: The Software Crisis, tese de María Eloína Peláez Valdez
Segunda parte
• Conceitos de A Estrutura das Revoluções Científicas, de Thomas Kuhn
Terceira parte
• Can Thomas Kuhn’s Paradigms Help Us Understand Software Engineering (WERNICK,
Paul; HALL, Tracy)
• Tractatus, Wittgenstein (5.1361)
• Propedêutica Lógico-Semântica, Ernst Tugendhat (14.5. Necessidade causal)
• Ciência e Dialética em Aristóteles, Oswaldo Porchat
• Psicanálise, Merleau Ponty (Fenomenologia da Percepção)
• Modelo Relativístico do Cérebro, Miguel Nicolelis
• Sobre as leis da física, Richard Feynman.
3. Como a Engenharia de Software surgiu de
uma crise científica
•Este ensaio apresenta diferentes faces da Crise do Software, de modo
a entender não apenas a relação, estreitamente íntima, com a
Engenharia de Software, mas fornecer subsídios para analisar
movimentos recentes pós-agilidade, ou melhor, pós-engenharia, como
o Software Craftsman, como também, a chamada Crise do Software
2.0, a partir da estrutura das revoluções científicas de Thomas Kuhn,
especialmente sua noção de crise científica, por meio de uma pesquisa
exploratória bibliográfica e qualitativa. Essa pesquisa contempla um
levantamento histórico das forças que moldaram a Crise do Software,
com base nas descobertas de María Eloína Peláez Valdez, em seguida
compara os entendimentos principais dessa crise com o conceito de
crise científico-revolucionário, de modo a validar o surgimento da
engenharia de software de uma crise científica, mas não como
resposta científica, por fim, analisa movimentos recentes à agilidade.
•Resumo do artigo
1 Introdução
2 A Crise do
Software
3 A Crise Científico-
Revolucionária
4 Crise do Software
2.0
5 Software
Craftsman
4. Como a Engenharia de Software surgiu de
uma crise científica
•Conceitos preliminares
• Objetivo da Engenharia de Software poder entregar o que o cliente precisa (novo ou
modificado)
• Fundamentos da Engenharia de Software
• Ciência da Computação base tecnológica
• Administração base gerencial
• Outros
• Fundamentos da Engenharia Civil
• Física
• Química
• Administração
• Outros
5. Como a Engenharia de Software surgiu de
uma crise científica
•Introdução
• Desde a década de 1960, engenharia de software é tradicionalmente tida como
um paradigma
• No sustento de várias comunidades acadêmicas, profissionais, públicas e
empresariais
• Quando passou a ser tida como o modelo de solução-problema ao que se
denominou nessa época de Crise do Software
• Passou por evoluções, gerando leis (“ciência do software”) e modelos de
processo
• Problemas movimentos controversos
• Movimento ágil é dito revolucionário aos modelos de engenharia
• Software Craftsman é dito pós-agilidade e pós-engenharia, e propõe uma arte
do software e não uma ciência
• Crise do Software 2.0
Evolução
Lei da
Modificação
Contínua (1974)
Lei da
Complexidade
Crescente (1974)
Lei da Auto-
Regulação (1974)
Lei a Conservação
da Estabilidade
Organizacional
(1980)
Lei da
Conservação da
Familiaridade
(1980)
6. Como a Engenharia de Software surgiu de
uma crise científica: A Crise do Software
Material didático
clássico
Perigo de uma nova
crise
Engenharia:
substrato do
software
Conferência
internacional da
OTAN, na
Alemanha, em 1968
Crise do software:
atraso, $$$, difícil,
lento, inseguro etc
7. Como a Engenharia de Software surgiu de
uma crise científica: A Crise do Software
A Gift from Pandora's
Box: The Software Crisis
(María Eloína Peláez
Valdez)
Prática “comercial”
americana (FORTRAN) x
Prática “científica”
europeia (ALGOL)
Linguagem proprietária
de máquina (IBM) x
Linguagem universal de
algoritmo
Hardware > software
Década de 40 (tubos) >
50 (transistors) > 60
(software) > 68 (IBM
360)!
Imprudência dos
fabricantes americanos =
Imprudência de
Epimeteu
8. Como a Engenharia de Software surgiu de
uma crise científica: A Crise do Software
Década de 60: hiatos
internos e externos +
pressões
Promessa de
fabricante x
Habilidade de
programador
Capacidade do
hardware x
Habilidade do
software
Demandas de
usuários x
Desempenho de
produtores
Desejo de usuários
(fetiche) x
Necessidade reais de
usuários (solução)
Ciências da
Administração:
computador
informa, até pensa!
Gerente x
Programador =>
Analista de Sistemas
Software houses
(30%-50%): software
como algo próprio
Hiatos Pressões
Conferência OTAN
1968: o que é o
software?
(não havia “software”
antes de 1960)
9. Como a Engenharia de Software surgiu de
uma crise científica: A Crise do Software
Conferência 1968 (Alemanha)
• Comitê de Ciência da OTAN: Grupo de
Estudos em Ciência da Computação
(1967)
• Proposta: “Engenharia de Software”
(análogo às engenharias)
• Sucesso: reconhecimento comum dos
problemas
• Uso público: “crise do software”
• Segurança da vida das pessoas
• Baixa confiança dos clientes
• Natureza do software e da “engenharia”
• Crise científica?
Conferência 1969 (Roma)
• Fracasso: sem reconhecimento comum
para solução da crise
• Paradigma atual (FORTRAN-IBM) com
problemas
• Conflito de comunidades de praticantes
• Acadêmicos crise como um resultado
de métodos não científicos e das técnicas
mais baixas usadas por pessoas da
indústria
• Industrialistas acadêmicos como
amadores arrogantes sem capacidades
gerenciais em projetos de larga escala
• Fracasso de plano piloto com diferentes
visões
• Crise científica?
10. Como a Engenharia de Software surgiu de
uma crise científica: A Crise do Software
Programação Estruturada
• Modelo liderado por Edsger
Dijkstra
• Engenheiro matemático
(Alemanha)
• Habilidades por ciência
• Foco científico no resultado
• Pensamento matemático
• Após 70, perde força e até sentido
original.
Engenharia de Software
• Modelo liderado por Fred Brooks
• Engenheiro técnico (EUA)
• Habilidades por experiência
• Foco prático no resultado
• “Lógica” intuitiva
• Lições aprendidas de dentro dos
fracassos da IBM
• Prevalece como prática de
mercado e estudo de academia
Este conflito não se encontra em
material didático clássico.
O mundo após 1969 estava dividido
entre 2 modelos.
11. Como a Engenharia de Software surgiu de
uma crise científica: As Crises
Crise do software =
Crise científica?
Uma ciência (prática ou
teórica?) da
computabilidade em
“crise” (pq?)
Comunidades em
conflito por divergência
de modelos (pq?)
“Mudança de
paradigma” como
“revolução” na
maneira como pensam
(!?)
Forças sociais e
psicológicas =
compromissos (não é
razão científica)
Valdez não
conhece Thomas
Kuhn em sua tese
Fim da
primeira
parte
12. A Estrutura das Revoluções Científicas
• Reunião cumulativa de fatos, teorias
e métodos !?Progresso
• Acúmulo gradual de
conhecimentos e/ou
experimentos !?
Revoluções
• Não acidental
• Razão de ser das
revoluções
Estrutura
(KUHN, 2013, p.
14; 42-43; 61)
Fonte: História da
Física e da Química
13. A Estrutura das Revoluções Científicas
“Ciência
normal” sem
crise
•Funciona
bem sob um
paradigma
“Ciência
normal” em
crise
•Não funciona
bem sob
sérias
anomalias
Resolução
da crise
•Sob um
novo
paradigma
(p. 14; 42-43; 60)
Crise
Não conseguir
mais
manipular
com
competência
seus próprios
problemas
Progresso
Afastar-se do
que funciona
bem na
“ciência
normal”
Estereótipo
de progresso
Reunião
cumulativa de
fatos, teorias
e métodos
[Como] Incomensurabilidade
das teorias conflitantes
[Então] Mudança de
concepção do
mundo (conversão)
do que uma escolha
de uma nova teoria
Ciência normal? Paradigma?
Anomalias? Incomensurabilidade?
14. A Estrutura das Revoluções Científicas
Paradigma Estrito
• Razão de união da comunidade
• Forma uma tradição coerente
• Servem de compromissos
• Interno (mais técnico)
• Realizações científicas,
universalmente reconhecidas, ao
longo do tempo, fornecedoras de
problemas e soluções modelares
• Modelos = exemplos aceitos de
prática científica, incluindo leis,
teorias, aplicações, experimento e
instrumentação
Paradigma Abrangente
• Partilhado pela comunidade
• Constelação de crenças, valores,
técnicas e semelhantes
Sociedade
Paradigma
abrangente
Comunidade
Paradigma
estrito
Paradigma = estrito + abrangente
Sucesso de uma teoria =
torna-se paradigma
promessa de sucesso de seu
paradigma mais
persuasivo!
Nenhuma teoria explica
todos os fatos (Popper)
(p. 53; 28; 280,
286; 80; 88)
15. A Estrutura das Revoluções Científicas
• Ciência normal = pesquisa científica firmemente baseada, no paradigma
• Atualização da promessa de sucesso do paradigma
• Espécie de trabalho de acabamento, articulação e reforço do próprio paradigma
• Ocupam-se a maioria dos cientistas, em boa parte de sua carreira, em três classes de foco
(teoria e prática)
• Aumentar a precisão da teoria paradigmática
• Desenvolver a aparelhagem capaz de resolver o problema-modelo
• Resolver ambiguidades residuais (numa geração anterior)
• Pesquisa normal = alcançar o antecipado de uma nova maneira
• Rejeitar problemas não redutíveis ao seu modelo solução-problema ou demasiadamente
problemáticos, com termos e conceitos de um paradigma
• Novidade inesperada é um fracasso
• Resolução de quebra-cabeças, cujas peças e ações já estão comprometidas com
as regras do jogo
(p. 88-89; 90-92; 100;
104-106; 112)
“Progresso
normal”
16. A Estrutura das Revoluções Científicas
• Ciência normal bem-sucedida não descobre novidades, mas as suprime
• Cientistas não trabalham, com segurança, sem os modelos paradigmáticos, nos quais foram educados, mesmo sem ter
consciência plena das características que formam o paradigma de sua própria comunidade
• Segurança abalada quando problemas extraordinários se tornam sérias anomalias
• Tentativa de ajustar a teoria ao fato, convertendo o anômalo em esperado, não é suficiente ou satisfatório (fracassos cada vez mais
frequentes do aditivo teórico)
• Enquanto não convertido, o fato extraordinário não é visto como completamente científico
• Força para suprimir = força de eclosão de um estado de crise (paradoxalmente)
• Crise é um sentimento geral técnico, de funcionamento defeituoso,
• Mesmo havendo um sucesso de popularidade da teoria enquanto atacada – por isso observadores externos, não impactados
tecnicamente pela crise, julgam-na como etapas normais de um desenvolvimento científico linear
• Só quem melhor conhece os detalhes com precisão, sabe o que é a anomalia
• Sintomas da crise
Muitas teorias concorrentes
Número maior de casos anômalos
Crescente indeterminação
Decrescente utilidade
Proliferação de versões distintas da teoria
Crise abre caminho para uma
mudança de paradigma, não para
seu abandono, do contrário não
haveria ciência ou cientista!
(p. 119, 121; 127-128;
141-143; 178; 151,
163; 162)
17. A Estrutura das Revoluções Científicas
• Revolução = reconstrução dos compromissos do grupo
• Processo revolucionário
• Consciência comum de que algo saiu errado (estado da crise) apresenta uma adesão ou atenção maior de cientistas
• Padrão passa a ser questionado (os mesmos problemas modelos, anteriormente aceitos, passam a ser questionados)
• Processo de transição, de intensa pesquisa ou ciência extraordinária
• Pode tomar tempo considerável, desde a consciência do fracasso (descontentamento explícito) ao novo paradigma
• Estado da crise
• Intensificam-se polarizações, desacordo entre escolas, recusas obstinadas das anomalias e disputas na sociedade, inclusive com
persuasão de massa, nos quais os procedimentos da própria ciência normal simplesmente não conseguem ser usados para
defendê-la (exemplo: Cartas Abertas de Sociedades).
• Fim da crise
• Nem sempre quando surge um novo candidato a paradigma e a subsequente batalha por sua aceitação
• Não há mudança de paradigma só porque existem surpresas e dificuldades
• Algumas vezes ou a ciência normal acaba sendo capaz de resolver o problema provocador da crise ou os cientistas rotulam o
problema, colocando-o de lado, para ser resolvido, por uma geração futura, com instrumentos mais elaborados
• Lembre de uma das classes de foco da ciência normal!
(p. 165, 171; 175-176;
179-180; 168)
18. A Estrutura das Revoluções Científicas
• Mudança de percepção com a mudança de paradigma
• Os mesmos dados são vistos sob diferentes relações, com mesma acuracidade de antes, não como
uma mera reinterpretação dos dados
• O cientista passa a trabalhar em um mundo novo, apesar de ser o mesmo mundo, porém de
conceitos reformulados (incompatíveis e incomensuráveis com os anteriores), dos quais depende
para interpretar os dados
• Numa mudança de definição não há um aprendizado gradual
• Exemplo de Dalton
• Não se interessava por Química, nem era químico, mas como metereologista, contudo,
revolucionou a maneira de praticar a química, com seu novo sistema de filosofia química, apesar de
fortes oposições
• Ilustra a falta da neutralidade lógica ou experimental numa transição – Max Planck acreditava, com
muito pesar, no fato de uma nova verdade científica triunfar, sob seus oponentes, quando a geração
corrente morresse e uma nova se familiarizasse com ela
• Revolução = conversão
• Persuasão dos melhores argumentos, contendo a alegação de resolver os problemas, mesmo não
resolvendo de fato, numa decisão de fé, baseada na promessa de sucesso do novo e crescente
paradigma
(p. 211, 214, 217;
226-227; 249-250;
258-259; 315-316)
19. Fim da
segunda
parte
A Estrutura das Revoluções Científicas
• Revolução = mudança de paradigma, mediante um processo persuasivo
• Prevalência das paixões dos cientistas, em detrimento da cientificidade, para
preservar sua teoria
• Não são preparados para as crises (assim como estudantes)
• Não há em sua educação, especialmente em ciências exatas e naturais, o conhecimento
de história e filosofia
• Razão pela qual muitas crises e revoluções são invisíveis a muitos praticantes e leigos, tendo em
seu lugar a história da ciência como um desenvolvimento cumulativo e linear
• Depreciação dos fatos históricos
• Próprio dos compromissos de uma ciência normal
• Principais manuais científicos, junto a obras filosóficas e textos de divulgação, referem-se
a um corpo já articulado de problemas, pertencentes a paradigmas aceitos por uma
comunidade científica, na época em que foram escritos
• Esses manuais fazem os estudantes e profissionais se sentirem participantes de uma
longa tradição, que de fato nunca existiu, ou pior, sugerem uma acumulação gradual de
fatos, conceitos, leis ou teorias, pelos cientistas, desde os primeiros empreendimentos
científicos, porém muitos dos avanços só existiram após revoluções científicas
(p. 267-268; 231-235)
20. Reflexões das primeiras partes
• Pressman (2010) e Sommerville (2011), fontes de autoridade histórica da
ciência normal, desenham uma linearidade irreal, da história do software,
comparado ao levantamento de Valdez (1988), como se houvesse o
entendimento pacífico ou unânime, de um desenvolvimento gradual, da
crise à engenharia, e não revolucionário.
• Contornos da crise do software
• Como crise científico-revolucionária
• Como tipos de fracassos de projetos de software
• Como histórico na década de 60
• Como ameaça ou até realidade na atualidade
• Movimentos pós-agilidade e pós-engenharia são retrocessos à comunidade
da engenharia de software, mas são anomalias.
21. Reflexões complementares
• “Na generalização de Einstein para a gravitação, a descrição de Newton é
inadequada e complicada” (Feynman. p. 59)
• “Matematicamente, as três diferentes formulações (...) têm as mesmas
consequências” (p. 58)
• “Psicologicamente elas são diferentes porque fornecem pontos de partida
completamente distintos” (p. 59)
• “O físico sempre está interessado no caso especial, nunca no caso geral” (p. 61)
• “A ciência ficaria estagnada se só fizéssemos experimentos nos domínios
cujas leis conhecemos. Mas os físicos experimentais investigam, com
diligência e esforço, exatamente aqueles domínios em que parece mais
provável encontrar erros nas teorias. Em outras palavras, estamos sempre
tentando provar que estamos errados, pois só dessa maneira podemos
progredir.” (Feynman. p. 164)
22. Reflexões complementares
• “Os eventos do futuro, não podemos derivá-los dos presentes. A crença no
nexo causal é a superstição.” (Wittgenstein. Tractatus. 5.1361)
• Hume: leis naturais são co-ocorrências regulares
• “Mas o fato de podermos continuar a aplicar esse aparato conceitual não é
garantido pelas necessidades naturais, sendo, antes, simplesmente algo em
que nós confiamos” (Ernst Tugendhat. Propedêutica Lógico-Semântica. p.
199)
• Hume: toda regularidade é acidental
• Algumas regularidades são explicadas por estruturas (Strawson, Quine, Madden,
Ernst)
• Regularidade fática e universal, mas não há nenhuma razão para ser
necessariamente assim
23. Reflexões complementares
• O caso da Psicanálise
• Fenomenologia da Percepção (1945), Merleau Ponty
• Sujeito da percepção objeto científico
• Causalidade psíquica inconsciente = “o outro sensível”
• Método analítico: um-a-um
• Construção do caso clínico preparação do objeto científico
• Desconstruir valores (paradigmáticos) na análise aberto a anomalias
• Psicologia mente, comportamento e a consciência