O documento discute as teorias da interpretação de textos. Afirma que é necessário ter conhecimento linguístico, conhecimento de mundo e conhecimento interacional para interpretar um texto. Explica que o conhecimento linguístico envolve entender palavras e estruturas gramaticais. O conhecimento de mundo inclui experiências de vida que permitem compreender referências culturais. O conhecimento interacional se refere a mensagens implícitas do autor para o leitor.
Teorias da Interpretação - Técnicas de Interpretação de Textos
1. TEORIAS DA
INTERPRETAÇÃO
Prof. Me. Alessandro Alves
Mestre em Letras (Estudos do Texto e do Discurso)
pela UEM
Graduado em Letras – Português/Inglês pela
2. O que é preciso para se
interpretar um texto?
Conhecimento linguístico
Conhecimento de mundo
Conhecimento interacional
3. Conhecimento linguístico
• É preciso que o leitor, ao interpretar um
texto, tenha conhecimentos gramaticais e
lexicais (palavras) para entender as frases,
como elas se encadeiam, bem como o
significado das palavras.
• Exemplos: MANGA (s.f.) – FRUTA
MANGA (s.f.) – VESTUÁRIO
ESCORPIÃO (s.m.) – ANIMAL
ESCORPIÃO (s.m.) - SIGNO
4.
5.
6. Conhecimento de mundo
• Toda a experiência de vida do leitor: tudo
o que você já viu, já leu, já ouviu, em sua
vida. Em muitos casos o texto faz
referências à coisas ou fatos ocorridos há
tempos, ou fatos históricos, mitos,
crendices, folclore, filmes, à situação
política ou econômica, dentre outros.
7.
8. Conhecimento interacional
• Muitas vezes o autor, ao produzir o seu texto,
dialoga com o leitor. Outras vezes, há um
trocadilho com uma mensagem implícita ou
subentendida esperando o riso do leitor.
Palavras grifadas, entre aspas, parênteses,
dentre outros, são recursos gráficos que o
escritor usa para chamar a atenção do leitor.
Trata-se de um conhecimento partilhado entre
o autor do texto e o leitor do texto.
9.
10. Quais textos costumar ser
escolhidos nos exames?
Textos retirados de revistas (impressas,
televisivas ou online) e de jornais de
circulação nacional (impressos,
televisivos ou online) aparecem com
muita frequência.
O romance, a poesia e o conto têm sido
cobrados nas provas de Literatura.
11. ORIENTAÇÕES GERAIS
Interpretação de textos em testes de
múltipla escolha (A, B, C, D ou E)
pressupõe “armadilhas” da banca.
As questões costumam ser
elaboradas pela banca de Língua
Portuguesa de modo a induzir o
candidato ao erro.
12. É importante observar os comandos da
questão (de acordo com o texto,
conforme o texto, segundo o autor...).
Se forem esses os comandos, você deve
se limitar ao que está escrito no texto.
Muitas vezes, as alternativas extrapolam
o que está no texto; ou ainda diminuem
essas mesmas afirmações; ou fazem
afirmações que não estão no texto.
13. Tenha paciência e leia várias vezes o texto,
pois a primeira impressão pode ser falsa.
Antes de responder as questões, volte ao
texto para tirar as suas dúvidas.
Às vezes o comando do enunciado
direciona a interpretação para uma única
linha do texto e por isso você deve voltar
ao parágrafo para localizar o que se
afirma. Outras vezes, a questão pode estar
voltada à ideia geral do texto.
15. Pode dizer-se que a presença do negro
representou sempre fator obrigatório
no desenvolvimento dos latifúndios
coloniais. Os antigos moradores da
terra foram, eventualmente,
prestimosos colaboradores da indústria
extrativa, na caça, na pesca, em
determinados ofícios mecânicos e na
criação do gado.
16. Dificilmente se acomodavam, porém,
ao trabalho acurado e metódico que
exige a exploração dos canaviais.
Sua tendência espontânea era para
as atividades menos sedentárias e
que pudessem exercer-se sem
regularidade forçada e sem vigilância
e fiscalização de estranhos. (Sérgio
Buarque de Holanda, in Raízes)
17. 1- (Adaptada) - Infere-se do texto “Raízes”, de
Sérgio Buarque de Holanda, que os antigos
moradores da terra eram:
a) os portugueses.
b) os negros.
c) os índios.
d) tanto os índios quanto aos negros.
e) a miscigenação de portugueses e índios.
Essa pergunta extrapolou o que estava escrito
no texto, exigindo a mobilização dos
conhecimentos de mundo.
18. Sobre os perigos da leitura
Nos tempos em que eu era professor da Unicamp,
fui designado presidente da comissão
encarregada da seleção dos candidatos ao
doutoramento, o que é um sofrimento. Dizer esse
entra, esse não entra é uma responsabilidade
dolorida da qual não se sai sem sentimentos de
culpa. Como, em 20 minutos de conversa, decidir
sobre a vida de uma pessoa amedrontada? Mas
não havia alternativas. Essa era a regra.
19. Os candidatos amontoavam-se no corredor
recordando o que haviam lido da imensa lista de
livros cuja leitura era exigida. Aí tive uma ideia
que julguei brilhante. Combinei com os meus
colegas que faríamos a todos os candidatos uma
única pergunta, a mesma pergunta. Assim,
quando o candidato entrava trêmulo e se
esforçando por parecer confiante, eu lhe fazia a
pergunta, a mais deliciosa de todas: “Fale-nos
sobre aquilo que você gostaria de falar!”. [...]
20. A reação dos candidatos, no entanto, não foi a
esperada. Aconteceu o oposto: pânico. Foi como
se esse campo, aquilo sobre o que eles
gostariam de falar, lhes fosse totalmente
desconhecido, um vazio imenso. Papaguear os
pensamentos dos outros, tudo bem. Para isso,
eles haviam sido treinados durante toda a sua
carreira escolar, a partir da infância. Mas falar
sobre os próprios pensamentos – ah, isso não
lhes tinha sido ensinado!
21. Na verdade, nunca lhes havia passado pela
cabeça que alguém pudesse se interessar por
aquilo que estavam pensando. Nunca lhes
havia passado pela cabeça que os seus
pensamentos pudessem ser importantes.
• (Rubem Alves, www.cuidardoser.com.br.
Adaptado)
22. 2 - De acordo com o texto, os candidatos
(A) não tinham assimilado suas leituras.
(B) só conheciam o pensamento alheio.
(C) tinham projetos de pesquisa deficientes.
(D) tinham perfeito autocontrole.
(E) ficavam em fila, esperando a vez.
23. 3 - O autor entende que os candidatos
deveriam
(A) ter opiniões próprias.
(B) ler os textos requeridos.
(C) não ter treinamento escolar.
(D) refletir sobre o vazio.
(E) ter mais equilíbrio.
24. 4 - A expressão “um vazio imenso” (3.º
parágrafo) refere-se a
(A) candidatos.
(B) pânico.
(C) eles.
(D) reação.
(E) esse campo.
25. GABARITO
• 1 – C
• 2 - B
• 3 - A
• 4 – E
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