SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  20
Télécharger pour lire hors ligne
Anais do VI FÓRUM NACIONAL DO MEIO AMBIENTE/XVI SEMANA
DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL, Santa Rosa (RS), 31.05-03.06/09.

       EUCAÇÃO AMBIENTAL PARA SOCIEDADES SUSTENTÁVEIS E
   RESPONSABILIDADE GLOBAL NO ENFRENTAMENTO DOS EFEITOS DAS
         MUDANÇAS CLIMÁTICAS: UMA PROPOSTA AO BRASIL.

                                                               Alexandre de Gusmão Pedrini

                                             Laboratório de Ficologia e Educação Ambiental,
                                                           Departamento de Biologia Vegetal,
                                              Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes
                                                    Universidade do Estado do Rio de Janeiro
                                                                             pedrini@uerj.br


Resumo

       O caos socioambiental instalado no Planeta Terra se deve em grande parte às
mudanças globais negativas que vem sendo causadas desde a Revolução Industrial. As
Mudanças Climáticas (MCs), especialmente, o Aquecimento Global (AG) já vem causando
vários malefícios planetários, ensejando uma nova ordem internacional baseada no paradigma
da Sociedade Sustentável. O Brasil possui vários instrumentos legais, como políticas,
programas e planos, tanto na área ambiental como nas MCs e na educação. Porém, inexistem
mecanismos articuladores entre esses meios legais e normativos para sua perfeita eficácia. O
modelo da Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global
(EASS) impõe-se como a única possibilidade de educação para o enfrentamento do AG. Suas
características conceituais são: a) emancipatória; b) transformadora; c) interdisciplinar; d)
contextualizadora; e) permanente; f) ética; g) globalizadora e h) participativa. Inexistem
praticamente relatos de trabalhos com EA x MCs. Espera-se que as autoridades responsáveis
em promover pesquisas e ações de EASS no contexto das MCs cumpram a legislação e as
normas em vigor. A EASS possui vigor e riqueza para servir como instrumento transversal
para a solução a curto, médio e longo prazos dos graves problemas socioambientais causados,
principalmente, pelo Aquecimento Global.

Palavras-Chave: Educação Ambiental, Mudanças Climáticas, Aquecimento Global, políticas
públicas.
2



Introdução

       As mudanças globais vêm sendo denunciadas há séculos, mas nas últimas décadas o
caos socioambiental se instalou a despeito dos alarmes dos cientistas. Os principais
causadores das mudanças globais negativas, ou seja, os empresários ou seus prepostos vêm
tentando desacreditar os cientistas, acusando-os de serem exagerados, pessimistas e
apocalípticos. Mas qualquer pessoa pode identificar graves mudanças, por exemplo, no clima.
Alguns poucos autores brasileiros vêm se debruçando sobre esse tema (MARENGO, 2007;
BUCKERIDGE, 2008).




       Figura 1: Fontes principais das emissões de CO2 e Metano no Brasil em 1994.
3



       A Fig. 1 mostra que as emissões brasileiras são causadas essencialmente por mal uso
da terra como queimadas no caso do CO2 e pela agropecuária no caso do Metano. Protestos
contras as mudanças climáticas tem sido cotidianos na mídia tanto científica como pela
televisão, filmes, desenhos animados, jornais, revistas, etc, manifestados também por
cientistas de centenas de universidades e de ativistas de Organizações Não-Governamentais
(ONGs) e vem se multiplicando a cada dia. A questão ambiental deixou de ser assunto só de
pesquisadores e ativistas ambientais e sociais, passando a integrar pautas de setores
econômicos e políticos. Muitos dos coletivos empresariais perceberam que os cientistas não
estavam nem estão brincando com o apocalipse socioambiental. Assim, a busca pela solução
dos efeitos nefastos das mudanças ambientais globais, em especial das mudanças climáticas
(MCs) é assunto urgente, inevitável e de responsabilidade planetária. Todos os meios, técnicas
e recursos devem ser adotados imediatamente com o fim de minimizar, extinguir os efeitos
previsíveis e imediatos de holocausto da humanidade (PEDRINI, 2008a) e planejar como
adaptar a civilização humana para seus atuais efeitos.

       No contexto das MCs, onde os recursos ambientais são dilacerados irreversivelmente,
a fiscalização e a Educação Ambiental (EA) vem sendo timidamente apoiadas em todo o
mundo, principalmente nos países mais expropriados. A EA brasileira é rica de instrumentos
legais como a Política Nacional de EA (PNEA) que foi regulamentada com suas incoerências
técnicas (cf. PEDRINI, 2004), mas não deixa de ser um avanço inestimável. A aprovação da
PNEA ensejou a criação de políticas estaduais e municipais, proporcionando um efeito de
“bola de neve” no território brasileiro. Apesar disso, as restritas avaliações que são feitas
quanto à eficácia da EA no Brasil (PEDRINI e JUSTEN, 2006) sugerem que ela apenas
sensibiliza e informa o cidadão nos diferentes contextos que ele vive. Porém, a EASS sendo
um processo pedagógico demora a dar resultados a curto prazo, mas continua sendo a grande
esperança para a emancipação do cidadão e a mudança de hábitos, posturas e condutas
humanas.

       O segundo Programa Nacional de EA (ProNEA), segundo Brasil (2005) construído
com múltiplas mãos da maioria dos confins brasileiros trouxe grandes avanços para a
operacionalização da PNEA. O ProNEA adotou a base conceitual do Tratado de Educação
Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global (TEASS) aprovado na
Rio-92 de modo democrático e como um grito de esperança do contexto latinoamericano.
Traçou planos de ação e metas para variados atores sociais e contextos onde a Educação
Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global (EASS) deve ser
4



assumida e praticada. A operacionalização de suas premissas vem sendo proposta por
diferentes educadores (CZAPSKI, 1988; MADUREIRA e TAGLIANI, 1998; PEDRINI e
BRITO, 2006; PEDRINI, 2008b).

       Porém, o tema EA x MCs é ainda exíguo no Brasil e esse artigo busca sintetizar alguns
elementos para propor essa construção coletiva para os variados atores sociais envolvidos, ou
seja: cientistas, empresários, governos, políticos e mídias. O próximo capítulo apresenta
algumas publicações emblemáticas de amplo acesso público e comenta seu conteúdo tentando
correlacioná-lo com o contexto da EA. Objetiva também incentivar a que interessados nessa
área possam buscar essa informação nas suas fontes.

1.Literatura Emblemática Brasileira(LEB) e do que ela aborda

       A produção bibliográfica brasileira tanto das MCs como dela com a EA,
inacreditavelmente, é escassa. Parece até que o tema não é urgente ou emergencial. Mas,
serão apresentadas algumas delas que podem ser consideradas emblemáticas, tanto por serem
de qualidade como por serem facilmente obtidas pela Internet, gratuitamente ou não.


       1.1. No plano governamental federal


       No plano governamental federal, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) vem
editando interessantíssimas publicações sobre MCs (BRASIL 2008a,b e MARENGO, 2007).
Em Brasil (2008a) pode-se conhecer a publicação mais importante que o governo brasileiro já
pode editar, ou seja, o Plano Nacional de Mudança do Clima (PNMC). Mesmo sendo um
instrumento da Política Nacional de Mudança do Clima, que ainda não foi aprovada, é
resultado do trabalho de quinze ministérios, Casa Civil e Secretaria de Assuntos Estratégicos
da Presidência da República do Brasil associados ao Fórum Brasileiro de Mudanças
Climáticas. O processo de elaboração desse plano envolveu o esforço do Comitê
Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM), da Comissão Mista Especial de Mudanças
Climáticas do Congresso Nacional, do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC) e
os delegados da III Conferência Nacional do Meio Ambiente (III CNMA). As deliberações
dessa conferência (BRASIL, 2008b) que tratou sobre as MCs foram derivadas de cerca de 570
conferências municipais, 152 regionais e 26 estaduais, envolvendo cerca de 120 mil pessoas.
No entanto, seus resultados se baseiam em estatísticas desatualizadas de 1994 e mais dez anos
podem fazer muita diferença. Mas são apresentados sete grandes objetivos específicos:
5



       a) fomentar aumentos de eficiência no desempenho dos setores da economia na busca
constante do alcance das melhores práticas;


       b) buscar manter elevada a participação de energia renovável na matriz elétrica,
preservando posição de destaque que o Brasil sempre ocupou no cenário internacional;


       c) fomentar o aumento sustentável da participação de biocombustíveis na matriz de
transportes nacional e, ainda, atuar com vistas à estruturação de um mercado internacional de
biocombustíveis sustentáveis;


       d) buscar a redução sustentada das taxas de desmatamento, em sua média quadrienal,
em todos os biomas brasileiros, até que se atinja o desmatamento ilegal zero;


       e) eliminar a perda líquida da área de cobertura florestal no Brasil, até 2015;


       f) fortalecer ações interssetoriais voltadas para redução das vulnerabilidades das
populações.


       g) procurar identificar os impactos ambientais decorrentes da mudança do clima e
fomentar o desenvolvimento de pesquisas científicas para que se possa traçar uma estratégia
que minimize os custos socioeconômicos de adaptação do País.


       As estratégias para enfrentar e tentar atingir os setes objetivos acima listados são:


       a) As oportunidades de mitigação em variados setores;
       b) Identificação de impactos, mapeamento das vulnerabilidades e as possibilidades de
           adaptação do clima;
       c) Realização de pesquisas e desenvolvimento;
       d) Ações de Educação Ambiental;
       e) Usar instrumentos existentes para implementação das ações planejadas.


       Cabe destacar que esse é o primeiro plano governamental fora do contexto da EA que
trata dela, dando-lhe o justo realce. Porém, nota-se claramente que apenas o Ministério da
Educação através de sua Coordenação-Geral de Educação Ambiental graças ao Programa
6



Vamos Cuidar das Escolas é que vem fazendo grandes esforços com ações em EA e MCs. O
MMA, bem como seus órgãos, como o IBAMA, Instituto Chico Mendes de Biodiversidade
(ICMBio) e Agência Nacional de Águas (ANA) estão demasiadamente carentes em ações de
EA e MCs. Pode ser que o Fundo Nacional do Meio Ambiente numa de suas linhas de
financiamento em Qualidade Ambiental tenha apoiado financeiramente algum projeto ou ação
nesse sentido, mas como ele não publica amplamente nem incentiva a feitura de sínteses sobre
seus apoios nada se sabe de efetivo. Nas centenas de deliberações da II CNMA que teve como
tema as MCs dezenas delas foram exclusivamente sobre EA x MCs, e, pasmem, nada foi
feito, respeitando as 120 mil pessoas que as subscreveram. É um total desprezo pelo escasso
dinheiro da sociedade, sugerindo que esses eventos só servem para criar decepções entre os
que deles participam. A taxa de implementação dessas deliberações deve ser baixíssima!
       De fato, os setes objetivos específicos e as estratégias acima listadas são insuficientes,
mas se atingidos serão grandes conquistas socioambientais para o povo brasileiro. De fato, o
verdadeiro problema a ser resolvido não foi elencado que seria uma mudança na postura
empresarial frente à sua responsabilidade socioambiental planetária, pois quando a natureza já
estiver em situação calamitosa não haverá retorno à situação pré-industrial mesmo que as
empresas passem a ter uma conduta adequada. Não há mais tempo a perder!


       1.2. No plano Governamental Estadual


       No plano governamental de alguns estados como os do sul e sudeste há farta
distribuição de panfletos coloridos do que os governos vêem fazendo ou planejando fazer. O
Estado e o Município do Rio de Janeiro possuem, além de pôsteres e cartazes panfletários,
alguma literatura publicada importante. No Estado do Rio de Janeiro a SEA/RJ possui uma
Superintendência do Clima e Mercado de Carbono que já fez algumas atividades importantes
a despeito de sua falta de verba, de pessoal e instalações necessárias. Sua grande contribuição
está sendo a promoção de encontros técnicos para aperfeiçoar seu anteprojeto de Lei Estadual
de Mudanças Climáticas. Promoveram também um workshop sobre mitigação e
oportunidades sobre o quarto relatório do IPCC em 2007, publicando CD-ROM com os anais
do encontro.
       Num dos panfletos da SEA/RJ está sendo divulgado que estão sendo feitos estudos
para identificar os níveis atuais de emissão de gases de efeito estufa no território fluminense e
mapear seus cenários possíveis. A primeira parte que trata da quantificação das emissões foi
concluída e publicada num relatório exarado em 2007 (ROVÉRE, 2007). Em 2005, o Estado
7



do Rio de Janeiro foi responsável pela liberação para a atmosfera de 56,9 milhões de
toneladas de gás carbônico, devidas, principalmente, à queima de combustíveis fósseis – gás
natural, óleo diesel, coque, gasolina e gás liquefeito de petróleo (GLP). Foi a primeira vez que
um estado brasileiro elaborou um inventário das suas emissões de gases de efeito estufa que
intensificam o aquecimento global. Muitas propostas de ações mitigadoras já estão sendo
implantadas no Estado do Rio de Janeiro, pelo governo estadual, sendo apresentados na
reunião do IPCC, em Bali, na Indonésia, em 8 de dezembro de 2008. O governo fluminense
possui dois projetos extremamente importantes no campo das MCs: a) Projeto Evolução das
Emissões de Gases de Efeito Estufa no Estado do Rio de Janeiro e Alternativas para sua
Redução e b) Projeto de Vulnerabilidades do Estado do RJ às mudanças climáticas globais,
envolvendo: saúde/social, recursos hídricos, elevação dos níveis dos mares e florestas. No
entanto, a parte de EA x MCs continua incipiente ou desconhecida.


       1.3. No Plano Governamental Municipal


       No governo municipal da cidade do Rio de Janeiro existem algumas publicações muito
importantes que abordam o problema do AG numa cidade de modo emblemático (ROVÉRE,
2000; GUSMÃO; CARMO; VIANNA, 2008).
       O interessantíssimo inventário sobre as emissões de gases de efeito estufa no contexto
do município do Rio de Janeiro de Rovére (2000) apresenta números contundentes e que não
podem ser menosprezados. As emissões foram quantificadas em cerca de 7,6 milhões de
toneladas de gás carbônico entre 1990-1998, sendo que nessa década as emissões de metano
apresentaram um crescimento de cerca de 5 % ao ano. Esse inventário complementa e
particulariza para a cidade do Rio de Janeiro o Inventário realizado para o território brasileiro
pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (BRASIL, 2004).
       Gusmão et al (2008) formularam importante publicação propondo um cenário para os
próximos cem anos do AG sobre a cidade carioca. Propuseram uma agenda ambiental
municipal urbana, prospectaram efeitos prováveis da subida do nível do mar na cidade,
apresentaram a vulnerabilidade dos variados ecossistemas locais, dentre outros temas
igualmente relevantes, tracejando um excelente panorama dos efeitos prováveis da ação do
AG na cidade.
       No entanto, esses estudos não estão sendo considerados nos programas ambientais, de
saúde coletiva e de controle de poluição, sendo apenas publicações para o amplo
esclarecimento do público técnico e sem maiores efeitos na implementação das políticas
8



públicas municipais. A prefeitura, de fato, apenas financiou as pesquisas e a projeção de
cenários, mas não deu continuidade a nada.



2.Políticas/Programas/Planos Federais de Interesse


       Em escala federal há políticas, programas e planos que já se anteciparam e mesmo sem
se referirem nominalmente às MCs já vem colaborando para minimizar os efeitos da poluição
atmosférica. Essas políticas podem ser agrupadas por aquelas que terão efeito de longo prazo,
como as educacionais, e as de curto prazo, como as industriais. Serão apresentados alguns
programas federais em execução que já estão reduzindo os efeitos das MCs.


       3.1. Programas federais em execução para redução dos efeitos das MCs.
       O trabalho de Rovére (2008) evidenciou que já existem vários programas e planos
governamentais federais que são uma demonstração inequívoca da preocupação estatal para
enfrentar e mitigar os efeitos maléficos das MCs . São exemplos: a) Proálcool; b) Programa
Nacional de Biodiesel; c) Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica
(Proinfa); d) Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Pro-cel); e) Programa
Nacional de Racionalização do Uso de Derivados de Petróleo e do Gás Natural (Conpet); f)
Programa de Etiquetagem de Aparelhos Domésticos a Gás (Peadg). Esses programas
induzirão à redução de 14% das emissões de CO2 e da queima de combustíveis fósseis em
2020. Rovére (op.cit.) também revelou que a consolidação desses programas e a adoção de
ações complementares de eficácia energética aumentariam o índice acima para 29%. É o que
ele denominou de quantificação das emissões evitadas, que poderiam ter existido caso tivesse
havido seqüência da tendência histórica e que foram neutralizadas por políticas
governamentais ou iniciativas privadas. A maioria dessas emissões evitadas foi financiada por
iniciativas nacionais e não envolveu o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) criado
pelo Protocolo de Quioto, no qual, países em desenvolvimento poderiam vender aos países
ricos as suas reduções nas emissões obtidas por meio de projetos aprovados por especialistas.
       O Proinfa (iniciado em 2002), estabeleceu metas até 2022, para que 10% do total da
eletricidade seja a partir de fontes alternativas. O Conpet utilizou um sistema de inspeções e
testes nos veículos de transporte de combustível da Petrobras, reduzindo o uso de diesel em
15%. O Peadg exige que os fogões e aquecedores a gás fossem rotulados para eficiência de
9



energia. Esses programas indicam redução de 147 milhões/toneladas de gazes, o equivalente a
mais que o total das emissões de 2000 em várias áreas energéticas brasileiras.

3. Experiências brasileiras (escritas) sobre EA x MC


       São limitadíssimos trabalhos emblemáticos sobre a EA x MCs. Vieira e Bazzo (2005)
relatam caso da EA com o AG na sala de aula, exibindo metodologia científica com forte
componente epistemológico. O Quadro 1 sistematiza sua experiência.


       Quadro 1: Descrição metodológica da EA com o AG, segundo Vieira e Bazzo (2005).
10



       Na esteira do trabalho de Vieira e Bazzo (2005) foi desenvolvida a pesquisa de Pedrini
e Saba (2008), tendo, porém, a originalidade de ser desenvolvido no contexto da Língua
Inglesa. Pedrini e Saba (2008) propuseram uma metodologia para abordar a principal
problemática das MCs, ou seja, o Aquecimento Global (AG). O trabalho foi feito em três
momentos, em seis turmas de primeiro e segundo anos do Ensino Médio. No primeiro
momento foi comunicado aos alunos que seria exibida uma síntese de cerca de 40 minutos do
vídeo-documentário sobre os efeitos do AG da Terra. Esse filme é intitulado “Uma Verdade
Inconveniente (“An Inconvenient Truth”) apresentado pelo ex-vice-presidente norteamericano
Al Gore. Ao final do vídeo foi apresentada a música-tema cantada por Melissa Etheridge
intitulada “I need to wake up”. Antes da exibição os alunos foram orientados a: a) anotar
palavras chave em inglês usadas no filme, como expressões idiomáticas e palavras
desconhecidas; b) pontuassem quais assuntos os atingissem diretamente ou que fossem temas
que jamais eles tivessem ouvido falar. Em seguida, foi feita a projeção de uma parte do filme
inserido após ele ter sido concluído, apresentando os seus efeitos nos EUA, visando
sensibilizar o alunado para a questão ambiental e informá-los sobre os efeitos do AG. Não foi
exibido todo o filme, pois ele ultrapassaria o tempo regular da aula de inglês. Essa parte do
documentário aborda os seguintes temas: Furacões, Temperatura Global, Acidificação dos
Oceanos, Crescimento Populacional, Terremotos Glaciais, Incêndios Florestais, Solo
Desertificado e Derretimento do Solo Congelado. Encerrada a projeção os temas acima
expostos foram sorteados entre os grupos de 6-7 componentes para que expusessem e
debatessem entre si suas opiniões sobre o filme e relatassem as questões ambientais que eles
conheciam no contexto de suas comunidades. Durante o debate a problemática ambiental foi
discutida intensamente e ao final, um aluno-relator de cada grupo expôs as conclusões do seu
grupo. Encerradas as apresentações, o professor apresentou no quadro alguns sítios da Internet
relacionados com a questão ambiental para que os alunos, em casa ou no Laboratório de
Informática da escola aumentassem o seu conhecimento sobre a questão ambiental e sobre o
tema de seu grupo. O trabalho em casa foi o segundo momento da atividade.
       A experiência mostrou que os alunos sentiram-se motivados e envolvidos pela questão
ambiental e receberam informações atualizadas sobre o AG e seus efeitos sobre o ambiente. A
mudança de postura frente aos problemas ambientais foi identificada na maioria dos alunos,
sendo que um deles teve uma mudança radical frente a essa questão. Após a atividade, ele se
mobilizou a difundir os problemas ambientais em sua comunidade, alertando as pessoas sobre
os efeitos nefastos iminentes do AG. Tal resultado mostrou que houve mudança de atitude dos
alunos. Percebeu-se também, em cada um, o respeito a todas as formas de vida do planeta.
11



Foram observadas conexões com outras disciplinas, integrando diferentes saberes, unindo as
Ciências através da Língua Inglesa. Por exemplo, no caso da Biologia verificou-se o impacto
da poluição nos organismos. Na Química, conhecendo os agentes químicos poluidores e suas
respectivas fórmulas moleculares. Na Geografia, identificando os locais onde ocorre maior
incidência de desastres ambientais e de variadas formas de degradação e poluição. Com a
Língua Inglesa foi possível identificar de vocábulos novos, encontrar termos técnicos em
Inglês e descobrir expressões idiomáticas usadas na temática ambiental. Com a integração de
todo o conhecimento acumulado foi possível formularem os seus resumos e os cartazes
usados na apresentação oral do Seminário. Isso nada mais mostra a capacidade da Língua
Inglesa ensejar a transversalidade do tema ambiental no ensino formal.
       Os alunos conseguiram adquirir conhecimentos relativos aos graves problemas
ambientais, pelos quais o nosso planeta vem passando, através da pesquisa em sites, leitura de
revistas, jornais e periódicos, onde eles puderam se inteirar de tais questões, refletir sobre suas
causas e a gravidade e extensão de suas conseqüências.Através de debates em sala de aula,
tentaram chegar a possíveis soluções,cada um participando de forma efetiva,colaborando com
idéias, sugestões e mesmo citando suas próprias experiências,vividas em suas comunidades.
Considerando e respeitando as diferentes formas de vida do planeta, analisaram, também, o
impacto nelas causado pelo desrespeito à natureza, com a poluição de suas águas, seu solo e
atmosfera. Então, conseguiram despertar e sensibilizar nos seus círculos comunitários o tema
ambiental através do AG, ensejando a conscientização de outros grupos afins, através de
conversas informais com vizinhos, amigos, colegas de outras turmas, familiares e conhecidos
de lugares onde freqüentam.
       Deboni (2008) apresentou reflexões sobre a questão das mudanças globais (também
centrado no AG) e a EA. Ele apresentou uma série de conjecturas sobre a EA e a mídia,
propondo aos educadores ambientais: a) aprofundar o tema em termos teórico-conceituais não
se limitando a repetir o que é visto na TV ou em filmes como “Uma Verdade Inconveniente”,
que tem um caráter visivelmente de autopromoção do Al Gore, devendo explorar
profundamente a questão do AG; b) questionar urgentemente abordagens pragmáticas e
propor soluções mais pensadas e de longo prazo; c) buscar um pacto articulado em diferentes
níveis espaço-temporais, potencializando a EA; d) avaliar se a EA brasileira está contribuindo
para a solução do AG; e) verificar onde e como a questão das mudanças climáticas está sendo
trabalhada no país; f) identificar o montante de recursos financeiros aplicados pelo Brasil para
a questão do AG; g) há educadores ambientais capacitados para abordar com eficácia o AG?;
h) o que os variados atores sociais estão fazendo para enfrentar e solucionar essa questão no
12



Brasil? Desse modo, Deboni (op.cit.) enseja pesquisas no campo e incita os governos a
assumirem suas responsabilidades para o aprofundamento dos estudos desse inestimável
problema ambiental no contexto dos educadores ambientais brasileiros.
       Apesar da clareza dos pressupostos pedagógicos da EASS e de Tbilisi a confusão
conceitual no seio dos educadores ambientais ainda é um fato (PEDRINI e DE-PAULA,
2008). Desse modo, pesquisas que possam apontar como operacionalizar a EASS nos
diferentes contextos onde ela possa ser aplicada são demandas urgentes. Várias tem sido as
tentativas ao longo do tempo (CZAPSKI, 1988; MADUREIRA e TAGLIANI, 1997;
PEDRINI e BRITO, 2006; PEDRINI e PELLICCIONE, 2007; PEDRINI, 2007a,b, 2008a,b).
No Quadro 2 são apresentados os oito indicadores conceituais qualificativos para o
entendimento do que poderia ser um conceito mínimo de qualidade. Esses indicadores seriam
uma tradução livre da essência dos principais pressupostos pedagógicos da Declaração de
Tbilisi e do Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade
Global (TEASS).

Quadro 2. Indicadores de Qualidade Conceitual da EASS e suas descrições operacionais.

            IQC                                    Descrição do indicador
1. EA emancipatória         Capaz de possibilitar indivíduo/coletividade adquirirem
                            conhecimentos, valores, habilidades, experiências e a
                            determinação para o cidadão enfrentar e participar da solução
                            de problemas socioambientais locais/globais, porém com
                            geração de renda;
2. EA transformadora        Capaz de possibilitar a mudança de atitudes, hábitos, condutas
                            e   posturas    para     o   desenvolvimento    de   Sociedades
                            Sustentáveis;
3. EA participativa         Capaz de estimular a participação do cidadão e sua
                            coletividade                 em             ações             e
                            mobilizações/projetos/programas/ações coletivas;
4. EA abrangente            Capaz de envolver a totalidade dos grupos sociais envolvidos
                            na questão em tela;

5. EA permanente            Capaz de ser uma atividade continuada, pois o conhecimento
                            se modifica;
13



6. EA contextualizadora      Capaz de agir diretamente no contexto da coletividade e por
                             ela alcançar a dimensão planetária;

7. EA ética                  Capaz de promover o respeito a todas as formas de vida do
                             planeta.
8. EA interdisciplinar       Capaz de integrar diferentes saberes, pois a questão ambiental
                             agrega variados conhecimentos.



       O Quadro 2 mostra uma possibilidade dentre tantas de tipologizar características
conceituais do que poderia ser uma EASS com qualidade (cf. PEDRINI, 2008). Presume-se
que o setor industrial é que mais contribui para a impactação negativa da Terra, face a sua
emissão de gases poluidores na atmosfera e assim a EASS tem que obrigatoriamente ser
exigente e inegociável. Esses pressupostos acima delineados devem ser minimamente
considerados como um referencial de qualidade a ser buscada. Pelliccione, Pedrini e Kelecom
(2008) fizeram uma análise da EA praticada em empresas da região sudeste brasileira
certificadas com a ISO 14001, que comprova uma gestão ambiental adequada e eficiente
numa empresa. Apesar de enviarem um questionário de pesquisa a mais de 600 empresas,
apenas trinta responderam e mostraram que o maior parque industrial brasileiro (região
sudeste brasileira) desconhece o TEASS e o ProNEA. Suas idéias de EA (quando ela existe)
nada mais são que atividades simplórias pedagogicamente desconectadas entre si e mostram
uma visão fragmentada da questão ambiental e em nada aderem aos pressupostos da EASS.
Essas evidências sugerem que as empresas emissoras de gases estufa em excesso não se
utilizaram da EA para mitigar, adaptar ou extinguir os efeitos ruins do AG.


4.Proposta Orientadora


       Os IQCs apresentados no Quadro 2 disponibilizam ao cidadão e à coletividade uma
possibilidade de planejamento de sua EASS com liberdade de criação de estratégias para que
as MCs sejam enfrentadas através de um minucioso planejamento didático, conceitual e
operacional que possam ser contextualizados às realidades variadas possíveis. Essas
características conceituais deverão ser internalizadas nas práticas cotidianas do cidadão.
14



4.1.Sugestões de Práticas Cotidianas


       As sugestões foram feitas, mas necessitam amplo sinergismo:


                                          Escala Individual
                 (pequenas atitudes fazem diferença na contabilidade coletiva)


                                          Escala Coletiva




Familiar Amizades Colegas        Bairro    Irmãos   Vizinhança   Cidade   Estado   País   Terra
                                             de
                                            credo


   A maioria das sugestões abaixo vem sendo apresentadas em folhetos e propagandas, tanto
feitas pelos governos como pelas empresas.
4.1.1. Em relação aos Resíduos:


Primeiro:
Reduzir
(p.ex. não aceitar embalagem para embrulhar como em remédios, balas, etc);


Depois:
Reutilizar
(p. ex. escrever no verso de papéis de recado, etc);
Depois:
Reaproveitar
(p.ex.; transformar seus baneres de eventos em bolsas de compras; pneus em vasos de plantas;
latas em artesanato etc)


E se não foi possível reduzir, reutilizar ou reaproveitar...Reciclar
15



4.1.2. Consumo Sustentável


1. Escolher produtos de empresas certificadas pela ISO 9000 (Qualidade) ou 14001 (Gestão
Ambiental);


2. Levantar os antecedentes dos produtos que costuma usar para evitar comprar os que são de
empresas que usam mão-de-obra escrava ou infantil;


3. Comprar produtos orgânicos, substituindo sua dieta alimentar com transgênicos e alimentos
com agrotóxicos;


4. Substituir remédios químicos por aqueles que constam na lista do Ministério da Saúde
como fitoterápicos das plantas medicinais brasileiras;


5. Aceitar remédios naturais do tipo florais e homeopáticos;


4.1.3. Atitudes Gerais


1. Visite os sites www.climatecrisis.net e www.energyguide.com para medir seu impacto
negativo pessoal (“pegada ecológica”) individual e o segundo para ver como mitigá-lo ou
extingui-lo; não deixe nenhum aparelho eletrodoméstico em “stand by”, pois ele fica
consumindo energia sem estar em uso; DIAS (2002).


2. Só compre madeira certificada pelos órgãos ambientais, ajudando a diminuir o
desmatamento ilegal.


3. Escolha o lazer aeróbico como fazer piqueniques ou passear ao ar livre ao invés de se
trancar e ficar conectado a um computador.


4. Evite o consumo de carne vermelha, pois a sua produção emite muito mais CO2 do que a
produção de plantas.


5. Ande sempre com caneca reutilizável, evitando compra de vasilhames PET ou copos de
plástico:
16



6. Capacite-se em Mercado de Carbono para aprender a neutralizar as emissões das atividades
humanas que não podem ser mudadas a curto e médio prazos; neutralize as emissões de sua
universidade ou de sua residência, por exemplo.


7. Faça um levantamento sobre ONGs ambientalistas de sua região e filie-se a algumas delas,
contribuindo financeiramente ou com seu trabalho voluntário;


8. Identifique quais são os políticos que foram eleitos com seu voto e verifique se eles têm
alguma proposta para a área ambiental ou de saúde;


9. Formule coletivamente projetos de políticas públicas estaduais e municipais em MA, EA e
MC e encaminhe ao legislativo ou executivo federal, estadual ou municipal;


10. Promova ciclo de debates sobre esses temas em sua região

4.1.4. Atitudes de Renovação (ambiental)Íntima

       As atitudes de renovação íntima são as mais difíceis, mas se queremos mudar os
outros temos que nos modificar primeiro e ser o exemplo. Normalmente, ensejamos os outros
(alunos, familiares, amigos, colegas, etc) a se modificarem, mas podemos ser péssimos
exemplos, estragando toda a proposta rica da EASS.


       Abaixo, algumas medidas possíveis:


1. Divulgar amplamente suas mudanças internas com efeitos externos que correspondam a
novos hábitos, posturas e condutas sobre aquilo que deseja mudar nos outros;


2. Promover ações permanentes de ajuda a seres vivos que lhe sejam próximos e que
sejam/estejam pior que você;


3. Desenvolver sua espiritualidade, p.ex., desejando o bem a quem precisa através de seus
pensamentos e orações, caso não possa ajudar em atos ou ajuda material;
17



4. Dedicar um período/horário semanal para disponibilizar suas competências a quem dela
precisa e não pode pagar por ela, pois qualquer um de nós pode ajudar.

5. Considerações Finais



       Como apresentado ao longo desse artigo há vários instrumentos legais e normativos,
em especial a Lei da Política Nacional de Meio Ambiente de número 6.938 de 1981 que se
fosse realmente aplicada poderia ter evitado em grande parte o caos socioambiental em que
vivemos atualmente. Políticas e Planos mais modernos e específicos, como a Política e o
Plano Nacional de Mudança do Clima, estão sendo aprovados e normatizados, porém de
modo muito lento como se as MCs fossem tema do futuro. A Política e o Programa Nacional
de Educação Ambiental que abrangem questões como as MCs de modo implícito também não
estão ensejando atitude e projetos ou ações contundentes de enfrentamento desse tema
emergente e urgente.
       Acredita-se que haja muitas experiências pedagógicas sobre MCs x EA, porém elas
não estão identificadas nem organizadas pelo Sistema Brasileiro de Educação Ambiental
(SIBEA) nem pelas entidades debruçadas para implementação da EASS no Brasil. De fato, no
levantamento bibliográfico realizado por esse trabalho em buscadores digitais clássicos só
foram achadas as bibliografias citadas no presente trabalho. Como o Fundo Nacional do Meio
Ambiente (FNMA) teve uma linha de financiamento induzida sobre MCs é bem possível que
hajam experiências realizadas e não publicadas, já que o financiamento da EA ainda é
deficiente (SOTERO e SORRENTINO, 2007).
       Assim, espera-se com o presente trabalho que as autoridades responsáveis em
promover pesquisas e ações de EASS no contexto das MCs cumpram a legislação e as normas
em vigor e utilizem a EASS como instrumento transversal para a solução a curto, médio e
longo prazos dos graves problemas socioambientais causados, principalmente, pelo
Aquecimento Global.



6. Agradecimentos

À Dra. Nathalia Ghilardi-Lopes pela revisão desse texto. À Célia Carraro pelo envio de
algumas fontes bibliográficas.
18




7. Bibliografia Citada



BRASIL. Comunicação Nacional Inicial do Brasil à Convenção-Quadro das Nações
Unidas sobre Mudança do Clima. Brasília: Ministério de Ciência e Tecnologia, 2004, 276
p.


BRASIL. Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA). Brasília: MMA/DEA,
2005. 102 p.


BRASIL. Plano Nacional sobre Mudança do Clima – PNMC. Brasília: Comitê
Interministerial sobre Mudança do Clima, 2008a, 129 p.


BRASIL. In: CONFERÊNCIA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE; MUDANÇAS
CLIMÁTICAS, 1., Deliberações..., 7-10 de maio de 2008b, Brasília: Ministério do Meio
Ambiente, 200 p.


BUCKERIDGE, M. S. (Org.) Biologia & Mudanças Climáticas. São Carlos: RiMa, 2008,
316 p.


CZAPSKI, S. A Implantação da Educação Ambiental no Brasil. Brasília: Ministério de
Educação e do Desporto, 1998, 166 p.


DEBONI, F. E A Educação Ambiental frente às mudanças climáticas: organizar ou
desorganizar?      Notícias   da    América     Latina    e   Caribe.    (disponível   em:
http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=26284; acesso: 23/02/2009


DIAS, G. F. Pegada Ecológica e sustentabilidade humana. São Paulo: Gaia, 2002, 257 p.


GUSMÃO, P. P.; CARMO, P. S. do; VIANNA, S.B. Rio; o Aquecimento Global e a
Cidade; próximos 100 anos. Rio de Janeiro: Instituto Pereira Passos, 2008, 229 p.
19



MADUREIRA, M. S. P.; TAGLIANI, P. R. Educação Ambiental Não-formal em Unidades
de Conservação federais na Zona Costeira Brasileira: Uma Análise Crítica. Brasília:
IBAMA, 1997, 109 p.


MARENGO, J. A. Caracterização do clima no Século XX e Cenários Climáticos e na
América do Sul para o Século XXI derivados dos Modelos Globais de Clima do IPCC.
Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2007.


PEDRINI, A.de G. The National Public Policies with Environmental Education in Brazil:
Evolutions and Perspectives. In: AZEITEIRO, U. et al (Orgs) World Trends in
Environmental Education. Peter Lang Editors, 2004, p. 115-122.


PEDRINI, A. de G. (Org.) Metodologias em Educação Ambiental. Petrópolis: Vozes,
2007a, 253 p.


PEDRINI, A de G. Um caminho das pedras em Educação Ambiental. In: PEDRINI, A de G.
(Org.) Metodologias em Educação Ambiental. Petrópolis: Vozes, 2007b.



PEDRINI, A. de G. Mudanças globais e a educação ambiental para a construção de
sociedades sustentáveis. In: CONFERÊNCIA DA TERRA, 1., Anais..., maio de 2008a, 12 p.

PEDRINI, A. de G. (Org.). Educação Ambiental Empresarial no Brasil. São Carlos:
RiMa, 2008b, 346 p.


PEDRINI, A de G.; JUSTEN, L. Avaliação em EA no contexto ibero-americano; estudo
exploratório. In: CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL, 5.,
Anais..., 2006.



PEDRINI, A de G.; BRITO, M. I. M. S. Educação Ambiental para o desenvolvimento ou
sociedade sustentável? Uma breve reflexão para a América Latina. Revista Educação
Ambiental em Ação, n. 17, 20 p., 2006.
20



PEDRINI, A. de G.; DE PAULA, J. C. Educação Ambiental; Críticas e Propostas. PEDRINI,
A. de G. (Org.) 6 ed. Educação Ambiental: Reflexões e Práticas Contemporâneas.
Petrópolis: Vozes, 2008. 294 p.



PEDRINI, A. DE G.; SABA, M. G. Educação Ambiental e Mudanças Ambientais Globais;
um relato de experiência com o documentário “uma verdade inconveniente” como estratégia
no ensino de inglês numa escola pública. In: CONFERÊNCIA DA TERRA, 1., Anais...., 21-
24.05.2008, p. 101-105, João Pessoa, Paraíba, 14 p.


PEDRINI, A. de G.; PELLICCIONE, N. B. B. Educação Ambiental Empresarial no Brasil:
uma análise sobre sua qualidade conceitual em relatos bibliográficos. Mundo e Vida, Niterói,
v. 11. 2007.



PELLICCIONE, N. B. B.; PEDRINI, A. de G.; KELECOM, A. C. Educação Ambiental
Empresarial: uma avaliação conceitual de práticas no sudeste brasileiro. In: PEDRINI, A.de
G. (Org.). Educação Ambiental Empresarial no Brasil. São Carlos: RiMa, 2008.


ROVÉRE, E. Inventário de Emissões de Gases do Efeito Estufa da Cidade do Rio de
Janeiro. Rio de Janeiro: SMAC, 2008, 104 p.


SOTERO, J. P.; SORRENTINO, M. Por uma nova estratégia de financiamento da Educação
Ambiental no Brasil. In: TATAGIBA, F.C. P.; LEME, T. N. (Coords.) O fortalecimento de
fundos socioambientais; experiências e perspectivas. Brasília: MMA/FNMA, 2007, p.92-94.


VIEIRA, K. R. C. F.; BAZZO, W. A. Discussões acerca do Aquecimento Global: uma
proposta CTS para abordar esse tema controverso em sala de aula. Ciência & Ensino, v. 1,
número especial, p. 1-12, nov-2007.

Contenu connexe

Tendances

Questões sobre dilemas ambientais do mundo atual
Questões sobre dilemas ambientais do mundo atualQuestões sobre dilemas ambientais do mundo atual
Questões sobre dilemas ambientais do mundo atualtelmamedeiros2010
 
Mudança climática e desenvolvimento (PNUMA)
Mudança climática e desenvolvimento (PNUMA)Mudança climática e desenvolvimento (PNUMA)
Mudança climática e desenvolvimento (PNUMA)csm-minionu2013
 
9º ano Desenvolvimento Sustentavel
9º ano Desenvolvimento Sustentavel9º ano Desenvolvimento Sustentavel
9º ano Desenvolvimento Sustentavelkyzinha
 
Educação Ambiental - Repensando Espaços e Cidadania
Educação Ambiental - Repensando Espaços e CidadaniaEducação Ambiental - Repensando Espaços e Cidadania
Educação Ambiental - Repensando Espaços e CidadaniaDeputada Ana Lucia
 
Wwf Brasil Combatendo Mudancas Climaticas
Wwf Brasil Combatendo Mudancas ClimaticasWwf Brasil Combatendo Mudancas Climaticas
Wwf Brasil Combatendo Mudancas Climaticasvilanic
 
O Desenvolvimento Sustentável Na Prática/ Pnuma
O Desenvolvimento Sustentável Na Prática/ PnumaO Desenvolvimento Sustentável Na Prática/ Pnuma
O Desenvolvimento Sustentável Na Prática/ PnumaInstituto Besc
 
Convite programacurso sectma
Convite programacurso sectmaConvite programacurso sectma
Convite programacurso sectmaMarcelo Luiz
 
Desenvolvimento Sustentável
Desenvolvimento SustentávelDesenvolvimento Sustentável
Desenvolvimento SustentávelKatiane Denise
 
mini seminário 'Em busca da qualidade de vida'
mini seminário 'Em busca da qualidade de vida'mini seminário 'Em busca da qualidade de vida'
mini seminário 'Em busca da qualidade de vida'Suellen Vitória
 
Questões ambientais e desenvolvimento sustentável
Questões ambientais e desenvolvimento sustentávelQuestões ambientais e desenvolvimento sustentável
Questões ambientais e desenvolvimento sustentávelJosé Nascimento
 
Aula Educação ambiental 1
Aula Educação ambiental 1Aula Educação ambiental 1
Aula Educação ambiental 1henrique-182
 
NOVA ORDEM AMBIENTAL
NOVA ORDEM AMBIENTALNOVA ORDEM AMBIENTAL
NOVA ORDEM AMBIENTALMarcelo Dores
 
Geodiversidade do brasil conhecer o passado, para entender o presente e pre...
Geodiversidade do brasil   conhecer o passado, para entender o presente e pre...Geodiversidade do brasil   conhecer o passado, para entender o presente e pre...
Geodiversidade do brasil conhecer o passado, para entender o presente e pre...Filipe Carvalho
 
Desenvolvimento sustentável
Desenvolvimento sustentávelDesenvolvimento sustentável
Desenvolvimento sustentávelmanuela Moreira
 
Gestão ambiental Unidade IV
Gestão ambiental Unidade IVGestão ambiental Unidade IV
Gestão ambiental Unidade IVHarutchy
 

Tendances (19)

Questões sobre dilemas ambientais do mundo atual
Questões sobre dilemas ambientais do mundo atualQuestões sobre dilemas ambientais do mundo atual
Questões sobre dilemas ambientais do mundo atual
 
Mudança climática e desenvolvimento (PNUMA)
Mudança climática e desenvolvimento (PNUMA)Mudança climática e desenvolvimento (PNUMA)
Mudança climática e desenvolvimento (PNUMA)
 
9º ano Desenvolvimento Sustentavel
9º ano Desenvolvimento Sustentavel9º ano Desenvolvimento Sustentavel
9º ano Desenvolvimento Sustentavel
 
Educação Ambiental - Repensando Espaços e Cidadania
Educação Ambiental - Repensando Espaços e CidadaniaEducação Ambiental - Repensando Espaços e Cidadania
Educação Ambiental - Repensando Espaços e Cidadania
 
Wwf Brasil Combatendo Mudancas Climaticas
Wwf Brasil Combatendo Mudancas ClimaticasWwf Brasil Combatendo Mudancas Climaticas
Wwf Brasil Combatendo Mudancas Climaticas
 
O Desenvolvimento Sustentável Na Prática/ Pnuma
O Desenvolvimento Sustentável Na Prática/ PnumaO Desenvolvimento Sustentável Na Prática/ Pnuma
O Desenvolvimento Sustentável Na Prática/ Pnuma
 
Convite programacurso sectma
Convite programacurso sectmaConvite programacurso sectma
Convite programacurso sectma
 
Desenvolvimento Sustentável
Desenvolvimento SustentávelDesenvolvimento Sustentável
Desenvolvimento Sustentável
 
mini seminário 'Em busca da qualidade de vida'
mini seminário 'Em busca da qualidade de vida'mini seminário 'Em busca da qualidade de vida'
mini seminário 'Em busca da qualidade de vida'
 
Material 8aeb3d9ccb
Material 8aeb3d9ccbMaterial 8aeb3d9ccb
Material 8aeb3d9ccb
 
Rec naturais e energia
Rec naturais e energiaRec naturais e energia
Rec naturais e energia
 
Questões ambientais e desenvolvimento sustentável
Questões ambientais e desenvolvimento sustentávelQuestões ambientais e desenvolvimento sustentável
Questões ambientais e desenvolvimento sustentável
 
Constituição do campo da educação ambiental
Constituição do campo da educação ambientalConstituição do campo da educação ambiental
Constituição do campo da educação ambiental
 
Aula Educação ambiental 1
Aula Educação ambiental 1Aula Educação ambiental 1
Aula Educação ambiental 1
 
NOVA ORDEM AMBIENTAL
NOVA ORDEM AMBIENTALNOVA ORDEM AMBIENTAL
NOVA ORDEM AMBIENTAL
 
Geodiversidade brasil
Geodiversidade brasilGeodiversidade brasil
Geodiversidade brasil
 
Geodiversidade do brasil conhecer o passado, para entender o presente e pre...
Geodiversidade do brasil   conhecer o passado, para entender o presente e pre...Geodiversidade do brasil   conhecer o passado, para entender o presente e pre...
Geodiversidade do brasil conhecer o passado, para entender o presente e pre...
 
Desenvolvimento sustentável
Desenvolvimento sustentávelDesenvolvimento sustentável
Desenvolvimento sustentável
 
Gestão ambiental Unidade IV
Gestão ambiental Unidade IVGestão ambiental Unidade IV
Gestão ambiental Unidade IV
 

En vedette

4ª apostila do dia da árvore simone helen drumond
4ª apostila do dia da árvore simone helen drumond4ª apostila do dia da árvore simone helen drumond
4ª apostila do dia da árvore simone helen drumondSimoneHelenDrumond
 
Como influyen los tramitadores en nuestra sociedad
Como influyen los tramitadores en nuestra sociedadComo influyen los tramitadores en nuestra sociedad
Como influyen los tramitadores en nuestra sociedadchane10
 
Propuestas de mejoramiento
Propuestas de mejoramientoPropuestas de mejoramiento
Propuestas de mejoramientoGerardo Clavijo
 
Evangelio domingo 25 de septiembre
Evangelio domingo 25 de septiembreEvangelio domingo 25 de septiembre
Evangelio domingo 25 de septiembrepinfantilbaq
 
Dia internacional da luta contra a aids
Dia internacional da luta contra a aidsDia internacional da luta contra a aids
Dia internacional da luta contra a aidsSimoneHelenDrumond
 

En vedette (9)

4ª apostila do dia da árvore simone helen drumond
4ª apostila do dia da árvore simone helen drumond4ª apostila do dia da árvore simone helen drumond
4ª apostila do dia da árvore simone helen drumond
 
Como influyen los tramitadores en nuestra sociedad
Como influyen los tramitadores en nuestra sociedadComo influyen los tramitadores en nuestra sociedad
Como influyen los tramitadores en nuestra sociedad
 
Propuestas de mejoramiento
Propuestas de mejoramientoPropuestas de mejoramiento
Propuestas de mejoramiento
 
Agenda digital
Agenda digitalAgenda digital
Agenda digital
 
Evangelio domingo 25 de septiembre
Evangelio domingo 25 de septiembreEvangelio domingo 25 de septiembre
Evangelio domingo 25 de septiembre
 
Mathmatics
MathmaticsMathmatics
Mathmatics
 
Matemática
MatemáticaMatemática
Matemática
 
Apostila ratinhos número 5
Apostila ratinhos   número 5Apostila ratinhos   número 5
Apostila ratinhos número 5
 
Dia internacional da luta contra a aids
Dia internacional da luta contra a aidsDia internacional da luta contra a aids
Dia internacional da luta contra a aids
 

Similaire à Educação Ambiental para Mudanças Climáticas

Jornal inteiro
Jornal inteiroJornal inteiro
Jornal inteiroBOLETIM
 
Relatório parcial da prática de estágio iii
Relatório parcial da prática de estágio iiiRelatório parcial da prática de estágio iii
Relatório parcial da prática de estágio iiiValdecir Silva
 
Texto Orientador - IV Conferência Nacional do Meio Ambiente
Texto Orientador - IV Conferência Nacional do Meio AmbienteTexto Orientador - IV Conferência Nacional do Meio Ambiente
Texto Orientador - IV Conferência Nacional do Meio Ambientesauloflorentino
 
Consorcio realiza 4º Conferencia Nacional do Meio Ambiente
Consorcio realiza 4º Conferencia Nacional do Meio AmbienteConsorcio realiza 4º Conferencia Nacional do Meio Ambiente
Consorcio realiza 4º Conferencia Nacional do Meio AmbienteJessica R.
 
ASPECTOS POSITIVOS DA UTILIZAÇÃO DA RECICLAGEM ENERGÉTICA COMO UMA FERRAMENTA...
ASPECTOS POSITIVOS DA UTILIZAÇÃO DA RECICLAGEM ENERGÉTICA COMO UMA FERRAMENTA...ASPECTOS POSITIVOS DA UTILIZAÇÃO DA RECICLAGEM ENERGÉTICA COMO UMA FERRAMENTA...
ASPECTOS POSITIVOS DA UTILIZAÇÃO DA RECICLAGEM ENERGÉTICA COMO UMA FERRAMENTA...Bruno Henrique Nunes
 
EDUCACAO_AMBIENTAL_E_ECONOMIA_CIRCULAR_UMA_BREVE_R.pdf
EDUCACAO_AMBIENTAL_E_ECONOMIA_CIRCULAR_UMA_BREVE_R.pdfEDUCACAO_AMBIENTAL_E_ECONOMIA_CIRCULAR_UMA_BREVE_R.pdf
EDUCACAO_AMBIENTAL_E_ECONOMIA_CIRCULAR_UMA_BREVE_R.pdfSilvia Azevedo
 
Mudanças climáticas (2014)
Mudanças climáticas (2014)Mudanças climáticas (2014)
Mudanças climáticas (2014)Marcelo Gomes
 
Direito ambiental impacto ambiental
Direito ambiental impacto ambientalDireito ambiental impacto ambiental
Direito ambiental impacto ambientalCarlos Martins
 
SUSTENTABILIDADE-EMPRESARIAL-01.ppt
SUSTENTABILIDADE-EMPRESARIAL-01.pptSUSTENTABILIDADE-EMPRESARIAL-01.ppt
SUSTENTABILIDADE-EMPRESARIAL-01.pptisabellevims
 
SUSTENTABILIDADE-EMPRESARIAL-..............01.ppt
SUSTENTABILIDADE-EMPRESARIAL-..............01.pptSUSTENTABILIDADE-EMPRESARIAL-..............01.ppt
SUSTENTABILIDADE-EMPRESARIAL-..............01.pptandreferreira289855
 
Dialnet-HistoricoEEvolucaoDaEducacaoAmbientalAtravesDosTra-4033613.pdf
Dialnet-HistoricoEEvolucaoDaEducacaoAmbientalAtravesDosTra-4033613.pdfDialnet-HistoricoEEvolucaoDaEducacaoAmbientalAtravesDosTra-4033613.pdf
Dialnet-HistoricoEEvolucaoDaEducacaoAmbientalAtravesDosTra-4033613.pdfSilvia Azevedo
 
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE 2022.pdf
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE 2022.pdfEDUCAÇÃO AMBIENTAL E A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE 2022.pdf
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE 2022.pdfJeanRocha30
 
O que o brasileiro pensa do meio ambiente e consumo sustentável
O que o brasileiro pensa do meio ambiente e consumo sustentávelO que o brasileiro pensa do meio ambiente e consumo sustentável
O que o brasileiro pensa do meio ambiente e consumo sustentávelMarcelo Felipozzi
 

Similaire à Educação Ambiental para Mudanças Climáticas (20)

Jornal inteiro
Jornal inteiroJornal inteiro
Jornal inteiro
 
Artigo pedrinisaba 26 05 08
Artigo pedrinisaba 26 05 08Artigo pedrinisaba 26 05 08
Artigo pedrinisaba 26 05 08
 
Relatório parcial da prática de estágio iii
Relatório parcial da prática de estágio iiiRelatório parcial da prática de estágio iii
Relatório parcial da prática de estágio iii
 
Texto Orientador - IV Conferência Nacional do Meio Ambiente
Texto Orientador - IV Conferência Nacional do Meio AmbienteTexto Orientador - IV Conferência Nacional do Meio Ambiente
Texto Orientador - IV Conferência Nacional do Meio Ambiente
 
Consorcio realiza 4º Conferencia Nacional do Meio Ambiente
Consorcio realiza 4º Conferencia Nacional do Meio AmbienteConsorcio realiza 4º Conferencia Nacional do Meio Ambiente
Consorcio realiza 4º Conferencia Nacional do Meio Ambiente
 
ASPECTOS POSITIVOS DA UTILIZAÇÃO DA RECICLAGEM ENERGÉTICA COMO UMA FERRAMENTA...
ASPECTOS POSITIVOS DA UTILIZAÇÃO DA RECICLAGEM ENERGÉTICA COMO UMA FERRAMENTA...ASPECTOS POSITIVOS DA UTILIZAÇÃO DA RECICLAGEM ENERGÉTICA COMO UMA FERRAMENTA...
ASPECTOS POSITIVOS DA UTILIZAÇÃO DA RECICLAGEM ENERGÉTICA COMO UMA FERRAMENTA...
 
EDUCACAO_AMBIENTAL_E_ECONOMIA_CIRCULAR_UMA_BREVE_R.pdf
EDUCACAO_AMBIENTAL_E_ECONOMIA_CIRCULAR_UMA_BREVE_R.pdfEDUCACAO_AMBIENTAL_E_ECONOMIA_CIRCULAR_UMA_BREVE_R.pdf
EDUCACAO_AMBIENTAL_E_ECONOMIA_CIRCULAR_UMA_BREVE_R.pdf
 
Ufba ecologica
Ufba ecologicaUfba ecologica
Ufba ecologica
 
Autoral 22 -_26_junho
Autoral 22 -_26_junhoAutoral 22 -_26_junho
Autoral 22 -_26_junho
 
Mudanças climáticas (2014)
Mudanças climáticas (2014)Mudanças climáticas (2014)
Mudanças climáticas (2014)
 
Direito ambiental impacto ambiental
Direito ambiental impacto ambientalDireito ambiental impacto ambiental
Direito ambiental impacto ambiental
 
Agenda ambiental
Agenda ambientalAgenda ambiental
Agenda ambiental
 
SUSTENTABILIDADE-EMPRESARIAL-01.ppt
SUSTENTABILIDADE-EMPRESARIAL-01.pptSUSTENTABILIDADE-EMPRESARIAL-01.ppt
SUSTENTABILIDADE-EMPRESARIAL-01.ppt
 
SUSTENTABILIDADE-EMPRESARIAL-..............01.ppt
SUSTENTABILIDADE-EMPRESARIAL-..............01.pptSUSTENTABILIDADE-EMPRESARIAL-..............01.ppt
SUSTENTABILIDADE-EMPRESARIAL-..............01.ppt
 
ACE - Sustentabilidade .pdf
ACE - Sustentabilidade .pdfACE - Sustentabilidade .pdf
ACE - Sustentabilidade .pdf
 
Dialnet-HistoricoEEvolucaoDaEducacaoAmbientalAtravesDosTra-4033613.pdf
Dialnet-HistoricoEEvolucaoDaEducacaoAmbientalAtravesDosTra-4033613.pdfDialnet-HistoricoEEvolucaoDaEducacaoAmbientalAtravesDosTra-4033613.pdf
Dialnet-HistoricoEEvolucaoDaEducacaoAmbientalAtravesDosTra-4033613.pdf
 
Jornal Linneu 6 maio 2023.pdf
Jornal Linneu 6 maio 2023.pdfJornal Linneu 6 maio 2023.pdf
Jornal Linneu 6 maio 2023.pdf
 
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE 2022.pdf
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE 2022.pdfEDUCAÇÃO AMBIENTAL E A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE 2022.pdf
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE 2022.pdf
 
O que o brasileiro pensa do meio ambiente e consumo sustentável
O que o brasileiro pensa do meio ambiente e consumo sustentávelO que o brasileiro pensa do meio ambiente e consumo sustentável
O que o brasileiro pensa do meio ambiente e consumo sustentável
 
A sustentabilidade para além dos muros da universidade
A sustentabilidade para além dos muros da universidadeA sustentabilidade para além dos muros da universidade
A sustentabilidade para além dos muros da universidade
 

Plus de AlexandredeGusmaoPedrini

Percepção Ambiental sobre Meio Ambiente e Meio Ambiente Marinho
Percepção Ambiental sobre Meio Ambiente e Meio Ambiente MarinhoPercepção Ambiental sobre Meio Ambiente e Meio Ambiente Marinho
Percepção Ambiental sobre Meio Ambiente e Meio Ambiente MarinhoAlexandredeGusmaoPedrini
 
Trilha marinhas; uma síntese para a Educação Ambiental
Trilha marinhas; uma síntese para a Educação Ambiental Trilha marinhas; uma síntese para a Educação Ambiental
Trilha marinhas; uma síntese para a Educação Ambiental AlexandredeGusmaoPedrini
 
Avaliação de curso em Educação Ambiental
Avaliação de curso em Educação Ambiental Avaliação de curso em Educação Ambiental
Avaliação de curso em Educação Ambiental AlexandredeGusmaoPedrini
 
Modelos de Educação Ambiental Marinha no Brasil
Modelos de Educação Ambiental Marinha no Brasil Modelos de Educação Ambiental Marinha no Brasil
Modelos de Educação Ambiental Marinha no Brasil AlexandredeGusmaoPedrini
 
Efeitos negativos de mergulhadores com snorkell
Efeitos negativos de mergulhadores com snorkell Efeitos negativos de mergulhadores com snorkell
Efeitos negativos de mergulhadores com snorkell AlexandredeGusmaoPedrini
 
Educação Ambiental pelo ecoturismo numa trilha marinha
Educação Ambiental pelo ecoturismo numa trilha marinha Educação Ambiental pelo ecoturismo numa trilha marinha
Educação Ambiental pelo ecoturismo numa trilha marinha AlexandredeGusmaoPedrini
 
Educação Ambiental Emancipatória pelo Ecoturismo Marinho na Área de Proteção ...
Educação Ambiental Emancipatória pelo Ecoturismo Marinho na Área de Proteção ...Educação Ambiental Emancipatória pelo Ecoturismo Marinho na Área de Proteção ...
Educação Ambiental Emancipatória pelo Ecoturismo Marinho na Área de Proteção ...AlexandredeGusmaoPedrini
 
Percepções de Educação Ambiental e Ecoturismo
Percepções de Educação Ambiental e Ecoturismo  Percepções de Educação Ambiental e Ecoturismo
Percepções de Educação Ambiental e Ecoturismo AlexandredeGusmaoPedrini
 
Cópia de eae bcapa livroexcelente resolução
Cópia de eae bcapa livroexcelente resoluçãoCópia de eae bcapa livroexcelente resolução
Cópia de eae bcapa livroexcelente resoluçãoAlexandredeGusmaoPedrini
 
Resumo a construção interdisciplinar de um livro em ea
Resumo a construção interdisciplinar de um livro em eaResumo a construção interdisciplinar de um livro em ea
Resumo a construção interdisciplinar de um livro em eaAlexandredeGusmaoPedrini
 
Pelliccione, pedrini e kelecon 2009 iv simp intma 09
Pelliccione, pedrini e kelecon 2009  iv simp intma 09Pelliccione, pedrini e kelecon 2009  iv simp intma 09
Pelliccione, pedrini e kelecon 2009 iv simp intma 09AlexandredeGusmaoPedrini
 

Plus de AlexandredeGusmaoPedrini (20)

Percepção Ambiental sobre Meio Ambiente e Meio Ambiente Marinho
Percepção Ambiental sobre Meio Ambiente e Meio Ambiente MarinhoPercepção Ambiental sobre Meio Ambiente e Meio Ambiente Marinho
Percepção Ambiental sobre Meio Ambiente e Meio Ambiente Marinho
 
Trilha marinhas; uma síntese para a Educação Ambiental
Trilha marinhas; uma síntese para a Educação Ambiental Trilha marinhas; uma síntese para a Educação Ambiental
Trilha marinhas; uma síntese para a Educação Ambiental
 
Implantação de trilhas subaquáticas
Implantação de trilhas subaquáticas Implantação de trilhas subaquáticas
Implantação de trilhas subaquáticas
 
Avaliação de curso em Educação Ambiental
Avaliação de curso em Educação Ambiental Avaliação de curso em Educação Ambiental
Avaliação de curso em Educação Ambiental
 
Percepção ambiental de mergulhadores
Percepção ambiental de  mergulhadores Percepção ambiental de  mergulhadores
Percepção ambiental de mergulhadores
 
Modelos de Educação Ambiental Marinha no Brasil
Modelos de Educação Ambiental Marinha no Brasil Modelos de Educação Ambiental Marinha no Brasil
Modelos de Educação Ambiental Marinha no Brasil
 
Efeitos negativos de mergulhadores com snorkell
Efeitos negativos de mergulhadores com snorkell Efeitos negativos de mergulhadores com snorkell
Efeitos negativos de mergulhadores com snorkell
 
Educação Ambiental pelo ecoturismo numa trilha marinha
Educação Ambiental pelo ecoturismo numa trilha marinha Educação Ambiental pelo ecoturismo numa trilha marinha
Educação Ambiental pelo ecoturismo numa trilha marinha
 
Educação Ambiental Emancipatória pelo Ecoturismo Marinho na Área de Proteção ...
Educação Ambiental Emancipatória pelo Ecoturismo Marinho na Área de Proteção ...Educação Ambiental Emancipatória pelo Ecoturismo Marinho na Área de Proteção ...
Educação Ambiental Emancipatória pelo Ecoturismo Marinho na Área de Proteção ...
 
Percepções de Educação Ambiental e Ecoturismo
Percepções de Educação Ambiental e Ecoturismo  Percepções de Educação Ambiental e Ecoturismo
Percepções de Educação Ambiental e Ecoturismo
 
Ecoturismo Marinho no Brasil
Ecoturismo Marinho no BrasilEcoturismo Marinho no Brasil
Ecoturismo Marinho no Brasil
 
Capa contrato socialciencia
Capa contrato socialcienciaCapa contrato socialciencia
Capa contrato socialciencia
 
Capa livroavaliacaopedrini
Capa livroavaliacaopedriniCapa livroavaliacaopedrini
Capa livroavaliacaopedrini
 
Cópia de eae bcapa livroexcelente resolução
Cópia de eae bcapa livroexcelente resoluçãoCópia de eae bcapa livroexcelente resolução
Cópia de eae bcapa livroexcelente resolução
 
Metodologias em ea
Metodologias em eaMetodologias em ea
Metodologias em ea
 
Capa ea ecoturismo
Capa ea ecoturismoCapa ea ecoturismo
Capa ea ecoturismo
 
Resumo vi fbea 2009 coceap
Resumo vi fbea 2009 coceapResumo vi fbea 2009 coceap
Resumo vi fbea 2009 coceap
 
Resumo a construção interdisciplinar de um livro em ea
Resumo a construção interdisciplinar de um livro em eaResumo a construção interdisciplinar de um livro em ea
Resumo a construção interdisciplinar de um livro em ea
 
Pelliccione, pedrini e kelecon 2009 iv simp intma 09
Pelliccione, pedrini e kelecon 2009  iv simp intma 09Pelliccione, pedrini e kelecon 2009  iv simp intma 09
Pelliccione, pedrini e kelecon 2009 iv simp intma 09
 
Pedrini peia impacto snorkel art1v20
Pedrini peia impacto snorkel art1v20Pedrini peia impacto snorkel art1v20
Pedrini peia impacto snorkel art1v20
 

Educação Ambiental para Mudanças Climáticas

  • 1. Anais do VI FÓRUM NACIONAL DO MEIO AMBIENTE/XVI SEMANA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL, Santa Rosa (RS), 31.05-03.06/09. EUCAÇÃO AMBIENTAL PARA SOCIEDADES SUSTENTÁVEIS E RESPONSABILIDADE GLOBAL NO ENFRENTAMENTO DOS EFEITOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS: UMA PROPOSTA AO BRASIL. Alexandre de Gusmão Pedrini Laboratório de Ficologia e Educação Ambiental, Departamento de Biologia Vegetal, Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes Universidade do Estado do Rio de Janeiro pedrini@uerj.br Resumo O caos socioambiental instalado no Planeta Terra se deve em grande parte às mudanças globais negativas que vem sendo causadas desde a Revolução Industrial. As Mudanças Climáticas (MCs), especialmente, o Aquecimento Global (AG) já vem causando vários malefícios planetários, ensejando uma nova ordem internacional baseada no paradigma da Sociedade Sustentável. O Brasil possui vários instrumentos legais, como políticas, programas e planos, tanto na área ambiental como nas MCs e na educação. Porém, inexistem mecanismos articuladores entre esses meios legais e normativos para sua perfeita eficácia. O modelo da Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global (EASS) impõe-se como a única possibilidade de educação para o enfrentamento do AG. Suas características conceituais são: a) emancipatória; b) transformadora; c) interdisciplinar; d) contextualizadora; e) permanente; f) ética; g) globalizadora e h) participativa. Inexistem praticamente relatos de trabalhos com EA x MCs. Espera-se que as autoridades responsáveis em promover pesquisas e ações de EASS no contexto das MCs cumpram a legislação e as normas em vigor. A EASS possui vigor e riqueza para servir como instrumento transversal para a solução a curto, médio e longo prazos dos graves problemas socioambientais causados, principalmente, pelo Aquecimento Global. Palavras-Chave: Educação Ambiental, Mudanças Climáticas, Aquecimento Global, políticas públicas.
  • 2. 2 Introdução As mudanças globais vêm sendo denunciadas há séculos, mas nas últimas décadas o caos socioambiental se instalou a despeito dos alarmes dos cientistas. Os principais causadores das mudanças globais negativas, ou seja, os empresários ou seus prepostos vêm tentando desacreditar os cientistas, acusando-os de serem exagerados, pessimistas e apocalípticos. Mas qualquer pessoa pode identificar graves mudanças, por exemplo, no clima. Alguns poucos autores brasileiros vêm se debruçando sobre esse tema (MARENGO, 2007; BUCKERIDGE, 2008). Figura 1: Fontes principais das emissões de CO2 e Metano no Brasil em 1994.
  • 3. 3 A Fig. 1 mostra que as emissões brasileiras são causadas essencialmente por mal uso da terra como queimadas no caso do CO2 e pela agropecuária no caso do Metano. Protestos contras as mudanças climáticas tem sido cotidianos na mídia tanto científica como pela televisão, filmes, desenhos animados, jornais, revistas, etc, manifestados também por cientistas de centenas de universidades e de ativistas de Organizações Não-Governamentais (ONGs) e vem se multiplicando a cada dia. A questão ambiental deixou de ser assunto só de pesquisadores e ativistas ambientais e sociais, passando a integrar pautas de setores econômicos e políticos. Muitos dos coletivos empresariais perceberam que os cientistas não estavam nem estão brincando com o apocalipse socioambiental. Assim, a busca pela solução dos efeitos nefastos das mudanças ambientais globais, em especial das mudanças climáticas (MCs) é assunto urgente, inevitável e de responsabilidade planetária. Todos os meios, técnicas e recursos devem ser adotados imediatamente com o fim de minimizar, extinguir os efeitos previsíveis e imediatos de holocausto da humanidade (PEDRINI, 2008a) e planejar como adaptar a civilização humana para seus atuais efeitos. No contexto das MCs, onde os recursos ambientais são dilacerados irreversivelmente, a fiscalização e a Educação Ambiental (EA) vem sendo timidamente apoiadas em todo o mundo, principalmente nos países mais expropriados. A EA brasileira é rica de instrumentos legais como a Política Nacional de EA (PNEA) que foi regulamentada com suas incoerências técnicas (cf. PEDRINI, 2004), mas não deixa de ser um avanço inestimável. A aprovação da PNEA ensejou a criação de políticas estaduais e municipais, proporcionando um efeito de “bola de neve” no território brasileiro. Apesar disso, as restritas avaliações que são feitas quanto à eficácia da EA no Brasil (PEDRINI e JUSTEN, 2006) sugerem que ela apenas sensibiliza e informa o cidadão nos diferentes contextos que ele vive. Porém, a EASS sendo um processo pedagógico demora a dar resultados a curto prazo, mas continua sendo a grande esperança para a emancipação do cidadão e a mudança de hábitos, posturas e condutas humanas. O segundo Programa Nacional de EA (ProNEA), segundo Brasil (2005) construído com múltiplas mãos da maioria dos confins brasileiros trouxe grandes avanços para a operacionalização da PNEA. O ProNEA adotou a base conceitual do Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global (TEASS) aprovado na Rio-92 de modo democrático e como um grito de esperança do contexto latinoamericano. Traçou planos de ação e metas para variados atores sociais e contextos onde a Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global (EASS) deve ser
  • 4. 4 assumida e praticada. A operacionalização de suas premissas vem sendo proposta por diferentes educadores (CZAPSKI, 1988; MADUREIRA e TAGLIANI, 1998; PEDRINI e BRITO, 2006; PEDRINI, 2008b). Porém, o tema EA x MCs é ainda exíguo no Brasil e esse artigo busca sintetizar alguns elementos para propor essa construção coletiva para os variados atores sociais envolvidos, ou seja: cientistas, empresários, governos, políticos e mídias. O próximo capítulo apresenta algumas publicações emblemáticas de amplo acesso público e comenta seu conteúdo tentando correlacioná-lo com o contexto da EA. Objetiva também incentivar a que interessados nessa área possam buscar essa informação nas suas fontes. 1.Literatura Emblemática Brasileira(LEB) e do que ela aborda A produção bibliográfica brasileira tanto das MCs como dela com a EA, inacreditavelmente, é escassa. Parece até que o tema não é urgente ou emergencial. Mas, serão apresentadas algumas delas que podem ser consideradas emblemáticas, tanto por serem de qualidade como por serem facilmente obtidas pela Internet, gratuitamente ou não. 1.1. No plano governamental federal No plano governamental federal, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) vem editando interessantíssimas publicações sobre MCs (BRASIL 2008a,b e MARENGO, 2007). Em Brasil (2008a) pode-se conhecer a publicação mais importante que o governo brasileiro já pode editar, ou seja, o Plano Nacional de Mudança do Clima (PNMC). Mesmo sendo um instrumento da Política Nacional de Mudança do Clima, que ainda não foi aprovada, é resultado do trabalho de quinze ministérios, Casa Civil e Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República do Brasil associados ao Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas. O processo de elaboração desse plano envolveu o esforço do Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM), da Comissão Mista Especial de Mudanças Climáticas do Congresso Nacional, do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC) e os delegados da III Conferência Nacional do Meio Ambiente (III CNMA). As deliberações dessa conferência (BRASIL, 2008b) que tratou sobre as MCs foram derivadas de cerca de 570 conferências municipais, 152 regionais e 26 estaduais, envolvendo cerca de 120 mil pessoas. No entanto, seus resultados se baseiam em estatísticas desatualizadas de 1994 e mais dez anos podem fazer muita diferença. Mas são apresentados sete grandes objetivos específicos:
  • 5. 5 a) fomentar aumentos de eficiência no desempenho dos setores da economia na busca constante do alcance das melhores práticas; b) buscar manter elevada a participação de energia renovável na matriz elétrica, preservando posição de destaque que o Brasil sempre ocupou no cenário internacional; c) fomentar o aumento sustentável da participação de biocombustíveis na matriz de transportes nacional e, ainda, atuar com vistas à estruturação de um mercado internacional de biocombustíveis sustentáveis; d) buscar a redução sustentada das taxas de desmatamento, em sua média quadrienal, em todos os biomas brasileiros, até que se atinja o desmatamento ilegal zero; e) eliminar a perda líquida da área de cobertura florestal no Brasil, até 2015; f) fortalecer ações interssetoriais voltadas para redução das vulnerabilidades das populações. g) procurar identificar os impactos ambientais decorrentes da mudança do clima e fomentar o desenvolvimento de pesquisas científicas para que se possa traçar uma estratégia que minimize os custos socioeconômicos de adaptação do País. As estratégias para enfrentar e tentar atingir os setes objetivos acima listados são: a) As oportunidades de mitigação em variados setores; b) Identificação de impactos, mapeamento das vulnerabilidades e as possibilidades de adaptação do clima; c) Realização de pesquisas e desenvolvimento; d) Ações de Educação Ambiental; e) Usar instrumentos existentes para implementação das ações planejadas. Cabe destacar que esse é o primeiro plano governamental fora do contexto da EA que trata dela, dando-lhe o justo realce. Porém, nota-se claramente que apenas o Ministério da Educação através de sua Coordenação-Geral de Educação Ambiental graças ao Programa
  • 6. 6 Vamos Cuidar das Escolas é que vem fazendo grandes esforços com ações em EA e MCs. O MMA, bem como seus órgãos, como o IBAMA, Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) e Agência Nacional de Águas (ANA) estão demasiadamente carentes em ações de EA e MCs. Pode ser que o Fundo Nacional do Meio Ambiente numa de suas linhas de financiamento em Qualidade Ambiental tenha apoiado financeiramente algum projeto ou ação nesse sentido, mas como ele não publica amplamente nem incentiva a feitura de sínteses sobre seus apoios nada se sabe de efetivo. Nas centenas de deliberações da II CNMA que teve como tema as MCs dezenas delas foram exclusivamente sobre EA x MCs, e, pasmem, nada foi feito, respeitando as 120 mil pessoas que as subscreveram. É um total desprezo pelo escasso dinheiro da sociedade, sugerindo que esses eventos só servem para criar decepções entre os que deles participam. A taxa de implementação dessas deliberações deve ser baixíssima! De fato, os setes objetivos específicos e as estratégias acima listadas são insuficientes, mas se atingidos serão grandes conquistas socioambientais para o povo brasileiro. De fato, o verdadeiro problema a ser resolvido não foi elencado que seria uma mudança na postura empresarial frente à sua responsabilidade socioambiental planetária, pois quando a natureza já estiver em situação calamitosa não haverá retorno à situação pré-industrial mesmo que as empresas passem a ter uma conduta adequada. Não há mais tempo a perder! 1.2. No plano Governamental Estadual No plano governamental de alguns estados como os do sul e sudeste há farta distribuição de panfletos coloridos do que os governos vêem fazendo ou planejando fazer. O Estado e o Município do Rio de Janeiro possuem, além de pôsteres e cartazes panfletários, alguma literatura publicada importante. No Estado do Rio de Janeiro a SEA/RJ possui uma Superintendência do Clima e Mercado de Carbono que já fez algumas atividades importantes a despeito de sua falta de verba, de pessoal e instalações necessárias. Sua grande contribuição está sendo a promoção de encontros técnicos para aperfeiçoar seu anteprojeto de Lei Estadual de Mudanças Climáticas. Promoveram também um workshop sobre mitigação e oportunidades sobre o quarto relatório do IPCC em 2007, publicando CD-ROM com os anais do encontro. Num dos panfletos da SEA/RJ está sendo divulgado que estão sendo feitos estudos para identificar os níveis atuais de emissão de gases de efeito estufa no território fluminense e mapear seus cenários possíveis. A primeira parte que trata da quantificação das emissões foi concluída e publicada num relatório exarado em 2007 (ROVÉRE, 2007). Em 2005, o Estado
  • 7. 7 do Rio de Janeiro foi responsável pela liberação para a atmosfera de 56,9 milhões de toneladas de gás carbônico, devidas, principalmente, à queima de combustíveis fósseis – gás natural, óleo diesel, coque, gasolina e gás liquefeito de petróleo (GLP). Foi a primeira vez que um estado brasileiro elaborou um inventário das suas emissões de gases de efeito estufa que intensificam o aquecimento global. Muitas propostas de ações mitigadoras já estão sendo implantadas no Estado do Rio de Janeiro, pelo governo estadual, sendo apresentados na reunião do IPCC, em Bali, na Indonésia, em 8 de dezembro de 2008. O governo fluminense possui dois projetos extremamente importantes no campo das MCs: a) Projeto Evolução das Emissões de Gases de Efeito Estufa no Estado do Rio de Janeiro e Alternativas para sua Redução e b) Projeto de Vulnerabilidades do Estado do RJ às mudanças climáticas globais, envolvendo: saúde/social, recursos hídricos, elevação dos níveis dos mares e florestas. No entanto, a parte de EA x MCs continua incipiente ou desconhecida. 1.3. No Plano Governamental Municipal No governo municipal da cidade do Rio de Janeiro existem algumas publicações muito importantes que abordam o problema do AG numa cidade de modo emblemático (ROVÉRE, 2000; GUSMÃO; CARMO; VIANNA, 2008). O interessantíssimo inventário sobre as emissões de gases de efeito estufa no contexto do município do Rio de Janeiro de Rovére (2000) apresenta números contundentes e que não podem ser menosprezados. As emissões foram quantificadas em cerca de 7,6 milhões de toneladas de gás carbônico entre 1990-1998, sendo que nessa década as emissões de metano apresentaram um crescimento de cerca de 5 % ao ano. Esse inventário complementa e particulariza para a cidade do Rio de Janeiro o Inventário realizado para o território brasileiro pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (BRASIL, 2004). Gusmão et al (2008) formularam importante publicação propondo um cenário para os próximos cem anos do AG sobre a cidade carioca. Propuseram uma agenda ambiental municipal urbana, prospectaram efeitos prováveis da subida do nível do mar na cidade, apresentaram a vulnerabilidade dos variados ecossistemas locais, dentre outros temas igualmente relevantes, tracejando um excelente panorama dos efeitos prováveis da ação do AG na cidade. No entanto, esses estudos não estão sendo considerados nos programas ambientais, de saúde coletiva e de controle de poluição, sendo apenas publicações para o amplo esclarecimento do público técnico e sem maiores efeitos na implementação das políticas
  • 8. 8 públicas municipais. A prefeitura, de fato, apenas financiou as pesquisas e a projeção de cenários, mas não deu continuidade a nada. 2.Políticas/Programas/Planos Federais de Interesse Em escala federal há políticas, programas e planos que já se anteciparam e mesmo sem se referirem nominalmente às MCs já vem colaborando para minimizar os efeitos da poluição atmosférica. Essas políticas podem ser agrupadas por aquelas que terão efeito de longo prazo, como as educacionais, e as de curto prazo, como as industriais. Serão apresentados alguns programas federais em execução que já estão reduzindo os efeitos das MCs. 3.1. Programas federais em execução para redução dos efeitos das MCs. O trabalho de Rovére (2008) evidenciou que já existem vários programas e planos governamentais federais que são uma demonstração inequívoca da preocupação estatal para enfrentar e mitigar os efeitos maléficos das MCs . São exemplos: a) Proálcool; b) Programa Nacional de Biodiesel; c) Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa); d) Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Pro-cel); e) Programa Nacional de Racionalização do Uso de Derivados de Petróleo e do Gás Natural (Conpet); f) Programa de Etiquetagem de Aparelhos Domésticos a Gás (Peadg). Esses programas induzirão à redução de 14% das emissões de CO2 e da queima de combustíveis fósseis em 2020. Rovére (op.cit.) também revelou que a consolidação desses programas e a adoção de ações complementares de eficácia energética aumentariam o índice acima para 29%. É o que ele denominou de quantificação das emissões evitadas, que poderiam ter existido caso tivesse havido seqüência da tendência histórica e que foram neutralizadas por políticas governamentais ou iniciativas privadas. A maioria dessas emissões evitadas foi financiada por iniciativas nacionais e não envolveu o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) criado pelo Protocolo de Quioto, no qual, países em desenvolvimento poderiam vender aos países ricos as suas reduções nas emissões obtidas por meio de projetos aprovados por especialistas. O Proinfa (iniciado em 2002), estabeleceu metas até 2022, para que 10% do total da eletricidade seja a partir de fontes alternativas. O Conpet utilizou um sistema de inspeções e testes nos veículos de transporte de combustível da Petrobras, reduzindo o uso de diesel em 15%. O Peadg exige que os fogões e aquecedores a gás fossem rotulados para eficiência de
  • 9. 9 energia. Esses programas indicam redução de 147 milhões/toneladas de gazes, o equivalente a mais que o total das emissões de 2000 em várias áreas energéticas brasileiras. 3. Experiências brasileiras (escritas) sobre EA x MC São limitadíssimos trabalhos emblemáticos sobre a EA x MCs. Vieira e Bazzo (2005) relatam caso da EA com o AG na sala de aula, exibindo metodologia científica com forte componente epistemológico. O Quadro 1 sistematiza sua experiência. Quadro 1: Descrição metodológica da EA com o AG, segundo Vieira e Bazzo (2005).
  • 10. 10 Na esteira do trabalho de Vieira e Bazzo (2005) foi desenvolvida a pesquisa de Pedrini e Saba (2008), tendo, porém, a originalidade de ser desenvolvido no contexto da Língua Inglesa. Pedrini e Saba (2008) propuseram uma metodologia para abordar a principal problemática das MCs, ou seja, o Aquecimento Global (AG). O trabalho foi feito em três momentos, em seis turmas de primeiro e segundo anos do Ensino Médio. No primeiro momento foi comunicado aos alunos que seria exibida uma síntese de cerca de 40 minutos do vídeo-documentário sobre os efeitos do AG da Terra. Esse filme é intitulado “Uma Verdade Inconveniente (“An Inconvenient Truth”) apresentado pelo ex-vice-presidente norteamericano Al Gore. Ao final do vídeo foi apresentada a música-tema cantada por Melissa Etheridge intitulada “I need to wake up”. Antes da exibição os alunos foram orientados a: a) anotar palavras chave em inglês usadas no filme, como expressões idiomáticas e palavras desconhecidas; b) pontuassem quais assuntos os atingissem diretamente ou que fossem temas que jamais eles tivessem ouvido falar. Em seguida, foi feita a projeção de uma parte do filme inserido após ele ter sido concluído, apresentando os seus efeitos nos EUA, visando sensibilizar o alunado para a questão ambiental e informá-los sobre os efeitos do AG. Não foi exibido todo o filme, pois ele ultrapassaria o tempo regular da aula de inglês. Essa parte do documentário aborda os seguintes temas: Furacões, Temperatura Global, Acidificação dos Oceanos, Crescimento Populacional, Terremotos Glaciais, Incêndios Florestais, Solo Desertificado e Derretimento do Solo Congelado. Encerrada a projeção os temas acima expostos foram sorteados entre os grupos de 6-7 componentes para que expusessem e debatessem entre si suas opiniões sobre o filme e relatassem as questões ambientais que eles conheciam no contexto de suas comunidades. Durante o debate a problemática ambiental foi discutida intensamente e ao final, um aluno-relator de cada grupo expôs as conclusões do seu grupo. Encerradas as apresentações, o professor apresentou no quadro alguns sítios da Internet relacionados com a questão ambiental para que os alunos, em casa ou no Laboratório de Informática da escola aumentassem o seu conhecimento sobre a questão ambiental e sobre o tema de seu grupo. O trabalho em casa foi o segundo momento da atividade. A experiência mostrou que os alunos sentiram-se motivados e envolvidos pela questão ambiental e receberam informações atualizadas sobre o AG e seus efeitos sobre o ambiente. A mudança de postura frente aos problemas ambientais foi identificada na maioria dos alunos, sendo que um deles teve uma mudança radical frente a essa questão. Após a atividade, ele se mobilizou a difundir os problemas ambientais em sua comunidade, alertando as pessoas sobre os efeitos nefastos iminentes do AG. Tal resultado mostrou que houve mudança de atitude dos alunos. Percebeu-se também, em cada um, o respeito a todas as formas de vida do planeta.
  • 11. 11 Foram observadas conexões com outras disciplinas, integrando diferentes saberes, unindo as Ciências através da Língua Inglesa. Por exemplo, no caso da Biologia verificou-se o impacto da poluição nos organismos. Na Química, conhecendo os agentes químicos poluidores e suas respectivas fórmulas moleculares. Na Geografia, identificando os locais onde ocorre maior incidência de desastres ambientais e de variadas formas de degradação e poluição. Com a Língua Inglesa foi possível identificar de vocábulos novos, encontrar termos técnicos em Inglês e descobrir expressões idiomáticas usadas na temática ambiental. Com a integração de todo o conhecimento acumulado foi possível formularem os seus resumos e os cartazes usados na apresentação oral do Seminário. Isso nada mais mostra a capacidade da Língua Inglesa ensejar a transversalidade do tema ambiental no ensino formal. Os alunos conseguiram adquirir conhecimentos relativos aos graves problemas ambientais, pelos quais o nosso planeta vem passando, através da pesquisa em sites, leitura de revistas, jornais e periódicos, onde eles puderam se inteirar de tais questões, refletir sobre suas causas e a gravidade e extensão de suas conseqüências.Através de debates em sala de aula, tentaram chegar a possíveis soluções,cada um participando de forma efetiva,colaborando com idéias, sugestões e mesmo citando suas próprias experiências,vividas em suas comunidades. Considerando e respeitando as diferentes formas de vida do planeta, analisaram, também, o impacto nelas causado pelo desrespeito à natureza, com a poluição de suas águas, seu solo e atmosfera. Então, conseguiram despertar e sensibilizar nos seus círculos comunitários o tema ambiental através do AG, ensejando a conscientização de outros grupos afins, através de conversas informais com vizinhos, amigos, colegas de outras turmas, familiares e conhecidos de lugares onde freqüentam. Deboni (2008) apresentou reflexões sobre a questão das mudanças globais (também centrado no AG) e a EA. Ele apresentou uma série de conjecturas sobre a EA e a mídia, propondo aos educadores ambientais: a) aprofundar o tema em termos teórico-conceituais não se limitando a repetir o que é visto na TV ou em filmes como “Uma Verdade Inconveniente”, que tem um caráter visivelmente de autopromoção do Al Gore, devendo explorar profundamente a questão do AG; b) questionar urgentemente abordagens pragmáticas e propor soluções mais pensadas e de longo prazo; c) buscar um pacto articulado em diferentes níveis espaço-temporais, potencializando a EA; d) avaliar se a EA brasileira está contribuindo para a solução do AG; e) verificar onde e como a questão das mudanças climáticas está sendo trabalhada no país; f) identificar o montante de recursos financeiros aplicados pelo Brasil para a questão do AG; g) há educadores ambientais capacitados para abordar com eficácia o AG?; h) o que os variados atores sociais estão fazendo para enfrentar e solucionar essa questão no
  • 12. 12 Brasil? Desse modo, Deboni (op.cit.) enseja pesquisas no campo e incita os governos a assumirem suas responsabilidades para o aprofundamento dos estudos desse inestimável problema ambiental no contexto dos educadores ambientais brasileiros. Apesar da clareza dos pressupostos pedagógicos da EASS e de Tbilisi a confusão conceitual no seio dos educadores ambientais ainda é um fato (PEDRINI e DE-PAULA, 2008). Desse modo, pesquisas que possam apontar como operacionalizar a EASS nos diferentes contextos onde ela possa ser aplicada são demandas urgentes. Várias tem sido as tentativas ao longo do tempo (CZAPSKI, 1988; MADUREIRA e TAGLIANI, 1997; PEDRINI e BRITO, 2006; PEDRINI e PELLICCIONE, 2007; PEDRINI, 2007a,b, 2008a,b). No Quadro 2 são apresentados os oito indicadores conceituais qualificativos para o entendimento do que poderia ser um conceito mínimo de qualidade. Esses indicadores seriam uma tradução livre da essência dos principais pressupostos pedagógicos da Declaração de Tbilisi e do Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global (TEASS). Quadro 2. Indicadores de Qualidade Conceitual da EASS e suas descrições operacionais. IQC Descrição do indicador 1. EA emancipatória Capaz de possibilitar indivíduo/coletividade adquirirem conhecimentos, valores, habilidades, experiências e a determinação para o cidadão enfrentar e participar da solução de problemas socioambientais locais/globais, porém com geração de renda; 2. EA transformadora Capaz de possibilitar a mudança de atitudes, hábitos, condutas e posturas para o desenvolvimento de Sociedades Sustentáveis; 3. EA participativa Capaz de estimular a participação do cidadão e sua coletividade em ações e mobilizações/projetos/programas/ações coletivas; 4. EA abrangente Capaz de envolver a totalidade dos grupos sociais envolvidos na questão em tela; 5. EA permanente Capaz de ser uma atividade continuada, pois o conhecimento se modifica;
  • 13. 13 6. EA contextualizadora Capaz de agir diretamente no contexto da coletividade e por ela alcançar a dimensão planetária; 7. EA ética Capaz de promover o respeito a todas as formas de vida do planeta. 8. EA interdisciplinar Capaz de integrar diferentes saberes, pois a questão ambiental agrega variados conhecimentos. O Quadro 2 mostra uma possibilidade dentre tantas de tipologizar características conceituais do que poderia ser uma EASS com qualidade (cf. PEDRINI, 2008). Presume-se que o setor industrial é que mais contribui para a impactação negativa da Terra, face a sua emissão de gases poluidores na atmosfera e assim a EASS tem que obrigatoriamente ser exigente e inegociável. Esses pressupostos acima delineados devem ser minimamente considerados como um referencial de qualidade a ser buscada. Pelliccione, Pedrini e Kelecom (2008) fizeram uma análise da EA praticada em empresas da região sudeste brasileira certificadas com a ISO 14001, que comprova uma gestão ambiental adequada e eficiente numa empresa. Apesar de enviarem um questionário de pesquisa a mais de 600 empresas, apenas trinta responderam e mostraram que o maior parque industrial brasileiro (região sudeste brasileira) desconhece o TEASS e o ProNEA. Suas idéias de EA (quando ela existe) nada mais são que atividades simplórias pedagogicamente desconectadas entre si e mostram uma visão fragmentada da questão ambiental e em nada aderem aos pressupostos da EASS. Essas evidências sugerem que as empresas emissoras de gases estufa em excesso não se utilizaram da EA para mitigar, adaptar ou extinguir os efeitos ruins do AG. 4.Proposta Orientadora Os IQCs apresentados no Quadro 2 disponibilizam ao cidadão e à coletividade uma possibilidade de planejamento de sua EASS com liberdade de criação de estratégias para que as MCs sejam enfrentadas através de um minucioso planejamento didático, conceitual e operacional que possam ser contextualizados às realidades variadas possíveis. Essas características conceituais deverão ser internalizadas nas práticas cotidianas do cidadão.
  • 14. 14 4.1.Sugestões de Práticas Cotidianas As sugestões foram feitas, mas necessitam amplo sinergismo: Escala Individual (pequenas atitudes fazem diferença na contabilidade coletiva) Escala Coletiva Familiar Amizades Colegas Bairro Irmãos Vizinhança Cidade Estado País Terra de credo A maioria das sugestões abaixo vem sendo apresentadas em folhetos e propagandas, tanto feitas pelos governos como pelas empresas. 4.1.1. Em relação aos Resíduos: Primeiro: Reduzir (p.ex. não aceitar embalagem para embrulhar como em remédios, balas, etc); Depois: Reutilizar (p. ex. escrever no verso de papéis de recado, etc); Depois: Reaproveitar (p.ex.; transformar seus baneres de eventos em bolsas de compras; pneus em vasos de plantas; latas em artesanato etc) E se não foi possível reduzir, reutilizar ou reaproveitar...Reciclar
  • 15. 15 4.1.2. Consumo Sustentável 1. Escolher produtos de empresas certificadas pela ISO 9000 (Qualidade) ou 14001 (Gestão Ambiental); 2. Levantar os antecedentes dos produtos que costuma usar para evitar comprar os que são de empresas que usam mão-de-obra escrava ou infantil; 3. Comprar produtos orgânicos, substituindo sua dieta alimentar com transgênicos e alimentos com agrotóxicos; 4. Substituir remédios químicos por aqueles que constam na lista do Ministério da Saúde como fitoterápicos das plantas medicinais brasileiras; 5. Aceitar remédios naturais do tipo florais e homeopáticos; 4.1.3. Atitudes Gerais 1. Visite os sites www.climatecrisis.net e www.energyguide.com para medir seu impacto negativo pessoal (“pegada ecológica”) individual e o segundo para ver como mitigá-lo ou extingui-lo; não deixe nenhum aparelho eletrodoméstico em “stand by”, pois ele fica consumindo energia sem estar em uso; DIAS (2002). 2. Só compre madeira certificada pelos órgãos ambientais, ajudando a diminuir o desmatamento ilegal. 3. Escolha o lazer aeróbico como fazer piqueniques ou passear ao ar livre ao invés de se trancar e ficar conectado a um computador. 4. Evite o consumo de carne vermelha, pois a sua produção emite muito mais CO2 do que a produção de plantas. 5. Ande sempre com caneca reutilizável, evitando compra de vasilhames PET ou copos de plástico:
  • 16. 16 6. Capacite-se em Mercado de Carbono para aprender a neutralizar as emissões das atividades humanas que não podem ser mudadas a curto e médio prazos; neutralize as emissões de sua universidade ou de sua residência, por exemplo. 7. Faça um levantamento sobre ONGs ambientalistas de sua região e filie-se a algumas delas, contribuindo financeiramente ou com seu trabalho voluntário; 8. Identifique quais são os políticos que foram eleitos com seu voto e verifique se eles têm alguma proposta para a área ambiental ou de saúde; 9. Formule coletivamente projetos de políticas públicas estaduais e municipais em MA, EA e MC e encaminhe ao legislativo ou executivo federal, estadual ou municipal; 10. Promova ciclo de debates sobre esses temas em sua região 4.1.4. Atitudes de Renovação (ambiental)Íntima As atitudes de renovação íntima são as mais difíceis, mas se queremos mudar os outros temos que nos modificar primeiro e ser o exemplo. Normalmente, ensejamos os outros (alunos, familiares, amigos, colegas, etc) a se modificarem, mas podemos ser péssimos exemplos, estragando toda a proposta rica da EASS. Abaixo, algumas medidas possíveis: 1. Divulgar amplamente suas mudanças internas com efeitos externos que correspondam a novos hábitos, posturas e condutas sobre aquilo que deseja mudar nos outros; 2. Promover ações permanentes de ajuda a seres vivos que lhe sejam próximos e que sejam/estejam pior que você; 3. Desenvolver sua espiritualidade, p.ex., desejando o bem a quem precisa através de seus pensamentos e orações, caso não possa ajudar em atos ou ajuda material;
  • 17. 17 4. Dedicar um período/horário semanal para disponibilizar suas competências a quem dela precisa e não pode pagar por ela, pois qualquer um de nós pode ajudar. 5. Considerações Finais Como apresentado ao longo desse artigo há vários instrumentos legais e normativos, em especial a Lei da Política Nacional de Meio Ambiente de número 6.938 de 1981 que se fosse realmente aplicada poderia ter evitado em grande parte o caos socioambiental em que vivemos atualmente. Políticas e Planos mais modernos e específicos, como a Política e o Plano Nacional de Mudança do Clima, estão sendo aprovados e normatizados, porém de modo muito lento como se as MCs fossem tema do futuro. A Política e o Programa Nacional de Educação Ambiental que abrangem questões como as MCs de modo implícito também não estão ensejando atitude e projetos ou ações contundentes de enfrentamento desse tema emergente e urgente. Acredita-se que haja muitas experiências pedagógicas sobre MCs x EA, porém elas não estão identificadas nem organizadas pelo Sistema Brasileiro de Educação Ambiental (SIBEA) nem pelas entidades debruçadas para implementação da EASS no Brasil. De fato, no levantamento bibliográfico realizado por esse trabalho em buscadores digitais clássicos só foram achadas as bibliografias citadas no presente trabalho. Como o Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) teve uma linha de financiamento induzida sobre MCs é bem possível que hajam experiências realizadas e não publicadas, já que o financiamento da EA ainda é deficiente (SOTERO e SORRENTINO, 2007). Assim, espera-se com o presente trabalho que as autoridades responsáveis em promover pesquisas e ações de EASS no contexto das MCs cumpram a legislação e as normas em vigor e utilizem a EASS como instrumento transversal para a solução a curto, médio e longo prazos dos graves problemas socioambientais causados, principalmente, pelo Aquecimento Global. 6. Agradecimentos À Dra. Nathalia Ghilardi-Lopes pela revisão desse texto. À Célia Carraro pelo envio de algumas fontes bibliográficas.
  • 18. 18 7. Bibliografia Citada BRASIL. Comunicação Nacional Inicial do Brasil à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. Brasília: Ministério de Ciência e Tecnologia, 2004, 276 p. BRASIL. Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA). Brasília: MMA/DEA, 2005. 102 p. BRASIL. Plano Nacional sobre Mudança do Clima – PNMC. Brasília: Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima, 2008a, 129 p. BRASIL. In: CONFERÊNCIA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE; MUDANÇAS CLIMÁTICAS, 1., Deliberações..., 7-10 de maio de 2008b, Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 200 p. BUCKERIDGE, M. S. (Org.) Biologia & Mudanças Climáticas. São Carlos: RiMa, 2008, 316 p. CZAPSKI, S. A Implantação da Educação Ambiental no Brasil. Brasília: Ministério de Educação e do Desporto, 1998, 166 p. DEBONI, F. E A Educação Ambiental frente às mudanças climáticas: organizar ou desorganizar? Notícias da América Latina e Caribe. (disponível em: http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?lang=PT&cod=26284; acesso: 23/02/2009 DIAS, G. F. Pegada Ecológica e sustentabilidade humana. São Paulo: Gaia, 2002, 257 p. GUSMÃO, P. P.; CARMO, P. S. do; VIANNA, S.B. Rio; o Aquecimento Global e a Cidade; próximos 100 anos. Rio de Janeiro: Instituto Pereira Passos, 2008, 229 p.
  • 19. 19 MADUREIRA, M. S. P.; TAGLIANI, P. R. Educação Ambiental Não-formal em Unidades de Conservação federais na Zona Costeira Brasileira: Uma Análise Crítica. Brasília: IBAMA, 1997, 109 p. MARENGO, J. A. Caracterização do clima no Século XX e Cenários Climáticos e na América do Sul para o Século XXI derivados dos Modelos Globais de Clima do IPCC. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2007. PEDRINI, A.de G. The National Public Policies with Environmental Education in Brazil: Evolutions and Perspectives. In: AZEITEIRO, U. et al (Orgs) World Trends in Environmental Education. Peter Lang Editors, 2004, p. 115-122. PEDRINI, A. de G. (Org.) Metodologias em Educação Ambiental. Petrópolis: Vozes, 2007a, 253 p. PEDRINI, A de G. Um caminho das pedras em Educação Ambiental. In: PEDRINI, A de G. (Org.) Metodologias em Educação Ambiental. Petrópolis: Vozes, 2007b. PEDRINI, A. de G. Mudanças globais e a educação ambiental para a construção de sociedades sustentáveis. In: CONFERÊNCIA DA TERRA, 1., Anais..., maio de 2008a, 12 p. PEDRINI, A. de G. (Org.). Educação Ambiental Empresarial no Brasil. São Carlos: RiMa, 2008b, 346 p. PEDRINI, A de G.; JUSTEN, L. Avaliação em EA no contexto ibero-americano; estudo exploratório. In: CONGRESSO IBERO-AMERICANO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL, 5., Anais..., 2006. PEDRINI, A de G.; BRITO, M. I. M. S. Educação Ambiental para o desenvolvimento ou sociedade sustentável? Uma breve reflexão para a América Latina. Revista Educação Ambiental em Ação, n. 17, 20 p., 2006.
  • 20. 20 PEDRINI, A. de G.; DE PAULA, J. C. Educação Ambiental; Críticas e Propostas. PEDRINI, A. de G. (Org.) 6 ed. Educação Ambiental: Reflexões e Práticas Contemporâneas. Petrópolis: Vozes, 2008. 294 p. PEDRINI, A. DE G.; SABA, M. G. Educação Ambiental e Mudanças Ambientais Globais; um relato de experiência com o documentário “uma verdade inconveniente” como estratégia no ensino de inglês numa escola pública. In: CONFERÊNCIA DA TERRA, 1., Anais...., 21- 24.05.2008, p. 101-105, João Pessoa, Paraíba, 14 p. PEDRINI, A. de G.; PELLICCIONE, N. B. B. Educação Ambiental Empresarial no Brasil: uma análise sobre sua qualidade conceitual em relatos bibliográficos. Mundo e Vida, Niterói, v. 11. 2007. PELLICCIONE, N. B. B.; PEDRINI, A. de G.; KELECOM, A. C. Educação Ambiental Empresarial: uma avaliação conceitual de práticas no sudeste brasileiro. In: PEDRINI, A.de G. (Org.). Educação Ambiental Empresarial no Brasil. São Carlos: RiMa, 2008. ROVÉRE, E. Inventário de Emissões de Gases do Efeito Estufa da Cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: SMAC, 2008, 104 p. SOTERO, J. P.; SORRENTINO, M. Por uma nova estratégia de financiamento da Educação Ambiental no Brasil. In: TATAGIBA, F.C. P.; LEME, T. N. (Coords.) O fortalecimento de fundos socioambientais; experiências e perspectivas. Brasília: MMA/FNMA, 2007, p.92-94. VIEIRA, K. R. C. F.; BAZZO, W. A. Discussões acerca do Aquecimento Global: uma proposta CTS para abordar esse tema controverso em sala de aula. Ciência & Ensino, v. 1, número especial, p. 1-12, nov-2007.