A apresentação faz parte do curso: Estrutura, fisiologia e bioquímica da pele aplicadas à ciência cosmética. Devido a questões éticas a pele do bebê acaba sendo pouco estudada. O objetivo da presente apresentação é o de apresentar a estrutura de pele do bebê que são relevantes do ponto de vista cosmético e de higiene pessoal.
REVISTA DE BIOLOGIA E CIÊNCIAS DA TERRA ISSN 1519-5228 - Artigo_Bioterra_V24_...
Fisiologia da pele do bebê
1. Estrutura, fisiologia e bioquímica da pele
aplicadas à ciência cosmética.
Alexandre Ferreira
A Pele do Bebê
2. Considerações Iniciais
• Ainda pouco se sabe sobre a fisiologia de
pele do bebê
– Aspectos éticos em realizar estudos em bebês
– Estudos usando métodos não invasivos
• Desenvolvimento do sistema imunológico
pouco compreendido
3. Desenvolvimento da Pele
Fecundação
23
semanas
0 32 4039
Pré-maturoNão Viável Maduro
3722
Desenvolvimento Epiderme
Parto
Barreira Não Funcional
Não completamente funcional:
• Glândulas sudoríparas
• Glândulas sebáceas
5. Fases Infância
Meses0 36
Recém Nascido
1 12 24
Amadurecimento Barreira Cutânea
Bebê Criança
Relação: Superfície/Volume corporal
risco de toxicidade
por absorção
percutânea de drogas
imaturidade
dos sistemas de
metabolização de drogas
6. Superfície/Volume corporal
• Maior quanto mais novo o Infante
– > susceptibilidade a agentes externos
– > perda transepidermal de líquidos
– < capacidade de manutenção da homeostase
– > absorção percutânea > Toxicidade sistêmica
7. Sensibilidade
• Excesso de secreções glandulares (suor e
sebo)
• Ácaros do pó da casa
• Bactérias do ambiente
• Fezes e urina acumuladas na área da
fralda
• Oclusão pelo material das fraldas
• Condições atmosféricas extremas
8. Características
• Desenvolvimento da epiderme e derme
não são completos no nascimento
– Passam por um processo de amadurecimento
na fase de bebê
• Termorregulação por vasoconstrição dos
capilares dérmicos é limitado
12. Glândula Sudorípara
• Completamente formada após fase
de recém nascido
• Menor sudorese por temperatura e
emocional (principalmente em recém
nascidos)
13. Glândulas sebáceas
• Muito ativa no último trimestre
da gestação
– Formação do vernix caseosa
• Após parto
– ↓ atividade glândulas sebáceas
14. Lipídeos
• ↓ lipídeos superficiais
– ↓ sebo
– Pode contribuir para um efeito barreira não
maduro
• Lipídeos camadas mais profundas
– Igual a adulto
15. Rugosidade e Hidratação
Tempo (dias)
30
HidrataçãoRugosidade
Suavização
0
• Maturação das
Glândulas
sudoríparas écrinas
• Outros Fatores
Até 2 anos > que
Adulto
• ↓ Quantidade de
NMF
• EC mais fino
• ↑ taxa de
descamação
• Estrutura da
superfície de pele
16. Derme e MEC
Matriz Extracelular
• Fibra de colágeno menos densa
• Sem diferenciação derme reticular
e papilar
• Maior conteúdo de proteoglicanos
• Maior retenção de água
17. pH
Tempo (dias)
90
ACIDIFICAÇÃO
0
• Contato líquido
Aminiótico
• ↓ quantidade de NMF
• Falta de flora bacteriana
• Imaturidade do sistema
enzimático do EC
5,5
7,5
2 30
Produção de
ácidos graxos
Quebra de
fosfolipídeos
Quebra de
Triglicerídeos
Quebra a
Filagrina
Produção de
Aminoácidos e
derivados
↑ [H+] Bombas de
H+/Na+
Produção de
ácido lático Glândula
Sudorípara
Significativo
pH pele Adulta
18. pH
ACIDIFICAÇÃO
Maturação e manutenção de uma barreira
cutânea funcional
Processamento de lipídeos por
enzimas sensíveis ao pH
Controle do processo de descamação do
estrato córneo (EC)
pH Alcalino
Regulação da proliferação de bactérias
Pele de recém nascido ou pele
em contato com fralda
↑ permeabilidade irritação
Infecção
por MOs
Degradação de
corneodesmossomos por serina-
proteases sensíveis ao pH
19. Sensorial
• Sistema sensorial da pele formado nos
primeiros meses de gestação
• Mesmo os prematuros mais imaturos são
capazes de sentir através da pele
20. Suscetibilidade ao UV
Estrato Córneo
• Mais hidratado
• ↓ espalhamento de luz
• Mais transparente
Epiderme
• Mais fina
Melanina
• ↓ quantidade
UV > Penetração
> Suscetibilidade à
danos
> Superfície/volume
Foto-proteção natural
• Não está madura
21. Preparações tópicas
para Bebê
• Muitas vezes produtos são testados
apenas em Adultos
• Apelos:
– “dermatologicamente testado”
– “pH balanceado”
– “ingredientes naturais ou orgânicos”
NÃO garantem a
segurança dos
ingredientes do
produto
22. Preparações tópicas
para Bebê
• Requerem cuidado especial na formulação
• Excluir ingredientes que possam constituir
potencial agressão cutânea
– perfumes e corantes Dermatite de contato
Estimular a ingestão
23. Composto Produto Risco
Triclosan
abonetes, desodorantes,
antissépticos
Mesmo risco de toxicidade de outros compostos
fenólicos
Propilenoglicol
Emolientes, agentes de
limpeza
Irritação e ardência cutânea. Uso enteral e
parenteral excessivo: risco de hiperosmolaridade
e convulsões
Cloreto de benzetônio Agentes de limpeza Envenenamento pela ingestão, carcinogênese
Glicerina
Emolientes, agentes de
limpeza
Hiperosmolaridade e convulsões
Lactato de amônio Esfoliante, emoliente Possível acidose lática
Coaltar
Xampus, produtos
queratolíticos
Risco de câncer pelo uso excessivo de
hidrocarbonetos aromáticos
Tetracaína Anestésico tópico Dermatite de contato
Etanol Soluções de limpeza oral Carcinogênese oral
Metilisotiazolina Xampus Defeitos neurológicos
Sódio lauril sulfato Sabonetes, xampus Irritação cutânea/dermatite de contato
Sódio laureth sulfato
Pastas de dente, sabonetes,
gel debanho, espuma de
banheira
Irritação cutânea/dermatite de contato
24. Veículos
Ação: absorventes, protetoras, secantes e minimizam a fricção
Exemplos: Óxidos de zinco e titânio, argila, caulim e amido
Não recomendada para bebes talco e pó de amido
risco de inalação acidental
irritação, pneumonite, com
formação de granuloma e
fibrose pulmonar
Pós
Suspensões
Ação: tratamento de dermatoses exsudativas e intertriginosas
Líquidos + pós
25. Veículos
Gorduras ou excipientes lipofílicos
Ação: propriedades oclusivas
Fluídas/óleos: óleo de amêndoas doces, parafina líquida
Não devem ser usadas em dermatoses inflamatórias
e/ou exsudativas, nem em pregas cutâneas
oclusão
↑ permeação
↑ possibilidade de irritação
Semi-sólidas: lanolina, vaselina
Sólidas: parafina sólida, ceras
26. Veículos
Emulsões
Multiplicidade de agentes cuja composição nem sempre é
conhecida
Irritante
água em óleo (A/O): fase aquosa < 45%; pomadas ou unguentos
óleo em água (O/A): fase aquosa > 45%; cremes e loções
Gordurosas e oclusivas
pele seca
xerose
eczema crônico
permitirem melhor
absorção do produto ativo
Dermatoses agudas, exsudativas
Pregas
Onde oclusão por emulsões
mais gordurosas não é
aconselhada
27. Cuidados com a Pele
• Uso de emolientes (hidratantes)
– ↓ a frequência de dermatite
– previne ressecamentos e fissuras
– ↓ a perda de água transepidermal
– melhora a integridade da pele
• Óleo de girassol
• Conter balanço fisiológico de lipídios epidérmicos
- melhorar a função de barreira epidérmica
28. Estratégia Emolientes
Emolientes
Contem ingredientes inativos:
• conservantes
• corantes
• perfumes
risco de irritação e sensibilização
Isentos dos
ingredientes
promovem
efeito lubrificante
Quando em locais
quentes e úmidos
• acne
• foliculite
• miliaria
• prurido
oclusiva
pomadaCreme e Loção
• fáceis de espalhar
• melhor aderência ao tratamento
• Promovem efeito umectante
29. Agentes de Limpeza
Sabões em barra
• são irritantes
• pH alcalino pode destruir a
camada superficial lipídica
• ressecamento cutâneo
• boa detergência
• bom poder emulsionante
• produzem bastante espuma
Sabões de Glicerinaumectante potente
Absorver água para fora da
pele, causando mais secura e
irritação cutânea
30. Outros Agentes de
Limpeza
Xampus
Não recomendados:
• Contem sabões
• Risco de remover o filme lipídico
• Causar sensibilização
Contato continuado com a pele:
• Pode lesar a barreira cutânea
• Pode provocando dermatite de
contato
Realizar enxague após o uso
Lenços umedecidos
Loções e
sabões antissépticos
Devem ser evitados
Inexiste formula pediátrica
padronizada.
• Suaves, apenas levemente detergentes,
com pH próximo neutro
• Evitar irritação nos olhos nem na pele
Uso de agentes anfotéricos, não
iônicos
Cabelo curto, fino e frágil:
• usar o mesmo produto pode ser
utilizado para o corpo
Não devem alterar as raízes do
cabelo ou agredir o couro
cabeludo
31. Agente Ideal
• Deve ser:
– Líquido
– suaves
– Sem sabão
– Sem fragrância
– pH neutro / ligeiramente ácido
– Não irritante – pele/olhos
– Não altere o manto ácido protetor da superfície cutânea
• Syndets - “sabões sem sabão”
• Adição de agente emoliente
32. Fotoproteção
• Evitar exposição até 6 meses
– ↑ relação Superfície/massa
– Possíveis diferenças em absorção, metabolismo
e excreção dos filtros solares
– Falta de produtos provados através de testes
de serem seguros para recém nascidos
• Aconselhamento de fotoproteção pelo
pediatra
33. Fotoprotetores
• Não existe fotoprotetor ideal
– Proteção solar
– Estabilidade física e fotoestabilidade
– Absorção cutânea
– Resistência microbiana
– Resistência à água
• Frequentemente uma propriedade dever
ser sacrificada em detrimento à outra
34. Fotoprotetores
• Deve ser:
– Não irritante para apele e olhos
– Foto estável e fácil de espalhar (universal)
– Transparência e resistência a água dispensável
– Ter o mínimo potencial de irritação e sensibilização
• Uso de filtros inorgânicos (menos irritantes)
• Reações adversas não tem sido avaliada (19%
em adultos)
• Poucos produtos no mercado satisfazem todas as
necessidades listadas.
35. Fotoprotetores
Emulsões a base de óleo
c/ filtro inorgânico
Mais oleosa, baixa aceitação, alta
acidez (pode causar irritação)
Minimizam a sensibilização,
irritação e penetração cutânea
Filtro, fragrância,
fotoestabilizadores, conservantes,
vários outros químicos da fórmula
• Novas estruturas para
incorporar filtros
inorgânicos
• Mas fácil aplicação
• Melhor aceitação em testes
clínicos
• Não testados em bebês