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ESTILO COLORIDO:
MODA, MÚSICA, CORES E
IDENTIDADE
Por Amanda Prado,
Graduanda em Moda - Universidade Estadual de Maringá
RESUMO:
 Potencial de comunicação das cores e a
importância que as mesmas têm para a moda.
 Analisar o fenômeno do “estilo colorido”
 “estilo colorido” X emo
 estudo da construção de identidades pós-
modernas: moda e o movimento de tribos urbanas.
INTRODUÇÃO:
 Estilo colorido?
O termo “banda colorida” refere-se a um fenômeno atual
da música pop brasileira, tendo se iniciado no fim da
década de 2000 e sendo divulgado pela mídia, tornando-
se comum para se referir à bandas de estilo teen pop, que
acabaram adquirindo popularidade no cenário da música
brasileira, com um grande fã-clube pré-adolescente, e ao
mesmo tempo sendo criticada ferozmente por outros
grupos.
O termo é justamente uma referência ao estilo de se vestir
dos integrantes das bandas consideradas pertencentes a
esse estilo musical, sempre caracterizada com um visual
"colorido".
 Emos?
o emocore antecedeu a onda colorida, e da mesma
forma influenciou o estilo de se vestir dos
adolescentes, porém em contraste com o visual
colorido, o estereótipo atribuído aos fãs desse outro
estilo musical, conhecidos como emos, é
caracterizado como melancólico, e vestem-se de
acordo com esse estado de espírito, ou seja,
predominantemente utilizam a cor preta para compor
o seu visual.
POSSÍVEIS RELAÇÕES: O QUE OS DIFERENTES
POSSUEM EM COMUM
 Oposições
-Discursos
-Cores
 Congruências
-Música
-Moda
AS CORES:
 GUIMARÃES (2000) coloca que a ideia de cor
depende da definição dada pela área de sua
aplicação, e assim como ele, definirei cor nesse
trabalho como uma informação visual causada por
um estímulo físico, percebida pelos olhos e
decodificada pelo cérebro. Ou seja, o estímulo
físico, a causa da cor, será decodificada pelo
cérebro, que transformará essa causa em
sensação, o efeito da cor.
FUNÇÕES:
 Potencial de discriminação, já que é possível
distinguir superfícies ou objetos através das cores;
 O poder de expressão, possível graças à vibração
psíquica que a cor exerce;
 Capacidade de significar, ou seja, representar
simbolicamente.
 FARINA (1990), “Se um indivíduo pensa,
consciente ou inconsciente, em uma cor em
relação a determinado uso que irá fazer dela é
evidente que sua reação não é diante da cor em si,
mas da cor em função de algo”.
 A cor agindo em função de roupas e acessórios
utilizados por “tribos urbanas” para a criação de
uma identidade.
MÚSICA E CONSTRUÇÃO DE
IDENTIDADE:
 A identidade social é formada a partir de grupos de
convívio, ou seja, as relações são construídas
através de interesses em comum.
 Extremamente relevante na adolescência.
 A música como forma de ingresso a um grupo,
mostrando aos demais, sejam adolescentes ou
adultos, qual é a sua “tribo”, quais são suas
preferências, e que já é capaz de fazer suas
próprias escolhas.
 Assim, dependendo da mensagem veiculada por
um estilo musical, os jovens podem se apropriar
desse discurso, e veiculá-lo através do seu modo
de vestir, e dessa maneira, constituir grupos e
tribos urbanas, como ocorre no caso das roupas e
acessórios coloridos, ou no caso dos emos.
TRIBOS E IDENTIDADES NA PÓS-
MODERNIDADE E O PAPEL DA MODA:
 o aspecto efêmero;
 a valoração da estética da imagem;
 a ausência de uma organização e estrutura cotidiana.
 A estética que se elabora na imagem pode ser caracterizada
como uma linguagem que impulsiona e favorece a formação
de pequenos grupos ou tribos, porém esses fatos tendem a
tornar essas identidades nômades, e o individualismo do
sujeito frágil, mas ainda assim percebe-se a eficácia da
aparência que assume a função de identificar e agrupar,
como se nota nos grupos que se vestem com determinados
tipos de roupas, por exemplo, no caso dos emos e dos
“coloridos”, que são grupos de pessoas que ouvem músicas
diferentes e veiculam discursos também distintos,
demonstrando tal fato claramente através do seu visual, já
que não são confundidos entre si, e facilmente identificados
em uma multidão.
ANÁLISE:
 Por tanto, o papel das cores
na composição do “estilo
colorido” dos adolescentes é
transmitir a mensagem que
esses jovens se apropriaram
ao adotar essa imagem,
lembrando-se do poder de
expressão das cores,
possível graças à
capacidade de significar.
 E para veicular seu discurso, os adolescentes que se
vestem com roupas e acessórios exageradamente
coloridos, fazem dessas cores, ao mesmo tempo
intensas e variadas, o símbolo dessa juventude que se
diz extremamente feliz e despreocupada com outra
coisa se não a própria felicidade através de ações
hedonistas e efêmeras.
 Tanto é verdade essa relação feita entre as cores e os
discursos veiculados simbolicamente através das
mesmas que, o estilo adotado pelas emos é
genericamente composto por cores escuras ou listras
pretas e brancas, além dos olhos escondidos por longas
franjas chapadas sobre os mesmos, ou seja, esse estilo
transmite através das cores tristeza, o oposto do “estilo
colorido”, assim como o discurso veiculado pelas músicas
do estilo emocore, carregado de melancolia.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Dado o exposto, percebemos que ao comparar o “estilo colorido” com o estilo
emo de se vestir, é possível relacionar o discurso veiculado através dos
conteúdos (distintos) das respectivas musicas de cada tribo urbana pós-moderna
que foram aqui apontadas, com estilo de se vestir, que acabou sendo
representado principalmente pelas cores de acordo com esse discurso específico.
Para CASTILHO (2004), a moda é um meio de comunicação, onde na construção
do corpo, assim como na das roupas de cada época, estão instalados os valores
que ganham forma e voga em configurações estéticas que se encadeiam
ciclicamente. A autora ainda afirma que na moda e por ela, os sujeitos mostram-
se, mostrando seus modos de ser e de estar no mundo, o que os posiciona neles,
salientando a importância da comunicação visual.
Confirmando esses apontamentos, através da análise feita nesse trabalho
podemos dizer que as cores podem assumir papéis de extrema importância na
construção da moda como meio de comunicação, já que as roupas e acessórios,
inclusive por suas cores possuem poder de expressão e capacidade de significar,
assim como no caso estudado.
REFERÊNCIAS:
CARDOZA, Isabela Fonseca. A sociedade pós-moderna e o fenômeno das tribos
urbanas. Lato & Sensu, Belém, v. 4, n. 1, p. 3-5, out, 2003.
CASTILHO, Kathia. Moda e Linguagem. São Paulo: Anhembi Morumbi, 2004.
FARINA, Modesto. Psicodinâmica das cores em comunicação. São Paulo: Edgard
Blücher, 1990.
GIDDENS, ANTHONY. Sociologia. Porto Alegre: Ed. Artmed, 2005, pp.38-45, 207.
GUIMARÃES, Luciano. A cor como informação. São Paulo: Annablume, 2001.
LIPOVETSKY, Gilles. A felicidade paradoxal. São Paulo: Companhia Das
Letras, 2007.
MOURA, Auro Sanson. Música e Construção de Identidade. In: Anais
ANPPOM, XVII Congresso, São Paulo, 2007.
<http://www.anppom.com.br/anais/anaiscongresso_anppom_2007/poster_educacao_
musical/poster_edmus_ASMoura.pdf > Acesso em: 25 nov. 2012

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Estilo colorido moda, música, cores e identidade

  • 1. ESTILO COLORIDO: MODA, MÚSICA, CORES E IDENTIDADE Por Amanda Prado, Graduanda em Moda - Universidade Estadual de Maringá
  • 2. RESUMO:  Potencial de comunicação das cores e a importância que as mesmas têm para a moda.  Analisar o fenômeno do “estilo colorido”  “estilo colorido” X emo  estudo da construção de identidades pós- modernas: moda e o movimento de tribos urbanas.
  • 3. INTRODUÇÃO:  Estilo colorido? O termo “banda colorida” refere-se a um fenômeno atual da música pop brasileira, tendo se iniciado no fim da década de 2000 e sendo divulgado pela mídia, tornando- se comum para se referir à bandas de estilo teen pop, que acabaram adquirindo popularidade no cenário da música brasileira, com um grande fã-clube pré-adolescente, e ao mesmo tempo sendo criticada ferozmente por outros grupos. O termo é justamente uma referência ao estilo de se vestir dos integrantes das bandas consideradas pertencentes a esse estilo musical, sempre caracterizada com um visual "colorido".
  • 4.
  • 5.  Emos? o emocore antecedeu a onda colorida, e da mesma forma influenciou o estilo de se vestir dos adolescentes, porém em contraste com o visual colorido, o estereótipo atribuído aos fãs desse outro estilo musical, conhecidos como emos, é caracterizado como melancólico, e vestem-se de acordo com esse estado de espírito, ou seja, predominantemente utilizam a cor preta para compor o seu visual.
  • 6.
  • 7. POSSÍVEIS RELAÇÕES: O QUE OS DIFERENTES POSSUEM EM COMUM  Oposições -Discursos -Cores  Congruências -Música -Moda
  • 8. AS CORES:  GUIMARÃES (2000) coloca que a ideia de cor depende da definição dada pela área de sua aplicação, e assim como ele, definirei cor nesse trabalho como uma informação visual causada por um estímulo físico, percebida pelos olhos e decodificada pelo cérebro. Ou seja, o estímulo físico, a causa da cor, será decodificada pelo cérebro, que transformará essa causa em sensação, o efeito da cor.
  • 9. FUNÇÕES:  Potencial de discriminação, já que é possível distinguir superfícies ou objetos através das cores;  O poder de expressão, possível graças à vibração psíquica que a cor exerce;  Capacidade de significar, ou seja, representar simbolicamente.
  • 10.  FARINA (1990), “Se um indivíduo pensa, consciente ou inconsciente, em uma cor em relação a determinado uso que irá fazer dela é evidente que sua reação não é diante da cor em si, mas da cor em função de algo”.  A cor agindo em função de roupas e acessórios utilizados por “tribos urbanas” para a criação de uma identidade.
  • 11. MÚSICA E CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADE:  A identidade social é formada a partir de grupos de convívio, ou seja, as relações são construídas através de interesses em comum.  Extremamente relevante na adolescência.  A música como forma de ingresso a um grupo, mostrando aos demais, sejam adolescentes ou adultos, qual é a sua “tribo”, quais são suas preferências, e que já é capaz de fazer suas próprias escolhas.
  • 12.  Assim, dependendo da mensagem veiculada por um estilo musical, os jovens podem se apropriar desse discurso, e veiculá-lo através do seu modo de vestir, e dessa maneira, constituir grupos e tribos urbanas, como ocorre no caso das roupas e acessórios coloridos, ou no caso dos emos.
  • 13. TRIBOS E IDENTIDADES NA PÓS- MODERNIDADE E O PAPEL DA MODA:  o aspecto efêmero;  a valoração da estética da imagem;  a ausência de uma organização e estrutura cotidiana.  A estética que se elabora na imagem pode ser caracterizada como uma linguagem que impulsiona e favorece a formação de pequenos grupos ou tribos, porém esses fatos tendem a tornar essas identidades nômades, e o individualismo do sujeito frágil, mas ainda assim percebe-se a eficácia da aparência que assume a função de identificar e agrupar, como se nota nos grupos que se vestem com determinados tipos de roupas, por exemplo, no caso dos emos e dos “coloridos”, que são grupos de pessoas que ouvem músicas diferentes e veiculam discursos também distintos, demonstrando tal fato claramente através do seu visual, já que não são confundidos entre si, e facilmente identificados em uma multidão.
  • 14. ANÁLISE:  Por tanto, o papel das cores na composição do “estilo colorido” dos adolescentes é transmitir a mensagem que esses jovens se apropriaram ao adotar essa imagem, lembrando-se do poder de expressão das cores, possível graças à capacidade de significar.
  • 15.  E para veicular seu discurso, os adolescentes que se vestem com roupas e acessórios exageradamente coloridos, fazem dessas cores, ao mesmo tempo intensas e variadas, o símbolo dessa juventude que se diz extremamente feliz e despreocupada com outra coisa se não a própria felicidade através de ações hedonistas e efêmeras.
  • 16.  Tanto é verdade essa relação feita entre as cores e os discursos veiculados simbolicamente através das mesmas que, o estilo adotado pelas emos é genericamente composto por cores escuras ou listras pretas e brancas, além dos olhos escondidos por longas franjas chapadas sobre os mesmos, ou seja, esse estilo transmite através das cores tristeza, o oposto do “estilo colorido”, assim como o discurso veiculado pelas músicas do estilo emocore, carregado de melancolia.
  • 17. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Dado o exposto, percebemos que ao comparar o “estilo colorido” com o estilo emo de se vestir, é possível relacionar o discurso veiculado através dos conteúdos (distintos) das respectivas musicas de cada tribo urbana pós-moderna que foram aqui apontadas, com estilo de se vestir, que acabou sendo representado principalmente pelas cores de acordo com esse discurso específico. Para CASTILHO (2004), a moda é um meio de comunicação, onde na construção do corpo, assim como na das roupas de cada época, estão instalados os valores que ganham forma e voga em configurações estéticas que se encadeiam ciclicamente. A autora ainda afirma que na moda e por ela, os sujeitos mostram- se, mostrando seus modos de ser e de estar no mundo, o que os posiciona neles, salientando a importância da comunicação visual. Confirmando esses apontamentos, através da análise feita nesse trabalho podemos dizer que as cores podem assumir papéis de extrema importância na construção da moda como meio de comunicação, já que as roupas e acessórios, inclusive por suas cores possuem poder de expressão e capacidade de significar, assim como no caso estudado.
  • 18.
  • 19. REFERÊNCIAS: CARDOZA, Isabela Fonseca. A sociedade pós-moderna e o fenômeno das tribos urbanas. Lato & Sensu, Belém, v. 4, n. 1, p. 3-5, out, 2003. CASTILHO, Kathia. Moda e Linguagem. São Paulo: Anhembi Morumbi, 2004. FARINA, Modesto. Psicodinâmica das cores em comunicação. São Paulo: Edgard Blücher, 1990. GIDDENS, ANTHONY. Sociologia. Porto Alegre: Ed. Artmed, 2005, pp.38-45, 207. GUIMARÃES, Luciano. A cor como informação. São Paulo: Annablume, 2001. LIPOVETSKY, Gilles. A felicidade paradoxal. São Paulo: Companhia Das Letras, 2007. MOURA, Auro Sanson. Música e Construção de Identidade. In: Anais ANPPOM, XVII Congresso, São Paulo, 2007. <http://www.anppom.com.br/anais/anaiscongresso_anppom_2007/poster_educacao_ musical/poster_edmus_ASMoura.pdf > Acesso em: 25 nov. 2012