2. • “Somente a energia e a determinação do
Governador Dom Luiz de Cáceres, a
competência e esforço dos engenheiros,
técnicos, operários e a compulsória mão-de-
obra escrava tornaram possível a construção
do Forte Príncipe, obra a serviço dos
homens D’El Rei, nosso senhor e, como tal,
por mais duro, por mais difícil e por mais
trabalhoso que isso dê... é serviço de
Portugal. E tem de se cumprir”.
3.
4. • O Forte Príncipe da Beira não é apenas
uma grande fortaleza, ele representa a
potência portuguesa ao construir uma
obra faraônica na região, com a intenção
de defender os limites portugueses, no
auge do Ciclo do Ouro, e também vigiar
sua inimiga, a Espanha que tencionava
atingir o Oceano Atlântico através dos rios
Guaporé e Paraguai.
5.
6. • Esta imponente obra de 970 metros de
extensão e 10 metros de altura, no coração da
Amazônia, nem mesmo chegou a ser
utilizada como base militar.
• A demora nas comunicações viriam a impedir
que a Capitania de Mato Grosso tomasse
conhecimento do tratado de Ildefonso –
firmado entre Portugal e Espanha. O tratado
legitimava o domínio da margem direita do
Guaporé a Portugal, tornando desnecessária
a empreitada, entretanto, o comunicado
chegaria a Vila Bela, com atraso de ano.
7.
8. • A disputa entre Portugal e Espanha vem de
1750, através do tratado firmado entre os dois
reinados, que defendia as linhas de fronteira do
rio Guaporé.
• O Forte Príncipe não foi a primeira construção
dessa envergadura na região, no entanto, foi a
mais dispendiosa e demorada, pois deveria
impor respeito ao inimigo, por sua localização
estratégica.
•
9.
10. • O rei de Portugal, Dom José I, já havia criado a
Capitania de Mato Grosso, cuja capital era Vila
Bela, e nomeou como governador, Dom Luiz de
Cáceres, em 1771.
• Luiz de Cáceres chegaria na capitania depois
de longos 13 meses de viagem, iniciando a
construção da fortaleza sobre forte pressão
política de seu rei e da proximidade do inimigo.
11.
12. • “A soberania e o respeito de Portugal impõem que
neste lugar se erga um forte, e isso é obra e
serviço dos homens de El-Rei...”, escreveria em
1776, ano em que foi iniciado a construção do
Forte.
• As dificuldades impostas pelas distâncias fluviais;
• a ausência de mão-de-obra especializada,
• e a ineficiente comunicação com Portugal
castigavam, mais não desencorajam a coroa
portuguesa que prosseguia com a obra.
13.
14. De Forte À Prisão
• A construção do Forte Príncipe da Beira remota da passagem
de flotilha de Pedro Teixeira pela embocadura do rio que
ele denominou das Madeiras, entre 1637-39,
• quando a coroa portuguesa resolveu ficar com a posse do
curso do rio Amazonas e de suas terras marginais até a
região de Paiamino, no rio Aguarico.
• A passagem do bandeirante Antonio Raposo Tavares, em
1648-52, pelas localidades que separam as bacias dos rios
Prata e Amazonas seguindo até as proximidades do Grão-
Pará, serviriam como base para a dominação portuguesa no
vale Guaporé.
15.
16. • Dom José I, rei de Portugal cria, em
1746, a capitania de Mato Grosso, esta
garantiu a posse para os portugueses
dessas terras, nomeando como seu
primeiro governador o capitão de
infantaria, D. Antônio Rolim de Moura.
• Inicia-se assim o ciclo de dominação e
destruição portuguesa na região.
17. • O tratado de Madri,
firmado entre Portugal
e Espanha (1750), que
definia as linhas de
fronteira do rio
Guaporé, nos anos
posteriores, não era
mais obedecido por
nenhum dos reinados
após a descoberta de
jazidas de ouro no
Vale do Guaporé.
18.
19. • Dom Luiz Cáceres é nomeado governador de
Mato Grosso, em 1772,
• gasta 13 meses e 14 dias para percorrer o Rio
de Janeiro até a Vila Bela, capital de Mato
Grosso.
• Um exemplo das dificuldades impostas pela
Amazônia e à destruição da localidade para
que os portugueses construíssem o Forte
Príncipe da Beira, que seria abandonado anos
depois quando Portugal, por motivos
financeiros e políticos, perdeu o interesse pela
região.
20.
21. • A construção do forte que assegurou o domínio
português, na margem direita do Guaporé e
permitiu a vigilância dos rios Guaporé e
Paraguai foi iniciada, em 1776, ainda no
governo de Luiz Cáceres e finalizada em 1783.
Com o fim do Ciclo do Ouro, no Vale Guaporé, e
a Proclamação da República o Forte Príncipe é
renegado ao esquecimento. Não havia mais
interesse em manter uma fortaleza na Amazônia.
22.
23. • O Forte Príncipe não é somente uma grande
fortaleza, ele é o marco da devastação e
prepotência de um reinado.
• ***Somente em 1914, através de Marechal
Cândido Rondon o forte voltaria a ser
lembrado, depois de servir durante muitos
anos como presídio e asilo dos desterrados
de Portugal.
24.
25. • Cândido Mariano da Silva Rondon lhe
procedeu trabalhos de limpeza da mata que a
asfixiara (GARRIDO, 1940:10).
• Demorou, entretanto, até 1930 para que uma
nova expedição do Exército brasileiro as
redescobrisse,
• voltando a guarnecê-las dois anos após, ali
instalando o Contingente Especial de
Fronteira do Forte Príncipe da Beira,
• que, em 1954, teve a sua designação
mudada para 7º Pelotão de Fronteira, e, em
1977, para 3º Pelotão Especial de Fronteira,
subordinado ao 6º Batalhão Especial de
Fronteira (s.a., 1983:14-15).
26. • Tombada desde 1950 pelo IPHAN, em 8 de
abril de 1983 em solenidade com a presença
do Presidente da República do Brasil,
General João Baptista de Figueiredo, e do
embaixador de Portugal, Adriano Carvalho,
sob salva de 21 tiros de canhão, foi assinado
Termo de Compromisso entre o Ministério
da Educação e Cultura, o Ministério do
Exército e o Governo de Rondônia visando
a restauração, conservação e utilização
do forte.
27.
28. • Técnicos do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional se responsabilizaram
pela pesquisa arqueológica (foi encontrado
material lítico pré-colombiano com c. 10 mil
anos de idade)
• e pelos levantamentos necessários à
elaboração do projeto de restauração, que
contou ainda com a participação de
consultores portugueses da Fundação
Calouste Gulbenkian (Professor Viana de
Lima),
29. • uma vez que todo o material iconográfico
de construção da fortaleza se encontra em
Portugal.
• O Ministério do Exército, através do 3º
Pelotão Especial de Fronteira ficou
responsável, à época, pelo apoio material
ao projeto.
30. Vídeo - Depoimentos
• Forte Príncipe da Beira – RO
• https://www.youtube.com/watch?v=-Vig-
NPCGak&ebc=ANyPxKqpn8iYiMgmo45iNItuKiWFjNi
G3OZaoamRXluTZcYNJmlrBeSTuqjRYHdPKW95VLdI
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31. Origem do nome
• "Príncipe do Brasil" era então o título do herdeiro ou
herdeira da coroa portuguesa, assim como "Príncipe
da Beira" era o título do seu primogênito ou
primogênita (i.e., privativo dos netos primogênitos sucessores
presuntivos na coroa dos Reis de Portugal).
• Assim, o forte, iniciado em 1776, foi batizado em
homenagem a D. José de Bragança, Príncipe do
Brasil, que então era ainda apenas Príncipe da
Beira, título que manteve brevemente até sua mãe,
Maria I de Portugal, subir ao trono no ano seguinte
(1777), quando ele próprio passou a Príncipe do
Brasil.
32.
33. • O Forte é um quadrado com 970m de perímetro,
muralhas de 10m de altura e seus quatro baluartes
são armados, cada um, com quatorze canhoneiras,
construído de acordo com o sistema Vauban.
• No entorno, um profundo fosso somente permitia
ingresso através de ponte levadiça que conduzia a
um portão com 3m de altura, aberto na muralha
norte.
• No interior haviam quatorze residências para o
comandante e os oficiais, além de capela, armazém
e depósitos.
CURIOSIDADES
34.
35. • A cor avermelhada da fortifização deve-se ao emprego, na
sua construção, de pedra de canga laterítica, abundante na
região.
* A pedra calcárea, utilizada nos arremates por exemplo, foi
transportada de Vila Maria e de Belém do Pará.
* Embora a cifra de trabalhadores seja de duzentos homens,
estima-se que pelo menos mil outros trabalhadores
estiveram envolvidos na sua edificação, entre indígenas
e escravos africanos.
* Os recursos para a edificação vieram, em grande parte,
das receitas geradas pela Companhia Geral de Comércio
do Grão-Pará e Maranhão.
36.
37. * Das inscrições nas paredes das antigas
masmorras, podem-se inferir alguns detalhes da
vida cotidiana na fortificação:
• No dia 18 de setembro de 1852, pelas duas horas da tarde, a
terra tremeu;
• Alguns prisioneiros usavam grossa e comprida corrente ao
pescoço;
• Os presos eventualmente recebiam auxílio, na forma de
esmolas, da população local.
38.
39. • Apenas para deixar evidente os imensos
sacrifícios exigidos para sua construção:
• quatro de seus canhões, de bronze e
calibre 24, enviados de Belém do Pará em
1825, através do rio Tapajós, levaram
cinco anos para alcançar seu destino.
40. Vídeo
• 7 Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo |
Forte do Príncipe da Beira | Brasil - Rondônia
• https://www.youtube.com/watch?v=tccWdN5zT9M