2. CONARH 2013
Monica Baumgarten de Bolle
Sócia-Diretora Galanto | MBB Consultoria
Managing Director Galanto | MBB Consultoria
A Inflação no Brasil: o Passado Recente, o Presente e o
Futuro
Inflation in Brazil: The Recent Past, the Present and the Future
3. A Égua da Noite
“Nightmare”, do significado arcaico para a palavra inglesa “mare”, refere-se a
um espírito maligno feminino que atormenta o seres humanos durante a
noite.
Por que não conseguimos nos livrar da égua que continua a nos atormentar?
Por que o Brasil ainda dorme e acorda todos os dias com o pesadelo da
inflação? Por que ainda temos de acompanhar o galope da égua da noite
diuturnamente, como salientou, recentemente, a Presidente?
5. Em Busca do Tempo Perdido?
O Passado Recente, o Presente e o Futuro da Inflação
• O passado recente: bonança externa, a crise internacional e as
respostas do governo.
• O presente: o desaparecimento da bonança externa, a confusão
sobre o uso das medidas macroprudenciais no combate
inflacionário, a deterioração macroeconômica brasileira.
• O futuro: a inflexão monetária nos EUA e a desaceleração chinesa –
como fica o Brasil?
7. O Passado Recente
Tudo começou em 2003…
• …ou melhor, em 2005. Foi a partir daí que os preços das
commodities deslancharam, movidos pelo crescimento global e pela
expansão da China.
• O governo brasileiro promoveu políticas de estímulo ao consumo e,
as empresas, beneficiadas pelo boom externo, pela estabilidade
macroeconômica e pelo crédito farto, investiram.
• A expansão da economia e as políticas de inclusão social do
governo permitiram que a renda das famílias subisse. A inflação de
serviços foi junto…
10. O Passado Recente
Então veio a crise de 2008.
• O governo:
– Expandiu o crédito público para sustentar a demanda (o QE brasileiro);
– Reduziu os juros;
– Adotou uma postura fiscal anticíclica...
• O QE brasileiro e a política fiscal anticíclica jamais foram revertidos
e perduram até hoje. Não é à toa que a inflação não cedeu…
12. O Presente: de 2011 em diante
Contexto da política monetária nos últimos três anos
• Um ambiente externo mais hostil do que o que prevaleceu entre 2004 e 2010.
• Mudanças na condução da política monetária nos países centrais em resposta
à crise.
– Novos dilemas suscitaram um amplo debate sobre a reformulação dos regimes de metas de
inflação;
– No Brasil, o debate ganhou contornos específicos. A queda do crescimento e a resistência
inflacionária, frutos de problemas estruturais e de políticas mal concebidas, desaguaram no
oportunismo.
– Pretexto para diluir o foco no combate inflacionário e privilegiar a queda dos juros para
incentivar o crescimento. Rédeas mais soltas para a égua fugidia...
• O QE brasileiro permitiu que os bancos públicos abocanhassem mais da
metade do crédito total do sistema financeiro.
16. Mais recentemente
Controle da inflação por meio da interferência direta no processo
de formação de preços e pela via das desonerações
• Interferência no processo de formação de preços:
– Congelamento dos combustíveis;
– Controle dos reajustes das tarifas de energia;
– Congelamento das tarifas de transporte;
• Desonerações, cujo propósito inicial era reduzir a carga tributária,
mas que viraram instrumento de combate inflacionário (um tiro que
sai pela culatra).