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Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação 
XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Natal, RN – 2 a 6 de setembro de 2008 
1 
Fotografia e Educação: Alguns Olhares do Saber e do Fazer1 
Coordenação: 
Profº Drº Jefferson Fernandes Alves2, docente, UFRN 
Participantes: 
Profª MSc Ana Maria Schultze3, docente, doutoranda, Prefeitura do Município de São 
Paulo e Instituto de Artes da Unicamp 
Profº MSc Duda Bentes4, docente, doutorando, Universidade de Brasília - UnB 
Profª MSc Cláudia Mariza Mattos Brandão5, docente, doutoranda em Educação, UFPEL 
Resumo 
A proposta deste debate é fomentar a discussão acerca da fotografia na educação, em 
diversos níveis e modalidades de ensino: educação básica, superior, formação de 
educadores e de pessoas com necessidades especiais (cegos). Considerando a fotografia 
como objeto com conteúdos próprios, superando seu emprego usual como ilustradora de 
outras textualidades, pretendemos demonstrar, através de projetos já em 
desenvolvimento em quatro estados diferentes no país, que a imagem fotográfica é 
fundamental na constituição e formação do indivíduo e que deve ser incorporada pelos 
níveis de ensino em seus próprios programas educacionais. 
Palavras-chave 
Fotografia; educação; prática educacional e escolar; formação de educadores; 
constituição do olhar 
Proposta da Mesa 
Fotografia e Educação: Alguns Olhares do Saber e do Fazer 
Fotografia e educação são campos do e de conhecimento que nem sempre 
andaram juntos. 
1 Mesa apresentada no III Colóquio Multitemático em Comunicação - Multicom, evento componente do XXXI 
Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. 
2 Professor do Departamento de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do 
Rio Grande do Norte. jfa_alves@msn.com 
3 Professora de Artes da rede municipal de São Paulo. Especialista em Comunicação e Artes pela Universidade 
Presbiteriana Mackenzie. Mestre em Artes pelo Instituto de Artes da UNESP/SP. Doutoranda em Artes pelo Instituto 
de Artes da Unicamp/SP. Pesquisadora sobre mediação cultural, fotografia e educação, é vinculada ao Núcleo de 
Pesquisa Fotografia: Comunicação e Cultura da Intercom. anita@arte-educar.art.br 
4 Duda Bentes possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de Brasília (1990) e mestrado em 
Comunicação pela Universidade de Brasília (1997). Atualmente é Professor Assistente da Universidade de Brasília e 
doutorando do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Comunicação da UnB. Tem experiência na área de 
Comunicação, com ênfase em Comunicação Visual. Atuando principalmente nos seguintes temas: Teorias da 
Comunicação, Técnicas da Comunicação, Fotografia, Fotojornalismo, Narrativas Fotográficas, Hermenêutica 
Profunda. bentes@dudabentes.pro.br 
5 Líder do PhotoGraphein - Núcleo de Pesquisa em Fotografia e Educação, FURG/CNPq Pesquisadora do GEPIEM - 
Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Imaginário, Educação e Memória, UFPEL/CNPq. Professora do Centro Federal 
de Educação Tecnológica da Pelotas, CEFET-RS. attos@vetorial.net
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Tradicionalmente vinculada a textos literários, a educação nem sempre sentiu-se 
capaz de abarcar em seu cerne outras formas de documentos que não lidassem 
diretamente com a palavra. 
Assim, trazer a fotografia para o cenário da educação significa desmantelar 
processos arraigados, o que felizmente já vem ocorrendo há certo tempo e em instâncias 
variadas. 
Visando contribuir para este campo ainda em constituição – fotografia e 
educação – procuramos discutir saberes e fazeres de quatro profissionais da imagem 
fotográfica e da educação, que apresentam relatos de suas experiências e práticas em 
quatro níveis de ensino: educação básica (ensino pré-escolar até o nível médio), 
educação superior, formação de educadores e formação de públicos especiais, com a 
fotografia e através dela. 
As pesquisas aqui apresentadas não se esgotam, alimentam-se continuamente 
através de trocas com outros educadores e interessados na temática proposta, 
compondo-se no objetivo central desta mesa: um compartilhar de saberes e fazeres. 
2 
Iniciamos com os olhares focados na escola básica. 
Fotografia Na Escola: Uma Estrangeira de Desconhecido Idioma 
[...] o homem lhe perguntou: "O que é uma história?" O espelho lhe 
respondeu: "São pequenos nós, maneiras de ser atadas e reatadas, modos de 
ser reunidos, como você e eu, estamos, neste momento." Acrescentou: 
"Minha história não é apenas a sua, a de seu pai e de sua mãe, a história do 
feto que você foi e – antes disso – a história do nascimento da animalidade e 
a história da emergência da vida; [...] Todas essas histórias são escritas em 
mim e em você, mesmo que elas não sejam, dentro de nós, imediatamente 
legíveis." O espelho, então, estremeceu e, em seguida, esfacelou-se no chão. 
Perante o homem, havia apenas uma fotografia. (Samain, 1998, p. 11) 
Ao iniciar esta reflexão com o pequenino conto de Etienne Samain, que nos 
apresenta a imagem fotográfica como uma coletânea de histórias intrincadas e 
interrelacionadas da humanidade, reconhecemos esta imagem como uma via de acesso a 
nós mesmos e ao outro, considerando seu potencial como fonte na produção de 
conteúdos, de sentidos e significados, como documento histórico e meio expressivo. Um 
tipo de imagem que abre grande leque de opções de circulação na escola, o que nem 
sempre ocorre.
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Pesquisa do GP Mediação Arte/Cultura/Público6 em um universo de 17 
professores/as, com profissionais de ensino de Artes, História ou ainda licenciandos/as 
nas mesmas áreas do conhecimento, indica que a imagem, seja de que tipo for, é 
utilizada na escola. Sem especificar a qual tipo de imagem nos referimos, a pesquisa 
aponta que reproduções de obras de arte (incluindo-se a fotografia) são empregadas na 
escola, porém na maioria das vezes articuladas a um texto verbal, como ilustradoras de 
conteúdos ou como recurso facilitador da compreensão. Raras ocasiões a imagem, 
qualquer ela, é reconhecida como plena de conteúdos próprios, como produto de uma 
linguagem expressiva. É grande ainda a resistência ao trabalho com a imagem técnica 
na escola. 
Dada a exposição atual de alunos, desde a mais tenra idade, às imagens 
fotográficas, a escola não pode se furtar de incluir a fotografia em seu repertório e 
currículo, procurando compreender qual o idioma deste meio e de que forma ele é 
incorporado pelos alunos. 
Em pesquisa com fotografia na escola, iniciada em 1997, estabeleceu-se como 
ponto de partida a relação que alunos/as têm com a imagem fotográfica. Na quase 
totalidade das situações investigadas, é recorrente a conceituação deste tipo de imagem 
como uma relação com o passado, um registro, lembrança, o produto de uma câmera, 
uma forma de se apresentar situações felizes ou de prazer, sendo o fotógrafo um mero 
operador do aparato 
Porém o que alunos e alunas do ensino regular e da EJA (educação de jovens e 
adultos) desconhecem é que a fotografia é construção elaborada por um ser de natureza 
simbólica, o homem, que tem seu acesso ao mundo mediado sempre por signos 
diversos, como, por exemplo, a imagem (fotográfica), como nos lembram Santaella e 
Nöth (1998), Kossoy (1999), Barthes (1984), Machado (1984), Sontag (1983), Berger 
(1999), entre outros. 
Assim, o desafio passa a ser auxiliar alunos e alunas a perceberem que a imagem 
fotográfica é obra pensada e elaborada pelo fotógrafo ou artista, que a compõe a partir 
de suas referências pessoais, profissionais, sociais e culturais, em um processo muito 
mais amplo do que a mera operação técnica do aparelho e que será recebida pelo leitor- 
6 Grupo de Pesquisa Mediação Arte/Cultura/Público do Instituto de Artes da UNESP, em São Paulo, 
coordenado pela Profª Drª Mirian Celeste Martins, que pesquisa as brechas de acesso à arte promovidas 
por meio da mediação cultural por instituições formais ou não. 
3
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XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Natal, RN – 2 a 6 de setembro de 2008 
fruidor, que também carrega sua própria bagagem cultural, o que certamente influirá na 
decodificação daquela imagem em ainda outras leituras. 
Desafio este nem sempre encarado por educadores. Alegando desconhecimento 
do meio e das especificidades de sua linguagem, falta de recursos, equipamentos e 
material de consumo, muitos são os entraves colocados pelos professores para se 
distanciarem da fotografia na escola. No entanto, a falta deste diálogo com a fotografia 
(que repercute em uma carência de bibliografia sobre o assunto à qual procuramos dar 
nossa colaboração), não pode se constituir em impedimento para tal aproximação. 
Para promover este encontro na escola, um projeto desenvolvido em escola 
pública propõe uma série de ações que propiciam leituras de mundo, visando contribuir 
para que alunos e alunas alterem seus próprios conceitos em relação à fotografia, além 
da mudança de estado de meros receptores passivos de conteúdos para indivíduos 
críticos, quando são também fruidores e produtores. 
Apresentamos aqui uma síntese do conjunto de ações, divididos em grupos 
4 
conforme seu foco de interesse pedagógico. 
Primeiro foco: laboratório e organização do trabalho 
No contexto deste projeto/pesquisa prevê-se, dentro das possibilidades 
disponíveis, a montagem de um laboratório fotográfico preto-e-branco na escola 
pública, para realização de técnicas alternativas de composição fotográfica, com 
organização dos alunos divididos em grupos com um monitor/a (também aluno/a), com 
autonomia e responsabilidade para trabalho no espaço. 
Segundo foco: leituras e contextualização de imagens 
Este grupo de ações prevê o trabalho com fotografias de família, construção de 
narrativas verbais a partir de uma imagem fotográfica, leituras mediadas de imagens 
fotográficas e a contextualização de imagens e seus/suas autores/as, descrição formal da 
fotografia preferida de cada aluno ou aluna, uma análise crítica de anúncio publicitário, 
e um exercício de abordagem da história da fotografia. 
Terceiro foco: produção fotográfica 
Além das ações de leitura e interpretação de fotografias são criadas oportunidades 
para os alunos realizarem sua própria expressão, com construção de caixa escura, 
composição de fotograma e fotografia de câmera de buraco de agulha, auto-retrato em 
preto-e-branco, composições com fotografia contaminada com outras linguagens e 
meios e trabalho com cartões-postais. 
Quarto foco: exposições
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Duas são as abordagens aqui: 
Introdução à linguagem fotográfica para adolescentes realizada por um antigo 
programa promovido por um fabricante de filmes fotográficos em São Paulo. Extinto o 
programa, passou-se a realizá-lo na escola com adaptações. 
Visita a uma exposição de fotografia atual, promovendo-se leituras das imagens 
por alunos e alunas, além da compreensão da imagem fotográfica como um objeto de 
arte. 
Quinto foco: avaliação 
A avaliação das ações desenvolvidas compreende três ações básicas: uso do 
portifólio fotográfico individual como instrumento de avaliação e recuperação dos 
percursos propostos para alteração conceitual pelos/as alunos/as; montagem de 
exposição final de fotografia na escola; avaliação final por entrevista, através de 
questionário respondido por alunos e alunas participantes do projeto. 
Algumas breves conclusões formuladas a partir do projeto: 
O projeto na forma como vem sendo realizado, quando aborda a fotografia na 
escola e explora o meio em uma série múltipla de ações, pode contribuir para que alunos 
e alunas percebam a imagem fotográfica como uma construção simbólica elaborada, 
muito mais do que pela câmera, pelo fotógrafo ou artista. 
Deslocamos a seguir nosso foco para a graduação, contextualizando ações 
5 
desenvolvidas no ensino superior. 
Foto-Ensino-Grafia 
Várias são as vias pelas quais alguém pode aprender a ser um fotógrafo. Para um 
professor da Universidade de Brasília, foi uma relação amorosa, afetiva, um encontro 
com um fazer que ao mesmo tempo relacionava o ver e conhecer. Instrumento de 
criação e memória. A recompensa dessa relação foi a profissionalização e a forma 
engajada de aprender o ofício, um novo horizonte de possibilidades. O acesso aos 
manuais era forma de absorver o conhecimento acumulado e as conversas com os 
colegas mais experientes ajudava na hora da dúvida. Mas as referências eram 
fragmentadas, sem sistematização. 
Como alternativa, algumas experiências do ensino da fotografia surgiram por 
iniciativa de arte-educadores e fotógrafos engajados na formação de um novo olhar para 
a realidade de brasileira. Em Brasília, nos anos 70, a matriz formadora do Instituto
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Central de Arte – ICA (hoje Instituto de Artes – IDA) e o Curso de Comunicação Social 
da Universidade de Brasília, além do professor Heinz Forthmann, fotógrafo 
documentarista, que ajudou a formar uma geração de estudantes nas artes da 
comunicação visual, bem como Luis Humberto, que por sua vez, se fez mestre de outra 
geração de fotógrafos. 
Bom lembrar, também, do curso livre de cinema e fotografia do Curso Pré- 
Universitário. Ali sob a regência de Waldir Pina se formaram muitos dos fotógrafos da 
nova capital. Dalí, também, surge a iniciativa de se fundar a primeira escola de 
fotografia, a 3x4, dirigida por Kim-Ir-Sen e Salomon Cytrynowicz (Samuca), com um 
modelo de programa que se reproduziu em outras instituições de ensino de diversos 
níveis. 
Esse preâmbulo trata de um cenário de formação de fotógrafos que vingou até o 
fim dos anos 70, uma vez que a fotografia era uma atividade cheia de paradoxos. De 
uma maneira geral podemos dizer que a fotografia sempre teve seu lugar socialmente 
reconhecido, mas nunca mereceu a devida atenção como campo de saber, isto é, de que 
esta atividade não podia ser fruto de um toque divino e sim de um estudo e prática 
sistemática. A fotografia representa um importante fator de desenvolvimento industrial, 
comercial e de serviços, mas o ambiente social e cultural brasileiro não se mostrava 
interessado no setor. 
No presente, vivemos o feliz resultado desse esforço de ministrar a fotografia 
como disciplina escolar, principalmente acadêmica, onde o tema se transformou em 
objeto de estudo e pesquisa, suprindo, assim as lacunas sobre o fazer e pensar essa arte e 
técnica. É o que ocorre em nosso curso da Faculdade de Comunicação da Universidade 
de Brasília (UnB) onde são desenvolvidas as disciplinas de Introdução à Fotografia, 
Fotojornalismo, Fotografia Publicitária e Fotografia e Iluminação. Vale lembrar que o 
Instituto de Artes da UnB ainda mantêm sua disciplina de fotografia, assim como nas 
outras instituições de ensino superior de Brasília. Dessa forma, garantimos o espaço 
necessário para a formação de profissionais do campo da comunicação, a formação de 
fotógrafos por vocação além da oportunidade de fixar profissionais da fotografia no 
meio acadêmico para levar adiante pesquisas. 
Especificamente relataremos aqui a experiência na disciplina Introdução à 
Fotografia na Faculdade de Comunicação da UnB. O grande desafio é fazer um curso 
que equilibre os aspectos teóricos exigidos por um curso acadêmico e as questões 
práticas necessárias para que o futuro comunicador possa operar os aparatos técnicos 
6
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XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Natal, RN – 2 a 6 de setembro de 2008 
que constituem os meios de comunicação. Enfrenta-se também os desafios da mudança 
tecnológica que tende a descartar a fotografia argêntica, processo físico-químico a base 
de prata, pela fotografia digital, processo eletrônico que codifica a imagem em bits. 
Do ponto de vista acadêmico tem-se a preocupação de situar a fotografia dentro 
dos debates que a caracterizam com objeto de fruição e documentação. Nos 
interessamos em passar para o estudante de comunicação o referencial que permita 
interpretar a fotografia como uma forma simbólica e os diferentes aspectos que ela 
assume ao longo de sua história.7 
Nesse momento, aproveitamos a apresentar o trabalho de Boris Kossoy e a 
necessidade de nos atermos à história dos fotógrafos anônimos.8 O aluno desenvolve 
pesquisa sobre um fotógrafo, preferecialmente um brasileiro, apresentada na forma de 
um trabalho escrito, com a análise de três imagens do fotógrafo eleito. Com isto 
fugimos da tendência de trabalharmos aqueles fotógrafos que nos marcam para deixar 
que o aluno descubra suas próprias referências, permitindo que ele se veja como parte 
dessa história. 
No que diz respeito às técnicas, desdobramos o tema em duas partes, uma que 
procura apresentar a fotografia como linguagem visual e outra que procura mostrar as 
funções de controle do aparelho fotográfico. Enquanto linguagem, lembramos a herança 
que a fotografia recebe da pintura, da gravura e do desenho, além das experiências das 
vanguardas modernistas que adotam a fotografia como forma de expressão e construção 
de uma nova realidade. Enfatizamos os aspectos formais: luz, sombra, forma, regra dos 
terços etc.9 No que diz respeito ao aparato técnico, damos ênfase ao controle do foco, do 
obturador e do tempo de exposição, do diafragma e da profundidade de campo focal, da 
distância focal e da sensibilidade. Discutimos sobre os diferentes modelos e sistemas: 
câmeras compactas e reflex, analógicas e digitais, mecânicas e eletrônicas, manuais e 
automáticas. 
É nesse momento que levamos os alunos para o Laboratório de Fotografia onde 
apresentamos o processo fotoquímico e os princípios da câmera escura, com a 
elaboração de técnicas alternativas como fotograma e pinhole, confirmando a 
importância do laboratório para a compreensão da fotografia como ato criador, além de 
7 Notadamente, destacamos a fotografia na História da Arte de H. W. Janson (1991) e a leitura de 
diferentes escolas discutindo três distintos autores: Walter Benjamin e sua Pequena História da Fotografia 
(1996), Marshall McLuhan em “A Fotografia, o bordel sem paredes” (1996) e Roland Barthes com A 
Câmara Clara (2000). 
8 “Por uma História Fotográfica dos Anônimos”. In: KOSSOY, Boris (2007). 
9 OSTROWER, Fayga (1987); RIBEIRO, Milton (2003). 
7
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referência para a forma primeira de se fazer fotografias. Depois, passamos para o 
Laboratório Multimídia onde discorremos sobre a imagem digital e apresentamos os 
programas de tratamento de fotografias. Paralelo à apresentação dos laboratórios os 
estudantes fazem dois exercícios com câmeras fotográficas para experimentar seu poder 
de criação.10 
Finalmente, o aluno desenvolve um “ensaio fotográfico” a partir de tema dado. 
Trabalha-se a idéia de ensaio fotográfico como uma narrativa que mais se aproxima de 
um conto, ou de uma crônica fotográfica. 
Enfim, falamos aqui de uma experiência inicial, mas que entendemos como 
frutífera já que ela prepara o estudante de comunicação para as disciplinas específicas 
das respectivas habilitações: Jornalismo, Publicidade e Propaganda, e Audiovisuais. 
Mais adiante, pretendemos ampliar nossa atuação, oferecendo vagas para os alunos de 
outros departamentos, faculdades e institutos, o que vem ocorrendo com os alunos de 
biologia, artes, arquitetura, letras e ciências sociais. Da mesma forma, ambicionamos 
preparar alunos para que levem a experiência para os núcleos de extensão, mantidos 
pela universidade nas cidades que compõem o Distrito Federal. E disso tudo, fazer 
objeto de pesquisa, cumprindo assim nosso objetivo acadêmico de agir sobre o tripé do 
ensino, da pesquisa e da extensão. 
Discorrido sobre o ensino superior, voltamos nosso olhar para a formação de 
8 
professores. 
Fotografia, Imaginário e Memória na (Re)Invenção do Ser Professor 
Cada vez que o reino do humano me parece condenado ao peso, digo para 
mim mesmo que à maneira de Perseu eu devia voar para outro espaço. Não 
se trata absolutamente de fuga para o sonho ou o irracional. Quero dizer que 
preciso mudar de ponto de observação, que preciso considerar o mundo sob 
uma outra ótica, outra lógica, outros meios de conhecimento e controle. As 
imagens de leveza que busco não devem, em contato com a realidade 
presente e futura, dissolverem-se como sonhos... (Calvino, 1990, p.19) 
Nosso século é marcado pela tirania da eficiência, da lógica do mercado e do 
consumo, assumindo uma mentalidade que molda os imaginários individuais, impondo 
códigos e condutas e agravando o processo de afastamento entre o homem e o meio. 
A tradição, um meio de lidarmos com o tempo e o espaço, inserindo qualquer 
atividade ou experiência particular na continuidade do passado, ficou para trás. 
10 FREEMAN, Michel (2005); SENAC (2002); TRIGO, Thales (2005).
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XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Natal, RN – 2 a 6 de setembro de 2008 
Perdemos a memória e substituímos a tradição pela mudança estrutural imposta por 
nossa sociedade cibernetizada, que permite a refração da personalidade em múltiplos 
eus, fragmentando e deslocando as identidades culturais. 
A realidade, assim posta, apresenta o desafio de mantermos as diferenças num 
mundo globalizado. No entanto, se considerarmos a responsabilidade dos envolvidos 
com a Formação Docente – os formadores dos formadores - diante desse cenário, é 
possível visualizar um longo caminho pela frente. 
No processo contra a fragmentação e a alienação do pensamento que atinge o 
mundo da docência (e não poderia ser diferente!), a Cultura e a Arte transformaram-se 
em elos essenciais na estruturação das referências fundamentais para uma formação 
docente crítica e reflexiva. Essa associação possibilita, acima de tudo, a compreensão da 
Educação a partir de suas múltiplas dimensões, mobilizando em cada um o sentimento 
de pertencimento e o da participação responsável. 
Todo ser humano representa um movimento de diferença, que se expressa e se 
torna visível no campo da cultura. No resgate dessas singularidades, a fotografia 
constitui-se como uma importante aliada no processo de re-significação da nossa 
existência como professor@s, dando vazão a um campo polissêmico de sentidos. 
Na fugacidade de nosso tempo, encontramos no tempo do obturador a sensação 
da pseudo-permanência de um mundo que se constrói e reconstrói a cada momento. A 
fotografia, nessa perspectiva, ao revelar o não-percebido no âmbito do cotidiano, 
presente e passado, coloca-se como um instrumento importante para o desenvolvimento 
de uma reflexão crítica a respeito do mundo. 
Ela funciona de forma ambígua – como sempre ocorre independentemente 
da época – como “testemunha/criação” no sentido de um testemunho obtido 
a partir do processo de criação/construção do fotógrafo; isto significa um 
produto estético-documental que parte do real enquanto matéria-prima 
visível, mas que é elaborado ao longo da produção fotográfica em 
conformidade com a visão de mundo de seu autor. (Kossoy, 1999, p.76) 
A fotografia, por sua característica documental, nos remete para um mundo 
representado, ao mesmo tempo análogo e imaginário, num processo de recriação de 
situações tangíveis ou não, contribuindo com as temáticas do imaginário docente. A 
dimensão criadora constitutiva do imaginário como fonte propositiva de outras formas 
de relacionamento, com si próprio, com os outros e com o meio, problematizam o que 
9
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Guattari (1998) já ressaltou - as aprendizagens maquínicas, a partir de dispositivos com 
outras lógicas: competitivas, narcísicas e anti-solidárias. 
Sabemos que fotografias não são verdades absolutas, elas são apenas visões 
parciais de um sujeito que seleciona e recorta referenciado em suas vivências pessoais. 
Fotos resultam ainda de pré-conceitos artísticos, estéticos e técnicos. 
Contudo, a imagem fotográfica tem o valor intrínseco de favorecer o 
reconhecimento da realidade e ampliar a consciência humana para os problemas que 
existem no mundo por nós partilhado. Acreditamos que revelar e revelar-se é um 
exercício coletivo sempre transformador e construtivo, especular mesmo. Precisamos 
dos outros, dos seus olhares para enxergar, para perceber, para constatar. 
O simbólico se faz presente em todas as instâncias da vida social, significado no 
referencial, inclusive afetivo, que lhe dá sentido e o torna mobilizador das ações. “Como 
é concreta essa coexistência das coisas num espaço que duplicamos com a consciência 
de nossa existência!”, exclama Bachelar (1993, p. 207). 
O presente é mais do que aparenta ser. A realidade concreta não se reduz a um 
conjunto de dados materiais ou de fatos isolados que carecem de avaliações estatística e 
prognósticos técnicos. 
As imagens formam e educam através de processos prazerosos. Elas se 
constituem em construções discursivas que precisam ser lidas, cotejadas e 
decodificadas, libertando o âmbito estético da racionalidade, ainda sufocado pela 
cultura dos especialistas e dinamizando os processos educativos que viabilizam uma 
leitura visual do mundo. 
Valorizar a observação do cotidiano docente significa reconhecer nele o 
substrato das atitudes sociais – os modos de vida e de pensar –, as relações e inter-relações 
que constituem a vida social. 
A docência é a concretização do espaço existencial e como tal deve ser 
apreendida. Perceber o ambiente como espaço de externalidade dos novos 
atores/professor@s que emergem da reafirmação de identidades, e da (re)invenção do 
ser docente/aprendente faz das imagens e da linguagem fotográfica poderosos 
instrumento para estimular e aprimorar a percepção dos sujeitos. 
Estas são algumas das questões que nos últimos anos acompanham as 
experiências da professora do CEFET, formadora de professor@s, arte-educadora e 
fotógrafa e que motivaram a discussão ora apresentada. 
10
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Concebendo as imagens fotográficas como discursos visuais mediados pelas 
subjetividades daqueles que fotografam e dos que observam, suas investigações 
direcionam-se no sentido de vislumbrar o repertório de saberes necessários que dão 
sustentação à idéia de uma professoralidade, entendida como um processo que se dá ao 
longo da nossa trajetória de vida e através de todos os dispositivos que nos atravessam e 
nos produzem como indivíduos e professor@s (Pereira, 2000). 
Como bem nos explica Phillipe Dubois (1984) a fotografia sempre esteve 
perpassada por uma mistura de verdade e ficção. Devido a seu caráter indicial, ela 
carrega consigo a indicação de presença, o aspecto documental, considerado um de seus 
maiores fetiches e responsável pela perfeita identificação do observador com o objeto 
representado. A essa característica acrescenta-se a presença do Sujeito que delimita o 
campo visual a ser apreendido. Assim entendida, a fotografia torna-se um dispositivo 
analítico de recomposição da práxis humana e de produção de subjetividade que invoca 
a história. 
Aguçar os olhares, instigar o conhecimento e a percepção, e estimular 
transformações referenciadas em processos (auto)formadores a partir das interfaces 
entre Fotografia, Imaginário e Memória, contribuem sobremaneira para a gestação de 
práticas docentes diferenciadas, comprometidas com a humanidade do humano, como 
diria Edgar Morin (2000). 
O tema da formação docente não pode ser sub-dimensionado; ao contrário, há de 
ser o tempo de mudanças efetivas, individuais, que estruturarão as transformações 
sociais e políticas esperadas, implicando na compreensão da complexa condição 
humana e sua inserção nos âmbitos individual e social. 
11 
Nosso último foco aponta para a educação de portadores de necessidades 
especiais, especificamente aqui cegos. 
Fotografia, Cegueira e Educação 
A pessoa, o lugar, o objeto 
estão expostos e escondidos 
ao mesmo tempo só a luz, 
e dois olhos não são bastantes 
para captar o que se oculta 
no rápido florir de um gesto. 
É preciso que a lente mágica 
enriqueça a visão humana 
e do real de cada coisa 
um mais seco real extraia
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12 
para que penetremos fundo 
no puro enigma das figuras 
(...) 
(Diante das fotos de Evandro Teixeira – Carlos Drummond de Andrade) 
Penetrar no puro enigma das figuras é muito mais do que apenas re(a)presentar 
as coisas do real. É redescobri-las para além de sua aparência, revelando os fenômenos 
da vida que se ocultam por trás da sua própria luminosidade. Esse é o convite que 
Drummond nos faz para vermos com outros olhos o papel social e estético da fotografia 
que, ao desvelar aquilo que está exposto e escondido, põe à mostra os próprios sujeitos 
que a produzem. 
Mas se essa luz que recobre a tudo e a todos não fosse acessível pela visão? E se 
a pessoa, o lugar, o objeto não fossem vistos? Nesse caso, para os cegos, “os dois olhos 
não são suficientes para captar o que se oculta”. Por conseguinte, a fotografia poderia 
ajudar os cegos e deficientes visuais a penetrar no puro enigma das figuras? As questões 
postas não encontram respostas simplesmente na apreciação da fotografia por meio da 
leitura de um vidente. Elas nos convidam a ir um pouco mais longe: a perspectiva do 
cego assumir a autoria fotográfica. 
Em diversas partes do mundo e do Brasil é cada vez mais freqüente a realização 
de oficinas de fotografia para pessoas com deficiência visual, que assumem como 
propósitos o estímulo da autonomia expressiva e a inclusão visual dos cegos, 
considerando a visibilidade social e a ruptura de estereótipos. Ao mesmo tempo, temos 
notícias de fotógrafos cegos que sistematicamente produzem e socializam suas 
produções. No México, destaca-se Gerardo Nigenda11, na França, temos Evgen 
Bavcar12, e em Natal/RN, destacamos Marcos Silva13, fotógrafo amador que, embora 
ainda não tenha feito nenhuma exposição fotográfica, produz sistematicamente a partir 
das interações com as pessoas do seu convívio e com o ambiente que o circunda. 
O que há de comum nos três fotógrafos cegos citados é o agenciamento das 
sonoridades do ambiente, da palavra do outro e do tato como mediadores do processo de 
feitura das imagens fotográficas. 
11 Gerardo Nigenda, nasceu na cidade do México, em 1967. A rinopatia diabética deixou-lhe cego. 
12 Evgen Bavcar nasceu na Eslovênia, no povoado de Lokavec, em 1946. Antes dos 12 anos já se achava 
cego por conta de dois acidentes consecutivos. No primeiro, perfurou o olho esquerdo com um galho ao 
bater em um árvore, jogando bola. No segundo, esfacelou o olho direito em uma explosão, ao brincar em 
um campo minado. 
13 Marcos Silva nasceu em Natal, em 1954. Desde o nascimento que a deficiência visual o acompanha por 
conta do glaucoma que atingiu-lhe os dois olhos, fazendo-o enxergar apenas vultos e algumas cores. Aos 
24 anos ficou completamente cego.
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Essa perspectiva de que o tato, os sons e a palavra (do outro) possam mediar 
processos perceptivos, desencadeadores da produção e da leitura da imagem fotográfica, 
conduziram-nos ao desenvolvimento de uma investigação que assume a fotografia como 
passível de inserir-se no processo ensino-aprendizagem de deficientes visuais, tendo 
como contexto uma sala de aula das séries iniciais do Instituto de Educação e 
Reabilitação de Cegos do RN (IERC). 
Fundamentada na pesquisa colaborativa, a mencionada investigação iniciou-se 
em 2005, envolvendo 8 professores voluntários e contemplando, a princípio, sessões de 
estudo oficinas de fotografia (básica e de olhos fechados), na perspectiva de 
ressignificar os saberes e práticas dos professores. Em seguida, elegemos a 1ª série14 
como espaço de inserção da fotografia no contexto de sala de aula. As atividades 
fotográficas eram planejadas coletivamente pelo grupo de professores e introduzidas 
pela professora da 1ª série. 
As atividades fotográficas tinham como parâmetro os registros fotográficos do 
ambiente de sala de aula e do espaço escolar. As crianças escolhiam aquilo que 
desejavam fotografar e exploravam, a partir dos conhecimentos prévios do espaço, da 
relação háptica estabelecida, da palavra do outro (professora e colegas), as 
possibilidades de empreender o registro. Porém, antes do acesso à máquina fotográfica 
(digital) por parte do aluno, foram desenvolvidas atividades preparatórias e que 
compreendiam exercícios com moldura que mediavam a construção do enquadramento. 
Tais indicações, mediadas pela professora, presentes nas experiências corporais 
das crianças na constituição espacial de suas interações com os outros e com os objetos, 
traduzem relações espaciais projetivas (CASTROGIOVANNI, 2000) que subjazem os 
conceitos de enquadramento, plano e ponto vista, inerentes à linguagem fotográfica. Por 
sua vez, as polaridades indicadas provocavam um processo deliberado de exploração do 
espaço da sala de aula, considerando a memória, a imaginação e a percepção sonora e 
tátil. Ao mesmo tempo, permitia a associação com os conceitos fotográficos. 
As experiências fotográficas desenvolvidas pelos alunos assinalam a importância 
pedagógica da leitura e produção imagética por parte de pessoas com deficiência visual, 
na medida em que a sua condição humana implica uma dimensão ontológica da 
comunicabilidade, cuja variedade de linguagens é passível de ser apropriada pelos não 
videntes como exercício e insígnia da cidadania. 
14 A turma era composta por onze alunos, sendo quatro cegos e sete com baixa visão, com idade entre 9 e 
14 anos. 
13
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Por outro lado, esse enfoque fotográfico pela perspectiva da não vidência põe em 
destaque a capacidade humana da imaginação nos termos propostos por Flusser (1985) 
e que o fotográfico como mediador imagético das relações estabelecidas entre o ser 
humano e o seu entorno, em uma instância, revela os limites e as possibilidades de 
nosso processo de humanização, já assinalado por Dubois (1996) ao discutir a natureza 
epistêmica da fotografia. 
Se entendermos que a humanização é constituída sócio-historicamente por 
múltiplos processos educacionais, a socialização e apropriação de saberes e fazeres em 
torno do fotográfico não apenas traduz um itinerário oculocêntrico de compreensão dos 
fenômenos, mas nos auxilia a caracterizar e a problematizar as próprias condições de 
sermos o que somos e o que poderíamos ser. 
Embora esses processos educacionais não se reduzam ao contexto escolar, é 
preciso que a escola como um dos espaços preponderantes de socialização e produção 
de saberes possa contribuir com a apropriação da linguagem fotográfica na perspectiva 
de assegurar aos alunos experiências imagéticas para que, conforme propõe o poeta, 
possam, gradativamente, penetrar o enigma das figuras e revelar o inacabamento e a 
inconclusão do ser humano. 
Nas primeiras décadas do século, Moholy-Nagy (2002) criticava a 
especialização das atividades laborais e estéticas como passíveis de restringir novas 
experiências artístico-sociais, bem como, provocadoras de uma existência estritamente 
especializada e de percepções mecânicas e unilaterais. 
Para ele, a fotografia contribuiria com a superação dessa superficialidade e dessa 
14 
dispersividade, a partir da articulação com outros campos expressivos. 
Tais idéias, por um lado, demarcam suas investigações artísticas com a 
fotografia, as quais rasuram as fronteiras entre o pictórico e o fotográfico; por outro 
lado, assinalam as marcas contemporâneas da comunicação humana pautada na hibridez 
das linguagens e na profusão imagética, cuja universalidade e intensidade caracterizam 
aquilo que Aumont (1995) designou de civilização da imagem que nos remete à 
paradoxalidade dos simulacros. 
Se para Moholy-Nagy (2002) essa profusão e dispersividade comunicacionais 
deveriam ser enfrentadas por processos integrados de produção e de leitura das imagens, 
podemos pensar em uma pedagogia da imagem, conforme nos sugere Jobim e Souza 
(2000) que considere a autonomia e as especificidades do fotográfico como uma prática 
e um saber escolar, cuja efetivação não se furte ao diálogo com as outras linguagens,
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sobretudo, a verbal, na perspectiva de que as crianças, jovens e adultos possam se 
apropriar dos fundamentos dessa linguagem para exercitarem suas expressividades 
como forma de construir significados que permitam compreender as diversas formas de 
construção de sentido, as diversas formas de olhar e de ser olhado. Para tanto, a escola 
deve superar a ênfase no oral-escrito e converter-se em um espaço de construção e de 
interação de múltiplos saberes, de múltiplas linguagens e de múltiplos sujeitos. 
__________________ 
TÍTULOS E RESUMOS DOS PARTICIPANTES DA MESA 
Resumo 1 
Fotografia Na Escola: Uma Estrangeira de Desconhecido Idioma 
Ana Maria Schultze, docente, doutoranda, Prefeitura do Município de São Paulo e 
Instituto de Artes da Unicamp 
O objetivo desta discussão é analisar brevemente alguns dos motivos pelos quais a 
fotografia muitas vezes transita pela escola como uma estrangeira de desconhecido 
idioma, inacessível para professores e alunos (ainda que em algumas situações mais 
distante dos professores que de seus alunos) por desconhecimento, falta de recursos etc. 
Pretende-se também relatar algumas possibilidades, já verificadas, de abordagens da 
imagem fotográfica na escola básica (aquela que vai da educação pré-escolar ao ensino 
médio), através de uma série de propostas e desafios estéticos a serem apresentados 
neste contexto. 
Resumo 2 
Foto-Ensino-Grafia 
Duda Bentes - docente, doutorando, Universidade de Brasília - UnB 
Tratamos de uma experiência do ensino da fotografia no Curso de Comunicação da 
Universidade de Brasília. Essa experiência se fundamenta em uma tradição do ensino da 
fotografia em Brasília, que nasce propriamente dita na UnB, se alarga pelo ensino 
médio e fundamental, e se consolida na formação de futuros profissionais da 
comunicação. Especificamente, a apresentação é o resultado da reformulação do Plano 
de Ensino da disciplina Introdução à Fotografia, ministrada para alunos do segundo 
semestre, das três habilitações que compõem o curso: Jornalismo, Audiovisuais e 
Publicidade e Propaganda. Mais que uma descrição dos procedimentos didáticos e 
pedagógicos, e a adaptação às mudanças tecnológicas, procuramos destacar o espírito 
que rege a disciplina, a inquietação criadora no contexto do cotidiano. 
Resumo 3 
Fotografia, Imaginário E Memória Na (Re)Invenção Do Ser Profess@r 
15
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Cláudia Mariza Mattos Brandão - docente, doutoranda em Educação, UFPEL 
Na tentativa de instituir outros pontos de vista sobre os estudos e as práticas da 
Fotografia na Educação, o objetivo dessa fala é discutir questões relativas à formação 
docente, referenciadas em processos (auto)formadores, a partir das interfaces entre 
Fotografia, Imaginário e Memória. Enfocando a constituição do olhar como o sentido da 
realidade que modula nossa forma de pensar o mundo e nos diferencia, a busca é 
salientar a fotografia como uma aliada fundamental no processo de re-significação da 
nossa existência como professor@s, dando vazão a um campo polissêmico de sentidos e 
dinamizando os processos (auto)educativos que viabilizam uma leitura visual do 
mundo. 
Resumo 4 
Fotografia, Cegueira e Educação 
Jefferson Fernandes Alves – docente, Departamento de Educação, Universidade Federal 
do Rio Grande do Norte 
A construção de visualidades não se reduz à visão das coisas, mas pode ser decorrente 
de um olhar multissensorial agenciado pelo tato, pelo som e pela palavra alheia. Essa 
perspectiva nos lança para a câmera obscura da cegueira como provocadora de imagens 
fotográficas, reveladoras de novas perspectivas em relação às práticas educativas do 
olhar. Essa relação entre cegueira e fotografia provoca alguns desafios teórico-metodológicos 
que estamos enfrentando a partir do eixo da educação pelo fato de que as 
práticas interativas no campo do fotográfico se encerram em processos sociais 
educativos que precisam ser debatidos, também, como práticas escolares suscitadoras de 
fazeres e saberes em que as imagens resultantes nos ponham diante dos desafios e 
contradições de nos revelarmos continuamente como seres em processo. 
Referências bibliográficas 
ALVES, Jefferson Fernandes. O olhar pelo tato e pela voz: não vidência, fotografia e prática 
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BARROS, Armando Martins (Org.). Práticas discursivas ao olhar: notas sobre a vidência e a 
cegueira na formação do pedagogo. Rio de Janeiro: E-papers, 2003. 
16
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação 
XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Natal, RN – 2 a 6 de setembro de 2008 
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Fotografia na Educação

  • 1. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Natal, RN – 2 a 6 de setembro de 2008 1 Fotografia e Educação: Alguns Olhares do Saber e do Fazer1 Coordenação: Profº Drº Jefferson Fernandes Alves2, docente, UFRN Participantes: Profª MSc Ana Maria Schultze3, docente, doutoranda, Prefeitura do Município de São Paulo e Instituto de Artes da Unicamp Profº MSc Duda Bentes4, docente, doutorando, Universidade de Brasília - UnB Profª MSc Cláudia Mariza Mattos Brandão5, docente, doutoranda em Educação, UFPEL Resumo A proposta deste debate é fomentar a discussão acerca da fotografia na educação, em diversos níveis e modalidades de ensino: educação básica, superior, formação de educadores e de pessoas com necessidades especiais (cegos). Considerando a fotografia como objeto com conteúdos próprios, superando seu emprego usual como ilustradora de outras textualidades, pretendemos demonstrar, através de projetos já em desenvolvimento em quatro estados diferentes no país, que a imagem fotográfica é fundamental na constituição e formação do indivíduo e que deve ser incorporada pelos níveis de ensino em seus próprios programas educacionais. Palavras-chave Fotografia; educação; prática educacional e escolar; formação de educadores; constituição do olhar Proposta da Mesa Fotografia e Educação: Alguns Olhares do Saber e do Fazer Fotografia e educação são campos do e de conhecimento que nem sempre andaram juntos. 1 Mesa apresentada no III Colóquio Multitemático em Comunicação - Multicom, evento componente do XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. 2 Professor do Departamento de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. jfa_alves@msn.com 3 Professora de Artes da rede municipal de São Paulo. Especialista em Comunicação e Artes pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Mestre em Artes pelo Instituto de Artes da UNESP/SP. Doutoranda em Artes pelo Instituto de Artes da Unicamp/SP. Pesquisadora sobre mediação cultural, fotografia e educação, é vinculada ao Núcleo de Pesquisa Fotografia: Comunicação e Cultura da Intercom. anita@arte-educar.art.br 4 Duda Bentes possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de Brasília (1990) e mestrado em Comunicação pela Universidade de Brasília (1997). Atualmente é Professor Assistente da Universidade de Brasília e doutorando do Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Comunicação da UnB. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Comunicação Visual. Atuando principalmente nos seguintes temas: Teorias da Comunicação, Técnicas da Comunicação, Fotografia, Fotojornalismo, Narrativas Fotográficas, Hermenêutica Profunda. bentes@dudabentes.pro.br 5 Líder do PhotoGraphein - Núcleo de Pesquisa em Fotografia e Educação, FURG/CNPq Pesquisadora do GEPIEM - Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Imaginário, Educação e Memória, UFPEL/CNPq. Professora do Centro Federal de Educação Tecnológica da Pelotas, CEFET-RS. attos@vetorial.net
  • 2. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Natal, RN – 2 a 6 de setembro de 2008 Tradicionalmente vinculada a textos literários, a educação nem sempre sentiu-se capaz de abarcar em seu cerne outras formas de documentos que não lidassem diretamente com a palavra. Assim, trazer a fotografia para o cenário da educação significa desmantelar processos arraigados, o que felizmente já vem ocorrendo há certo tempo e em instâncias variadas. Visando contribuir para este campo ainda em constituição – fotografia e educação – procuramos discutir saberes e fazeres de quatro profissionais da imagem fotográfica e da educação, que apresentam relatos de suas experiências e práticas em quatro níveis de ensino: educação básica (ensino pré-escolar até o nível médio), educação superior, formação de educadores e formação de públicos especiais, com a fotografia e através dela. As pesquisas aqui apresentadas não se esgotam, alimentam-se continuamente através de trocas com outros educadores e interessados na temática proposta, compondo-se no objetivo central desta mesa: um compartilhar de saberes e fazeres. 2 Iniciamos com os olhares focados na escola básica. Fotografia Na Escola: Uma Estrangeira de Desconhecido Idioma [...] o homem lhe perguntou: "O que é uma história?" O espelho lhe respondeu: "São pequenos nós, maneiras de ser atadas e reatadas, modos de ser reunidos, como você e eu, estamos, neste momento." Acrescentou: "Minha história não é apenas a sua, a de seu pai e de sua mãe, a história do feto que você foi e – antes disso – a história do nascimento da animalidade e a história da emergência da vida; [...] Todas essas histórias são escritas em mim e em você, mesmo que elas não sejam, dentro de nós, imediatamente legíveis." O espelho, então, estremeceu e, em seguida, esfacelou-se no chão. Perante o homem, havia apenas uma fotografia. (Samain, 1998, p. 11) Ao iniciar esta reflexão com o pequenino conto de Etienne Samain, que nos apresenta a imagem fotográfica como uma coletânea de histórias intrincadas e interrelacionadas da humanidade, reconhecemos esta imagem como uma via de acesso a nós mesmos e ao outro, considerando seu potencial como fonte na produção de conteúdos, de sentidos e significados, como documento histórico e meio expressivo. Um tipo de imagem que abre grande leque de opções de circulação na escola, o que nem sempre ocorre.
  • 3. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Natal, RN – 2 a 6 de setembro de 2008 Pesquisa do GP Mediação Arte/Cultura/Público6 em um universo de 17 professores/as, com profissionais de ensino de Artes, História ou ainda licenciandos/as nas mesmas áreas do conhecimento, indica que a imagem, seja de que tipo for, é utilizada na escola. Sem especificar a qual tipo de imagem nos referimos, a pesquisa aponta que reproduções de obras de arte (incluindo-se a fotografia) são empregadas na escola, porém na maioria das vezes articuladas a um texto verbal, como ilustradoras de conteúdos ou como recurso facilitador da compreensão. Raras ocasiões a imagem, qualquer ela, é reconhecida como plena de conteúdos próprios, como produto de uma linguagem expressiva. É grande ainda a resistência ao trabalho com a imagem técnica na escola. Dada a exposição atual de alunos, desde a mais tenra idade, às imagens fotográficas, a escola não pode se furtar de incluir a fotografia em seu repertório e currículo, procurando compreender qual o idioma deste meio e de que forma ele é incorporado pelos alunos. Em pesquisa com fotografia na escola, iniciada em 1997, estabeleceu-se como ponto de partida a relação que alunos/as têm com a imagem fotográfica. Na quase totalidade das situações investigadas, é recorrente a conceituação deste tipo de imagem como uma relação com o passado, um registro, lembrança, o produto de uma câmera, uma forma de se apresentar situações felizes ou de prazer, sendo o fotógrafo um mero operador do aparato Porém o que alunos e alunas do ensino regular e da EJA (educação de jovens e adultos) desconhecem é que a fotografia é construção elaborada por um ser de natureza simbólica, o homem, que tem seu acesso ao mundo mediado sempre por signos diversos, como, por exemplo, a imagem (fotográfica), como nos lembram Santaella e Nöth (1998), Kossoy (1999), Barthes (1984), Machado (1984), Sontag (1983), Berger (1999), entre outros. Assim, o desafio passa a ser auxiliar alunos e alunas a perceberem que a imagem fotográfica é obra pensada e elaborada pelo fotógrafo ou artista, que a compõe a partir de suas referências pessoais, profissionais, sociais e culturais, em um processo muito mais amplo do que a mera operação técnica do aparelho e que será recebida pelo leitor- 6 Grupo de Pesquisa Mediação Arte/Cultura/Público do Instituto de Artes da UNESP, em São Paulo, coordenado pela Profª Drª Mirian Celeste Martins, que pesquisa as brechas de acesso à arte promovidas por meio da mediação cultural por instituições formais ou não. 3
  • 4. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Natal, RN – 2 a 6 de setembro de 2008 fruidor, que também carrega sua própria bagagem cultural, o que certamente influirá na decodificação daquela imagem em ainda outras leituras. Desafio este nem sempre encarado por educadores. Alegando desconhecimento do meio e das especificidades de sua linguagem, falta de recursos, equipamentos e material de consumo, muitos são os entraves colocados pelos professores para se distanciarem da fotografia na escola. No entanto, a falta deste diálogo com a fotografia (que repercute em uma carência de bibliografia sobre o assunto à qual procuramos dar nossa colaboração), não pode se constituir em impedimento para tal aproximação. Para promover este encontro na escola, um projeto desenvolvido em escola pública propõe uma série de ações que propiciam leituras de mundo, visando contribuir para que alunos e alunas alterem seus próprios conceitos em relação à fotografia, além da mudança de estado de meros receptores passivos de conteúdos para indivíduos críticos, quando são também fruidores e produtores. Apresentamos aqui uma síntese do conjunto de ações, divididos em grupos 4 conforme seu foco de interesse pedagógico. Primeiro foco: laboratório e organização do trabalho No contexto deste projeto/pesquisa prevê-se, dentro das possibilidades disponíveis, a montagem de um laboratório fotográfico preto-e-branco na escola pública, para realização de técnicas alternativas de composição fotográfica, com organização dos alunos divididos em grupos com um monitor/a (também aluno/a), com autonomia e responsabilidade para trabalho no espaço. Segundo foco: leituras e contextualização de imagens Este grupo de ações prevê o trabalho com fotografias de família, construção de narrativas verbais a partir de uma imagem fotográfica, leituras mediadas de imagens fotográficas e a contextualização de imagens e seus/suas autores/as, descrição formal da fotografia preferida de cada aluno ou aluna, uma análise crítica de anúncio publicitário, e um exercício de abordagem da história da fotografia. Terceiro foco: produção fotográfica Além das ações de leitura e interpretação de fotografias são criadas oportunidades para os alunos realizarem sua própria expressão, com construção de caixa escura, composição de fotograma e fotografia de câmera de buraco de agulha, auto-retrato em preto-e-branco, composições com fotografia contaminada com outras linguagens e meios e trabalho com cartões-postais. Quarto foco: exposições
  • 5. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Natal, RN – 2 a 6 de setembro de 2008 Duas são as abordagens aqui: Introdução à linguagem fotográfica para adolescentes realizada por um antigo programa promovido por um fabricante de filmes fotográficos em São Paulo. Extinto o programa, passou-se a realizá-lo na escola com adaptações. Visita a uma exposição de fotografia atual, promovendo-se leituras das imagens por alunos e alunas, além da compreensão da imagem fotográfica como um objeto de arte. Quinto foco: avaliação A avaliação das ações desenvolvidas compreende três ações básicas: uso do portifólio fotográfico individual como instrumento de avaliação e recuperação dos percursos propostos para alteração conceitual pelos/as alunos/as; montagem de exposição final de fotografia na escola; avaliação final por entrevista, através de questionário respondido por alunos e alunas participantes do projeto. Algumas breves conclusões formuladas a partir do projeto: O projeto na forma como vem sendo realizado, quando aborda a fotografia na escola e explora o meio em uma série múltipla de ações, pode contribuir para que alunos e alunas percebam a imagem fotográfica como uma construção simbólica elaborada, muito mais do que pela câmera, pelo fotógrafo ou artista. Deslocamos a seguir nosso foco para a graduação, contextualizando ações 5 desenvolvidas no ensino superior. Foto-Ensino-Grafia Várias são as vias pelas quais alguém pode aprender a ser um fotógrafo. Para um professor da Universidade de Brasília, foi uma relação amorosa, afetiva, um encontro com um fazer que ao mesmo tempo relacionava o ver e conhecer. Instrumento de criação e memória. A recompensa dessa relação foi a profissionalização e a forma engajada de aprender o ofício, um novo horizonte de possibilidades. O acesso aos manuais era forma de absorver o conhecimento acumulado e as conversas com os colegas mais experientes ajudava na hora da dúvida. Mas as referências eram fragmentadas, sem sistematização. Como alternativa, algumas experiências do ensino da fotografia surgiram por iniciativa de arte-educadores e fotógrafos engajados na formação de um novo olhar para a realidade de brasileira. Em Brasília, nos anos 70, a matriz formadora do Instituto
  • 6. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Natal, RN – 2 a 6 de setembro de 2008 Central de Arte – ICA (hoje Instituto de Artes – IDA) e o Curso de Comunicação Social da Universidade de Brasília, além do professor Heinz Forthmann, fotógrafo documentarista, que ajudou a formar uma geração de estudantes nas artes da comunicação visual, bem como Luis Humberto, que por sua vez, se fez mestre de outra geração de fotógrafos. Bom lembrar, também, do curso livre de cinema e fotografia do Curso Pré- Universitário. Ali sob a regência de Waldir Pina se formaram muitos dos fotógrafos da nova capital. Dalí, também, surge a iniciativa de se fundar a primeira escola de fotografia, a 3x4, dirigida por Kim-Ir-Sen e Salomon Cytrynowicz (Samuca), com um modelo de programa que se reproduziu em outras instituições de ensino de diversos níveis. Esse preâmbulo trata de um cenário de formação de fotógrafos que vingou até o fim dos anos 70, uma vez que a fotografia era uma atividade cheia de paradoxos. De uma maneira geral podemos dizer que a fotografia sempre teve seu lugar socialmente reconhecido, mas nunca mereceu a devida atenção como campo de saber, isto é, de que esta atividade não podia ser fruto de um toque divino e sim de um estudo e prática sistemática. A fotografia representa um importante fator de desenvolvimento industrial, comercial e de serviços, mas o ambiente social e cultural brasileiro não se mostrava interessado no setor. No presente, vivemos o feliz resultado desse esforço de ministrar a fotografia como disciplina escolar, principalmente acadêmica, onde o tema se transformou em objeto de estudo e pesquisa, suprindo, assim as lacunas sobre o fazer e pensar essa arte e técnica. É o que ocorre em nosso curso da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB) onde são desenvolvidas as disciplinas de Introdução à Fotografia, Fotojornalismo, Fotografia Publicitária e Fotografia e Iluminação. Vale lembrar que o Instituto de Artes da UnB ainda mantêm sua disciplina de fotografia, assim como nas outras instituições de ensino superior de Brasília. Dessa forma, garantimos o espaço necessário para a formação de profissionais do campo da comunicação, a formação de fotógrafos por vocação além da oportunidade de fixar profissionais da fotografia no meio acadêmico para levar adiante pesquisas. Especificamente relataremos aqui a experiência na disciplina Introdução à Fotografia na Faculdade de Comunicação da UnB. O grande desafio é fazer um curso que equilibre os aspectos teóricos exigidos por um curso acadêmico e as questões práticas necessárias para que o futuro comunicador possa operar os aparatos técnicos 6
  • 7. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Natal, RN – 2 a 6 de setembro de 2008 que constituem os meios de comunicação. Enfrenta-se também os desafios da mudança tecnológica que tende a descartar a fotografia argêntica, processo físico-químico a base de prata, pela fotografia digital, processo eletrônico que codifica a imagem em bits. Do ponto de vista acadêmico tem-se a preocupação de situar a fotografia dentro dos debates que a caracterizam com objeto de fruição e documentação. Nos interessamos em passar para o estudante de comunicação o referencial que permita interpretar a fotografia como uma forma simbólica e os diferentes aspectos que ela assume ao longo de sua história.7 Nesse momento, aproveitamos a apresentar o trabalho de Boris Kossoy e a necessidade de nos atermos à história dos fotógrafos anônimos.8 O aluno desenvolve pesquisa sobre um fotógrafo, preferecialmente um brasileiro, apresentada na forma de um trabalho escrito, com a análise de três imagens do fotógrafo eleito. Com isto fugimos da tendência de trabalharmos aqueles fotógrafos que nos marcam para deixar que o aluno descubra suas próprias referências, permitindo que ele se veja como parte dessa história. No que diz respeito às técnicas, desdobramos o tema em duas partes, uma que procura apresentar a fotografia como linguagem visual e outra que procura mostrar as funções de controle do aparelho fotográfico. Enquanto linguagem, lembramos a herança que a fotografia recebe da pintura, da gravura e do desenho, além das experiências das vanguardas modernistas que adotam a fotografia como forma de expressão e construção de uma nova realidade. Enfatizamos os aspectos formais: luz, sombra, forma, regra dos terços etc.9 No que diz respeito ao aparato técnico, damos ênfase ao controle do foco, do obturador e do tempo de exposição, do diafragma e da profundidade de campo focal, da distância focal e da sensibilidade. Discutimos sobre os diferentes modelos e sistemas: câmeras compactas e reflex, analógicas e digitais, mecânicas e eletrônicas, manuais e automáticas. É nesse momento que levamos os alunos para o Laboratório de Fotografia onde apresentamos o processo fotoquímico e os princípios da câmera escura, com a elaboração de técnicas alternativas como fotograma e pinhole, confirmando a importância do laboratório para a compreensão da fotografia como ato criador, além de 7 Notadamente, destacamos a fotografia na História da Arte de H. W. Janson (1991) e a leitura de diferentes escolas discutindo três distintos autores: Walter Benjamin e sua Pequena História da Fotografia (1996), Marshall McLuhan em “A Fotografia, o bordel sem paredes” (1996) e Roland Barthes com A Câmara Clara (2000). 8 “Por uma História Fotográfica dos Anônimos”. In: KOSSOY, Boris (2007). 9 OSTROWER, Fayga (1987); RIBEIRO, Milton (2003). 7
  • 8. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Natal, RN – 2 a 6 de setembro de 2008 referência para a forma primeira de se fazer fotografias. Depois, passamos para o Laboratório Multimídia onde discorremos sobre a imagem digital e apresentamos os programas de tratamento de fotografias. Paralelo à apresentação dos laboratórios os estudantes fazem dois exercícios com câmeras fotográficas para experimentar seu poder de criação.10 Finalmente, o aluno desenvolve um “ensaio fotográfico” a partir de tema dado. Trabalha-se a idéia de ensaio fotográfico como uma narrativa que mais se aproxima de um conto, ou de uma crônica fotográfica. Enfim, falamos aqui de uma experiência inicial, mas que entendemos como frutífera já que ela prepara o estudante de comunicação para as disciplinas específicas das respectivas habilitações: Jornalismo, Publicidade e Propaganda, e Audiovisuais. Mais adiante, pretendemos ampliar nossa atuação, oferecendo vagas para os alunos de outros departamentos, faculdades e institutos, o que vem ocorrendo com os alunos de biologia, artes, arquitetura, letras e ciências sociais. Da mesma forma, ambicionamos preparar alunos para que levem a experiência para os núcleos de extensão, mantidos pela universidade nas cidades que compõem o Distrito Federal. E disso tudo, fazer objeto de pesquisa, cumprindo assim nosso objetivo acadêmico de agir sobre o tripé do ensino, da pesquisa e da extensão. Discorrido sobre o ensino superior, voltamos nosso olhar para a formação de 8 professores. Fotografia, Imaginário e Memória na (Re)Invenção do Ser Professor Cada vez que o reino do humano me parece condenado ao peso, digo para mim mesmo que à maneira de Perseu eu devia voar para outro espaço. Não se trata absolutamente de fuga para o sonho ou o irracional. Quero dizer que preciso mudar de ponto de observação, que preciso considerar o mundo sob uma outra ótica, outra lógica, outros meios de conhecimento e controle. As imagens de leveza que busco não devem, em contato com a realidade presente e futura, dissolverem-se como sonhos... (Calvino, 1990, p.19) Nosso século é marcado pela tirania da eficiência, da lógica do mercado e do consumo, assumindo uma mentalidade que molda os imaginários individuais, impondo códigos e condutas e agravando o processo de afastamento entre o homem e o meio. A tradição, um meio de lidarmos com o tempo e o espaço, inserindo qualquer atividade ou experiência particular na continuidade do passado, ficou para trás. 10 FREEMAN, Michel (2005); SENAC (2002); TRIGO, Thales (2005).
  • 9. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Natal, RN – 2 a 6 de setembro de 2008 Perdemos a memória e substituímos a tradição pela mudança estrutural imposta por nossa sociedade cibernetizada, que permite a refração da personalidade em múltiplos eus, fragmentando e deslocando as identidades culturais. A realidade, assim posta, apresenta o desafio de mantermos as diferenças num mundo globalizado. No entanto, se considerarmos a responsabilidade dos envolvidos com a Formação Docente – os formadores dos formadores - diante desse cenário, é possível visualizar um longo caminho pela frente. No processo contra a fragmentação e a alienação do pensamento que atinge o mundo da docência (e não poderia ser diferente!), a Cultura e a Arte transformaram-se em elos essenciais na estruturação das referências fundamentais para uma formação docente crítica e reflexiva. Essa associação possibilita, acima de tudo, a compreensão da Educação a partir de suas múltiplas dimensões, mobilizando em cada um o sentimento de pertencimento e o da participação responsável. Todo ser humano representa um movimento de diferença, que se expressa e se torna visível no campo da cultura. No resgate dessas singularidades, a fotografia constitui-se como uma importante aliada no processo de re-significação da nossa existência como professor@s, dando vazão a um campo polissêmico de sentidos. Na fugacidade de nosso tempo, encontramos no tempo do obturador a sensação da pseudo-permanência de um mundo que se constrói e reconstrói a cada momento. A fotografia, nessa perspectiva, ao revelar o não-percebido no âmbito do cotidiano, presente e passado, coloca-se como um instrumento importante para o desenvolvimento de uma reflexão crítica a respeito do mundo. Ela funciona de forma ambígua – como sempre ocorre independentemente da época – como “testemunha/criação” no sentido de um testemunho obtido a partir do processo de criação/construção do fotógrafo; isto significa um produto estético-documental que parte do real enquanto matéria-prima visível, mas que é elaborado ao longo da produção fotográfica em conformidade com a visão de mundo de seu autor. (Kossoy, 1999, p.76) A fotografia, por sua característica documental, nos remete para um mundo representado, ao mesmo tempo análogo e imaginário, num processo de recriação de situações tangíveis ou não, contribuindo com as temáticas do imaginário docente. A dimensão criadora constitutiva do imaginário como fonte propositiva de outras formas de relacionamento, com si próprio, com os outros e com o meio, problematizam o que 9
  • 10. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Natal, RN – 2 a 6 de setembro de 2008 Guattari (1998) já ressaltou - as aprendizagens maquínicas, a partir de dispositivos com outras lógicas: competitivas, narcísicas e anti-solidárias. Sabemos que fotografias não são verdades absolutas, elas são apenas visões parciais de um sujeito que seleciona e recorta referenciado em suas vivências pessoais. Fotos resultam ainda de pré-conceitos artísticos, estéticos e técnicos. Contudo, a imagem fotográfica tem o valor intrínseco de favorecer o reconhecimento da realidade e ampliar a consciência humana para os problemas que existem no mundo por nós partilhado. Acreditamos que revelar e revelar-se é um exercício coletivo sempre transformador e construtivo, especular mesmo. Precisamos dos outros, dos seus olhares para enxergar, para perceber, para constatar. O simbólico se faz presente em todas as instâncias da vida social, significado no referencial, inclusive afetivo, que lhe dá sentido e o torna mobilizador das ações. “Como é concreta essa coexistência das coisas num espaço que duplicamos com a consciência de nossa existência!”, exclama Bachelar (1993, p. 207). O presente é mais do que aparenta ser. A realidade concreta não se reduz a um conjunto de dados materiais ou de fatos isolados que carecem de avaliações estatística e prognósticos técnicos. As imagens formam e educam através de processos prazerosos. Elas se constituem em construções discursivas que precisam ser lidas, cotejadas e decodificadas, libertando o âmbito estético da racionalidade, ainda sufocado pela cultura dos especialistas e dinamizando os processos educativos que viabilizam uma leitura visual do mundo. Valorizar a observação do cotidiano docente significa reconhecer nele o substrato das atitudes sociais – os modos de vida e de pensar –, as relações e inter-relações que constituem a vida social. A docência é a concretização do espaço existencial e como tal deve ser apreendida. Perceber o ambiente como espaço de externalidade dos novos atores/professor@s que emergem da reafirmação de identidades, e da (re)invenção do ser docente/aprendente faz das imagens e da linguagem fotográfica poderosos instrumento para estimular e aprimorar a percepção dos sujeitos. Estas são algumas das questões que nos últimos anos acompanham as experiências da professora do CEFET, formadora de professor@s, arte-educadora e fotógrafa e que motivaram a discussão ora apresentada. 10
  • 11. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Natal, RN – 2 a 6 de setembro de 2008 Concebendo as imagens fotográficas como discursos visuais mediados pelas subjetividades daqueles que fotografam e dos que observam, suas investigações direcionam-se no sentido de vislumbrar o repertório de saberes necessários que dão sustentação à idéia de uma professoralidade, entendida como um processo que se dá ao longo da nossa trajetória de vida e através de todos os dispositivos que nos atravessam e nos produzem como indivíduos e professor@s (Pereira, 2000). Como bem nos explica Phillipe Dubois (1984) a fotografia sempre esteve perpassada por uma mistura de verdade e ficção. Devido a seu caráter indicial, ela carrega consigo a indicação de presença, o aspecto documental, considerado um de seus maiores fetiches e responsável pela perfeita identificação do observador com o objeto representado. A essa característica acrescenta-se a presença do Sujeito que delimita o campo visual a ser apreendido. Assim entendida, a fotografia torna-se um dispositivo analítico de recomposição da práxis humana e de produção de subjetividade que invoca a história. Aguçar os olhares, instigar o conhecimento e a percepção, e estimular transformações referenciadas em processos (auto)formadores a partir das interfaces entre Fotografia, Imaginário e Memória, contribuem sobremaneira para a gestação de práticas docentes diferenciadas, comprometidas com a humanidade do humano, como diria Edgar Morin (2000). O tema da formação docente não pode ser sub-dimensionado; ao contrário, há de ser o tempo de mudanças efetivas, individuais, que estruturarão as transformações sociais e políticas esperadas, implicando na compreensão da complexa condição humana e sua inserção nos âmbitos individual e social. 11 Nosso último foco aponta para a educação de portadores de necessidades especiais, especificamente aqui cegos. Fotografia, Cegueira e Educação A pessoa, o lugar, o objeto estão expostos e escondidos ao mesmo tempo só a luz, e dois olhos não são bastantes para captar o que se oculta no rápido florir de um gesto. É preciso que a lente mágica enriqueça a visão humana e do real de cada coisa um mais seco real extraia
  • 12. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Natal, RN – 2 a 6 de setembro de 2008 12 para que penetremos fundo no puro enigma das figuras (...) (Diante das fotos de Evandro Teixeira – Carlos Drummond de Andrade) Penetrar no puro enigma das figuras é muito mais do que apenas re(a)presentar as coisas do real. É redescobri-las para além de sua aparência, revelando os fenômenos da vida que se ocultam por trás da sua própria luminosidade. Esse é o convite que Drummond nos faz para vermos com outros olhos o papel social e estético da fotografia que, ao desvelar aquilo que está exposto e escondido, põe à mostra os próprios sujeitos que a produzem. Mas se essa luz que recobre a tudo e a todos não fosse acessível pela visão? E se a pessoa, o lugar, o objeto não fossem vistos? Nesse caso, para os cegos, “os dois olhos não são suficientes para captar o que se oculta”. Por conseguinte, a fotografia poderia ajudar os cegos e deficientes visuais a penetrar no puro enigma das figuras? As questões postas não encontram respostas simplesmente na apreciação da fotografia por meio da leitura de um vidente. Elas nos convidam a ir um pouco mais longe: a perspectiva do cego assumir a autoria fotográfica. Em diversas partes do mundo e do Brasil é cada vez mais freqüente a realização de oficinas de fotografia para pessoas com deficiência visual, que assumem como propósitos o estímulo da autonomia expressiva e a inclusão visual dos cegos, considerando a visibilidade social e a ruptura de estereótipos. Ao mesmo tempo, temos notícias de fotógrafos cegos que sistematicamente produzem e socializam suas produções. No México, destaca-se Gerardo Nigenda11, na França, temos Evgen Bavcar12, e em Natal/RN, destacamos Marcos Silva13, fotógrafo amador que, embora ainda não tenha feito nenhuma exposição fotográfica, produz sistematicamente a partir das interações com as pessoas do seu convívio e com o ambiente que o circunda. O que há de comum nos três fotógrafos cegos citados é o agenciamento das sonoridades do ambiente, da palavra do outro e do tato como mediadores do processo de feitura das imagens fotográficas. 11 Gerardo Nigenda, nasceu na cidade do México, em 1967. A rinopatia diabética deixou-lhe cego. 12 Evgen Bavcar nasceu na Eslovênia, no povoado de Lokavec, em 1946. Antes dos 12 anos já se achava cego por conta de dois acidentes consecutivos. No primeiro, perfurou o olho esquerdo com um galho ao bater em um árvore, jogando bola. No segundo, esfacelou o olho direito em uma explosão, ao brincar em um campo minado. 13 Marcos Silva nasceu em Natal, em 1954. Desde o nascimento que a deficiência visual o acompanha por conta do glaucoma que atingiu-lhe os dois olhos, fazendo-o enxergar apenas vultos e algumas cores. Aos 24 anos ficou completamente cego.
  • 13. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Natal, RN – 2 a 6 de setembro de 2008 Essa perspectiva de que o tato, os sons e a palavra (do outro) possam mediar processos perceptivos, desencadeadores da produção e da leitura da imagem fotográfica, conduziram-nos ao desenvolvimento de uma investigação que assume a fotografia como passível de inserir-se no processo ensino-aprendizagem de deficientes visuais, tendo como contexto uma sala de aula das séries iniciais do Instituto de Educação e Reabilitação de Cegos do RN (IERC). Fundamentada na pesquisa colaborativa, a mencionada investigação iniciou-se em 2005, envolvendo 8 professores voluntários e contemplando, a princípio, sessões de estudo oficinas de fotografia (básica e de olhos fechados), na perspectiva de ressignificar os saberes e práticas dos professores. Em seguida, elegemos a 1ª série14 como espaço de inserção da fotografia no contexto de sala de aula. As atividades fotográficas eram planejadas coletivamente pelo grupo de professores e introduzidas pela professora da 1ª série. As atividades fotográficas tinham como parâmetro os registros fotográficos do ambiente de sala de aula e do espaço escolar. As crianças escolhiam aquilo que desejavam fotografar e exploravam, a partir dos conhecimentos prévios do espaço, da relação háptica estabelecida, da palavra do outro (professora e colegas), as possibilidades de empreender o registro. Porém, antes do acesso à máquina fotográfica (digital) por parte do aluno, foram desenvolvidas atividades preparatórias e que compreendiam exercícios com moldura que mediavam a construção do enquadramento. Tais indicações, mediadas pela professora, presentes nas experiências corporais das crianças na constituição espacial de suas interações com os outros e com os objetos, traduzem relações espaciais projetivas (CASTROGIOVANNI, 2000) que subjazem os conceitos de enquadramento, plano e ponto vista, inerentes à linguagem fotográfica. Por sua vez, as polaridades indicadas provocavam um processo deliberado de exploração do espaço da sala de aula, considerando a memória, a imaginação e a percepção sonora e tátil. Ao mesmo tempo, permitia a associação com os conceitos fotográficos. As experiências fotográficas desenvolvidas pelos alunos assinalam a importância pedagógica da leitura e produção imagética por parte de pessoas com deficiência visual, na medida em que a sua condição humana implica uma dimensão ontológica da comunicabilidade, cuja variedade de linguagens é passível de ser apropriada pelos não videntes como exercício e insígnia da cidadania. 14 A turma era composta por onze alunos, sendo quatro cegos e sete com baixa visão, com idade entre 9 e 14 anos. 13
  • 14. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Natal, RN – 2 a 6 de setembro de 2008 Por outro lado, esse enfoque fotográfico pela perspectiva da não vidência põe em destaque a capacidade humana da imaginação nos termos propostos por Flusser (1985) e que o fotográfico como mediador imagético das relações estabelecidas entre o ser humano e o seu entorno, em uma instância, revela os limites e as possibilidades de nosso processo de humanização, já assinalado por Dubois (1996) ao discutir a natureza epistêmica da fotografia. Se entendermos que a humanização é constituída sócio-historicamente por múltiplos processos educacionais, a socialização e apropriação de saberes e fazeres em torno do fotográfico não apenas traduz um itinerário oculocêntrico de compreensão dos fenômenos, mas nos auxilia a caracterizar e a problematizar as próprias condições de sermos o que somos e o que poderíamos ser. Embora esses processos educacionais não se reduzam ao contexto escolar, é preciso que a escola como um dos espaços preponderantes de socialização e produção de saberes possa contribuir com a apropriação da linguagem fotográfica na perspectiva de assegurar aos alunos experiências imagéticas para que, conforme propõe o poeta, possam, gradativamente, penetrar o enigma das figuras e revelar o inacabamento e a inconclusão do ser humano. Nas primeiras décadas do século, Moholy-Nagy (2002) criticava a especialização das atividades laborais e estéticas como passíveis de restringir novas experiências artístico-sociais, bem como, provocadoras de uma existência estritamente especializada e de percepções mecânicas e unilaterais. Para ele, a fotografia contribuiria com a superação dessa superficialidade e dessa 14 dispersividade, a partir da articulação com outros campos expressivos. Tais idéias, por um lado, demarcam suas investigações artísticas com a fotografia, as quais rasuram as fronteiras entre o pictórico e o fotográfico; por outro lado, assinalam as marcas contemporâneas da comunicação humana pautada na hibridez das linguagens e na profusão imagética, cuja universalidade e intensidade caracterizam aquilo que Aumont (1995) designou de civilização da imagem que nos remete à paradoxalidade dos simulacros. Se para Moholy-Nagy (2002) essa profusão e dispersividade comunicacionais deveriam ser enfrentadas por processos integrados de produção e de leitura das imagens, podemos pensar em uma pedagogia da imagem, conforme nos sugere Jobim e Souza (2000) que considere a autonomia e as especificidades do fotográfico como uma prática e um saber escolar, cuja efetivação não se furte ao diálogo com as outras linguagens,
  • 15. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Natal, RN – 2 a 6 de setembro de 2008 sobretudo, a verbal, na perspectiva de que as crianças, jovens e adultos possam se apropriar dos fundamentos dessa linguagem para exercitarem suas expressividades como forma de construir significados que permitam compreender as diversas formas de construção de sentido, as diversas formas de olhar e de ser olhado. Para tanto, a escola deve superar a ênfase no oral-escrito e converter-se em um espaço de construção e de interação de múltiplos saberes, de múltiplas linguagens e de múltiplos sujeitos. __________________ TÍTULOS E RESUMOS DOS PARTICIPANTES DA MESA Resumo 1 Fotografia Na Escola: Uma Estrangeira de Desconhecido Idioma Ana Maria Schultze, docente, doutoranda, Prefeitura do Município de São Paulo e Instituto de Artes da Unicamp O objetivo desta discussão é analisar brevemente alguns dos motivos pelos quais a fotografia muitas vezes transita pela escola como uma estrangeira de desconhecido idioma, inacessível para professores e alunos (ainda que em algumas situações mais distante dos professores que de seus alunos) por desconhecimento, falta de recursos etc. Pretende-se também relatar algumas possibilidades, já verificadas, de abordagens da imagem fotográfica na escola básica (aquela que vai da educação pré-escolar ao ensino médio), através de uma série de propostas e desafios estéticos a serem apresentados neste contexto. Resumo 2 Foto-Ensino-Grafia Duda Bentes - docente, doutorando, Universidade de Brasília - UnB Tratamos de uma experiência do ensino da fotografia no Curso de Comunicação da Universidade de Brasília. Essa experiência se fundamenta em uma tradição do ensino da fotografia em Brasília, que nasce propriamente dita na UnB, se alarga pelo ensino médio e fundamental, e se consolida na formação de futuros profissionais da comunicação. Especificamente, a apresentação é o resultado da reformulação do Plano de Ensino da disciplina Introdução à Fotografia, ministrada para alunos do segundo semestre, das três habilitações que compõem o curso: Jornalismo, Audiovisuais e Publicidade e Propaganda. Mais que uma descrição dos procedimentos didáticos e pedagógicos, e a adaptação às mudanças tecnológicas, procuramos destacar o espírito que rege a disciplina, a inquietação criadora no contexto do cotidiano. Resumo 3 Fotografia, Imaginário E Memória Na (Re)Invenção Do Ser Profess@r 15
  • 16. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Natal, RN – 2 a 6 de setembro de 2008 Cláudia Mariza Mattos Brandão - docente, doutoranda em Educação, UFPEL Na tentativa de instituir outros pontos de vista sobre os estudos e as práticas da Fotografia na Educação, o objetivo dessa fala é discutir questões relativas à formação docente, referenciadas em processos (auto)formadores, a partir das interfaces entre Fotografia, Imaginário e Memória. Enfocando a constituição do olhar como o sentido da realidade que modula nossa forma de pensar o mundo e nos diferencia, a busca é salientar a fotografia como uma aliada fundamental no processo de re-significação da nossa existência como professor@s, dando vazão a um campo polissêmico de sentidos e dinamizando os processos (auto)educativos que viabilizam uma leitura visual do mundo. Resumo 4 Fotografia, Cegueira e Educação Jefferson Fernandes Alves – docente, Departamento de Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Norte A construção de visualidades não se reduz à visão das coisas, mas pode ser decorrente de um olhar multissensorial agenciado pelo tato, pelo som e pela palavra alheia. Essa perspectiva nos lança para a câmera obscura da cegueira como provocadora de imagens fotográficas, reveladoras de novas perspectivas em relação às práticas educativas do olhar. Essa relação entre cegueira e fotografia provoca alguns desafios teórico-metodológicos que estamos enfrentando a partir do eixo da educação pelo fato de que as práticas interativas no campo do fotográfico se encerram em processos sociais educativos que precisam ser debatidos, também, como práticas escolares suscitadoras de fazeres e saberes em que as imagens resultantes nos ponham diante dos desafios e contradições de nos revelarmos continuamente como seres em processo. Referências bibliográficas ALVES, Jefferson Fernandes. O olhar pelo tato e pela voz: não vidência, fotografia e prática docente. Revista Educação em Questão. Natal, v. 27, nº 13, p. 124-139, set/dez. 2006. _____. Um fotógrafo não vidente: a cegueira grafando imagens. In: MARTINS et al (orgs.). Educação e inclusão social de pessoas com necessidades especiais. João Pessoa: Editora da UFPB, 2007, p. 377- 392. AUMONT, Jacques. A imagem. Campinas, SP: Papirus, 1995. 2ª ed. BACHELARD, Gaston. A Poética do Espaço. São Paulo: Martins Fontes, 1993. BAKHTIN, Mikhail. (Volochinov). Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método sociológico na Ciência da Linguagem. São Paulo: Hucitec, 1988. 4ª ed. _____. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003. _____. Problemas da poética de Dostoiévski. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1997. 2ª ed. BARROS, Armando Martins (Org.). Práticas discursivas ao olhar: notas sobre a vidência e a cegueira na formação do pedagogo. Rio de Janeiro: E-papers, 2003. 16
  • 17. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Natal, RN – 2 a 6 de setembro de 2008 BARTHES, Roland Barthes. A Câmara Clara. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000. BAVCAR, Evgen. A luz e o cego. In: NOVAIS, Adauto. (org.). O homem-máquina: a ciência manipula o corpo. São Paulo: Cia. das Letras, 2003. BENJAMIN, Walter. Pequena História da Fotografia. In: _____. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Obras Escolhidas - v. 1. São Paulo: Brasiliense, 1996. Tradução Sergio Paulo Rouanet. BENTES, Duda. Heinz Forthmann, o discreto documentarista da cultura brasileira. In: MELO, José Marques de; DUARTE, Jorge Antonio Menna (orgs.). Memória das ciências da comunicação no Brasil: os grupos do Centro-Oeste. Brasília: Uniceub, 2001. BERGER, John. Modos de ver. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. CALVINO, Ítalo. Seis propostas para o próximo milênio: lições americanas. São Paulo: Companhia das Letras, 1990. CARTIER-BRESSON, Henri. O Imaginário Segundo a Natureza. Barcelona: Gustavo Gili, 2004. CASTROGIOVANNI, Antonio Carlos. Apreensão e compreensão do espaço geográfico. In: _____; CALLAI, Helena Copetti; KAERCHER, Nestor André (Orgs.). Ensino de geografia: práticas e textualização no cotidiano. Porto Alegre: Mediação, 2000, p. 11-60. CHIARELLI, Tadeu. A fotografia brasileira no acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Apostila Coleção de Fotografia do MAM - Contatos com a Arte. Museu de Arte Moderna. São Paulo: 2002. Reprodução. DUBOIS, Philippe. O Ato Fotográfico e outros ensaios. Campinas: Papirus, 1984. FADON VICENTE, Carlos. Fotografia: a questão eletrônica. In SAMAIN, Etienne (org.) O fotográfico. São Paulo: Hucitec, 1998. FLUSSER, Vilém. Filosofia da caixa preta: ensaios para uma futura filosofia da fotografia. São Paulo: Hucitec, 1985. FOULKES, Benjamin Mayer. Más allá de la mirada. (entrevista com Evgen Bavcar). Disponível em <htttp://www.jornada.unam.mx/1999/ago99/990801/sem-mayer.html> Acesso em 10 de setembro de 2001a, 3 p. _____. El fotógrafo ciego. Disponível em <htttp://zonezero.com/exposiciones/fotógrafos/bavcar/introsp.html> Acesso em 10 de setembro de 2001b, 4 p. FREEMAN, Michel. The Digital SLR Handbook. Cambridge: Ilex, 2005. GUATTARI, Felix. As Três Ecologias. Campinas, SP: Papirus, 1990. HUMBERTO, Luis. Fotografia, ainda a questão do ensino. In: _____. Fotografia, a poética do banal. Brasília: Editora Universidade de Brasília; São Paulo: Imprensa Oficial do Estado, 2000. JANSON, H. W. História da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 1992. JOBIM E SOUZA, Solange. Os paradoxos da imagem e a experiência com o conhecimento e a cultura. In: _____. (org.). Mosaico: imagens do conhecimento. Rio de Janeiro: Rios Ambiciosos, 2000, p. 15-22. JOSSO, Marie-Christine. Experiências de Vida e Formação. São Paulo: Cortez, 2004. KOSSOY, Boris. Realidades e ficções na trama fotográfica. São Paulo: Ateliê Editorial, 1999. _____. Os Tempos da Fotografia. São Paulo: Ateliê Editorial, 2007. LENZI, Lúcia Helena Correa et al. (orgs.). Imagem: intervenção e pesquisa. Florianópolis: Editora da UFSC, 2006. MACHADO, Arlindo. A ilusão especular: introdução à fotografia. São Paulo: Brasiliense, 1984. MARTINS, Mirian Celeste (org.). Grupo de pesquisa Mediação Arte/Cultura/Público. Revista Mediação: provocações estéticas. Universidade Estadual Paulista - Instituto de Artes. Pós-graduação 17 - mestrado em artes. São Paulo, v. 1, n° 1, outubro 2005. Anual. ISSN 1808-9496. MCLUHAN, Marshall McLuhan. A Fotografia, o bordel sem paredes. In: _____. Os Meios de Comunicação como Extensão do Homem. São Paulo: Cultrix, 1996.
  • 18. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Natal, RN – 2 a 6 de setembro de 2008 MOHOLY-NAGY, László. Espacio. El espacio-tiempo y el fotógrafo. In: YATES, Steve. (ed.). Poéticas del espacio: antología crítica sobre la fotografia. Barcelona: Editorial Gustavo Gilli, 2002, p. 205-221. MOREIRA LEITE, Miriam Lifchitz. Retratos de família: imagem paradigmática no passado e no presente. In: SAMAIN, Etienne (org.). O fotográfico. São Paulo: Hucitec, 1998. P. 35-40. MORIN, Edgar. A Cabeça Bem-Feita. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000. OSTROWER, Fayga. Universos da Arte. Rio de Janeiro: Campus, 1987. PEREIRA, Marcos Villela. Subjetividade e Memória: considerações sobre formação e autoformação. In: OLIVEIRA, Valeska F. de. Imagens de Professor: significações do trabalho docente. Ijuí: UNIJUÍ, 2000. RIBEIRO, Milton. Planejamento Visual Gráfico. Brasília: Linha Editorial Gráfica, 2003. 6ª ed. SAMAIN, Etienne (org.). O fotográfico. São Paulo: Hucitec, 1998. SANTAELLA, Lucia; NÖTH, Winfried. Imagem: cognição, semiótica, mídia. São Paulo: Iluminuras, 1998. SARAMAGO, José. Ensaio sobre a cegueira. São Paulo: Cia das Letras, 1995. SCHULTZE, Ana Maria. Mapas sensíveis: percursos de leituras do mundo através de imagens fotográficas. São Paulo, 2003. Dissertação (mestrado). Instituto de Artes/UNESP. SENAC. Fotógrafo: o olhar, a técnica e o trabalho. Rio de Janeiro: Senac, 2002. SONTAG, Susan. Ensaios sobre a fotografia. Rio de Janeiro: Arbor, 1983. TRIGO, Thales. Equipamento Fotográfico. Teoria e Prática. São Paulo: Editora SENAC, 2005. 3ª ed. ZUMTHOR, Paul. A letra e a voz: a “literatura” medieval. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. _____. Performance, recepção e leitura. São Paulo: EDUC, 2000. 18