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Os níveis de proteção dos trabalhadores da construção
                                                  Paper

                                                                                 Antonio Fernando Navarro1

                   Com a intensiva divulgação dos conceitos de Confiabilidade, também associado a
Fiabilidade, através de vários meios, inclusive de sites de discussões, tem sido bastante divulgada a
idéia de níveis de proteção ou de contenção. O conceito é relativamente simples, já que níveis
podem ser também considerados como barreiras, ou meios de proteção. Esses conceitos, por sua
versatilidade, podem ser ampliados a várias áreas, inclusive a de segurança do trabalho.
                   Quando a visão é a da Confiabilidade, as barreiras passam a ser de contenção ou
prevenção contra falhas operacionais ou de funcionamento, de equipamentos ou sistemas. Todas as
instalações, mesmo com os projetos mais adequados, estão sujeitas a falhas operacionais, ou a
quebras. Quando um painel de alarme não acusa o funcionamento inadequado de uma válvula de
bloqueio tem-se uma falha. Quando um disjuntor de um circuito elétrico deixa de funcionar tem-se
uma falha. Essa pode ser devida a uma infinidade de fatores, muitos desconhecidos. Se todos os
modos de falha fossem conhecidos os níveis de confiabilidade seriam de 100%.
                   Na área da segurança do trabalho o ponto mais importante é a segurança do
trabalhador. Desta maneira, como explicitado no conceito de níveis de proteção, o trabalhador deve
ser protegido dos perigos e riscos, situados externamente.
                   O trabalhador por estar próximo ao lado dos equipamentos, instalações e obras
pode ser atingido facilmente por qualquer falha que se dê durante a execução de suas atividades.
Algumas dessas falhas podem ser imputadas ao próprio trabalhador, ao próprio trabalho, aos
procedimentos e processos utilizados, ao ambiente de trabalho, às ferramentas e equipamentos
empregados, e, por que não, ao acaso? Se todos os “Modos de Falha” fossem conhecidos não
ocorreriam Acidentes do Trabalho. Quando se tem o total controle das atividades minimiza-se a
probabilidade de ocorrência de acidentes, ou de falhas, crescendo os níveis de confiabilidade ou de
certeza.
                   O que de comum pode ser depreendido tanto nos processos quanto no ambiente de
trabalho é que inúmeras são as possibilidades de ocorrências de falhas. Muitas vezes não basta
apenas que haja um processo inadequado. A conjugação desses processos pode conduzir a falhas
perigosas.



1
 Antonio Fernando Navarro é Físico, Matemático, Engenheiro Civil, Engenheiro de Segurança do Trabalho e Mestre
em Saúde e Meio Ambiente, tendo atuado em Gerenciamento de Riscos em atividades industriais por mais de 30
anos. Atualmente é Engenheiro e Professor da Universidade Federal Fluminense – UFF.
Mas, em que esse raciocínio é relevante? A relevância decorre do fato de as
empresas, de maneira correta ou não, investirem na segurança de seus trabalhadores, mas os
acidentes ainda continuam ocorrendo e gerando perdas não só para os empregados, como também
para os empregadores, Governos Federal, Estadual e Municipal, esses nos atendimentos
hospitalares, auxílios ou pensões.

                  Alguns estudos, dentre esses um que elaborados por cerca de 10 anos,
continuamente, abrangendo empresas da área de construção com mais de cem trabalhadores,
permitem-nos afirmar que os custos globais com a proteção dos trabalhadores não ultrapassam a 3%
dos orçamentos das obras. Aliás, os custos passam a ser inversamente proporcionais ao efetivo da
obra, já que as estruturas de supervisão e controle e os gastos gerais não crescem
proporcionalmente.




   No gráfico a ordenada representa a quantidade de trabalhadores e a abcissa os custos de SMS

                  Para que os níveis de segurança sejam considerados adequados devem existir,
pelo menos:

   1. Empresas com sólida cultura de prevenção de perdas;
   2. Níveis gerenciais com competência e adotando a mesma cultura da empresa;
   3. Fortes planos de supervisão e controle;
   4. Baixos níveis de tolerância à ocorrência de perdas ou falhas;
   5. Procedimentos Operacionais amplamente divulgados;
   6. Sistemas de Gestão implementados;
   7. Empregados escolhidos com base em critérios de Competências, Habilidades e Atitudes;
   8. Investimentos em capacitação dos trabalhadores;
   9. Investimentos na supervisão e controle dos trabalhadores;
   10. Investimentos na instalação de Equipamentos de Proteção Coletiva;
   11. Investimento na aquisição de Equipamentos de Proteção Individual;
   12. Aquisição de equipamentos e ferramentas intrinsecamente seguros;
   13. Manutenção dos canteiros de obras e áreas de serviço limpas e organizadas, etc..
A quantidade de materiais fornecidos aos trabalhadores e os investimentos na
capacitação e supervisão dos mesmos é comumente relacionada ao valor dos contratos, tempo de
execução dos serviços e características dos serviços executados. Passa a não fazer sentido se uma
empresa com elevado padrão de segurança de seus trabalhadores contratar serviços de empresas
diversas, para a substituição de vidros nas janelas, ou troca do “miolo” das fechaduras das portas,
que não tenham qualquer nível de comprometimento para com as questões de segurança. Um vidro
mal posicionado ou o transporte do mesmo de modo descuidado pode comprometer o padrão de
segurança da empresa contratante.

                 Os níveis mínimos de proteção dos trabalhadores são ilustrados a seguir. Para que
possam ser ampliados é necessário que o leitor tenha os conhecimentos necessários nas atividades
de Segurança do Trabalhador, Ambiente Natural e de Trabalho (comumente conhecido,
erroneamente, por meio ambiente) e Saúde Ocupacional. Por exemplo, como Equipamentos de
Proteção Coletiva imaginam-se, em um primeiro momento, barreiras físicas, como biombos, por
exemplo, mais empregados nas atividades de corte e solda de metais ou na dispersão ou absorção de
ruído gerado pelos equipamentos. Quando a visão passa a ser ampliada agregam-se os andaimes,
barreiras de isolamento de áreas e de sinalização, placas de aviso, entre outras. As telas plásticas
fixadas sobre andaimes fachadeiros são barreiras de proteção que impedem que materiais projetados
da obra venham a atingir os empregados ou terceiros.




                 Neste paper iremos tratar especificamente desses seis níveis de proteção, tomados
como exemplo, e a importância de cada um deles para a segurança dos trabalhadores.
EPIs – Equipamentos de Proteção Individual

                 Os EPIs tradicionalmente são considerados como a primeira barreira de proteção
contra os acidentes. Existem pontos a favor e outros pontos contra essa questão de ser a primeira
barreira. Em análises de mais de 500 acidentes com e sem afastamento, ocorridas durante os
períodos de 1982 a 1987 e de 2001 a 2008, verificamos que em cerca de 70% dos casos analisados
os EPIs estavam de posse dos trabalhadores ou sendo empregados por esses. Em um dos casos, um
trabalhador encontrava-se sobre o estrado de um andaime no interior de um tanque, mudando os
estrados de posição para a continuidade das atividades de manutenção interna do tanque. O
trabalhador não se encontrava só. Mas, no momento em que se deu o acidente seu colega de
trabalho havia sido chamado pelo encarregado para realizar outra atividade. O acidente se deveu ao
fato do trabalhador arrastar os estrados metálicos para mudar a posição dos mesmos. Cada estrado
pesava quase 30 quilogramas. Em um determinado momento, o “chão faltou” ao trabalhador e esse
caiu de uma altura de 12 metros no piso do tanque. Foi removido para o hospital e três dias depois
veio a falecer. No momento em que tiravam o trabalhador do chão para coloca-lo em uma
ambulância ele estava com o cinto de segurança do tipo paraquedista, com dois talabartes, enrolados
em sua cintura. Não havia linha de vida para que o trabalhador prendesse os ganhos dos talabartes.
Inúmeros são os exemplos de empregados que utilizavam EPIs quando sofreram o acidente do
trabalho. Em outro exemplo, o trabalhador ficava sentado em um banco, com uma haste de madeira
de 4 metros, na extremidade da qual ficava um gancho de aço. A função do trabalhador era a de
orientar as toras de madeira que eram descarregadas para o picador. Uma das toras ficou
atravessada e estava impedindo as demais de escorregarem sobre a rampa, até os dentes do picador.
O trabalhador ficou com a haste tentando orientá-la. Em um determinado momento, sua luva ficou
presa a uma farpa da haste de madeira. Coincidentemente a tora foi puxada pelo picador e junto
com ela o gancho, a haste e o braço do operador.

                 O EPI não é um dispositivo que salva vidas, mas que pode atenuar as lesões. Um
capacete de segurança não representa nada diante de uma carga de 100 Kg que cai do segundo
andar do prédio em construção. Uma luva não protege os dedos do trabalhador se essa for puxada
pelo disco de serra. Um óculos de segurança não consegue barrar o trajeto de um prego que se solta
de uma chapa de madeira serrada, que pode seguir em velocidade. Também um protetor facial não
protege a face de um trabalhador que ao amolar uma ferramenta, solta um pedaço do rebolo que gira
a uma velocidade de 1300rpm. Por outro lado, uma luva de segurança para trabalhos com
eletricidade, capaz de proteger o trabalhador para uma tensão de 10.000 volts o protege, quando
esse está operando uma linha com tensão inferior.
O EPI deve ser adequado para a atividade executada, o trabalhador deve saber
como utilizar o EPI e, principalmente, o EPI deve ser de boa qualidade.

                   Voltando às nossas estatísticas, em 15% dos acidentes o trabalhador não sabia
como utilizar corretamente o EPI. Em 10% dos acidentes o EPI não era o adequado. Um trabalhador
sofreu forte intoxicação por produtos químicos porque usava barba. O trabalhador empregava
máscara de segurança adequada, mas a barba impedia a aderência plana da máscara ao rosto do
trabalhador.

                   Às vezes nos deparamos com cenas bizarras, como por exemplo a exigência do
uso de capacetes em um galpão industrial com duas pontes rolantes transportando cargas de 800
toneladas. A explicação recebida era a de que o capacete era importante se um parafuso ou uma
ferramenta caísse na cabeça do trabalhador.

                   Diante do exposto, deve se ter sempre o bom senso quanto ao emprego dos EPIs.
As normas específicas determinam, em primeiro lugar, eliminar o risco. Em segundo lugar, o uso de
EPC, principalmente barreiras físicas e, em terceiro lugar, o fornecimento e o uso pelo trabalhador
do EPI. No caso do galpão industrial citado, não poderia ocorrer passagens de pessoas sob a carga,
depois de essa estar içada pelas pontes rolantes.

                   Também é importante que o trabalhador seja continuamente orientado a ter
atenção às suas atividades. A falta de atenção é responsável por 18% das ocorrências de acidentes.
A falta de percepção do risco é responsável por cerca de 20% das ocorrências. A conjugação da
falta de atenção à falta de percepção chega próximo a 25% das ocorrências dos acidentes com ou
sem afastamento.

                   Frisa-se que uma ocorrência de acidente nunca é devida somente a uma causa.
Existem as causas raiz, as causas básicas, as causas consequentes ou decorrentes, enfim, nunca
somente a falta do EPI foi a causa do acidente. Um paralelo pode ser feito com a chuva. Ela não
ocorre porque há nuvens espessas sobre nós. Não basta apenas haver nuvens para que haja a chuva.
No nordeste, há nuvens. Todavia, há regiões onde não ocorrem chuvas por muitos meses.

                   Nas fotografias a seguir ilustraremos uma situação com o empregado utilizando
corretamente os EPIs e outra onde o empregado não faz uso de nenhum EPIs. A “justificativa” para
a segunda fotografia foi apresentada pelo trabalhador que informou que estava alí só para receber
seu salário, atrasado a três meses, e seu encarregado havia pedido que fizesse um pouco de
concreto. O trabalhador sequer chegou a entrar no vestiário. Após o serviço foi embora sem o
salário. Contudo, naquele momento expôs seu organismo a poeiras de cimento e areia.
Foto de empregado totalmente uniformizado e empregando corretamente os EPIs requeridos para a
                                   execução das atividades.




      Empregado lançando baldes de cimento na betoneira sem empregar nenhum dos EPIs
                              recomendados para a atividade.




Coifa de serra circular, atingida pelo desalinhamento do disco de corte. Com o contato um dente do
                disco de corte foi quebrado e por pouco não atingiu um trabalhador.
Carneira de capacete rompida com o impacto de uma peça de madeira que caiu de uma fôrma.




Disco de serra circular desalinhado pela excessiva pressão de tábuas e barrotes, causando uma série
                                    de cortes na mesa de corte.
Cabo de martelo mal posicionado podendo causar a soltura do mesmo.




Cabo de martelo rompido após o impacto do martelo sobre superfície dura. A ferramenta havia sido
 entregue com o cabo rachado e o operário não a tinha examinado antes de iniciar suas atividades.




Cabo de pá rompido ao ser empregado. O cabo apresentava imperfeições antes de ser entregue pelo
                                 almoxarife ao trabalhador.
EPCs – Equipamentos de Proteção Coletivos

                  Os EPCs tradicionalmente são considerados como a segunda barreira de proteção
dos trabalhadores contra os riscos a que estão expostos. Os EPCs legalmente devem ser empregados
antes de o trabalhador fazer uso dos EPIs. Supõe-se que os EPCs afastem os trabalhadores do risco
e, em assim o sendo, o trabalhador não se acidenta. Ocorre que tanto o trabalhador quanto o EPC
encontram-se em um mesmo ambiente. Como resolver essa questão?

                  Em primeiro lugar, o isolamento de uma área, equipamento, sistema ou ambiente
é uma das maneiras de proteger o trabalhador, quando o mesmo esteja prestes a se acidentar. A tela
de proteção presa aos andaimes fachadeiros na reforma de fachadas de prédios é um dispositivo de
proteção coletiva, que não atende somente ao trabalhador, mas também a terceiros. Neste exemplo,
a tela deve ser resistente aos materiais projetados sobre ela, resistente às intempéries, corretamente
presa sobre a estrutura do andaime. Quando isso não ocorre os materiais projetados caem sobre as
pessoas, não importa quem. Assim, o EPC deve ser sempre o mais adequado ao isolamento
pretendido. Em nossas estatísticas, 5% dos acidentes ocorreram pela transposição das barreiras pelo
trabalhador, ou seja, 5% das vítimas ou não reconheciam a importância da proteção, ou fizeram a
ultrapassagem premidos por fatos diversos. Nas atividades de cravação de estacas empregando
martelos, deve-se isolar toda a área ao redor dos bate estacas. A boa prática recomenta que o raio de
isolamento deve corresponder a uma vez e meia a altura da haste do bate estacas. E por que isso?
Pelo fato de que ao cair, a lança pode projetar o cabo de aço e o martelo em um fenômeno
denominado de “efeito chicote”. Em outro exemplo, o isolamento de uma área de escavação tem
que possibilitar que o material escavado seja depositado a uma distância segura da borda, que, pelos
regulamentos técnicos deve ser de pelo menos a metade da altura da escavação. Se o isolamento não
tiver previsto o volume de terra escavado, o material será depositado ou junto à própria vala ou após
a cerca.

                  Isolar é proteger, é evitar a proximidade. Uma cerca é uma barreira de isolamento,
mas também um EPC. Em galpões industriais com grande quantidade de equipamentos em
funcionamento, muitos com nível de ruído elevado, se nada for feito será quase que inviável a
permanência contínua de trabalhadores no local. Nessas condições podem ser empregadas medidas
de enclausuramento dos equipamentos ou motores e a instalação de biombos refletores das pressões
sonoras, que são uma das formas de propagação de energia.

                  Nas duas fotografias a seguir ilustra-se a questão das linhas de vida. Uma linha de
vida é um cabo firmemente preso, posicionado acima dos trabalhadores, no qual são presos os
ganchos dos talabartes dos cintos de segurança. É um EPC porque se destina a oferecer uma
proteção coletiva. Recebe o nome de linha de vida porque graças a ela os trabalhadores ao caírem
do piso de trabalho poderão ficar suspensos e não “morrer”, ou seja, continuarem vivos. Alguns
aspectos relevantes não são considerados ao se avaliar a eficiência desse dispositivo, como por
exemplo, a atracação dos cabos em estruturas que suportem o peso dos trabalhadores, e a
capacidade de resistência dos cabos utilizados.




    Fotografia com dois operários empregando seus EPIs, com cintos de segurança do tipo para
quedistas, contudo, prendendo os ganchos dos talabartes em uma linha de vida mal posicionada, nas
        proximidades da forma da laje que estava sendo concluída para receber a ferragem.
Trabalhador realizando um trabalho perigoso, com o tronco enrolado em uma corda
 displicentemente segurada por um colega. O EPC recomendado era uma linha de vida, corda ou
cabo posicionado acima da cabeça dos trabalhadores, firmemente presas em estruturas de suporte
                   que independam da estrutura onde os trabalhadores estarão.
Orientação

                  Orientação é aqui descrita como esclarecimento, chamamento de atenção. Não se
trata de uma capacitação do trabalhador, mas sim de alerta. A orientação pode ser visual/gráfica, por
meio de painéis, banners, posters. A orientação deve ser dada pelo encarregado do trabalhador. O
encarregado ou o superior imediato do trabalhador sabe, melhor do que os demais empregados da
empresa como abordar o trabalhador e o que deve ser dito nessa abordagem. Muitas vezes o
trabalhador já foi capacitado e treinado. Entretanto, sob determinadas circunstâncias, pode não
executar as atividades do modo mais seguro, ou na pressa e sob stress para cumprir sua tarefa,
utilizar as ferramentas inadequadas ou os métodos incorretos. Quando isso ocorre diz-se que o
trabalhador está utilizando atalhos. O atalho é sempre a forma mais imediata de se chegar ao
acidente ou à falha.

                  A orientação pode ser dada ao trabalhador antes que esse inicie suas atividades, ou
no decorrer dessas, para alertá-lo dos perigos e riscos. Nos exemplos a seguir veremos dois tipos de
orientação aplicadas nos locais de obra em ambiente e situações extremamente perigosas.




 Observa-se acima que o encarregado, apesar de estar com o cinto de segurança não se preocupou
   em atracar o talabarte em um ponto firme, já que não há uma linha de vida montada. Naquele
              momento eram repassadas orientações acerca da montagem das fôrmas.
No segundo exemplo encarregado confere e orienta seus subordinados no posicionamento das
 ferragens, pois a concretagem ocorreria logo depois. É importante destacar-se que o encarregado
prendeu o talabarte de seu cinto de segurança em uma corda enrolada nas ferragens, idêntica a vista
                                       em primeiro plano.
Capacitação

                  A capacitação é a maneira de capacitar ou deixar o empregado capaz de executar
sua tarefa da forma prevista. A capacitação deve estar inserida em uma estrutura de padrões a serem
aplicados a cada nova tarefa. Um trabalhador capaz deve entender, compreender e executar os
serviços da maneira como foi instruído. Algumas vezes as empresas deixam que os trabalhadores se
sintam mais à vontade e façam suas tarefas da forma como aprenderam. Isso pode criar conflitos de
interesses, prejudicar o resultado do trabalho e gerar acidentes.

                  Uma tarefa nunca é resultado de uma só pessoa. Para que um time de futebol
ganhe de outro a equipe tem que estar capacitada e empenhada para a conquista. Se isso não ocorrer
diminuem as chances de essa vencer. Retornando, em uma atividade de montagem de fôrma em
uma vala com profundidade de 60 cm, onde seriam colocadas ferragens para a concretagem de um
“envelope elétrico”, com as instalações passando por eletroduto distanciados uns dos outros e
presos a uma ferragem, um dos operários, recém ingresso na empresa, utilizava, com o
consentimento de seu encarregado um martelo com o cabo com 65cm de comprimento. A fôrma
tinha 50 cm de largura e a vala cerca de 70 cm. Para pregar as “gravatas” nas laterais da fôrma, o
trabalhador “enforcava o cabo do martelo, segurando-o pelo meio. O resultado dessa atividade foi
que o trabalhador ao bater a cabeça de um prego atingiu o cotovelo na borda da fôrma, causando
uma lesão no cotovelo. Normalmente os carpinteiros de obras substituem os cabos originais de seus
martelos por outros com comprimento variando até 60 cm. Assim, ao segurar a extremidade do
cabo imprimem maior força ao martelo pregando os pregos mais rapidamente. Nesse específico
caso o encarregado aceitou como normal essa improvisação, pois era assim que ele havia aprendido
como carpinteiro, só que não avaliou corretamente os riscos.

                  Nas estatísticas 30% dos acidentados sabiam como proceder, ou seja estavam
capacitados.

                  Esse é um dos problemas das orientações. Quando ditas por pessoas que fazem o
que fazem há muitos anos, terminam por aceitar que o fazem do modo correto, até que um acidente
ocorra. Essas pessoas, quando abordadas recitam um chavão: “eu faço desta maneira há mais de 20
anos”. Os exemplos a seguir ilustram melhor essa situação.
Organização dos ambientes

                 Um ambiente de trabalho, erroneamente denominado de meio ambiente de
trabalho, é responsável, direta ou indiretamente por cerca de 45% das ocorrências de acidentes. A
questão quase sempre não está no ambiente em sí, mas na forma como se encontra organizado,
sinalizado, isolado, administrado. Um ambiente de trabalho pode ser um escritório. As pessoas
podem se acidentar chocando-se contra gavetas abertas, portas de vidro fechadas, tomadas nos
pisos, extensões elétricas sobre o chão, lixeiras fora de suas posições, portas de armários abertas,
enfim, há inúmeras possibilidades. Se, entretanto, o ambiente não “for sadio”, ou estiver localizado
em um “prédio doente”, as chances de acidentes aumentam, até pela distração dos trabalhadores.
Ampliando o ambiente para um canteiro de obras, os acidentes ocorrem seguindo uma mesma
lógica. Uma vala aberta, uma ferramenta pontiaguda sem capa, uma enxada no chão, pregos
espalhados, pontas de vergalhões expostas, painéis de fôrmas mal posicionados, enfim, várias e
várias condições inseguras terminam por ser agentes de acidentes. Só as condições inseguras não
são suficientes para o acidente. Pode acrescer-se à lista a ausência de isolamentos, a falta de
sinalização e bloqueios, as orientações aos trabalhadores, a falta de EPCs e de EPIs. Quaisquer que
sejam os ambientes sempre haverá chances de o acidente ocorrer. Em nossas residências, a banheira
é fonte de acidentes, cerca de 10% dos acidentes caseiros. As cozinhas e áreas de serviço são
responsáveis por cerca de 60% dos acidentes. Brincadeiras de crianças em camas podem redundar
em 3% dos acidentes. O uso de um ferro elétrico, ou a cocção em um forno apresentam potenciais
de acidentes. Trocar lâmpadas, posicionar cortinas, limpar ventiladores de teto, arrumar a parte alta
dos armários embutidos são situações onde os acidentes não são incomuns, especificamente porque
há improvisações para se chegar aos locais mais altos. Diz o ditado que: de tanto se improvisar
termina-se sendo vítima de acidentes. As improvisações decorrem de vários fatores como:

   1. Pressa na conclusão da tarefa;
   2. Falta de meios para a realização dos serviços (ferramentas, escadas, etc.);
   3. Falta de percepção de riscos;
   4. Execução de atividades rotineiras;
   5. Distrações casuais, etc..
Supervisão das atividades

                 Deixamos para o final, como última barreira, a considerar do indivíduo para o
ambiente exterior, ou a primeira observada do ambiente externo para o trabalhador a supervisão das
atividades. Toda e qualquer atividade deve ser supervisionada. As normas de segurança abrangendo
atividades de elevado risco recomendam que a supervisão seja contínua em trabalhos em espaços
confinados, realizados em altura ou em ambiente energizado. A supervisão é o acompanhamento
das tarefas. Pode ser ostensiva, discreta ou contínua, com o supervisor acompanhando as atividades
dos empregados, como durante a movimentação de cargas com elevado peso, grande excentricidade
ou ampla geometria, quando a presença permanente do rigger passa a ser uma exigência
procedimentar.

                 Supervisionar não deve ser entendido como tomar conta, ou espionar. A
supervisão está mais para a orientação dos trabalhadores. Os trabalhadores precisam de um líder e
esse quase sempre é o Encarregado. O líder é visto como exemplo. O líder é seguido em suas ações.
O Líder comanda com o olhar. Quando o encarregado não tem os predicados de um líder a
supervisão fica prejudicada.




                  Um supervisor que acompanha a realização de uma atividade a mais de 15 metros
de altura sem qualquer dispositivo de proteção individual e não orienta o trabalhador que está em
um nível inferior para prender seu cinto de segurança não está dando o exemplo da Liderança e nem
supervisionando as atividades.
Conclusão

                 Nesta abordagem sobre os níveis de proteção dos trabalhadores apresentamos
exemplos corriqueiros e simples e procuramos repassar a todos que um acidente não é um simples
fato que ocorre inesperadamente. Quase sempre as ocorrências são precipitadas por questões
relativas à imperícia dos trabalhadores, chefias que não se mostram preocupadas com a segurança
dos membros de suas equipes, ambientes de trabalho sujos ou desorganizados, equipamentos de
qualidade duvidosa, enfim, contribuem para a ocorrência vários fatores, alguns já descritos. O
importante é que se encarem os perigos como realmente são, perigosos. Os perigos são
manifestados através dos riscos e esses em acidentes. Depois que um acidente ocorre não há como
reverter-se a situação. Não se podem ressuscitar mortos, devolver partes de membros amputados,
restabelecer a saúde dos trabalhadores. E o que é pior é ter que dar a notícia àqueles que ficam
sempre na espera de seus familiares. Mas, se pode e deve zelar pela segurança dos trabalhadores,
eliminando fatores simples, mas que causam acidentes. Para isso, deveremos olhar para o ambiente
como se fosse sempre a primeira vez e NUNCA se acostumar com os desvios, como se esses
fossem normais às atividades. Nenhuma atividade necessita de desvios para que seja executada.
Para isso é que existem os procedimentos.

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Barreiras de proteção dos trabalhadores da construção

  • 1. Os níveis de proteção dos trabalhadores da construção Paper Antonio Fernando Navarro1 Com a intensiva divulgação dos conceitos de Confiabilidade, também associado a Fiabilidade, através de vários meios, inclusive de sites de discussões, tem sido bastante divulgada a idéia de níveis de proteção ou de contenção. O conceito é relativamente simples, já que níveis podem ser também considerados como barreiras, ou meios de proteção. Esses conceitos, por sua versatilidade, podem ser ampliados a várias áreas, inclusive a de segurança do trabalho. Quando a visão é a da Confiabilidade, as barreiras passam a ser de contenção ou prevenção contra falhas operacionais ou de funcionamento, de equipamentos ou sistemas. Todas as instalações, mesmo com os projetos mais adequados, estão sujeitas a falhas operacionais, ou a quebras. Quando um painel de alarme não acusa o funcionamento inadequado de uma válvula de bloqueio tem-se uma falha. Quando um disjuntor de um circuito elétrico deixa de funcionar tem-se uma falha. Essa pode ser devida a uma infinidade de fatores, muitos desconhecidos. Se todos os modos de falha fossem conhecidos os níveis de confiabilidade seriam de 100%. Na área da segurança do trabalho o ponto mais importante é a segurança do trabalhador. Desta maneira, como explicitado no conceito de níveis de proteção, o trabalhador deve ser protegido dos perigos e riscos, situados externamente. O trabalhador por estar próximo ao lado dos equipamentos, instalações e obras pode ser atingido facilmente por qualquer falha que se dê durante a execução de suas atividades. Algumas dessas falhas podem ser imputadas ao próprio trabalhador, ao próprio trabalho, aos procedimentos e processos utilizados, ao ambiente de trabalho, às ferramentas e equipamentos empregados, e, por que não, ao acaso? Se todos os “Modos de Falha” fossem conhecidos não ocorreriam Acidentes do Trabalho. Quando se tem o total controle das atividades minimiza-se a probabilidade de ocorrência de acidentes, ou de falhas, crescendo os níveis de confiabilidade ou de certeza. O que de comum pode ser depreendido tanto nos processos quanto no ambiente de trabalho é que inúmeras são as possibilidades de ocorrências de falhas. Muitas vezes não basta apenas que haja um processo inadequado. A conjugação desses processos pode conduzir a falhas perigosas. 1 Antonio Fernando Navarro é Físico, Matemático, Engenheiro Civil, Engenheiro de Segurança do Trabalho e Mestre em Saúde e Meio Ambiente, tendo atuado em Gerenciamento de Riscos em atividades industriais por mais de 30 anos. Atualmente é Engenheiro e Professor da Universidade Federal Fluminense – UFF.
  • 2. Mas, em que esse raciocínio é relevante? A relevância decorre do fato de as empresas, de maneira correta ou não, investirem na segurança de seus trabalhadores, mas os acidentes ainda continuam ocorrendo e gerando perdas não só para os empregados, como também para os empregadores, Governos Federal, Estadual e Municipal, esses nos atendimentos hospitalares, auxílios ou pensões. Alguns estudos, dentre esses um que elaborados por cerca de 10 anos, continuamente, abrangendo empresas da área de construção com mais de cem trabalhadores, permitem-nos afirmar que os custos globais com a proteção dos trabalhadores não ultrapassam a 3% dos orçamentos das obras. Aliás, os custos passam a ser inversamente proporcionais ao efetivo da obra, já que as estruturas de supervisão e controle e os gastos gerais não crescem proporcionalmente. No gráfico a ordenada representa a quantidade de trabalhadores e a abcissa os custos de SMS Para que os níveis de segurança sejam considerados adequados devem existir, pelo menos: 1. Empresas com sólida cultura de prevenção de perdas; 2. Níveis gerenciais com competência e adotando a mesma cultura da empresa; 3. Fortes planos de supervisão e controle; 4. Baixos níveis de tolerância à ocorrência de perdas ou falhas; 5. Procedimentos Operacionais amplamente divulgados; 6. Sistemas de Gestão implementados; 7. Empregados escolhidos com base em critérios de Competências, Habilidades e Atitudes; 8. Investimentos em capacitação dos trabalhadores; 9. Investimentos na supervisão e controle dos trabalhadores; 10. Investimentos na instalação de Equipamentos de Proteção Coletiva; 11. Investimento na aquisição de Equipamentos de Proteção Individual; 12. Aquisição de equipamentos e ferramentas intrinsecamente seguros; 13. Manutenção dos canteiros de obras e áreas de serviço limpas e organizadas, etc..
  • 3. A quantidade de materiais fornecidos aos trabalhadores e os investimentos na capacitação e supervisão dos mesmos é comumente relacionada ao valor dos contratos, tempo de execução dos serviços e características dos serviços executados. Passa a não fazer sentido se uma empresa com elevado padrão de segurança de seus trabalhadores contratar serviços de empresas diversas, para a substituição de vidros nas janelas, ou troca do “miolo” das fechaduras das portas, que não tenham qualquer nível de comprometimento para com as questões de segurança. Um vidro mal posicionado ou o transporte do mesmo de modo descuidado pode comprometer o padrão de segurança da empresa contratante. Os níveis mínimos de proteção dos trabalhadores são ilustrados a seguir. Para que possam ser ampliados é necessário que o leitor tenha os conhecimentos necessários nas atividades de Segurança do Trabalhador, Ambiente Natural e de Trabalho (comumente conhecido, erroneamente, por meio ambiente) e Saúde Ocupacional. Por exemplo, como Equipamentos de Proteção Coletiva imaginam-se, em um primeiro momento, barreiras físicas, como biombos, por exemplo, mais empregados nas atividades de corte e solda de metais ou na dispersão ou absorção de ruído gerado pelos equipamentos. Quando a visão passa a ser ampliada agregam-se os andaimes, barreiras de isolamento de áreas e de sinalização, placas de aviso, entre outras. As telas plásticas fixadas sobre andaimes fachadeiros são barreiras de proteção que impedem que materiais projetados da obra venham a atingir os empregados ou terceiros. Neste paper iremos tratar especificamente desses seis níveis de proteção, tomados como exemplo, e a importância de cada um deles para a segurança dos trabalhadores.
  • 4. EPIs – Equipamentos de Proteção Individual Os EPIs tradicionalmente são considerados como a primeira barreira de proteção contra os acidentes. Existem pontos a favor e outros pontos contra essa questão de ser a primeira barreira. Em análises de mais de 500 acidentes com e sem afastamento, ocorridas durante os períodos de 1982 a 1987 e de 2001 a 2008, verificamos que em cerca de 70% dos casos analisados os EPIs estavam de posse dos trabalhadores ou sendo empregados por esses. Em um dos casos, um trabalhador encontrava-se sobre o estrado de um andaime no interior de um tanque, mudando os estrados de posição para a continuidade das atividades de manutenção interna do tanque. O trabalhador não se encontrava só. Mas, no momento em que se deu o acidente seu colega de trabalho havia sido chamado pelo encarregado para realizar outra atividade. O acidente se deveu ao fato do trabalhador arrastar os estrados metálicos para mudar a posição dos mesmos. Cada estrado pesava quase 30 quilogramas. Em um determinado momento, o “chão faltou” ao trabalhador e esse caiu de uma altura de 12 metros no piso do tanque. Foi removido para o hospital e três dias depois veio a falecer. No momento em que tiravam o trabalhador do chão para coloca-lo em uma ambulância ele estava com o cinto de segurança do tipo paraquedista, com dois talabartes, enrolados em sua cintura. Não havia linha de vida para que o trabalhador prendesse os ganhos dos talabartes. Inúmeros são os exemplos de empregados que utilizavam EPIs quando sofreram o acidente do trabalho. Em outro exemplo, o trabalhador ficava sentado em um banco, com uma haste de madeira de 4 metros, na extremidade da qual ficava um gancho de aço. A função do trabalhador era a de orientar as toras de madeira que eram descarregadas para o picador. Uma das toras ficou atravessada e estava impedindo as demais de escorregarem sobre a rampa, até os dentes do picador. O trabalhador ficou com a haste tentando orientá-la. Em um determinado momento, sua luva ficou presa a uma farpa da haste de madeira. Coincidentemente a tora foi puxada pelo picador e junto com ela o gancho, a haste e o braço do operador. O EPI não é um dispositivo que salva vidas, mas que pode atenuar as lesões. Um capacete de segurança não representa nada diante de uma carga de 100 Kg que cai do segundo andar do prédio em construção. Uma luva não protege os dedos do trabalhador se essa for puxada pelo disco de serra. Um óculos de segurança não consegue barrar o trajeto de um prego que se solta de uma chapa de madeira serrada, que pode seguir em velocidade. Também um protetor facial não protege a face de um trabalhador que ao amolar uma ferramenta, solta um pedaço do rebolo que gira a uma velocidade de 1300rpm. Por outro lado, uma luva de segurança para trabalhos com eletricidade, capaz de proteger o trabalhador para uma tensão de 10.000 volts o protege, quando esse está operando uma linha com tensão inferior.
  • 5. O EPI deve ser adequado para a atividade executada, o trabalhador deve saber como utilizar o EPI e, principalmente, o EPI deve ser de boa qualidade. Voltando às nossas estatísticas, em 15% dos acidentes o trabalhador não sabia como utilizar corretamente o EPI. Em 10% dos acidentes o EPI não era o adequado. Um trabalhador sofreu forte intoxicação por produtos químicos porque usava barba. O trabalhador empregava máscara de segurança adequada, mas a barba impedia a aderência plana da máscara ao rosto do trabalhador. Às vezes nos deparamos com cenas bizarras, como por exemplo a exigência do uso de capacetes em um galpão industrial com duas pontes rolantes transportando cargas de 800 toneladas. A explicação recebida era a de que o capacete era importante se um parafuso ou uma ferramenta caísse na cabeça do trabalhador. Diante do exposto, deve se ter sempre o bom senso quanto ao emprego dos EPIs. As normas específicas determinam, em primeiro lugar, eliminar o risco. Em segundo lugar, o uso de EPC, principalmente barreiras físicas e, em terceiro lugar, o fornecimento e o uso pelo trabalhador do EPI. No caso do galpão industrial citado, não poderia ocorrer passagens de pessoas sob a carga, depois de essa estar içada pelas pontes rolantes. Também é importante que o trabalhador seja continuamente orientado a ter atenção às suas atividades. A falta de atenção é responsável por 18% das ocorrências de acidentes. A falta de percepção do risco é responsável por cerca de 20% das ocorrências. A conjugação da falta de atenção à falta de percepção chega próximo a 25% das ocorrências dos acidentes com ou sem afastamento. Frisa-se que uma ocorrência de acidente nunca é devida somente a uma causa. Existem as causas raiz, as causas básicas, as causas consequentes ou decorrentes, enfim, nunca somente a falta do EPI foi a causa do acidente. Um paralelo pode ser feito com a chuva. Ela não ocorre porque há nuvens espessas sobre nós. Não basta apenas haver nuvens para que haja a chuva. No nordeste, há nuvens. Todavia, há regiões onde não ocorrem chuvas por muitos meses. Nas fotografias a seguir ilustraremos uma situação com o empregado utilizando corretamente os EPIs e outra onde o empregado não faz uso de nenhum EPIs. A “justificativa” para a segunda fotografia foi apresentada pelo trabalhador que informou que estava alí só para receber seu salário, atrasado a três meses, e seu encarregado havia pedido que fizesse um pouco de concreto. O trabalhador sequer chegou a entrar no vestiário. Após o serviço foi embora sem o salário. Contudo, naquele momento expôs seu organismo a poeiras de cimento e areia.
  • 6. Foto de empregado totalmente uniformizado e empregando corretamente os EPIs requeridos para a execução das atividades. Empregado lançando baldes de cimento na betoneira sem empregar nenhum dos EPIs recomendados para a atividade. Coifa de serra circular, atingida pelo desalinhamento do disco de corte. Com o contato um dente do disco de corte foi quebrado e por pouco não atingiu um trabalhador.
  • 7. Carneira de capacete rompida com o impacto de uma peça de madeira que caiu de uma fôrma. Disco de serra circular desalinhado pela excessiva pressão de tábuas e barrotes, causando uma série de cortes na mesa de corte.
  • 8. Cabo de martelo mal posicionado podendo causar a soltura do mesmo. Cabo de martelo rompido após o impacto do martelo sobre superfície dura. A ferramenta havia sido entregue com o cabo rachado e o operário não a tinha examinado antes de iniciar suas atividades. Cabo de pá rompido ao ser empregado. O cabo apresentava imperfeições antes de ser entregue pelo almoxarife ao trabalhador.
  • 9. EPCs – Equipamentos de Proteção Coletivos Os EPCs tradicionalmente são considerados como a segunda barreira de proteção dos trabalhadores contra os riscos a que estão expostos. Os EPCs legalmente devem ser empregados antes de o trabalhador fazer uso dos EPIs. Supõe-se que os EPCs afastem os trabalhadores do risco e, em assim o sendo, o trabalhador não se acidenta. Ocorre que tanto o trabalhador quanto o EPC encontram-se em um mesmo ambiente. Como resolver essa questão? Em primeiro lugar, o isolamento de uma área, equipamento, sistema ou ambiente é uma das maneiras de proteger o trabalhador, quando o mesmo esteja prestes a se acidentar. A tela de proteção presa aos andaimes fachadeiros na reforma de fachadas de prédios é um dispositivo de proteção coletiva, que não atende somente ao trabalhador, mas também a terceiros. Neste exemplo, a tela deve ser resistente aos materiais projetados sobre ela, resistente às intempéries, corretamente presa sobre a estrutura do andaime. Quando isso não ocorre os materiais projetados caem sobre as pessoas, não importa quem. Assim, o EPC deve ser sempre o mais adequado ao isolamento pretendido. Em nossas estatísticas, 5% dos acidentes ocorreram pela transposição das barreiras pelo trabalhador, ou seja, 5% das vítimas ou não reconheciam a importância da proteção, ou fizeram a ultrapassagem premidos por fatos diversos. Nas atividades de cravação de estacas empregando martelos, deve-se isolar toda a área ao redor dos bate estacas. A boa prática recomenta que o raio de isolamento deve corresponder a uma vez e meia a altura da haste do bate estacas. E por que isso? Pelo fato de que ao cair, a lança pode projetar o cabo de aço e o martelo em um fenômeno denominado de “efeito chicote”. Em outro exemplo, o isolamento de uma área de escavação tem que possibilitar que o material escavado seja depositado a uma distância segura da borda, que, pelos regulamentos técnicos deve ser de pelo menos a metade da altura da escavação. Se o isolamento não tiver previsto o volume de terra escavado, o material será depositado ou junto à própria vala ou após a cerca. Isolar é proteger, é evitar a proximidade. Uma cerca é uma barreira de isolamento, mas também um EPC. Em galpões industriais com grande quantidade de equipamentos em funcionamento, muitos com nível de ruído elevado, se nada for feito será quase que inviável a permanência contínua de trabalhadores no local. Nessas condições podem ser empregadas medidas de enclausuramento dos equipamentos ou motores e a instalação de biombos refletores das pressões sonoras, que são uma das formas de propagação de energia. Nas duas fotografias a seguir ilustra-se a questão das linhas de vida. Uma linha de vida é um cabo firmemente preso, posicionado acima dos trabalhadores, no qual são presos os ganchos dos talabartes dos cintos de segurança. É um EPC porque se destina a oferecer uma
  • 10. proteção coletiva. Recebe o nome de linha de vida porque graças a ela os trabalhadores ao caírem do piso de trabalho poderão ficar suspensos e não “morrer”, ou seja, continuarem vivos. Alguns aspectos relevantes não são considerados ao se avaliar a eficiência desse dispositivo, como por exemplo, a atracação dos cabos em estruturas que suportem o peso dos trabalhadores, e a capacidade de resistência dos cabos utilizados. Fotografia com dois operários empregando seus EPIs, com cintos de segurança do tipo para quedistas, contudo, prendendo os ganchos dos talabartes em uma linha de vida mal posicionada, nas proximidades da forma da laje que estava sendo concluída para receber a ferragem.
  • 11. Trabalhador realizando um trabalho perigoso, com o tronco enrolado em uma corda displicentemente segurada por um colega. O EPC recomendado era uma linha de vida, corda ou cabo posicionado acima da cabeça dos trabalhadores, firmemente presas em estruturas de suporte que independam da estrutura onde os trabalhadores estarão.
  • 12. Orientação Orientação é aqui descrita como esclarecimento, chamamento de atenção. Não se trata de uma capacitação do trabalhador, mas sim de alerta. A orientação pode ser visual/gráfica, por meio de painéis, banners, posters. A orientação deve ser dada pelo encarregado do trabalhador. O encarregado ou o superior imediato do trabalhador sabe, melhor do que os demais empregados da empresa como abordar o trabalhador e o que deve ser dito nessa abordagem. Muitas vezes o trabalhador já foi capacitado e treinado. Entretanto, sob determinadas circunstâncias, pode não executar as atividades do modo mais seguro, ou na pressa e sob stress para cumprir sua tarefa, utilizar as ferramentas inadequadas ou os métodos incorretos. Quando isso ocorre diz-se que o trabalhador está utilizando atalhos. O atalho é sempre a forma mais imediata de se chegar ao acidente ou à falha. A orientação pode ser dada ao trabalhador antes que esse inicie suas atividades, ou no decorrer dessas, para alertá-lo dos perigos e riscos. Nos exemplos a seguir veremos dois tipos de orientação aplicadas nos locais de obra em ambiente e situações extremamente perigosas. Observa-se acima que o encarregado, apesar de estar com o cinto de segurança não se preocupou em atracar o talabarte em um ponto firme, já que não há uma linha de vida montada. Naquele momento eram repassadas orientações acerca da montagem das fôrmas.
  • 13. No segundo exemplo encarregado confere e orienta seus subordinados no posicionamento das ferragens, pois a concretagem ocorreria logo depois. É importante destacar-se que o encarregado prendeu o talabarte de seu cinto de segurança em uma corda enrolada nas ferragens, idêntica a vista em primeiro plano.
  • 14. Capacitação A capacitação é a maneira de capacitar ou deixar o empregado capaz de executar sua tarefa da forma prevista. A capacitação deve estar inserida em uma estrutura de padrões a serem aplicados a cada nova tarefa. Um trabalhador capaz deve entender, compreender e executar os serviços da maneira como foi instruído. Algumas vezes as empresas deixam que os trabalhadores se sintam mais à vontade e façam suas tarefas da forma como aprenderam. Isso pode criar conflitos de interesses, prejudicar o resultado do trabalho e gerar acidentes. Uma tarefa nunca é resultado de uma só pessoa. Para que um time de futebol ganhe de outro a equipe tem que estar capacitada e empenhada para a conquista. Se isso não ocorrer diminuem as chances de essa vencer. Retornando, em uma atividade de montagem de fôrma em uma vala com profundidade de 60 cm, onde seriam colocadas ferragens para a concretagem de um “envelope elétrico”, com as instalações passando por eletroduto distanciados uns dos outros e presos a uma ferragem, um dos operários, recém ingresso na empresa, utilizava, com o consentimento de seu encarregado um martelo com o cabo com 65cm de comprimento. A fôrma tinha 50 cm de largura e a vala cerca de 70 cm. Para pregar as “gravatas” nas laterais da fôrma, o trabalhador “enforcava o cabo do martelo, segurando-o pelo meio. O resultado dessa atividade foi que o trabalhador ao bater a cabeça de um prego atingiu o cotovelo na borda da fôrma, causando uma lesão no cotovelo. Normalmente os carpinteiros de obras substituem os cabos originais de seus martelos por outros com comprimento variando até 60 cm. Assim, ao segurar a extremidade do cabo imprimem maior força ao martelo pregando os pregos mais rapidamente. Nesse específico caso o encarregado aceitou como normal essa improvisação, pois era assim que ele havia aprendido como carpinteiro, só que não avaliou corretamente os riscos. Nas estatísticas 30% dos acidentados sabiam como proceder, ou seja estavam capacitados. Esse é um dos problemas das orientações. Quando ditas por pessoas que fazem o que fazem há muitos anos, terminam por aceitar que o fazem do modo correto, até que um acidente ocorra. Essas pessoas, quando abordadas recitam um chavão: “eu faço desta maneira há mais de 20 anos”. Os exemplos a seguir ilustram melhor essa situação.
  • 15.
  • 16. Organização dos ambientes Um ambiente de trabalho, erroneamente denominado de meio ambiente de trabalho, é responsável, direta ou indiretamente por cerca de 45% das ocorrências de acidentes. A questão quase sempre não está no ambiente em sí, mas na forma como se encontra organizado, sinalizado, isolado, administrado. Um ambiente de trabalho pode ser um escritório. As pessoas podem se acidentar chocando-se contra gavetas abertas, portas de vidro fechadas, tomadas nos pisos, extensões elétricas sobre o chão, lixeiras fora de suas posições, portas de armários abertas, enfim, há inúmeras possibilidades. Se, entretanto, o ambiente não “for sadio”, ou estiver localizado em um “prédio doente”, as chances de acidentes aumentam, até pela distração dos trabalhadores. Ampliando o ambiente para um canteiro de obras, os acidentes ocorrem seguindo uma mesma lógica. Uma vala aberta, uma ferramenta pontiaguda sem capa, uma enxada no chão, pregos espalhados, pontas de vergalhões expostas, painéis de fôrmas mal posicionados, enfim, várias e várias condições inseguras terminam por ser agentes de acidentes. Só as condições inseguras não são suficientes para o acidente. Pode acrescer-se à lista a ausência de isolamentos, a falta de sinalização e bloqueios, as orientações aos trabalhadores, a falta de EPCs e de EPIs. Quaisquer que sejam os ambientes sempre haverá chances de o acidente ocorrer. Em nossas residências, a banheira é fonte de acidentes, cerca de 10% dos acidentes caseiros. As cozinhas e áreas de serviço são responsáveis por cerca de 60% dos acidentes. Brincadeiras de crianças em camas podem redundar em 3% dos acidentes. O uso de um ferro elétrico, ou a cocção em um forno apresentam potenciais de acidentes. Trocar lâmpadas, posicionar cortinas, limpar ventiladores de teto, arrumar a parte alta dos armários embutidos são situações onde os acidentes não são incomuns, especificamente porque há improvisações para se chegar aos locais mais altos. Diz o ditado que: de tanto se improvisar termina-se sendo vítima de acidentes. As improvisações decorrem de vários fatores como: 1. Pressa na conclusão da tarefa; 2. Falta de meios para a realização dos serviços (ferramentas, escadas, etc.); 3. Falta de percepção de riscos; 4. Execução de atividades rotineiras; 5. Distrações casuais, etc..
  • 17.
  • 18. Supervisão das atividades Deixamos para o final, como última barreira, a considerar do indivíduo para o ambiente exterior, ou a primeira observada do ambiente externo para o trabalhador a supervisão das atividades. Toda e qualquer atividade deve ser supervisionada. As normas de segurança abrangendo atividades de elevado risco recomendam que a supervisão seja contínua em trabalhos em espaços confinados, realizados em altura ou em ambiente energizado. A supervisão é o acompanhamento das tarefas. Pode ser ostensiva, discreta ou contínua, com o supervisor acompanhando as atividades dos empregados, como durante a movimentação de cargas com elevado peso, grande excentricidade ou ampla geometria, quando a presença permanente do rigger passa a ser uma exigência procedimentar. Supervisionar não deve ser entendido como tomar conta, ou espionar. A supervisão está mais para a orientação dos trabalhadores. Os trabalhadores precisam de um líder e esse quase sempre é o Encarregado. O líder é visto como exemplo. O líder é seguido em suas ações. O Líder comanda com o olhar. Quando o encarregado não tem os predicados de um líder a supervisão fica prejudicada. Um supervisor que acompanha a realização de uma atividade a mais de 15 metros de altura sem qualquer dispositivo de proteção individual e não orienta o trabalhador que está em um nível inferior para prender seu cinto de segurança não está dando o exemplo da Liderança e nem supervisionando as atividades.
  • 19. Conclusão Nesta abordagem sobre os níveis de proteção dos trabalhadores apresentamos exemplos corriqueiros e simples e procuramos repassar a todos que um acidente não é um simples fato que ocorre inesperadamente. Quase sempre as ocorrências são precipitadas por questões relativas à imperícia dos trabalhadores, chefias que não se mostram preocupadas com a segurança dos membros de suas equipes, ambientes de trabalho sujos ou desorganizados, equipamentos de qualidade duvidosa, enfim, contribuem para a ocorrência vários fatores, alguns já descritos. O importante é que se encarem os perigos como realmente são, perigosos. Os perigos são manifestados através dos riscos e esses em acidentes. Depois que um acidente ocorre não há como reverter-se a situação. Não se podem ressuscitar mortos, devolver partes de membros amputados, restabelecer a saúde dos trabalhadores. E o que é pior é ter que dar a notícia àqueles que ficam sempre na espera de seus familiares. Mas, se pode e deve zelar pela segurança dos trabalhadores, eliminando fatores simples, mas que causam acidentes. Para isso, deveremos olhar para o ambiente como se fosse sempre a primeira vez e NUNCA se acostumar com os desvios, como se esses fossem normais às atividades. Nenhuma atividade necessita de desvios para que seja executada. Para isso é que existem os procedimentos.