1. Doença de Pacheco
É uma doença que afeta todas as espécies de
psitacídeos (nativas ou importadas), indiferentemente
da idade e sexo. A sua característica principal é a
morte súbita de aves que até o momento da morte
demonstravam-se estar em perfeito estado de saúde.
O agente causador da doença é um herpesvírus,
que leva a uma alteração do fígado e baço de forma a
necrosar os mesmos e invariavelmente a morte vem
de forma muito rápida. O vírus persiste na natureza e
nos plantéis em aves doentes ou portadoras (aves que
possuem o vírus dentro de si, mas não apresentam
sintomas da doença) de forma tal que periodicamente
exista a reativação da doença incubada e assim estas
eliminam os vírus de modo a espalhar e contaminar
novas aves.
A transmissão se dá através da contaminação do
ambiente com fezes e secreções faringeanas,
decorrentes de espirros, vômitos ou outras excreções.
No ambiente, podem contaminar o recinto, alimentos,
água e acessórios, de modo que ocorra a exposição
das aves ao agente, facilitando assim a sua
disseminação para novas vítimas. Existem outros
meios de transmissão como os acessórios, insetos,
sujidades, carros, correntes de vento e até mesmo as
nossas próprias mãos. O vírus parece ser instável no
meio ambiente, mas há muitos casos onde esse tempo
parece não ser real, pois do contato à sintomatologia
pode ter passado um período muito longo. A
incubação, que nada mais é do que o tempo
2. necessário para que o vírus entre no corpo até que a
ave comece a demonstrar sintomas da doença, é em
torno de 3 a 7 dias. Muitas aves que chamamos de
assintomáticas, ou seja, possuem o vírus dentro de si,
mas não demonstram a doença, provavelmente são as
grandes responsáveis pela manutenção do mal na
natureza e em nossos plantéis.
Como sinais clínicos, podemos ter:
a) Sinais inespecíficos (que pode aparecer em
qualquer doença), como a falta de apetite,
vômitos, diarréias, urina esverdeada, secreção
nas narinas, sinais nervosos, apatia, entre outros
sinais. Normalmente essas aves evoluem para a
morte, mas algumas podem se recuperar.
b) O sinal mais característico (e de maior relato) é a
morte de aves clinicamente sadias e que vem a
morrer de modo rápido e sem demonstrarem
nenhuma sintomatologia anterior. Ou seja,
pareciam estar em perfeito estado de saúde até
mesmo antes da sua morte.
O diagnóstico pode ser feito com o achado do
vírus nas fezes ou em secreções da boca. Após a
morte por achados de necropsia podem indicar a
morte por herpesvírus.
O tratamento é complicado, pois não existe
medicamento eficaz contra o agente viral, podemos
tentar manter o quadro clínico estável, oferecendo
medicação de suporte para que a ave possa
demonstrar sinais de combate e melhora da doença.
A prevenção é a maior aliada no controle da
disseminação da doença. Devemos tentar separar
3. indivíduos susceptíveis daqueles suspeitos de
portarem o vírus. Cuidados com a higiene do
criatório, acessórios, gaiolas, paredes e funcionários
são determinantes na disseminação da doença em
nossos criadouros. O herpesvírus normalmente é
sensível ao ressecamento e a maioria dos
desinfetantes. O estresse das aves pode facilitar a
disseminação da doença por fragilizar o sistema
imunológico das aves sadias e favorecer uma maior
eliminação de vírus pelas aves afetadas por ficarem
mais sentidas e fracas. Assim sendo qualquer fator
que facilite a queda de resistência das aves
favorecem em muito a maior eliminação e
disseminação da doença às aves presentes em
nossos plantéis e a outros.
Em caso de dúvidas sempre procure o auxílio de
um Médico Veterinário.
“A busca pela melhora de nossas criações pode
parecer difícil e árdua, mas qual trabalho não o é?
Devemos dia-a-dia procurar a nossa evolução e nos
empenhar em melhorarmos.”
Luiz Alberto Shimaoka
Médico Veterinário CRMV-SP 6003
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