O poema descreve os efeitos da velhice no corpo e na vida sexual de uma pessoa. Com a idade, o corpo enfraquece, os ossos e músculos doem, a visão e audição pioram e a libido diminui. Embora a velhice seja difícil, é preciso aceitá-la com graça e gratidão por tudo o que se viveu.

1. Poesia Caipira - VelhicePoesia Caipira - Velhice
Autor: Carlos Alberto Teixeira (Voz: Dona Míula)Autor: Carlos Alberto Teixeira (Voz: Dona Míula)
“VÉICE”

2. Vô contá como é triste, vê a veíce chegá.Vô contá como é triste, vê a veíce chegá.
Vê os cabelo caíno, vê as vista encurtá.Vê os cabelo caíno, vê as vista encurtá.
Vê as perna trumbicano, com priguiça deVê as perna trumbicano, com priguiça de
andáandá
Vê "aquilo" esmoreceno, sem força praVê "aquilo" esmoreceno, sem força pra
levantá.levantá.
As carne vão sumíno, vai pareceno as vêia.As carne vão sumíno, vai pareceno as vêia.
As vista diminuíno e cresceno aAs vista diminuíno e cresceno a
sombrancêia.sombrancêia.
As oiça vão encurtando, vão aumentano asAs oiça vão encurtando, vão aumentano as
orêia.orêia.
Os ovo dipindurano e diminuíno a pêia.Os ovo dipindurano e diminuíno a pêia.

3. A veíce é uma doença que dá em todo cristão.A veíce é uma doença que dá em todo cristão.
Dói os braço, dói as perna, dói os dedo, dói a mão.Dói os braço, dói as perna, dói os dedo, dói a mão.
Dói o figo e a barriga, dói o rim, dói o purmãoDói o figo e a barriga, dói o rim, dói o purmão
Dói o fim do espinhaço, dói a corda do cunhão.Dói o fim do espinhaço, dói a corda do cunhão.

4. Quando a gente fica véio, tudo no mundo acontece.Quando a gente fica véio, tudo no mundo acontece.
Vai passano pelas ruas e as "minina" se oferece.Vai passano pelas ruas e as "minina" se oferece.
A gente óia tudo, benza Deus e agradece,A gente óia tudo, benza Deus e agradece,
correno ligeiro pra casa, ou procurano o INSS.correno ligeiro pra casa, ou procurano o INSS.

5. No tempo que eu era moço, o sol prá mim briava.No tempo que eu era moço, o sol prá mim briava.
Eu tinha mir namorada, tudo de bão me sobrava.Eu tinha mir namorada, tudo de bão me sobrava.
As minina mai bonita da cidade eu bolinava.As minina mai bonita da cidade eu bolinava.
Eu fazia todo dia, chega o bichim desbotava.Eu fazia todo dia, chega o bichim desbotava.
Mas tudo isso passô, faz tempo, ficô pra tráisMas tudo isso passô, faz tempo, ficô pra tráis
As coisa que eu fazia, hoje num sô capaiz.As coisa que eu fazia, hoje num sô capaiz.
O tempo me robô tudo, de uma maneira sagaiz.O tempo me robô tudo, de uma maneira sagaiz.

6. Pra falá mesmo a verdade, nem trepá euPra falá mesmo a verdade, nem trepá eu
trepo mais.trepo mais.
Quando chega os setenta, tudo no mundoQuando chega os setenta, tudo no mundo
embaraça.embaraça.
Pega a muié, vai pra cama, aparpa, beija ePega a muié, vai pra cama, aparpa, beija e
abraçaabraça
Porém só faiz duas coisa:Porém só faiz duas coisa:
Sorta peido e acha graça.Sorta peido e acha graça.
Poesia Caipira: Velhice – Autor: Carlos Alberto TeixeiraPoesia Caipira: Velhice – Autor: Carlos Alberto Teixeira
(Voz: Dona Míula)(Voz: Dona Míula)

7. Pra falá mesmo a verdade, nem trepá euPra falá mesmo a verdade, nem trepá eu
trepo mais.trepo mais.
Quando chega os setenta, tudo no mundoQuando chega os setenta, tudo no mundo
embaraça.embaraça.
Pega a muié, vai pra cama, aparpa, beija ePega a muié, vai pra cama, aparpa, beija e
abraçaabraça
Porém só faiz duas coisa:Porém só faiz duas coisa:
Sorta peido e acha graça.Sorta peido e acha graça.
Poesia Caipira: Velhice – Autor: Carlos Alberto TeixeiraPoesia Caipira: Velhice – Autor: Carlos Alberto Teixeira
(Voz: Dona Míula)(Voz: Dona Míula)