SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  52
Violência contra a mulher: gênero,
número e grau
Alice Bianchini
Doutora em Direito Penal pela PUC/SP
Integrante da Comissão Especial da Mulher Advogada – OAB/Federal
Coeditora do Portal
www.atualidadesdodireito.com.br
Novos paradigmas e antigas culturas
“Todos são iguais perante a lei. Não haverá privilégios,
nem distinções, por motivo de nascimento, sexo, raça,
profissões próprias ou dos pais, classe social, riqueza,
crenças religiosas ou ideias políticas”
Art. 113, 1, da CF/34
Argumentos utilizados na época
- Relativização do principio: crença de que haviam
desigualdades naturais
- Silencio em relação à dicotomia
24 de fevereiro de 1932
Apesar da
resolução do então
presidente Getúlio
Vargas, o direito de
participar das
votações era
somente destinado
às mulheres
casadas (com
autorização dos
maridos), e às
viúvas e solteiras
com renda própria.
marido chefe do grupo
familiar:
- fixar o domicílio da
família
- nomear tutor e
administrar os bens do
casal
Durou até a entrada em
vigor da CF/88
incapacidade relativa da
mulher casada
Durou até 1962: Lei
4.121/62 (Estatuto da
Mulher Casada)
1934: direito de voto à
mulher nas mesmas
condições do homem,
porém facultativo
“homens e mulheres são iguais em direitos e
obrigações, nos termos desta Constituição”
(art. 5º, caput, e inciso I, da CF/88)
“Em respeito à formação patriarcal da família brasileira e no
interesse da preservação da harmonia nas relações do grupo
familiar, estamos em que deva prevalecer uma autoridade
diretiva unificada, com a manutenção da chefia da sociedade
conjugal nas mãos do homem.”
PEREIRA, Áurea Pimentel.
A nova Constituição e o direito de família.
2. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 1991. p. 49.
Os homens
devem ser a
cabeça do lar.
Mulher deve
satisfazer o
marido na cama,
mesmo quando
não tem vontade
A mulher que
apanha em casa
deve ficar quieta
para não
prejudicar os
filhos.
Dá para entender
que um homem
rasgue ou quebre
as coisas da
mulher se ficou
nervoso.
Atributos que reforçam a probabilidade de uma
adesão a valores mais igualitários, de respeito à
diversidade, e de uma postura mais intolerante em
relação à violência contra as mulheres:
- morar em metrópoles
- morar nas regiões mais ricas do país
- morar no Sul e Sudeste
- ter escolaridade mais alta e
- ser mais jovem
Números alarmantes
Brasil: 62º em igualdade de
gênero
Argentina: 32
Mulheres recebem salário 27,1% menor do que o dos
homens, muitas vezes nos mesmos cargos.
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2012
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/09/27/pela-1-vez-
em-dez-anos-diferenca-salarial-de-homens-e-mulheres-aumenta.htm
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-
noticias/2013/09/27/pela-1-vez-em-dez-anos-
diferenca-salarial-de-homens-e-mulheres-
aumenta.htm
Lei Maria da Penha
Art. 6o A violência
doméstica e familiar
contra a mulher constitui
uma das formas de
violação dos direitos
humanos.
Violações reiteradas
Adotar o sobrenome da mulher já é opção de
25% dos homens ao casar
FSP, 6 out 13, p. C5
Mulher é proibida de dirigir
Chibatadas por dirigir
http://atualidadesdodireito.com.br/alicebianchini/2011/1
0/03/chibatadas-por-dirigir-e-agressoes-a-mulher/
Piadas machistas podem tornar as mulheres piores
motoristas
http://hypescience.com/piadas-sexistas-podem-tornar-
as-mulheres-piores-motoristas/
Mulher não tem acesso à educação
http://atualidadesdodireito.com.br/alicebianchini/2012/10/14/ativista-mirim-e-baleada-por-
defender-a-igualdade-de-genero/
As meninas se ocupam mais de tarefas do lar e acabam tendo
menos tempo que os meninos para brincar ou estudar,
prejudicando-lhes o rendimento escolar.
Mulheres expõem cicatrizes para denunciar
violência doméstica em ensaio de fotos
http://atualidadesdodireito.com.br/alicebianchini/2014/03/08/precisamos-
de-um-dia-internacional-da-mulher/
Brasil – 7º país em
número de homicídios
de mulheres em uma
lista de 84 países
Mapa da Violência
2012
De cada 10 mulheres vítima de
homicídio, 7 são assassinadas
por aqueles com quem elas
mantêm uma relação de afeto
Paraná é o 3º estado em número
de homicídios femininos
6,4 por 100 mil
4,6: a média nacional
41% das mortes de mulheres
ocorreram dentro de casa
68,8% dos incidentes com
vítimas mulheres
aconteceram na residência ou
habitação
Mapa da Violência 2012
52% das violências
praticadas pelos maridos e
companheiros são de
de morte (2012)
57% das agressões contra
mulheres ocorre após o
término do relacionamento
GEVID - MP/SP (2013)
Londrina
Taxa: 2,3 (413 cidade mais violenta)
4,6: a média nacional
Homens são mais felizes do que as mulheres.
FSP 24 ago 07, A26.
Atenção
Para
Noca
Termi
Que
Estamos
Aprede
Aqu
INSERIR CAIXA DE TEXTO
INSERIR CAIXA DE TEXTO
Atenção
Para
Noca
Termi
Que
Estamos
Aprede
Aqu
Mãe de família comete crime só para
ser presa e passar um tempo sozinha
Sem tempo para mais
nada, uma mãe de
família resolveu tomar
uma atitude radical.
Veja a reportagem:
http://migre.me/bcHgI
Três questões gerais iniciais
1. Constituição
Federal/Política
criminal
2. Ação afirmativa
3. Uma questão de
gênero e não de sexo
Projeto de Monitoração Global 2010
“A manter-se inalterada a taxa de mudança
observada desde 2000 com respeito a presença de
mulheres nas notícias, levará pelo menos
40 anos
?????? anos ??????
para que alcancemos a igualdade.”
 acelerar mudanças
 redirecionar as ações
MORENO. Rachel. A imagem da mulher na mídia.
Ed. Publisher, 2012.
Devassa pode ser multada em R$ 6 milhões por propaganda abusiva
http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2013/10/04/devassa-
pode-ser-multada-em-r-6-milhoes-por-propaganda-abusiva.htm
Estereótipos de gênero
Pesquisa do Canadá aponta empate técnico
Quem fala mais: o homem ou a mulher?
Quem gasta mais no cartão de crédito?
Homens. 26% mais – Fonte: Instituto Ibope Inteligência (2007)
Quem é mais fofoqueiro?
Homens. 76 min por dia Fonte: OnePoll (2009)
Quem mente mais?
Homens. Instituto Gfk – Alemanha
Quem fala mais de sexo?
Mulheres (5º lugar) Homens (8º lugar)
62% violência
psicológica
6% violência moral
Tiposdeviolência doméstica
maisconhecidos
80% violência física
Mulherfica30diasinternada.
Lesãocorporalleve?
Sociedade e LMP
Em mulher não se bate nem com uma flor91%
2010 Fundação Perseu Abramo/SESC
Entre os pesquisados do sexo masculino:
8% admitem já ter batido em uma mulher
14% acreditam que agiram bem;
15% declaram que bateriam de novo
2% declaram que “tem mulher que só aprende
apanhando bastante”
concordaram, total ou parcialmente
63% “casos de violência dentro de casa devem ser
discutidos somente entre os membros da família”
78,7 “em briga de marido e mulher não se mete a colher”
82% “o que acontece com o casal em casa não interessa
aos outros”
89% “roupa suja deve ser lavada em casa”
A pesquisa do Sistema de Indicadores de Percepção Social, do Ipea, sobre a tolerância
social à violência contra as mulheres, entrevistou 3.810 pessoas em todas as unidades
da federação durante os meses de maio e junho de 2013, sendo que as próprias
mulheres representaram 66,5% do universo de entrevistados.
Em briga de marido e
mulher não se mete a
colher
78,7% dos entrevistados
advogados, advogadas
juízes, juízas
promotores, promotoras de justiça
defensores, defensoras públicos
delegados, delegadas
Atores jurídicos
Mulher que é agredida e continua com o
parceiro gosta de apanhar. (maio/junho 2013)
http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=21971
&Itemid=9
Motivos pelos quais as mulheres não “denunciam”
seus agressores (respostas dadas por vítimas):
1º 31% preocupação com a criação dos filhos
2º 20% medo de vingança do agressor
3º 12% vergonha da agressão
4º 12% acreditarem que seria a última vez
5º 5% dependência financeira
6º 3% acreditarem que não existe punição e
7º 17% escolheram outra opção.
Invisibilidade do problema
As mulheres comunicam o fato às autoridades
na MINORIA das vezes
Mulheres levam de 9 a 10 anos para
“denunciar” as agressões
Os pais são os principais responsáveis pelos
incidentes violentos até os 14 anos de idade das
vítimas. Nas idades iniciais, até os 4 anos, destaca-se
sensivelmente a mãe. A partir dos 10 anos,
prepondera a figura paterna.
Mapa da Violência 2012.
http://mapadaviolencia.org.br/pdf2012/mapa2012_mulher.pdf
Ação afirmativa
A Lei proporciona instrumentos
que possam ser utilizados pela
mulher vítima de agressão ou
de ameaça, tendente a
viabilizar uma mudança
subjetiva que leve ao seu
 EMPODERAMENTO
Ação afirmativa
Art. 4º CEDAW
 essas medidas cessarão quando os
objetivos de igualdade de
oportunidade e tratamento forem
alcançados
 Lei excepcional (CP, art. 3º): vigora
enquanto durarem
as circunstâncias que lhe deram
origem.
 [Aplicação para homem?]
Cultura machista; cultura patriarcal; relações
de poder; formas de subjugação; polos de
dominação e de submissão
TJRO – RT 728/632
TJ/DF – proc. 2006.0919.173.057
AGU recorreu (25/3/2012) ao STF, pedindo que a liminar que
autorizou a volta do magistrado ao cargo seja suspensa.
O Código de honra:
como ocorrem as
revoluções morais
Kwame Anthony Appiah
Sentimento que
muda a história
“não existe o ser humano natural;
o comportamento é moldado pela cultura.”
Regina Navarro Lins. O livro do amor.
Rio de Janeiro: BestSeller. 2012.
O Código de honra:
como ocorrem as
revoluções morais
Kwame Anthony Appiah
v e r g o n h a
Violência contra a mulher: evolução histórica e desafios atuais

Contenu connexe

Tendances

Feminismo e igualdade de gênero
Feminismo e igualdade de gêneroFeminismo e igualdade de gênero
Feminismo e igualdade de gêneroAlice Bianchini
 
Mobilização pelos direitos da mulher - Maringá/PR
Mobilização pelos direitos da mulher - Maringá/PRMobilização pelos direitos da mulher - Maringá/PR
Mobilização pelos direitos da mulher - Maringá/PRAtualidades Do Direito
 
Direito penal contemporâneo e seus desafios – Faculdade Asces – Caruaru – PE
Direito penal contemporâneo e seus desafios – Faculdade Asces – Caruaru – PEDireito penal contemporâneo e seus desafios – Faculdade Asces – Caruaru – PE
Direito penal contemporâneo e seus desafios – Faculdade Asces – Caruaru – PEAtualidades Do Direito
 
I Conferência Sul Catarinense de Direito, na Unisul
I Conferência Sul Catarinense de Direito, na UnisulI Conferência Sul Catarinense de Direito, na Unisul
I Conferência Sul Catarinense de Direito, na UnisulAtualidades Do Direito
 
Palestra os direitos humanos da mulher nos últimos 50 anos dp
Palestra os direitos humanos da mulher nos últimos 50 anos dpPalestra os direitos humanos da mulher nos últimos 50 anos dp
Palestra os direitos humanos da mulher nos últimos 50 anos dpAtualidades Do Direito
 
Direitos humanos das mulheres
Direitos  humanos das mulheresDireitos  humanos das mulheres
Direitos humanos das mulheresRossana Pinheiro
 
Consequências da lei maria da penha
Consequências da lei maria da penhaConsequências da lei maria da penha
Consequências da lei maria da penhaJoão Mendonça
 
1 ano da Lei do Feminicídio no Brasil
1 ano da Lei do Feminicídio no Brasil1 ano da Lei do Feminicídio no Brasil
1 ano da Lei do Feminicídio no BrasilAlice Bianchini
 
Violência Contra a Mulher
Violência Contra a MulherViolência Contra a Mulher
Violência Contra a MulherMonalisa Almeida
 
Delegacias de Mulheres e Lei Maria da Penha
Delegacias de Mulheres e Lei Maria da PenhaDelegacias de Mulheres e Lei Maria da Penha
Delegacias de Mulheres e Lei Maria da PenhaAlice Bianchini
 
I Seminário de combate à violência contra a mulher no Amazonas
I Seminário de combate à violência contra a mulher no AmazonasI Seminário de combate à violência contra a mulher no Amazonas
I Seminário de combate à violência contra a mulher no AmazonasAtualidades Do Direito
 
Ana discute violência contra à mulher na Câmara de Boquim
 Ana discute violência contra à mulher na Câmara de Boquim  Ana discute violência contra à mulher na Câmara de Boquim
Ana discute violência contra à mulher na Câmara de Boquim Ana Lucia Vieira
 
Roteiro violência contra a mulher
Roteiro violência contra a mulherRoteiro violência contra a mulher
Roteiro violência contra a mulherSadrak Silva
 
Dados da Violência Contra a Mulher (1)
Dados da Violência Contra a Mulher (1)Dados da Violência Contra a Mulher (1)
Dados da Violência Contra a Mulher (1)Conceição Amorim
 

Tendances (19)

Feminismo e igualdade de gênero
Feminismo e igualdade de gêneroFeminismo e igualdade de gênero
Feminismo e igualdade de gênero
 
Manaus palestra lmp_40min_novo
Manaus palestra lmp_40min_novoManaus palestra lmp_40min_novo
Manaus palestra lmp_40min_novo
 
Mobilização pelos direitos da mulher - Maringá/PR
Mobilização pelos direitos da mulher - Maringá/PRMobilização pelos direitos da mulher - Maringá/PR
Mobilização pelos direitos da mulher - Maringá/PR
 
Direito penal contemporâneo e seus desafios – Faculdade Asces – Caruaru – PE
Direito penal contemporâneo e seus desafios – Faculdade Asces – Caruaru – PEDireito penal contemporâneo e seus desafios – Faculdade Asces – Caruaru – PE
Direito penal contemporâneo e seus desafios – Faculdade Asces – Caruaru – PE
 
Feminismo jus brasil
Feminismo jus brasilFeminismo jus brasil
Feminismo jus brasil
 
I Conferência Sul Catarinense de Direito, na Unisul
I Conferência Sul Catarinense de Direito, na UnisulI Conferência Sul Catarinense de Direito, na Unisul
I Conferência Sul Catarinense de Direito, na Unisul
 
Palestra os direitos humanos da mulher nos últimos 50 anos dp
Palestra os direitos humanos da mulher nos últimos 50 anos dpPalestra os direitos humanos da mulher nos últimos 50 anos dp
Palestra os direitos humanos da mulher nos últimos 50 anos dp
 
Direitos humanos das mulheres
Direitos  humanos das mulheresDireitos  humanos das mulheres
Direitos humanos das mulheres
 
Consequências da lei maria da penha
Consequências da lei maria da penhaConsequências da lei maria da penha
Consequências da lei maria da penha
 
1 ano da Lei do Feminicídio no Brasil
1 ano da Lei do Feminicídio no Brasil1 ano da Lei do Feminicídio no Brasil
1 ano da Lei do Feminicídio no Brasil
 
Violência Contra a Mulher
Violência Contra a MulherViolência Contra a Mulher
Violência Contra a Mulher
 
Palestra imperatriz
Palestra imperatrizPalestra imperatriz
Palestra imperatriz
 
Delegacias de Mulheres e Lei Maria da Penha
Delegacias de Mulheres e Lei Maria da PenhaDelegacias de Mulheres e Lei Maria da Penha
Delegacias de Mulheres e Lei Maria da Penha
 
Desigualdade De Género
Desigualdade De GéneroDesigualdade De Género
Desigualdade De Género
 
Salvador palestra lmp_40min
Salvador palestra lmp_40minSalvador palestra lmp_40min
Salvador palestra lmp_40min
 
I Seminário de combate à violência contra a mulher no Amazonas
I Seminário de combate à violência contra a mulher no AmazonasI Seminário de combate à violência contra a mulher no Amazonas
I Seminário de combate à violência contra a mulher no Amazonas
 
Ana discute violência contra à mulher na Câmara de Boquim
 Ana discute violência contra à mulher na Câmara de Boquim  Ana discute violência contra à mulher na Câmara de Boquim
Ana discute violência contra à mulher na Câmara de Boquim
 
Roteiro violência contra a mulher
Roteiro violência contra a mulherRoteiro violência contra a mulher
Roteiro violência contra a mulher
 
Dados da Violência Contra a Mulher (1)
Dados da Violência Contra a Mulher (1)Dados da Violência Contra a Mulher (1)
Dados da Violência Contra a Mulher (1)
 

Similaire à Violência contra a mulher: evolução histórica e desafios atuais

Salvador palestra lmp_40min_novo (1)
Salvador palestra lmp_40min_novo (1)Salvador palestra lmp_40min_novo (1)
Salvador palestra lmp_40min_novo (1)AtualidadesdoDireito
 
Feminismo e igualdade de gênero
Feminismo e igualdade de gêneroFeminismo e igualdade de gênero
Feminismo e igualdade de gêneroAlice Bianchini
 
Violência contra a mulher: gênero, número e grau
Violência contra a mulher: gênero, número e grauViolência contra a mulher: gênero, número e grau
Violência contra a mulher: gênero, número e grauAlice Bianchini
 
São jose do rio preto palestra lmp AtualidadesdoDireito Palestra AliceBianchini
São jose do rio preto palestra lmp AtualidadesdoDireito Palestra AliceBianchiniSão jose do rio preto palestra lmp AtualidadesdoDireito Palestra AliceBianchini
São jose do rio preto palestra lmp AtualidadesdoDireito Palestra AliceBianchiniAtualidadesdoDireito
 
Palestra proferida na Jornada Internacional de Direito de Gramado - Alice Bia...
Palestra proferida na Jornada Internacional de Direito de Gramado - Alice Bia...Palestra proferida na Jornada Internacional de Direito de Gramado - Alice Bia...
Palestra proferida na Jornada Internacional de Direito de Gramado - Alice Bia...Atualidades Do Direito
 
Semana jurídica profa. alice publicar_2012
Semana jurídica profa. alice publicar_2012Semana jurídica profa. alice publicar_2012
Semana jurídica profa. alice publicar_2012AtualidadesdoDireito
 
2º Congresso de Direito Público – Aracaju
2º Congresso de Direito Público – Aracaju2º Congresso de Direito Público – Aracaju
2º Congresso de Direito Público – AracajuAtualidades Do Direito
 
2015 aracaju sociedade e sistema de justiça
2015 aracaju sociedade e sistema de justiça2015 aracaju sociedade e sistema de justiça
2015 aracaju sociedade e sistema de justiçaAlice Bianchini
 
Violência de gênero: a sociedade e o papel da Justiça Penal
Violência de gênero:  a sociedade e o papel da Justiça PenalViolência de gênero:  a sociedade e o papel da Justiça Penal
Violência de gênero: a sociedade e o papel da Justiça PenalAlice Bianchini
 
lei maria da penha
lei maria da penhalei maria da penha
lei maria da penhaCleide Silva
 

Similaire à Violência contra a mulher: evolução histórica e desafios atuais (20)

Maria maria vdfm 2h_dp (1)
Maria maria vdfm 2h_dp (1)Maria maria vdfm 2h_dp (1)
Maria maria vdfm 2h_dp (1)
 
Imperatriz palestra lmp_40_min
Imperatriz palestra lmp_40_minImperatriz palestra lmp_40_min
Imperatriz palestra lmp_40_min
 
Salvador palestra lmp_40min_novo (1)
Salvador palestra lmp_40min_novo (1)Salvador palestra lmp_40min_novo (1)
Salvador palestra lmp_40min_novo (1)
 
Feminismo e igualdade de gênero
Feminismo e igualdade de gêneroFeminismo e igualdade de gênero
Feminismo e igualdade de gênero
 
Violência contra a mulher: gênero, número e grau
Violência contra a mulher: gênero, número e grauViolência contra a mulher: gênero, número e grau
Violência contra a mulher: gênero, número e grau
 
Salvador palestra lmp_40min
Salvador palestra lmp_40minSalvador palestra lmp_40min
Salvador palestra lmp_40min
 
São jose do rio preto palestra lmp AtualidadesdoDireito Palestra AliceBianchini
São jose do rio preto palestra lmp AtualidadesdoDireito Palestra AliceBianchiniSão jose do rio preto palestra lmp AtualidadesdoDireito Palestra AliceBianchini
São jose do rio preto palestra lmp AtualidadesdoDireito Palestra AliceBianchini
 
Palestra proferida na Jornada Internacional de Direito de Gramado - Alice Bia...
Palestra proferida na Jornada Internacional de Direito de Gramado - Alice Bia...Palestra proferida na Jornada Internacional de Direito de Gramado - Alice Bia...
Palestra proferida na Jornada Internacional de Direito de Gramado - Alice Bia...
 
Semana jurídica profa. alice publicar_2012
Semana jurídica profa. alice publicar_2012Semana jurídica profa. alice publicar_2012
Semana jurídica profa. alice publicar_2012
 
I Semana Jurídica da FMT – Ilhéus
I Semana Jurídica da FMT – IlhéusI Semana Jurídica da FMT – Ilhéus
I Semana Jurídica da FMT – Ilhéus
 
2º Congresso de Direito Público – Aracaju
2º Congresso de Direito Público – Aracaju2º Congresso de Direito Público – Aracaju
2º Congresso de Direito Público – Aracaju
 
Palestra crimes sexuais ilheus
Palestra crimes sexuais ilheusPalestra crimes sexuais ilheus
Palestra crimes sexuais ilheus
 
Rj palestra lmp_crimes pessoa
Rj palestra lmp_crimes pessoaRj palestra lmp_crimes pessoa
Rj palestra lmp_crimes pessoa
 
Estupro
Estupro Estupro
Estupro
 
2015 aracaju sociedade e sistema de justiça
2015 aracaju sociedade e sistema de justiça2015 aracaju sociedade e sistema de justiça
2015 aracaju sociedade e sistema de justiça
 
Violência de gênero: a sociedade e o papel da Justiça Penal
Violência de gênero:  a sociedade e o papel da Justiça PenalViolência de gênero:  a sociedade e o papel da Justiça Penal
Violência de gênero: a sociedade e o papel da Justiça Penal
 
Lei Maria da Penha
Lei Maria da PenhaLei Maria da Penha
Lei Maria da Penha
 
semana jurídica da FMU
semana jurídica da FMUsemana jurídica da FMU
semana jurídica da FMU
 
Lei Maria da Penha
Lei Maria da PenhaLei Maria da Penha
Lei Maria da Penha
 
lei maria da penha
lei maria da penhalei maria da penha
lei maria da penha
 

Plus de Atualidades Do Direito

Plus de Atualidades Do Direito (12)

1ª e 2ª atualização direito penal ao vivo
1ª e 2ª  atualização direito penal ao vivo1ª e 2ª  atualização direito penal ao vivo
1ª e 2ª atualização direito penal ao vivo
 
1ª e 2ª atualização direito penal ao vivo
1ª e 2ª  atualização direito penal ao vivo1ª e 2ª  atualização direito penal ao vivo
1ª e 2ª atualização direito penal ao vivo
 
Atualizações de Direito Penal
Atualizações de Direito PenalAtualizações de Direito Penal
Atualizações de Direito Penal
 
VI Fórum Nacional de Juízes de Violência Doméstica e Familiar – Fonavid
VI Fórum Nacional de Juízes de Violência Doméstica e Familiar – FonavidVI Fórum Nacional de Juízes de Violência Doméstica e Familiar – Fonavid
VI Fórum Nacional de Juízes de Violência Doméstica e Familiar – Fonavid
 
VI Fórum Nacional de Juízes de Violência Doméstica e Familiar – Fonavid
VI Fórum Nacional de Juízes de Violência Doméstica e Familiar – FonavidVI Fórum Nacional de Juízes de Violência Doméstica e Familiar – Fonavid
VI Fórum Nacional de Juízes de Violência Doméstica e Familiar – Fonavid
 
Palestra Unisul: Abuso Sexual - Alice Bianchini
Palestra Unisul: Abuso Sexual - Alice BianchiniPalestra Unisul: Abuso Sexual - Alice Bianchini
Palestra Unisul: Abuso Sexual - Alice Bianchini
 
Palestra femicídio guarapuava_2014
Palestra femicídio guarapuava_2014Palestra femicídio guarapuava_2014
Palestra femicídio guarapuava_2014
 
Mulher protagonista
Mulher protagonistaMulher protagonista
Mulher protagonista
 
Intimidade na internet
Intimidade na internetIntimidade na internet
Intimidade na internet
 
Ppt 02-12-2013
Ppt 02-12-2013Ppt 02-12-2013
Ppt 02-12-2013
 
V Fonavid, em Vitória – ES
V Fonavid, em Vitória – ESV Fonavid, em Vitória – ES
V Fonavid, em Vitória – ES
 
Fonavid mp u
Fonavid mp uFonavid mp u
Fonavid mp u
 

Dernier

DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfDIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfIedaGoethe
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxApostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxIsabelaRafael2
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresLilianPiola
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxOsnilReis1
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniCassio Meira Jr.
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesMary Alvarenga
 
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOMarcosViniciusLemesL
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxA experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxfabiolalopesmartins1
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdfcartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdfIedaGoethe
 

Dernier (20)

DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdfDIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
DIA DO INDIO - FLIPBOOK PARA IMPRIMIR.pdf
 
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, Betel, Ordenança quanto à contribuição financeira, 2Tr24.pptx
 
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
Orientação Técnico-Pedagógica EMBcae Nº 001, de 16 de abril de 2024
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptxApostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
Apostila da CONQUISTA_ para o 6ANO_LP_UNI1.pptx
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
 
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e TaniModelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
Modelos de Desenvolvimento Motor - Gallahue, Newell e Tani
 
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das MãesA Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
A Arte de Escrever Poemas - Dia das Mães
 
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
 
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO3_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptxSlides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
Slides Lição 4, CPAD, Como se Conduzir na Caminhada, 2Tr24.pptx
 
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptxA experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
A experiência amorosa e a reflexão sobre o Amor.pptx
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
 
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdfcartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
cartilha-pdi-plano-de-desenvolvimento-individual-do-estudante.pdf
 

Violência contra a mulher: evolução histórica e desafios atuais

  • 1. Violência contra a mulher: gênero, número e grau Alice Bianchini Doutora em Direito Penal pela PUC/SP Integrante da Comissão Especial da Mulher Advogada – OAB/Federal Coeditora do Portal www.atualidadesdodireito.com.br
  • 2.
  • 3. Novos paradigmas e antigas culturas
  • 4. “Todos são iguais perante a lei. Não haverá privilégios, nem distinções, por motivo de nascimento, sexo, raça, profissões próprias ou dos pais, classe social, riqueza, crenças religiosas ou ideias políticas” Art. 113, 1, da CF/34
  • 5. Argumentos utilizados na época - Relativização do principio: crença de que haviam desigualdades naturais - Silencio em relação à dicotomia
  • 6. 24 de fevereiro de 1932 Apesar da resolução do então presidente Getúlio Vargas, o direito de participar das votações era somente destinado às mulheres casadas (com autorização dos maridos), e às viúvas e solteiras com renda própria.
  • 7. marido chefe do grupo familiar: - fixar o domicílio da família - nomear tutor e administrar os bens do casal Durou até a entrada em vigor da CF/88 incapacidade relativa da mulher casada Durou até 1962: Lei 4.121/62 (Estatuto da Mulher Casada) 1934: direito de voto à mulher nas mesmas condições do homem, porém facultativo
  • 8. “homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição” (art. 5º, caput, e inciso I, da CF/88)
  • 9. “Em respeito à formação patriarcal da família brasileira e no interesse da preservação da harmonia nas relações do grupo familiar, estamos em que deva prevalecer uma autoridade diretiva unificada, com a manutenção da chefia da sociedade conjugal nas mãos do homem.” PEREIRA, Áurea Pimentel. A nova Constituição e o direito de família. 2. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 1991. p. 49.
  • 10. Os homens devem ser a cabeça do lar. Mulher deve satisfazer o marido na cama, mesmo quando não tem vontade A mulher que apanha em casa deve ficar quieta para não prejudicar os filhos. Dá para entender que um homem rasgue ou quebre as coisas da mulher se ficou nervoso.
  • 11. Atributos que reforçam a probabilidade de uma adesão a valores mais igualitários, de respeito à diversidade, e de uma postura mais intolerante em relação à violência contra as mulheres: - morar em metrópoles - morar nas regiões mais ricas do país - morar no Sul e Sudeste - ter escolaridade mais alta e - ser mais jovem
  • 12. Números alarmantes Brasil: 62º em igualdade de gênero Argentina: 32
  • 13. Mulheres recebem salário 27,1% menor do que o dos homens, muitas vezes nos mesmos cargos. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2012 http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/09/27/pela-1-vez- em-dez-anos-diferenca-salarial-de-homens-e-mulheres-aumenta.htm
  • 15. Lei Maria da Penha Art. 6o A violência doméstica e familiar contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos humanos.
  • 16. Violações reiteradas Adotar o sobrenome da mulher já é opção de 25% dos homens ao casar FSP, 6 out 13, p. C5
  • 17. Mulher é proibida de dirigir Chibatadas por dirigir http://atualidadesdodireito.com.br/alicebianchini/2011/1 0/03/chibatadas-por-dirigir-e-agressoes-a-mulher/ Piadas machistas podem tornar as mulheres piores motoristas http://hypescience.com/piadas-sexistas-podem-tornar- as-mulheres-piores-motoristas/
  • 18. Mulher não tem acesso à educação http://atualidadesdodireito.com.br/alicebianchini/2012/10/14/ativista-mirim-e-baleada-por- defender-a-igualdade-de-genero/
  • 19. As meninas se ocupam mais de tarefas do lar e acabam tendo menos tempo que os meninos para brincar ou estudar, prejudicando-lhes o rendimento escolar.
  • 20. Mulheres expõem cicatrizes para denunciar violência doméstica em ensaio de fotos http://atualidadesdodireito.com.br/alicebianchini/2014/03/08/precisamos- de-um-dia-internacional-da-mulher/
  • 21. Brasil – 7º país em número de homicídios de mulheres em uma lista de 84 países Mapa da Violência 2012 De cada 10 mulheres vítima de homicídio, 7 são assassinadas por aqueles com quem elas mantêm uma relação de afeto Paraná é o 3º estado em número de homicídios femininos 6,4 por 100 mil 4,6: a média nacional
  • 22. 41% das mortes de mulheres ocorreram dentro de casa 68,8% dos incidentes com vítimas mulheres aconteceram na residência ou habitação Mapa da Violência 2012 52% das violências praticadas pelos maridos e companheiros são de de morte (2012) 57% das agressões contra mulheres ocorre após o término do relacionamento GEVID - MP/SP (2013) Londrina Taxa: 2,3 (413 cidade mais violenta) 4,6: a média nacional
  • 23. Homens são mais felizes do que as mulheres. FSP 24 ago 07, A26.
  • 26. Mãe de família comete crime só para ser presa e passar um tempo sozinha Sem tempo para mais nada, uma mãe de família resolveu tomar uma atitude radical. Veja a reportagem: http://migre.me/bcHgI
  • 27. Três questões gerais iniciais 1. Constituição Federal/Política criminal 2. Ação afirmativa 3. Uma questão de gênero e não de sexo
  • 28.
  • 29.
  • 30. Projeto de Monitoração Global 2010 “A manter-se inalterada a taxa de mudança observada desde 2000 com respeito a presença de mulheres nas notícias, levará pelo menos 40 anos ?????? anos ?????? para que alcancemos a igualdade.”  acelerar mudanças  redirecionar as ações MORENO. Rachel. A imagem da mulher na mídia. Ed. Publisher, 2012.
  • 31. Devassa pode ser multada em R$ 6 milhões por propaganda abusiva http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2013/10/04/devassa- pode-ser-multada-em-r-6-milhoes-por-propaganda-abusiva.htm
  • 32. Estereótipos de gênero Pesquisa do Canadá aponta empate técnico Quem fala mais: o homem ou a mulher? Quem gasta mais no cartão de crédito? Homens. 26% mais – Fonte: Instituto Ibope Inteligência (2007) Quem é mais fofoqueiro? Homens. 76 min por dia Fonte: OnePoll (2009) Quem mente mais? Homens. Instituto Gfk – Alemanha Quem fala mais de sexo? Mulheres (5º lugar) Homens (8º lugar)
  • 33. 62% violência psicológica 6% violência moral Tiposdeviolência doméstica maisconhecidos 80% violência física Mulherfica30diasinternada. Lesãocorporalleve?
  • 35. Em mulher não se bate nem com uma flor91%
  • 36. 2010 Fundação Perseu Abramo/SESC Entre os pesquisados do sexo masculino: 8% admitem já ter batido em uma mulher 14% acreditam que agiram bem; 15% declaram que bateriam de novo 2% declaram que “tem mulher que só aprende apanhando bastante”
  • 37. concordaram, total ou parcialmente 63% “casos de violência dentro de casa devem ser discutidos somente entre os membros da família” 78,7 “em briga de marido e mulher não se mete a colher” 82% “o que acontece com o casal em casa não interessa aos outros” 89% “roupa suja deve ser lavada em casa” A pesquisa do Sistema de Indicadores de Percepção Social, do Ipea, sobre a tolerância social à violência contra as mulheres, entrevistou 3.810 pessoas em todas as unidades da federação durante os meses de maio e junho de 2013, sendo que as próprias mulheres representaram 66,5% do universo de entrevistados.
  • 38. Em briga de marido e mulher não se mete a colher 78,7% dos entrevistados advogados, advogadas juízes, juízas promotores, promotoras de justiça defensores, defensoras públicos delegados, delegadas Atores jurídicos
  • 39. Mulher que é agredida e continua com o parceiro gosta de apanhar. (maio/junho 2013) http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=21971 &Itemid=9
  • 40.
  • 41. Motivos pelos quais as mulheres não “denunciam” seus agressores (respostas dadas por vítimas): 1º 31% preocupação com a criação dos filhos 2º 20% medo de vingança do agressor 3º 12% vergonha da agressão 4º 12% acreditarem que seria a última vez 5º 5% dependência financeira 6º 3% acreditarem que não existe punição e 7º 17% escolheram outra opção.
  • 42. Invisibilidade do problema As mulheres comunicam o fato às autoridades na MINORIA das vezes Mulheres levam de 9 a 10 anos para “denunciar” as agressões Os pais são os principais responsáveis pelos incidentes violentos até os 14 anos de idade das vítimas. Nas idades iniciais, até os 4 anos, destaca-se sensivelmente a mãe. A partir dos 10 anos, prepondera a figura paterna. Mapa da Violência 2012. http://mapadaviolencia.org.br/pdf2012/mapa2012_mulher.pdf
  • 43. Ação afirmativa A Lei proporciona instrumentos que possam ser utilizados pela mulher vítima de agressão ou de ameaça, tendente a viabilizar uma mudança subjetiva que leve ao seu  EMPODERAMENTO
  • 44. Ação afirmativa Art. 4º CEDAW  essas medidas cessarão quando os objetivos de igualdade de oportunidade e tratamento forem alcançados  Lei excepcional (CP, art. 3º): vigora enquanto durarem as circunstâncias que lhe deram origem.  [Aplicação para homem?]
  • 45. Cultura machista; cultura patriarcal; relações de poder; formas de subjugação; polos de dominação e de submissão
  • 46. TJRO – RT 728/632
  • 47. TJ/DF – proc. 2006.0919.173.057
  • 48. AGU recorreu (25/3/2012) ao STF, pedindo que a liminar que autorizou a volta do magistrado ao cargo seja suspensa.
  • 49. O Código de honra: como ocorrem as revoluções morais Kwame Anthony Appiah Sentimento que muda a história
  • 50. “não existe o ser humano natural; o comportamento é moldado pela cultura.” Regina Navarro Lins. O livro do amor. Rio de Janeiro: BestSeller. 2012.
  • 51. O Código de honra: como ocorrem as revoluções morais Kwame Anthony Appiah v e r g o n h a