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Projeto

 O Cânone Literário
  Em Sala de Aula

      Professor

Marcelo O. de Freitas
Dante Alighieri (Florença, 29 de maio de 1265 — Ravena, 13 ou
14 de Setembro de 1321) foi um escritor, poeta e político italiano. É
considerado o primeiro e maior poeta da língua italiana, definido
como il sommo poeta ("o sumo poeta").
Seu nome, segundo o testemunho do filho Jacopo Alighieri, era um
hipocorístico de "Durante".[1] Nos documentos, era seguido do
patronímico "Alagherii" ou do gentílico "de Alagheriis", enquanto a
variante "Alighieri" afirmou-se com o advento de Boccaccio.
Foi muito mais do que apenas um literato: numa época onde
apenas os escritos em latim eram valorizados, redigiu um poema,
de viés épico e teológico, La Divina Commedia (A Divina Comédia),
que se tornou a base da língua italiana moderna e culmina a
afirmação do modo medieval de entender o mundo. Nasceu em
Florença, onde viveu a primeira parte da sua vida até ser
injustamente exilado. O exílio foi ainda maior do que uma simples
separação física de sua terra natal: foi abandonado por seus
parentes. Apesar dessa condição, seu amor incondicional e
capacidade visionária o transformaram no mais importante                Dante Alighieri, por Sandro
pensador de sua época.                                                  Botticelli



                                              I
A
     Dante
             Divina Comédia é a obra prima de
                Alighieri,  que     a     iniciou
     provavelmente      por  volta   de    1307,
     concluindo-a pouco antes de sua morte
     (1321).
      Escrita em italiano, a obra é um poema
     narrativo    rigorosamente    simétrico    e
     planejado que narra
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     várias de suas obras.
II
O poema possui uma
impressionante simetria
matemática baseada no
número três. É escrito
utilizando uma técnica
original conhecida como
terza rima, onde as estrofes
de dez sílabas, com três
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forma ABA, BCB, CDC,
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terceto controla as duas
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seguinte. Veja um exemplo
(primeiras estrofes do
Inferno):
                               III
Ao fazer com que cada terceto antecipe o som que irá ecoar
duas vezes no terceto seguinte, a terza rima dá uma
impressão de movimento ao poema. É como se ele iniciasse
um processo que não poderia mais parar. Através do
desenho abaixo pode-se ter uma visão mais clara do efeito
dinâmico da poesia:




                           IV
A     Divina Comédia excerceu grande
influência em poetas, músicos, pintores,
cineastas e outros artistas nos últimos 700
anos.    Desenhistas     e   pintores   como
Gustave Doré, Sandro Botticelli, Salvador
Dali, Michelangelo e William Blake estão
entre os ilustradores de sua obra. Os
compositores      Robert     Schumann      e
Gioacchino Rossini traduziram partes de seu
poema em música e o compositor húngaro
Franz Liszt usou a Comédia como tema de
um de seus poemas sinfônicos. O escultor
Auguste Rodin usou a Comédia como
inspiração para suas principais obras, entre
elas, O Pensador, que representa o próprio
Dante, O Beijo, inspirada no drama de Paolo
e Francesca (Inferno, Canto V) e Ugolino e
seus filhos, que retrata a tragédia do Conde
Ugolino narrada no Canto XXXIII. Todas
compõem sua obra-prima Porta do Inferno
que representa nada menos que o Inferno de     V
O   caminho proposto por Virgílio consiste
Quando Dante se encontra no meio                em fazer uma viagem pelo centro da terra.
da vida, ele se vê perdido em uma               Iniciando     nos     portais   do   inferno,
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deixado de seguir o caminho certo. Ao           chegar aos pés do monte do purgatório.
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salvação, mas é logo impedido de                o guia e protege por toda a longa jornada
subir por três feras: um leopardo, um           através dos nove círculos do inferno,
leão e uma loba. Prestes a desistir e           mostrando-lhe onde são expurgados os
voltar para a selva, Dante é                    diferentes pecados, o sofrimento dos
surpreendido pelo espírito de Virgílio -        condenados, os rios infernais, suas
poeta da antigüidade que ele admira -           cidades, monstros e demônios, até chegar
disposto a guiá-lo por um caminho               ao centro da terra, onde vive Lúcifer.
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lo. Ela desceu do céu e foi buscar              outro lado da terra, e assim voltar a ver o
Virgílio no Limbo.                              céu e as estrelas.
                                           VI
1. Vestíbulo
2. Rio Aqueronte
3. Limbo
4. Castelo
5. Círculo da
luxúria
6. Círculo da
Gula
7. Circulo da
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8. Círculo da Ira
9. Rio Estige
10. Cidade de
Dite
11. Círculo dos
Heréticos
12. Círculo da
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13. Barranco
14. Rio
Flegetonte
15 Floresta das
Hárpias
16. Areão
ardente
17 Malebolge
18. Cócito

             VII
Saindo    do inferno, Dante e Virgílio se vêem
diante de uma altíssima montanha: o
Purgatório. A montanha é tão alta que
ultrapassa a esfera do ar e penetra na esfera do
fogo chegando a alcançar o céu. Na base da
montanha encontram o ante-purgatório, onde
aqueles que se arrependeram tardiamente dos
seus pecados aguardam a oportunidade para
entrar no purgatório propriamente dito. Depois
de passar pelos dois níveis do ante-purgatório,
os poetas atravessam um portal e iniciam sua
nova odisséia, desta vez subindo cada vez mais.
Passam por sete terraços, cada um mais alto
que o outro, onde são expurgados cada um dos
sete pecados capitais. No último círculo do
purgatório, Dante se despede de Virgílio e
segue acompanhado por um anjo que o leva
através de um fogo que separa o purgatório do
paraíso terrestre. Finalmente, às margens do
rio Letes, Dante encontra Beatriz e se purifica,
banhando-se nas águas do rio para que possa
prosseguir viagem e subir às estrelas.
                                             VIII
O Paraíso de Dante é dividido em duas partes: uma
material e uma espiritual (onde não há matéria). A
parte material segue o modelo cosmológico de
Ptolomeu e consiste de nove círculos formados pelos
sete planetas (Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte,
Júpiter e Saturno), o céu das estrelas fixas e o
Primum Mobile - o céu cristalino e último círculo da
matéria. Ainda no paraíso terrestre, Beatriz olha
fixamente para o sol e Dante a acompanha até que
ambos começam a elevar-se, "transumanando".
Guiado por Beatriz, Dante passa pelos vários céus
do paraíso e encontra personagens como São Tomás
de Aquino e o imperador Justiniano. Chegando ao
céu de estrelas fixas, ele é interrogado pelos santos
sobre suas posições filosóficas e religiosas. Depois
do interrogatório, recebe permissão para prosseguir.
No céu cristalino Dante adquire uma nova
capacidade visual, e passa a ter visão para
compreender o mundo espiritual, onde ele encontra
nove círculos angélicos, concêntricos, que giram em
volta de Deus. Lá, ao receber a visão da Rosa
Mística, se separa de Beatriz e tem a oportunidade
de sentir o amor divino que emana diretamente de
Deus, "o amor que move o Sol e as outras estrelas".

                                                  IX
 Fontes: Enciclopédias [Encarta 97] e
  [Larousse 98]. Traduções da Divina
  Comédia      de    Dante      [Mauro 98],
  [Musa 95].
 Le Ton Beau de Marot - In praise of the
  music     of  language      de    Douglas
  Hofstadter - físico, escritor, tradutor e
  especialista em inteligência artificial,
  vencedor do prêmio Pulitzer pelo livro
  Gödel, Escher, Bach - An Eternal Golden
  Braid. Em um dos capítulos do seu livro
  dedicado à arte da tradução, Hofstadter
  comenta sobre a poesia de Dante e faz
  uma análise crítica de várias traduções
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Dante & a Divina Comédia

  • 1. Projeto O Cânone Literário Em Sala de Aula Professor Marcelo O. de Freitas
  • 2. Dante Alighieri (Florença, 29 de maio de 1265 — Ravena, 13 ou 14 de Setembro de 1321) foi um escritor, poeta e político italiano. É considerado o primeiro e maior poeta da língua italiana, definido como il sommo poeta ("o sumo poeta"). Seu nome, segundo o testemunho do filho Jacopo Alighieri, era um hipocorístico de "Durante".[1] Nos documentos, era seguido do patronímico "Alagherii" ou do gentílico "de Alagheriis", enquanto a variante "Alighieri" afirmou-se com o advento de Boccaccio. Foi muito mais do que apenas um literato: numa época onde apenas os escritos em latim eram valorizados, redigiu um poema, de viés épico e teológico, La Divina Commedia (A Divina Comédia), que se tornou a base da língua italiana moderna e culmina a afirmação do modo medieval de entender o mundo. Nasceu em Florença, onde viveu a primeira parte da sua vida até ser injustamente exilado. O exílio foi ainda maior do que uma simples separação física de sua terra natal: foi abandonado por seus parentes. Apesar dessa condição, seu amor incondicional e capacidade visionária o transformaram no mais importante Dante Alighieri, por Sandro pensador de sua época. Botticelli I
  • 3. A Dante Divina Comédia é a obra prima de Alighieri, que a iniciou provavelmente por volta de 1307, concluindo-a pouco antes de sua morte (1321). Escrita em italiano, a obra é um poema narrativo rigorosamente simétrico e planejado que narra uma odisséia pelo Inferno, Purgatório e Paraíso, descrevendo cada etapa da viagem com detalhes quase visuais. Dante, o personagem da história, é guiado pelo inferno e purgatório pelo poeta romano Virgílio, e no céu por Beatriz, musa em várias de suas obras. II
  • 4. O poema possui uma impressionante simetria matemática baseada no número três. É escrito utilizando uma técnica original conhecida como terza rima, onde as estrofes de dez sílabas, com três linhas cada, rimam da forma ABA, BCB, CDC, DED, EFE, etc. Ou seja, a linha central de cada terceto controla as duas linhas marginais do terceto seguinte. Veja um exemplo (primeiras estrofes do Inferno): III
  • 5. Ao fazer com que cada terceto antecipe o som que irá ecoar duas vezes no terceto seguinte, a terza rima dá uma impressão de movimento ao poema. É como se ele iniciasse um processo que não poderia mais parar. Através do desenho abaixo pode-se ter uma visão mais clara do efeito dinâmico da poesia: IV
  • 6. A Divina Comédia excerceu grande influência em poetas, músicos, pintores, cineastas e outros artistas nos últimos 700 anos. Desenhistas e pintores como Gustave Doré, Sandro Botticelli, Salvador Dali, Michelangelo e William Blake estão entre os ilustradores de sua obra. Os compositores Robert Schumann e Gioacchino Rossini traduziram partes de seu poema em música e o compositor húngaro Franz Liszt usou a Comédia como tema de um de seus poemas sinfônicos. O escultor Auguste Rodin usou a Comédia como inspiração para suas principais obras, entre elas, O Pensador, que representa o próprio Dante, O Beijo, inspirada no drama de Paolo e Francesca (Inferno, Canto V) e Ugolino e seus filhos, que retrata a tragédia do Conde Ugolino narrada no Canto XXXIII. Todas compõem sua obra-prima Porta do Inferno que representa nada menos que o Inferno de V
  • 7. O caminho proposto por Virgílio consiste Quando Dante se encontra no meio em fazer uma viagem pelo centro da terra. da vida, ele se vê perdido em uma Iniciando nos portais do inferno, floresta escura, e sua vida havia atravessariam o mundo subterrâneo até deixado de seguir o caminho certo. Ao chegar aos pés do monte do purgatório. tentar escapar da selva, ele encontra Dali, Virgílio guiaria Dante até as portas do uma montanha que pode ser a sua céu. Dante então decide seguir Virgílio que salvação, mas é logo impedido de o guia e protege por toda a longa jornada subir por três feras: um leopardo, um através dos nove círculos do inferno, leão e uma loba. Prestes a desistir e mostrando-lhe onde são expurgados os voltar para a selva, Dante é diferentes pecados, o sofrimento dos surpreendido pelo espírito de Virgílio - condenados, os rios infernais, suas poeta da antigüidade que ele admira - cidades, monstros e demônios, até chegar disposto a guiá-lo por um caminho ao centro da terra, onde vive Lúcifer. alternativo. Virgílio foi chamado por Passando por Lúcifer, conseguem escapar Beatriz, paixão da infância de Dante, do inferno que o viu em apuros e decidiu ajudá- por um caminho subterrâneo que leva ao lo. Ela desceu do céu e foi buscar outro lado da terra, e assim voltar a ver o Virgílio no Limbo. céu e as estrelas. VI
  • 8. 1. Vestíbulo 2. Rio Aqueronte 3. Limbo 4. Castelo 5. Círculo da luxúria 6. Círculo da Gula 7. Circulo da Avareza 8. Círculo da Ira 9. Rio Estige 10. Cidade de Dite 11. Círculo dos Heréticos 12. Círculo da Violência 13. Barranco 14. Rio Flegetonte 15 Floresta das Hárpias 16. Areão ardente 17 Malebolge 18. Cócito VII
  • 9. Saindo do inferno, Dante e Virgílio se vêem diante de uma altíssima montanha: o Purgatório. A montanha é tão alta que ultrapassa a esfera do ar e penetra na esfera do fogo chegando a alcançar o céu. Na base da montanha encontram o ante-purgatório, onde aqueles que se arrependeram tardiamente dos seus pecados aguardam a oportunidade para entrar no purgatório propriamente dito. Depois de passar pelos dois níveis do ante-purgatório, os poetas atravessam um portal e iniciam sua nova odisséia, desta vez subindo cada vez mais. Passam por sete terraços, cada um mais alto que o outro, onde são expurgados cada um dos sete pecados capitais. No último círculo do purgatório, Dante se despede de Virgílio e segue acompanhado por um anjo que o leva através de um fogo que separa o purgatório do paraíso terrestre. Finalmente, às margens do rio Letes, Dante encontra Beatriz e se purifica, banhando-se nas águas do rio para que possa prosseguir viagem e subir às estrelas. VIII
  • 10. O Paraíso de Dante é dividido em duas partes: uma material e uma espiritual (onde não há matéria). A parte material segue o modelo cosmológico de Ptolomeu e consiste de nove círculos formados pelos sete planetas (Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno), o céu das estrelas fixas e o Primum Mobile - o céu cristalino e último círculo da matéria. Ainda no paraíso terrestre, Beatriz olha fixamente para o sol e Dante a acompanha até que ambos começam a elevar-se, "transumanando". Guiado por Beatriz, Dante passa pelos vários céus do paraíso e encontra personagens como São Tomás de Aquino e o imperador Justiniano. Chegando ao céu de estrelas fixas, ele é interrogado pelos santos sobre suas posições filosóficas e religiosas. Depois do interrogatório, recebe permissão para prosseguir. No céu cristalino Dante adquire uma nova capacidade visual, e passa a ter visão para compreender o mundo espiritual, onde ele encontra nove círculos angélicos, concêntricos, que giram em volta de Deus. Lá, ao receber a visão da Rosa Mística, se separa de Beatriz e tem a oportunidade de sentir o amor divino que emana diretamente de Deus, "o amor que move o Sol e as outras estrelas". IX
  • 11.  Fontes: Enciclopédias [Encarta 97] e [Larousse 98]. Traduções da Divina Comédia de Dante [Mauro 98], [Musa 95].  Le Ton Beau de Marot - In praise of the music of language de Douglas Hofstadter - físico, escritor, tradutor e especialista em inteligência artificial, vencedor do prêmio Pulitzer pelo livro Gödel, Escher, Bach - An Eternal Golden Braid. Em um dos capítulos do seu livro dedicado à arte da tradução, Hofstadter comenta sobre a poesia de Dante e faz uma análise crítica de várias traduções de sua obra em língua inglesa. X

Notes de l'éditeur

  1. “ Dante Alighieri & A Divina Comédia”, para aula do projeto “O Cânone Literário em Sala de Aula”, do professor Marcelo Oliveira de Freitas.