O documento contém reflexões de Awmergin, o Bardo, sobre temas como amadurecimento espiritual, lidar com erros, amor próprio e a simplicidade da verdade. As frases enfatizam a importância de agir com sabedoria e não implorar por aprovação, aprender com os erros sem lamentações, e enxergar a beleza interior em vez das imperfeições.
2. “Um ser maduro psicologica e espiritualmente não roga a apreciação
de ninguém, tampouco implora pela afeição dos outros. Antes, ele
toma iniciativas, planifica suas ações, pondera-as e age! E em relação a
seus afetos, ele ama e não pede para ser amado.
Há uma Lei: faz e te será dado em retorno, seja em que plano da
existência for.”
In “Cartas”
I
3. “Se errar, levante-se e tente novamente, mas sem lamúrias
internas. Sem demasiado autocrítica. Veja onde está o erro, e
procure melhorar na próxima tentativa. O desespero é a
negação de nossa faculdade de crítica e da razão.
Perde quem desiste, quem deixa de lutar; não quem
cai. Quem tomba, prova que está no combate”.
In “Cartas”
II
4. Tente olhar para as suas dificuldades como se fossem provas
a serem superadas e procure não encarar essas experiências de
forma negativa e lamuriosa, mas sim de forma positiva e otimista.
Rejubile-se por ser provado. Isto é um indício de que Deus o ama.
Afinal, que Pai não dá provas para que seu filho amadureça?
Somente um “pai” irresponsável e negligente. E como isto não
pode ser de Deus, você está sendo provado.
Essa consciência é algo que pode ser adquirida, basta que você
mude sua postura mental ante estes desafios, externos ou internos.
In “Cartas”
III
5. Nós valemos pelo que de Luz temos em nós, não pelas trevas ou
manchas interiores. Quando olhar para dentro de si, veja o que possui
de belo, de virtuoso, de sublime. Encontrará muitas qualidades
maravilhosas, estou certo. Para isso, você deve amar a si mesmo.
Assim, encontrará qualidades, mesmo que singelas. Aprenda a
valorizar a si mesmo.
Até os grandes sábios tiveram de vencer debilidades antes de
atingirem a iluminação total.
In “Cartas”
IV
6. O Amor tornou-me um homem melhor. Sem Amor de que valem as outras
virtudes?
Que é a coragem sem o Amor? Que é a vontade sem o Amor? E mesmo a
iluminadora e criadora inteligência humana que é, sem a divina manifestação
do Amor, que a tudo torna doce, belo e gracioso?
É o Amor a luz da vida humana e a coroa de todas as virtudes.
Um homem destituído de Amor, mas dotado de vontade torna-se um déspota,
um dominador e usurpador da dignidade de seus irmãos, coage-os antes de
guiá-los ao Bem, à Luz Espiritual e a despertá-los para a virtude. Que é o
homem inteligente e dotado de talentos, sem Amor? Não passa de um gênio
maléfico, astuto e ardiloso, que utiliza sua inteligência para finalidades
mesquinhas e egoístas, fazendo-se valer de seus dotes intelectuais no intuito
de tirar proveito dos outros.
Já um homem que despertou em si o Amor, naturalmente será iluminado
por uma inteligência intuitiva e holística, que provém de uma parte mais alta
de si mesmo e não apenas do seco intelecto; e também será voluntarioso: agirá
para fazer àqueles que lhe cercam seres melhores, mais nobres e evoluídos
material e espiritualmente.
O Amor é a essência da Alma humana.
In “Reflexões”
V
7. Um hábil jardineiro de si mesmo transforma uma selva
habitada por feras no mais paradisíaco jardim, cuja entrada não
pode ser encontrada pelo profano. Ali só adentra quem possuir a
mesma qualidade interior do Jardineiro. Porque a entrada num
lugar puro e belo só é permitida a quem é puro e belo.
In “Reflexões”
VI
8. "Só aquele que tombou sabe o que é ser Herói. Pois haverá de se
reerguer um dia e vencer o obstáculo que o fez tombar e quedar-se por
terra.
Nenhum homem mantém-se permanentemente caído em desgraça,
irmão. No conflito, nos infortúnios, no choque, a Alma humana forja-se,
tal qual o aço que se tempera aos golpes do martelo do ferreiro. Deus é o
Ferreiro Celestial e a Vida é sua Forja. Tua Alma é o aço que Ele - em sua
sublime técnica - está a preparar para a maior das batalhas: a que deves
travar contra ti mesmo, contra tuas limitações.
Não te lamentes. Chores, por certo. Contudo, nunca percas a
confiança em tua própria força e em teu próprio poder.
Nós emanamos da Fonte Sempiterna para sermos livres, mas ao
mesmo tempo humildes e conscientemente localizados em nossa
condição humana, passageira. Não te esqueças de que o Homem não é
Homem. O Homem é um deus, encerrado em formas físicas, vestido de
uma armadura psicológica, a transitar por uma jornada cíclica da qual
deverá se libertar no fim de éons de tempo.
Assim é; assim deve ser".
In “Cartas”
VIII
9. A Natureza é um livro e este é o meu livro favorito. Leio-o
com afínquo e dedicação. Todas as coisas e seres são símbolos
naturais emanados de uma mesma e Infinita Fonte. Tudo está
relacionado entre si. Linhas invisíveis interligam os seres. Pois, as
Leis eternas que regem os sóis, são as mesmas Leis que regem os
átomos. Compreender estas Leis, é compreender a Ordem do
Todo. Eu leio a Obra Divina: "o Livro da Natureza". As religiões
exotéricas dão todos os tipos de nomes ao Autor deste livro
magnífico: Deus; Allah, Jeová, Zeus. Eu O chamo ABSOLUTO.
In “Reflexões”
IX
10. Quando tu mergulhas no Oceano Infinito,
Em sua profundidade, encontras pérolas.
Colhe-as e faz delas um colar.
In “Devekut”
X
11. "Irmão, como podes, tu, almejar ao vôo espiritual, se ainda não te
desapegaste completamente dos grilhões que te atam ao Vale da Vida?
Como podes almejar estar dentre nós, Homens-Águia, se ainda não te
desvinculaste completamente da terra?
Ora, o Homem- Águia é, antes de tudo, um amante do risco, da
aventura, da altitude e das provações. Contudo, não me refiro aos
desafios exteriores, aos desportos em se põe em risco o corpo físico.
Refiro-me aos riscos psicológicos, irmão. Refiro-me às aventuras místicas,
nas paragens da Alma, onde os abismos são mais profundos, onde os
oceanos são mais escuros, onde as altitudes são mais elevadas, onde as
florestas são virgens e inexploradas por qualquer homem, que não sejas
tu mesmo. É a estes riscos que me refiro, quando te exorto a te arrojares
em direção ao inexplorado. Eu te exorto a te aventurares dentro de ti
mesmo".
In “Cartas”
XI
12. “Tudo nos é ofertado, na medida de nosso merecimento
individual. Esta é uma Lei Divina e eterna: a Lei de Retribuição
Universal.
Mas, em verdade, a única coisa que podemos dizer que nos
pertence é nosso próprio Ser. O resto não nos pertence, são
somente agregados de nosso Eu ou ferramentas à nossa
disposição, para que melhor transitemos pelo caminho da
Evolução".
In “Reflexões”
XII
13. "Perscruta os sutis segredos que a Natureza reserva para ti,
mas não com os olhos ou qualquer outro sentido. Somente o
Espírito pode a tudo devassar. Faz-te UM com Aquele Observador
Invisível em ti, porém muito mais real que a própria luz do Sol.
Somente assim poderás ver e ouvir, não de outra maneira.“
In “Cartas”
XIII
14. "A Verdadeira natureza das coisas é a simplicidade. O homem julga,
em virtude de suas deformações mentais, que a Vida e o Universo são
complexos. Entretanto, isto não é assim.
Se o homem simplifica sua mente, através da meditação e da
observação intuitiva da natureza, verá que o Universo é regido por Leis
simples e inexoráveis. A razão é o atributo pelo qual o homem também
pode perceber estas leis e reconhecê-las como reais, pondo-se de acordo
com as mesmas. Todo o sofrimento humano deriva-se dos desvios das leis
universais, tal qual o homem imprudente que se arroja contra uma parede
sólida. Acaso, não sentirá ele a lei de ação e reação? Certamente que
sim. E esta lei de ação e reação não se aplica apenas ao plano físico ou
material, mas também aos demais planos da existência: o mundo dos
sentimentos, dos pensamentos e do Espírito.
Livre é o homem que percebe a Lei e a segue conscientemente para
que a Ordem se cumpra”.
In “Reflexões”
XIV
15. Minha Ordem é a do Espírito. A Sabedoria, minha
Religião. Meu credo é a Verdade.
A única cerimônia que realizo é a ação bondosa.
Todo homem e toda mulher são meus irmãos e confrades.
A Luz é minha veste e meu Caminho.
Cristão, judeu, parse, hindu, budista xintoísta, taoísta,
confucionista, neoplatônico, umbandista, evangélico, sufi,
zen, maçom, rosa-cruz, gnóstico, teósofo, espírita, seja
quem for o homem e a religião que ele professe, aí eu vejo
o Absoluto a quem chamam „Deus‟.
A Luz & a Paz sejam em ti!
In “Cartas”
XV
16. Ninguém encontra a Paz, senão em si mesmo. Fugir da cidade,
ir a locais ermos, nada disso adianta se em ti não encontras a
serenidade. Todo homem e mulher têm em si um Templo, um
local oculto à vista dos profanos, onde se pode buscar refúgio
deste turbilhão que é o mundo. Ali ninguém ou nada pode
perturbar-te e tirar-te de tua paz de espírito.
Todavia, para encontrares este Templo deves voltar-te para
dentro de ti e deixar tudo o que te é mais caro por alguns
momentos: silencies tua língua; aquietes tua mente; põe ordem em
tuas emoções. Deixa-te conduzir ao Templo pelo guia invisível.
In “Cartas”
XVI
17. Em verdade, nada nos é tirado.
Pois tudo o que temos realmente já está conosco.
O que achamos ter sido tirado de nós, na verdade,
foi o véu de ilusão que estava sobre os olhos de nossa inteligência.
Nunca perdemos nada, a não ser nossa
capacidade de ver claramente a vida e suas experiências necessárias.
A fantasia costuma cegar-nos.
In “Devekut”
XVII