SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  50
Télécharger pour lire hors ligne
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

  Rodrigo Carneiro de Oliveira e Joabson Simões Sampaio




POLÍTICAS CULTURAIS EM CONCEIÇÃO DO
               COITÉ




                    Conceição do Coité

                          2010
Rodrigo Carneiro de Oliveira e Joabson Simões Sampaio




POLÍTICAS CULTURAIS EM CONCEIÇÃO DO
               COITÉ



                              Trabalho de conclusão apresentado ao curso
                              de Comunicação Social – Rádio e TV,
                              apresentado a Universidade do Estado da
                              Bahia, como requisito parcial de obtenção
                              do grau de bacharelado em Comunicação,
                              sob a orientação da Professora Hanayana
                              Brandão.




                    Conceição do Coité
                          2010
Rodrigo Carneiro de Oliveira e Joabson Simões Sampaio




    POLÍTICAS CULTURAIS EM CONCEIÇÃO DO
                   COITÉ



                                         Trabalho de conclusão apresentado ao curso
                                         de Comunicação Social – Rádio e TV, da
                                         Universidade do Estado da Bahia, sob a
                                         orientação   da    Professora   Hanayana
                                         Brandão.


Data:______________________________
Resultado:__________________________
BANCA EXAMINADORA
Profª (orientador)____________________
Assinatura_________________________
Prof.______________________________
Assinatura_________________________
Prof.______________________________
Assinatura_________________________
AGRADECIMENTOS
Aos professores por toda a bagagem teórica que adquirimos no decorrer do curso e que nos
                           fizeram aptos a realizar esse projeto.
  Aos colegas e amigos que nos ofereceram suporte prático para a montagem do produto.
    A Deus por ter nos dado força, paciência e serenidade para enfrentar esse desafio.
          Aos nossos familiares que nos apoiaram nessa odisseia acadêmica.
RESUMO
 A temática, políticas culturais, é bem recente no cenário teórico sua aplicação e gestão é
bastante debatida no contexto nacional. Em grande parte dos municípios brasileiros não há
secretaria de cultura especifica, e às vezes quando existe, há certas desigualdades ao
repartir tais verbas para a cultura. Essa realidade ocorre no município de Conceição do
Coité. Por isso o objetivo desse projeto é analisar a razão dessa desigual distribuição da
verba para a cultura, e para instigar o debate dessa temática usaremos um vídeo
documentário. Sobretudo, a composição de todo memorial registra todo o processo de
gravação e construção da obra audiovisual, bem como sua fase de entrevistas, escolha de
trilhas sonoras, edição etc.
PALAVRAS-CHAVES: Políticas culturais, manifestações culturais, cultura.
ABSTRACT
The theme, cultural politics, it’s new in the theoretical scenario, its development,
application and management is pretty discussed in the national context. In the most of the
Brazilian cities there’s no specific department and sometimes when it exist, there are
inequality in the way to share the recourses in cash to the culture. This reality apparently
occurs in Conceição do Coité. So this project aims to analyze if occurs an inequality
distribution of resource in cash to the culture, and to estimulate the discussion of this theme
we are going to use a documentary video. Specially, this memorial has all of the process of
recording and its construction of the audiovisual material, all of the interviews, the choose
of sounds track, editions and stuff are all placed in the Memorial.


KEY-WORDS: cultural politics, cultural manifestations, culture.
SUMÁRIO
1.   Apresentação................................................................................................................ ..1

2.   Justificativa.................................................................................................................... 5

3.   Público alvo..................................................................................................................... 7

4.   Breve noção das políticas culturais no espaço coiteense............................................. 7

5.   Aspectos do formato audiovisual............................................................................... .10

     1.     Documentário ..........................................................................................................10

     2.     Linguagem Audiovisual...........................................................................................12

     3.     Técnica de vídeo.......................................................................................................13

            5.3.1Enquadramento.................................................................................................13

            5.3.2 Movimentos da câmera....................................................................................14

            5.3.3 Angulação........................................................................................................14

6.   Metodologia da produção videográfica........................................................................15

     1.      Pré-produção............................................................................ ...............................15

            1.1. Idéia do vídeo......................................................................................... ….......16

            1.2. Pesquisa..............................................................................................................16

            1.3. Reconhecimento de campo.................................................................................17

            1.4. Pré roteiro............................................................................................................18

            1.5. Entrevistas e depoimentos...................................................................................18

     2.     Produção.....................................................................................................................20

            6.2.1 Plano de produção.............................................................................................21

            6.2.2 Captação de áudio...........................................................................................24

     3.     Pós-produção..............................................................................................................24

            6.3.1Decupagem.........................................................................................................24

            6.3.2Sonorização.........................................................................................................25

            6.3.3 Edição ...............................................................................................................25

7.   Referencias.........................................................................................................................27

8.   Anexos.................................................................................................................................29
1 . APRESENTAÇÃO

       A cidade de Conceição do Coité está localizada na região do semi-árido do estado
da Bahia, a 210 km da capital baiana. Segundo último censo demográfico de 2007, possui
62.893 mil habitantes, um crescente setor econômico, grande exportação de sisal, e um
destacável comércio. É rica em diversidade cultural, sendo que as suas expressões culturais,
na maioria, estão situadas principalmente na Zona Rural. Com base nessa estrutura e
distribuição das expressões culturais, se faz imperativo ter políticas públicas de cultura.
Porém é relevante compreender inicialmente a definição de políticas culturais que, segundo
Canclini (2001), são:

                        Um conjunto de intervenções realizadas pelo Estado, instituições civis e grupos
                        comunitários organizados a fim de orientar o desenvolvimento simbólico,
                        satisfazer as necessidades culturais da população e obter consenso para um tipo
                        de ordem ou transformação social. ( p. 65)

          As manifestações culturais mais acentuadas do município de Conceição de Coité
  se encontram nas regiões adjacentes, tais como os distritos de Juazeirinho, Salgadália,
  Bandiaçu, e os povoados Santa Rosa, Aroeira, Lagoa do Meio, São João.

          O Bumba-meu-boi, a Festa de Judas, o Grupo de Sambadores, a “Pascoelinha”, a
  Quadrilha junina, a Festa de Cavalo, a Festa da Padroeira, os Reisados entre outros, são
  as manifestações culturais mais tradicionais, além de outras expressões culturais que
  ganham ênfase no desenvolvimento cultural da cidade, como a orquestra de violinos, a
  filarmônica, o artesanato produzido com fibras típicas da região, em suma, são as que
  necessitam de apoio cultural para se manterem vivas. Essas manifestações culturais já
  citadas, principalmente as manifestações populares mais tradicionais, em toda plenitude
  são sustentadas por pessoas de faixa etária mais elevada, geralmente pessoas que
  presenciaram o nascimento dessas expressões culturais, isso implica que grande parte da
  comunidade juvenil se mantém alheia e desinteressada com a manutenção dessas
  expressões culturais populares. Desse pressuposto é que também se faz mais relevante e
  decisivo o papel da prefeitura e das políticas culturais.

       Outro grande problema, similar ao que ocorre em 84,6 % dos municípios
brasileiros, está na ausência de um órgão gestor específico para cultura. De acordo com a
pesquisa realizada pelo MUNIC (2006, p. 25) esse fator dificulta a concretização dos
incentivos às expressões culturais, já que não há um orçamento exclusivo para a cultura. No
entanto, mesmo com a ausência de uma secretaria específica de cultura no município de
Conceição do Coité, existe a Superintendência de Cultura e Cidadania, que cuida dos
assuntos culturais da cidade, sendo categorizada como o órgão incumbido de financiar e
entender, juntamente com a sociedade civil, quais as necessidades culturais da população
coiteense.

             Outra dificuldade no que concerne o fomento à cultura, é que mesmo com a
  existência de um órgão destinado aos assuntos culturais, há um enorme entrave quanto à
  importância da cultura no orçamento municipal de Conceição do Coité. Os temas
  culturais sempre ficam em última instância dentro de uma escala de prioridades, ou seja,
  os investimentos em cultura estão sempre em posição secundária, pois em função de
  outras necessidades o orçamento é reservado para determinadas “emergências sociais”,
  como seca, infra-estrutura entre outros. Essa realidade não é peculiar da cidade de
  Conceição do Coité, ela afeta outros sistemas e lugares, tanto que essa questão se
  confirma nas palavras de Daniele Canedo:

                         Esse desinteresse pela área cultural decorre do fato de que os administradores
                         públicos consideram que a sociedade possui problemas mais graves e urgentes
                         para serem resolvidos pelos escassos cofres públicos, como saúde, educação e
                         infra-estrutura (2006, pg.11 – 12).

             Desse modo, devemos considerar que as políticas culturais são essenciais para
  estender a visão de cultura, antes entendida somente como patrimônio e arte. Por essa
  razão a cultura deve ser compreendida como elemento constitutivo de um povo ou de
  uma comunidade e elegê-la como atributo de desenvolvimento e gerador de renda. As
  diversas manifestações culturais presentes na própria sede municipal e as distribuídas
  nos povoados e distritos que circundam o município de coité, formam a identidade
  cultural do município, a pluralidade cultural existente nesses demais locais constrói a
  identidade do povo coiteense e fortalecem a dimensão simbólica da cultura municipal.
  Por essa razão, pela importância da construção e sustentação da identidade cultural por
  meio da preservação dos bens materiais e imateriais, pela característica econômica que
  está imbricada no elemento cultural, e sua importância simbólica, uma estratégica
  organização das políticas públicas de cultura deve “cuidar do patrimônio – tangível e
  intangível – pois é fundamental para o desenvolvimento e a identidade dos
agrupamentos humanos”. (Rubim, 2006, p. 13) Como também, o órgão responsável pela
  cultura municipal deve reconhecer que uma atitude estratégica de financiamento é
  importante para a preservação e o fortalecimento das manifestações culturais, logo que
  as Políticas Culturas visam antes de tudo "promover a produção, a distribuição e o uso
  da cultura, a preservação e divulgação do patrimônio histórico e o ordenamento do
  aparelho burocrático por ele responsável” (Coelho, 1997 p. 293)

          Adentrando para um exemplo mais específico sobre o mecanismo de
  financiamento exercido pela prefeitura coiteense percebe-se o seguinte: o órgão apóia
  financeiramente o Projeto Santo Antônio, que mantém uma orquestra de violinos e de
  flautas, e a Filarmônica Coiteense Genésio Boaventura. Porém, este apoio se dá apenas
  financeiramente, por meio da remuneração dos maestros. É notório que o município na
  maioria das vezes limita-se a financiar projetos que nascem de iniciativas da sociedade
  civil ao invés de construir alternativas para o desenvolvimento cultural e social do
  município. O município deve compreender a cultura “como parte da socialização das
  classes e dos grupos na formação das concepções políticas e no modo em que a
  sociedade adota em diferentes linhas de desenvolvimento” (Canclini, 1987 p.25). A
  cultura precisa ser trabalhada como agente transformador da sociedade e não apenas
  como arte e folclore.

          Mesmo tendo sob ênfase a preocupação de investigar se o problema dos
  incentivos a cultura recorre de percalços conceituais ou orçamentários é cabível conferir
  outras análises do viés cultural sob três dimensões: a simbólica, a cidadã e a econômica.

       A dimensão simbólica é representada evidentemente pela criação humana dos
códigos artísticos de expressão, dos artefatos simbólicos, seus valores, crenças religiosas,
identidades entre outros. A pluralidade de elementos simbólicos constitutivos de uma
sociedade prova sua diversidade cultural. É por meio de uma consciência da presente
pluralidade simbólica cultural, que os órgãos de gerenciamento da cultura devem ter uma
postura imparcial e neutra, não elegendo uma expressão cultural como mais importante e
lucrativa, mas investindo e aceitando que qualquer manifestação cultural é uma
representação simbólica de um povo, comunidade ou grupo, admitindo suas múltiplas
expressões. Dessa abordagem, chegamos a inferir que a dimensão simbólica da cultura não
é compreendida em sua totalidade na esfera municipal de Conceição do Coité, logo que a
Micareta absorve acentuado valor financeiro (R$ 283,640,8), mesmo possuindo um nível
simbólico semelhante ao das demais culturas populares.

          O direito a cultura, compreendido em sua prática como a dimensão cidadã da
  cultura, é tão importante quanto o direito de ir e vir no território nacional. O direito ao
  acesso e a prática cultural está estritamente ligado a consolidação da cidadania, já que a
  cidadania engloba a liberdade de acesso ao patrimônio público e cultural, acesso aos
  bens culturais tanto materiais como imaterial. Por isso, a incumbência dos órgãos
  gestores de cultura é decisiva na promoção da cidadania do individuo, pois os recursos e
  incentivos financeiros facilitam o acesso aos produtos e equipamentos culturais. Dessa
  forma, as políticas culturais colaboram fortemente para a inclusão do individuo no
  universo cultural e social, ajudando-o a criar redes de intercâmbio com outras culturas e
  estilos de vivências. Numa dimensão mais ampla dessa estratégia de promoção da
  cidadania através da cultura podemos exemplificar que cabe aos órgãos de gestão
  cultural e suas políticas simplificar o acesso a teatros, cinemas, museus, investimentos
  em feiras culturais de artesanato, conferências de cultura, implantação de bibliotecas
  públicas entre outras realizações.

       A abordagem sobre as políticas culturais é necessariamente viável observando
também o aspecto da cultura como instrumento de desenvolvimento econômico e gerador
de renda (dimensão econômica), já que se analisarmos a conjuntura cultural em âmbito
municipal, nota-se que algumas expressões culturais são importantes indicadores de renda,
por exemplo, a “Pascoelinha”, festa tradicional do distrito de Juazeirinho, ocorrida na
semana santa, gera empregos alternativos, e agrega um considerável número de pessoas de
regiões circunvizinhas. Dessa forma, essa manifestação cultural contribui para o
crescimento da economia local. Não só a “Pascoelinha” é objeto de crescimento econômico
por meio da cultura, mas também podemos mencionar o rico artesanato local, onde os
artesãos, estes distribuídos em todo o território municipal, confeccionam seus produtos com
fibras de sisal preferivelmente sobre temáticas regionais, e os vendem na feira livre da
cidade, ou então os expõe em feiras culturais da região sisaleira. Citando mais uma
expressão cultural do município de Coité, a Festa da Padroeira Nossa Senhora da
Conceição, ocorrida no início de dezembro, é geradora de renda, pois agrega um
significativo número de fiéis católicos de toda a Região Sisaleira, tanto dos distritos e
povoados como das demais cidades, como Serrinha, Valente, Ichu, Retirolândia entre
outros. Essa tradicional festa classificada como uma rica expressão cultural do município
abastece a economia, principalmente para diversos comerciantes de bares, lanchonetes,
hotéis e trabalhadores autônomos.

       Com base em todos os dados e considerações apresentadas objetivamos que
elaboração do vídeo documentário irá mencionar sobre questões relativas ao sistema
cultural da cidade de Conceição do Coité, como se dão os investimentos e sua forma de
fomento entre outras questões concernentes as políticas culturais. Sobretudo, a composição
do memorial tem a finalidade de registrar todo o processo de gravação e construção do
vídeo documentário, bem como sua fase de entrevistas, escolha de trilhas sonoras, edição
etc., ou seja, a importância do memorial se constitui para informar quando e como ocorreu
todo o processo teórico e técnico de confecção do vídeo.

2. JUSTIFICATIVA

       A abordagem sobre as Políticas Culturais é importante em vista de um denso e
heterogêneo acervo cultural presente no município de Conceição do Coité, e do baixo
investimento nas expressões culturais, principalmente nas manifestações culturais
populares, já que grande parte dos incentivos culturais é direcionada para a micareta, a
chamada Coitéfolia.

          A temática Política Cultural torna-se pertinente em função da análise dessa
  desigual distribuição do orçamento com a cultura, e por consequência, as informações e
  conclusões dessa análise, serão utilizadas como material para esclarecer a sociedade
  civil, qual o real papel das políticas de cultura, bem como deverá apontar onde e como a
  sociedade civil deve buscar apoio para a conservação das manifestações culturais
  existente em suas respectivas localidades.

       O formato vídeo documentário é de grande valia para a propagação e
principalmente para o entendimento do tema abordado. Já que esta ferramenta audiovisual,
além de servir como instrumento de documentação da vida cotidiana, pois “o documentário
tem cumprido, ao longo da sua história, a função de ‘documentar’ a vida das pessoas e os
acontecimentos do mundo de modos diferentes” (Penafria, 1998, p. 1), também se expressa
como um canal de fácil acesso, sendo inteligível a públicos diversos, ou seja, sua
linguagem e versátil estrutura contribuem para a apreensão da mensagem, dessa forma:

                      A força da linguagem audiovisual está no fato de que consegue dizer muito mais
                      do que captamos chegar simultaneamente por muito mais caminhos do que
                      conscientemente percebemos, e encontra dentro de nós uma repercussão em
                      imagens básicas, centrais, simbólicas, arquetípicas, com as quais nos
                      identificamos, ou que se relacionam conosco de alguma forma” (Gutierrez, 1978
                      p. 3).

          No que diz respeito à escolha e utilização do produto documentário, podemos
  perceber ainda que numa sociedade cada vez mais multimídia e tecnológica, onde o
  contexto audiovisual se torna mais penetrável em grande parte das camadas sociais, o
  vídeo documentário poderá ter maior acessibilidade em função de sua linguagem
  democrática, sendo possível o entendimento do tema entre classes de diversos níveis de
  escolaridade, por isso, o formato vídeo documentário sobre o tema Políticas Culturais no
  município de Conceição do Coité, se estabelece por razão de uma linguagem simples e
  inteligível quanto ao esclarecimento das questões culturais.

          Outro importante valor atribuído ao modelo vídeo documentário está nas
  possibilidades de ser utilizado em eventos culturais do município, como seminários,
  conferências ou até mesmo em escolas públicas do próprio município como forma de
  material pedagógico das atividades que envolvam a realidade cultural da região
  Sisaleira. Sem contar ainda, que o formato do trabalho é uma forma de documentação da
  realidade coiteense, e poderá ser propagado por site alternativos na internet, ou como
  objeto para futuras pesquisas sobre a conjuntura cultural de Conceição do Coité no
  período de produção do vídeo, além de servir de base para outros estudos acadêmicos.
3. PÚBLICO ALVO

          O público alvo ao qual se destina o vídeo documentário é constituído por uma
   heterogênea comunidade cultural distribuída em todo território coiteense. Em função da
   grande massa que forma o território do município de Conceição do Coité, podemos
   categorizar como possíveis público alvo, os agentes culturais das comunidades,
   membros de associações comunitárias que trabalham com a valorização da cultura,
   acadêmicos que tenham como intuito trabalhar as ações das políticas culturais do
   município de Conceição do Coité, ou até mesmo, membros de movimentos sociais e
   professores de escolas públicas da região que se interessem em abordar a dimensão
   cultural coiteense em suas atividades pedagógicas.

4. UMA BREVE NOÇÃO DAS POLÍTICAS CULTURAIS NO ESPAÇO
COITEENSE

         A cultura em suas diversas faces reflete o potencial criador do ser humano, sua
forma mais espontânea de expressar sua arte, costumes e crenças. Mesmo culturas que são
vistas de forma marginalizada representam a face do poder de criação do ser humano e sua
maneira de conceber a realidade na qual ele se insere. Além disso, compreendemos que a
cultura surge como importante instrumento de desenvolvimento, já que esta pode
proporcionar consideráveis ganhos econômicos, como por exemplo em aspectos turísticos.
Como também, nós entendemos que a cultura possui a propriedade de ser utilizada como
elemento para a inclusão social e cidadania, pois auxilia o intercâmbio entre universos
distintos, rural e urbano, local e global, ou ainda entre sujeitos de várias faixas etárias. Por
essa razão se faz necessário que instâncias governamentais invistam e apliquem seus
recursos financeiros em manifestações culturais que se encontram em posição desfavorável.

       Sobretudo é perceptível, que a carência de reflexões e debates aprofundados sobre
políticas culturais leva o sistema público, em específico à prefeitura de Conceição do Coité,
a não pensar a cultura como elemento de fortalecimento da identidade local, ou ainda, a não
perceber que a cultura é um influente canal de inclusão social, já que promove a execução
da cidadania em aspectos sócio-interativos, levando cidadãos de comunidades urbanas ou
rurais, a interagir com outras gerações e a participar da produção e reprodução da cultura,
tanto em seu universo contemporâneo como tradicional. Por esse princípio, a problemática
que buscamos estudar, se faz importante devido à insuficiente quantia direcionada para a
cultura, como também a precariedade em executar formas estratégicas de financiamento a
cultura.

           Podemos observar que essa realidade é bem marcante na cidade de Conceição do
Coité, localizada no interior da Bahia. Com um total de 62.893 mil habitantes, é uma cidade
com amplo crescimento no setor econômico, grande exportadora de sisal, além de possuir
um comércio em ascensão. Referindo-se as expressões culturais dessa cidade podemos
mencionar os festejos juninos do distrito de Juazeirinho e Aroeira que atraem pessoas de
toda a região Sisaleira, exigindo da prefeitura uma quantia de R$ 78.626,00. A Expo coité,
festa de exposição de animais caprinos, ovinos e produtos agropecuários, requer um valor
equivalente a R$ 51.145,63, já o tradicional bumba-meu-boi, o samba de roda e o reisado,
que são manifestações culturais de caráter tradicional, demandam juntamente um gasto de
R$ 15.300,00. A CoitéFolia, que é uma manifestação cultural mais recente, surge como um
traço forte da cultura coiteense. Esse festejo detém grande parte do orçamento da prefeitura,
obtendo um valor de R$ 283,640,86.

           O que nós ressalvamos é que a prefeitura não assume uma estratégia de incentivos
às manifestações culturais de forma organizada; isso culmina no simples ato de financiar
informalmente os eventos culturais. Essa prática acaba se convertendo em um modelo
desorganizado e limitante de investimento a cultural. Uma vez que, por não adotar um
planejamento estratégico, a prefeitura deixa de aplicar coerentemente seu orçamento.

       Mas trabalhar sobre um tema tão complexo e aberto como as Políticas Culturais
requer um grande discernimento já que envolve dois termos aparentemente distintos,
política e cultura. Por razão da complexidade dessa expressão e sua dimensão teórica e
pratica é decisivo que analisemos alguns conceitos e considerações.

       Assim para discorrer sobre políticas culturais, um tema que além de ser complexo,
de certa forma recente e contemporâneo, se faz imperativo observar os fundamentos do
texto de Fábio Maciel de 2009 intitulado “Democracia Cultural”, onde ele argumenta e
defende a execução plena das políticas culturais como forma de atingir uma verdadeira
democracia em que todos os direitos, inclusive os culturais, onde possam ser contemplados
e usufruídos pelos cidadãos.

       As ponderações e definições que colaboram para termos uma noção aberta do
conceito de políticas culturais nos ajudam a compreender que o empenho e a ação para
contribuir com as manifestações culturais no processo de alimentação das necessidades
culturais da população dependem concernentemente ao papel do governo, essa afirmação se
confirma no seguinte,
                        As políticas culturais resumem-se a um ‘conjunto de intervenções realizadas
                        pelo Estado, instituições civis e grupos comunitários organizados a fim de
                        orientar o desenvolvimento simbólico, satisfazer as necessidades culturais da
                        população e obter consenso para um tipo de ordem ou transformação social’
                        (Cancline 2001 p.65).


              É relevante enfatizar também, que a execução das políticas culturais não
acontece de forma tão efetiva e plena, ou até mesmo de maneira imparcial, há uma grande
influência do viés político na escolha e seleção de determinada investidura no campo
cultural ou especificamente na contemplação das variadas expressões culturais. Com base
nessa ideia podemos dizer que “os programas de intervenção e os conjuntos de iniciativas
não se dão de forma consensual, mas resultam de uma relação de forças culturais e
políticas” (Barbalho, p. 4), ou seja, as políticas culturais se manejadas de maneira inviável,
servem como veículo de publicidade institucional ou de promoção da figura política num
determinado período ou espaço político.

       A observação do perfil político e a individual concepção de cultura, por parte dos
responsáveis pela administração do orçamento direcionado para a cultura, é importante pois
o entrelaçamento de interesses políticos e culturais são determinantes em ultima escala, no
que se refere a distribuição da verba. Essa concepção da influência política na efetivação
das estratégias de financiamento cultural se confirma nas palavras de Barbalho “as decisões
indicadas por uma estratégia de políticas culturais colocam em ação determinadas
organização de poderes que só se manifesta por meio de análise política” (Barbalho, p. 3).
5. ASPECTOS DO FORMATO AUDIOVISUAL

       5.1 Documentário

       A construção do vídeo documentário envolve diversas questões conceituais, técnicas
e sociais, já que a produção do vídeo requer conhecimentos sobre tais áreas. A
esquematização desse conjunto de elementos se converge para uma única finalidade, expor
o ato criativo para uma possível transformação social.

       Sobretudo não é somente a questão técnica que o documentarista deve explorar com
criatividade e imaginação, deve haver um compromisso profissional com a articulação do
vídeo, pois sua responsabilidade permeia todos os elementos que constituem o
vídeodocumentário, enfim, a função geral do documentarista é organizar diversos
elementos: entrevistas, som ambiente, legendas, música, imagens filmadas in loco, imagens
de arquivo, reconstruções, etc. (Penafria 2001, p 5), para uma coerente e atrativa produção
audiovisual.

       A associação desses múltiplos elementos pode ser distribuída por todas as três
etapas de montagem do vídeo documentário, a pré-produção, produção e pós-produção.
Mesmo que todo o processo se realize durante a extensão dessas três fases, é na primeira
etapa que todo o vídeo documentário deve ser esquematizado e pensado taticamente. Assim
podemos evidenciar que essa fase é decisiva para a qualidade e maturidade do vídeo,
notamos tal pensamento por meio das considerações de Penafria

                       A pré-produção é uma fase de preparação para as filmagens. Esta fase
                       caracteriza-se por uma pesquisa e desenvolvimento do tema/assunto a tratar. Não
                       há regras a seguir, aqui trata-se de justificar o interesse de um filme. Assim, há
                       que definir a motivação, ou seja, o documentarista deve, antes de mais,
                       interrogar-se quanto às razões por que quer fazer determinado filme, definir a
                       abordagem ao tema, recolher informação, fazer a caracterização e selecção dos
                       locais a filmar, a caracterização dos intervenientes ("personagens"), definir a
                       estrutura do filme, tipo de planos, etc. (2001, p. 3)

       O vídeo documentário é um modelo audiovisual que trabalha com várias temáticas.
Sobre o vídeo documentário “Políticas Culturais em Conceição do Coité” nós procuramos
abordar a desigualdade em se aplicar os recursos financeiros, como também mostrar as
discussões entre vários segmentos sociais. Sendo assim, o documentário é empregado como
forma de socialização dessa temática, registro de fragmentos da realidade e expressão do
ponto de vista de seus realizadores. Dessa forma Nichols afirma
                       Os documentários mostram aspectos ou representações auditivas e visuais de uma
                       parte do mundo histórico. Eles significam ou representam os pontos de vista de
                       indivíduos, grupos e instituições. Também fazem representações, elaboram
                       argumentos ou formulam suas próprias estratégias persuasivas, visando
                       convencer-nos a aceitar suas opiniões. (2005, p. 30)

       Continuando a abordagem conceitual desse produto, algumas definições utilizadas
por Vanessa Zandonade e Maria Cristina Fagundes em seu trabalho de monografia O vídeo
documentário como instrumento de mobilização social apontam que “O documentário é um
gênero audiovisual utilizado como forma de expressão da sociedade e registro dos
acontecimentos, desde o início do século XIX” (Zandonade; Fagundes. 2003, pg 08).
Percebe-se que suas origens não são muito remotas, por esse motivo não se tem ainda um
amplo acervo bibliográfico sobre seu conceito.

       O vídeo documentário é um instrumento de representação da realidade, todo
documentarista mostra a partir de seu ponto de vista uma fato específico, logo que, para
exteriorizar essa realidade, um vídeo documentário agrega diversas linguagens e discursos,
interpretando e descrevendo um determinado fato. Sobre essa afirmação Nichols atesta o
seguinte

                       Documentário, assim como outros discursos do real, contém um vestígio de
                       responsabilidade em descrever e interpretar o mundo de nossa experiência
                       coletiva [...] Mais que isso, ele se alinha a esses outros discursos (da lei, família,
                       educação, economia, política, estado e nação) na efetiva construção da realidade
                       social (2005, p. 10).

       É necessário ressaltar que além de ser usado como veiculo publicador de
conhecimento, representador de temas sociais e ferramenta para reflexão das mazelas que
envolvem uma sociedade, o vídeo documentário se configura como um produto que possui
suas diretrizes e exige comprometimento do realizador. Guiado por essa abordagem, onde o
realizador do produto audiovisual deve socializar o seu material em vista da
democratização do saber e dialogar com outros mundos distintos frisamos algumas palavras
de Penafria

                       Apresentar novos modos de ver o mundo ou de mostrar aquilo que, por qualquer
                       dificuldade ou condicionalismos diversos, muitos não vêm ou lhes escapa, é
então a principal tarefa de um documentarista. Estes muitos a que me refiro,
                       podem ser os espectadores ou os próprios intervenientes – personagens - de um
                       filme (2001, p. 7)

       O produto vídeo documentário é uma ferramenta importante na disseminação de
novos conteúdos midiático, além de ser um notável instrumento de exposição da realidade
sob o foco da difusão do conhecimento.
       Levando em conta que vivemos numa sociedade carente de notícias e reportagens
mais aprofundadas sobre temas sociais, já que as notícias e reportagens são cada vez mais
superficiais e instantâneas, o vídeo documentário surge como um produto reflexivo e
interpretativo, pois observa e avalia uma temática sob uma determinada perspectiva. Sem
contar ainda que vivemos numa sociedade que retém grande parte de seu conhecimento por
meio da TV, já que como atesta o jornalista e chefe do Departamento de Jornalismo e
Editoração da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, Bernardo
Kucinski (1998, p 18), “é por intermédio da TV,que as classes B,C,D e E percebem os
assuntos atuais, adquirem novos hábitos e desenvolvem uma linguagem comum”.


5.2 - Linguagem audiovisual
       É importante compreender os vários meios de produção e transmissão de sons e
imagens aplicadas ao vídeo e suas especificidades (Armes, 1999), pois o vídeo não deve ser
observado de maneira totalmente isolada, já que comporta inúmeros elementos
constitutivos, como o comprometimento do produtor, sua ótica sobre o assunto tratado,
perfil da linguagem audiovisual utilizada, elementos técnicos entre outros.
       Em um vídeo documentário, o significado da linguagem deve está atrelado as metas
que esse produto pretende atingir, ou seja, a estratégia usada para atrair a atenção,
impressionar ou promover a reflexão, demanda linguagens específicas.
       Nesse aspecto da linguagem audiovisual, há alguma subdivisão quanto ao gênero
vídeo documentário, o poético, expositivo, participativo, observativo, reflexivo e
performático Nichols (2005, p. 99-100). De acordo com o autor, mesmo havendo essa
segmentação, um subgênero nunca aparece isoladamente no vídeo, o que ocorre é a
sobreposição de uma modalidade em detrimento de outra.
No que se refere ao documentário deste memorial, “Políticas Culturais em
Conceição do Coité”, nós usamos apenas o subgênero Expositivo, apontado por Nichols.

        Nesse modelo que aparece de maneira predominante, o expositivo, utilizamos o
ajuntamento de fragmentos do universo cultural da cidade em questão de forma mais
argumentativa do que estética, se expressando ao espectador com uma linguagem direta,
através de legendas ou vozes que indicam uma perspectiva sobre a temática.

5.3- Técnicas em vídeo

        Um documentário, por está relacionado com a realidade, deve obedecer a um
cuidadoso conjunto de combinações: estética de enquadramentos, movimento de câmera,
iluminação, escolha de planos, separação das etapas de pré-produção, produção e pós-
produção, pois por meio da composição desses componentes se estabelece o diferencial
entre ficção e documentário.

5.3.1 Enquadramento

       O dimensão da figura humana enquadrada na tela da câmera serve como referência
para a categorização dos planos. Os planos cinematográficos segundo Santos (1993, p. 24-
27) consiste em oito tipos:

       O primeiro deles, o grande plano geral, mostra uma visão panorâmica do cenário,
sendo impossível identificar a ação dos personagens; No plano geral nota-se a pessoa
enquadrada, contudo não é possível reconhecê-la; O plano conjunto apresenta a pessoa e
permite distinguir os envolvidos na cena sem muitos detalhes; já o plano médio a
personagem é enquadrada em toda a sua altura, porém os pormenores do cenário não ficam
em destaque; Já o plano americano enquadra acima do joelho ou da cintura da pessoa, este
privilegia a ação em relação ao cenário; O primeiro plano corta a personagem na altura do
busto e ajuda a demonstrar o estado emocional dela; O primeiríssimo plano fecha a imagem
no rosto, nele a ação não é percebida, mas o espectador percebe a emoção da personagem;
O ultimo, o plano detalhe, destaca a imagem causando grande impacto visual e emocional.
5.3.2 Movimentos de câmera

       Os movimentos da objetiva e da câmera oferecem para a construção da narrativa
grande contribuição estética. Santos (1993, p. 30-33) cita a existência de dois movimentos
de câmera:

       A Panorâmica, onde a câmera gira ao redor de um eixo imaginário qualquer sem
deslocar-se. Já o outro movimento é conhecido como Trevelling, onde a câmera desloca-se
em qualquer direção. Esse último tipo de movimento frequentemente usado para
acompanhar pessoas e objetos em movimento.

5.3.3 Angulação

          A angulação da câmera possui forte incidência no conteúdo da cena. A respeito
dessa influência exercida pela angulação da câmera, Santos (1993, p. 64) aponta possíveis
três ângulos: Câmera Normal consiste na câmera posicionada para uma cena numa
superfície plana; na Câmera Baixa (Contre - Plongée) é utilizada para enquadra o assunto
de baixo para cima, Câmera Alta (Plongée) a objetiva enquadra as pessoas e os objetos de
cima para baixo.
6. METODOLOGIA DA PRODUÇÃO VIDEOGRÁFICA

         O vídeo documentário é um veículo rico, dinâmico e de fácil assimilação às diversas
camadas sociais. Por ter um perfil que trabalha com a realidade dos fatos, esperamos
utilizar essa propriedade do produto para atingir uma possível conscientização da sociedade
civil quanto a seu direito á incentivos culturais. Para que esta mensagem chegue com
qualidade e transparência ao nosso público-alvo, procuramos obedecer três fases
importantes na construção do vídeo: Pré-produção, Produção e Pós-produção.

         A fase de pré-produção é uma etapa essencial na construção de um vídeo
documentário, segundo Manuela Penafria (2001 p.) a fase de “pré-produção é uma fase de
preparação para as filmagens. Esta fase caracteriza-se por uma pesquisa e desenvolvimento
do tema/assunto a tratar.” Um mau planejamento, comprometeria a qualidade do produto e
seria um empecilho para realização das outras fases de produção.

         Já realizada a primeira etapa, passamos para a fase de produção. Esta fase se
caracteriza pela captação das imagens, sons e outros elementos necessários para realização
do vídeo. Esta é a etapa onde a técnica a teoria precisam estar afinadas, pois além de saber
manusear os equipamentos é necessário ter embasamento para escolher os enquadramentos
das filmagens e sons que serão ou não necessários para realização do vídeo.
         A última etapa é a fase de pós-produção, nela são reunidas as imagens e sons
captados para a edição do vídeo. Este é o momento onde a pesquisa e a captação se tornam
um só produto. É importante ressaltar que na edição é formado o conceito do vídeo.
Manuela ratifica essa idéia atestando o seguinte:


                        A sucessão das imagens e sons tem como linha orientadora o ponto de vista
                        adaptado e encontra na criatividade do documentarista o seu principal motor. É ao
                        seleccionar e combinar as imagens e sons registrados in loco que o
                        documentarista se expressa. (Penafria, 2001 p.)


    1.       Pré-produção


         Procuramos nesta fase, pesquisar sobre a necessidade de políticas culturais mais
efetivas no município de Conceição do Coité, para sabermos se os principais entraves são
orçamentários ou conceituais. Para isto, colhemos dados da superintendência de cultura do
município, de entidades ligadas à cultura, pesquisas do IBGE e de sites de órgãos ligados à
cultura.


       Nessa fase elaboramos o pré-roteiro, o relatório de pesquisa definindo as possíveis
fontes entrevistadas. Também nesta fase, foram catalogados vídeos de manifestações
culturais do município de Conceição do Coité, além de definirmos as funções da dupla na
construção do produto.
A fase de pré-produção durou mais de dois meses, do dia 08 de outubro a 23 de novembro.


6.1.1 Ideia do vídeo


       O projeto propôs a investigação do nível de importância que as expressões culturais
de Conceição do Coité recebem a partir do apoio financeiro da prefeitura, ou seja, qual
parcela do orçamento é destinada á cultura local. O nosso foco foi investigar se os
principais entraves são meramente orçamentários ou conceituais.

       Além disso, tentamos visualizar se esses entraves residem em um conceito limitante
de cultura, ou se o erro está em escassos recursos orçamentários, bem como buscamos
esclarecer para a sociedade civil, através de um vídeo documentário, onde se devem cobrar
os devidos apoios culturais.
       Optamos por fazer um vídeo-documentário, por ser um veículo de fácil absorção
pelas diversas categorias sociais, temos como dianteira, atingir de forma dinâmica uma
possível conscientização da sociedade civil.


6.1.2 Pesquisa


       Segundo Manuela Penafria (2001) a fase de pesquisa é primordial em uma obra
audiovisual. “Entendo que só é possível distinguir entre o que é interessante filmar do que
não o é, se tiver pensado sobre o assunto anteriormente. Ou seja, a preparação facilita a
tomada de decisões imediatas perante situações imprevistas.” A pesquisa tem tanta
importância no resultado do vídeo quanto às imagens e sons nele existentes.
Inicialmente, pesquisamos dados da Superintendência de Cultura do município e da
Secretaria de Educação e Cultura, o que acabou norteando nosso trabalho. Depois de
analisarmos o orçamento do município com gastos ligados à cultura, podemos perceber a
disparidade de tratamento dado pela prefeitura ao CoitéFolia em relação com as demais
manifestações culturais. Logo após, fomos orientados a pesquisar dados do IBGE, de sites
ligados ao Ministério da Cultura e órgãos comprometidos com a temática, além de
instituições da cidade ligadas à cultura.


6.1.3 Reconhecimento de Campo


       Na cidade de Conceição do Coité existe um Centro Cultural, onde abriga uma
biblioteca, sala de reuniões e um auditório onde acontecem seminários, peças teatrais e
diversos outros eventos. Além disso, é lá que funciona a Superintendência de Cultura da
cidade, portanto, foi a primeira locação a ser observada.


       Pelo fato da cidade ter uma Secretaria de Educação e Cultura funcionando no centro
administrativo da cidade, nós observamos o ambiente interno e externo como alvo para
futuras locações.
       Ainda na cidade, existe um museu particular, o Museu do Palhaço. Seu proprietário
é um poeta da cidade muito envolvido com a temática do nosso trabalho, por essa razão
escolhemos essa locação além de marcamos com Carlos Neves para nos dar seu
depoimento dentro do museu, para que pudéssemos captar imagens dos diversos tipos de
artesanatos e antiguidades nele existentes.
       Nós observamos outra locação à capela do bairro Alto da Colina, onde ensaia a
Orquestra de Violinos Santo Antônio, um patrimônio cultural da cidade. Propositalmente
marcamos a entrevista com o maestro Josevaldo Silva, coordenador do projeto, no local
durante o ensaio para que pudéssemos colher um som ambiente durante sua entrevista.
       Para esclarecer à população que ter acesso as políticas culturais é um direito de
todos, mas que também se deve cobrar da sociedade civil, pensamos em realizar a
entrevista com Gerivaldo Alves Neiva, juiz de Direito da comarca de Conceição do Coité,
pois dessa ideia foi observado o ambiente externo e interno do Fórum da cidade, mas
aproveitando somente a locação interno do Fórum.
          Analisamos outras locações, como instituições ligadas à cultura, tal como o Centro
de Promoção da Cultura e Cidadania - CEPECC. Observamos esse espaço já que nossa
intenção era mostrar a população os palcos onde se desenvolve e se administra a cultura da
cidade.
          Em suma, o processo de reconhecimento de campo transcorreu com a observação
prévia de alguns lugares e praças da cidade, tais como, praça da babilônia, praça do
comercio, praça da matriz, praça da fonte lunimosa, centro administrativo.


6.1.4 Pré-roteiro


          O nosso pré-roteiro começou com um relatório de pesquisa identificando possíveis
fontes entrevistadas. O perfil dos entrevistados foi escolhido após várias reuniões de
planejamento, pois, precisávamos de pessoas envolvidas com o tema escolhido. As
indagações foram previamente elaboradas para cada um dos possíveis entrevistados, para
que nos ajudassem a fundamentar a idéia do vídeo.
          Buscamos entrevistar os gestores municipais da cultura, assim como também
pessoas que trabalham e necessitam de apoio desses órgãos não só financeiramente, para
que a população fique ciente de onde deve cobrar melhorias no âmbito das políticas
culturais da cidade. Nossa preocupação era fazer com a que a população se sinta inserida no
debate sobre o assunto.


          1. 6.1.5 Entrevistas e depoimentos


    O nosso documentário visa mostrar como é pensada as políticas culturais no ambiente
da cidade de Conceição do Coité e estimular a discussão sobre essa temática. Por isso,
tentamos ao máximo não interferir significativamente no debate proposto, já que a ideia é
despertar na população o interesse sobre o assunto. Todavia, é sabido por nós que toda obra
audiovisual é baseada na visão de quem o produz, pois, a pesquisa, a captação das imagens,
a escolha do som e a edição em geral são feitas de acordo com o interesse dos
documentaristas. Segundo Penafria (1999, p.3): “É absolutamente necessário que o autor
das imagens exerça o seu ponto de vista sobre essas imagens.”
       Apesar das perguntas terem sido previamente elaboradas, as entrevistas e
depoimentos trouxeram consigo novos elementos que nos ajudaram a compor o vídeo. As
perguntas foram elaboradas especificamente para cada entrevistado, exceto uma: “Qual a
sua ideia de cultura?” Essa indagação serviu para iniciarmos de forma dinâmica o debate
pensado no vídeo.
       O critério escolhido para seleção dos entrevistados foi o seu envolvimento com a
cultura e com a gestão das políticas culturais do município. Entretanto, fomos a campo
entrevistar uma pequena parte da população para saber dos cidadãos coiteenses qual sua
visão de cultura e se enquanto cidadãos e membros do próprio contexto cultura se sentem
contemplados pela ação dos órgãos públicos na gestão das políticas culturais.
       Os entrevistados se definiram por pessoas de várias esferas sociais, a primeira a ser
entrevistada foi a Superintendente de Cultura e Cidadania, Marialva Carneiro, a escolha da
mesma se fez por ela representar um membro do órgão público municipal de cultura.
       Genilda Ramos Mota, Secretária de Educação e Cultura, participou do
documentário por ser a responsável pela distribuição da verba para a cultura, além de servir
para prestar informações a respeito do orçamento geral do município.
       O poeta, cordelista e pesquisador cultural da cidade, Carlos Neves, prestou
informações a respeito do termo cultura, ainda expressou sua opinião, como conhecedor da
cultura local, sobre a distribuição do orçamento a cultura.
       O Juiz Gerivaldo Alves Neiva, colaborou para o video documentário, trazendo o que
corrobora a legislação sobre as políticas culturais, e ainda a importância das políticas
culturais para o alargamento e sustentação das culturas.
       Para discorrer sobre a temática políticas culturais, trouxemos a entrevista do
professor universitário Aldo José Moraes Silva, que expõe sua definição sobre políticas
culturais.
       O vereador e professor de história, Danilo José Ramos de Oliveira, opina enquanto
representante político qual o objetivo das políticas culturais bem como critica a ação da
prefeitura quanto a desigual distribuição da verba.
O presidente da Associação de Desenvolvimento de Juazeirinho, Jorge Luiz
Carneiro Moraes, falou brevemente sobre a expressão cultural de sua comunidade, pediu
maior investimento e reclamou das dificuldade enfrentadas sem apoio necessário da
prefeitura.
         O maestro da orquestra Santo Antônio, Josevaldo Silva, relatou como ocorreu o
início do projeto de violinos e qual a forma de fomento recebida pela secretaria de
educação e cultura.
         O aposentado, ex-vereador e agente cultural, Joaquim Carneiro de Oliveira Neto,
comentou sobre dificuldades em realizar as manifestações culturas de sua localidade,
reclamou do insuficiente recurso cedido pela prefeitura.
         Valquíria Lima da Silva, mestre em Literatura e Diversidade Cultural, fala quais
razões sociais e políticas levam a ocorrência das disparidades ao se dividir o orçamento da
para as expressões culturais do município bem como da importância das culturas populares.


    2.        Produção


           Nesta etapa colocamos em prática tudo que planejamos na fase de pré-produção:
captamos imagens, sons e entrevistas, enfim todo material necessário para a confecção do
vídeo. Todavia, para que os nossos objetivos fossem alcançados tivemos que traçar um
plano de produção.
          O orçamento do documentário foi baixo, já que a câmera utilizada foi cedida pela
UNEB e as imagens foram gravadas na cidade. As despesas somaram R$ 137,50, os gastos
foram de deslocamento da cidade para alguns distritos e povoados, para captação de
imagens e sons, ligações para agendamentos de entrevistas, além de mídias três mini-dv
utilizada na câmera.
6.2.1 Plano de Produção
       O plano de produção começou com a divisão das tarefas. Inicialmente Joabson
Sampaio ficou responsável por agendar horários e datas das entrevistas, enquanto Rodrigo
Carneiro ficou incumbido de captar as imagens na sede e alguns povoados e distritos.
       Com os encontros já marcados fizemos a seguinte divisão: as entrevistas com
Marialva Carneiro (tempo de entrevista, 00h07min.), Genilda Ramos Mota (tempo de
entrevista, 00:03:36min), Jorge Moraes Carneiro (tempo de entrevista, 00:05:10min),
Danilo José Ramos de Oliveira (tempo de entrevista, 00:09:73min), Aldo José Moraes Silva
(tempo de entrevista,00:07:36min), Carlos Neves (tempo de entrevista, 00:05:21min) e
Fernando Araújo foram realizadas por Rodrigo Carneiro.
       Já as realizadas com o juiz Gerivaldo Alves Neiva (tempo de entrevista,
00:12:60min), Josevaldo Silva (tempo de entrevista, 00:06:63min), Valquíria Lima da Silva
(tempo de entrevista, 0:05:50min), Joaquim Carneiro de Oliveira Neto (tempo de entrevista,
00:02:83min) e as demais foram feitas por Joabson Sampaio.
       Tendo as entrevistas gravadas, nós separamos as etapas de sonorização e recursos
gráficos. A seleção da trilha sonora ficou a cargo de Rodrigo Carneiro que buscou em CDs
e na internet trilhas instrumentais, como a da banda de pífano e Orquestras Sanfônicas,
ambas adquiridas na internet. Algumas imagens utilizadas no produto foram coletadas em
arquivos pessoais, conseguidas em alguns povoados como o de Almas, Juazeirinho foram
conseguidas por Rodrigo Carneiro.
       Os vídeos realizados pela prefeitura municipal foram colhidos por Joabson Sampaio
em uma consulta aos arquivos da Superintendência de Cultura. As entrevistas foram
filmadas da seguinte forma, Joabson Sampaio foi cinegrafista nas entrevistas realizadas por
ele, já Rodrigo Carneiro atuou como cinegrafista nas quais ele executou. As entrevistas
foram selecionadas e separadas de acordo a disponibilidade de cada entrevistador, levando
em conta horário de trabalho e ocupações pessoais.
       A câmera utilizada para a construção do vídeo foi disponibilizada pelo Campus XIV
da UNEB.
       Procuramos inicialmente, coletar imagens das principais manifestações culturais do
município. Para isso buscamos catalogar vídeos e fotos já existentes, porque essas
manifestações acontecem apenas algumas vezes no ano em datas definidas. Como já
tínhamos feito a pesquisa sobre a temática, ficou mais fácil coletar as imagens. As imagens
do Reisado de Moças, feira de artesanato, pascoelinha encontramos no arquivo público do
Centro Cultural Ana Rios de Araújo. Enquanto as imagens do Coité Folia buscamos na
Agencia Silva. As imagens do São João de Juazeirinho e Aroeira conseguimos com
populares das comunidades. As cenas da igreja da matriz e demais locais da cidade foram
filmadas por Rodrigo Carneiro.


        Durante o ano a prefeitura realiza alguns eventos culturais e registra em forma de
vídeo, como o Coité Folia (Micareta). Esse evento é o que mais recebe recurso financeiro
do município, tendo assim uma grande relevância para nosso estudo. O vídeo traz shows de
bandas da região e de grupos musicais de grande repercussão da música baiana, gravadas
durante a micareta da cidade. Entre as imagens estão milhares de pessoas seguindo o trio
em festa.
             Buscamos também, imagens que retratassem as manifestações culturais mais
antigas e não menos populares, como a Pascoelinha, o bumba-meu-boi, o samba de roda, o
Reisados de Moças do povoado de Almas, o São João dos distritos da cidade e outros. Para
isso, tivemos que coletar imagens em algumas comunidades como Almas e Juazeirinho,
com a ajuda de moradores locais.
            Ainda foram captadas imagens do Centro Cultural Ana Rios de Araujo, Centro
Administrativo, Museu do Palhaço, Centro de Promoção a Cultura e Cidadania - CEPECC,
Orquestra de Violinos, paisagens da zona urbana e rural.
       Na elaboração do roteiro precisávamos de entrevistados que dialogassem sobre o
nosso tema escolhido. Todavia, podemos perceber que eles acabaram nos ajudando a
formar o conceito do nosso produto, surpreendendo nossas expectativas trazendo consigo
novos elementos que contribuíram ainda mais para a qualidade do nosso trabalho.
       Entre as entrevistas se destacam a de Marialva Carneiro (Superintendente de Cultura
do Município) e Genilda Ramos (Secretária de Educação e Cultura), responsáveis pela
gestão da cultura no município, já que o vídeo propõe uma investigação, para instigar um
debate sobre a administração da verba enviada para o incentivo as práticas culturais. Por
isso, elas foram as primeiras a serem procuradas pela dupla para concederem as entrevistas.
Entre as pessoas envolvidas com o tema abordado no documentário, escolhemos
Carlos Neves de Freitas e Josevaldo Silva. O primeiro é poeta e educador, famoso pelo seu
relevante trabalho pelo desenvolvimento dos projetos culturais da região. O segundo é um
jovem que a dois anos, fundou uma orquestra de violinos para dar aula de música a crianças
de um bairro carente do município. Entre suas falas, os entrevistados ressaltam o prazer em
se trabalhar com o desenvolvimento da cultura.


       Para falar sobre a relevância da cultura e questões relativas à legislação direcionada
as políticas públicas de cultura convidamos o juiz Gerivaldo Alves Neiva, onde mencionou
em seu discurso sobre o direito cultural do cidadão, o dever do Estado atrelado à legislação,
e a função das políticas culturais e do município na promoção da cidadania.
       A opinião de populares e pessoas integradas com a cultura das localidades foram
extremamente pertinente, pois revelaram detalhadamente quais dificuldades as expressões
culturais enfrentam, dessa forma entrevistamos Jorge Luiz Moraes Carneiro, presidente da
Associação de Desenvolvimento Comunitário de Juazeirinho, que relatou como ocorre o
processo de articulação, produção e financiamento da pascoelhinha.
       Ainda nesse mesmo distrito conseguimos a entrevista do aposentado Joaquim
Carneiro Oliveira Neto, ex-vereador e antigo organizador de varias expressões populares,
como bumba-meu-boi, reisado, cavalgadas, são João etc, ele colaborou reforçando a idéia
da omissão ou pouca participação da prefeitura nos assuntos culturais, comentando ainda
mais a respeito da necessidade do apoio público e da luta da sociedade civil na sustentação
de algumas manifestação populares.
6.2.2 Captação de áudio


         Para que o nosso trabalho pudesse surtir o efeito esperado, tivemos no planejamento
um cuidado especial com a captação de áudio, pois, em toda obra audiovisual deve haver
uma interação entre som e imagem para um bom andamento do vídeo. Todavia, não
tivemos em alguns casos uma boa captação de áudio pelo fato de não termos em mãos uma
aparelhagem técnica melhor, já que o curso não dispõe de tais equipamentos. Assim,
gravamos todos os áudios com o microfone embutido da câmera.


    3.       Pós-produção


     Esta fase foi marcada pela junção de todo material captado para montagem do vídeo,
desde a pesquisa às entrevistas, sons e trilhas captadas Foi nessa fase que selecionamos o
que iria ou não entrar no vídeo, por isso, fizemos um processo cuidadoso na seleção do
material e buscamos os softwares ideais para a edição, como os editore de vídeo Adobe
Premiere Pro CS e Nero Vision 4, o editor de áudio Audacity Portable e o conversor de
formatos de vídeos WinX Video Converter.


6.3.1 Decupagem


         Durante as filmagens, gravamos 02h26min. Toda a decupagem foi feita na própria
câmera por ser mais prático. Após finalizar cada entrevista nós imediatamente decepávamos
as entrevistas especificamente com o objetivo de facilitar o processo de edição. Esse
método colaborou fortemente na montagem do vídeo, pois já sabíamos quais imagens seria
descartadas e aproveitadas. A respeito da importância e da definição desse mecanismo de
facilitação da edição Santos (1993, p. 21-23) afirma o seguinte decupar é dividir o filme ou
o vídeo em planos, reunindo fragmentos de imagem contínua, filmadas ou gravadas sob
diversos ângulos e com pontos de vista diferentes.
6.3.2 Sonorização


       Na elaboração do nosso produto tivemos uma preocupação especial quanto à
sonorização, pois sabemos que a interação entre som e imagem é fundamental para a
qualidade de uma obra audiovisual. A interação entre imagem e som nasceu muito antes do
que podemos imaginar. O que se sabe, é que surgiu de uma necessidade humana e foi sendo
desenvolvida ao longo de tempo. Filipe Salles (2002) ressalta em seu texto, A natureza da
Arte: a simbiose do som e a imagem a importância da simetria entre esse dois elementos,
som e imagem, para uma obra audiovisual afirmando que “devemos pensar que a harmonia
é a arte de equilibrar quaisquer formas para gerar uma intenção, um significado”. (Salles,
2002, p. 9).
        A maior parte das trilhas selecionadas foram as de temas característicos do sertão,
por entendermos que elas representam simbolicamente a cultura da nossa região.
Selecionamos inicialmente algumas trilhas da Banda de Pífano e Orquestra Sanfônica além
de um trecho da músicas Rebolation e Quebre Igual a Negona da banda de pagode
Parangolé, como também alguns trechos da música Jumento Celestino dos Mamonas
Assassinas. Ainda escolhemos trechos do Coité Folia, como as bandas Fabilú e Batukeré,
também ainda pegamos trechos da orquestra de violino Santo Antônio e do Reisado de
Almas e do São João em Juazeirinho. As principais músicas incidentais foram Asa Branca e
Luar do Sertão interpretado pela Orquestra Sanfônica, e Minha Terra interpretadas pela
Banda de Pífano, alem da música Sete Desejos do cantor Alceu Valença.


6.3.3 Edição


       Após a decupagem já tínhamos todo material necessário para começar a montagem
segundo o roteiro elaborado anteriormente. Todavia, ainda tínhamos que fazer cortes e
ajustes nas imagens para que elas construíssem um sentido na edição do vídeo. A exemplo,
as imagens do concerto natalino, uma novidade trazida pela prefeitura há dois anos que
após discutirmos chegamos a conclusão de que se tratava de um evento novo que ainda não
fazia parte dos principais eventos culturais do município.
Após assistirmos a todas as gravações, decidimos fazer algumas alterações também no
roteiro, pois, alguns entrevistados nos deram contribuições importantíssimas, que não
poderiam ficar de fora do conteúdo. Em contrapartida, algumas entrevistas ficaram aquém
do esperado, por exemplo, de alguns populares, do maestro Josevaldo Silva e do Presidente
do CEPECC Fernando Araújo, por isso, a dupla teve que entrar em consenso e abdicar de
algumas cenas previamente elaboradas no script.
          Depois de redefinirmos o roteiro, chegou a hora da montagem das imagens
selecionadas. Iniciamos o documentário mostrando as principais características da cidade e
as principais manifestações culturais do município, na sequência introduzimos um bloco
sobre a indagação a respeito do termo cultura, logo após mencionamos sobre o direito a
cultura atrelada ao depoimento do juiz, no bloco seguinte entramos na temática das
políticas culturais em Coité, seguidas das entrevistas de Marialva Carneiro e Genilda Mota,
encerradas essas duas entrevistas jogamos depoimentos de representantes comunitários e
populares, em seguida trabalhamos a questão da divisão da verba para a cultura juntamente
com a entrevista do poeta Carlos Neves, após fazermos algumas considerações sobre o
tema, finalizamos com o depoimento do juiz Gerivaldo Neiva falando sobre a importância
das políticas públicas de cultura para o desenvolvimento da cidadania.
       Nesta fase optamos por não ter nenhuma interferência externa, pois, apesar das
dificuldades técnicas, entendemos que precisávamos por em prática todos os
conhecimentos adquirimos no decorrer do curso.           Os componentes gráficos foram
elaborados por Joabson Sampaio que empregou gráficos projetados pelo software livre
Gimp, montando o gráfico em forma de pizza indicando o orçamento com a cultura, alem
de contribuir na escolha de efeitos de transição para as cenas. Algumas falas do narrador, e
melhoramentos de áudios foram feito por Rodrigo Carneiro no editor de áudio Audacity
Portable. Concluídos as anteriores etapas, unimos todo o material e efetivamos a edição, no
qual Rodrigo Carneiro usando o software Adobe Premiere editou o produto, obedecendo
rigorosamente à cronologia do roteiro, elaborado por ambos os formandos. A edição do
material se desenrolou por vários dias já que tivemos que fazer diversos reparos e releitura
do produto.
7 REFERÊNCIAS
ARMES, Roy. On vídeo: O significado do vídeo nos meios de comunicação.
São Paulo, Summus. 1999.

BARBALHO, Alexandre. Por um conceito de política cultural. 2000 Pg. 4, apud
COELHO, José Teixeira. Guerras culturais. Arte e política no novecentos tardio. São
Paulo, Iluminuras, 2000.
BARBALHO, Alexandre. Por um conceito de política cultural. 2000, Pg. 4.
CANEDO, Daniele. Cultura, democracia e participação social: um estudo da II
Conferencia Estadual de Cultura da Bahia. 2008, pg.11 – 12

CANEDO, Daniele. Políticas culturais e a gestão municipal: um desafio para o
desenvolvimento sócio-cultural. 2006, pg 01.

CANCLINI, Nestor García. Definiciones en transición. Buenos Aires: CLACSO, 2001, pg
65.

COELHO, José Teixeira. Dicionário Crítico de Política Cultural. São Paulo:
Iluminuras, 1997.

Densidade      demografia         de   Conceição        do     Coité      disponível   em
http://pt.wikipedia.org/wiki/Concei%C3%A7%C3%A3o_do_Coit%C3%A9, acessado em
05 de outubro de 2009 ás 16:37.

IBGE. Perfil dos municípios brasileiros. 2006, pg 25.

MARCIEL,          Fábio.          Democracia       Cultural.           Disponível      em:
http://www.culturaemercado.com.br/post/democracia-cultural/, acessado dia 14 de
agosto de 2009 às 14:47hs.

NICHOLS, Bill. Introdução ao documentário. Campinas, SP: Papirus, 2005.

PENAFRIA, Manuela. Unidade e diversidade do filme documentário. 1998, pg 01.

PENAFRIA, Manuela. Ouvir imagens e ver sons. 1999, pg 04.

PENAFRIA, Manuela. O ponto de vista no filme documentário. 2001, pg 05.

PITOMBO, Mariela. Sintomas dos deslocamentos de poder na gestão do campo
cultural no Brasil – uma leitura sobre as leis de incentivo à cultura. 2003, pg 12.
SALLES, Felipe Matos de. A Natureza na Arte: a Simbiose do Som e da Imagem. 2002,
pg 09
SANTOS, Rudi. Manual de vídeo. Rio de Janeiro, UFRJ, 1993.

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO. Orçamento do Governo Municipal de
Conceição do Coité. Disponível na e consultado em 02 de setembro de 2009.

ZANDONADE, V. ; FAGUNDES, M. C. O vídeo documentário como instrumento de
mobilização social. 2003, pg 08.

ZANDONADE, V. ; FAGUNDES, M. C. O vídeo documentário como instrumento de
mobilização social. 2003, pg 40, apud KUCINSKI, Bernardo. A síndrome da antena
parabólica: ética no jornalismo brasileiro. São Paulo: Fundação Perseu Abramo,
1998.
8. Anexos
ROTEIRO




  POLÍTICAS CULTURAIS EM COITÉ




       Um roteiro de




Rodrigo Carneiro de Oliveira

  Joabson Simões Sampaio




      Copyright© 2010

Todos os direitos reservados
Relatório de pesquisa

10/2009
Entrevista com a Srª Marialva Carneiro- Superintendente
Municipal de Cultura é uma das responsáveis pela gestão da
verba para cultura do município.

Informações: Em sua entrevista Marialva, fala sobre seu
conceito de cultura, como é administrada e tenta explicar a
disparidade que existe no incentivo de uma manifestação
cultural em relação a outras.

12/2009

Entrevista com Antônio Fernando Araújo, Presidente do
Centro de Promoção á Cultura e Cidadania, a entidade apóia
e desenvolve projetos culturais, buscando através desses
projetos mapearem e energizar as manifestações culturais do
município.

Informações: Fernando esclarece sobre ações da entidade,
menciona sobre a fundação e realizações da instituições.


12/2009
Entrevista com o Sr. Carlos Neves de Freitas- Poeta,
educador e empresário, é conhecido na cidade por seus
poemas, palestras e esforço para valorização da cultura no
município. É um dos fundadores do CEPEC (Centro Popular de
Educação e Cultura).

Informações: Falou sobre seu conceito de cultura, comentou
sobre a gestão da cultura no município de Coité e cidades
da região, falou sobre os desafios de trabalhar com a
cultura e de como a burocracia atravanca as políticas
culturais.

01/2010

Entrevista com Josevaldo Silva- Maestro e um dos fundadores
da Orquestra de Violinos Santo Antonio, que oferece
educação musical a crianças de um bairro carente do
município.

Informações: Falou sobre o inicio do projeto, as principais
dificuldades encontradas e a felicidade de se trabalhar com
a cultura. Ainda em seu depoimento o maestro fala sobre o
apoio dado pela prefeitura ao projeto.
12/2009

Entrevista com o Sr. Gerivaldo Alves Neiva- Juiz de Direito
da Comarca de Conceição do Coité. Está empenhado em
desenvolver um grande trabalho cultural na cidade através
da Orquestra de Violinos Santo Antonio. No dia 07 de
outubro o juiz realizou um concerto no salão do júri do
fórum de Coité. O objetivo do evento era discutir com
empresários, autoridades e a comunidade as possibilidades
de implantação do projeto em outros bairros da cidade.

Informações: O juiz fala sobre a responsabilidade da
sociedade civil no desenvolvimento das políticas culturais
da cidade, e como esse projeto musical poderia contribuir
para uma cidade melhor.

01/2010

Entrevista com a Secretária da Cultura e Educação, Genilda
Ramos de Araújo.

Informações: Comenta sobre sua idéia particular de cultura,
e explica como é executada a distribuição da verba
municipal,   e  as   prioridades   no   momento  de   serem
distribuídas.

12/2009

Entrevista   com  Jorge Carneiro    Moraes presidente     da
Associação de desenvolvimento Comunitário de Juazeirinho.

Informações: Fala a respeito do da pascoelinha, as formas
de incentivo recebido e faz apelo aos órgãos públicos.

01/2010

Entrevista com Joaquim Carneiro de Oliveira Neto, ex-
vereador e principal organização e participantes de vaias
expressões   culturais   como   reisados,   bumba-meu-boi,
sambadores etc.

Informações: Importância da sociedade civil na conservação
das expressos populares, e reclama da falta de apoio do
órgão gestor de cultura.

02/2010

Entrevista   com   Aldo   José  Moraes   Silva,   professor
universitário do curso de História da UNEB campus XIV.
Informações: Opinião sobre a idéia das políticas culturais,
como também trata de qual deve ser a finalidade das dessas
políticas.

02/2010

Entrevista com Danilo José Ramos de Oliveira, professor de
história e vereador pelo partido dos trabalhadores.

Informações: Comento sua idéia de política cultural,
finalidade dessas políticas e tece critica a verba
excessiva para micareta.

02/2010

Entrevista com Valquíria Lima                   da      Silva,        mestre    em
Literatura e Diversidade cultural.

Informações: Explica as razões sociais e políticas que
induz um orgão público a privilegiar determinada expressão
cultural, faz critica a micareta.



                         POLÍTICAS CULTURAIS EM COITÉ

CENA I

OFF 1 – A introdução situa geograficamente qual realidade
ira   mostrar.   Inicia      com    o   BG    Asa    Branda      da    orquestra
Sanfônica,   daí    em     diante       o    narrador     esclarece       alguns
aspectos da cidade de Conceição do Coité, simultânea e
respectivamente    as     imagens       relativas       aos   dados     sobre    a
localização,     população,        economia,     comercio        e    conjuntura
cultural estarão acompanhado sincronizadamente o texto do
narrador. Na medida em que o narrador for encerrando seu
texto sobre esses aspectos da cidade o BG ira reduzir seu
volume gradativamente.

                                                                         FADE IN

CENA II

OFF 2- Abre texto sobre manifestação culturais da cidade
com fundo negro, por conseguinte, em BG da Banda de Pífano,
seqüência   de    imagens      exibindo   as diversas    manifestações
culturais de coité. A primeira a ser exibida é a festa da
padroeira   que    traz   juntamente      em caracteres    informações
sobre o festejo, a outra imagem também em caracteres á do
artesanato municipal, em seguida as imagens da micareta com
caracteres relatando sobre o evento em áudio original, em
voz off acompanhada pela imagens da orquestra o narrador
fala a respeito do projeto musical realizado pelo maestro
Josevaldo Silva, logo vem às imagens do bumba-meu-boi em
voz off falando sobre a existência dessa expressão popular
em vários distritos e povoados, na seqüência as imagens da
pascoelhina      do   distrito      de    Juazeirinho    em   voz    off
informando sobre a festa, em seguida entra as imagens dos
festejos juninos em áudio original , em caracteres breves
informações      sobre    as    festas    juninas,   apresenta-se     as
imagens do Reisado de moças do povoado de Almas

                                                               FADE IN

CENA III

OFF - Texto em fundo preto traz pergunta sobre o que é
cultura atrelado a BG da orquestra sanfônica luar do
sertão, na seqüência pequenas imagens de entrevistas com
populares e pessoas que trabalham com cultura.

COITÉ /CENTRO CULTURAL/ SALA DA SUPERINTENDENTE / INT /
MANHÃ

SONORA – Superintendente da Cultura e Cidadania, Marialva
Carneiro relata qual é sua concepção de cultura.

                                                        CORTA PARA



JUAZEIRINHO/ CASA/ SALA/ INT / TARDE

SONORA – O aposentado Joaquim Carneiro de Oliveira Neto
fala qual é sua idéia de cultura.

                                                        CORTA PARA
COITÉ/ CEPECC/ SALA/ INT / NOITE

SONORA – presidente do CEPECC Fernando Araújo, fala qual a
sua noção do termo cultura.

                                              CORTA PARA

COITÉ/ MUSEU DO PALHAÇO / SALA/ INT / TARDE

SONORA – O pesquisador cultura, Carlos Neves               fala
entusiasmado qual é o seu conceito de cultura.

                                              CORTA PARA

JUAZEIRINHO/ RUA/ EXT / TARDE

SONORA – o professor de língua portuguesa Mario Leandro da
Hora fala o que é cultura para ele.

                                              CORTA PARA

JUAZEIRINHO/ RUA/ EXT / MANHÃ

SONORA – O estudante da faculdade de Geografia diz o que
pra ele significa a cultura.

                                                     FADE IN

OFF – Sobe BG, seguindo as imagens das expressões
culturais,e na seqüência num fundo negro expresso a
primeira definição do termo cultura.

                                                     FADE IN

CENA IV

OFF – Fundo preto com letreiro mencionando sobre o direito
a cultura estabelecido pelo artigo da Constituição Federal.

                                                     FADE IN




COITÉ/ SALA DO JUIZ/ INT / MANHÃ

SONORA – Gerivaldo Alves Neiva, Juiz de Direito da Comarca
de Coité, fala sobre o que a legislação menciona a respeito
do papel do estado e da sociedade civil.

                                              CORTA PARA
CENA V

OFF – Fundo negro com caracteres trazendo texto, políticas
culturais em Coité, junto com BG da música Sete Desejos.
Imagens da Secretaria de Educação e Cultura, onde narrador,
fala que o órgão apóia as manifestações culturais, em
seqüência surge gráfico com distribuição da verba municipal
para cultura, e narrador comenta sobre a disparidade
existente na aplicação do orçamento para cultura.

                                            CORTA PARA

CENA VI

COITÉ /SERETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA/ SALA DA
SECRETÁRIA / INT / MANHÃ

SONORA – Secretária de Educação e Cultura fala a respeito
do orçamento geral da prefeitura, como é elaborado e
dividido, acompanhado de arte gráfica indicando os
respectivos dados.

                                            CORTA PARA

JUAZEIRINHO/ CASA/ INT / MANHÃ

SONORA – O presidente da Associação de Desenvolvimento de
Juazeirinho, reclama dos poderes públicos, critica o apoio
a micareta.

                                            CORTA PARA

COITÉ /SERETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA/ SALA DA
SECRETÁRIA / INT / MANHÃ

SONORA – Secretária de Educação e Cultura continua falando
a respeito do orçamento geral da prefeitura, como é
elaborado e dividido.

                                            CORTA PARA

COITÉ /GABINETE DO VEREADOR DANILO / INT / MANHÃ

SONORA – Vereador Danilo comenta sobre as políticas
culturais de modo geral.

                                            CORTA PARA

COITÉ/ SALA DO JUIZ/ INT / MANHÃ
SONORA – Comenta que no mundo contemporâneo é necessária
uma política pública de cultura.

                                            CORTA PARA

OFF – Cenas das manifestações culturais unidas a bg da
música dos mamonas assassinas.

                                                     FADE IN

CENA VII

COITÉ /CENTRO CULTURAL/ SALA DA SUPERINTENDENTE / INT /
MANHÃ

SONORA – Superintendente da Cultura e Cidadania, Marialva
Carneiro, diz que todas as expressões culturais recebem
seus incentivos.

                                            CORTA PARA

JUAZEIRINHO/ CASA/ INT / MANHÃ

SONORA – O presidente da Associação de Desenvolvimento de
Juazeirinho, fala sobre apoio da comunidade à pascoelinha.

                                                     FADE IN

OFF – Bumba-meu-boi com imagens laterais mostrando
expressões culturais.

                                                     FADE IN

CENA VIII

COITÉ/ CEPECC / INT / NOITE

SONORA – Fernando Araújo, presidente do CEPECC fala sobre
origem da entidade como também quais os três culturais
eixos nos quais trabalham.

                                                 CORTA PARA

COITÉ /CENTRO CULTURAL/ SALA DA SUPERINTENDENTE / INT /
MANHÃ

SONORA – Superintendente da Cultura e Cidadania, Marialva
Carneiro, elenca quais projeto foram realizados.

                                                 CORTA PARA
COITÉ/ CEPECC / INT / NOITE

SONORA – Fernando Araújo menciona a respeito das atividades
culturais realizadas pela entidade, e finaliza se queixando
do pequeno apoio dado pela Prefeitura de Conceição do
Coité.

                                                      FADE IN

CENA IX

OFF – Em fundo preto surge vagarosamente definição do
teórico Nestor Garcia Canclini sobre políticas culturais.

                                                      FADE IN

COITÉ /GABINETE DO VEREADOR DANILO / INT / MANHÃ

SONORA – Vereador Danilo dá sua opinião a respeito das
políticas culturais e sua aplicabilidade.

                                                      FADE IN

OFF – Orquestra de violino com áudio original.

                                                      FADE IN

COITÉ /UNEB/ COLEGIADO DE HISTÓRIA / INT / TARDE

Sonora – Professor Aldo Moraes aponta qual deve ser o papel
das políticas culturais.

                                                   CORTA PARA

OFF – Reisado de Moças no povoado de Almas em áudio
original.

                                                      FADE IN



COITÉ /GABINETE DO VEREADOR DANILO / INT / MANHÃ

SONORA – Vereador Danilo diz que preciso investir mais na
cultura.

                                                   CORTA PARA

JUAZEIRINHO/ CASA DE JOAQUIM CARNIRO/INT /TARDE

SONORA – Joaquim diz que no inicio recebia pouca ajuda e
que sem o apoio da comunidade não pode progredir.
CORTA PARA

COITÉ /GABINETE DO VEREADOR DANILO / INT / MANHÃ

SONORA – Vereador Danilo diz que preciso descentralizar os
recursos.

                                                   CORTA PARA

JUAZEIRINHO/ CASA DE JOAQUIM CARNIRO/INT /TARDE

SONORA – Joaquim que sem ajuda da prefeitura não há como
dar continuidade.

                                                      FADE IN

CENA X

COITÉ /CENTRO CULTURAL/ SALA DA SUPERINTENDENTE / INT /
MANHÃ

SONORA – Superintendente da Cultura e Cidadania, Marialva
Carneiro, fala de onde vêm investimentos.

                                                   CORTA PARA

SONORA – Josevaldo Silva, maestro, conta como iniciou o
projeto, primeiros incentivos, os atuais investimentos
recebidos.

                                                   CORTA PARA

COITÉ/ CEPECC / INT / NOITE

SONORA – Fernando Araújo fala que a entidade não possui
recurso, mas que o dinheiro que provem do programa Ponto de
Cultura do governo estadual da Bahia, e que o projeto visa
também ensinar jovens a buscar informações sobre as
manifestações culturais da cidade.

                                                   CORTA PARA

OFF – imagens de expressões culturais e com bg em forro.

                                                      FADE IN

CENA XI

COITÉ /CENTRO CULTURAL/ SALA DA SUPERINTENDENTE / INT /
MANHÃ
SONORA – Superintendente da Cultura e Cidadania, Marialva
Carneiro, fala que não há uma secretaria de cultura
isoladamente, mas que há a superintendência de cultura e
aponta o que esse departamento objetiva.

                                                      FADE IN

OFF – imagens de expressões culturais e com bg em forro.

                                                      FADE IN

COITÉ /GABINETE DO VEREADOR DANILO / INT / MANHÃ

SONORA – Vereador Danilo menciona sobre a finalidade da
política pública de cultura.

                                                   CORTA PARA

FÓRUM / SALA DO JUIZ / INT / DIA

SONORA - Gerivaldo Alves Neiva- Juiz de Direito da Comarca
de Conceição do Coité, que é preciso fomentar as atividades
culturais contemporâneas e também as tradições.

                                                      FADE IN

CENA XII

OFF – Intercala imagem da micareta, unida de BG de banda
com áudio original.

                                                   CORTA PARA




COITÉ / MUSEU DO PALHAÇO / SALA / INT / TARDE

SONORA – Carlos Neves, pesquisador cultural coiteense, diz
que poderá acontecer se proibirem a micareta.

                                                   CORTA PARA

COITÉ   /SERETARIA  DE   EDUCAÇÃO   E   CULTURA/    SALA   DA
SECRETÁRIA / INT / MANHÃ

SONORA – Secretaria de educação e cultura justifica gasto
desigual com a micareta.

                                                   CORTA PARA
COITÉ/RESIDENCIA DE VALQUÍRIA LIMA/INT/TARDE

SONORA – Indaga por que há uma desvalorização de das
culturas populares.

                                                    CORTA PARA

COITÉ /CENTRO CULTURAL/ SALA DA SUPERINTENDENTE / INT /
MANHÃ

SONORA – Superintendente da Cultura e Cidadania, Marialva
Carneiro, dia que a verba maior é na micareta por que é a
festa mais tradicional.

                                                    CORTA PARA

COITÉ / MUSEU DO PALHAÇO / SALA / INT / TARDE

SONORA – Carlos Neves, pesquisador cultural coiteense fala
que não tem nada contra e que tal festa virou um mecanismo
comercial.

OFF – Cena da micareta com áudio original.

                                                    CORTA PARA

COITÉ   /SERETARIA  DE   EDUCAÇÃO   E   CULTURA/     SALA   DA
SECRETÁRIA / INT / MANHÃ

SONORA – Secretaria de educação diz que pela organização da
festa precisa-se de maior recurso.

                                                    CORTA PARA



COITÉ/RESIDENCIA DE VALQUÍRIA LIMA/INT/TARDE

SONORA – Relata que o governo valoiza aquilo que reflete no
imaginário popular.

                                                    CORTA PARA

OFF – Imagens da micareta com áudio original.

                                                   CORTA PARA

COITÉ /CENTRO CULTURAL/ SALA DA SUPERINTENDENTE / INT /
MANHÃ
SONORA – Superintendente da Cultura e Cidadania, Marialva
Carneiro, diz que a festa que agrega maior número de
pessoas.

                                                     CORTA PARA

COITÉ /GABINETE DO VEREADOR DANILO / INT / MANHÃ

SONORA   –  Vereador   Danilo  fala   que  Coité      entendeu
historicamente cultura apenas como a micareta.

                                                     CORTA PARA

COITÉ   /SERETARIA  DE   EDUCAÇÃO   E    CULTURA/     SALA   DA
SECRETÁRIA / INT / MANHÃ

SONORA – Secretaria de educação e cultura explica que pela
grandeza da festa se investe mais dinheiro.

                                                    CORTA PARA

COITÉ /CENTRO CULTURAL/ SALA DA SUPERINTENDENTE / INT /
MANHÃ

SONORA – Superintendente da Cultura e Cidadania, Marialva
Carneiro, rediz que é comum investir em festa que agrega
maior número de pessoas.

                                                     CORTA PARA

COITÉ/RESIDENCIA DE VALQUÍRIA LIMA/INT/TARDE

SONORA – A mestre em literatura e diversidade cultural,
Valquíria Lima, diz que outras manifestações são muito
importantes já que arrebatas corações de comunidades
inteiras.

                                                     CORTA PARA

OFF – Samba de roda em áudio original.

                                                     CORTA PARA

COITÉ / MUSEU DO PALHAÇO / SALA / INT / TARDE

SONORA – Carlos Neves, pesquisador cultural coiteense fala
que agrada todo mundo principalmente o povo de outras
cidades pouco sobra pra outras culturas.

                                                     CORTA PARA
COITÉ /GABINETE DO VEREADOR DANILO / INT / MANHÃ

SONORA – Vereador Danilo fala que Coité historicamente
concentrou verbas na micareta e que política cultural é
muita mais ampla.

                                                   CORTA PARA

FÓRUM / SALA DO JUIZ / INT / DIA

SONORA - Gerivaldo Alves Neiva- Juiz de Direito da Comarca
de Conceição do Coité, surge dizendo que uma sociedade
precisa   ter   políticas   culturais   que   incentive   a
criatividade em todas as formas de expressão e que tenha um
olho no passado e suas tradições.



OFF – Sobre créditos atrelado as diversas imagens usadas na
montagem do vídeo.

Contenu connexe

Tendances

TéCnicas E Instrumentos De AvaliaçãO
TéCnicas E Instrumentos De AvaliaçãOTéCnicas E Instrumentos De AvaliaçãO
TéCnicas E Instrumentos De AvaliaçãOMessias Matusse
 
Plano de curso 8º ano matemática
Plano de curso 8º ano matemáticaPlano de curso 8º ano matemática
Plano de curso 8º ano matemáticadaviagr
 
Lei da Segregação Independente (Segunda Lei de Mendel)
Lei da Segregação Independente (Segunda Lei de Mendel)Lei da Segregação Independente (Segunda Lei de Mendel)
Lei da Segregação Independente (Segunda Lei de Mendel)Colégio Batista de Mantena
 
PROVA FORMAÇÃO SOCIOCULTURAL.pdf
PROVA FORMAÇÃO SOCIOCULTURAL.pdfPROVA FORMAÇÃO SOCIOCULTURAL.pdf
PROVA FORMAÇÃO SOCIOCULTURAL.pdftrabs73
 
Hino da Independencia do Brasil
Hino da Independencia do BrasilHino da Independencia do Brasil
Hino da Independencia do BrasilMary Alvarenga
 
EJA MATEMÁTICA volume 1
EJA MATEMÁTICA volume 1EJA MATEMÁTICA volume 1
EJA MATEMÁTICA volume 1Cleber Oliveira
 
As actividades de cada fase de aula
As actividades de cada fase de aulaAs actividades de cada fase de aula
As actividades de cada fase de aulaJoao Papelo
 
Relatório de Estágio Supervisonado IV em Matemática: Participação e Regência ...
Relatório de Estágio Supervisonado IV em Matemática: Participação e Regência ...Relatório de Estágio Supervisonado IV em Matemática: Participação e Regência ...
Relatório de Estágio Supervisonado IV em Matemática: Participação e Regência ...Genilson Evaristo
 
Plano de aula: Aspectos Didático-pedagógicos da Matemática no Ensino Médio II
Plano de aula: Aspectos Didático-pedagógicos da Matemática no Ensino Médio IIPlano de aula: Aspectos Didático-pedagógicos da Matemática no Ensino Médio II
Plano de aula: Aspectos Didático-pedagógicos da Matemática no Ensino Médio IIElton Ribeiro da Cruz
 
Referências Bibliográficas
Referências BibliográficasReferências Bibliográficas
Referências BibliográficasCarlos Pinheiro
 
Planos de aula 2012 - pdf
Planos de aula   2012 - pdfPlanos de aula   2012 - pdf
Planos de aula 2012 - pdfqcavalcante
 
Estágio - Cirlei Santos
Estágio - Cirlei SantosEstágio - Cirlei Santos
Estágio - Cirlei SantosCirlei Santos
 
Volume sólidos geométricos prismas/ SLIDE DO EDUCOPÉDIA/RJ/ COM SUGESTÕES DE ...
Volume sólidos geométricos prismas/ SLIDE DO EDUCOPÉDIA/RJ/ COM SUGESTÕES DE ...Volume sólidos geométricos prismas/ SLIDE DO EDUCOPÉDIA/RJ/ COM SUGESTÕES DE ...
Volume sólidos geométricos prismas/ SLIDE DO EDUCOPÉDIA/RJ/ COM SUGESTÕES DE ...CIEP 456 - E.M. Milcah de Sousa
 

Tendances (19)

TéCnicas E Instrumentos De AvaliaçãO
TéCnicas E Instrumentos De AvaliaçãOTéCnicas E Instrumentos De AvaliaçãO
TéCnicas E Instrumentos De AvaliaçãO
 
Plano de curso 8º ano matemática
Plano de curso 8º ano matemáticaPlano de curso 8º ano matemática
Plano de curso 8º ano matemática
 
Manual de TCC Unopar
Manual  de TCC UnoparManual  de TCC Unopar
Manual de TCC Unopar
 
Lei da Segregação Independente (Segunda Lei de Mendel)
Lei da Segregação Independente (Segunda Lei de Mendel)Lei da Segregação Independente (Segunda Lei de Mendel)
Lei da Segregação Independente (Segunda Lei de Mendel)
 
Atividade 6º ano
Atividade 6º anoAtividade 6º ano
Atividade 6º ano
 
PROVA FORMAÇÃO SOCIOCULTURAL.pdf
PROVA FORMAÇÃO SOCIOCULTURAL.pdfPROVA FORMAÇÃO SOCIOCULTURAL.pdf
PROVA FORMAÇÃO SOCIOCULTURAL.pdf
 
Hino da Independencia do Brasil
Hino da Independencia do BrasilHino da Independencia do Brasil
Hino da Independencia do Brasil
 
EJA MATEMÁTICA volume 1
EJA MATEMÁTICA volume 1EJA MATEMÁTICA volume 1
EJA MATEMÁTICA volume 1
 
As actividades de cada fase de aula
As actividades de cada fase de aulaAs actividades de cada fase de aula
As actividades de cada fase de aula
 
Hereditaridade Humana
Hereditaridade HumanaHereditaridade Humana
Hereditaridade Humana
 
Relatório de Estágio Supervisonado IV em Matemática: Participação e Regência ...
Relatório de Estágio Supervisonado IV em Matemática: Participação e Regência ...Relatório de Estágio Supervisonado IV em Matemática: Participação e Regência ...
Relatório de Estágio Supervisonado IV em Matemática: Participação e Regência ...
 
Plano de aula: Aspectos Didático-pedagógicos da Matemática no Ensino Médio II
Plano de aula: Aspectos Didático-pedagógicos da Matemática no Ensino Médio IIPlano de aula: Aspectos Didático-pedagógicos da Matemática no Ensino Médio II
Plano de aula: Aspectos Didático-pedagógicos da Matemática no Ensino Médio II
 
Referências Bibliográficas
Referências BibliográficasReferências Bibliográficas
Referências Bibliográficas
 
Questoes para 1 s respondidas
Questoes para 1 s respondidasQuestoes para 1 s respondidas
Questoes para 1 s respondidas
 
Planos de aula 2012 - pdf
Planos de aula   2012 - pdfPlanos de aula   2012 - pdf
Planos de aula 2012 - pdf
 
Trabalho Aninais 3º ano Rosi
Trabalho Aninais 3º ano RosiTrabalho Aninais 3º ano Rosi
Trabalho Aninais 3º ano Rosi
 
Estágio - Cirlei Santos
Estágio - Cirlei SantosEstágio - Cirlei Santos
Estágio - Cirlei Santos
 
Gabarito: Atividade de português: Adjetivo – 6º ano
Gabarito: Atividade de português: Adjetivo – 6º ano Gabarito: Atividade de português: Adjetivo – 6º ano
Gabarito: Atividade de português: Adjetivo – 6º ano
 
Volume sólidos geométricos prismas/ SLIDE DO EDUCOPÉDIA/RJ/ COM SUGESTÕES DE ...
Volume sólidos geométricos prismas/ SLIDE DO EDUCOPÉDIA/RJ/ COM SUGESTÕES DE ...Volume sólidos geométricos prismas/ SLIDE DO EDUCOPÉDIA/RJ/ COM SUGESTÕES DE ...
Volume sólidos geométricos prismas/ SLIDE DO EDUCOPÉDIA/RJ/ COM SUGESTÕES DE ...
 

Similaire à Políticas culturais em Conceição do Coité: um olhar sobre as manifestações e desafios

Políticas culturais em conceição do coité um estudo do sistema municipal de c...
Políticas culturais em conceição do coité um estudo do sistema municipal de c...Políticas culturais em conceição do coité um estudo do sistema municipal de c...
Políticas culturais em conceição do coité um estudo do sistema municipal de c...UNEB
 
Monografia Ivonice Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Ivonice Pedagogia Itiúba 2012Monografia Ivonice Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Ivonice Pedagogia Itiúba 2012Biblioteca Campus VII
 
O som na propaganda: possíveis relações imagético-sonoras com a estética de v...
O som na propaganda: possíveis relações imagético-sonoras com a estética de v...O som na propaganda: possíveis relações imagético-sonoras com a estética de v...
O som na propaganda: possíveis relações imagético-sonoras com a estética de v...Andreia Morais
 
Tv regional o jornalismo da tv subae
Tv regional o jornalismo da tv subaeTv regional o jornalismo da tv subae
Tv regional o jornalismo da tv subaeUNEB
 
A CULTURA VISUAL SERTANEJA DA CIDADE DE BARRETOS NAS AULAS DE ARTES VISUAIS
A CULTURA VISUAL SERTANEJA DA CIDADE DE BARRETOS NAS AULAS DE ARTES VISUAISA CULTURA VISUAL SERTANEJA DA CIDADE DE BARRETOS NAS AULAS DE ARTES VISUAIS
A CULTURA VISUAL SERTANEJA DA CIDADE DE BARRETOS NAS AULAS DE ARTES VISUAISVis-UAB
 
“O QUE TE MOVE” Elaboração de Programas de TV sobre movimentos culturais em BH
“O QUE TE MOVE” Elaboração de Programas de TV sobre movimentos culturais em BH“O QUE TE MOVE” Elaboração de Programas de TV sobre movimentos culturais em BH
“O QUE TE MOVE” Elaboração de Programas de TV sobre movimentos culturais em BHDiego Fialho
 
Diário nordestino mobilização jovem através da imprensa no território do sisal
Diário nordestino mobilização jovem através da imprensa no território do sisalDiário nordestino mobilização jovem através da imprensa no território do sisal
Diário nordestino mobilização jovem através da imprensa no território do sisalUNEB
 
Vídeo identidade: imagens e sons na construção da cidadania
Vídeo identidade: imagens e sons na construção da cidadania Vídeo identidade: imagens e sons na construção da cidadania
Vídeo identidade: imagens e sons na construção da cidadania Rogerio Lourenco
 
Vídeo identidade imagens e sons na construção da cidadania
Vídeo identidade imagens e sons na construção da cidadania Vídeo identidade imagens e sons na construção da cidadania
Vídeo identidade imagens e sons na construção da cidadania Rogerio Lourenco
 
ESTUDO DE IMPACTO SOCIOECONÔMICO SOBRE A TV DIGITAL PÚBLICA INTERATIVA Brasil 4D
ESTUDO DE IMPACTO SOCIOECONÔMICO SOBRE A TV DIGITAL PÚBLICA INTERATIVA Brasil 4DESTUDO DE IMPACTO SOCIOECONÔMICO SOBRE A TV DIGITAL PÚBLICA INTERATIVA Brasil 4D
ESTUDO DE IMPACTO SOCIOECONÔMICO SOBRE A TV DIGITAL PÚBLICA INTERATIVA Brasil 4DFAIR PLAY AD / @VeronicaRRSouza
 
Plano municipal de educação 2009 2019
Plano municipal de educação 2009   2019Plano municipal de educação 2009   2019
Plano municipal de educação 2009 2019assessoriapedagogica
 
TCC1 PARQUE DAS CULTURAS DO VALE DO AÇO
TCC1 PARQUE DAS CULTURAS DO VALE DO AÇOTCC1 PARQUE DAS CULTURAS DO VALE DO AÇO
TCC1 PARQUE DAS CULTURAS DO VALE DO AÇOAline Camillato
 
Narrando real povoado maracujá, história e desenvolvimento
Narrando real povoado maracujá, história e desenvolvimentoNarrando real povoado maracujá, história e desenvolvimento
Narrando real povoado maracujá, história e desenvolvimentoUNEB
 
Cultura e rádio desterritorialização, global e local na programação musical d...
Cultura e rádio desterritorialização, global e local na programação musical d...Cultura e rádio desterritorialização, global e local na programação musical d...
Cultura e rádio desterritorialização, global e local na programação musical d...UNEB
 
Cartilha Acessibilidade BB
Cartilha Acessibilidade BBCartilha Acessibilidade BB
Cartilha Acessibilidade BBFábio Grando
 
TCC de Douglas Santos, Jussara Oliveira e Luís Aselmo
TCC de Douglas Santos, Jussara Oliveira e Luís AselmoTCC de Douglas Santos, Jussara Oliveira e Luís Aselmo
TCC de Douglas Santos, Jussara Oliveira e Luís AselmoUNEB
 
Sexo legumes rock_n_roll_tcc
Sexo legumes rock_n_roll_tccSexo legumes rock_n_roll_tcc
Sexo legumes rock_n_roll_tccRicardo Junior
 
A tutela ao patrimônio cultural e os processos de intervenção urbana adotados...
A tutela ao patrimônio cultural e os processos de intervenção urbana adotados...A tutela ao patrimônio cultural e os processos de intervenção urbana adotados...
A tutela ao patrimônio cultural e os processos de intervenção urbana adotados...AntonioMogadouro
 

Similaire à Políticas culturais em Conceição do Coité: um olhar sobre as manifestações e desafios (20)

Políticas culturais em conceição do coité um estudo do sistema municipal de c...
Políticas culturais em conceição do coité um estudo do sistema municipal de c...Políticas culturais em conceição do coité um estudo do sistema municipal de c...
Políticas culturais em conceição do coité um estudo do sistema municipal de c...
 
Monografia Ivonice Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Ivonice Pedagogia Itiúba 2012Monografia Ivonice Pedagogia Itiúba 2012
Monografia Ivonice Pedagogia Itiúba 2012
 
O som na propaganda: possíveis relações imagético-sonoras com a estética de v...
O som na propaganda: possíveis relações imagético-sonoras com a estética de v...O som na propaganda: possíveis relações imagético-sonoras com a estética de v...
O som na propaganda: possíveis relações imagético-sonoras com a estética de v...
 
Tv regional o jornalismo da tv subae
Tv regional o jornalismo da tv subaeTv regional o jornalismo da tv subae
Tv regional o jornalismo da tv subae
 
A CULTURA VISUAL SERTANEJA DA CIDADE DE BARRETOS NAS AULAS DE ARTES VISUAIS
A CULTURA VISUAL SERTANEJA DA CIDADE DE BARRETOS NAS AULAS DE ARTES VISUAISA CULTURA VISUAL SERTANEJA DA CIDADE DE BARRETOS NAS AULAS DE ARTES VISUAIS
A CULTURA VISUAL SERTANEJA DA CIDADE DE BARRETOS NAS AULAS DE ARTES VISUAIS
 
“O QUE TE MOVE” Elaboração de Programas de TV sobre movimentos culturais em BH
“O QUE TE MOVE” Elaboração de Programas de TV sobre movimentos culturais em BH“O QUE TE MOVE” Elaboração de Programas de TV sobre movimentos culturais em BH
“O QUE TE MOVE” Elaboração de Programas de TV sobre movimentos culturais em BH
 
Diário nordestino mobilização jovem através da imprensa no território do sisal
Diário nordestino mobilização jovem através da imprensa no território do sisalDiário nordestino mobilização jovem através da imprensa no território do sisal
Diário nordestino mobilização jovem através da imprensa no território do sisal
 
Vídeo identidade: imagens e sons na construção da cidadania
Vídeo identidade: imagens e sons na construção da cidadania Vídeo identidade: imagens e sons na construção da cidadania
Vídeo identidade: imagens e sons na construção da cidadania
 
Vídeo identidade imagens e sons na construção da cidadania
Vídeo identidade imagens e sons na construção da cidadania Vídeo identidade imagens e sons na construção da cidadania
Vídeo identidade imagens e sons na construção da cidadania
 
ESTUDO DE IMPACTO SOCIOECONÔMICO SOBRE A TV DIGITAL PÚBLICA INTERATIVA Brasil 4D
ESTUDO DE IMPACTO SOCIOECONÔMICO SOBRE A TV DIGITAL PÚBLICA INTERATIVA Brasil 4DESTUDO DE IMPACTO SOCIOECONÔMICO SOBRE A TV DIGITAL PÚBLICA INTERATIVA Brasil 4D
ESTUDO DE IMPACTO SOCIOECONÔMICO SOBRE A TV DIGITAL PÚBLICA INTERATIVA Brasil 4D
 
federal reserve
federal reservefederal reserve
federal reserve
 
Plano municipal de educação 2009 2019
Plano municipal de educação 2009   2019Plano municipal de educação 2009   2019
Plano municipal de educação 2009 2019
 
Projeto Cinema Social
Projeto Cinema SocialProjeto Cinema Social
Projeto Cinema Social
 
TCC1 PARQUE DAS CULTURAS DO VALE DO AÇO
TCC1 PARQUE DAS CULTURAS DO VALE DO AÇOTCC1 PARQUE DAS CULTURAS DO VALE DO AÇO
TCC1 PARQUE DAS CULTURAS DO VALE DO AÇO
 
Narrando real povoado maracujá, história e desenvolvimento
Narrando real povoado maracujá, história e desenvolvimentoNarrando real povoado maracujá, história e desenvolvimento
Narrando real povoado maracujá, história e desenvolvimento
 
Cultura e rádio desterritorialização, global e local na programação musical d...
Cultura e rádio desterritorialização, global e local na programação musical d...Cultura e rádio desterritorialização, global e local na programação musical d...
Cultura e rádio desterritorialização, global e local na programação musical d...
 
Cartilha Acessibilidade BB
Cartilha Acessibilidade BBCartilha Acessibilidade BB
Cartilha Acessibilidade BB
 
TCC de Douglas Santos, Jussara Oliveira e Luís Aselmo
TCC de Douglas Santos, Jussara Oliveira e Luís AselmoTCC de Douglas Santos, Jussara Oliveira e Luís Aselmo
TCC de Douglas Santos, Jussara Oliveira e Luís Aselmo
 
Sexo legumes rock_n_roll_tcc
Sexo legumes rock_n_roll_tccSexo legumes rock_n_roll_tcc
Sexo legumes rock_n_roll_tcc
 
A tutela ao patrimônio cultural e os processos de intervenção urbana adotados...
A tutela ao patrimônio cultural e os processos de intervenção urbana adotados...A tutela ao patrimônio cultural e os processos de intervenção urbana adotados...
A tutela ao patrimônio cultural e os processos de intervenção urbana adotados...
 

Plus de UNEB

TCC de Morana Liss Morais de Oliveira
TCC de Morana Liss Morais de OliveiraTCC de Morana Liss Morais de Oliveira
TCC de Morana Liss Morais de OliveiraUNEB
 
TCC de Laudécio Carnerio e Paulo Giovane
TCC de Laudécio Carnerio e Paulo GiovaneTCC de Laudécio Carnerio e Paulo Giovane
TCC de Laudécio Carnerio e Paulo GiovaneUNEB
 
TCC de Jussara Borges Alves
TCC de Jussara Borges AlvesTCC de Jussara Borges Alves
TCC de Jussara Borges AlvesUNEB
 
TCC de Edisvânio do Nascimento Pereira
TCC de Edisvânio do Nascimento PereiraTCC de Edisvânio do Nascimento Pereira
TCC de Edisvânio do Nascimento PereiraUNEB
 
Memorial de Camila Oliveira Santos
Memorial de Camila Oliveira SantosMemorial de Camila Oliveira Santos
Memorial de Camila Oliveira SantosUNEB
 
TCC de Camila Oliveira Santos
TCC de Camila Oliveira SantosTCC de Camila Oliveira Santos
TCC de Camila Oliveira SantosUNEB
 
TCC de Batriz dos Santos e Gezarela da Silva
TCC de Batriz dos Santos e Gezarela da SilvaTCC de Batriz dos Santos e Gezarela da Silva
TCC de Batriz dos Santos e Gezarela da SilvaUNEB
 
Monografia de Laisa Dioly da Silva Ferreira
Monografia de Laisa Dioly da Silva FerreiraMonografia de Laisa Dioly da Silva Ferreira
Monografia de Laisa Dioly da Silva FerreiraUNEB
 
Monografia de Débora Araújo da Silva Ferraz
Monografia de Débora Araújo da Silva FerrazMonografia de Débora Araújo da Silva Ferraz
Monografia de Débora Araújo da Silva FerrazUNEB
 
Monografia de Wagner Simões de Oliveira
Monografia de Wagner Simões de OliveiraMonografia de Wagner Simões de Oliveira
Monografia de Wagner Simões de OliveiraUNEB
 
Monografia de Josiélia Oliveira Pereira
Monografia de Josiélia Oliveira PereiraMonografia de Josiélia Oliveira Pereira
Monografia de Josiélia Oliveira PereiraUNEB
 
Monografia de Leila de Lima Oliveira
Monografia de Leila de Lima OliveiraMonografia de Leila de Lima Oliveira
Monografia de Leila de Lima OliveiraUNEB
 
Monografia de Kelly Tainan Santos Oliveira
Monografia de Kelly Tainan Santos OliveiraMonografia de Kelly Tainan Santos Oliveira
Monografia de Kelly Tainan Santos OliveiraUNEB
 
Monografia de Glécia de Santana Miranda
Monografia de Glécia de Santana MirandaMonografia de Glécia de Santana Miranda
Monografia de Glécia de Santana MirandaUNEB
 
Monografia de Deiseluce de Oliveira Ramos
Monografia de Deiseluce de Oliveira RamosMonografia de Deiseluce de Oliveira Ramos
Monografia de Deiseluce de Oliveira RamosUNEB
 
Monografia de Bonifácio Carvalho Santos
Monografia de Bonifácio Carvalho SantosMonografia de Bonifácio Carvalho Santos
Monografia de Bonifácio Carvalho SantosUNEB
 
MONOGRAFIA DE ANA ZILÁ RAMOS OLIVEIRA DA SILVA
MONOGRAFIA DE ANA ZILÁ RAMOS OLIVEIRA DA SILVAMONOGRAFIA DE ANA ZILÁ RAMOS OLIVEIRA DA SILVA
MONOGRAFIA DE ANA ZILÁ RAMOS OLIVEIRA DA SILVAUNEB
 
As estratégias de aprendizagem utilizadas por alunos do sexto ano de língua i...
As estratégias de aprendizagem utilizadas por alunos do sexto ano de língua i...As estratégias de aprendizagem utilizadas por alunos do sexto ano de língua i...
As estratégias de aprendizagem utilizadas por alunos do sexto ano de língua i...UNEB
 
1984 - literatura e Modernidde
1984 - literatura e Modernidde1984 - literatura e Modernidde
1984 - literatura e ModerniddeUNEB
 
A crítica orwelliana aos regimes totalitaristas hélio pereira barreto
A crítica orwelliana aos regimes totalitaristas   hélio pereira barretoA crítica orwelliana aos regimes totalitaristas   hélio pereira barreto
A crítica orwelliana aos regimes totalitaristas hélio pereira barretoUNEB
 

Plus de UNEB (20)

TCC de Morana Liss Morais de Oliveira
TCC de Morana Liss Morais de OliveiraTCC de Morana Liss Morais de Oliveira
TCC de Morana Liss Morais de Oliveira
 
TCC de Laudécio Carnerio e Paulo Giovane
TCC de Laudécio Carnerio e Paulo GiovaneTCC de Laudécio Carnerio e Paulo Giovane
TCC de Laudécio Carnerio e Paulo Giovane
 
TCC de Jussara Borges Alves
TCC de Jussara Borges AlvesTCC de Jussara Borges Alves
TCC de Jussara Borges Alves
 
TCC de Edisvânio do Nascimento Pereira
TCC de Edisvânio do Nascimento PereiraTCC de Edisvânio do Nascimento Pereira
TCC de Edisvânio do Nascimento Pereira
 
Memorial de Camila Oliveira Santos
Memorial de Camila Oliveira SantosMemorial de Camila Oliveira Santos
Memorial de Camila Oliveira Santos
 
TCC de Camila Oliveira Santos
TCC de Camila Oliveira SantosTCC de Camila Oliveira Santos
TCC de Camila Oliveira Santos
 
TCC de Batriz dos Santos e Gezarela da Silva
TCC de Batriz dos Santos e Gezarela da SilvaTCC de Batriz dos Santos e Gezarela da Silva
TCC de Batriz dos Santos e Gezarela da Silva
 
Monografia de Laisa Dioly da Silva Ferreira
Monografia de Laisa Dioly da Silva FerreiraMonografia de Laisa Dioly da Silva Ferreira
Monografia de Laisa Dioly da Silva Ferreira
 
Monografia de Débora Araújo da Silva Ferraz
Monografia de Débora Araújo da Silva FerrazMonografia de Débora Araújo da Silva Ferraz
Monografia de Débora Araújo da Silva Ferraz
 
Monografia de Wagner Simões de Oliveira
Monografia de Wagner Simões de OliveiraMonografia de Wagner Simões de Oliveira
Monografia de Wagner Simões de Oliveira
 
Monografia de Josiélia Oliveira Pereira
Monografia de Josiélia Oliveira PereiraMonografia de Josiélia Oliveira Pereira
Monografia de Josiélia Oliveira Pereira
 
Monografia de Leila de Lima Oliveira
Monografia de Leila de Lima OliveiraMonografia de Leila de Lima Oliveira
Monografia de Leila de Lima Oliveira
 
Monografia de Kelly Tainan Santos Oliveira
Monografia de Kelly Tainan Santos OliveiraMonografia de Kelly Tainan Santos Oliveira
Monografia de Kelly Tainan Santos Oliveira
 
Monografia de Glécia de Santana Miranda
Monografia de Glécia de Santana MirandaMonografia de Glécia de Santana Miranda
Monografia de Glécia de Santana Miranda
 
Monografia de Deiseluce de Oliveira Ramos
Monografia de Deiseluce de Oliveira RamosMonografia de Deiseluce de Oliveira Ramos
Monografia de Deiseluce de Oliveira Ramos
 
Monografia de Bonifácio Carvalho Santos
Monografia de Bonifácio Carvalho SantosMonografia de Bonifácio Carvalho Santos
Monografia de Bonifácio Carvalho Santos
 
MONOGRAFIA DE ANA ZILÁ RAMOS OLIVEIRA DA SILVA
MONOGRAFIA DE ANA ZILÁ RAMOS OLIVEIRA DA SILVAMONOGRAFIA DE ANA ZILÁ RAMOS OLIVEIRA DA SILVA
MONOGRAFIA DE ANA ZILÁ RAMOS OLIVEIRA DA SILVA
 
As estratégias de aprendizagem utilizadas por alunos do sexto ano de língua i...
As estratégias de aprendizagem utilizadas por alunos do sexto ano de língua i...As estratégias de aprendizagem utilizadas por alunos do sexto ano de língua i...
As estratégias de aprendizagem utilizadas por alunos do sexto ano de língua i...
 
1984 - literatura e Modernidde
1984 - literatura e Modernidde1984 - literatura e Modernidde
1984 - literatura e Modernidde
 
A crítica orwelliana aos regimes totalitaristas hélio pereira barreto
A crítica orwelliana aos regimes totalitaristas   hélio pereira barretoA crítica orwelliana aos regimes totalitaristas   hélio pereira barreto
A crítica orwelliana aos regimes totalitaristas hélio pereira barreto
 

Políticas culturais em Conceição do Coité: um olhar sobre as manifestações e desafios

  • 1. UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Rodrigo Carneiro de Oliveira e Joabson Simões Sampaio POLÍTICAS CULTURAIS EM CONCEIÇÃO DO COITÉ Conceição do Coité 2010
  • 2. Rodrigo Carneiro de Oliveira e Joabson Simões Sampaio POLÍTICAS CULTURAIS EM CONCEIÇÃO DO COITÉ Trabalho de conclusão apresentado ao curso de Comunicação Social – Rádio e TV, apresentado a Universidade do Estado da Bahia, como requisito parcial de obtenção do grau de bacharelado em Comunicação, sob a orientação da Professora Hanayana Brandão. Conceição do Coité 2010
  • 3. Rodrigo Carneiro de Oliveira e Joabson Simões Sampaio POLÍTICAS CULTURAIS EM CONCEIÇÃO DO COITÉ Trabalho de conclusão apresentado ao curso de Comunicação Social – Rádio e TV, da Universidade do Estado da Bahia, sob a orientação da Professora Hanayana Brandão. Data:______________________________ Resultado:__________________________ BANCA EXAMINADORA Profª (orientador)____________________ Assinatura_________________________ Prof.______________________________ Assinatura_________________________ Prof.______________________________ Assinatura_________________________
  • 4. AGRADECIMENTOS Aos professores por toda a bagagem teórica que adquirimos no decorrer do curso e que nos fizeram aptos a realizar esse projeto. Aos colegas e amigos que nos ofereceram suporte prático para a montagem do produto. A Deus por ter nos dado força, paciência e serenidade para enfrentar esse desafio. Aos nossos familiares que nos apoiaram nessa odisseia acadêmica.
  • 5. RESUMO A temática, políticas culturais, é bem recente no cenário teórico sua aplicação e gestão é bastante debatida no contexto nacional. Em grande parte dos municípios brasileiros não há secretaria de cultura especifica, e às vezes quando existe, há certas desigualdades ao repartir tais verbas para a cultura. Essa realidade ocorre no município de Conceição do Coité. Por isso o objetivo desse projeto é analisar a razão dessa desigual distribuição da verba para a cultura, e para instigar o debate dessa temática usaremos um vídeo documentário. Sobretudo, a composição de todo memorial registra todo o processo de gravação e construção da obra audiovisual, bem como sua fase de entrevistas, escolha de trilhas sonoras, edição etc. PALAVRAS-CHAVES: Políticas culturais, manifestações culturais, cultura.
  • 6. ABSTRACT The theme, cultural politics, it’s new in the theoretical scenario, its development, application and management is pretty discussed in the national context. In the most of the Brazilian cities there’s no specific department and sometimes when it exist, there are inequality in the way to share the recourses in cash to the culture. This reality apparently occurs in Conceição do Coité. So this project aims to analyze if occurs an inequality distribution of resource in cash to the culture, and to estimulate the discussion of this theme we are going to use a documentary video. Specially, this memorial has all of the process of recording and its construction of the audiovisual material, all of the interviews, the choose of sounds track, editions and stuff are all placed in the Memorial. KEY-WORDS: cultural politics, cultural manifestations, culture.
  • 7. SUMÁRIO 1. Apresentação................................................................................................................ ..1 2. Justificativa.................................................................................................................... 5 3. Público alvo..................................................................................................................... 7 4. Breve noção das políticas culturais no espaço coiteense............................................. 7 5. Aspectos do formato audiovisual............................................................................... .10 1. Documentário ..........................................................................................................10 2. Linguagem Audiovisual...........................................................................................12 3. Técnica de vídeo.......................................................................................................13 5.3.1Enquadramento.................................................................................................13 5.3.2 Movimentos da câmera....................................................................................14 5.3.3 Angulação........................................................................................................14 6. Metodologia da produção videográfica........................................................................15 1. Pré-produção............................................................................ ...............................15 1.1. Idéia do vídeo......................................................................................... ….......16 1.2. Pesquisa..............................................................................................................16 1.3. Reconhecimento de campo.................................................................................17 1.4. Pré roteiro............................................................................................................18 1.5. Entrevistas e depoimentos...................................................................................18 2. Produção.....................................................................................................................20 6.2.1 Plano de produção.............................................................................................21 6.2.2 Captação de áudio...........................................................................................24 3. Pós-produção..............................................................................................................24 6.3.1Decupagem.........................................................................................................24 6.3.2Sonorização.........................................................................................................25 6.3.3 Edição ...............................................................................................................25 7. Referencias.........................................................................................................................27 8. Anexos.................................................................................................................................29
  • 8. 1 . APRESENTAÇÃO A cidade de Conceição do Coité está localizada na região do semi-árido do estado da Bahia, a 210 km da capital baiana. Segundo último censo demográfico de 2007, possui 62.893 mil habitantes, um crescente setor econômico, grande exportação de sisal, e um destacável comércio. É rica em diversidade cultural, sendo que as suas expressões culturais, na maioria, estão situadas principalmente na Zona Rural. Com base nessa estrutura e distribuição das expressões culturais, se faz imperativo ter políticas públicas de cultura. Porém é relevante compreender inicialmente a definição de políticas culturais que, segundo Canclini (2001), são: Um conjunto de intervenções realizadas pelo Estado, instituições civis e grupos comunitários organizados a fim de orientar o desenvolvimento simbólico, satisfazer as necessidades culturais da população e obter consenso para um tipo de ordem ou transformação social. ( p. 65) As manifestações culturais mais acentuadas do município de Conceição de Coité se encontram nas regiões adjacentes, tais como os distritos de Juazeirinho, Salgadália, Bandiaçu, e os povoados Santa Rosa, Aroeira, Lagoa do Meio, São João. O Bumba-meu-boi, a Festa de Judas, o Grupo de Sambadores, a “Pascoelinha”, a Quadrilha junina, a Festa de Cavalo, a Festa da Padroeira, os Reisados entre outros, são as manifestações culturais mais tradicionais, além de outras expressões culturais que ganham ênfase no desenvolvimento cultural da cidade, como a orquestra de violinos, a filarmônica, o artesanato produzido com fibras típicas da região, em suma, são as que necessitam de apoio cultural para se manterem vivas. Essas manifestações culturais já citadas, principalmente as manifestações populares mais tradicionais, em toda plenitude são sustentadas por pessoas de faixa etária mais elevada, geralmente pessoas que presenciaram o nascimento dessas expressões culturais, isso implica que grande parte da comunidade juvenil se mantém alheia e desinteressada com a manutenção dessas expressões culturais populares. Desse pressuposto é que também se faz mais relevante e decisivo o papel da prefeitura e das políticas culturais. Outro grande problema, similar ao que ocorre em 84,6 % dos municípios brasileiros, está na ausência de um órgão gestor específico para cultura. De acordo com a pesquisa realizada pelo MUNIC (2006, p. 25) esse fator dificulta a concretização dos
  • 9. incentivos às expressões culturais, já que não há um orçamento exclusivo para a cultura. No entanto, mesmo com a ausência de uma secretaria específica de cultura no município de Conceição do Coité, existe a Superintendência de Cultura e Cidadania, que cuida dos assuntos culturais da cidade, sendo categorizada como o órgão incumbido de financiar e entender, juntamente com a sociedade civil, quais as necessidades culturais da população coiteense. Outra dificuldade no que concerne o fomento à cultura, é que mesmo com a existência de um órgão destinado aos assuntos culturais, há um enorme entrave quanto à importância da cultura no orçamento municipal de Conceição do Coité. Os temas culturais sempre ficam em última instância dentro de uma escala de prioridades, ou seja, os investimentos em cultura estão sempre em posição secundária, pois em função de outras necessidades o orçamento é reservado para determinadas “emergências sociais”, como seca, infra-estrutura entre outros. Essa realidade não é peculiar da cidade de Conceição do Coité, ela afeta outros sistemas e lugares, tanto que essa questão se confirma nas palavras de Daniele Canedo: Esse desinteresse pela área cultural decorre do fato de que os administradores públicos consideram que a sociedade possui problemas mais graves e urgentes para serem resolvidos pelos escassos cofres públicos, como saúde, educação e infra-estrutura (2006, pg.11 – 12). Desse modo, devemos considerar que as políticas culturais são essenciais para estender a visão de cultura, antes entendida somente como patrimônio e arte. Por essa razão a cultura deve ser compreendida como elemento constitutivo de um povo ou de uma comunidade e elegê-la como atributo de desenvolvimento e gerador de renda. As diversas manifestações culturais presentes na própria sede municipal e as distribuídas nos povoados e distritos que circundam o município de coité, formam a identidade cultural do município, a pluralidade cultural existente nesses demais locais constrói a identidade do povo coiteense e fortalecem a dimensão simbólica da cultura municipal. Por essa razão, pela importância da construção e sustentação da identidade cultural por meio da preservação dos bens materiais e imateriais, pela característica econômica que está imbricada no elemento cultural, e sua importância simbólica, uma estratégica organização das políticas públicas de cultura deve “cuidar do patrimônio – tangível e intangível – pois é fundamental para o desenvolvimento e a identidade dos
  • 10. agrupamentos humanos”. (Rubim, 2006, p. 13) Como também, o órgão responsável pela cultura municipal deve reconhecer que uma atitude estratégica de financiamento é importante para a preservação e o fortalecimento das manifestações culturais, logo que as Políticas Culturas visam antes de tudo "promover a produção, a distribuição e o uso da cultura, a preservação e divulgação do patrimônio histórico e o ordenamento do aparelho burocrático por ele responsável” (Coelho, 1997 p. 293) Adentrando para um exemplo mais específico sobre o mecanismo de financiamento exercido pela prefeitura coiteense percebe-se o seguinte: o órgão apóia financeiramente o Projeto Santo Antônio, que mantém uma orquestra de violinos e de flautas, e a Filarmônica Coiteense Genésio Boaventura. Porém, este apoio se dá apenas financeiramente, por meio da remuneração dos maestros. É notório que o município na maioria das vezes limita-se a financiar projetos que nascem de iniciativas da sociedade civil ao invés de construir alternativas para o desenvolvimento cultural e social do município. O município deve compreender a cultura “como parte da socialização das classes e dos grupos na formação das concepções políticas e no modo em que a sociedade adota em diferentes linhas de desenvolvimento” (Canclini, 1987 p.25). A cultura precisa ser trabalhada como agente transformador da sociedade e não apenas como arte e folclore. Mesmo tendo sob ênfase a preocupação de investigar se o problema dos incentivos a cultura recorre de percalços conceituais ou orçamentários é cabível conferir outras análises do viés cultural sob três dimensões: a simbólica, a cidadã e a econômica. A dimensão simbólica é representada evidentemente pela criação humana dos códigos artísticos de expressão, dos artefatos simbólicos, seus valores, crenças religiosas, identidades entre outros. A pluralidade de elementos simbólicos constitutivos de uma sociedade prova sua diversidade cultural. É por meio de uma consciência da presente pluralidade simbólica cultural, que os órgãos de gerenciamento da cultura devem ter uma postura imparcial e neutra, não elegendo uma expressão cultural como mais importante e lucrativa, mas investindo e aceitando que qualquer manifestação cultural é uma representação simbólica de um povo, comunidade ou grupo, admitindo suas múltiplas expressões. Dessa abordagem, chegamos a inferir que a dimensão simbólica da cultura não
  • 11. é compreendida em sua totalidade na esfera municipal de Conceição do Coité, logo que a Micareta absorve acentuado valor financeiro (R$ 283,640,8), mesmo possuindo um nível simbólico semelhante ao das demais culturas populares. O direito a cultura, compreendido em sua prática como a dimensão cidadã da cultura, é tão importante quanto o direito de ir e vir no território nacional. O direito ao acesso e a prática cultural está estritamente ligado a consolidação da cidadania, já que a cidadania engloba a liberdade de acesso ao patrimônio público e cultural, acesso aos bens culturais tanto materiais como imaterial. Por isso, a incumbência dos órgãos gestores de cultura é decisiva na promoção da cidadania do individuo, pois os recursos e incentivos financeiros facilitam o acesso aos produtos e equipamentos culturais. Dessa forma, as políticas culturais colaboram fortemente para a inclusão do individuo no universo cultural e social, ajudando-o a criar redes de intercâmbio com outras culturas e estilos de vivências. Numa dimensão mais ampla dessa estratégia de promoção da cidadania através da cultura podemos exemplificar que cabe aos órgãos de gestão cultural e suas políticas simplificar o acesso a teatros, cinemas, museus, investimentos em feiras culturais de artesanato, conferências de cultura, implantação de bibliotecas públicas entre outras realizações. A abordagem sobre as políticas culturais é necessariamente viável observando também o aspecto da cultura como instrumento de desenvolvimento econômico e gerador de renda (dimensão econômica), já que se analisarmos a conjuntura cultural em âmbito municipal, nota-se que algumas expressões culturais são importantes indicadores de renda, por exemplo, a “Pascoelinha”, festa tradicional do distrito de Juazeirinho, ocorrida na semana santa, gera empregos alternativos, e agrega um considerável número de pessoas de regiões circunvizinhas. Dessa forma, essa manifestação cultural contribui para o crescimento da economia local. Não só a “Pascoelinha” é objeto de crescimento econômico por meio da cultura, mas também podemos mencionar o rico artesanato local, onde os artesãos, estes distribuídos em todo o território municipal, confeccionam seus produtos com fibras de sisal preferivelmente sobre temáticas regionais, e os vendem na feira livre da cidade, ou então os expõe em feiras culturais da região sisaleira. Citando mais uma expressão cultural do município de Coité, a Festa da Padroeira Nossa Senhora da
  • 12. Conceição, ocorrida no início de dezembro, é geradora de renda, pois agrega um significativo número de fiéis católicos de toda a Região Sisaleira, tanto dos distritos e povoados como das demais cidades, como Serrinha, Valente, Ichu, Retirolândia entre outros. Essa tradicional festa classificada como uma rica expressão cultural do município abastece a economia, principalmente para diversos comerciantes de bares, lanchonetes, hotéis e trabalhadores autônomos. Com base em todos os dados e considerações apresentadas objetivamos que elaboração do vídeo documentário irá mencionar sobre questões relativas ao sistema cultural da cidade de Conceição do Coité, como se dão os investimentos e sua forma de fomento entre outras questões concernentes as políticas culturais. Sobretudo, a composição do memorial tem a finalidade de registrar todo o processo de gravação e construção do vídeo documentário, bem como sua fase de entrevistas, escolha de trilhas sonoras, edição etc., ou seja, a importância do memorial se constitui para informar quando e como ocorreu todo o processo teórico e técnico de confecção do vídeo. 2. JUSTIFICATIVA A abordagem sobre as Políticas Culturais é importante em vista de um denso e heterogêneo acervo cultural presente no município de Conceição do Coité, e do baixo investimento nas expressões culturais, principalmente nas manifestações culturais populares, já que grande parte dos incentivos culturais é direcionada para a micareta, a chamada Coitéfolia. A temática Política Cultural torna-se pertinente em função da análise dessa desigual distribuição do orçamento com a cultura, e por consequência, as informações e conclusões dessa análise, serão utilizadas como material para esclarecer a sociedade civil, qual o real papel das políticas de cultura, bem como deverá apontar onde e como a sociedade civil deve buscar apoio para a conservação das manifestações culturais existente em suas respectivas localidades. O formato vídeo documentário é de grande valia para a propagação e principalmente para o entendimento do tema abordado. Já que esta ferramenta audiovisual, além de servir como instrumento de documentação da vida cotidiana, pois “o documentário
  • 13. tem cumprido, ao longo da sua história, a função de ‘documentar’ a vida das pessoas e os acontecimentos do mundo de modos diferentes” (Penafria, 1998, p. 1), também se expressa como um canal de fácil acesso, sendo inteligível a públicos diversos, ou seja, sua linguagem e versátil estrutura contribuem para a apreensão da mensagem, dessa forma: A força da linguagem audiovisual está no fato de que consegue dizer muito mais do que captamos chegar simultaneamente por muito mais caminhos do que conscientemente percebemos, e encontra dentro de nós uma repercussão em imagens básicas, centrais, simbólicas, arquetípicas, com as quais nos identificamos, ou que se relacionam conosco de alguma forma” (Gutierrez, 1978 p. 3). No que diz respeito à escolha e utilização do produto documentário, podemos perceber ainda que numa sociedade cada vez mais multimídia e tecnológica, onde o contexto audiovisual se torna mais penetrável em grande parte das camadas sociais, o vídeo documentário poderá ter maior acessibilidade em função de sua linguagem democrática, sendo possível o entendimento do tema entre classes de diversos níveis de escolaridade, por isso, o formato vídeo documentário sobre o tema Políticas Culturais no município de Conceição do Coité, se estabelece por razão de uma linguagem simples e inteligível quanto ao esclarecimento das questões culturais. Outro importante valor atribuído ao modelo vídeo documentário está nas possibilidades de ser utilizado em eventos culturais do município, como seminários, conferências ou até mesmo em escolas públicas do próprio município como forma de material pedagógico das atividades que envolvam a realidade cultural da região Sisaleira. Sem contar ainda, que o formato do trabalho é uma forma de documentação da realidade coiteense, e poderá ser propagado por site alternativos na internet, ou como objeto para futuras pesquisas sobre a conjuntura cultural de Conceição do Coité no período de produção do vídeo, além de servir de base para outros estudos acadêmicos.
  • 14. 3. PÚBLICO ALVO O público alvo ao qual se destina o vídeo documentário é constituído por uma heterogênea comunidade cultural distribuída em todo território coiteense. Em função da grande massa que forma o território do município de Conceição do Coité, podemos categorizar como possíveis público alvo, os agentes culturais das comunidades, membros de associações comunitárias que trabalham com a valorização da cultura, acadêmicos que tenham como intuito trabalhar as ações das políticas culturais do município de Conceição do Coité, ou até mesmo, membros de movimentos sociais e professores de escolas públicas da região que se interessem em abordar a dimensão cultural coiteense em suas atividades pedagógicas. 4. UMA BREVE NOÇÃO DAS POLÍTICAS CULTURAIS NO ESPAÇO COITEENSE A cultura em suas diversas faces reflete o potencial criador do ser humano, sua forma mais espontânea de expressar sua arte, costumes e crenças. Mesmo culturas que são vistas de forma marginalizada representam a face do poder de criação do ser humano e sua maneira de conceber a realidade na qual ele se insere. Além disso, compreendemos que a cultura surge como importante instrumento de desenvolvimento, já que esta pode proporcionar consideráveis ganhos econômicos, como por exemplo em aspectos turísticos. Como também, nós entendemos que a cultura possui a propriedade de ser utilizada como elemento para a inclusão social e cidadania, pois auxilia o intercâmbio entre universos distintos, rural e urbano, local e global, ou ainda entre sujeitos de várias faixas etárias. Por essa razão se faz necessário que instâncias governamentais invistam e apliquem seus recursos financeiros em manifestações culturais que se encontram em posição desfavorável. Sobretudo é perceptível, que a carência de reflexões e debates aprofundados sobre políticas culturais leva o sistema público, em específico à prefeitura de Conceição do Coité, a não pensar a cultura como elemento de fortalecimento da identidade local, ou ainda, a não perceber que a cultura é um influente canal de inclusão social, já que promove a execução da cidadania em aspectos sócio-interativos, levando cidadãos de comunidades urbanas ou rurais, a interagir com outras gerações e a participar da produção e reprodução da cultura,
  • 15. tanto em seu universo contemporâneo como tradicional. Por esse princípio, a problemática que buscamos estudar, se faz importante devido à insuficiente quantia direcionada para a cultura, como também a precariedade em executar formas estratégicas de financiamento a cultura. Podemos observar que essa realidade é bem marcante na cidade de Conceição do Coité, localizada no interior da Bahia. Com um total de 62.893 mil habitantes, é uma cidade com amplo crescimento no setor econômico, grande exportadora de sisal, além de possuir um comércio em ascensão. Referindo-se as expressões culturais dessa cidade podemos mencionar os festejos juninos do distrito de Juazeirinho e Aroeira que atraem pessoas de toda a região Sisaleira, exigindo da prefeitura uma quantia de R$ 78.626,00. A Expo coité, festa de exposição de animais caprinos, ovinos e produtos agropecuários, requer um valor equivalente a R$ 51.145,63, já o tradicional bumba-meu-boi, o samba de roda e o reisado, que são manifestações culturais de caráter tradicional, demandam juntamente um gasto de R$ 15.300,00. A CoitéFolia, que é uma manifestação cultural mais recente, surge como um traço forte da cultura coiteense. Esse festejo detém grande parte do orçamento da prefeitura, obtendo um valor de R$ 283,640,86. O que nós ressalvamos é que a prefeitura não assume uma estratégia de incentivos às manifestações culturais de forma organizada; isso culmina no simples ato de financiar informalmente os eventos culturais. Essa prática acaba se convertendo em um modelo desorganizado e limitante de investimento a cultural. Uma vez que, por não adotar um planejamento estratégico, a prefeitura deixa de aplicar coerentemente seu orçamento. Mas trabalhar sobre um tema tão complexo e aberto como as Políticas Culturais requer um grande discernimento já que envolve dois termos aparentemente distintos, política e cultura. Por razão da complexidade dessa expressão e sua dimensão teórica e pratica é decisivo que analisemos alguns conceitos e considerações. Assim para discorrer sobre políticas culturais, um tema que além de ser complexo, de certa forma recente e contemporâneo, se faz imperativo observar os fundamentos do texto de Fábio Maciel de 2009 intitulado “Democracia Cultural”, onde ele argumenta e defende a execução plena das políticas culturais como forma de atingir uma verdadeira
  • 16. democracia em que todos os direitos, inclusive os culturais, onde possam ser contemplados e usufruídos pelos cidadãos. As ponderações e definições que colaboram para termos uma noção aberta do conceito de políticas culturais nos ajudam a compreender que o empenho e a ação para contribuir com as manifestações culturais no processo de alimentação das necessidades culturais da população dependem concernentemente ao papel do governo, essa afirmação se confirma no seguinte, As políticas culturais resumem-se a um ‘conjunto de intervenções realizadas pelo Estado, instituições civis e grupos comunitários organizados a fim de orientar o desenvolvimento simbólico, satisfazer as necessidades culturais da população e obter consenso para um tipo de ordem ou transformação social’ (Cancline 2001 p.65). É relevante enfatizar também, que a execução das políticas culturais não acontece de forma tão efetiva e plena, ou até mesmo de maneira imparcial, há uma grande influência do viés político na escolha e seleção de determinada investidura no campo cultural ou especificamente na contemplação das variadas expressões culturais. Com base nessa ideia podemos dizer que “os programas de intervenção e os conjuntos de iniciativas não se dão de forma consensual, mas resultam de uma relação de forças culturais e políticas” (Barbalho, p. 4), ou seja, as políticas culturais se manejadas de maneira inviável, servem como veículo de publicidade institucional ou de promoção da figura política num determinado período ou espaço político. A observação do perfil político e a individual concepção de cultura, por parte dos responsáveis pela administração do orçamento direcionado para a cultura, é importante pois o entrelaçamento de interesses políticos e culturais são determinantes em ultima escala, no que se refere a distribuição da verba. Essa concepção da influência política na efetivação das estratégias de financiamento cultural se confirma nas palavras de Barbalho “as decisões indicadas por uma estratégia de políticas culturais colocam em ação determinadas organização de poderes que só se manifesta por meio de análise política” (Barbalho, p. 3).
  • 17. 5. ASPECTOS DO FORMATO AUDIOVISUAL 5.1 Documentário A construção do vídeo documentário envolve diversas questões conceituais, técnicas e sociais, já que a produção do vídeo requer conhecimentos sobre tais áreas. A esquematização desse conjunto de elementos se converge para uma única finalidade, expor o ato criativo para uma possível transformação social. Sobretudo não é somente a questão técnica que o documentarista deve explorar com criatividade e imaginação, deve haver um compromisso profissional com a articulação do vídeo, pois sua responsabilidade permeia todos os elementos que constituem o vídeodocumentário, enfim, a função geral do documentarista é organizar diversos elementos: entrevistas, som ambiente, legendas, música, imagens filmadas in loco, imagens de arquivo, reconstruções, etc. (Penafria 2001, p 5), para uma coerente e atrativa produção audiovisual. A associação desses múltiplos elementos pode ser distribuída por todas as três etapas de montagem do vídeo documentário, a pré-produção, produção e pós-produção. Mesmo que todo o processo se realize durante a extensão dessas três fases, é na primeira etapa que todo o vídeo documentário deve ser esquematizado e pensado taticamente. Assim podemos evidenciar que essa fase é decisiva para a qualidade e maturidade do vídeo, notamos tal pensamento por meio das considerações de Penafria A pré-produção é uma fase de preparação para as filmagens. Esta fase caracteriza-se por uma pesquisa e desenvolvimento do tema/assunto a tratar. Não há regras a seguir, aqui trata-se de justificar o interesse de um filme. Assim, há que definir a motivação, ou seja, o documentarista deve, antes de mais, interrogar-se quanto às razões por que quer fazer determinado filme, definir a abordagem ao tema, recolher informação, fazer a caracterização e selecção dos locais a filmar, a caracterização dos intervenientes ("personagens"), definir a estrutura do filme, tipo de planos, etc. (2001, p. 3) O vídeo documentário é um modelo audiovisual que trabalha com várias temáticas. Sobre o vídeo documentário “Políticas Culturais em Conceição do Coité” nós procuramos abordar a desigualdade em se aplicar os recursos financeiros, como também mostrar as discussões entre vários segmentos sociais. Sendo assim, o documentário é empregado como
  • 18. forma de socialização dessa temática, registro de fragmentos da realidade e expressão do ponto de vista de seus realizadores. Dessa forma Nichols afirma Os documentários mostram aspectos ou representações auditivas e visuais de uma parte do mundo histórico. Eles significam ou representam os pontos de vista de indivíduos, grupos e instituições. Também fazem representações, elaboram argumentos ou formulam suas próprias estratégias persuasivas, visando convencer-nos a aceitar suas opiniões. (2005, p. 30) Continuando a abordagem conceitual desse produto, algumas definições utilizadas por Vanessa Zandonade e Maria Cristina Fagundes em seu trabalho de monografia O vídeo documentário como instrumento de mobilização social apontam que “O documentário é um gênero audiovisual utilizado como forma de expressão da sociedade e registro dos acontecimentos, desde o início do século XIX” (Zandonade; Fagundes. 2003, pg 08). Percebe-se que suas origens não são muito remotas, por esse motivo não se tem ainda um amplo acervo bibliográfico sobre seu conceito. O vídeo documentário é um instrumento de representação da realidade, todo documentarista mostra a partir de seu ponto de vista uma fato específico, logo que, para exteriorizar essa realidade, um vídeo documentário agrega diversas linguagens e discursos, interpretando e descrevendo um determinado fato. Sobre essa afirmação Nichols atesta o seguinte Documentário, assim como outros discursos do real, contém um vestígio de responsabilidade em descrever e interpretar o mundo de nossa experiência coletiva [...] Mais que isso, ele se alinha a esses outros discursos (da lei, família, educação, economia, política, estado e nação) na efetiva construção da realidade social (2005, p. 10). É necessário ressaltar que além de ser usado como veiculo publicador de conhecimento, representador de temas sociais e ferramenta para reflexão das mazelas que envolvem uma sociedade, o vídeo documentário se configura como um produto que possui suas diretrizes e exige comprometimento do realizador. Guiado por essa abordagem, onde o realizador do produto audiovisual deve socializar o seu material em vista da democratização do saber e dialogar com outros mundos distintos frisamos algumas palavras de Penafria Apresentar novos modos de ver o mundo ou de mostrar aquilo que, por qualquer dificuldade ou condicionalismos diversos, muitos não vêm ou lhes escapa, é
  • 19. então a principal tarefa de um documentarista. Estes muitos a que me refiro, podem ser os espectadores ou os próprios intervenientes – personagens - de um filme (2001, p. 7) O produto vídeo documentário é uma ferramenta importante na disseminação de novos conteúdos midiático, além de ser um notável instrumento de exposição da realidade sob o foco da difusão do conhecimento. Levando em conta que vivemos numa sociedade carente de notícias e reportagens mais aprofundadas sobre temas sociais, já que as notícias e reportagens são cada vez mais superficiais e instantâneas, o vídeo documentário surge como um produto reflexivo e interpretativo, pois observa e avalia uma temática sob uma determinada perspectiva. Sem contar ainda que vivemos numa sociedade que retém grande parte de seu conhecimento por meio da TV, já que como atesta o jornalista e chefe do Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, Bernardo Kucinski (1998, p 18), “é por intermédio da TV,que as classes B,C,D e E percebem os assuntos atuais, adquirem novos hábitos e desenvolvem uma linguagem comum”. 5.2 - Linguagem audiovisual É importante compreender os vários meios de produção e transmissão de sons e imagens aplicadas ao vídeo e suas especificidades (Armes, 1999), pois o vídeo não deve ser observado de maneira totalmente isolada, já que comporta inúmeros elementos constitutivos, como o comprometimento do produtor, sua ótica sobre o assunto tratado, perfil da linguagem audiovisual utilizada, elementos técnicos entre outros. Em um vídeo documentário, o significado da linguagem deve está atrelado as metas que esse produto pretende atingir, ou seja, a estratégia usada para atrair a atenção, impressionar ou promover a reflexão, demanda linguagens específicas. Nesse aspecto da linguagem audiovisual, há alguma subdivisão quanto ao gênero vídeo documentário, o poético, expositivo, participativo, observativo, reflexivo e performático Nichols (2005, p. 99-100). De acordo com o autor, mesmo havendo essa segmentação, um subgênero nunca aparece isoladamente no vídeo, o que ocorre é a sobreposição de uma modalidade em detrimento de outra.
  • 20. No que se refere ao documentário deste memorial, “Políticas Culturais em Conceição do Coité”, nós usamos apenas o subgênero Expositivo, apontado por Nichols. Nesse modelo que aparece de maneira predominante, o expositivo, utilizamos o ajuntamento de fragmentos do universo cultural da cidade em questão de forma mais argumentativa do que estética, se expressando ao espectador com uma linguagem direta, através de legendas ou vozes que indicam uma perspectiva sobre a temática. 5.3- Técnicas em vídeo Um documentário, por está relacionado com a realidade, deve obedecer a um cuidadoso conjunto de combinações: estética de enquadramentos, movimento de câmera, iluminação, escolha de planos, separação das etapas de pré-produção, produção e pós- produção, pois por meio da composição desses componentes se estabelece o diferencial entre ficção e documentário. 5.3.1 Enquadramento O dimensão da figura humana enquadrada na tela da câmera serve como referência para a categorização dos planos. Os planos cinematográficos segundo Santos (1993, p. 24- 27) consiste em oito tipos: O primeiro deles, o grande plano geral, mostra uma visão panorâmica do cenário, sendo impossível identificar a ação dos personagens; No plano geral nota-se a pessoa enquadrada, contudo não é possível reconhecê-la; O plano conjunto apresenta a pessoa e permite distinguir os envolvidos na cena sem muitos detalhes; já o plano médio a personagem é enquadrada em toda a sua altura, porém os pormenores do cenário não ficam em destaque; Já o plano americano enquadra acima do joelho ou da cintura da pessoa, este privilegia a ação em relação ao cenário; O primeiro plano corta a personagem na altura do busto e ajuda a demonstrar o estado emocional dela; O primeiríssimo plano fecha a imagem no rosto, nele a ação não é percebida, mas o espectador percebe a emoção da personagem; O ultimo, o plano detalhe, destaca a imagem causando grande impacto visual e emocional.
  • 21. 5.3.2 Movimentos de câmera Os movimentos da objetiva e da câmera oferecem para a construção da narrativa grande contribuição estética. Santos (1993, p. 30-33) cita a existência de dois movimentos de câmera: A Panorâmica, onde a câmera gira ao redor de um eixo imaginário qualquer sem deslocar-se. Já o outro movimento é conhecido como Trevelling, onde a câmera desloca-se em qualquer direção. Esse último tipo de movimento frequentemente usado para acompanhar pessoas e objetos em movimento. 5.3.3 Angulação A angulação da câmera possui forte incidência no conteúdo da cena. A respeito dessa influência exercida pela angulação da câmera, Santos (1993, p. 64) aponta possíveis três ângulos: Câmera Normal consiste na câmera posicionada para uma cena numa superfície plana; na Câmera Baixa (Contre - Plongée) é utilizada para enquadra o assunto de baixo para cima, Câmera Alta (Plongée) a objetiva enquadra as pessoas e os objetos de cima para baixo.
  • 22. 6. METODOLOGIA DA PRODUÇÃO VIDEOGRÁFICA O vídeo documentário é um veículo rico, dinâmico e de fácil assimilação às diversas camadas sociais. Por ter um perfil que trabalha com a realidade dos fatos, esperamos utilizar essa propriedade do produto para atingir uma possível conscientização da sociedade civil quanto a seu direito á incentivos culturais. Para que esta mensagem chegue com qualidade e transparência ao nosso público-alvo, procuramos obedecer três fases importantes na construção do vídeo: Pré-produção, Produção e Pós-produção. A fase de pré-produção é uma etapa essencial na construção de um vídeo documentário, segundo Manuela Penafria (2001 p.) a fase de “pré-produção é uma fase de preparação para as filmagens. Esta fase caracteriza-se por uma pesquisa e desenvolvimento do tema/assunto a tratar.” Um mau planejamento, comprometeria a qualidade do produto e seria um empecilho para realização das outras fases de produção. Já realizada a primeira etapa, passamos para a fase de produção. Esta fase se caracteriza pela captação das imagens, sons e outros elementos necessários para realização do vídeo. Esta é a etapa onde a técnica a teoria precisam estar afinadas, pois além de saber manusear os equipamentos é necessário ter embasamento para escolher os enquadramentos das filmagens e sons que serão ou não necessários para realização do vídeo. A última etapa é a fase de pós-produção, nela são reunidas as imagens e sons captados para a edição do vídeo. Este é o momento onde a pesquisa e a captação se tornam um só produto. É importante ressaltar que na edição é formado o conceito do vídeo. Manuela ratifica essa idéia atestando o seguinte: A sucessão das imagens e sons tem como linha orientadora o ponto de vista adaptado e encontra na criatividade do documentarista o seu principal motor. É ao seleccionar e combinar as imagens e sons registrados in loco que o documentarista se expressa. (Penafria, 2001 p.) 1. Pré-produção Procuramos nesta fase, pesquisar sobre a necessidade de políticas culturais mais efetivas no município de Conceição do Coité, para sabermos se os principais entraves são
  • 23. orçamentários ou conceituais. Para isto, colhemos dados da superintendência de cultura do município, de entidades ligadas à cultura, pesquisas do IBGE e de sites de órgãos ligados à cultura. Nessa fase elaboramos o pré-roteiro, o relatório de pesquisa definindo as possíveis fontes entrevistadas. Também nesta fase, foram catalogados vídeos de manifestações culturais do município de Conceição do Coité, além de definirmos as funções da dupla na construção do produto. A fase de pré-produção durou mais de dois meses, do dia 08 de outubro a 23 de novembro. 6.1.1 Ideia do vídeo O projeto propôs a investigação do nível de importância que as expressões culturais de Conceição do Coité recebem a partir do apoio financeiro da prefeitura, ou seja, qual parcela do orçamento é destinada á cultura local. O nosso foco foi investigar se os principais entraves são meramente orçamentários ou conceituais. Além disso, tentamos visualizar se esses entraves residem em um conceito limitante de cultura, ou se o erro está em escassos recursos orçamentários, bem como buscamos esclarecer para a sociedade civil, através de um vídeo documentário, onde se devem cobrar os devidos apoios culturais. Optamos por fazer um vídeo-documentário, por ser um veículo de fácil absorção pelas diversas categorias sociais, temos como dianteira, atingir de forma dinâmica uma possível conscientização da sociedade civil. 6.1.2 Pesquisa Segundo Manuela Penafria (2001) a fase de pesquisa é primordial em uma obra audiovisual. “Entendo que só é possível distinguir entre o que é interessante filmar do que não o é, se tiver pensado sobre o assunto anteriormente. Ou seja, a preparação facilita a tomada de decisões imediatas perante situações imprevistas.” A pesquisa tem tanta importância no resultado do vídeo quanto às imagens e sons nele existentes.
  • 24. Inicialmente, pesquisamos dados da Superintendência de Cultura do município e da Secretaria de Educação e Cultura, o que acabou norteando nosso trabalho. Depois de analisarmos o orçamento do município com gastos ligados à cultura, podemos perceber a disparidade de tratamento dado pela prefeitura ao CoitéFolia em relação com as demais manifestações culturais. Logo após, fomos orientados a pesquisar dados do IBGE, de sites ligados ao Ministério da Cultura e órgãos comprometidos com a temática, além de instituições da cidade ligadas à cultura. 6.1.3 Reconhecimento de Campo Na cidade de Conceição do Coité existe um Centro Cultural, onde abriga uma biblioteca, sala de reuniões e um auditório onde acontecem seminários, peças teatrais e diversos outros eventos. Além disso, é lá que funciona a Superintendência de Cultura da cidade, portanto, foi a primeira locação a ser observada. Pelo fato da cidade ter uma Secretaria de Educação e Cultura funcionando no centro administrativo da cidade, nós observamos o ambiente interno e externo como alvo para futuras locações. Ainda na cidade, existe um museu particular, o Museu do Palhaço. Seu proprietário é um poeta da cidade muito envolvido com a temática do nosso trabalho, por essa razão escolhemos essa locação além de marcamos com Carlos Neves para nos dar seu depoimento dentro do museu, para que pudéssemos captar imagens dos diversos tipos de artesanatos e antiguidades nele existentes. Nós observamos outra locação à capela do bairro Alto da Colina, onde ensaia a Orquestra de Violinos Santo Antônio, um patrimônio cultural da cidade. Propositalmente marcamos a entrevista com o maestro Josevaldo Silva, coordenador do projeto, no local durante o ensaio para que pudéssemos colher um som ambiente durante sua entrevista. Para esclarecer à população que ter acesso as políticas culturais é um direito de todos, mas que também se deve cobrar da sociedade civil, pensamos em realizar a entrevista com Gerivaldo Alves Neiva, juiz de Direito da comarca de Conceição do Coité,
  • 25. pois dessa ideia foi observado o ambiente externo e interno do Fórum da cidade, mas aproveitando somente a locação interno do Fórum. Analisamos outras locações, como instituições ligadas à cultura, tal como o Centro de Promoção da Cultura e Cidadania - CEPECC. Observamos esse espaço já que nossa intenção era mostrar a população os palcos onde se desenvolve e se administra a cultura da cidade. Em suma, o processo de reconhecimento de campo transcorreu com a observação prévia de alguns lugares e praças da cidade, tais como, praça da babilônia, praça do comercio, praça da matriz, praça da fonte lunimosa, centro administrativo. 6.1.4 Pré-roteiro O nosso pré-roteiro começou com um relatório de pesquisa identificando possíveis fontes entrevistadas. O perfil dos entrevistados foi escolhido após várias reuniões de planejamento, pois, precisávamos de pessoas envolvidas com o tema escolhido. As indagações foram previamente elaboradas para cada um dos possíveis entrevistados, para que nos ajudassem a fundamentar a idéia do vídeo. Buscamos entrevistar os gestores municipais da cultura, assim como também pessoas que trabalham e necessitam de apoio desses órgãos não só financeiramente, para que a população fique ciente de onde deve cobrar melhorias no âmbito das políticas culturais da cidade. Nossa preocupação era fazer com a que a população se sinta inserida no debate sobre o assunto. 1. 6.1.5 Entrevistas e depoimentos O nosso documentário visa mostrar como é pensada as políticas culturais no ambiente da cidade de Conceição do Coité e estimular a discussão sobre essa temática. Por isso, tentamos ao máximo não interferir significativamente no debate proposto, já que a ideia é despertar na população o interesse sobre o assunto. Todavia, é sabido por nós que toda obra audiovisual é baseada na visão de quem o produz, pois, a pesquisa, a captação das imagens, a escolha do som e a edição em geral são feitas de acordo com o interesse dos
  • 26. documentaristas. Segundo Penafria (1999, p.3): “É absolutamente necessário que o autor das imagens exerça o seu ponto de vista sobre essas imagens.” Apesar das perguntas terem sido previamente elaboradas, as entrevistas e depoimentos trouxeram consigo novos elementos que nos ajudaram a compor o vídeo. As perguntas foram elaboradas especificamente para cada entrevistado, exceto uma: “Qual a sua ideia de cultura?” Essa indagação serviu para iniciarmos de forma dinâmica o debate pensado no vídeo. O critério escolhido para seleção dos entrevistados foi o seu envolvimento com a cultura e com a gestão das políticas culturais do município. Entretanto, fomos a campo entrevistar uma pequena parte da população para saber dos cidadãos coiteenses qual sua visão de cultura e se enquanto cidadãos e membros do próprio contexto cultura se sentem contemplados pela ação dos órgãos públicos na gestão das políticas culturais. Os entrevistados se definiram por pessoas de várias esferas sociais, a primeira a ser entrevistada foi a Superintendente de Cultura e Cidadania, Marialva Carneiro, a escolha da mesma se fez por ela representar um membro do órgão público municipal de cultura. Genilda Ramos Mota, Secretária de Educação e Cultura, participou do documentário por ser a responsável pela distribuição da verba para a cultura, além de servir para prestar informações a respeito do orçamento geral do município. O poeta, cordelista e pesquisador cultural da cidade, Carlos Neves, prestou informações a respeito do termo cultura, ainda expressou sua opinião, como conhecedor da cultura local, sobre a distribuição do orçamento a cultura. O Juiz Gerivaldo Alves Neiva, colaborou para o video documentário, trazendo o que corrobora a legislação sobre as políticas culturais, e ainda a importância das políticas culturais para o alargamento e sustentação das culturas. Para discorrer sobre a temática políticas culturais, trouxemos a entrevista do professor universitário Aldo José Moraes Silva, que expõe sua definição sobre políticas culturais. O vereador e professor de história, Danilo José Ramos de Oliveira, opina enquanto representante político qual o objetivo das políticas culturais bem como critica a ação da prefeitura quanto a desigual distribuição da verba.
  • 27. O presidente da Associação de Desenvolvimento de Juazeirinho, Jorge Luiz Carneiro Moraes, falou brevemente sobre a expressão cultural de sua comunidade, pediu maior investimento e reclamou das dificuldade enfrentadas sem apoio necessário da prefeitura. O maestro da orquestra Santo Antônio, Josevaldo Silva, relatou como ocorreu o início do projeto de violinos e qual a forma de fomento recebida pela secretaria de educação e cultura. O aposentado, ex-vereador e agente cultural, Joaquim Carneiro de Oliveira Neto, comentou sobre dificuldades em realizar as manifestações culturas de sua localidade, reclamou do insuficiente recurso cedido pela prefeitura. Valquíria Lima da Silva, mestre em Literatura e Diversidade Cultural, fala quais razões sociais e políticas levam a ocorrência das disparidades ao se dividir o orçamento da para as expressões culturais do município bem como da importância das culturas populares. 2. Produção Nesta etapa colocamos em prática tudo que planejamos na fase de pré-produção: captamos imagens, sons e entrevistas, enfim todo material necessário para a confecção do vídeo. Todavia, para que os nossos objetivos fossem alcançados tivemos que traçar um plano de produção. O orçamento do documentário foi baixo, já que a câmera utilizada foi cedida pela UNEB e as imagens foram gravadas na cidade. As despesas somaram R$ 137,50, os gastos foram de deslocamento da cidade para alguns distritos e povoados, para captação de imagens e sons, ligações para agendamentos de entrevistas, além de mídias três mini-dv utilizada na câmera.
  • 28. 6.2.1 Plano de Produção O plano de produção começou com a divisão das tarefas. Inicialmente Joabson Sampaio ficou responsável por agendar horários e datas das entrevistas, enquanto Rodrigo Carneiro ficou incumbido de captar as imagens na sede e alguns povoados e distritos. Com os encontros já marcados fizemos a seguinte divisão: as entrevistas com Marialva Carneiro (tempo de entrevista, 00h07min.), Genilda Ramos Mota (tempo de entrevista, 00:03:36min), Jorge Moraes Carneiro (tempo de entrevista, 00:05:10min), Danilo José Ramos de Oliveira (tempo de entrevista, 00:09:73min), Aldo José Moraes Silva (tempo de entrevista,00:07:36min), Carlos Neves (tempo de entrevista, 00:05:21min) e Fernando Araújo foram realizadas por Rodrigo Carneiro. Já as realizadas com o juiz Gerivaldo Alves Neiva (tempo de entrevista, 00:12:60min), Josevaldo Silva (tempo de entrevista, 00:06:63min), Valquíria Lima da Silva (tempo de entrevista, 0:05:50min), Joaquim Carneiro de Oliveira Neto (tempo de entrevista, 00:02:83min) e as demais foram feitas por Joabson Sampaio. Tendo as entrevistas gravadas, nós separamos as etapas de sonorização e recursos gráficos. A seleção da trilha sonora ficou a cargo de Rodrigo Carneiro que buscou em CDs e na internet trilhas instrumentais, como a da banda de pífano e Orquestras Sanfônicas, ambas adquiridas na internet. Algumas imagens utilizadas no produto foram coletadas em arquivos pessoais, conseguidas em alguns povoados como o de Almas, Juazeirinho foram conseguidas por Rodrigo Carneiro. Os vídeos realizados pela prefeitura municipal foram colhidos por Joabson Sampaio em uma consulta aos arquivos da Superintendência de Cultura. As entrevistas foram filmadas da seguinte forma, Joabson Sampaio foi cinegrafista nas entrevistas realizadas por ele, já Rodrigo Carneiro atuou como cinegrafista nas quais ele executou. As entrevistas foram selecionadas e separadas de acordo a disponibilidade de cada entrevistador, levando em conta horário de trabalho e ocupações pessoais. A câmera utilizada para a construção do vídeo foi disponibilizada pelo Campus XIV da UNEB. Procuramos inicialmente, coletar imagens das principais manifestações culturais do município. Para isso buscamos catalogar vídeos e fotos já existentes, porque essas manifestações acontecem apenas algumas vezes no ano em datas definidas. Como já
  • 29. tínhamos feito a pesquisa sobre a temática, ficou mais fácil coletar as imagens. As imagens do Reisado de Moças, feira de artesanato, pascoelinha encontramos no arquivo público do Centro Cultural Ana Rios de Araújo. Enquanto as imagens do Coité Folia buscamos na Agencia Silva. As imagens do São João de Juazeirinho e Aroeira conseguimos com populares das comunidades. As cenas da igreja da matriz e demais locais da cidade foram filmadas por Rodrigo Carneiro. Durante o ano a prefeitura realiza alguns eventos culturais e registra em forma de vídeo, como o Coité Folia (Micareta). Esse evento é o que mais recebe recurso financeiro do município, tendo assim uma grande relevância para nosso estudo. O vídeo traz shows de bandas da região e de grupos musicais de grande repercussão da música baiana, gravadas durante a micareta da cidade. Entre as imagens estão milhares de pessoas seguindo o trio em festa. Buscamos também, imagens que retratassem as manifestações culturais mais antigas e não menos populares, como a Pascoelinha, o bumba-meu-boi, o samba de roda, o Reisados de Moças do povoado de Almas, o São João dos distritos da cidade e outros. Para isso, tivemos que coletar imagens em algumas comunidades como Almas e Juazeirinho, com a ajuda de moradores locais. Ainda foram captadas imagens do Centro Cultural Ana Rios de Araujo, Centro Administrativo, Museu do Palhaço, Centro de Promoção a Cultura e Cidadania - CEPECC, Orquestra de Violinos, paisagens da zona urbana e rural. Na elaboração do roteiro precisávamos de entrevistados que dialogassem sobre o nosso tema escolhido. Todavia, podemos perceber que eles acabaram nos ajudando a formar o conceito do nosso produto, surpreendendo nossas expectativas trazendo consigo novos elementos que contribuíram ainda mais para a qualidade do nosso trabalho. Entre as entrevistas se destacam a de Marialva Carneiro (Superintendente de Cultura do Município) e Genilda Ramos (Secretária de Educação e Cultura), responsáveis pela gestão da cultura no município, já que o vídeo propõe uma investigação, para instigar um debate sobre a administração da verba enviada para o incentivo as práticas culturais. Por isso, elas foram as primeiras a serem procuradas pela dupla para concederem as entrevistas.
  • 30. Entre as pessoas envolvidas com o tema abordado no documentário, escolhemos Carlos Neves de Freitas e Josevaldo Silva. O primeiro é poeta e educador, famoso pelo seu relevante trabalho pelo desenvolvimento dos projetos culturais da região. O segundo é um jovem que a dois anos, fundou uma orquestra de violinos para dar aula de música a crianças de um bairro carente do município. Entre suas falas, os entrevistados ressaltam o prazer em se trabalhar com o desenvolvimento da cultura. Para falar sobre a relevância da cultura e questões relativas à legislação direcionada as políticas públicas de cultura convidamos o juiz Gerivaldo Alves Neiva, onde mencionou em seu discurso sobre o direito cultural do cidadão, o dever do Estado atrelado à legislação, e a função das políticas culturais e do município na promoção da cidadania. A opinião de populares e pessoas integradas com a cultura das localidades foram extremamente pertinente, pois revelaram detalhadamente quais dificuldades as expressões culturais enfrentam, dessa forma entrevistamos Jorge Luiz Moraes Carneiro, presidente da Associação de Desenvolvimento Comunitário de Juazeirinho, que relatou como ocorre o processo de articulação, produção e financiamento da pascoelhinha. Ainda nesse mesmo distrito conseguimos a entrevista do aposentado Joaquim Carneiro Oliveira Neto, ex-vereador e antigo organizador de varias expressões populares, como bumba-meu-boi, reisado, cavalgadas, são João etc, ele colaborou reforçando a idéia da omissão ou pouca participação da prefeitura nos assuntos culturais, comentando ainda mais a respeito da necessidade do apoio público e da luta da sociedade civil na sustentação de algumas manifestação populares.
  • 31. 6.2.2 Captação de áudio Para que o nosso trabalho pudesse surtir o efeito esperado, tivemos no planejamento um cuidado especial com a captação de áudio, pois, em toda obra audiovisual deve haver uma interação entre som e imagem para um bom andamento do vídeo. Todavia, não tivemos em alguns casos uma boa captação de áudio pelo fato de não termos em mãos uma aparelhagem técnica melhor, já que o curso não dispõe de tais equipamentos. Assim, gravamos todos os áudios com o microfone embutido da câmera. 3. Pós-produção Esta fase foi marcada pela junção de todo material captado para montagem do vídeo, desde a pesquisa às entrevistas, sons e trilhas captadas Foi nessa fase que selecionamos o que iria ou não entrar no vídeo, por isso, fizemos um processo cuidadoso na seleção do material e buscamos os softwares ideais para a edição, como os editore de vídeo Adobe Premiere Pro CS e Nero Vision 4, o editor de áudio Audacity Portable e o conversor de formatos de vídeos WinX Video Converter. 6.3.1 Decupagem Durante as filmagens, gravamos 02h26min. Toda a decupagem foi feita na própria câmera por ser mais prático. Após finalizar cada entrevista nós imediatamente decepávamos as entrevistas especificamente com o objetivo de facilitar o processo de edição. Esse método colaborou fortemente na montagem do vídeo, pois já sabíamos quais imagens seria descartadas e aproveitadas. A respeito da importância e da definição desse mecanismo de facilitação da edição Santos (1993, p. 21-23) afirma o seguinte decupar é dividir o filme ou o vídeo em planos, reunindo fragmentos de imagem contínua, filmadas ou gravadas sob diversos ângulos e com pontos de vista diferentes.
  • 32. 6.3.2 Sonorização Na elaboração do nosso produto tivemos uma preocupação especial quanto à sonorização, pois sabemos que a interação entre som e imagem é fundamental para a qualidade de uma obra audiovisual. A interação entre imagem e som nasceu muito antes do que podemos imaginar. O que se sabe, é que surgiu de uma necessidade humana e foi sendo desenvolvida ao longo de tempo. Filipe Salles (2002) ressalta em seu texto, A natureza da Arte: a simbiose do som e a imagem a importância da simetria entre esse dois elementos, som e imagem, para uma obra audiovisual afirmando que “devemos pensar que a harmonia é a arte de equilibrar quaisquer formas para gerar uma intenção, um significado”. (Salles, 2002, p. 9). A maior parte das trilhas selecionadas foram as de temas característicos do sertão, por entendermos que elas representam simbolicamente a cultura da nossa região. Selecionamos inicialmente algumas trilhas da Banda de Pífano e Orquestra Sanfônica além de um trecho da músicas Rebolation e Quebre Igual a Negona da banda de pagode Parangolé, como também alguns trechos da música Jumento Celestino dos Mamonas Assassinas. Ainda escolhemos trechos do Coité Folia, como as bandas Fabilú e Batukeré, também ainda pegamos trechos da orquestra de violino Santo Antônio e do Reisado de Almas e do São João em Juazeirinho. As principais músicas incidentais foram Asa Branca e Luar do Sertão interpretado pela Orquestra Sanfônica, e Minha Terra interpretadas pela Banda de Pífano, alem da música Sete Desejos do cantor Alceu Valença. 6.3.3 Edição Após a decupagem já tínhamos todo material necessário para começar a montagem segundo o roteiro elaborado anteriormente. Todavia, ainda tínhamos que fazer cortes e ajustes nas imagens para que elas construíssem um sentido na edição do vídeo. A exemplo, as imagens do concerto natalino, uma novidade trazida pela prefeitura há dois anos que após discutirmos chegamos a conclusão de que se tratava de um evento novo que ainda não fazia parte dos principais eventos culturais do município.
  • 33. Após assistirmos a todas as gravações, decidimos fazer algumas alterações também no roteiro, pois, alguns entrevistados nos deram contribuições importantíssimas, que não poderiam ficar de fora do conteúdo. Em contrapartida, algumas entrevistas ficaram aquém do esperado, por exemplo, de alguns populares, do maestro Josevaldo Silva e do Presidente do CEPECC Fernando Araújo, por isso, a dupla teve que entrar em consenso e abdicar de algumas cenas previamente elaboradas no script. Depois de redefinirmos o roteiro, chegou a hora da montagem das imagens selecionadas. Iniciamos o documentário mostrando as principais características da cidade e as principais manifestações culturais do município, na sequência introduzimos um bloco sobre a indagação a respeito do termo cultura, logo após mencionamos sobre o direito a cultura atrelada ao depoimento do juiz, no bloco seguinte entramos na temática das políticas culturais em Coité, seguidas das entrevistas de Marialva Carneiro e Genilda Mota, encerradas essas duas entrevistas jogamos depoimentos de representantes comunitários e populares, em seguida trabalhamos a questão da divisão da verba para a cultura juntamente com a entrevista do poeta Carlos Neves, após fazermos algumas considerações sobre o tema, finalizamos com o depoimento do juiz Gerivaldo Neiva falando sobre a importância das políticas públicas de cultura para o desenvolvimento da cidadania. Nesta fase optamos por não ter nenhuma interferência externa, pois, apesar das dificuldades técnicas, entendemos que precisávamos por em prática todos os conhecimentos adquirimos no decorrer do curso. Os componentes gráficos foram elaborados por Joabson Sampaio que empregou gráficos projetados pelo software livre Gimp, montando o gráfico em forma de pizza indicando o orçamento com a cultura, alem de contribuir na escolha de efeitos de transição para as cenas. Algumas falas do narrador, e melhoramentos de áudios foram feito por Rodrigo Carneiro no editor de áudio Audacity Portable. Concluídos as anteriores etapas, unimos todo o material e efetivamos a edição, no qual Rodrigo Carneiro usando o software Adobe Premiere editou o produto, obedecendo rigorosamente à cronologia do roteiro, elaborado por ambos os formandos. A edição do material se desenrolou por vários dias já que tivemos que fazer diversos reparos e releitura do produto.
  • 34. 7 REFERÊNCIAS ARMES, Roy. On vídeo: O significado do vídeo nos meios de comunicação. São Paulo, Summus. 1999. BARBALHO, Alexandre. Por um conceito de política cultural. 2000 Pg. 4, apud COELHO, José Teixeira. Guerras culturais. Arte e política no novecentos tardio. São Paulo, Iluminuras, 2000. BARBALHO, Alexandre. Por um conceito de política cultural. 2000, Pg. 4. CANEDO, Daniele. Cultura, democracia e participação social: um estudo da II Conferencia Estadual de Cultura da Bahia. 2008, pg.11 – 12 CANEDO, Daniele. Políticas culturais e a gestão municipal: um desafio para o desenvolvimento sócio-cultural. 2006, pg 01. CANCLINI, Nestor García. Definiciones en transición. Buenos Aires: CLACSO, 2001, pg 65. COELHO, José Teixeira. Dicionário Crítico de Política Cultural. São Paulo: Iluminuras, 1997. Densidade demografia de Conceição do Coité disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Concei%C3%A7%C3%A3o_do_Coit%C3%A9, acessado em 05 de outubro de 2009 ás 16:37. IBGE. Perfil dos municípios brasileiros. 2006, pg 25. MARCIEL, Fábio. Democracia Cultural. Disponível em: http://www.culturaemercado.com.br/post/democracia-cultural/, acessado dia 14 de agosto de 2009 às 14:47hs. NICHOLS, Bill. Introdução ao documentário. Campinas, SP: Papirus, 2005. PENAFRIA, Manuela. Unidade e diversidade do filme documentário. 1998, pg 01. PENAFRIA, Manuela. Ouvir imagens e ver sons. 1999, pg 04. PENAFRIA, Manuela. O ponto de vista no filme documentário. 2001, pg 05. PITOMBO, Mariela. Sintomas dos deslocamentos de poder na gestão do campo cultural no Brasil – uma leitura sobre as leis de incentivo à cultura. 2003, pg 12.
  • 35. SALLES, Felipe Matos de. A Natureza na Arte: a Simbiose do Som e da Imagem. 2002, pg 09 SANTOS, Rudi. Manual de vídeo. Rio de Janeiro, UFRJ, 1993. SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO. Orçamento do Governo Municipal de Conceição do Coité. Disponível na e consultado em 02 de setembro de 2009. ZANDONADE, V. ; FAGUNDES, M. C. O vídeo documentário como instrumento de mobilização social. 2003, pg 08. ZANDONADE, V. ; FAGUNDES, M. C. O vídeo documentário como instrumento de mobilização social. 2003, pg 40, apud KUCINSKI, Bernardo. A síndrome da antena parabólica: ética no jornalismo brasileiro. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 1998.
  • 37. ROTEIRO POLÍTICAS CULTURAIS EM COITÉ Um roteiro de Rodrigo Carneiro de Oliveira Joabson Simões Sampaio Copyright© 2010 Todos os direitos reservados
  • 38. Relatório de pesquisa 10/2009 Entrevista com a Srª Marialva Carneiro- Superintendente Municipal de Cultura é uma das responsáveis pela gestão da verba para cultura do município. Informações: Em sua entrevista Marialva, fala sobre seu conceito de cultura, como é administrada e tenta explicar a disparidade que existe no incentivo de uma manifestação cultural em relação a outras. 12/2009 Entrevista com Antônio Fernando Araújo, Presidente do Centro de Promoção á Cultura e Cidadania, a entidade apóia e desenvolve projetos culturais, buscando através desses projetos mapearem e energizar as manifestações culturais do município. Informações: Fernando esclarece sobre ações da entidade, menciona sobre a fundação e realizações da instituições. 12/2009 Entrevista com o Sr. Carlos Neves de Freitas- Poeta, educador e empresário, é conhecido na cidade por seus poemas, palestras e esforço para valorização da cultura no município. É um dos fundadores do CEPEC (Centro Popular de Educação e Cultura). Informações: Falou sobre seu conceito de cultura, comentou sobre a gestão da cultura no município de Coité e cidades da região, falou sobre os desafios de trabalhar com a cultura e de como a burocracia atravanca as políticas culturais. 01/2010 Entrevista com Josevaldo Silva- Maestro e um dos fundadores da Orquestra de Violinos Santo Antonio, que oferece educação musical a crianças de um bairro carente do município. Informações: Falou sobre o inicio do projeto, as principais dificuldades encontradas e a felicidade de se trabalhar com a cultura. Ainda em seu depoimento o maestro fala sobre o apoio dado pela prefeitura ao projeto.
  • 39. 12/2009 Entrevista com o Sr. Gerivaldo Alves Neiva- Juiz de Direito da Comarca de Conceição do Coité. Está empenhado em desenvolver um grande trabalho cultural na cidade através da Orquestra de Violinos Santo Antonio. No dia 07 de outubro o juiz realizou um concerto no salão do júri do fórum de Coité. O objetivo do evento era discutir com empresários, autoridades e a comunidade as possibilidades de implantação do projeto em outros bairros da cidade. Informações: O juiz fala sobre a responsabilidade da sociedade civil no desenvolvimento das políticas culturais da cidade, e como esse projeto musical poderia contribuir para uma cidade melhor. 01/2010 Entrevista com a Secretária da Cultura e Educação, Genilda Ramos de Araújo. Informações: Comenta sobre sua idéia particular de cultura, e explica como é executada a distribuição da verba municipal, e as prioridades no momento de serem distribuídas. 12/2009 Entrevista com Jorge Carneiro Moraes presidente da Associação de desenvolvimento Comunitário de Juazeirinho. Informações: Fala a respeito do da pascoelinha, as formas de incentivo recebido e faz apelo aos órgãos públicos. 01/2010 Entrevista com Joaquim Carneiro de Oliveira Neto, ex- vereador e principal organização e participantes de vaias expressões culturais como reisados, bumba-meu-boi, sambadores etc. Informações: Importância da sociedade civil na conservação das expressos populares, e reclama da falta de apoio do órgão gestor de cultura. 02/2010 Entrevista com Aldo José Moraes Silva, professor universitário do curso de História da UNEB campus XIV.
  • 40. Informações: Opinião sobre a idéia das políticas culturais, como também trata de qual deve ser a finalidade das dessas políticas. 02/2010 Entrevista com Danilo José Ramos de Oliveira, professor de história e vereador pelo partido dos trabalhadores. Informações: Comento sua idéia de política cultural, finalidade dessas políticas e tece critica a verba excessiva para micareta. 02/2010 Entrevista com Valquíria Lima da Silva, mestre em Literatura e Diversidade cultural. Informações: Explica as razões sociais e políticas que induz um orgão público a privilegiar determinada expressão cultural, faz critica a micareta. POLÍTICAS CULTURAIS EM COITÉ CENA I OFF 1 – A introdução situa geograficamente qual realidade ira mostrar. Inicia com o BG Asa Branda da orquestra Sanfônica, daí em diante o narrador esclarece alguns aspectos da cidade de Conceição do Coité, simultânea e respectivamente as imagens relativas aos dados sobre a localização, população, economia, comercio e conjuntura cultural estarão acompanhado sincronizadamente o texto do narrador. Na medida em que o narrador for encerrando seu texto sobre esses aspectos da cidade o BG ira reduzir seu volume gradativamente. FADE IN CENA II OFF 2- Abre texto sobre manifestação culturais da cidade com fundo negro, por conseguinte, em BG da Banda de Pífano,
  • 41. seqüência de imagens exibindo as diversas manifestações culturais de coité. A primeira a ser exibida é a festa da padroeira que traz juntamente em caracteres informações sobre o festejo, a outra imagem também em caracteres á do artesanato municipal, em seguida as imagens da micareta com caracteres relatando sobre o evento em áudio original, em voz off acompanhada pela imagens da orquestra o narrador fala a respeito do projeto musical realizado pelo maestro Josevaldo Silva, logo vem às imagens do bumba-meu-boi em voz off falando sobre a existência dessa expressão popular em vários distritos e povoados, na seqüência as imagens da pascoelhina do distrito de Juazeirinho em voz off informando sobre a festa, em seguida entra as imagens dos festejos juninos em áudio original , em caracteres breves informações sobre as festas juninas, apresenta-se as imagens do Reisado de moças do povoado de Almas FADE IN CENA III OFF - Texto em fundo preto traz pergunta sobre o que é cultura atrelado a BG da orquestra sanfônica luar do sertão, na seqüência pequenas imagens de entrevistas com populares e pessoas que trabalham com cultura. COITÉ /CENTRO CULTURAL/ SALA DA SUPERINTENDENTE / INT / MANHÃ SONORA – Superintendente da Cultura e Cidadania, Marialva Carneiro relata qual é sua concepção de cultura. CORTA PARA JUAZEIRINHO/ CASA/ SALA/ INT / TARDE SONORA – O aposentado Joaquim Carneiro de Oliveira Neto fala qual é sua idéia de cultura. CORTA PARA
  • 42. COITÉ/ CEPECC/ SALA/ INT / NOITE SONORA – presidente do CEPECC Fernando Araújo, fala qual a sua noção do termo cultura. CORTA PARA COITÉ/ MUSEU DO PALHAÇO / SALA/ INT / TARDE SONORA – O pesquisador cultura, Carlos Neves fala entusiasmado qual é o seu conceito de cultura. CORTA PARA JUAZEIRINHO/ RUA/ EXT / TARDE SONORA – o professor de língua portuguesa Mario Leandro da Hora fala o que é cultura para ele. CORTA PARA JUAZEIRINHO/ RUA/ EXT / MANHÃ SONORA – O estudante da faculdade de Geografia diz o que pra ele significa a cultura. FADE IN OFF – Sobe BG, seguindo as imagens das expressões culturais,e na seqüência num fundo negro expresso a primeira definição do termo cultura. FADE IN CENA IV OFF – Fundo preto com letreiro mencionando sobre o direito a cultura estabelecido pelo artigo da Constituição Federal. FADE IN COITÉ/ SALA DO JUIZ/ INT / MANHÃ SONORA – Gerivaldo Alves Neiva, Juiz de Direito da Comarca de Coité, fala sobre o que a legislação menciona a respeito do papel do estado e da sociedade civil. CORTA PARA
  • 43. CENA V OFF – Fundo negro com caracteres trazendo texto, políticas culturais em Coité, junto com BG da música Sete Desejos. Imagens da Secretaria de Educação e Cultura, onde narrador, fala que o órgão apóia as manifestações culturais, em seqüência surge gráfico com distribuição da verba municipal para cultura, e narrador comenta sobre a disparidade existente na aplicação do orçamento para cultura. CORTA PARA CENA VI COITÉ /SERETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA/ SALA DA SECRETÁRIA / INT / MANHÃ SONORA – Secretária de Educação e Cultura fala a respeito do orçamento geral da prefeitura, como é elaborado e dividido, acompanhado de arte gráfica indicando os respectivos dados. CORTA PARA JUAZEIRINHO/ CASA/ INT / MANHÃ SONORA – O presidente da Associação de Desenvolvimento de Juazeirinho, reclama dos poderes públicos, critica o apoio a micareta. CORTA PARA COITÉ /SERETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA/ SALA DA SECRETÁRIA / INT / MANHÃ SONORA – Secretária de Educação e Cultura continua falando a respeito do orçamento geral da prefeitura, como é elaborado e dividido. CORTA PARA COITÉ /GABINETE DO VEREADOR DANILO / INT / MANHÃ SONORA – Vereador Danilo comenta sobre as políticas culturais de modo geral. CORTA PARA COITÉ/ SALA DO JUIZ/ INT / MANHÃ
  • 44. SONORA – Comenta que no mundo contemporâneo é necessária uma política pública de cultura. CORTA PARA OFF – Cenas das manifestações culturais unidas a bg da música dos mamonas assassinas. FADE IN CENA VII COITÉ /CENTRO CULTURAL/ SALA DA SUPERINTENDENTE / INT / MANHÃ SONORA – Superintendente da Cultura e Cidadania, Marialva Carneiro, diz que todas as expressões culturais recebem seus incentivos. CORTA PARA JUAZEIRINHO/ CASA/ INT / MANHÃ SONORA – O presidente da Associação de Desenvolvimento de Juazeirinho, fala sobre apoio da comunidade à pascoelinha. FADE IN OFF – Bumba-meu-boi com imagens laterais mostrando expressões culturais. FADE IN CENA VIII COITÉ/ CEPECC / INT / NOITE SONORA – Fernando Araújo, presidente do CEPECC fala sobre origem da entidade como também quais os três culturais eixos nos quais trabalham. CORTA PARA COITÉ /CENTRO CULTURAL/ SALA DA SUPERINTENDENTE / INT / MANHÃ SONORA – Superintendente da Cultura e Cidadania, Marialva Carneiro, elenca quais projeto foram realizados. CORTA PARA
  • 45. COITÉ/ CEPECC / INT / NOITE SONORA – Fernando Araújo menciona a respeito das atividades culturais realizadas pela entidade, e finaliza se queixando do pequeno apoio dado pela Prefeitura de Conceição do Coité. FADE IN CENA IX OFF – Em fundo preto surge vagarosamente definição do teórico Nestor Garcia Canclini sobre políticas culturais. FADE IN COITÉ /GABINETE DO VEREADOR DANILO / INT / MANHÃ SONORA – Vereador Danilo dá sua opinião a respeito das políticas culturais e sua aplicabilidade. FADE IN OFF – Orquestra de violino com áudio original. FADE IN COITÉ /UNEB/ COLEGIADO DE HISTÓRIA / INT / TARDE Sonora – Professor Aldo Moraes aponta qual deve ser o papel das políticas culturais. CORTA PARA OFF – Reisado de Moças no povoado de Almas em áudio original. FADE IN COITÉ /GABINETE DO VEREADOR DANILO / INT / MANHÃ SONORA – Vereador Danilo diz que preciso investir mais na cultura. CORTA PARA JUAZEIRINHO/ CASA DE JOAQUIM CARNIRO/INT /TARDE SONORA – Joaquim diz que no inicio recebia pouca ajuda e que sem o apoio da comunidade não pode progredir.
  • 46. CORTA PARA COITÉ /GABINETE DO VEREADOR DANILO / INT / MANHÃ SONORA – Vereador Danilo diz que preciso descentralizar os recursos. CORTA PARA JUAZEIRINHO/ CASA DE JOAQUIM CARNIRO/INT /TARDE SONORA – Joaquim que sem ajuda da prefeitura não há como dar continuidade. FADE IN CENA X COITÉ /CENTRO CULTURAL/ SALA DA SUPERINTENDENTE / INT / MANHÃ SONORA – Superintendente da Cultura e Cidadania, Marialva Carneiro, fala de onde vêm investimentos. CORTA PARA SONORA – Josevaldo Silva, maestro, conta como iniciou o projeto, primeiros incentivos, os atuais investimentos recebidos. CORTA PARA COITÉ/ CEPECC / INT / NOITE SONORA – Fernando Araújo fala que a entidade não possui recurso, mas que o dinheiro que provem do programa Ponto de Cultura do governo estadual da Bahia, e que o projeto visa também ensinar jovens a buscar informações sobre as manifestações culturais da cidade. CORTA PARA OFF – imagens de expressões culturais e com bg em forro. FADE IN CENA XI COITÉ /CENTRO CULTURAL/ SALA DA SUPERINTENDENTE / INT / MANHÃ
  • 47. SONORA – Superintendente da Cultura e Cidadania, Marialva Carneiro, fala que não há uma secretaria de cultura isoladamente, mas que há a superintendência de cultura e aponta o que esse departamento objetiva. FADE IN OFF – imagens de expressões culturais e com bg em forro. FADE IN COITÉ /GABINETE DO VEREADOR DANILO / INT / MANHÃ SONORA – Vereador Danilo menciona sobre a finalidade da política pública de cultura. CORTA PARA FÓRUM / SALA DO JUIZ / INT / DIA SONORA - Gerivaldo Alves Neiva- Juiz de Direito da Comarca de Conceição do Coité, que é preciso fomentar as atividades culturais contemporâneas e também as tradições. FADE IN CENA XII OFF – Intercala imagem da micareta, unida de BG de banda com áudio original. CORTA PARA COITÉ / MUSEU DO PALHAÇO / SALA / INT / TARDE SONORA – Carlos Neves, pesquisador cultural coiteense, diz que poderá acontecer se proibirem a micareta. CORTA PARA COITÉ /SERETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA/ SALA DA SECRETÁRIA / INT / MANHÃ SONORA – Secretaria de educação e cultura justifica gasto desigual com a micareta. CORTA PARA
  • 48. COITÉ/RESIDENCIA DE VALQUÍRIA LIMA/INT/TARDE SONORA – Indaga por que há uma desvalorização de das culturas populares. CORTA PARA COITÉ /CENTRO CULTURAL/ SALA DA SUPERINTENDENTE / INT / MANHÃ SONORA – Superintendente da Cultura e Cidadania, Marialva Carneiro, dia que a verba maior é na micareta por que é a festa mais tradicional. CORTA PARA COITÉ / MUSEU DO PALHAÇO / SALA / INT / TARDE SONORA – Carlos Neves, pesquisador cultural coiteense fala que não tem nada contra e que tal festa virou um mecanismo comercial. OFF – Cena da micareta com áudio original. CORTA PARA COITÉ /SERETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA/ SALA DA SECRETÁRIA / INT / MANHÃ SONORA – Secretaria de educação diz que pela organização da festa precisa-se de maior recurso. CORTA PARA COITÉ/RESIDENCIA DE VALQUÍRIA LIMA/INT/TARDE SONORA – Relata que o governo valoiza aquilo que reflete no imaginário popular. CORTA PARA OFF – Imagens da micareta com áudio original. CORTA PARA COITÉ /CENTRO CULTURAL/ SALA DA SUPERINTENDENTE / INT / MANHÃ
  • 49. SONORA – Superintendente da Cultura e Cidadania, Marialva Carneiro, diz que a festa que agrega maior número de pessoas. CORTA PARA COITÉ /GABINETE DO VEREADOR DANILO / INT / MANHÃ SONORA – Vereador Danilo fala que Coité entendeu historicamente cultura apenas como a micareta. CORTA PARA COITÉ /SERETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA/ SALA DA SECRETÁRIA / INT / MANHÃ SONORA – Secretaria de educação e cultura explica que pela grandeza da festa se investe mais dinheiro. CORTA PARA COITÉ /CENTRO CULTURAL/ SALA DA SUPERINTENDENTE / INT / MANHÃ SONORA – Superintendente da Cultura e Cidadania, Marialva Carneiro, rediz que é comum investir em festa que agrega maior número de pessoas. CORTA PARA COITÉ/RESIDENCIA DE VALQUÍRIA LIMA/INT/TARDE SONORA – A mestre em literatura e diversidade cultural, Valquíria Lima, diz que outras manifestações são muito importantes já que arrebatas corações de comunidades inteiras. CORTA PARA OFF – Samba de roda em áudio original. CORTA PARA COITÉ / MUSEU DO PALHAÇO / SALA / INT / TARDE SONORA – Carlos Neves, pesquisador cultural coiteense fala que agrada todo mundo principalmente o povo de outras cidades pouco sobra pra outras culturas. CORTA PARA
  • 50. COITÉ /GABINETE DO VEREADOR DANILO / INT / MANHÃ SONORA – Vereador Danilo fala que Coité historicamente concentrou verbas na micareta e que política cultural é muita mais ampla. CORTA PARA FÓRUM / SALA DO JUIZ / INT / DIA SONORA - Gerivaldo Alves Neiva- Juiz de Direito da Comarca de Conceição do Coité, surge dizendo que uma sociedade precisa ter políticas culturais que incentive a criatividade em todas as formas de expressão e que tenha um olho no passado e suas tradições. OFF – Sobre créditos atrelado as diversas imagens usadas na montagem do vídeo.