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IV CONGRESSO LATINO-AMERICANO DE PSICOLOGIA JUNGUIANA
                               Hotel Conrad Resort & Casino de Punta del Este
                                       De 2 a 7 de setembro de 2006.




                      DO SIMBÓLICO AO FISIOLÓGICO: DROGADIÇÃO REVISITADA


                                                                                                   Nassif, S.L.S1
Resumo
          A palestra amplifica a noção de símbolo e de função para englobar o subjetivo e o
objetivo e, a partir daí, descreve uma neurologia simbólica. A drogadição é então abordada
dentro do contexto emocional e bioquímico.
          A neurobiologia envolvida nos remete ao estudo do sistema dopaminérgico, das
áreas de reforço e os aspectos plásticos a que estão sujeitos. A construção de modelos
animais mais fidedignos nos permitem investigar funções exacerbadas pelo uso da droga
que podem ser indicativos para novos rumos na expansão do conhecimento.
          Na busca da compreensão desse entrecruzamento simbólico-fisiológico discutem-se
questões metodológicas de possíveis pressupostos teóricos, além das fronteiras
estabelecidas pela ciência, num tempo–espaço de interlocução sob um olhar processual.


Palavras-chave: símbolo; função estruturante; arquétipo matriarcal; arquétipo patriarcal; arquétipo
de alteridade; arquétipo de totalidade; neurologia simbólica; religiosidade; neurofisiologia;
dopamina; via mesocorticolímbica; reforço; neurotransmissor, ciência; metodologia; fronteira,
cognitivo; afetivo.


Drogadição questionamentos inter e transdisciplinares


                                                                             Deixai fora toda esperança, ó vós que entrais!
                                                                                                        Dante - Inferno, Canto III, 9


          Há que se ter coragem para esse confronto dos “opostos”, na busca de compreender o
entrecruzamento do simbólico com o fisiológico, seja na pesquisa básica como na pesquisa
clínica, seja no laboratório de pesquisa como no atendimento clínico, aqui representados -
simbólico e fisiológico - pela fala do Dr. Carlos Byington e da Dra. Carla Tieppo, cada qual em seu
campo de competência, em sua ciência.

1.
 Psicóloga, Educadora, Especialista em Neuropsicologia, Doutora em Ciências – Neurociência – UNIFESP. Av. Jurema, 602, apto 82 – Moema, CEP
04079 001, São Paulo, SP, Brasil - fone 55 11 5055 7877
E-mail: sl.nassif@uol.com.br
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       Dessa mesma ciência que teve inícios na modernidade com Galileu, ao propor a reunião
de dois campos do saber, antes totalmente separados. Reuniu a experimentação dos
procedimentos dos artesãos, com os raciocínios lógico e abstrato, próprio da filosofia e da
matemática, dando origem, deste modo, à metodologia científica atual (ANDERY, 2000). Dessa
ciência que vem se diferenciando em múltiplos campos de conhecimento, criando limites,
“fronteiras”, ao definir métodos e objetos de estudo particulares. Busco encontrar um espaço e
lugar de interlocução sem essas fronteiras a definir e diferenciar os campos do saber. Busco, em
especial, um lugar que se situe nas cercanias, nas “fronteirías” (Saiz,1998), nos interstícios, de um
território intermediário, numa zona cinzenta, de penumbra, onde tudo se mescla no ainda
potencial. Nas cercanias onde se desfaz o definido, onde se tem a permissão para desconstruir,
num lugar de transgressão que se


             “….constituye la frontera donde la frontera se extingue y se hace frontería, dando a
             lugar a lo Foucoult llama “el pensamiento del afuera”,… “una forma de pensamiento
             en la cual la interrogación de los límites reemplaza la búsqueda de totalidade y el
             accionar transgressivo reemplaza el movimiento de las contradicciones.” (Trigo,
             1991, p.90)


       De tal sorte que, se possam confrontar esses dois universos distintos de conhecimento -
simbólico e fisiológico – na busca de se encontrar uma interação do “Eu com o Outro” que leve em
conta o cognitivo e o afetivo sob um novo olhar, um olhar processual. Desse olhar de alteridade
(Byington, 1998) de um “sujeito”, ao mesmo tempo, ôntico e ontológico, que possa reformular
aquelas relações “sujeito e objeto”, características da ciência.
       Nesse tempo-espaço em que o pensamento hegemônico é quebrado, a competência do
domínio de conhecimento permanece e se produz o desapego das “verdades” que permitem a
abertura a novas possibilidades, num processo de mudanças que promove a ampliação e
amplificação do conhecimento (alteridade).
       É como se fosse preciso tecer uma trama nessa fissura do pensamento dualista dominante
de nossa cultura, que separou tão radicalmente os diferentes domínios do saber. De tal forma que
possamos estabelecer novas conexões em um sistema em rede que lide com a complexidade dos
fenômenos internos e externos e com a multiplicidade de olhares dos diferentes campos do
conhecimento.
       Esse desafio clama por propostas de solução ainda a serem formuladas, em uma visão
transdisciplinar que permita trazer a um só tempo e lugar a interlocução ampla das múltiplas
especificidades que exigem um processo elaborativo das mudanças a serem estabelecidas e que



                                                                                                   2
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                                         De 2 a 7 de setembro de 2006.


possam ser expandidas na relação Eu–Outro, no nível do individual ao coletivo, da personalidade
à cultura.
          Toda essa diversidade pode ser representada pela reunião dos pensadores em um mesmo
tempo e lugar que o pintor renascentista Rafael Sanzio retrata no afresco da Escola de Atenas,
pintado entre 1509 e 1510, da coleção exposta na Stanza della Segnatura - Vaticano.
          Há, portanto, necessidade de se re-dimensionar o olhar para a drogadição numa
convergência de compreensão desse foco que contemple as diferentes áreas do domínio do
saber, interligadas na busca de uma matriz comum, um fio condutor, que se disponha a interrogar
sobre as possibilidades de recuperação do sujeito, unindo teoria e pratica, clinica e pesquisa.


Referências Bibliográficas

ANDERY, M. A. (2000). Para compreender a ciência: uma perspectiva histórica. São Paulo: EDUC
BYINGTON, C. (1996). Arquétipo da Vida e o Arquétipo da Morte. Junguiana, v.14, p. 92-115.
___________        (2005). A Ética e o Funcionamento do Sistema Nervoso. Um Estudo da Psicologia Simbólica Junguiana. Jung & Corpo,
n° 5, p.101-110.
Byington, Carlos Am adeu Botelho (2004). A Construção Amorosa do Saber – Fundamento e Finalidade da Pedagogia Simbólica
Junguiana. São Paulo: W11 Editores.
FERNANDEZ-ESPEJO, E. (2006). The neurobiology od psychostimulant addiction. Review in Neurology, n. 43, v.3, p. 147-154.
HABER, S.N., FUDGE, J. L. & McFARLAND, N. R. (2000). Striatonigrostriatal pathways in prim ates form an ascending spiral from the
shell to the dorsalateral striatum. Journal of Neuroscience, n. 20, v. 6, p. 2369-2382.
NESTLER, E.J., FITZGERALD, L.W. & SELF, D.W. (1995). Neurobiology. In: OLDHAM, J.M., RIBA, M.B. (1995). Review of Psychiatry.
Washington: American Psychiatry Press.
SAIZ, M.E. (1998). América Latina: nuevos paradigmas, fronteiras e interstícios simbólicos. In”: Anais do I Congresso Latino –
Americano de Psicologia Analítica. Montevideo/ São Paulo: SBPA / Fundación de Psicologia Analítica Carl G. Jung Del Uruguay, p.93-
112
STEKETEE, J. D. (2005). Cortical mechanisms of cacaine sensitization. Critical Review in Neurobiology, n. 17, v. 2, p. 69-86.
TRIGO, Abril (1991). Fronteras de la epistemología: epistemologías de fronteras. Papeles de Montevideo: n. 1(junio) p. 90
WISE, R.A. (1996). Neurobiology of addiction. Current Opinion in Neurobiology, n. 6, p. 243-251.




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Drogadição Revisitada

  • 1. IV CONGRESSO LATINO-AMERICANO DE PSICOLOGIA JUNGUIANA Hotel Conrad Resort & Casino de Punta del Este De 2 a 7 de setembro de 2006. DO SIMBÓLICO AO FISIOLÓGICO: DROGADIÇÃO REVISITADA Nassif, S.L.S1 Resumo A palestra amplifica a noção de símbolo e de função para englobar o subjetivo e o objetivo e, a partir daí, descreve uma neurologia simbólica. A drogadição é então abordada dentro do contexto emocional e bioquímico. A neurobiologia envolvida nos remete ao estudo do sistema dopaminérgico, das áreas de reforço e os aspectos plásticos a que estão sujeitos. A construção de modelos animais mais fidedignos nos permitem investigar funções exacerbadas pelo uso da droga que podem ser indicativos para novos rumos na expansão do conhecimento. Na busca da compreensão desse entrecruzamento simbólico-fisiológico discutem-se questões metodológicas de possíveis pressupostos teóricos, além das fronteiras estabelecidas pela ciência, num tempo–espaço de interlocução sob um olhar processual. Palavras-chave: símbolo; função estruturante; arquétipo matriarcal; arquétipo patriarcal; arquétipo de alteridade; arquétipo de totalidade; neurologia simbólica; religiosidade; neurofisiologia; dopamina; via mesocorticolímbica; reforço; neurotransmissor, ciência; metodologia; fronteira, cognitivo; afetivo. Drogadição questionamentos inter e transdisciplinares Deixai fora toda esperança, ó vós que entrais! Dante - Inferno, Canto III, 9 Há que se ter coragem para esse confronto dos “opostos”, na busca de compreender o entrecruzamento do simbólico com o fisiológico, seja na pesquisa básica como na pesquisa clínica, seja no laboratório de pesquisa como no atendimento clínico, aqui representados - simbólico e fisiológico - pela fala do Dr. Carlos Byington e da Dra. Carla Tieppo, cada qual em seu campo de competência, em sua ciência. 1. Psicóloga, Educadora, Especialista em Neuropsicologia, Doutora em Ciências – Neurociência – UNIFESP. Av. Jurema, 602, apto 82 – Moema, CEP 04079 001, São Paulo, SP, Brasil - fone 55 11 5055 7877 E-mail: sl.nassif@uol.com.br
  • 2. IV CONGRESSO LATINO-AMERICANO DE PSICOLOGIA JUNGUIANA Hotel Conrad Resort & Casino de Punta del Este De 2 a 7 de setembro de 2006. Dessa mesma ciência que teve inícios na modernidade com Galileu, ao propor a reunião de dois campos do saber, antes totalmente separados. Reuniu a experimentação dos procedimentos dos artesãos, com os raciocínios lógico e abstrato, próprio da filosofia e da matemática, dando origem, deste modo, à metodologia científica atual (ANDERY, 2000). Dessa ciência que vem se diferenciando em múltiplos campos de conhecimento, criando limites, “fronteiras”, ao definir métodos e objetos de estudo particulares. Busco encontrar um espaço e lugar de interlocução sem essas fronteiras a definir e diferenciar os campos do saber. Busco, em especial, um lugar que se situe nas cercanias, nas “fronteirías” (Saiz,1998), nos interstícios, de um território intermediário, numa zona cinzenta, de penumbra, onde tudo se mescla no ainda potencial. Nas cercanias onde se desfaz o definido, onde se tem a permissão para desconstruir, num lugar de transgressão que se “….constituye la frontera donde la frontera se extingue y se hace frontería, dando a lugar a lo Foucoult llama “el pensamiento del afuera”,… “una forma de pensamiento en la cual la interrogación de los límites reemplaza la búsqueda de totalidade y el accionar transgressivo reemplaza el movimiento de las contradicciones.” (Trigo, 1991, p.90) De tal sorte que, se possam confrontar esses dois universos distintos de conhecimento - simbólico e fisiológico – na busca de se encontrar uma interação do “Eu com o Outro” que leve em conta o cognitivo e o afetivo sob um novo olhar, um olhar processual. Desse olhar de alteridade (Byington, 1998) de um “sujeito”, ao mesmo tempo, ôntico e ontológico, que possa reformular aquelas relações “sujeito e objeto”, características da ciência. Nesse tempo-espaço em que o pensamento hegemônico é quebrado, a competência do domínio de conhecimento permanece e se produz o desapego das “verdades” que permitem a abertura a novas possibilidades, num processo de mudanças que promove a ampliação e amplificação do conhecimento (alteridade). É como se fosse preciso tecer uma trama nessa fissura do pensamento dualista dominante de nossa cultura, que separou tão radicalmente os diferentes domínios do saber. De tal forma que possamos estabelecer novas conexões em um sistema em rede que lide com a complexidade dos fenômenos internos e externos e com a multiplicidade de olhares dos diferentes campos do conhecimento. Esse desafio clama por propostas de solução ainda a serem formuladas, em uma visão transdisciplinar que permita trazer a um só tempo e lugar a interlocução ampla das múltiplas especificidades que exigem um processo elaborativo das mudanças a serem estabelecidas e que 2
  • 3. IV CONGRESSO LATINO-AMERICANO DE PSICOLOGIA JUNGUIANA Hotel Conrad Resort & Casino de Punta del Este De 2 a 7 de setembro de 2006. possam ser expandidas na relação Eu–Outro, no nível do individual ao coletivo, da personalidade à cultura. Toda essa diversidade pode ser representada pela reunião dos pensadores em um mesmo tempo e lugar que o pintor renascentista Rafael Sanzio retrata no afresco da Escola de Atenas, pintado entre 1509 e 1510, da coleção exposta na Stanza della Segnatura - Vaticano. Há, portanto, necessidade de se re-dimensionar o olhar para a drogadição numa convergência de compreensão desse foco que contemple as diferentes áreas do domínio do saber, interligadas na busca de uma matriz comum, um fio condutor, que se disponha a interrogar sobre as possibilidades de recuperação do sujeito, unindo teoria e pratica, clinica e pesquisa. Referências Bibliográficas ANDERY, M. A. (2000). Para compreender a ciência: uma perspectiva histórica. São Paulo: EDUC BYINGTON, C. (1996). Arquétipo da Vida e o Arquétipo da Morte. Junguiana, v.14, p. 92-115. ___________ (2005). A Ética e o Funcionamento do Sistema Nervoso. Um Estudo da Psicologia Simbólica Junguiana. Jung & Corpo, n° 5, p.101-110. Byington, Carlos Am adeu Botelho (2004). A Construção Amorosa do Saber – Fundamento e Finalidade da Pedagogia Simbólica Junguiana. São Paulo: W11 Editores. FERNANDEZ-ESPEJO, E. (2006). The neurobiology od psychostimulant addiction. Review in Neurology, n. 43, v.3, p. 147-154. HABER, S.N., FUDGE, J. L. & McFARLAND, N. R. (2000). Striatonigrostriatal pathways in prim ates form an ascending spiral from the shell to the dorsalateral striatum. Journal of Neuroscience, n. 20, v. 6, p. 2369-2382. NESTLER, E.J., FITZGERALD, L.W. & SELF, D.W. (1995). Neurobiology. In: OLDHAM, J.M., RIBA, M.B. (1995). Review of Psychiatry. Washington: American Psychiatry Press. SAIZ, M.E. (1998). América Latina: nuevos paradigmas, fronteiras e interstícios simbólicos. In”: Anais do I Congresso Latino – Americano de Psicologia Analítica. Montevideo/ São Paulo: SBPA / Fundación de Psicologia Analítica Carl G. Jung Del Uruguay, p.93- 112 STEKETEE, J. D. (2005). Cortical mechanisms of cacaine sensitization. Critical Review in Neurobiology, n. 17, v. 2, p. 69-86. TRIGO, Abril (1991). Fronteras de la epistemología: epistemologías de fronteras. Papeles de Montevideo: n. 1(junio) p. 90 WISE, R.A. (1996). Neurobiology of addiction. Current Opinion in Neurobiology, n. 6, p. 243-251. 3