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um parresiasta no socialismo libertário∗
edson passetti∗
Resumo
Maurício Tragtenberg visto como um pensador e um professor parresiasta.. Como
parresiasta, afastou-se dos praticantes da retórica. Bombardeou o Estado e seu
princípio de necessidade.
Palavras chave: parresia, política,, socialismo, anarquismo
Abstract
Maurício Tragtenberg seen as a thinker and a "parresiasta" professor. As a
"parresiasta", he got away from the rhetoric followers. He bombed the State and
the principles of its necessity.
Key-words: parresia, politics, socialism, anarquism.
Mauricio Tragtenberg: nada fácil para quem aprecia classificações, ou para quem
deseja se ver como clássico. Mauricio Tragtenberg faz ruir os conceitos, os intelectuais e
os militantes que pretendem apanhá-lo como isso ou aquilo. Estranho, esse homem de fala
baixa, andar lento, milimétricos giros de cabeça, moroso em levantar o braço para apanhar
o cigarro no canto da boca — tão compassado que às vezes o cigarro apagava e a cinza se
equilibrava enquanto as palavras ditas produziam rumores —, estranho professor.
Para os socialistas e anarquistas, um leitor atento, um analista ácido e preciso, um
parceiro atraente e de quem não se abria mão. Uns chegavam mais próximos desse homem
livre, outros pegavam carona em suas caminhadas, conversas de bar, leituras. Todos
compartilhavam de suas indicações bibliográficas. Ele não se colocava acima, nem
abaixo. Estava ao lado dos que apreciavam intensificar liberdades. Por isso, ouviu os
liberais, leu muito Max Weber, e traduziu e organizou coletânea do sociólogo da

Apresentado no Colóquio Mauricio Tragtenberg, 10 anos de encantamento, sessão “O socialismo
libertário”, em 5 de novembro de 2008, São Paulo: TUCA.
∗
Edson Passetti é professor na Faculdade de Ciências Sociais da PUC-SP e coordenador do Nu-Sol
(Núcleo de Sociabilidade Libertária na Pós-Graduação em Ciências Sociais). Publicações recentes:
Anarquismo urgente (Rio de Janeiro: Achiamé,2007) e Anarquismos & educação (co-autoria com Acácio
Augusto, Belo Horizonte: Autêntica, 2008). Realiza aulas-teatro semestrais e coordena o anti-programa
ágora agora no Canal Universitário de São Paulo. É um dos editores da revista semestral autogestionária
verve, dos boletins eletrônicos hypomnemata e flecheira libertária (www.nu-sol.org).
ponto-e-vírgula, 4: 25 – 32, 2008
burocracia como um anti-burocrata. Com isso, mexeu na falta de teoria política no
marxismo, detonou a ditadura do proletariado, trouxe os anarquistas para o debate, pensou
em indicar uma teoria econômica para o anarquismo; foi um heterodoxo, um socialista
heterodoxo, como o título que deu a um de seus livros.
Parresiasta
Mauricio Tragtenberg é um parresiasta contemporâneo.
Sabe-se que a parresia, na antiga democracia ateniense, era uma atitude de homens
livres diante da verdade dos governantes1
. Era própria de homens que falavam
francamente com os superiores, interpondo verdades, sem medo de correr riscos. Sabiam
que estavam em condição de inferioridade e não temiam apresentar suas críticas e
verdades. Recusavam os aduladores, pois estes se prestavam a arruinar a democracia
tornando-se demagogos. A parresia era um exercício do cidadão diante da assembléia, do
discípulo perante o filósofo e se opunha à retórica, a arte de persuadir. Era sempre
proferida em lugar público afirmando o cidadão livre para a cidade livre, estabelecendo
relações de poder horizontais. O parresiasta não era uma pessoa fácil; era incisivo.
Depois, com a reação aristocrática à democracia, a parresia se alojou nas
proximidades dos governantes até chegar com o cristianismo a se transformar em conduta
guiada a Deus, por alguém a quem se confessava. No âmbito da filosofia foi a atitude
parresiasta que a instituiu, pretendendo apartar a verdade verdadeira e desinteressada da
verdade do governante. E foi assim que a verdade passou a funcionar como saber-poder de
uma era e que mais tarde se transmutou em saber-poder cristão. Séculos mais tarde ainda,
outras parresias apareceram para fazer funcionar não só mais relações históricas de saber-
poder, mas outras relações entre governo e verdade, implicando não só a oposição entre
razão moderna e religião, mas combinações cada vez mais próximas entre elas. Não
bastava mais aperfeiçoar o regime de direitos herdado do Iluminismo e da Revolução
Francesa por novas relações que superassem a propriedade privada e o capitalismo. A
atitude do parresiasta estava em mostrar as similitudes entre Deus e Razão moderna e
1
Michel Foucault. Coraje y verdad (“Fearless Speech”). In Thomás Abrahan El último Foucault. Buenos
Aires: Editorial Sudamericana, 2003, pp. 261-404.; A hermenêutica do sujeito. Tradução de Marcio A. da
Fonseca e Salma T. Muchail. São Paulo: Martins Fontes, 2004; Le government de soi et des autres. Paris:
Gallimard/Seuil, 2008.
ponto-e-vírgula, 4 26
dentro desta a atitude de risco em confrontar a condução das massas pela vanguarda. É
nesse instante que o parresiasta libertário aparece e que ao mesmo tempo ele é interpelado
pelo heterodoxo. Esse é o fluxo ao qual pertence o parresiasta Mauricio Tragtenberg.
Os anarquistas e muitos outros inventores de vida apareceram como parresiastas
contemporâneos retomando o risco de proferir a verdade não só diante dos governantes,
de adversários e inimigos, mesmo buscando a verdadeira filosofia desinteressada.
Viveram no limiar da ultrapassagem da era das Luzes. Levaram-nos para a fronteira, não
como condutores, mas como mestres na retaguarda. Não se trata, então, de meramente
situar Mauricio Tragtenberg entre os socialistas e anarquistas e no campo do contra-
posicionamento moderno. Isso é simples e facilmente calculado. Mas ele se encontra no
fluxo da diluição da oposição posicionamento/contra-posicionamento, ao lado e junto com
outros heterodoxos parresiastas, amigos da vida, livre entre iguais e diferentes, sem
pretender seguidores.
libertário
Quando Mauricio Tragtenberg notou a ausência de teoria política no marxismo,
estava atento para o fato que a ditadura do proletariado por sua própria condição levava à
ditadura. A promessa de liberdade pela ditadura, a substituição de uma classe dominante
por outra, a realização dos verdadeiros direitos e justiça social depois da revolução e a
condução pela vanguarda tinham tudo para dar em fracasso, em dominação burocrática,
em estatismo.
Leitor de Trotsky sabia da necessidade da revolução permanente, agora do proletariado
contra a burocracia. Leitor de Proudhon, a quem foi apresentado por Azis Simão, sabia
também que a revolução permanente não era um novo ato, mas uma criação constante de
liberdades contra a Revolução, ato contínuo de reposição do soberano, e se fez também
anti-trotskista2
.
2
“Tive também a influência de Aziz Simão. O primeiro presente que ele me deu foi um livro que ele
chamou de ‘livro universitário’, que era do Pirenne, História econômica e social da Idade Média. O
segundo presente foi para me chamar a atenção para Proudhon e outros socialistas não marxistas. Aziz me
mostrou que existia Proudhon, que era um pensador que tinha uma visão diferente da que se conhecia na
época, nos partidos marxistas, e que era importante conhecer. Então eu comecei a entrar em contato com a
obra de Proudhon. Naquela época, o Aziz Simão dava cursos sobre sindicatos ─ ele sempre se interessou
por sindicalismo ─ e eu estava no trotskismo. Então, à medida que eu começava a ler a ‘doutrina’ do
Florestan e começava a ler Proudhon, eu comecei a achar o trotskismo um stalinismo mais intelectualizado;
quero dizer, uma espécie de dogmatismo mais elaborado. (...) estruturalmente ele era apenas o stalinismo
ponto-e-vírgula, 4 27
Para uma revolução permanente faltava ao marxismo uma teoria política. E havia
uma teoria política própria ao entendimento do regime da legitimidade moderna, da
dominação capitalista sob a ética protestante, por meio de procedimentos impessoais: a
teoria política de Max Weber sobre a burocracia. Tagtenberg conhecia Nicos Poulantzas e
o seu renomado Poder político e classes sociais, em que este apresentava uma teoria
política ao marxismo por Weber, mas que podia, quando muito, desviar o domínio
socialista do modelo stalinista para o maoísta, ou mesmo como Charles Bettelhein em
Lutas de classe na União Soviética, constatar a aparição de nova classe dominante. À sua
maneira sabia notar como o preenchimento de uma teoria política no marxismo podia
levar a outras maneiras de governar e dominar em nome do proletariado. Mas com firmeza
e precisão nas páginas de Burocracia e ideologia, sua tese de doutoramento, Mauricio
Tragtenberg problematizou as substituições de modelos e deu pistas para o equívoco da
noção de socialismo real, com a qual os marxistas procuravam oxigenar a teoria da
revolução e o conceito de ditadura do proletariado. Naqueles anos 1960-1970 os marxistas
brasileiros começavam a aderir a Antonio Gramsci, como hoje caminham com Zigmund
Bauman, Slavj Zizek e os renovados Antonio Negri e Michael Hardt, democratizando o
leninismo com federalismo estadunidense em Império e Multidão. Por certo, Mauricio
Tragtenberg estaria rondando esses pensadores com sua heterodoxia.
Mas ele queria uma saída heterodoxa para os socialistas e os anarquistas.
Considerava a crítica à economia política de Marx científica e imprescindível. Em certo
sentido, apanhava o anarquismo de Bakunin bastante afeito às teses econômicas de Marx,
como mostrara Frank Harrisson em The modern State — que provavelmente Tragtenberg
desconhecia —, e o ajustava à contemporânea reflexão de Daniel Guérin — que conhecia
profundamente —, para quem era possível trazer libertarismo ao marxismo. Neste vaivém,
e balizado pela crítica anarquista à ditadura do proletariado, Mauricio pensou por
justaposição num marxismo libertário, fundindo, neste plano o socialismo científico de
Marx, sem ditadura do proletariado, com o anarquismo científico de Piotr Kropotkin. Esta
foi, neste ponto, sua contribuição heterodoxa ao pensamento e à prática socialistas.
com consciência ideológica.” Mauricio Tragtenberg. Memórias de um autodidata no Brasil. São Paulo:
Escuta, 1999, p. 50.
ponto-e-vírgula, 4 28
herético
Mas não pensem que no anarquismo só havia coisas boas aproveitáveis,
complementares, ou uma unidade indissolúvel. Mauricio chamava a atenção para as
múltiplas afinidades, um certo pluralismo na Anarquia, cujos efeitos no Brasil a partir do
anarco-sindicalismo o orientou para ser um crítico pertinente do velho e do nascente novo
sindicalismo brasileiro do final dos anos 1970.
Lidava com os anarquistas no Brasil com muita verve. Introduziu por meio da
parceria com a Editora Cortez escritos decisivos de Bakunin e Malatesta, sem deixar de
visitar a revolução makhnovista na Ucrânia e o desdobramento dos exilados pelo governo
revolucionário soviético na organização Dielo Trouda (Plataforma Organizacional dos
Comunistas Libertários, elaborada em 1926, na França), repleta de similaridades com os
bolchevistas; e também acompanhou a revolução espanhola com Diego Abad de Santillán,
pela Editora Brasiliense.
Tragtenberg, lendo Malatesta, lembrava a função de retaguarda dos intelectuais:
sua função de trabalho, crítica, atuação e pertinência para dissolver o condutor, o profeta,
o governante em cada um. Apostava no movimento, nas práticas refazendo a memória dos
anarquismos e inventando anarquias compatíveis com a época.
Anarquista como Bakunin, via na vanguarda a renovação da burocracia moderna,
assim como esta atualizava a vida hierárquica milenar dos sacerdotes egípcios e dos
mandarins chineses como Tragtenberg mostrara em seus estudos sobre o modo de
produção asiático. Como Bakunin, era um iluminista e adepto da ciência moderna; não a
desprezava, mas a preferia longe das organizações dos cientistas, epicentro dos novos
sacerdotes produtores da cientificidade impessoal e procedimental alimentadora da
dominação burocrática, com base tanto na ética da convicção quanto na ética da
responsabilidade. Enfim, havia um impossível mundo da liberdade com Estado, com
burocracia, com sacerdotes de Deus, da razão ou associados num pluralismo suspeito
como na atualidade.
O mundo da liberdade negativa dos liberais e da liberdade absoluta dos comunistas
só gerou dominação, campos de concentração e de extermínio, prisões, tribunais.
Tragtenberg não suportava campos de concentração para ninguém; tinha a sensibilidade
ponto-e-vírgula, 4 29
para reconhecer as diferenças entre os que foram pegos pelos campos de
concentração no Brasil ou no exterior, pelas ditaduras de direita e de esquerda.
A leitura e atualidade da Anarquia, para Tragtenberg, também trazia a necessidade
de se superar qualquer ortodoxia, atitude nada paradoxal aos anarquistas. Era — e é
preciso —, lembrava Mauricio, que a devoção se apagasse mesmo entre os anarquistas,
camuflada em grupos de afinidades e culto a personalidades. A liberdade, para ele, não
pode ser uma religião e os anarquistas devem abolir a ortodoxia na sua luta contra o
Estado. Concordando com Bakunin, para ele, só havia uma autoridade a ser respeitada:
autoridade do conhecimento exercida horizontalmente.
Tragtenberg foi nocivo ao anarquismo, mas nem tanto ao marxismo. Para este
trouxe a complementação da crítica à infraestrutura pelo pensamento superestrutural
libertário; nos anarquistas aplicou um xeque-mate com suas críticas às similitudes
vanguardistas, exercícios doutrinários e segmentações em nome da verdade. Para dar um
fim à representação, prática decisiva do combate anarquista, é preciso o indivíduo livre
para uma coletividade livre, como propunha a judia-russa-americana Emma Goldman.
Para a liberdade não há modelos ou modulações, somente experimentações.
Tragtenberg, pensador de fronteira expandida ou a ser suprimida, pressentia uma possível
convivência entre marxistas e anarquistas, e por isso, seu nome ficou associado ao
marxismo libertário. Entretanto, entre os anarquistas continua apreciado como um homem
livre que elaborou críticas internas preciosas às práticas libertárias. Foi um
experimentador, livre do rigor formal dos cientistas que ainda associam experimentação às
ciências físicas e à observação de fenômenos sob condições especiais — o que é pouco,
muito pouco diante da filosofia contemporânea; é quase nada diante das liberdades
anarquistas. Mas é muito em função da continuidade vanguardas e elites aninhadas em
comunidades científicas, governos, partidos e em organizações da sociedade civil. Eis um
efeito Mauricio Tragtenberg sobre mim, sobre nós.
delinqüente
Mauricio Tragtenberg também foi um professor heterodoxo, herético, destes que
fazem falta, hoje em dia, quando a universidade está tomada pelo professor currículo-
Lattes, repleto de ocupações com empregos, assessorias e mainstream. Eles
ponto-e-vírgula, 4 30
definitivamente politizaram a universidade. Segundo Martin Heidegger, depois de sua
passagem pela reitoria da universidade no governo nacional-socialista, a política na
universidade levaria à sua ruína. Independente do julgamento de Heidegger a política na
universidade a metamorfoseou — para relembrar Franz Kafka, obviamente muito
apreciado por Tragtenberg.
O raro pesquisador-professor transgressivo, cede o lugar aos burocratas titulados,
aplicadores de provas e que preparam alunos para concursos, empregos e serviços gerais:
formam para a empregabilidade. Noutras palavras, reféns de financiamentos externos e
convocados a participar de conselhos científicos ou a darem pareceres por mérito
competente, escudam-se na impessoalidade do procedimento para contemplar os pares e
estancarem os ímpares. Tragtenberg deu um nome especial para este tipo de intelectual,
pesquisador, professor: delinqüente acadêmico.
Sob o governo de uma comunidade refém dos financiamentos empresariais,
governamentais e não-governamentais, estes novos intelectuais redimensionam os
departamentos segundo o critério pluralista e acomodam ou acirram conflitos entre
conservadores, liberais e socialistas remanescentes. Fora disso, nada cabe no pluralismo,
ou o novo nome da unidade unificadora e que propõe uma inclusão cabotina. Os
departamentos passam a funcionar segundo regras claras de atuação e fiscalização entre
pares em órgãos governamentais e fundações e são transformados em espaços de
administração do saber. E como lembrou Tragtenberg o saber da administração é mortal
porque produz poder que intercepta as novidades e normaliza. A administração
democrática ou pelo mérito, indistintamente, mitifica as diferenças numa uniformidade e
tende a gerar um padrão pluralista cuja meta é suprimir os socialistas e o que restou de
anarquistas. A perseguição do ideal democrático da poliarquia tende a encontrar
adequação entre conceito e história. Contudo, permanece uma abstração e só existe na
realidade por meio de composições, como o uso de um tipo ideal. Mundo do a priori, da
vitória de Max Weber, não muitas vezes, também travestido de socialista. O professor
Tragtenberg, também não raras vezes, disparava: “O pluralismo é o refúgio preferido do
conservador”.
ponto-e-vírgula, 4 31
verve
Mauricio Tragtenberg fez sua existência apartada da retórica, compôs com as
forças políticas anti-autoritárias, segundo os acontecimentos — recordo-me, em especial,
sua atenção para o voto de protesto no MDB (Movimento Democrático Brasileiro), em
1974, contra a ditadura militar e seu partido da ordem, a ARENA (Aliança Renovadora
Nacional). Sabia que até hoje só se acaba com ditaduras por meio de lutas políticas sob o
comando dos democratas. Queria mais, como todos nós, mas sabia o que vinha pela frente
na história.
Como um parresiasta se afastou dos praticantes da retórica porque eles desejam
comandar e dependem do amor dos obedientes. Como um parresiasta político bombardeou
o Estado e seu princípio de necessidade, do melhor dos governos, da verdade
desinteressada dos governantes. Como parresiasta histórico e libertário problematizou o
marxismo e o anarquismo e não julgou ninguém, porque sabia, junto com os jovens
anarco-terroristas que sob o governo de Estado e da propriedade ninguém é inocente! Nem
ele, que nunca esteve disponível a ser São Isso ou São Aquilo.
Suas recomendações permanecem atuais e ainda vibram a vida.
ponto-e-vírgula, 4 32

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Um Parresiasta no Socialismo Libertário - Edson Passetti

  • 1. um parresiasta no socialismo libertário∗ edson passetti∗ Resumo Maurício Tragtenberg visto como um pensador e um professor parresiasta.. Como parresiasta, afastou-se dos praticantes da retórica. Bombardeou o Estado e seu princípio de necessidade. Palavras chave: parresia, política,, socialismo, anarquismo Abstract Maurício Tragtenberg seen as a thinker and a "parresiasta" professor. As a "parresiasta", he got away from the rhetoric followers. He bombed the State and the principles of its necessity. Key-words: parresia, politics, socialism, anarquism. Mauricio Tragtenberg: nada fácil para quem aprecia classificações, ou para quem deseja se ver como clássico. Mauricio Tragtenberg faz ruir os conceitos, os intelectuais e os militantes que pretendem apanhá-lo como isso ou aquilo. Estranho, esse homem de fala baixa, andar lento, milimétricos giros de cabeça, moroso em levantar o braço para apanhar o cigarro no canto da boca — tão compassado que às vezes o cigarro apagava e a cinza se equilibrava enquanto as palavras ditas produziam rumores —, estranho professor. Para os socialistas e anarquistas, um leitor atento, um analista ácido e preciso, um parceiro atraente e de quem não se abria mão. Uns chegavam mais próximos desse homem livre, outros pegavam carona em suas caminhadas, conversas de bar, leituras. Todos compartilhavam de suas indicações bibliográficas. Ele não se colocava acima, nem abaixo. Estava ao lado dos que apreciavam intensificar liberdades. Por isso, ouviu os liberais, leu muito Max Weber, e traduziu e organizou coletânea do sociólogo da  Apresentado no Colóquio Mauricio Tragtenberg, 10 anos de encantamento, sessão “O socialismo libertário”, em 5 de novembro de 2008, São Paulo: TUCA. ∗ Edson Passetti é professor na Faculdade de Ciências Sociais da PUC-SP e coordenador do Nu-Sol (Núcleo de Sociabilidade Libertária na Pós-Graduação em Ciências Sociais). Publicações recentes: Anarquismo urgente (Rio de Janeiro: Achiamé,2007) e Anarquismos & educação (co-autoria com Acácio Augusto, Belo Horizonte: Autêntica, 2008). Realiza aulas-teatro semestrais e coordena o anti-programa ágora agora no Canal Universitário de São Paulo. É um dos editores da revista semestral autogestionária verve, dos boletins eletrônicos hypomnemata e flecheira libertária (www.nu-sol.org). ponto-e-vírgula, 4: 25 – 32, 2008
  • 2. burocracia como um anti-burocrata. Com isso, mexeu na falta de teoria política no marxismo, detonou a ditadura do proletariado, trouxe os anarquistas para o debate, pensou em indicar uma teoria econômica para o anarquismo; foi um heterodoxo, um socialista heterodoxo, como o título que deu a um de seus livros. Parresiasta Mauricio Tragtenberg é um parresiasta contemporâneo. Sabe-se que a parresia, na antiga democracia ateniense, era uma atitude de homens livres diante da verdade dos governantes1 . Era própria de homens que falavam francamente com os superiores, interpondo verdades, sem medo de correr riscos. Sabiam que estavam em condição de inferioridade e não temiam apresentar suas críticas e verdades. Recusavam os aduladores, pois estes se prestavam a arruinar a democracia tornando-se demagogos. A parresia era um exercício do cidadão diante da assembléia, do discípulo perante o filósofo e se opunha à retórica, a arte de persuadir. Era sempre proferida em lugar público afirmando o cidadão livre para a cidade livre, estabelecendo relações de poder horizontais. O parresiasta não era uma pessoa fácil; era incisivo. Depois, com a reação aristocrática à democracia, a parresia se alojou nas proximidades dos governantes até chegar com o cristianismo a se transformar em conduta guiada a Deus, por alguém a quem se confessava. No âmbito da filosofia foi a atitude parresiasta que a instituiu, pretendendo apartar a verdade verdadeira e desinteressada da verdade do governante. E foi assim que a verdade passou a funcionar como saber-poder de uma era e que mais tarde se transmutou em saber-poder cristão. Séculos mais tarde ainda, outras parresias apareceram para fazer funcionar não só mais relações históricas de saber- poder, mas outras relações entre governo e verdade, implicando não só a oposição entre razão moderna e religião, mas combinações cada vez mais próximas entre elas. Não bastava mais aperfeiçoar o regime de direitos herdado do Iluminismo e da Revolução Francesa por novas relações que superassem a propriedade privada e o capitalismo. A atitude do parresiasta estava em mostrar as similitudes entre Deus e Razão moderna e 1 Michel Foucault. Coraje y verdad (“Fearless Speech”). In Thomás Abrahan El último Foucault. Buenos Aires: Editorial Sudamericana, 2003, pp. 261-404.; A hermenêutica do sujeito. Tradução de Marcio A. da Fonseca e Salma T. Muchail. São Paulo: Martins Fontes, 2004; Le government de soi et des autres. Paris: Gallimard/Seuil, 2008. ponto-e-vírgula, 4 26
  • 3. dentro desta a atitude de risco em confrontar a condução das massas pela vanguarda. É nesse instante que o parresiasta libertário aparece e que ao mesmo tempo ele é interpelado pelo heterodoxo. Esse é o fluxo ao qual pertence o parresiasta Mauricio Tragtenberg. Os anarquistas e muitos outros inventores de vida apareceram como parresiastas contemporâneos retomando o risco de proferir a verdade não só diante dos governantes, de adversários e inimigos, mesmo buscando a verdadeira filosofia desinteressada. Viveram no limiar da ultrapassagem da era das Luzes. Levaram-nos para a fronteira, não como condutores, mas como mestres na retaguarda. Não se trata, então, de meramente situar Mauricio Tragtenberg entre os socialistas e anarquistas e no campo do contra- posicionamento moderno. Isso é simples e facilmente calculado. Mas ele se encontra no fluxo da diluição da oposição posicionamento/contra-posicionamento, ao lado e junto com outros heterodoxos parresiastas, amigos da vida, livre entre iguais e diferentes, sem pretender seguidores. libertário Quando Mauricio Tragtenberg notou a ausência de teoria política no marxismo, estava atento para o fato que a ditadura do proletariado por sua própria condição levava à ditadura. A promessa de liberdade pela ditadura, a substituição de uma classe dominante por outra, a realização dos verdadeiros direitos e justiça social depois da revolução e a condução pela vanguarda tinham tudo para dar em fracasso, em dominação burocrática, em estatismo. Leitor de Trotsky sabia da necessidade da revolução permanente, agora do proletariado contra a burocracia. Leitor de Proudhon, a quem foi apresentado por Azis Simão, sabia também que a revolução permanente não era um novo ato, mas uma criação constante de liberdades contra a Revolução, ato contínuo de reposição do soberano, e se fez também anti-trotskista2 . 2 “Tive também a influência de Aziz Simão. O primeiro presente que ele me deu foi um livro que ele chamou de ‘livro universitário’, que era do Pirenne, História econômica e social da Idade Média. O segundo presente foi para me chamar a atenção para Proudhon e outros socialistas não marxistas. Aziz me mostrou que existia Proudhon, que era um pensador que tinha uma visão diferente da que se conhecia na época, nos partidos marxistas, e que era importante conhecer. Então eu comecei a entrar em contato com a obra de Proudhon. Naquela época, o Aziz Simão dava cursos sobre sindicatos ─ ele sempre se interessou por sindicalismo ─ e eu estava no trotskismo. Então, à medida que eu começava a ler a ‘doutrina’ do Florestan e começava a ler Proudhon, eu comecei a achar o trotskismo um stalinismo mais intelectualizado; quero dizer, uma espécie de dogmatismo mais elaborado. (...) estruturalmente ele era apenas o stalinismo ponto-e-vírgula, 4 27
  • 4. Para uma revolução permanente faltava ao marxismo uma teoria política. E havia uma teoria política própria ao entendimento do regime da legitimidade moderna, da dominação capitalista sob a ética protestante, por meio de procedimentos impessoais: a teoria política de Max Weber sobre a burocracia. Tagtenberg conhecia Nicos Poulantzas e o seu renomado Poder político e classes sociais, em que este apresentava uma teoria política ao marxismo por Weber, mas que podia, quando muito, desviar o domínio socialista do modelo stalinista para o maoísta, ou mesmo como Charles Bettelhein em Lutas de classe na União Soviética, constatar a aparição de nova classe dominante. À sua maneira sabia notar como o preenchimento de uma teoria política no marxismo podia levar a outras maneiras de governar e dominar em nome do proletariado. Mas com firmeza e precisão nas páginas de Burocracia e ideologia, sua tese de doutoramento, Mauricio Tragtenberg problematizou as substituições de modelos e deu pistas para o equívoco da noção de socialismo real, com a qual os marxistas procuravam oxigenar a teoria da revolução e o conceito de ditadura do proletariado. Naqueles anos 1960-1970 os marxistas brasileiros começavam a aderir a Antonio Gramsci, como hoje caminham com Zigmund Bauman, Slavj Zizek e os renovados Antonio Negri e Michael Hardt, democratizando o leninismo com federalismo estadunidense em Império e Multidão. Por certo, Mauricio Tragtenberg estaria rondando esses pensadores com sua heterodoxia. Mas ele queria uma saída heterodoxa para os socialistas e os anarquistas. Considerava a crítica à economia política de Marx científica e imprescindível. Em certo sentido, apanhava o anarquismo de Bakunin bastante afeito às teses econômicas de Marx, como mostrara Frank Harrisson em The modern State — que provavelmente Tragtenberg desconhecia —, e o ajustava à contemporânea reflexão de Daniel Guérin — que conhecia profundamente —, para quem era possível trazer libertarismo ao marxismo. Neste vaivém, e balizado pela crítica anarquista à ditadura do proletariado, Mauricio pensou por justaposição num marxismo libertário, fundindo, neste plano o socialismo científico de Marx, sem ditadura do proletariado, com o anarquismo científico de Piotr Kropotkin. Esta foi, neste ponto, sua contribuição heterodoxa ao pensamento e à prática socialistas. com consciência ideológica.” Mauricio Tragtenberg. Memórias de um autodidata no Brasil. São Paulo: Escuta, 1999, p. 50. ponto-e-vírgula, 4 28
  • 5. herético Mas não pensem que no anarquismo só havia coisas boas aproveitáveis, complementares, ou uma unidade indissolúvel. Mauricio chamava a atenção para as múltiplas afinidades, um certo pluralismo na Anarquia, cujos efeitos no Brasil a partir do anarco-sindicalismo o orientou para ser um crítico pertinente do velho e do nascente novo sindicalismo brasileiro do final dos anos 1970. Lidava com os anarquistas no Brasil com muita verve. Introduziu por meio da parceria com a Editora Cortez escritos decisivos de Bakunin e Malatesta, sem deixar de visitar a revolução makhnovista na Ucrânia e o desdobramento dos exilados pelo governo revolucionário soviético na organização Dielo Trouda (Plataforma Organizacional dos Comunistas Libertários, elaborada em 1926, na França), repleta de similaridades com os bolchevistas; e também acompanhou a revolução espanhola com Diego Abad de Santillán, pela Editora Brasiliense. Tragtenberg, lendo Malatesta, lembrava a função de retaguarda dos intelectuais: sua função de trabalho, crítica, atuação e pertinência para dissolver o condutor, o profeta, o governante em cada um. Apostava no movimento, nas práticas refazendo a memória dos anarquismos e inventando anarquias compatíveis com a época. Anarquista como Bakunin, via na vanguarda a renovação da burocracia moderna, assim como esta atualizava a vida hierárquica milenar dos sacerdotes egípcios e dos mandarins chineses como Tragtenberg mostrara em seus estudos sobre o modo de produção asiático. Como Bakunin, era um iluminista e adepto da ciência moderna; não a desprezava, mas a preferia longe das organizações dos cientistas, epicentro dos novos sacerdotes produtores da cientificidade impessoal e procedimental alimentadora da dominação burocrática, com base tanto na ética da convicção quanto na ética da responsabilidade. Enfim, havia um impossível mundo da liberdade com Estado, com burocracia, com sacerdotes de Deus, da razão ou associados num pluralismo suspeito como na atualidade. O mundo da liberdade negativa dos liberais e da liberdade absoluta dos comunistas só gerou dominação, campos de concentração e de extermínio, prisões, tribunais. Tragtenberg não suportava campos de concentração para ninguém; tinha a sensibilidade ponto-e-vírgula, 4 29
  • 6. para reconhecer as diferenças entre os que foram pegos pelos campos de concentração no Brasil ou no exterior, pelas ditaduras de direita e de esquerda. A leitura e atualidade da Anarquia, para Tragtenberg, também trazia a necessidade de se superar qualquer ortodoxia, atitude nada paradoxal aos anarquistas. Era — e é preciso —, lembrava Mauricio, que a devoção se apagasse mesmo entre os anarquistas, camuflada em grupos de afinidades e culto a personalidades. A liberdade, para ele, não pode ser uma religião e os anarquistas devem abolir a ortodoxia na sua luta contra o Estado. Concordando com Bakunin, para ele, só havia uma autoridade a ser respeitada: autoridade do conhecimento exercida horizontalmente. Tragtenberg foi nocivo ao anarquismo, mas nem tanto ao marxismo. Para este trouxe a complementação da crítica à infraestrutura pelo pensamento superestrutural libertário; nos anarquistas aplicou um xeque-mate com suas críticas às similitudes vanguardistas, exercícios doutrinários e segmentações em nome da verdade. Para dar um fim à representação, prática decisiva do combate anarquista, é preciso o indivíduo livre para uma coletividade livre, como propunha a judia-russa-americana Emma Goldman. Para a liberdade não há modelos ou modulações, somente experimentações. Tragtenberg, pensador de fronteira expandida ou a ser suprimida, pressentia uma possível convivência entre marxistas e anarquistas, e por isso, seu nome ficou associado ao marxismo libertário. Entretanto, entre os anarquistas continua apreciado como um homem livre que elaborou críticas internas preciosas às práticas libertárias. Foi um experimentador, livre do rigor formal dos cientistas que ainda associam experimentação às ciências físicas e à observação de fenômenos sob condições especiais — o que é pouco, muito pouco diante da filosofia contemporânea; é quase nada diante das liberdades anarquistas. Mas é muito em função da continuidade vanguardas e elites aninhadas em comunidades científicas, governos, partidos e em organizações da sociedade civil. Eis um efeito Mauricio Tragtenberg sobre mim, sobre nós. delinqüente Mauricio Tragtenberg também foi um professor heterodoxo, herético, destes que fazem falta, hoje em dia, quando a universidade está tomada pelo professor currículo- Lattes, repleto de ocupações com empregos, assessorias e mainstream. Eles ponto-e-vírgula, 4 30
  • 7. definitivamente politizaram a universidade. Segundo Martin Heidegger, depois de sua passagem pela reitoria da universidade no governo nacional-socialista, a política na universidade levaria à sua ruína. Independente do julgamento de Heidegger a política na universidade a metamorfoseou — para relembrar Franz Kafka, obviamente muito apreciado por Tragtenberg. O raro pesquisador-professor transgressivo, cede o lugar aos burocratas titulados, aplicadores de provas e que preparam alunos para concursos, empregos e serviços gerais: formam para a empregabilidade. Noutras palavras, reféns de financiamentos externos e convocados a participar de conselhos científicos ou a darem pareceres por mérito competente, escudam-se na impessoalidade do procedimento para contemplar os pares e estancarem os ímpares. Tragtenberg deu um nome especial para este tipo de intelectual, pesquisador, professor: delinqüente acadêmico. Sob o governo de uma comunidade refém dos financiamentos empresariais, governamentais e não-governamentais, estes novos intelectuais redimensionam os departamentos segundo o critério pluralista e acomodam ou acirram conflitos entre conservadores, liberais e socialistas remanescentes. Fora disso, nada cabe no pluralismo, ou o novo nome da unidade unificadora e que propõe uma inclusão cabotina. Os departamentos passam a funcionar segundo regras claras de atuação e fiscalização entre pares em órgãos governamentais e fundações e são transformados em espaços de administração do saber. E como lembrou Tragtenberg o saber da administração é mortal porque produz poder que intercepta as novidades e normaliza. A administração democrática ou pelo mérito, indistintamente, mitifica as diferenças numa uniformidade e tende a gerar um padrão pluralista cuja meta é suprimir os socialistas e o que restou de anarquistas. A perseguição do ideal democrático da poliarquia tende a encontrar adequação entre conceito e história. Contudo, permanece uma abstração e só existe na realidade por meio de composições, como o uso de um tipo ideal. Mundo do a priori, da vitória de Max Weber, não muitas vezes, também travestido de socialista. O professor Tragtenberg, também não raras vezes, disparava: “O pluralismo é o refúgio preferido do conservador”. ponto-e-vírgula, 4 31
  • 8. verve Mauricio Tragtenberg fez sua existência apartada da retórica, compôs com as forças políticas anti-autoritárias, segundo os acontecimentos — recordo-me, em especial, sua atenção para o voto de protesto no MDB (Movimento Democrático Brasileiro), em 1974, contra a ditadura militar e seu partido da ordem, a ARENA (Aliança Renovadora Nacional). Sabia que até hoje só se acaba com ditaduras por meio de lutas políticas sob o comando dos democratas. Queria mais, como todos nós, mas sabia o que vinha pela frente na história. Como um parresiasta se afastou dos praticantes da retórica porque eles desejam comandar e dependem do amor dos obedientes. Como um parresiasta político bombardeou o Estado e seu princípio de necessidade, do melhor dos governos, da verdade desinteressada dos governantes. Como parresiasta histórico e libertário problematizou o marxismo e o anarquismo e não julgou ninguém, porque sabia, junto com os jovens anarco-terroristas que sob o governo de Estado e da propriedade ninguém é inocente! Nem ele, que nunca esteve disponível a ser São Isso ou São Aquilo. Suas recomendações permanecem atuais e ainda vibram a vida. ponto-e-vírgula, 4 32