Luteranismo, calvinismo, anglicanismo e a contrarreforma
1.
2. Luteranismo é o nome dado a religião protestante criada por
Martino Lutero (1483-1546). Ele era um sacerdote da Igreja
Católica quando se revoltou contra a prática da indulgência
(comprar o perdão), publicando as 95 teses. Entre estas, a
base do luteranismo, e que vai contra a Igreja é de que a
salvação se daria somente pela fé. E não pela fé e boas obras,
conforme dizia o catolicismo.
Ele também traduziu a Bíblia para o alemão, que até então só
era lida em latim e defendeu sua livre interpretação (antes só
era interpretada pelos sacerdotes).
Com suas 95 teses publicadas, Lutero foi excomungado pelo
Papa Leão X, em 1521.
3. Com isso, Lutero se mudou para uma área onde lhe era
permitido praticar suas crenças.
Naquela época, a Alemanha era parte do Sacro Império
Romano-Germânico , e em 1546 o imperador católico Carlos
V foi à guerra contra os territórios que apoiavam Lutero.
Saiu vencedor, mas o conflito continuou até 1555. Nesse ano,
uma assembleia especial do império se reuniu e fez um
acordo chamado Paz de Augsburgo, segundo o qual a nova
religião seria permitida. A nova Igreja logo se espalhou pela
maior parte da Alemanha e pela Escandinávia, onde foi
estabelecida por lei.
Lutero aderiu apenas a dois dos sacramentos da Igreja
Católica: o batismo e a Eucaristia.
Com a conquista de novos territórios pelos europeus e a
fundação de colônias nas terras conquistadas, o luteranismo
se espalhou ainda mais.
Hoje, mais de 65 milhões de pessoas seguem o luteranismo
no mundo todo.
5. O Calvinismo foi a doutrina protestante criada por João
Calvino, que aderiu às ideias de Martino Luterano dando a
elas um caráter mais radical e burguês.
Calvino criou uma nova proposta religiosa, realizando-a
primeiramente em Genebra, na Suíça. Na França, os
seguidores são chamados de huguenotes, na Inglaterra, de
presbiterianos.
O Calvinismo, desde meados do século XVII era o grupo
protestante mais numeroso na Inglaterra, tendo como
destaque os puritanos representados principalmente pela
média burguesia, contrária à religião anglicana, também
protestante. Os presbiterianos tinham um comportamento
mais moderado, os quais eram formados pela alta burguesia e
por latifundiários.
6. O grupo mais radical era constituído pelos anabatistas.
Eram formados por artesãos e camponeses pobres, que
sofriam perseguição pelos anglicanos e eram
discriminados pelos puritanos, que consideravam a
pobreza como uma condenação de Deus.
Segundo a teologia do Calvinismo, o homem está
destinado a ser salvo ou condenado. Essa teologia foi
amplamente aceita por grupos insatisfeitos com a Igreja
Católica, tal como a nobreza e a burguesia, já que a posse
de terras da Igreja e a luta desta contra a
cobrança exagerada de lucros por parte dos burgueses,
vinha sendo duramente atacada.
7. Por isso, o Calvinismo obteve um grande aumento de
seguidores, principalmente burgueses, pois estes defendiam
que quanto mais “privilegiada” uma pessoa fosse (os mais
ricos, com mais posses) seriam então as pessoas escolhidas
para a salvação. E, ao contrário disto, os pobres e
desafortunados eram escolhidos para a condenação.
Eram contra o livre-arbítrio, onde o individuo, através da
liberdade e autonomia sobre seus atos destinava sua
condenação ou salvação.
A doutrina calvinista ainda era mais rígida do que a luterana,
pois não admitia que seus adeptos ostentassem luxo ou
riqueza, jogassem cartas ou dançassem em bailes. Também
deveriam se vestir com moderação e sobriedade.
Como no movimento luterano, os calvinistas aderiram apenas
a dois dos sacramentos da Igreja Católica: o batismo e a
Eucaristia.
9. A Igreja Anglicana foi criada na Inglaterra pelo rei Henrique
VIII (1491 – 1547) quando, no ano de 1527, o rei inglês exigiu
que o papa anulasse seu casamento com a rainha espanhola
Catarina de Aragão. Henrique VIII alegava que sua esposa não
teve condições para lhe oferecer um herdeiro forte e saudável
que desse continuidade à sua dinastia.
O papa Clemente VII resolveu não aceitar o divórcio do rei
Henrique VIII. Isso porque o tio de Catarina de Aragão, o rei
Carlos V, estava auxiliando a Igreja contra o avanço dos
luteranos no Sacro Império Romano Germânico.
Inconformado com a indiferença papal, Henrique VIII
obrigou o Parlamento britânico a votar uma série de leis que
colocavam a Igreja sob o controle do Estado. No ano de 1534,
o chamado Ato de Supremacia criou a Igreja Anglicana.
10. Segundo as regras da nova Igreja, o rei possuía autoridade sob
a Igreja da Inglaterra . A partir dessa nova medida, Henrique
VIII casou-se com a jovem Ana Bolena. Além disso, essa
medida fez com que nobres, fazendeiros e a burguesia
mercantil passassem a exercer maior influência política, pois
o rei Henrique VII realizou a expropriação e a venda dos
feudos pertencentes aos clérigos católicos.
Eduardo VI, que era filho e sucessor de Henrique VIII,
morreu ainda criança. Por isso, quem assumiu o trono foi
Maria Tudor, filha de Catarina de Aragão. Maria Tudor
buscou restaurar o catolicismo e perseguiu os protestantes.
Durante seu reinado (1547-1558) surgiram vários conflitos
político-religiosos, que só acabaram quando Elisabeth I, filha
de Henrique VIII com Ana Bolena, assumiu o trono na
Inglaterra.
11. A nova rainha oficializou a religião anglicana por meio
de dois atos:
O Bill da Uniformidade ( que criava a liturgia
anglicana);
E o Rui dos 39 Artigos ( que fundamentava a fé
anglicana).
Esses atos visavam minimizar a possibilidade de um
conflito religioso que desestabilizasse a sociedade
britânica. No seu governo foi assinado o Segundo Ato de
Supremacia, que reafirmou a autonomia religiosa da
Inglaterra frente à Igreja Católica.
13. Em meados do século XVI a igreja católica estava
passando por uma forte crise : ela perdera metade da
Alemanha, toda a Inglaterra e os países escandinavos;
estava em recuo na França, nos Países Baixos, na Áustria,
na Boêmia e na Hungria. Em contrapartida, o
protestantismo e as novas religiões surgidas na Europa
ganharam força , como, por exemplo, o Luteranismo, o
Calvinismo e o Anglicanismo.
A contrarreforma, ou Reforma Católica, foi uma barreira
criada pela Igreja para tentar conter os avanços
do protestantismo.
14. As principais atitudes tomadas durante a contrarreforma:
Retorno da Inquisição: tinha como objetivo vigiar,
perseguir, prender e punir aqueles que não estavam
seguindo a doutrina católica. Milhares de protestantes,
judeus e integrantes de outras religiões foram perseguidos e
punidos pelo Tribunal do Santo Ofício.
Criação da Companhia de Jesus: os integrantes desta
companhia eram os jesuítas. Estes foram encaminhados aos
continentes africano, americano e asiático. Tinham como
objetivo principal transformar os nativos em novos
católicos, através da catequização.
15. Criação do Índice de Livros Proibidos (Index Librorium
Proibitorium): relação de livros contrários aos dogmas e
idéias defendidas pela Igreja Católica. Os livros
apreendidos eram queimados. Quem fosse pego com
materiais deste tipo receberia punições severas. Vários
escritores, muitos deles cientistas, foram presos e
condenados por escreverem livros com idéias não aceitas
pelos católicos. Era uma forma de barrar o avanço de outras
doutrinas e manter o controle cultural nas mãos da Igreja
Católica.
Concílio de Trento (1545-1563): reafirmação dos dogmas e
sacramentos católicos através do convocado pelo papa
Paulo III.
17. Centro de Educação Objetivo
Professor: André Bozzetto Jr.
Aluno: Guilherme Cardozo da Silva
Série: 1º ano do E.M
LUTERANISMO, CALVINISMO,
ANGLICANISMO E A CONTRARREFORMA
CATÓLICA
Pinhalzinho, 22 de maio de 2014.