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Paiva Netto escreve sobre fato histórico no Brasil
Educação A inovadora Pedagogia da LBV repercute em série de eventos na Europa e na América Latina

LBV DE MÃOS DADAS COM A COMUNIDADE

Brasil unido por um

Margareth
Menezes

Nívea
Stelmann

Rogério
Flausino

Marcos
Pasquim

Eliana
Pittman

Isabelle
Drummond

D’Black

Tatau

Natal mais solidário

Renato
Prieto

Rosemary

e sem miséria

RECORDE Campanha da LBV distribui 1,2 milhão de quilos de
alimentos a mais de 70 mil famílias de baixa renda, renovando a
Esperança e a Boa Vontade nas almas por um feliz 2011.
IBGE Pesquisa recente revela que insegurança alimentar diminui,
mas ainda atinge 30,2% dos domicílios brasileiros.

Inclusão Social Os desafios das pessoas com deficiência para ingressar no mercado de trabalho
Comemoração Peregrinos do Brasil e exterior
festejam os 21 anos do Templo da Boa Vontade

homenagem O mundo celebra os 70 anos
de Pelé, o rei do sonho canarinho
Sumário

8

46

Paiva Netto escreve:
“Fato histórico”.

Epidemia do século — Número de diabéticos deve
aumentar 54% nos próximos 20 anos

	 8	
12	
20	
2
	 3	
24	

12

miriam Leitão
Lançamento do livro
Convém sonhar

12

Sérgio Abranches
Nova obra
Copenhague: Antes
e depois.

13

Renato Aragão
50 anos
de Didi Mocó

Fato Histórico
Cartas, e-mails, livros e registros
MULHERES NA MÍDIA
Opinião Esportiva por José Carlos Araújo
Futebol

2
 7	
28	

Acontece em são paulo
Abrindo o coração

Paiva Netto

Rei do sonho canarinho — O mundo festeja os 70 anos de Pelé
Brasilidade à baiana — Margareth Menezes pede mais atenção às
raízes do povo

34	
36	

acontece na bahia
Inclusão social

40	

terceiro setor

Caminhos abertos — Mercado de trabalho absorve número cada vez
maior de pessoas com deficiência
• Solidariedade globalizada — Conferência internacional debate
tema (p. 40)
• Avanços na questão social — Congresso discute papel do Terceiro
Setor e atuação do MP na proteção dos direitos sociais (p. 43)

46	 saúde

13

15

Ubiratan Aguiar
Júlia Lemmertz
Poesia em título e CD Biografia homenageia
a atriz Lilian
Lemmertz

16

Siro darlan
Desembargador
autografa seu livro
sobre adoção

50	

• Epidemia do século — Número de diabéticos deve crescer 54% nos
próximos 20 anos (p. 46)
• O fim da hipertensão — Nova terapia promete futuramente acabar
com a pressão alta (p. 49)

Samba  História por Hilton Abi-Rihan

O pai do baião — A alma do sertão na arte de Luiz Nascimento
Gonzaga

4

| BOA VONTADE

17

Wagner de Assis
Bastidores do filme
Nosso Lar

Acontece em portugal
Educação – Brasil

63	

16

Educação e CULTURA — Europa

59	
60	

laudo natel e Ricardo viveiros
Jornalista escreve — Laudo Natel: um
bandeirante.

5
	 4	

Educação – Argentina

6
	 5	
6
	 6	
68	

LBV de Portugal promove congresso de Educação — Evento
propõe aliar fundamentos educacionais à Espiritualidade Ecumênica
para um desenvolvimento integral

A missão de educar — Seminário no ParlaMundi da LBV discute o
papel do docente como agente transformador da sociedade
• Congresso Ibero-Americano de Educação — Propostas incluem
ampliar o número de crianças e jovens na escola e melhorar a
qualidade do ensino

acontece no pará
acontece em Minas gerais
21 anos do tbv

• A alma do Templo da Boa Vontade — No maior encontro ecumênico
do Brasil, o fundador do TBV destaca o Ideal de Fraternidade que
inspirou o monumento (p. 68)
Manaus/AM

68

92	
95	

21 anos do Templo da
Boa Vontade

108

Tradicional Campanha da LBV por um Natal
mais solidário e sem miséria a todo vapor

• Pelo mundo via internet — Mensagem do Templo da Boa Vontade é
acompanhada em tempo real (p. 78)
• Ato ecumênico — Religiosos e diversos representantes do saber
humano celebram os 21 anos do Templo da Boa Vontade (p. 81)
• Cultura musical — Espetáculo Música Legionária — Identidade e
Coração celebra encontro de gerações (p. 84)

cultura

Ecumenismo no ideal missionário e na arte — Templo da
Boa Vontade inspira desenhos de padre católico

in memoriam

Homenagem a quatro talentos brasileiros — Almeida Prado (p. 95),
Moacir C. Lopes (p. 96), Iara Kern (p. 97) e MoacIr Werneck de Castro (p. 98)

98 	Melhor idade por Walter Periotto

Fique atento a mudanças no comportamento — Especialista ensina
a identificar e evitar a depressão

36

Carolina ignarra
Inclusão social:
Caminhos abertos

54

Arnaldo Niskier
Palestra na
LBV de Portugal

60

Cristovam Buarque
Professores para
cidadania libertadora

100	 Música

Novos voos de Jota Quest — Vocalista Rogério Flausino fala de
experimentos da banda, carreira internacional e fama.

105	 Acontece no piauí
106	 memória Natalina

Artigo histórico de Rui Barbosa

108	 Natal permanente da LBV

Brasil unido por um Natal mais solidário e sem miséria — Edição 2010
da campanha Natal Permanente da LBV ajudará mais de 70 mil famílias

134	 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
138	 Espírito e Ciência
142	

Universo e leis em evolução — O biólogo Rupert Sheldrake e a nova
gênese morfológica
Arte na tela por Marta Jabuonski
Cultura afro-brasileira

60

Içami tiba
Contra a indisciplina
na escola

95

almeida prado
In memoriam

96

Iara kern
In memoriam

144	 Literatura

Cultura que ultrapassa os livros — 56a Feira do Livro de Porto
Alegre/RS

150	 Internacional

Brazilian Day — Comenda da LBV é destaque na maior festa brasileira
nos EUA

1
	 53	 acontece em nova york
154	 Opinião — Mídia Alternativa

por Carlos Arthur Pitombeira
Qualificar ou proibir o exercício da profissão

157	 Registro
158	 responsabilidade social
Cemar e Coelba

160	 soldadinhos de deus
162	 Acontece no rio de janeiro

96

moacir c. lopes
In memoriam

97

Moacir werneck
de castro
In memoriam

156

José Gomes
Talarico
In memoriam
BOA VONTADE |

5
Ao leitor

A tradicional Campanha Natal Permanente da LBV —
Jesus, o Pão Nosso de cada dia! é um exemplo vivo de que o espírito fraterno, renovado a cada aniversário do Divino Mestre,
deve ser diário. Como o amigo leitor poderá acompanhar
em reportagem, a iniciativa este ano vai oferecer uma mesa
farta e um fim de ano feliz a mais de 70 mil famílias de baixa
renda, atendidas ao longo do ano por meio dos programas
socioeducacionais da Instituição ou assistidas por entidades
que integram a Rede Sociedade Solidária Ecumênica. São
mais de 1,2 milhão de quilos de alimentos não perecíveis,
arrecadados graças à ajuda de colaboradores, empresários
e voluntários, que prontamente atenderam ao chamado da
Solidariedade Ecumênica, e dos cerca de 200 artistas, esportistas e personalidades que abraçaram a campanha.
Da Europa, chega a notícia da 9a edição do Congresso
Internacional de Educação, promovido pela LBV de Portugal, na cidade do Porto. O tema central do encontro: “Unir
Cérebro e Coração: um olhar além do intelecto” norteou
a discussão de ideias entre profissionais da área, além de
pais e estudantes, como a problemática do relacionamento
interpessoal e intergeracional nas escolas, que afeta famílias e
comunidades. A apresentação da Pedagogia da Boa Vontade
(Pedagogia do Afeto e Pedagogia do Cidadão Ecumênico),
criada pelo diretor-presidente da LBV, José de Paiva Netto,
atraiu a atenção do público. Muitos participantes manifestaram interesse em aplicar esse conceito inovador em suas
escolas e lares, não apenas em terras lusitanas, mas igualmente no Brasil, onde o assunto tem ganhado notoriedade,
resultado dos vários eventos promovidos no país sobre a
linha pedagógica da Instituição.
O pensamento do dirigente da LBV, aliás, tem repercutido muito também no Brasil. Isso ficou claro durante o
pronunciamento dele à frente da cerimônia principal alusiva
aos 21 anos do Templo da Boa Vontade, em 23 de outubro,
transmitido pela Super Rede Boa Vontade de Comunicação
para todo o país e ao mundo inteiro, via internet. Trechos
do memorável discurso estão na matéria especial sobre o
aniversário do TBV.
A diversidade de pontos de vista também está presente
aqui em entrevistas com personalidades, como o vocalista
Rogério Flausino, da banda Jota Quest, e o padre Mario
Celli. Na seção “Abrindo o Coração”, a cantora Margareth
Menezes conta um pouco da história de vida e seu compromisso de manter-se fiel às próprias raízes. Esta edição
homenageia, ainda, os 70 anos de nascimento do Rei Pelé,
lembrando jogadas históricas e o constante apoio do atleta
às causas sociais.
6

| BOA VONTADE

Reflexão de BOA VONTADE
O mercado, sempre que gerido de forma
desumana, portanto, irresponsável, lesa
nações, ameaçando desencadear nelas o
fim da democracia. Pode provocar reação
avassaladora, a tudo afetando subitamente.
Globalização sem espírito humanitário é
prenúncio de novos conflitos, que a cegueira da
ambição não deixa ver.
Extraído do livro É urgente reeducar!, de autoria do escritor
Paiva Netto. Conforme anunciou a Livraria Saraiva,
ele foi o autor nacional mais vendido de seu estande
na 21a Bienal Internacional do Livro de São Paulo,
realizada em agosto de 2010.

BOA VONTADE
Revista apolítica e apartidária da Espiritualidade Ecumênica
ANO 54 • No 228 • SET/OUT/NOV/DEZ 2010
Edição fechada em 30/11/2010
BOA VONTADE é uma publicação das IBVs, editada pela Editora Elevação. Registrada sob
o no 18166 no livro “B” do 9º Cartório de Registro de Títulos e Documentos de São Paulo.
Diretor e Editor-responsável: Francisco de Assis Periotto - MTE/DRTE/RJ 19.916 JP
Coordenação geral: Gerdeilson Botelho e Rodrigo de Oliveira
Jornalistas Colaboradores Especiais: Carlos Arthur Pitombeira, Hilton Abi-Rihan

e José Carlos Araújo.

Equipe Elevação: Adriane Schirmer, Alexandre Rueda, Carla Luz, Cida Linares, Daiane

Emerick, Diego Ciusz; Gizelle de Almeida, Isabela Ribeiro, Jefferson Rodrigues, Jonny
César, Leila Marco, Leilla Tonin, Mário Augusto Brandão, Natália Lombardi, Neuza Alves,
Paulo Azor, Rafael Bruno, Simone Barreto, Valéria Nagy, Vivian Ribeiro Ferreira, Walter
Periotto, Wanderly Albieri Baptista e William Luz.

Projeto Gráfico: Helen Winkler
Capa e Diagramação: Felipe Tonin e Helen Winkler
Impressão: Editora Parma
Crédito das fotos de capa: D’Black: André Fernandes; Eliana Pittman: André Fernandes;
Isabelle Drummond: André Fernandes; Marcos Pasquim: André Fernandes; Margareth
Menezes: Eduardo Moody; Nívea Stelmann: André Fernandes; Pelé: Airton Leite; Renato
Prieto: André Fernandes; Rogério Flausino: Weber Pádua; Rosemary: André Fernandes e
Tatau: Eduardo Moody.
Endereço para correspondência: Rua Doraci, 90 • Bom Retiro • CEP 01134-

050 • São Paulo/SP • Tel.: (11) 3225-4971 • Caixa Postal 13.833-9 • CEP 01216-970
Internet: www.boavontade.com / E-mail: info@boavontade.com

A revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos e opiniões em seus
artigos assinados.
Fato histórico

Fato

José de Paiva Netto, jornalista,
radialista e escritor.
É diretor-presidente da LBV.

8

| BOA VONTADE

E

conomista por formação, Dilma Rousseff
entra para a história
como a primeira mulher
a ocupar a Presidência do Brasil.
Comandará o destino de mais de
190 milhões de brasileiros (segundo Censo 2010), num mandato
de quatro anos, a partir de 1o de
janeiro de 2011.
Saudamos a presidenta eleita
do país, desejando-lhe sucesso
na árdua, mas gloriosa, tarefa
de conduzir nosso vertiginoso
crescimento e aprimorá-lo, ao
reduzir as desigualdades sociais.
Uma conquista e manutenção
do lugar que nos cabe entre as
nações mais desenvolvidas do
mundo. Aspiração unânime de
cada um de nós.
Rememorando os fatos, vemos
a tradição democrática civilizada sendo seguida: Dilma, num

gesto de paz, estendeu a mão aos
opositores políticos. Afinal, formamos um único povo. Por sua
vez, José Serra, na abertura de
seu discurso, disse: “Quero aqui
cumprimentar a candidata eleita
Dilma Rousseff e desejar que faça
bem para o nosso país”.
Dilma declarou, na noite de 31
de outubro, domingo, no encerramento de sua primeira palavra
após o pleito eleitoral, que “a
nação brasileira terá exatamente
a grandeza daquilo que, juntos,
fizermos por ela”.
Com esse pensamento e a atitude dele nascida,
que vençamos todos nós, o Brasil
e seus cidadãos,
pois é a vontade
de gerações inJosé Serra
teiras.

Divulgação

João Preda

histórico
O presidente Lula
e a presidenta eleita
Dilma Rousseff chegam
ao Museu Nacional da
Coreia do Sul para jantar de
trabalho com chefes de Estado e
de governo do G-20 (Seul, Coreia
do Sul, 11/11/2010).

Ricardo Stuckert/PR

Este mais recente espaço conquistado pela
Mulher na sociedade contemporânea, para nós, da
Legião da Boa Vontade, não é surpresa. Isto fica
evidenciado no documento que enviamos à 49a
Sessão da Comissão do Status da Mulher, texto
que as Nações Unidas (ONU) divulgaram em seis
idiomas (árabe, chinês, espanhol, francês, inglês e
russo), e encaminharam aos chefes de Estado e organizações não governamentais que participavam,
a exemplo da LBV, desse significativo encontro
internacional, ocorrido de 28 de fevereiro a 11 de
março de 2005.
Em determinado trecho da mensagem, é reproduzida parte do discurso que proferi na década
de 1980 — e que fiz constar no livro Reflexões e
Pensamentos — Dialética da Boa Vontade (1987)
— quando defendo que pelo nosso prisma a mulher tem direito a ser presidente da República,

Divulgação

Comissão do Status da Mulher na ONU

BOA VONTADE |

9
shutterstock.com

Fato histórico

Árabe

Chinês

A Mulher no
conSerto das
Nações
Reprodução do
documento elaborado
pela LBV e traduzido
pelas Nações Unidas
para seus seis idiomas
oficiais.
10

| BOA VONTADE

Espanhol

Francês

Inglês

Russo

condutora de religiões, capitã
de indústria, de aviões e navios
transatlânticos; tem direito de
ser médica, engenheira, professora... No trabalho, há um justo
conceito de valor entre homens
e mulheres: o da competência.

Então, os sexos nisto estarão harmonizados. Que brilhe o homem,
que brilhe a mulher, conforme
a competência de cada um. Isto
não quer dizer que homens e
mulheres são totalmente iguais.
Aí está pelo menos, de início, a
anatomia para desmentir. O que
quero dizer é que não se devem
sustentar antigas barreiras e
levantar novas, firmadas em
tabus, preconceitos e interesses
espúrios para impedir maior
influência da mulher sobre o
destino do mundo. Homem e
mulher dependem um do outro.
Completam-se.
Ainda no documento, é transcrito texto constante da Declaração Universal dos Direitos
Humanos em que se pode ler:
“Todos têm o direito de fazer
parte do governo do seu país.
O empoderamento e autonomia
da mulher e a melhoria do seu
status social, econômico e político são essenciais para alcançarem transparência e um
governo respeitável e uma
administração e desenvolvimento autossustentável
em todas as áreas da vida”.
Diante do exposto, a Legião
da Boa Vontade defende uma
estratégia justa, política, cultural, científica, filosófica na
igualdade de gêneros.

Aniversariante

Aproveito o ensejo para parabenizar nossa presidenta eleita,
que aniversaria no dia 14 de
dezembro, desejando felicidades ao lado de seus familiares
e amigos.
Cartas, e-mails, livros e registros

Fotos: José Gonçalo

BOA VONTADE em alta

Quero agradecer pelo exemplar
da BOA VONTADE. Realmente, o
trabalho é excepcional, sem dúvida
alguma. (José Luiz Lamas Junior,
administrador de Contratos Oi, São
Paulo/SP)

Direito e Caridade

Estou lendo com prazer o livro É
urgente reeducar!. A obra é didática,
interessante e convida o leitor a séria
reflexão. Pode-se dizer
que é um tratado de reforma íntima do Ser Humano, com fundamento no
Mandamento Ecumênico
do Cristo, que considero
base da justiça universal.
(...) Entendi que essa reforma está diretamente
ligada ao Ecumenismo
Irrestrito, pela mensagem do Evangelho. (...) Paiva Netto deixa claro que
não entende o Ecumenismo apenas
religioso. É mais abrangente, com a
abrangência de suas ações em todos os
setores da vida humana. Sou advogado
e, lendo o livro, entendi que a máxima
do Evangelho do Cristo: “Amai-vos
como Eu vos amei” (Evangelho de
Jesus segundo João, 13:34) é a fórmula do real Ecumenismo na ciência
do Direito, a verdadeira justiça com
caridade. Muito obrigado por enriquecer meu conhecimento na área em
que atuo. (Hermano Lopes, advogado,
São Paulo/SP)

É urgente reeducar!

Tive a oportunidade de ler o livro
É urgente reeducar!, de Paiva
Netto, e em cada página
recebi uma nova lição de
amor. Ele nos ensina a ser

12

| BOA VONTADE

A jornalista Miriam
Leitão e sua nova
obra, Convém
sonhar. Ao lado, o
jornalista ambiental
e cientista político
Sérgio Abranches
com o seu livro
Copenhague: Antes
e depois.

Miriam Leitão e Sérgio Abranches
fazem duplo lançamento em Brasília
O casal de jornalistas Miriam Leitão e Sérgio Abranches recebeu amigos,
familiares, colegas da mídia e admiradores para o lançamento em setembro,
na capital federal, de seus respectivos livros: Convém sonhar e Copenhague:
Antes e depois.
No primeiro, a jornalista e comentarista de economia apresenta crônicas,
reunidas em mais de 20 anos de carreira, não apenas sobre a área econômica,
mas também sobre questões sociais e ambientais, jornalismo, além de opiniões
e histórias pessoais da colunista.
Por sua vez, o jornalista ambiental e cientista político Sérgio Abranches
definiu seu novo livro como “uma tentativa de entender o que se passou na
reunião global do clima em Copenhague [Dinamarca], que, pela primeira
vez desde a Rio-92, reuniu mais de cem chefes de Estados e os chefes de governos mais poderosos do mundo em meio a muita expectativa de que fosse
se tomar uma decisão séria para debelar a ameaça da mudança climática e
que foi mais ou menos uma frustração”.
Representantes da Legião da Boa Vontade parabenizaram os autores. Na
ocasião, o casal dedicou exemplares dos livros ao dirigente da Instituição, com
estas dedicatórias: “José de Paiva Netto, na esperança de que seus sonhos de
Boa Vontade se realizem, Miriam Leitão”; e “Para José de Paiva Netto, com o
abraço e os votos de continuidade do trabalho da LBV. Do Sérgio Abranches”.
Cidadãos Fraternos, o que não significa
estarmos desprovidos de senso crítico
ou despreparados para enfrentar um
mundo de riscos, conforme afirma. Ao
contrário, nos dá ferramentas para que
possamos ser Cidadãos Ecumênicos,

respeitando os demais sem perder
nossa identidade. O autor da obra
nos ensina a Sintonia Tríplice: Bom
Pensamento, Boa Palavra e Boa Ação.
(...) Fiquei muito emocionada ao ler sua
explicação sobre o Ecumenismo em
Arquivo BV

Fabio Rossi / Agência O Globo

O presidente
do Tribunal
de Contas
da União,
dr. Ubiratan
Aguiar.

Renato Aragão comemora
50 anos de Didi Mocó

A poesia de Ubiratan Aguiar
em nova obra e CD

O humorista Renato Aragão festeja, neste
2010, 50 anos de seu Didi Mocó. O personagem,
criado pelo ator, o consagrou no meio televisivo,
com Dedé Santana e os saudosos Mussum e
Zacarias. O quarteto fez gerações divertirem-se assistindo ao programa Os Trapalhões na
televisão e no cinema, por mais de 20 anos.
Atualmente, o ator comanda A Turma do
Didi, exibido, aos domingos, pela TV Globo.
No dia 29 de novembro, o diretor do programa, Guto Franco, encaminhou à Legião da
Boa Vontade um vídeo com mensagem de Natal
do humorista dedicada à garotada da instituição: “Aí gente, para todas as crianças da LBV
um Feliz Natal, um beijo e um abraço do Didi.
Vamos lá, gente, um beijão pra vocês. Fiquem
com Deus”.
A LBV e seu diretor-presidente felicitam o
humorista pela marcante data.

O ilustre presidente do Tribunal de Contas da União
(TCU), dr. Ubiratan Aguiar, mais uma vez dá mostras de
seu talento literário com o lançamento de Versos de Vida.
O livro vem acompanhado do CD Sina do Cabra da Peste.
Com 59 poemas, a obra é a terceira do gênero assinada pelo
ministro. Já o CD, o sexto promovido pelo dr. Ubiratan,
reúne letras dele musicadas e interpretadas por artistas de
grande talento da música brasileira, entre eles Geraldo
Azevedo, Italo e Renno, Dominguinhos e Amelinha.
Durante a noite de autógrafos, ocorrida no Clube do
Choro, em Brasília/DF, o ministro assim dedicou um exemplar do livro ao dirigente da LBV: “Paiva Netto, os Versos
de Vida falam de paz e amor de que o mundo tanto necessita. Ubiratan Aguiar”. No CD, constam os dizeres: “Ao
Paiva Netto, grande expressão brasileira, o abraço do
Ubiratan Aguiar”. Falando ainda do trabalho literário do
presidente do TCU, vale rememorar o belo poema Natal,
escrito pelo dr. Ubiratan em 2006 e publicado no livro
Tropel do Tempo. Nele, a exemplo do que propaga a Legião
da Boa Vontade, desde sua fundação, o autor deseja que o
espírito do Natal seja diário:
“Natal
Ah! Se pudesse fazer/ Todos os dias, Natal/ Passagens
de um novo Ano/ Espírito de confraternização/ Solidariedade fraterna/ Distanciamento de ódios.
 Ah! Se pudesse transmitir/ A paz das águas/ O cântico
livre dos pássaros/ A beleza azul do firmamento/ O encanto
colorido das flores/ O riso ingênuo das crianças.
 Ah! Se eu pudesse receber/ Amor daqueles que eu amo/
Sorrisos dos que conheço/ A leveza da paz dos sonhos/
Luzes de saber, conhecimentos/ Bênçãos de Deus e saúde.
 Feliz 2006”.

todas as áreas do saber, explicando o Ecumenismo dos
Corações, o sentimento bom, e o quanto devemos educar
nossos sentimentos. (Roseli Garcia, La Paz/Bolívia)
Ao ouvir o Irmão Paiva e ler seus escritos, vejo que o
conteúdo tratado por ele é política pura. Como estudante
de Relações Internacionais, fiquei muito comovida com
a prece contida na edição 105 da revista Jesus Está
Chegando!, na qual comenta teses de diversos
cientistas políticos, à luz da Espiritualidade Ecumênica.
É uma verdadeira aula da Política de Deus. (Jéssica
Domingues, estudante, São Paulo/SP)

BOA VONTADE |

13
Divulgação/Caco Argemi

Liliane Cardoso

Cartas, e-mails, livros e registros

O governador eleito do Rio Grande do Sul, sr. Tarso Genro, e sua
esposa, sra. Sandra Genro, durante a 56a Feira do Livro de Porto
Alegre.

O senador Pedro Simon lança A impunidade veste
colarinho branco também na Feira do Livro de
Porto Alegre

Novas obras literárias: Direito, Constituição e Transição
Democrática no Brasil e A impunidade veste colarinho branco
A Feira do Livro de Porto
Alegre (leia reportagem sobre
o evento na p. 144), em sua 56a
edição, contou com a presença
ilustre de dois nomes da política
do Rio Grande do Sul entre os
lançamentos literários: o governador eleito do Estado, Tarso
Genro, e o senador Pedro Simon,
respectivamente, nos dias 3 e 4 de
novembro.
O governador eleito do Rio
Grande do Sul lançou Direito,
Constituição e Transição Democrática no Brasil. Os textos que
compõem a obra foram produzidos por Tarso Genro enquanto
ainda exercia a função de ministro
da Justiça. Neles, o autor analisa
as relações entre os poderes constituídos, numa perspectiva jurídica e
no contexto de um longo processo
de transição político-democrática,
iniciado em 1985 e cujos parâmetros estão consagrados na Constituição de 1988.
14

| BOA VONTADE

Em concorrida sessão de autógrafos, prestigiada por admiradores, familiares e amigos, o governador eleito dedicou exemplar
da obra ao dirigente da LBV: “Ao
Paiva Netto, cidadão do bem, com
o abraço fraterno do Tarso Genro,
3/11/10”.

Pelo fim da impunidade

O senador Pedro Simon compareceu ao evento literário na capital
gaúcha para o lançamento de sua
obra A impunidade veste colarinho
branco. Na ocasião, recebeu os
cumprimentos de amigos, familiares, público e autoridades.
Sobre a escolha do tema de que
trata o livro, o parlamentar afirmou que a impunidade continua
sendo um dos maiores problemas
do Brasil, visto que também gera
outras mazelas, como a violência
urbana, o analfabetismo e mesmo
a falta de medicamentos. Medidas
como a aprovação da Lei da Ficha

Limpa, segundo ele, representam
o marco para o fim deste mal,
pois assim se cria um ambiente
em que políticos envolvidos
com desvio de recursos públicos
sejam presos ou percam seus
mandatos.
Ao receber a saudação de
representantes da LBV, Pedro
Simon agradeceu e, cordialmente, declarou: “Meu abraço muito
carinhoso ao meu amigo Paiva
Netto. Sou um admirador da sua
obra, do seu trabalho, leitor permanente de suas colunas; agradeço a oportunidade de poder falar aos amigos da Legião da Boa
Vontade, porque realmente esse
livro é resultado de uma caminhada da boa vontade”. O senador também autografou exemplar
do seu livro ao dirigente da LBV,
com esta dedicatória: “Ao grande
amigo Paiva Netto, companheiro
de longa caminhada. Um abraço
do Pedro Simon. 04/11”.
Lucian Fagundes

Fotos: Alan Lincon

O escritor Laurentino Gomes
durante lançamento de 1822

1

Um olhar sobre
a Independência
do Brasil
2

3

4

(1) A atriz Júlia Lemmertz e o jornalista Cleodon Coelho durante o lançamento do
livro Lilian Lemmertz — Sem rede de proteção. (2) O autor de novelas Manoel Carlos
e a atriz durante sessão de autógrafos. (3) A atriz Marieta Severo, presente ao
lançamento. (4) A partir da esquerda, as atrizes Cláudia Alencar e Júlia Lemmertz
com o jornalista e roteirista Cleodon Coelho.

Biografia homenageia a atriz
Lilian Lemmertz
Recentemente, a Coleção Aplauso apresentou novo título de sua galeria
de grandes nomes da cultura nacional: Lilian Lemmertz — Sem rede de
proteção. O local escolhido para o lançamento foi o Rio de Janeiro/RJ, onde
a atriz Júlia Lemmertz, filha da homenageada, recebeu colegas, amigos e
fãs da dramaturgia.
A obra, assinada pelo jornalista e roteirista Cleodon Coelho, relata a vida
e a carreira de Lilian Lemmertz, gaúcha de nascimento e uma das atrizes
mais elegantes e talentosas de sua geração, com atuação marcante no teatro,
em novelas e no cinema, entre as décadas de 1960 e 1980. Faleceu em 1986.
Entre as personalidades e amigos que prestigiaram o evento, os atores Tony
Ramos, Paulo Betti, Edney Giovenazzi e Nando Cunha; e as atrizes Laura
Cardoso, Marieta Severo, Thais Garayp, Cláudia Alencar e Suzana Pires;
além do escritor e autor de novelas Manoel Carlos. Também compareceram
ao lançamento representantes da Legião da Boa Vontade, os quais receberam
exemplar do livro autografado especialmente ao diretor-presidente da Instituição com as seguintes dedicatórias: “Com carinho, Júlia Lemmertz”; e “Caro
Paiva Netto, espero que goste desta história tão bela! Beijo, Cleodon”.

De autoria do escritor e jornalista Laurentino Gomes, o
recém-lançado 1822 promete
repetir o sucesso do best-seller
1808, do mesmo autor, sobre a
vinda da Família Real portuguesa.
Desta vez, o foco é a Independência do Brasil.
O livro traz um relato em detalhes do processo de ruptura política entre Portugal e sua colônia
nas Américas. Em 22 capítulos,
intercalados por ilustrações sobre
fatos e personagens históricos, a
obra cobre o período entre a volta
da corte portuguesa de D. João
VI a Lisboa, em 1821, e a morte
do imperador D. Pedro I (1834).
Durante o lançamento, na
capital paulista, representantes
da Legião da Boa Vontade felicitaram o escritor, que gentilmente
encaminhou exemplar da obra ao
dirigente da LBV, com a mensagem: “Para o amigo José de
Paiva Netto, com um abraço e a
admiração do autor. L”.
BOA VONTADE |

15
Alguns dos meninos e
meninas atendidos pelo
Centro Comunitário e
Educacional da Legião da
Boa Vontade em Belo Horizonte/MG levaram o abraço fraterno
da instituição ao diretor-executivo da
Record Minas, Fabiano Freitas, pela
passagem de seu aniversário, em 19
de novembro.
O aniversariante foi presenteado
com um belo quadro e um cartão confeccionado pela própria garotada. Ao
ser parabenizado, Fabiano destacou:
“Fiquei muito feliz e confesso que
nunca recebi um presente tão lindo e
belo como esse. A criança é pura, não
tem maldade, o amor é sincero, verdadeiro, e quando a gente é presenteado
por criança, se sente tocado. Sabemos
que vem de coração. Fico muito feliz
de ser homenageado pelas crianças da
LBV. Agradeço de coração e parabéns
pelo trabalho que fazem para elas e
suas famílias”.
Crianças com a
apresentadora
e modelo
Natália
Guimarães,
no estúdio
do Hoje em
Dia (Record),
em Belo
Horizonte.

16

| BOA VONTADE

Luiz Barcelos

Laudo Natel: um bandeirante,
por Ricardo Viveiros
A vida e as realizações do ex-governador de São Paulo Laudo Natel
ganham um novo olhar. O jornalista Ricardo Viveiros lançou em outubro
a obra Laudo Natel: um bandeirante. O local escolhido para a sessão de
autógrafos foi o Museu da Casa Brasileira, em São Paulo/SP, onde o autor
e o próprio biografado receberam amigos e admiradores.
Neste 21o livro de Viveiros, o leitor tem a oportunidade de saber mais
sobre a história desse nonagenário político, economista e administrador de
empresas que por duas vezes foi governador paulista (1966-67; 1971-75). Ao
mesmo tempo, chama a atenção o conteúdo rico em registros históricos sobre
economia, política e esportes do Brasil nos últimos 50 anos.
O dr. Laudo Natel e o autor dedicaram um exemplar da obra ao diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, com as seguintes mensagens: “Ao
ilustre brasileiro José de Paiva Netto, o meu abraço. Ricardo Viveiros”; “Ao
prezado José de Paiva Netto, com o abraço cordial do Laudo”.

Nova Lei de Adoção e Causos
O desembargador Siro Darlan reuniu amigos e catedráticos no Tribunal de
Justiça do Rio de Janeiro, em outubro,
para o lançamento do livro Nova Lei de
Adoção e Causos. Com base em sua extensa experiência como titular da 1a Vara
da Infância e da Juventude da Comarca
do Rio de Janeiro/RJ, o autor comenta
nesse trabalho a nova lei, narrando seis
histórias reais em que a adoção não é
vista apenas como um instituto jurídico, mas também, e principalmente,
como uma manifestação de amor.
O dr. Darlan, que há anos acompanha a ação da LBV, sobretudo a
atuação na área educacional, recebeu com muita simpatia representantes
da Instituição durante o evento. Ao autografar um exemplar da obra,
o desembargador registrou: “Para o professor Paiva Netto, mestre de
Educação para os pobres e crianças e adolescentes do Brasil, com
minha gratidão”.

Alan Lincon

Fotos: Mônica Mendes

Parabéns ao diretor
da Record Minas

O dr. Laudo
Natel (E) e
o jornalista
Ricardo
Viveiros
Brasil tem novo cardeal

Padre Marcelo Rossi lança Ágape

Teresa Afonso

Orações e interpretação de trechos do Evangelho de Jesus segundo João compõem o tema do novo
livro do padre Marcelo Rossi: Ágape*. O lançamento ocorreu nas dependências da Universidade Paulista
(Unip), em Santos/SP, reunindo
amigos e familiares do autor, fiéis e
simpatizantes. Na obra, o leitor também encontra um pouco da história
de vida do padre e de seu sacerdócio.
Representantes da Legião da Boa Vontade compareceram à
sessão de autógrafos. Na ocasião, ele encaminhou exemplar ao dirigente da LBV, com a mensagem: “Paiva Netto, que Jesus Ágape
nos ilumine”.
* A palavra “ágape” tem origem no grego antigo. Além de significar Amor fraternal e espiritual, define a refeição dos primeiros cristãos e se associa ao sentido de amizade, caridade. Hoje, o termo é usado para
designar a santa comunhão, o banquete eucarístico.

Rodrigo Gorosito

Divulgação Arquidiocese de Aparecida

O arcebispo de Aparecida, dom 
Raymundo Damasceno Assis,
presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam),
é o mais novo cardeal brasileiro.
Consagrado oficialmente no dia
20 de novembro, pelo papa Bento
XVI, recebeu o barrete vermelho e
o título cardinalício durante a cerimônia em que foram ordenados
outros 23 cardeais na  Basílica de Dom Raymundo Cardeal Damasceno
Assis
São Pedro, no Vaticano.
Nascido na cidade de Capela Nova, em Minas Gerais, no dia 15
de fevereiro de 1937, o religioso ingressou no seminário em 1955.
Entre os cargos importantes ocupados por ele na Igreja Católica
Romana, estão o de secretário-geral do Celam, por dois mandatos
(1995-1999 e 1999-2002), e o de presidente do Conselho Fiscal, de
2003 a 2006, na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
A Legião da Boa Vontade e seu diretor-presidente, José de Paiva
Netto, saúdam dom Damasceno pela nova missão.

Bastidores do
filme Nosso Lar
O lançamento de Nosso Lar, bastidores do filme, no Rio de Janeiro/RJ,
no início de outubro, mereceu destaque
na mídia. O trabalho, de autoria do
cineasta e jornalista carioca Wagner
de Assis, descreve a produção do
longa-metragem dirigido por ele e com
base na obra de Chico Xavier Nosso
Lar, ditada pelo Espírito André Luiz,
que retrata a vida em uma colônia
espiritual.
Prestigiado por artistas, diretores
e convidados, a exemplo de Rosanne Mulholland, Dennis Carvalho,
Ana Rosa e sua filha, Ana Beatriz
Corrêa, o lançamento contou ainda
com a presença de representantes
da Legião da Boa Vontade, a quem
saudou: “Eu tenho muito a agradecer à LBV pelo apoio e divulgação
que tem dado ao filme. Realmente,
vocês estão nos ajudando muito com
a divulgação”.
Ao dirigente da Instituição, Wagner
de Assis registrou fraterna dedicatória
em exemplar do livro: “Ao Paiva Netto,
todo o meu carinho e agradecimentos
por compartilhar desta história. Grato,
Wagner de Assis. 6/10/10”.
BOA VONTADE |

17
Cartas, e-mails, livros e registros

Com o lançamento de Cartas a
um jovem economista, o professor
Gustavo Franco oferece aos jovens
a oportunidade de aprender com as
experiências de um economista de
sucesso, no caminho até se tornarem
também profissionais de renome.
Ex-presidente do Banco Central do Brasil, Gustavo Franco
compartilha experiências pessoais
e do trabalho que podem ajudar
jovens economistas a enxergar a
profissão de maneira mais humana
e transcendente, com ênfase nos
valores da honestidade, da coerência, da integridade e do senso de
propósito, tanto dentro como fora
da Economia.
Amigos e admiradores do autor
prestigiaram a sessão de autógrafos,
na capital paulista. Ao diretor-presidente da Legião da Boa Vontade,
o economista dedicou exemplar da
obra: “Para o ilustre amigo José de
Paiva Netto, com o meu especial
abraço. Gustavo Franco”.
18

| BOA VONTADE

Rebelião na língua portuguesa
O jornalista André Luis Mansur,
crítico literário do jornal O Globo, lançou, recentemente, seu mais novo livro:
A rebelião dos sinais. A concorrida noite
de autógrafos ocorreu no bairro da Lapa,
região central da capital fluminense.
Na obra, o autor apresenta doze contos,
quase todos passados na cidade do Rio de
Janeiro/RJ, em situações nas quais indaga
o leitor sobre o que aconteceria se os sinais e acentos da língua portuguesa resolvessem abandonar os livros e revistas. Ao
longo das histórias, o jornalista explica o motivo da rebelião: a exclusão
dos sinais e acentos da linguagem da internet, que prefere abreviações.
Na oportunidade, André Mansur deixou em um exemplar do trabalho
a seguinte mensagem ao diretor-presidente da LBV: “Obrigado mais uma
vez pelo apoio à minha carreira literária. Em breve estarei dando mais
uma entrevista ao sistema LBV*. Grande abraço”.
* Sistema LBV — O autor refere-se à Super Rede Boa Vontade de Rádio.

Divulgação

Professor Gustavo
Franco escreve
Cartas a um jovem
economista

O poeta, ensaísta e crítico literário
Antonio Carlos Secchin, membro da
Academia Brasileira de Letras, lançou em
novembro, no Rio de Janeiro/RJ, Memórias
de um leitor de poesias e outros ensaios. O
início da obra traz um balanço sobre os quase
40 anos de dedicação do autor ao ofício da
leitura e pesquisa de poesia e à transmissão
dessa paixão ao público. O livro contém
ainda 18 ensaios, a maioria deles sobre poe­
tas brasileiros do passado e da atualidade.
Em concorrida sessão de autógrafos, prestigiada por amigos e companheiros da ABL, o autor dedicou exemplar da obra ao dirigente da LBV,
com a mensagem: “Ao Dr. Paiva Netto, esperando que estas ‘Memórias
de um leitor de poesias e outros ensaios’ lhe sejam agradáveis! Obrigado,
um abraço, Secchin”.

Priscilla Antunes

Luiz Barcelos

Antonio Carlos Secchin traz em livro
memórias e ensaios sobre poetas
Luiz Barcelos

Fotos: Nino Santos

Dona Canô Velloso, ao lado da representante da LBV na
Bahia, Nizete Souza, recebe carinhosa carta do dirigente
da Instituição.

Sr. Johnny Saad recebe algumas das crianças da LBV e os
representantes da Instituição Renata e Alziro de Paiva

Bahia festeja os
103 anos de
Dona Canô

Na semana de seu aniversário, comemorado em 12
de setembro, o presidente do Grupo Bandeirantes de
Rádio e Televisão, sr. Johnny Saad, recebeu na sede
da emissora, no Morumbi (zona sul paulistana), singela
homenagem da Legião da Boa Vontade.
Na ocasião, o casal Legionário Renata e Alziro
Paolotti de Paiva levou ao empresário o fraterno
abraço do dirigente da LBV, José de Paiva Netto.
Dois meninos atendidos pela Instituição entregaram ao
aniversariante um cartão artesanal e um quadro com a
camisa da LBV, com a assinatura de crianças amparadas pela Obra, simbolizando o carinho dos 1.200 alunos
do Instituto de Educação da LBV na capital paulista.
Há décadas a Legião da Boa Vontade e a Band compartilham uma história de parcerias de sucesso em favor
do povo, a exemplo da Campanha LBV — SOS Nordeste.
Essa amizade vem desde a época do fundador do Grupo
Bandeirantes de Comunicação, dr. João Jorge Saad
(1919-1999), um pioneiro das comunicações no país.
FRATERNA AMIZADE DE GERAÇÕES Registro de um
dos memoráveis encontros entre José de Paiva Netto e o
sempre lembrado dr. João Jorge Saad (D), em setembro de
1994, na capital paulista.
Arquivo BV

Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo
Baiano, habituou-se a festejar o aniversário de uma
ilustre filha da terra. Em 16 de setembro, a matriarca
da família Velloso, Dona Canô, foi novamente o
centro das atenções ao completar 103 anos de vida.
Logo cedo, o som de fanfarra e muitos fogos
fazia a primeira saudação. Durante o dia não faltaram a sabedoria e o bom humor
característicos da homenageada.
Na Igreja de Nossa Senhora
da Purificação houve missa
em celebração à aniversariante, feita por monsenhor
Gaspar Sadoc, amigo de
Dona Canô. Depois, no almoço especial, na residência da
família, o carinho de filhos, netos
e bisnetos, de amigos e personalidades,
se misturou ao aroma de comidas típicas baianas.
É claro, foi servido o prato preferido da centenária
dama: caruru.
Na oportunidade, representantes da Legião
da Boa Vontade entregaram à aniversariante uma
estatueta de São Francisco de Assis, patrono da
LBV, e uma carta do diretor-presidente da Instituição, felicitando-a. Antiga colaboradora da Obra,
agradeceu a lembrança e ressaltou a amizade de
longa data com a LBV e com seu dirigente: “Muito
obrigada! Paiva Netto nunca me esquece. Transmita a ele o meu abraço”.

Johnny Saad,
presidente da
,
recebe os parabéns da LBV
Arquivo pessoal

Paulo Vieira

Mulheres na mídia

A jornalista Ana Paula Padrão exibe o cartão de felicitações e
um porta-retratos com foto de algumas das crianças atendidas
pela Legião da Boa Vontade.

A apresentadora Luciana Gimenez abraça duas estudantes da
LBV, que entregaram carinhosas lembranças dos alunos da escola
da Instituição, da capital paulista.

Comunicadoras recebem
singelas homenagens da LBV

M

omentos felizes vivenciados
por quatro destacadas comunicadoras do Brasil tiveram a
companhia de crianças atendidas pela Legião da Boa Vontade. Nos
últimos meses, Ana Paula Padrão (Record), Luciana Gimenez (RedeTV!) e
Luisa Mell (Rádio Bandeirantes) fizeram aniversário, e Eliana comemorou o
primeiro ano de seu programa no SBT.
Em cada uma dessas datas marcantes,
meninas e meninos da LBV levaram o
carinho da instituição. Sempre gentis
e solidárias às causas sociais, essas
profissionais da comunicação tiveram
na homenagem a retribuição do Amor
oferecido por elas ao público.

novembro, a jornalista Ana Paula
Padrão, apresentadora do Jornal
da Record, teve a grata surpresa de
receber um cartão confeccionado
por algumas das muitas crianças
atendidas pela LBV na capital
paulista.
Logo em seguida, a jornalista
publicou uma mensagem de agradecimento em sua página oficial
no microblog Twitter: “Queria
agradecer às crianças da LBV que
me mandaram um presentinho fofo!
Muito obrigada”.

Ana Paula Padrão
agradece no Twitter

Em 3 de novembro, foi a vez
de Luciana Gimenez festejar mais
um ano de vida. A apresentadora

No dia de seu aniversário, 25 de

20

| BOA VONTADE

Luciana Gimenez
repercute homenagem
em seu blog

do programa SuperPop se mostrou
comovida com a surpresa preparada
pelas crianças da Legião da Boa
Vontade. Representando os 1.200
alunos da Escola da LBV em São
Paulo/SP, Maria Isabella, 10 anos,
e Amanda Alves, 12, levaram para a
aniversariante um cartão de felicitações e um porta-retratos com foto de
algumas das crianças atendidas pela
Instituição.
Com simpatia, Luciana conversou com as meninas. Em seu blog,
a apresentadora destacou: “Gente,
na última semana a LBV (Legião
da Boa Vontade) foi até a RedeTV!
em uma das minhas gravações para
realizar uma homenagem à minha
pessoa. Eu fiquei muito agradecida.
Amei o cartão e o presentinho especial feito pelas crianças!”.
Não faltou animação no encontro
da atriz e modelo Luisa Mell, apresentadora do quadro Comunidade dos
Bichos, na Rádio Bandeirantes, com
algumas das crianças atendidas pela
Legião da Boa Vontade em São Paulo/
SP. O motivo da confraternização foi
o aniversário dela, em 19 de setembro.
Na homenagem à Luisa, presentes
confeccionados pela própria garotada:
um cartão e um porta-retratos.
Emocionada, a apresentadora
lembrou a longa amizade com a LBV:
“Muito obrigada pela atenção que a
Legião da Boa Vontade sempre teve
comigo. Adoro vocês e sempre que
precisarem estarei à disposição”.
Conhecida por sua atuação em defesa
dos direitos dos animais, Luisa retribuiu a homenagem presenteando as
crianças com bichinhos de pelúcia.

Eliana emociona-se com
os pequenos

A cor amarela do uniforme usado
por crianças atendidas pela Legião da

Eliana ganha cartão de parabéns e quadro com a camisa
da Legião da Boa Vontade, assinada por crianças da
Instituição.

Boa Vontade contribuiu para o colorido da festa do primeiro aniversário do
programa de Eliana no SBT, neste 2010.
Em uma pausa nas gravações, em
estúdio da emissora, na capital paulista, a artista recebeu da criançada
um cartão de parabéns e um quadro
com a camisa da Instituição, assinada
pelas crianças, com mensagens de
felicitação.
André Fernandes

Luisa Mell conversa com
crianças da LBV

Vinícius Bueno

Lucian Fagundes

No aniversário de Luisa Mell, a homenagem de meninas e
meninos atendidos pela LBV. Ela recebe um porta-retratos e um cartão confeccionados pela criançada.

“Muito obrigada às crianças e
à LBV pela homenagem. Já conheci
de perto o trabalho de vocês. Estou
muito feliz!”, disse Eliana depois de
saber que as meninas e os meninos
ali representavam os alunos atendidos
pelo Instituto de Educação da LBV
em São Paulo. Emocionada com o
carinho da homenagem, acrescentou:
“Vocês são maravilhosos!”.

SÃO PAULO/SP O Instituto de Educação José de Paiva Netto, da LBV, atende
diariamente mais de 1.200 crianças e jovens, em situação de vulnerabilidade
social, na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio.
Opinião Esportiva
José Carlos Araújo

Arquivo pessoal

Direitos e limites do torcedor
José Carlos
Araújo,
comunicador
da Rádio
Globo do Rio
de Janeiro.

M

Tatiane de Oliveira Silva

uito mais do que qualquer
dirigente de clube, acima
de qualquer craque. Este
é o torcedor, razão maior
do futebol. Podemos ter os mais talentosos atletas em campo, mas sem
a força dessa presença nos estádios
nenhum jogo será empolgante.
Quando falo em torcedor, refiro-me àqueles que merecem essa
qualificação. Os que saem de casa
para incentivar o time do coração e
encaram os adversários como rivais
esportivos e não como inimigos.
Não chamo de torcedores os que escolhem a violência como objetivo e
argumento, os que intimidam, agridem, ferem e até matam. A influên­

cia negativa desses famigerados no
esporte — eles que se julgam donos
dos clubes e dos estádios — tem
chegado ao nível do absurdo, no
Brasil e em muitos outros países.
Infelizmente, os maus exemplos
foram importados e se transformaram em erva daninha em nosso
solo. Nos últimos meses, em pleno
Campeonato Brasileiro da Série
A, tivemos fatos lamentáveis em
dois dos nossos principais clubes:
o Flamengo e o Corinthians, que
possuem as duas maiores torcidas
do país.
Em ambos os casos, antes da
chegada de Wanderley Luxemburgo e da saída de Adílson
Batista, os torcedores — insatisfeitos com o desempenho dos
times na competição — foram
à respectiva sede de seu clube
e, como se fossem autoridades,
advertiram e ameaçaram atletas,
técnico e dirigentes.
Não é pela intimidação que a
equipe vence jogos. O torcedor
tem outras maneiras de demonstrar

a insatisfação e pode fazer isso
pelo silêncio, pelas vaias, faixas
e, até mesmo, deixando de ir aos
estádios. O que não se admite é
violência, seja com atos ou com
palavras.
A culpa recai também sobre os
dirigentes que permitem o livre
acesso desse tipo de torcedor nas
dependências do clube; os que fornecem ingressos gratuitos para que
essa massa torcedora faça dos estádios uma espécie de quartel-general
para seus atos de vandalismo; e os
que, diante dos absurdos que observamos, fazem vista grossa ou dizem
que não têm nada com isso.
É obrigação dos diretores coibir
atos dessa natureza, jamais permitir
que ocorram. Ninguém pode invadir os clubes, interromper treinos
e, como se fossem dirigentes, promover “reuniões” em campo, para
cobrar desempenho. Somos ainda
o país do futebol, mas precisamos
também de profissionalismo. Está
na hora de o Brasil — que sediará
uma olimpíada e uma Copa do
Mundo de Futebol — aprender que
o esporte começa e termina muito
além dos campos e quadras.

A pioneira Campanha LBV — Esporte é Vida,
não violência!, surgida na década de 1970, no
Rio de Janeiro/RJ, trouxe importante contributo
ao desporto brasileiro. O alto valor instrutivo e
educacional dessa iniciativa da LBV fica mais
uma vez evidenciado quando se observam ainda
episódios de violência por parte dos torcedores. Na
foto, a faixa da campanha da Instituição no estádio
de Pituaçu, em Salvador/BA.
BOA VONTADE |

23
Divulgação Santos FC

Futebol
O maior jogador de todos os tempos

Rei

do sonho
canarinho
O mundo festeja os 70 anos de Pelé
24

| BOA VONTADE
do jovem atleta se deu durante
a Copa do Mundo da Suécia,
conquistada pelo Brasil em 29 de
junho de 1958. Nesse dia, o grito
que ficara preso no “Maracanazo”* — como ficou conhecido o
episódio da derrota para o Uruguai
na final da Copa de 1950 — enfim
se soltou, com Pelé conduzindo
a seleção canarinho ao primeiro
título mundial. Vencia-se ali mais
que um campeonato; era o fim de
um fantasma que assombrou toda
uma geração de jogadores por
2.905 dias.
Ao longo da carreira, Pelé marcou 1.281 gols, recorde no futebol
profissional. Três vezes campeão
do mundo, além da Suécia, disputou mais três Copas, vencendo duas delas: no Chile,
em 1962, e no México, em
1970. Eternizou a camisa
10, pois com ele ganhou
significado especial: tradicionalmente, é usada pelo
melhor jogador do time,
tanto no Brasil como no
exterior. Foram mais
de 21 anos de reinado
absoluto no esporte,
sobretudo no Santos FC
e na Seleção Brasileira. A
despedida dos gramados, no
Cosmos, de Nova York/EUA,
foi em 1977.

Dilson Silva Mato Grosso/PMC

E

ra 16 de julho de 1950, e
os brasileiros começaram
o dia na expectativa pela
final da primeira Copa do
Mundo no país. Em Bauru, interior paulista, o menino Dico, como
a família de Edison Arantes do
Nascimento o chamava, viu o pai,
seu Dondinho, chorar depois do
gol de Ghiggia, que calou o Maracanã totalmente lotado e garantiu
a vitória sobre o Brasil e o título
mundial ao Uruguai, em pleno
templo do futebol brasileiro. Na
época, com apenas 9 anos, o garoto logo prometeu: “Não chora,
eu vou ganhar a Copa do Mundo
para o senhor”. Oito anos depois,
na Suécia, Pelé cumpriu a palavra,
e mais: com o tempo se tornou o
maior ídolo desse esporte, sendo
aclamado o Rei do Futebol.
De Dico para Pelé, décadas
após aquele episódio, esse mineiro de Três Corações continua a
empolgar os amantes do esporte,
que em 23 de outubro festejaram
por todo o planeta os 70 anos do
maior jogador de todos os tempos,
inclusive relembrando as geniais
jogadas e as importantes conquistas dele no Brasil e no exterior.
O amor pelo esporte vem
desde o berço e ajuda a explicar
a fantástica trajetória profissional
de Pelé. Seu Dondinho, apelido
de João Ramos do Nascimento,
foi também jogador e inspirou
profundamente o filho. O reconhecimento do grande talento

Pelé conduziu a seleção
canarinho ao primeiro título
mundial. Vencia-se ali mais que
um campeonato; era o fim de um
fantasma que assombrou toda
uma geração de jogadores
por 2.905 dias, desde a
Copa do Mundo de 1950.

Gol pela infância

Esse ícone da história do
esporte mundial também cos-

*“Maracanazo” — O Maracanã foi construído para a Copa do Mundo de 1950. Em 16
de julho, teriam comparecido à final entre Brasil e Uruguai mais de 200 mil pessoas, estimativa diferente dos pouco mais de 173 mil pagantes registrados pela Fifa — Federação
Internacional de Futebol — e da então capacidade do estádio, feito para receber 155 mil. O
episódio da derrota para os uruguaios, que fez o pai do menino Pelé chorar, e este prometer
que conquistaria o caneco, ficou conhecido como “Maracanazo”.
BOA VONTADE |

25
Futebol

Leila Marco

Reconhecimento

Paiva Netto (C) entrega, em abril de 1997, ao estadista português Mário Soares
e a Pelé, o Atleta do Século 20, a Comenda da Ordem do Mérito da Fraternidade
Ecumênica (1996), do ParlaMundi da LBV.

tuma se engajar em atividades
que beneficiam o próximo. Neste
ano, com a realização da Copa
do Mundo na África do Sul,
Pelé e outros importantes nomes
do futebol ajudaram crianças
em situação de vulnerabilidade
social, atendidas pela Legião da
Boa Vontade, ao participar da
iniciativa da LBV África do Sul
2010 — Fiz um gol pela infância

brasileira! A assinatura dele está
na camisa da LBV entregue em
agradecimento aos que contribuí­
ram para a campanha. Graças à
adesão do público, a obra garante
a manutenção e o aprimoramento
dos programas socioeducacionais
desenvolvidos pela Instituição,
os quais ajudam a construir um
futuro melhor para muitos brasileirinhos.

Entre tantos títulos que Pelé
recebeu estão o de “Atleta do
Século 20”, concedido pelo jornal
francês L’Équipe, e a Comenda
da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica, da LBV, na categoria Esporte (1996); ofertada
ao jogador por seu desempenho
em campanhas de promoção
humana.
A láurea, instituída pelo dirigente da Obra, José de Paiva
Netto, no ParlaMundi da LBV, é
um reconhecimento a pessoas e
instituições que se destacam nos
serviços fraternos em diferentes
segmentos da sociedade brasileira
e em âmbito mundial. Na ocasião,
Pelé externou sua satisfação com
a homenagem: “Realmente é um
dia importante para mim. Eu não
poderia deixar de agradecer ao
Conselho, que aceitou a indicação
de meu nome. (...) E hoje estou
aqui no Templo da Boa Vontade,
que o Paiva Netto falou que é
uma Casa Ecumênica, uma Casa
de todos”.

Museu Pelé
Divulgação

Com a inauguração prevista para 2012, no Centro Histórico da cidade
de Santos/SP, o Museu Pelé desde já representa uma justa homenagem
a uma das pessoas que mais divulgaram o Brasil e o futebol pelo mundo. O projeto, assinado por outro ilustre brasileiro, também ganhador
da Comenda do ParlaMundi da LBV, o arquiteto Oscar Niemeyer, foi
idealizado de maneira que o museu fique dentro de uma esfera de sete
metros de diâmetro, cuja estrutura será circundada por uma rampa. Ao
lado, numa placa de 20 metros de altura, a silhueta do atleta dando socos no ar, típica marca do Rei do Futebol nas comemorações de cada
gol. No espaço, poderão ser apreciadas mais de 3 mil peças (entre
filmes, fotos e troféus) cedidas por Pelé. O projeto foi anunciado oficialmente no dia 4 de novembro, no escritório do
arquiteto em Copacabana, no Rio de Janeiro/RJ, e deve ter custo final de R$ 20 milhões.
26

| BOA VONTADE
Acontece em São Paulo

—

S Ã O

PAU L O / S P

—

Parlamento Jovem
Elias Paulo

Lucian Fagundes

Arquivo BV

Aluna da LBV defende o uso racional da água

O Instituto de Educação da Legião da Boa Vontade dispõe de diversos espaços de
aprendizagem que possibilitam ao educando maior proximidade entre teoria e prática.
Um desses locais é o laboratório de Química e Biologia, representado acima.

E

m sessões especiais na Câmara Municipal de São
Paulo, nos dias 21 e 22 de
outubro, alunos do 6o ao 9o
ano do ensino fundamental de
escolas públicas e particulares
paulistanas ocuparam o tradicional espaço dos vereadores para as
plenárias do Parlamento Jovem.
Além da lição de democracia e
de conhecer melhor a atividade
parlamentar, com a iniciativa os
estudantes tiveram a oportunidade de apresentar propostas para
melhorar as condições de vida
do povo.
Em sua nona edição, o Parlamento Jovem selecionou projetos
de 55 estudantes. Um deles foi
apresentado pela aluna Mariana

Oliveira Silva, de 11 anos, que está
no 6o ano do ensino fundamental
do Instituto de Educação da Legião
da Boa Vontade. A adolescente
propôs a captação de água da chuva e armazenagem em cisternas,
que seriam instaladas em prédios
comerciais e residenciais, para a
utilização na lavagem de calçadas,
irrigação de jardins e na limpeza de
áreas comuns. Segundo Mariana,
a ação contribui para reduzir o
desperdício da água tratada, beneficiando o meio ambiente e toda a
sociedade.

Na LBV: valorização do
meio ambiente

Pela quarta vez, o projeto de
um educando da Escola da LBV

Mariana Oliveira Silva, 11 anos, aluna
do Instituto de Educação da LBV na capital
paulista, teve sua proposta escolhida
para o Parlamento Jovem 2010.

é escolhido no Parlamento Jovem.
E a maior parte dos trabalhos
produzidos por esses estudantes
se refere ao cuidado com o meio
ambiente, fruto da importância
com que a Instituição trata o assunto em suas unidades socioeducacionais, por meio da Campanha
A destruição da Natureza é a
extinção da Raça Humana, inspi­
rada em pensamento do diretor-presidente da LBV, José de Paiva
Netto. Nessa perspectiva, os alunos
tomam conhecimento do valor da
Natureza em suas vidas e do compromisso de preservá-la.
As atividades são aplicadas por meio da Pedagogia do
Afeto, criada pelo dirigente da
Instituição.

Ajude a mudar a vida de milhares de crianças. Colabore: www.euajudoamudar.org.br
Em São Paulo/SP, o Conjunto Educacional da Legião da Boa Vontade está localizado na Av. Rudge,
630/700 — Bom Retiro. Para outras informações, ligue: (11) 3225-4500.
BOA VONTADE |

27
Abrindo o Coração
Margareth Menezes

Brasilidade

à

baiana
Leilla Tonin e Leila Marco

Margareth
Menezes
pede mais
atenção
às raízes
do povo
28

| BOA VONTADE

U

ma existência significativa, transformadora e comprometida com a arte, assim se pode resumir a trajetória de Margareth Menezes. A atriz, cantora e
compositora baiana não se deixa iludir pelo sucesso,
fruto de mais de duas décadas de carreira, com 13 CDs/LPs,
três DVDs e 21 turnês internacionais, nas quais projetou seu
nome no cenário mundial, a ponto de ter sido reverenciada
como “deusa” pelo jornal francês Le Monde e ser chamada
pelo Los Angeles Times de “Aretha Franklin brasileira”.
Maga, como também é conhecida, faz da simplicidade o
seu ponto de equilíbrio: “Prefiro ser uma pessoa pé no chão.
Quero acertar muito mais como Ser Humano”. E costuma
refletir no que realmente deve ser prioritário: “De que forma
está a minha relação com a vida, a minha relação com Deus?”.
A coerência com seus princípios explica muitas escolhas, inclusive o fato de manter-se fiel às próprias raízes. Nascida e criada
na Cidade Baixa de Salvador/BA, a artista diz que há bastantes
motivos para não se afastar da terra natal e de sua gente. A família
mora ainda por lá, incluindo a mãe, dona Diva. Com sentimen-
BOA VONTADE |

29

Estúdio Gato Louco
Abrindo o Coração

to de gratidão pelo que recebeu,
Margareth escolheu o bairro da
Ribeira também para instalar o projeto social Fábrica Cultural, criado
por ela há dois anos para promover
a inclusão de jovens em situação de
vulnerabilidade.
Desde o início de sua trajetória, interpretando samba-reggae,
depois o ritmo da axé music, até
mesclar a percussão baiana com
batida eletrônica, a música pop e
romântica, a artista continua (re)
vi­ i­ando todas essas referências.
st
E essa musicalidade está bem
viva em seu recém-lançado DVD
Naturalmente acústico.
No fim de setembro, Margareth
emprestou sua imagem para uma
causa solidária, ao participar da
sessão de fotos e gravação do vídeo
institucional da Campanha Natal
Permanente da LBV — Jesus, o Pão
Nosso de cada dia!. Essa tradicional
ação da Legião da Boa Vontade
busca oferecer um Natal mais feliz,
digno e sem fome a milhares de
famílias de baixa renda (leia a reportagem na p.108), que ao longo
do ano também são beneficiadas
pelos programas da Legião da Boa
Vontade. As fotos e filmagens foram
feitas no Centro Comunitário e Educacional da Instituição na capital
baiana, onde a cantora concedeu
entrevista à BOA VONTADE.
BOA VONTADE — Nós, da LBV,
nos sentimos felizes em contar com você nesta campanha solidária...
Margareth Menezes — Obrigada, o
[meu] carinho também. Para mim, é um
30

| BOA VONTADE

prazer. A obrigação de qualquer profissional é buscar fazer o seu melhor.
BV — O que tem a Bahia que
tanto inspira o Brasil?
Margareth — A questão histórica, a descoberta do Brasil, várias
coisas aconteceram aqui, os primeiros movimentos, além da questão
da mistura, da cultura. É um povo
formado por muitos elementos, e
isso tem a ver com o próprio processo do país, da gente como um todo.
O nosso país é formado por várias
culturas, isso dá um diferencial. E a
Bahia tem participação muito forte
dentro desse conceito de brasilidade.

“É o dia a dia que diz o
que somos, qual a força
que possuímos para
vencer as dificuldades,
procurar ter mais calma
com as coisas. Às vezes
a gente não sabe ouvir
aquele que não está
dizendo o que se deseja
ouvir; é difícil.”

BV — O movimento Afropop
Brasileiro, projeto que comanda há cinco anos, leva também
essa mensagem?
Margareth — Mostra a formação social e cultural da Bahia,
do Brasil, justamente por essas
influências todas, principalmente
pelo legado forte dos africanos,
povo que foi trazido e que colaborou
de maneira efetiva para o desenvolvimento do país. Essa é uma luta
pelo reconhecimento, para proporcionar oportunidades às pessoas de
se desenvolverem mais e ter acesso
a todas as coisas que uma sociedade
pode oferecer; ainda mais em uma
nação como a nossa, que precisa se
qualificar para poder tomar parte
deste momento novo de desenvolvimento. Hoje vemos milhares
de vagas de trabalho sem pessoas
preparadas para assumir, e isso é
uma controvérsia tão grande para
um país que tem tanta necessidade,
pessoas na miséria. Então, trazem
gente de fora para assumir cargos
que, na verdade, pertencem aos
brasileiros... Isso é o que compõe
o discurso do movimento Afropop,
não é a questão política, mas de
consciência humana.
BV — Na sua opinião, os brasileiros desconhecem a própria
história?
Margareth — Desde a
descoberta do Brasil, dessa
[região] conhecida antes
de alguma forma, pois havia registros dessas terras
anteriormente à própria
pseudodescoberta; do pau-brasil chegando à Europa,
à Itália... Existem elementos
BV — Da infância, a família, o
que mais valoriza?
Margareth — A família da minha mãe é de pescadores, pessoal
que veio de Ilha de Maré [próximo
a Salvador]; meu avô trabalhava
na vedação de saveiros, é uma
família de marisqueiros. Da parte
do meu pai, Antônio Cardoso,
era o pessoal que cultivava a terra;
a minha avó era roceira mesmo
de plantar, meu avô também. Venho dessa coisa bem
simples mesmo, e aí essas
duas famílias se uniram
pelo casamento na Península
Itapagipana, aqui na Ribeira. A
minha infância é muito parecida
com a dessas crianças que estão
tendo acesso às coisas na LBV.
Meu universo era muito gostoso,
pobre, mas ao mesmo tempo rico;
eu ficava encantada, até hoje sou
muito encantada com o mar.
BV — Neste ano, você se apresentou em Durban e Johannesburgo, na África do Sul. Qual o
sentimento de participar como

Diva brasileira
Margareth Menezes lembra que, ainda menina, circulava pelos palcos de
teatro da Ribeira. Segundo a cantora, o ato de representar foi também um
dos caminhos que a conduziram à música, pois todos os personagens que
fazia sempre cantavam. Logo descobriu a grande vocação e, em 1990, a
voz forte de contralto impressionou o famoso músico e compositor escocês
David Byrne, de quem Maga recebeu o convite para participar de uma turnê
mundial do Talking Heads, grupo do qual ele foi líder. Margareth abriu mais de
50 shows da banda pelos Estados Unidos e Europa. Graças à repercussão
desse trabalho, o álbum que trazia Elegibô – Um canto de Ifá, lançado no
mercado norte-americano, permaneceu 11 semanas na lista de sucessos da
revista Billboard, na categoria world music.
Com o nome em evidência no exterior, não demorou até que a música de
Maga estourasse nas rádios do Brasil, o que ocorreu em 2002, com o single
Dandalunda, canção composta por Carlinhos Brown. Foi então que a cantora
se firmou como uma das
mais belas vozes femininas
da música brasileira.

Márcio Lima

ainda guardados, então, se formos
ver bem, não se conhece a nossa
história real; alimentamos algo em
função de determinadas situações
que a sociedade programou, da
chegada do português... mas há o
conhecimento da cultura indígena,
coisas que às vezes a floresta tem de
tão positivo para a vida, e a gente
atropelou o povo que já estava aqui.
Depois, vem o africano com os seus
conhecimentos naturais e colaboração. Tudo isso precisa ser resgatado
e reconhecido para verdadeiramente termos um país mais real.

Margareth Menez
es e Carlinhos Br
own, na gravação
DVD Naturalmen
do
te acústico.

uma das atrações
da primeira Copa do
Mundo no continente africano?
Margareth — Foi relevante
pela história que a África do Sul
tem para contar ao mundo, principalmente em relação ao Nelson
Mandela, algo meio mágico. Ele,
assim como o Mahatma Gandhi,

é uma criatura especial. Um Ser
Humano mobilizando a nação, o
continente e o mundo em função
da necessidade de justiça. Tenho
uma admiração grande por Nelson
Mandela, por ter conseguido transformar a sociedade sul-africana, e a
BOA VONTADE |

31
Abrindo o Coração

Alegria e descontração

ra Silv
Tatiane de Olivei

a

Durante a visita à Legião da Boa Vontade, a cantora
Margareth Menezes foi recebida por meninas e meninos
atendidos pelo programa LBV — Criança: Futuro no
Presente! (foto). A garotada conduziu a artista em um
passeio pela unidade socioeducacional, onde ela pôde
conhecer as ações ali desenvolvidas. “Foi muito bacana
estar aqui com as crianças. Você vê o envolvimento
delas, sua alegria espontânea. A espontaneidade da
criança é um sinal do que está recebendo, ela retorna
de uma maneira muito verdadeira. Eu vi as crianças felizes, cantando, se expressando, se comunicando. Elas
cantaram para mim. Você sente que estão gostando e
sendo bem tratadas. Eu vi isso, uma relação de Amor,
de cuidado. Gostei muito”, declarou.

Copa veio consumar uma mudança, mostrando como é essa realidade a pessoas de todo o planeta. Para
mim, foi importante poder ter ido
lá, em Angola também, ver o que
podemos aprender de novo.

Márcio Lima

BV — Contralto, voz forte,
presença marcante e interpretação segura... tudo isso encantou o público em turnês na
Europa e nos Estados Unidos.
Já se acostumou aos elogios?
Margareth — Isso são boas
referências, ter-

mos comparativos relevantes,
mas o melhor é ter consciência
profissional, o cuidado para não
achar que é muita coisa, pois não é
bem por aí; prefiro ser uma pessoa
pé no chão. Quero acertar muito
mais como Ser Humano. De que
forma está a minha relação com a
vida, a minha relação com Deus?
Isso é o importante. Tenho buscado
fazer transformações profundas
na minha vida, em função de uma
compreensão desse poder. Na
questão profissional, procuro dar o
meu melhor mesmo, pelo respeito
às pessoas que vão ao show. A
gente vive num país de muitos
artistas e para você conseguir
marcar tem de possuir
um diferencial, portanto,
aceito com carinho essas
coisas. Sei, porém, que
é o dia a dia que diz
o que somos, qual a
Margareth e a mãe, dona
Diva.

força que possuímos para vencer
as dificuldades, procurar ter mais
calma com as coisas. Às vezes a
gente não sabe ouvir aquele que
não está dizendo o que se deseja
ouvir; é difícil. Você corre o risco
de estar cercado de pessoas que
estão ali mais te babando do que
dando uma palavra real da situação.
É muito importante ter amigos de
verdade, que você sabe que pode
chorar com eles.
BV — Para você, esse amadurecimento veio mais cedo, com
a experiência de se descobrir
como artista ainda muito jovem?
Margareth — Na verdade, sim.
Engraçado, nunca tive a ambição,
mas possuía essa coisa de gostar de
música, de violão. Foi algo natural,
porque o meu avô tocava violão,
morava num bairro no qual muita
gente fazia música, serenata. Minha
mãe me ensinou a cantar o samba
de roda, e era tudo bastante festivo;
meus tios também, por parte de
pai, gostavam de cantar. O meu tio
Florisvaldo contava histórias,
outros faziam [truques de] mágica.
Aos 15 anos a minha mãe presenteou-me com um violão, fiz teatro
na escola, e isso foi me aproximando, até que cheguei ao teatro amador, e todos os personagens que eu
fazia sempre cantavam. Comecei,
então, a cantar na noite, trabalhei
com teatro e música até 1995;
depois, foi só música. Sempre
que o pessoal me pergunta: “Ah,
quando começa o carnaval?”. Eu
falo: o carnaval para mim faz parte
da minha dinâmica profissional, a
minha formação é o palco, que tem
mais espaço. No trio elétrico você
precisa fazer aquele exercício da
voz de comando da massa... nele
conduzo o público evitando algumas coisas, alguns tipos de música,
porque tudo é vibração, é energia.
O show que faço qualquer pessoa
pode assistir, criança ou velho, não

dou lugar para baixaria,
canto música simples,
que fala de Amor, de Natureza. Gosto de me comunicar
com leveza, o ambiente de trabalho
da minha banda é muito saudável.
Tudo isso a gente começa a cultivar, é maturidade, mas também é
querer viver melhor.
BV — Mesmo com o sucesso,
não se afastou da Cidade
Baixa...
Margareth — Minha mãe,
tios, parentes, o pessoal todo mora
por aqui. Tenho a ONG Fábrica
Cultural, que está começando,
são 4 anos ainda, mas já com
movimentos importantes. Sempre
quis fazer alguma coisa, porque
sentia essa efervescência que a
juventude tem — muito jovem,
muita cultura, muita história, e
pouca oportunidade para o pessoal
se expressar.

“No trio elétrico conduzo o
público evitando algumas
coisas, alguns tipos de
música, porque tudo é
vibração, é energia. O show
que faço qualquer pessoa
pode assistir, criança ou
velho, não dou lugar para
baixaria, canto música
simples, que fala de Amor,
de Natureza.”

Margareth Menezes por ela mesma

Um ídolo
Tenho admiração por muitos
artistas, mas vejo a história do
Gilberto Gil como um referencial.
Não chega a ser ídolo, não! Ídolo
é uma coisa muito forte, mas é um
cara por quem tenho grande respeito, admiração.
Um livro
Tantos livros... Eu vou dizer
um escritor, porque acho que me
preenche em vários momentos. É o
Gabriel García Márquez.

Boa Vontade...
É você ter disposição de fazer
as coisas, fazer o Bem sem olhar a
quem, Boa Vontade.

Estúdio Gato Louco

Um defeito
Sou um pouco teimosa.

Um sonho
Ver o mundo melhor, principalmente para as crianças do Brasil; a
infância ser mais respeitada.
Que exemplo gostaria de
deixar?
De uma pessoa que acredita
na vida, positividade, um exemplo
bom... Apesar de tanto não, tanta dor
que nos invade, somos nós a alegria
da cidade.
BOA VONTADE |

33
Acontece na Bahia

V
LBção!
éa

Elisabete Cuaio

—

S A LVA D O R / B A

—

Atleta atendida pela LBV
tem o sonho realizado
Emily Laranjeira integra Seleção Brasileira e destaca-se
em campeonato sul-americano

A

carateca baiana Emily
Laranjeira, de 15 anos,
conquistou três medalhas no
Campeonato Sul-Americano
de Caratê Interestilos, ocorrido no
mês de setembro, em Assunção,
capital do Paraguai. Emily subiu
ao pódio três vezes, ganhando duas
medalhas de ouro (nas categorias
kata infantojuvenil e kumite infantojuvenil B) e uma de bronze (categoria kumite equipe de revezamento).
34

| BOA VONTADE

Tatiane de Oliveira Silva

A história da jovem no Esporte
começou em 2000, aos 5 anos, no
Centro Comunitário e Educacional da Legião da Boa Vontade em
Salvador/BA. Com o apoio da Instituição, Emily e a família tiveram
a vida transformada por meio do
programa LBV — Criança: Futuro
no Presente!.
Em sua passagem por Assunção, ela conheceu o Jardim e
Pré-Escola José de Paiva Netto,

da LBV do Paraguai, interagiu
com os atendidos e recebeu uma
linda lembrança confeccionada
pelas crianças. Emocionada com a
recepção, lembrou os dias que passava na Obra: “A gente chegava
de manhã, recebia alimentação,
brincava na quadra, fazia caratê,
capoeira, dança... Agradeço a
todos os que me deram a oportunidade de entrar na LBV para
hoje estar onde estou”.
Elisabete Cuaio

Nizete Souza

Emily aos 9 e 15 anos (destaque) com as medalhas conquistadas
no estadual de caratê em 2005 e no sul-americano em 2010.

“Isso não é um sonho, a
LBV é uma realidade!”

Emily Laranjeira

Carateca da Seleção Brasileira, após
conquistar três medalhas em campeonato
sul-americano. O início da prática no
esporte foi aos 5 anos na LBV (foto
abaixo), em Salvador/BA.
l

As duas filhas de Ailton
Laranjeira, pai de Emily, foram
amparadas pela LBV em Salvador. “A educação que a família
passou para elas foi boa, e a LBV
deu continuidade. Tenho certeza
de que as crianças aprenderam
muita coisa, inclusive em termos
de caráter, de formação. (...)
Percebi que realmente se preocupam com a Educação e com o
Esporte”, declarou o pai.
Com a filha campeã, o pai
agradece o incentivo que recebeu
e orgulha-se das origens humildes
no bairro da Ribeira. “Graças a
Deus, viemos de lá. Hoje, tenho
uma filha que é atleta de primeira
categoria, faixa-preta, e que começou na LBV. Tenho que agrade-

cer muito a vocês por terem dado
essa oportunidade e descoberto
um grande talento. Agradeço a
todos que abriram esse espaço,
principalmente ao nosso Irmão
Paiva Netto”, finalizou.
A exemplo do apoio dado a
Emily, atualmente milhares de
adolescentes participam de atividades esportivas nas escolas e
centros comunitários da Legião
da Boa Vontade em todo o Brasil,
por meio do programa Esporte é
Vida!.
“Quando comecei a fazer
esporte, treinava sério. (...) Isso
não é um sonho, a LBV é uma
realidade! (...) Da mesma forma
que eu consegui chegar aqui,
todos podem também”, afirmou a
jovem campeã.

Arquivo pessoa

Educação e oportunidade

Ajude a mudar a vida de milhares de crianças. Colabore: www.euajudoamudar.org.br
Av. Porto dos Mastros, 19, Ribeira, tel.: (71) 3312-0555.
BOA VONTADE |

35
Inclusão social
Mudança de atitude

Caminhos

abertos
Mercado de trabalho absorve número cada vez maior
de pessoas com deficiência
Alexandre Rueda
36

| BOA VONTADE
Arquivo Pessoal

E

A consultora Carolina Ignarra, diretora da Talento Incluir, pede mudanças de atitude
e de cultura em relação ao profissional com deficiência.

pela qual as empresas têm lidado
com essa nova realidade. “No Estado de São Paulo, segundo dados
da Superintendência Regional do
Trabalho, no começo da fiscalização, em 2001, havia 12 empresas
contratando 600 pessoas, em um
Estado que possui mais de 9 mil
empresas. Até o fim de 2009 já
om

No caso do Brasil, as estatísticas levantadas pelo Censo Demográfico 2000, realizado pelo
Instituto Brasileiro de Geo­ rafia
g
e Estatística (IBGE), m­ straram
o
que 24,5 milhões de cidadãos
declararam ter algum tipo de
deficiência, o equivalente a
14,5% da população há 10 anos.
Assim, diante da dimensão e da
relevância inerentes à questão,
independentemente do grau e
do tipo de deficiência, cada vez
mais se discute e se avalia o resultado das políticas públicas
de inclusão social em todo o
mundo.
No país, há a percepção de
que tem havido avanço nesse
processo. Em entrevista ao
programa Sociedade Solidária, da Boa Vontade TV, a
consultora Carolina Ignarra,
cadeirante e diretora da Talento Incluir, comentou a forma

Shutterstock.c

m todo o mundo, 650 milhões de pessoas — cerca
de 10% da população do
globo — vivem com algum tipo de deficiência. Desse
número, a maioria (cerca de
80%) encontra-se em países
em desenvolvimento. Esses
dados foram divulgados pelas
Nações Unidas (ONU), pela
Organização Mundial da Saúde
(OMS) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Segundo ainda estimativas do
Banco Mundial (Bird), 20% das
pessoas mais pobres do planeta
têm deficiência.
Entre as causas externas que
mais frequentemente levam à
deficiência estão os acidentes
em meios de transporte e as
quedas, portanto, ninguém está
imune a esse tipo de ocorrência.
Por ocasião do Dia Internacional
das Pessoas com Deficiência
(3 de dezembro), o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon,
pronunciou-se sobre o tema:
“Todos nós estamos vulneráveis
a uma deficiência, temporária
ou permanente, especialmente
à medida que envelhecemos. (...)
Um quarto da população global
é afetada diretamente pela deficiência, incluindo os cuidadores
ou membros da família. (...) A
experiência mostra que quando
as pessoas com deficiência têm
a oportunidade de participar e
conduzir o processo de desenvolvimento, a comunidade em
geral se torna mais confiante. O
engajamento dessas pessoas cria
oportunidades para todos os que
possuem ou não deficiência”.

BOA VONTADE |

37
Inclusão social

Pessoas com deficiência no Brasil
(Total de 24,5 milhões)
Intelectual
Auditiva

8,3%

Física

4,1%

16,7%
48,1%
22,9%
Visual

Motora

Fonte: Censo Demográfico 2000 (IBGE)

a barreira de atitude, é mudança
de cultura. E aí é um pouco mais
complicado; é diferente mudar o
comportamento das pessoas, é
realmente um desafio”.
A própria experiência de Carolina Ignarra guarda um exemplo
que aponta a necessidade de uma
Cultura de Paz que promova esse
esclarecimento. “Uma vez atendi ao
telefone e a moça não sabia que do
outro lado tinha uma empresa e que
eu era cadeirante. E ela disse assim:
‘Preciso contratar [pessoas com]
deficiências leves’. Aí perguntei: o
que é deficiência leve? Ela respondeu: ‘Aquelas que não atrapalham’.
Como assim? Eu sou cadeirante.
Espere, vou perguntar para a minha
colega se eu atrapalho”, relembra.

Trabalho e superação

Fotos: Shutterstock

eram quase 7 mil cumprindo a
cota estabelecida pela lei. (...) E
a gente já tem mais de 102 mil
pessoas deficientes trabalhando.
As firmas começam a entender
quais são os processos para que se
tenha estrutura para a inclusão.”

38

| BOA VONTADE

Mesmo assim, conforme a especialista, os desafios também são
constantes. “As barreiras sociais
são duas: físicas ou de atitude.
Barreira física é falta de acesso;
acesso a gente quebra e faz, é fácil.
Precisa de investimento, é claro,
mas é fácil transformar um degrau
em rampa”, explica a consultora.
O pior problema, segundo ela, “é

Na opinião da diretora da Talento Incluir, conquistar um emprego melhora profundamente a
qualidade de vida do deficiente.
“Para mim, trabalhar foi uma
ferramenta de superação; claro
que houve também a estrutura da
família, a formação, os amigos,
o interesse das pessoas em estar
ao meu lado, tudo isso contribuiu para superar mais rapidamente (...). É possível sair de
casa, as pessoas têm de querer
(...) e entender que o trabalho
faz parte da vida de qualquer
cidadão. Não é porque você tem
deficiência que não precisa produzir. E quantas pessoas falam
para a gente assim: ‘Ah, você
é deficiente, por que você não
se aposenta, minha filha?’. Eu
não preciso me aposentar, nem
quero; desejo trabalhar.”
“(...) A barreira de atitude é mudança de cultura. E aí é um pouco
mais complicado; é diferente mudar o comportamento das pessoas,
é realmente um desafio.”
Carolina Ignarra

Diretora da Talento Incluir, comentando os desafios enfrentados por pessoas com
deficiência ao ingressar no mercado de trabalho.

Para Carolina, é importante
esclarecer que boa parte das
vagas conseguidas pela consultoria Talento Incluir e por outras
empresas e organizações que
trabalham com inclusão e recolocação de profissionais com deficiência é destinada a cargos para
iniciantes, como ocorre “de uma
forma geral para todos”. Mas
ressalta: “A maioria das pessoas
com deficiência está começando
a carreira profissional, pois elas
não tinham oportunidade de trabalho. E independentemente da
idade, se tem 30, 40, ou 18 anos,
se ela está começando, deve fazer
por um cargo inicial, seja operacional, em recepção, assistente
administrativo. Gosto de falar
sobre o assunto, porque alguns
dizem: ‘Mas não há vaga!’, ‘Você
tem experiência para o cargo?’,
‘Possui formação para ele?’”.
Por isso, a empresa da qual é
diretora investe no profissional,
de forma a qualificar e tornar o
deficiente apto a conquistar seu
espaço como qualquer outro
cidadão. No boletim n o 1 do
Observatório do Mercado de
Trabalho Nacional do Ministério
do Trabalho e Emprego, sobre os
indicadores deste ano, verificou-

-se: “A geração recorde de postos
de trabalho no primeiro quadrimestre de 2010 tem-se refletido
positivamente para os trabalhadores que possuem algum tipo de
deficiência. No referido quadrimestre, 642 postos de trabalho
foram ocupados pelo segmento,
resultado considerado muito positivo diante do apresentado no
mesmo período de 2009, no qual
foram destruídos 4 mil postos
de trabalho ocupados por esses
trabalhadores”.
É positivo para a sociedade o
fato de que a Lei de Cotas esteja,
cada vez mais, sendo cumprida
e fiscalizada até mesmo por empresas com menos de 100 funcionários, as quais pela legislação
estão desobrigadas a fazer essa
inclusão. Além disso, Carolina
destaca: “Mais importante do
que garantir a vaga é conseguir
ficar no trabalho.
Certamente [com
as leis] há uma facilidade para ingressar
no mercado, mas para
se manter nele existe a
mesma dificuldade
de qualquer outro
profissional. Para
as empresas, é

uma mudança cultural de comportamento. Não é fácil do dia
para a noite o gestor, que trabalhou 30 anos, de repente, fazer a
gestão de uma pessoa cega, que
possui sim uma diferença e precisa ser considerada, para que
exista respeito”.

BOA VONTADE |

39
Terceiro Setor
Encontro Paulista de Fundações

Por um novo mundo

colaborativo

Daniel Guimarães

A

s organizações da sociedade civil brasileira, a exemplo das fundações, têm
um papel fundamental na
promoção dos direitos humanos.
No entanto, para se manter, cotidianamente enfrentam desafios
40

| BOA VONTADE

Fotos: Divulgação

semelhantes aos de empresas do
setor privado. Um dos principais
é modernizar a gestão, ficando em
sintonia com as novas tecnologias
e as transformações sociais.
A fim de capacitar os gestores
nesses temas e discutir os rumos do

Terceiro Setor no Brasil, a Associação Paulista de Fundações (APF)
promoveu, em São Paulo/SP, o 5o
Encontro Paulista de Fundações.
Sob o tema “Uma Nova Fundação
para um Novo Mundo Colaborativo”, conferencistas de peso, do
Conferência
internacional
debate rumos
para o Terceiro
Setor

Brasil e do exterior, compartilharam
sua experiência com os 300 ativistas
reunidos no evento. A seguir, alguns
dos principais aspectos debatidos.

Novos modelos de gestão

Apontadas como instituições

inovadoras, as fundações comunitárias estão consolidadas
em países como Estados Unidos
e Canadá. No Brasil, algumas
organizações sociais passaram a
adotar esses princípios de operação a partir do fim da década
de 1990, segundo Vera Lúcia
Dellagnelo, coordenadora-geral
do Instituto Comunitário Grande
Florianópolis, uma dessas entidades. Em entrevista à Boa Vontade
TV (canal 23 da SKY), ela definiu:
“As fundações comunitárias são
uma plataforma institucional que
permite que diversos atores de
uma comunidade somem recursos,
talentos e esforços para promover
o desenvolvimento da sociedade”.
O conferencista Emmett D.
Carson, presidente da Silicon
Valley Community Foundation,
nos Estados Unidos, discorreu
sobre “Filantropia de Alto Impacto — Medindo e Estimando
a Criação de Valor Social”. Na
palestra, apontou essa articulação
como a chave para potencializar
os resultados alcançados pelo
Terceiro Setor: “O caminho para
intensificar o social é pela união
de mais pessoas: unir indivíduos,
famílias, ONGs, corporações.
Quanto mais pessoas participam,
melhores são as ideias, o impacto, o engajamento, o estímulo, o
envolvimento”.
Entusiasta desse novo formato
institucional, Rahul K. Bhardwaj, presidente da Toronto Community Foundation, entidade de
referência no assunto no Canadá,
destacou um trunfo desse modelo:
“Uma de nossas maiores forças
está na ampliação do conheci-

mento sobre as comunidades em
inúmeras áreas, desde o transporte até o bem-estar e o meio
ambiente”.

Brasil em evidência

Outro tema abordado no 5o
Encontro Paulista de Fundações
foi a projeção alcançada pelo país
no cenário internacional — por
conta do crescimento econômico
e dos avanços sociais no combate
à miséria — e como isso afeta o
Terceiro Setor. Emmett Carson
enxerga com otimismo este momento: “O Brasil, hoje, com sua
riqueza e classe média em crescimento, oferece a oportunidade
para cada brasileiro de pensar
em como diminuir as injustiças
sociais”.
Para o conferencista Marcos
Kisil, diretor-superintendente da
Fundação Maria Cecília Souto
Vidigal, o novo estágio de desenvolvimento do Brasil coloca
desafios para as organizações:
“Todos temos obrigação de evoluir, criando, inovando, correndo
outros riscos (...). A filantropia
brasileira terá que sofrer transformações, que não vêm da vontade
dela, mas de uma necessidade da
sociedade”.
Um desses novos desafios, na
visão do vice-presidente da Associação Paulista de Fundações,
Eduardo Sancho, diz respeito à
expectativa de o país protagonizar
a promoção da justiça social em
todo o mundo. “O Brasil vive um
momento completamente diferente. Nós estaremos cada vez mais
sendo chamados não só para receber ajuda, mas para emprestar e
BOA VONTADE |

41
Terceiro Setor

A partir da esquerda: Rahul Bhardwaj, Vera Lúcia Dellagnelo, Emmett Carson, Dora
Silvia, Marcos Kisil, Steven Gunderson e Eduardo Sancho.

colaborar numa ajuda internacional, para países e entidades que
realmente precisam”, ponderou.

Inserção internacional
das fundações brasileiras

Uma importante conquista da
APF, celebrada durante o encontro, foi a filiação da entidade ao
Council on Foundations (CoF),
organização sediada em Washington/EUA, que congrega mais de
duas mil fundações de todo o
mundo. “Essa participação junto
ao Council on Foundations traz
à APF uma nova visibilidade, um
novo campo, uma nova abertura”,
ressaltou Dora Silvia Cunha
Bueno, presidente da APF.
Na opinião de Steven Craig
Gunderson, presidente do CoF,
que apresentou a conferência
“Filantropia no século 21”, essa
inserção internacional é necessária
porque não é mais possível encarar
os desafios dos países isoladamente, já que todos estão interligados.
“As pessoas têm de ser agentes de

42

| BOA VONTADE

mudança que se comunicam com
seus concidadãos nesta jornada
[comum] para construir uma sociedade melhor”.

Para Gunderson, o engajamento social apresenta uma tendência
de desenvolvimento para os próximos anos. “O Terceiro Setor
vai crescer significativamente
por causa do aumento da renda
em todo o mundo, da demografia. Agora são duas as gerações
que tomam decisões e que, cada
vez mais, preferem investir em
filantropia a confiar nos governos
para resolver os problemas. (...)
Estamos vendo um crescimento
comovente das diversas ferramentas sociais.”
“Que as fundações possam
desfrutar deste convívio e dessa
globalização, porque hoje em dia
nós estamos conectados com o
mundo”, declarou a presidente
da APF.

Prêmio Pedro Kassab
O 5o Encontro Paulista de Fundações também marcou o lançamento
do Prêmio Pedro Kassab, a ser entregue anualmente pela Associação
Paulista de Fundações, a partir de 2011, a uma pessoa física e outra
jurídica que tenham se destacado na construção de uma sociedade
melhor.
O nome do prêmio homenageia o doutor Pedro Salomão José
Kassab (1930-2009), médico e acadêmico que se dedicou intensamente à promoção da justiça social. “Ele era vice-presidente da APF e
faleceu no ano passado, deixando uma lacuna muito grande”, afirmou
Vera Kiss, presidente da Fundação Péter Murányi. “No intuito de perpetuar a sua imagem, o seu exemplo, a diretoria da associação propôs
e aprovou a criação desse prêmio”, completou.
Em nome dos familiares, Claudio Kassab, vice-diretor-geral da
Fundação Liceu Pasteur, agradeceu a lembrança do nome do pai
para a premiação: “É um grande orgulho para a nossa família, um
reconhecimento por todo o trabalho que ele fez para instituições e
também uma oportunidade importante de ajudarmos as empresas que
estão praticando o bem, ações filantrópicas, as fundações, para que
apareça mais o trabalho que fazem e isso sirva para estimular mais as
atividades sociais do nosso país”.
Terceiro Setor
Políticas públicas

Avanços na
questão social
O

Terceiro Setor está em
constante expansão e requer a implementação
de políticas públicas que
colaborem para o bom funcionamento de organizações da sociedade civil. Diante dessa realidade,
a Escola Superior do Ministério
Público da União (Esmpu), em

Juliane Nascimento
Fotos: José Gonçalo

parceria com a Promotoria de
Justiça de Fundações e Entidades
de Interesse Social do Ministério
Público do Distrito Federal e
Territórios (MPDFT) e com a
Associação Nacional de Promotores e Procura­ ores de Justiça
d
de Fundações e Entidades de Interesse Social (Profis), promoveu

o Congresso Ministério Público e
Terceiro Setor — Atuação Institucional na Proteção dos Direitos
Sociais, em 6 de outubro, em
Brasília/DF.
O evento reuniu membros
do Ministério Público, advogados, contadores, dirigentes e
integrantes de entidades civis

BOA VONTADE |

43
Terceiro Setor

O procurador de Justiça do DF e presidente da Profis, dr. José Eduardo Sabo Paes (C),
ao lado do diretor administrativo da Fundação Boa Vontade, Luciano Duarte Pereira
(E), e do representante da Fundação José de Paiva Netto no DF, jornalista Enaildo
Viana.

para uma avaliação crítica e
propositiva de diversos temas
ligados ao Terceiro Setor. Na
pauta, também se discutiram as
disposições da Lei nº 12.101, de
27 de novembro de 2009, sobre
a certificação das entidades beneficentes de assistência social;
a governança de fundações e
associações; as normas e os
princípios contábeis aplicados à
prestação de contas; e o acompanhamento finalístico.

Fórum aberto

Um dos principais tópicos
do encontro foi a possibilidade
da abertura de um fórum de
dis­ ussões entre o Ministério
c
Público, órgão de fiscalização e
controle das atividades estatutárias das entidades não governamentais, e os demais participantes do congresso. Um dos

44

| BOA VONTADE

defensores da ideia é o procurador de Justiça do DF dr. José
Eduardo Sabo Paes, presidente
da Profis: “Estamos discutindo
a Lei no 12.101, que apresenta
uma nova certificação às entidades beneficentes de assistência
social, tendo a participação do
Ministério de Desenvolvimento
Social, o Conselho de Assistência Social, pois se faz necessário
o acompanhamento estatal, mas,
também, a participação efetiva
da sociedade civil”. E completa
o procurador: “Devemos entender o pressuposto básico dos
direitos sociais, não apenas com
a ação do poder público, mas
com a ação social das entidades
que complementam a assistência
social, a saúde e a educação”.
Sobre a ação do Terceiro
Setor no país, o dr. Paes comentou: “Ela vem aumentando; já a

construção legislativa é que não
tem crescido ao mesmo tempo.
Necessitamos de uma discussão
maior no âmbito legislativo, social, para que haja a definição de
um marco legal na consolidação
das normas, porque as entidades
precisam e nós queremos segurança jurídica para trabalhar e
cumprir nosso papel social”.
Durante o congresso, a equipe
da BOA VONTADE conversou
também com o promotor de Justiça Cível dr. Airton Grazzioli,
curador de Fundações do Ministério Público do Estado de São
Paulo e vice-presidente da Profis. Ele explicou a importância da
lei que dispõe sobre a certificação das entidades beneficentes:
“Vivenciamos a vigência de
uma nova lei federal que trata
da filantropia no Brasil, focada
especialmente nas atividades da
assistência social, da educação
e saúde, que são relevantes para
a população, especialmente para
os que têm menos oportunidade
na vida, de valores, de cidadania. A Lei no 12.101 foi editada
no final de 2009 e obteve alguns
regulamentos, decretos, de maneira que é uma legislação nova,
sobre a qual a sociedade civil,
especialmente o Terceiro Setor,
tinha grande expectativa”.
Para o promotor, o primeiro
passo foi dado: “Veio a lei possível e as autoridades dessa área,
a sociedade civil, as entidades
e a população beneficiada com
esse tipo de trabalho estão discutindo a inovação legislativa,
os seus defeitos e os reparos que
deve merecer”.
Nelson Faraco de Freitas,
promotor de Justiça da 2a
Promotoria de Fundações e
Entidades de Interesse Social
do MPDFT.

Airton Grazzioli, promotor
de Justiça Cível e curador de
Fundações.

A respeito das certificações
exigidas pela legislação vigente,
o dr. Airton Grazzioli menciona
que “a especialização pode
engessar as entidades para que
foquem ou na assistência social,
ou na saúde ou na educação, e
me parece que aí há um equívoco do legislador ao pretender
distinguir esses três institutos,
porque para os estudiosos da
matéria a assistência social
engloba saúde, educação e uma
série de outras vertentes, de outras facetas que vêm trazer uma
melhoria na condição de vida
daqueles que precisam”.

Marcos Biasioli,
advogado.

Vera Maria, presidente da
Federação de Fundações
Privadas do Estado de Goiás
— Funpego.

O promotor ressaltou o trabalho da Fundação José de Paiva
Netto: “No Brasil há grandes entidades associativas de interesse
social, fundações, e um exemplo
disso é a Fundação José de Paiva
Netto, que tem atuação em muitos
Estados e um relacionamento com
os Ministérios Públicos de várias
unidades da Federação”.
De acordo com o promotor
de Justiça do DF e curador de
fundações dr. Nelson Faraco de
Freitas, o encontro possibilitou
maior agilidade na resolução
das questões que envolvem as
organizações da sociedade civil.

Ricardo Monello, auditor
contábil, advogado e
contador.

Leovane Gregório,
presidente do Conselho de
Assistência Social do DF.

Cláudia Sabóia, diretora
do Departamento da Rede
Socioassistencial Privada do
SUAS-MDS.

“Esse evento foi proveitoso para
discutirmos as perspectivas,
as soluções para os problemas
que assolam as entidades que
integram o Terceiro Setor, na
medida em que cabe ao Ministério Público exercer o velamento
dessas organizações, zelando
para que elas atuem dentro
das finalidades estatutárias, e
para que possamos trabalhar
de forma preventiva. Eventos
dessa natureza são de extrema
relevância porque aproximam as
entidades do Ministério Público
e se tornam fundamentais para
que as dificuldades que aparecem na gestão dessas entidades
já sejam equacionadas no próprio encontro”, afirmou.
O dr. Nelson Freitas também
deixou sua apreciação sobre a
Lei no 12.101: “A nova lei veio
para modernizar e, com isso, dirimir a questão dos certificados,
regular de uma maneira mais
clara a questão tributária. Então, acredito que essa legislação
veio para melhorar a questão da
assistência social”.
BOA VONTADE |

45
Saúde
Aumenta o número de pessoas com diabetes

Karine Salles

Número de diabéticos deve crescer 54% nos próximos 20 anos

O

diabetes afeta 284 milhões de pessoas em todo
o mundo. Até 2030, esse
número deverá chegar a
439 milhões, segundo previsão
anunciada em novembro pela Federação Internacional de Diabetes
(FID), ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil,
estima-se que haja 10 milhões de
diabéticos, 76% deles acometidos
46

| BOA VONTADE

pelo tipo 2 da doença (diabetes
mellitus), mais comum e o único
quase inteiramente evitável.
Em resposta à crescente demanda por informações sobre a
doença, em 1991 foi instituído
pela FID o Dia Mundial do Diabetes*, celebrado anualmente
em 14 de novembro. No entanto,
afirma o endocrinologista Walter
Minicucci, vice-presidente da

Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), ninguém está comemorando. “Criou-se o dia para
chamar a atenção para esse
grave problema. Se não fizermos
nada, não haverá médico para
tratar todo mundo e não teremos
orçamento de saúde que dê conta
do problema”, alertou o médico.
O “fazer nada” faz referência
ao comportamento e aos hábitos
alimentares modernos, que representam a principal causa do diabetes tipo 2. Estudo divulgado em
outubro pelo Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC)
dos Estados Unidos comprova o
problema: cerca de um terço dos
adultos poderá desenvolver o
diabetes até 2050 se continuarem
sedentários e ganhando peso. As
previsões parecem otimistas caso
não se considere o envelhecimento populacional — a prevalência
cresce com a idade.
Para especialistas, o diabetes é
a grande epidemia da atualidade:
o número de enfermos não cresce apenas em incidência, como
também em prevalência e mortes.
Nesse patamar, a doença passa a
afetar o próprio desenvolvimento
econômico, pois o tratamento
costuma ser caro. Somente nos
Estados Unidos, em exemplo
apontado pela equipe do CDC,
os cuidados com o problema em
2007 “custaram mais de US$ 174
bilhões e devem representar um
ônus financeiro cada vez maior
nos anos subsequentes”.
A cada ano, as pessoas que se
descobrem portadoras do diabetes
comumente culpam a correria e a
falta de tempo, além da influência
das novas tecnologias, pela má
alimentação e pelo sedentarismo.
“É um conjunto de fatores que
deveria tornar nossas vidas mais
produtivas e acaba por comprometer a produtividade em função

Os males do diabetes
É a principal causa de perda parcial da visão e cegueira em adultos
nos países desenvolvidos;
Portadores da doença são mais suscetíveis a ataques cardíacos ou
a derrames;
Maior causa de insuficiência renal;
Causa principal de amputações de pés e pernas sem relação com
lesões.

da maior incidência de doenças,
queda na resistência física, obesidade, estresse, ansiedade”,
disse a técnica de enfermagem
e acolhimento de pacientes do
Hospital Regional de São Paulo,
Denise Turre Limeira.
Quebrar este círculo vicioso
se torna um verdadeiro desafio,
segundo a enfermeira, que recomenda: “É importante incorporar na dieta habitual a maior
quantidade possível de alimentos
ricos em fibras, tais como frutas
e verduras; evitar descascar algumas frutas, como figo, pêssego
e maçã, pois podem aumentar
bastante o conteúdo de fibras,
que terão um papel fundamental
na saúde do sistema digestivo”.
Na lista de bons hábitos está a
meta de reduzir a quantidade de
gordura (óleos, manteiga, creme),
importante vilão da obesidade; de
carboidratos (massas e doces); e
de alimentos a cada refeição.

“Faça mais refeições, ingerindo menos calorias de cada vez.
Este procedimento permitirá
uma digestão mais fácil e menor
apetite nas refeições maiores”,
completa, indicando a preferência
a alimentos grelhados e cozidos.

Videogame e internet
põem jovens na rota do
diabetes

O aumento do diabetes tipo 2
está diretamente associado aos
dois fatores que favorecem o
excesso de açúcar no sangue: alimentação rica em gordura, carboidrato e pouquíssima fibra e falta de
exercícios físicos. Mudanças nos
hábitos alimentares nas últimas
décadas — com a massificação
do fast-food, lanches rápidos e

* Dia Mundial do Diabetes — Considerada a maior iniciativa mundial em torno do diabetes,
a data (14 de novembro) foi escolhida para homenagear o nascimento do cientista canadense
Frederick Banting que, em parceria com Charles Best, foi responsável pela descoberta da
insulina, em outubro de 1921. Dois anos mais tarde, Banting recebia o Prêmio Nobel de Medicina
por esse feito e pela aplicação da insulina no tratamento de diabéticos.
Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes
BOA VONTADE |

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Revista Boa Vontade, edição 228
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Revista Boa Vontade, edição 228

  • 1. Paiva Netto escreve sobre fato histórico no Brasil Educação A inovadora Pedagogia da LBV repercute em série de eventos na Europa e na América Latina LBV DE MÃOS DADAS COM A COMUNIDADE Brasil unido por um Margareth Menezes Nívea Stelmann Rogério Flausino Marcos Pasquim Eliana Pittman Isabelle Drummond D’Black Tatau Natal mais solidário Renato Prieto Rosemary e sem miséria RECORDE Campanha da LBV distribui 1,2 milhão de quilos de alimentos a mais de 70 mil famílias de baixa renda, renovando a Esperança e a Boa Vontade nas almas por um feliz 2011. IBGE Pesquisa recente revela que insegurança alimentar diminui, mas ainda atinge 30,2% dos domicílios brasileiros. Inclusão Social Os desafios das pessoas com deficiência para ingressar no mercado de trabalho Comemoração Peregrinos do Brasil e exterior festejam os 21 anos do Templo da Boa Vontade homenagem O mundo celebra os 70 anos de Pelé, o rei do sonho canarinho
  • 2.
  • 3.
  • 4. Sumário 8 46 Paiva Netto escreve: “Fato histórico”. Epidemia do século — Número de diabéticos deve aumentar 54% nos próximos 20 anos 8 12 20 2 3 24 12 miriam Leitão Lançamento do livro Convém sonhar 12 Sérgio Abranches Nova obra Copenhague: Antes e depois. 13 Renato Aragão 50 anos de Didi Mocó Fato Histórico Cartas, e-mails, livros e registros MULHERES NA MÍDIA Opinião Esportiva por José Carlos Araújo Futebol 2 7 28 Acontece em são paulo Abrindo o coração Paiva Netto Rei do sonho canarinho — O mundo festeja os 70 anos de Pelé Brasilidade à baiana — Margareth Menezes pede mais atenção às raízes do povo 34 36 acontece na bahia Inclusão social 40 terceiro setor Caminhos abertos — Mercado de trabalho absorve número cada vez maior de pessoas com deficiência • Solidariedade globalizada — Conferência internacional debate tema (p. 40) • Avanços na questão social — Congresso discute papel do Terceiro Setor e atuação do MP na proteção dos direitos sociais (p. 43) 46 saúde 13 15 Ubiratan Aguiar Júlia Lemmertz Poesia em título e CD Biografia homenageia a atriz Lilian Lemmertz 16 Siro darlan Desembargador autografa seu livro sobre adoção 50 • Epidemia do século — Número de diabéticos deve crescer 54% nos próximos 20 anos (p. 46) • O fim da hipertensão — Nova terapia promete futuramente acabar com a pressão alta (p. 49) Samba História por Hilton Abi-Rihan O pai do baião — A alma do sertão na arte de Luiz Nascimento Gonzaga 4 | BOA VONTADE 17 Wagner de Assis Bastidores do filme Nosso Lar Acontece em portugal Educação – Brasil 63 16 Educação e CULTURA — Europa 59 60 laudo natel e Ricardo viveiros Jornalista escreve — Laudo Natel: um bandeirante. 5 4 Educação – Argentina 6 5 6 6 68 LBV de Portugal promove congresso de Educação — Evento propõe aliar fundamentos educacionais à Espiritualidade Ecumênica para um desenvolvimento integral A missão de educar — Seminário no ParlaMundi da LBV discute o papel do docente como agente transformador da sociedade • Congresso Ibero-Americano de Educação — Propostas incluem ampliar o número de crianças e jovens na escola e melhorar a qualidade do ensino acontece no pará acontece em Minas gerais 21 anos do tbv • A alma do Templo da Boa Vontade — No maior encontro ecumênico do Brasil, o fundador do TBV destaca o Ideal de Fraternidade que inspirou o monumento (p. 68)
  • 5. Manaus/AM 68 92 95 21 anos do Templo da Boa Vontade 108 Tradicional Campanha da LBV por um Natal mais solidário e sem miséria a todo vapor • Pelo mundo via internet — Mensagem do Templo da Boa Vontade é acompanhada em tempo real (p. 78) • Ato ecumênico — Religiosos e diversos representantes do saber humano celebram os 21 anos do Templo da Boa Vontade (p. 81) • Cultura musical — Espetáculo Música Legionária — Identidade e Coração celebra encontro de gerações (p. 84) cultura Ecumenismo no ideal missionário e na arte — Templo da Boa Vontade inspira desenhos de padre católico in memoriam Homenagem a quatro talentos brasileiros — Almeida Prado (p. 95), Moacir C. Lopes (p. 96), Iara Kern (p. 97) e MoacIr Werneck de Castro (p. 98) 98 Melhor idade por Walter Periotto Fique atento a mudanças no comportamento — Especialista ensina a identificar e evitar a depressão 36 Carolina ignarra Inclusão social: Caminhos abertos 54 Arnaldo Niskier Palestra na LBV de Portugal 60 Cristovam Buarque Professores para cidadania libertadora 100 Música Novos voos de Jota Quest — Vocalista Rogério Flausino fala de experimentos da banda, carreira internacional e fama. 105 Acontece no piauí 106 memória Natalina Artigo histórico de Rui Barbosa 108 Natal permanente da LBV Brasil unido por um Natal mais solidário e sem miséria — Edição 2010 da campanha Natal Permanente da LBV ajudará mais de 70 mil famílias 134 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 138 Espírito e Ciência 142 Universo e leis em evolução — O biólogo Rupert Sheldrake e a nova gênese morfológica Arte na tela por Marta Jabuonski Cultura afro-brasileira 60 Içami tiba Contra a indisciplina na escola 95 almeida prado In memoriam 96 Iara kern In memoriam 144 Literatura Cultura que ultrapassa os livros — 56a Feira do Livro de Porto Alegre/RS 150 Internacional Brazilian Day — Comenda da LBV é destaque na maior festa brasileira nos EUA 1 53 acontece em nova york 154 Opinião — Mídia Alternativa por Carlos Arthur Pitombeira Qualificar ou proibir o exercício da profissão 157 Registro 158 responsabilidade social Cemar e Coelba 160 soldadinhos de deus 162 Acontece no rio de janeiro 96 moacir c. lopes In memoriam 97 Moacir werneck de castro In memoriam 156 José Gomes Talarico In memoriam BOA VONTADE | 5
  • 6. Ao leitor A tradicional Campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia! é um exemplo vivo de que o espírito fraterno, renovado a cada aniversário do Divino Mestre, deve ser diário. Como o amigo leitor poderá acompanhar em reportagem, a iniciativa este ano vai oferecer uma mesa farta e um fim de ano feliz a mais de 70 mil famílias de baixa renda, atendidas ao longo do ano por meio dos programas socioeducacionais da Instituição ou assistidas por entidades que integram a Rede Sociedade Solidária Ecumênica. São mais de 1,2 milhão de quilos de alimentos não perecíveis, arrecadados graças à ajuda de colaboradores, empresários e voluntários, que prontamente atenderam ao chamado da Solidariedade Ecumênica, e dos cerca de 200 artistas, esportistas e personalidades que abraçaram a campanha. Da Europa, chega a notícia da 9a edição do Congresso Internacional de Educação, promovido pela LBV de Portugal, na cidade do Porto. O tema central do encontro: “Unir Cérebro e Coração: um olhar além do intelecto” norteou a discussão de ideias entre profissionais da área, além de pais e estudantes, como a problemática do relacionamento interpessoal e intergeracional nas escolas, que afeta famílias e comunidades. A apresentação da Pedagogia da Boa Vontade (Pedagogia do Afeto e Pedagogia do Cidadão Ecumênico), criada pelo diretor-presidente da LBV, José de Paiva Netto, atraiu a atenção do público. Muitos participantes manifestaram interesse em aplicar esse conceito inovador em suas escolas e lares, não apenas em terras lusitanas, mas igualmente no Brasil, onde o assunto tem ganhado notoriedade, resultado dos vários eventos promovidos no país sobre a linha pedagógica da Instituição. O pensamento do dirigente da LBV, aliás, tem repercutido muito também no Brasil. Isso ficou claro durante o pronunciamento dele à frente da cerimônia principal alusiva aos 21 anos do Templo da Boa Vontade, em 23 de outubro, transmitido pela Super Rede Boa Vontade de Comunicação para todo o país e ao mundo inteiro, via internet. Trechos do memorável discurso estão na matéria especial sobre o aniversário do TBV. A diversidade de pontos de vista também está presente aqui em entrevistas com personalidades, como o vocalista Rogério Flausino, da banda Jota Quest, e o padre Mario Celli. Na seção “Abrindo o Coração”, a cantora Margareth Menezes conta um pouco da história de vida e seu compromisso de manter-se fiel às próprias raízes. Esta edição homenageia, ainda, os 70 anos de nascimento do Rei Pelé, lembrando jogadas históricas e o constante apoio do atleta às causas sociais. 6 | BOA VONTADE Reflexão de BOA VONTADE O mercado, sempre que gerido de forma desumana, portanto, irresponsável, lesa nações, ameaçando desencadear nelas o fim da democracia. Pode provocar reação avassaladora, a tudo afetando subitamente. Globalização sem espírito humanitário é prenúncio de novos conflitos, que a cegueira da ambição não deixa ver. Extraído do livro É urgente reeducar!, de autoria do escritor Paiva Netto. Conforme anunciou a Livraria Saraiva, ele foi o autor nacional mais vendido de seu estande na 21a Bienal Internacional do Livro de São Paulo, realizada em agosto de 2010. BOA VONTADE Revista apolítica e apartidária da Espiritualidade Ecumênica ANO 54 • No 228 • SET/OUT/NOV/DEZ 2010 Edição fechada em 30/11/2010 BOA VONTADE é uma publicação das IBVs, editada pela Editora Elevação. Registrada sob o no 18166 no livro “B” do 9º Cartório de Registro de Títulos e Documentos de São Paulo. Diretor e Editor-responsável: Francisco de Assis Periotto - MTE/DRTE/RJ 19.916 JP Coordenação geral: Gerdeilson Botelho e Rodrigo de Oliveira Jornalistas Colaboradores Especiais: Carlos Arthur Pitombeira, Hilton Abi-Rihan e José Carlos Araújo. Equipe Elevação: Adriane Schirmer, Alexandre Rueda, Carla Luz, Cida Linares, Daiane Emerick, Diego Ciusz; Gizelle de Almeida, Isabela Ribeiro, Jefferson Rodrigues, Jonny César, Leila Marco, Leilla Tonin, Mário Augusto Brandão, Natália Lombardi, Neuza Alves, Paulo Azor, Rafael Bruno, Simone Barreto, Valéria Nagy, Vivian Ribeiro Ferreira, Walter Periotto, Wanderly Albieri Baptista e William Luz. Projeto Gráfico: Helen Winkler Capa e Diagramação: Felipe Tonin e Helen Winkler Impressão: Editora Parma Crédito das fotos de capa: D’Black: André Fernandes; Eliana Pittman: André Fernandes; Isabelle Drummond: André Fernandes; Marcos Pasquim: André Fernandes; Margareth Menezes: Eduardo Moody; Nívea Stelmann: André Fernandes; Pelé: Airton Leite; Renato Prieto: André Fernandes; Rogério Flausino: Weber Pádua; Rosemary: André Fernandes e Tatau: Eduardo Moody. Endereço para correspondência: Rua Doraci, 90 • Bom Retiro • CEP 01134- 050 • São Paulo/SP • Tel.: (11) 3225-4971 • Caixa Postal 13.833-9 • CEP 01216-970 Internet: www.boavontade.com / E-mail: info@boavontade.com A revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos e opiniões em seus artigos assinados.
  • 7.
  • 8. Fato histórico Fato José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor. É diretor-presidente da LBV. 8 | BOA VONTADE E conomista por formação, Dilma Rousseff entra para a história como a primeira mulher a ocupar a Presidência do Brasil. Comandará o destino de mais de 190 milhões de brasileiros (segundo Censo 2010), num mandato de quatro anos, a partir de 1o de janeiro de 2011. Saudamos a presidenta eleita do país, desejando-lhe sucesso na árdua, mas gloriosa, tarefa de conduzir nosso vertiginoso crescimento e aprimorá-lo, ao reduzir as desigualdades sociais. Uma conquista e manutenção do lugar que nos cabe entre as nações mais desenvolvidas do mundo. Aspiração unânime de cada um de nós. Rememorando os fatos, vemos a tradição democrática civilizada sendo seguida: Dilma, num gesto de paz, estendeu a mão aos opositores políticos. Afinal, formamos um único povo. Por sua vez, José Serra, na abertura de seu discurso, disse: “Quero aqui cumprimentar a candidata eleita Dilma Rousseff e desejar que faça bem para o nosso país”. Dilma declarou, na noite de 31 de outubro, domingo, no encerramento de sua primeira palavra após o pleito eleitoral, que “a nação brasileira terá exatamente a grandeza daquilo que, juntos, fizermos por ela”. Com esse pensamento e a atitude dele nascida, que vençamos todos nós, o Brasil e seus cidadãos, pois é a vontade de gerações inJosé Serra teiras. Divulgação João Preda histórico
  • 9. O presidente Lula e a presidenta eleita Dilma Rousseff chegam ao Museu Nacional da Coreia do Sul para jantar de trabalho com chefes de Estado e de governo do G-20 (Seul, Coreia do Sul, 11/11/2010). Ricardo Stuckert/PR Este mais recente espaço conquistado pela Mulher na sociedade contemporânea, para nós, da Legião da Boa Vontade, não é surpresa. Isto fica evidenciado no documento que enviamos à 49a Sessão da Comissão do Status da Mulher, texto que as Nações Unidas (ONU) divulgaram em seis idiomas (árabe, chinês, espanhol, francês, inglês e russo), e encaminharam aos chefes de Estado e organizações não governamentais que participavam, a exemplo da LBV, desse significativo encontro internacional, ocorrido de 28 de fevereiro a 11 de março de 2005. Em determinado trecho da mensagem, é reproduzida parte do discurso que proferi na década de 1980 — e que fiz constar no livro Reflexões e Pensamentos — Dialética da Boa Vontade (1987) — quando defendo que pelo nosso prisma a mulher tem direito a ser presidente da República, Divulgação Comissão do Status da Mulher na ONU BOA VONTADE | 9
  • 10. shutterstock.com Fato histórico Árabe Chinês A Mulher no conSerto das Nações Reprodução do documento elaborado pela LBV e traduzido pelas Nações Unidas para seus seis idiomas oficiais. 10 | BOA VONTADE Espanhol Francês Inglês Russo condutora de religiões, capitã de indústria, de aviões e navios transatlânticos; tem direito de ser médica, engenheira, professora... No trabalho, há um justo conceito de valor entre homens e mulheres: o da competência. Então, os sexos nisto estarão harmonizados. Que brilhe o homem, que brilhe a mulher, conforme a competência de cada um. Isto não quer dizer que homens e mulheres são totalmente iguais. Aí está pelo menos, de início, a anatomia para desmentir. O que quero dizer é que não se devem sustentar antigas barreiras e levantar novas, firmadas em tabus, preconceitos e interesses espúrios para impedir maior influência da mulher sobre o destino do mundo. Homem e mulher dependem um do outro. Completam-se. Ainda no documento, é transcrito texto constante da Declaração Universal dos Direitos Humanos em que se pode ler: “Todos têm o direito de fazer parte do governo do seu país. O empoderamento e autonomia da mulher e a melhoria do seu status social, econômico e político são essenciais para alcançarem transparência e um governo respeitável e uma administração e desenvolvimento autossustentável em todas as áreas da vida”. Diante do exposto, a Legião da Boa Vontade defende uma estratégia justa, política, cultural, científica, filosófica na igualdade de gêneros. Aniversariante Aproveito o ensejo para parabenizar nossa presidenta eleita, que aniversaria no dia 14 de dezembro, desejando felicidades ao lado de seus familiares e amigos.
  • 11.
  • 12. Cartas, e-mails, livros e registros Fotos: José Gonçalo BOA VONTADE em alta Quero agradecer pelo exemplar da BOA VONTADE. Realmente, o trabalho é excepcional, sem dúvida alguma. (José Luiz Lamas Junior, administrador de Contratos Oi, São Paulo/SP) Direito e Caridade Estou lendo com prazer o livro É urgente reeducar!. A obra é didática, interessante e convida o leitor a séria reflexão. Pode-se dizer que é um tratado de reforma íntima do Ser Humano, com fundamento no Mandamento Ecumênico do Cristo, que considero base da justiça universal. (...) Entendi que essa reforma está diretamente ligada ao Ecumenismo Irrestrito, pela mensagem do Evangelho. (...) Paiva Netto deixa claro que não entende o Ecumenismo apenas religioso. É mais abrangente, com a abrangência de suas ações em todos os setores da vida humana. Sou advogado e, lendo o livro, entendi que a máxima do Evangelho do Cristo: “Amai-vos como Eu vos amei” (Evangelho de Jesus segundo João, 13:34) é a fórmula do real Ecumenismo na ciência do Direito, a verdadeira justiça com caridade. Muito obrigado por enriquecer meu conhecimento na área em que atuo. (Hermano Lopes, advogado, São Paulo/SP) É urgente reeducar! Tive a oportunidade de ler o livro É urgente reeducar!, de Paiva Netto, e em cada página recebi uma nova lição de amor. Ele nos ensina a ser 12 | BOA VONTADE A jornalista Miriam Leitão e sua nova obra, Convém sonhar. Ao lado, o jornalista ambiental e cientista político Sérgio Abranches com o seu livro Copenhague: Antes e depois. Miriam Leitão e Sérgio Abranches fazem duplo lançamento em Brasília O casal de jornalistas Miriam Leitão e Sérgio Abranches recebeu amigos, familiares, colegas da mídia e admiradores para o lançamento em setembro, na capital federal, de seus respectivos livros: Convém sonhar e Copenhague: Antes e depois. No primeiro, a jornalista e comentarista de economia apresenta crônicas, reunidas em mais de 20 anos de carreira, não apenas sobre a área econômica, mas também sobre questões sociais e ambientais, jornalismo, além de opiniões e histórias pessoais da colunista. Por sua vez, o jornalista ambiental e cientista político Sérgio Abranches definiu seu novo livro como “uma tentativa de entender o que se passou na reunião global do clima em Copenhague [Dinamarca], que, pela primeira vez desde a Rio-92, reuniu mais de cem chefes de Estados e os chefes de governos mais poderosos do mundo em meio a muita expectativa de que fosse se tomar uma decisão séria para debelar a ameaça da mudança climática e que foi mais ou menos uma frustração”. Representantes da Legião da Boa Vontade parabenizaram os autores. Na ocasião, o casal dedicou exemplares dos livros ao dirigente da Instituição, com estas dedicatórias: “José de Paiva Netto, na esperança de que seus sonhos de Boa Vontade se realizem, Miriam Leitão”; e “Para José de Paiva Netto, com o abraço e os votos de continuidade do trabalho da LBV. Do Sérgio Abranches”. Cidadãos Fraternos, o que não significa estarmos desprovidos de senso crítico ou despreparados para enfrentar um mundo de riscos, conforme afirma. Ao contrário, nos dá ferramentas para que possamos ser Cidadãos Ecumênicos, respeitando os demais sem perder nossa identidade. O autor da obra nos ensina a Sintonia Tríplice: Bom Pensamento, Boa Palavra e Boa Ação. (...) Fiquei muito emocionada ao ler sua explicação sobre o Ecumenismo em
  • 13. Arquivo BV Fabio Rossi / Agência O Globo O presidente do Tribunal de Contas da União, dr. Ubiratan Aguiar. Renato Aragão comemora 50 anos de Didi Mocó A poesia de Ubiratan Aguiar em nova obra e CD O humorista Renato Aragão festeja, neste 2010, 50 anos de seu Didi Mocó. O personagem, criado pelo ator, o consagrou no meio televisivo, com Dedé Santana e os saudosos Mussum e Zacarias. O quarteto fez gerações divertirem-se assistindo ao programa Os Trapalhões na televisão e no cinema, por mais de 20 anos. Atualmente, o ator comanda A Turma do Didi, exibido, aos domingos, pela TV Globo. No dia 29 de novembro, o diretor do programa, Guto Franco, encaminhou à Legião da Boa Vontade um vídeo com mensagem de Natal do humorista dedicada à garotada da instituição: “Aí gente, para todas as crianças da LBV um Feliz Natal, um beijo e um abraço do Didi. Vamos lá, gente, um beijão pra vocês. Fiquem com Deus”. A LBV e seu diretor-presidente felicitam o humorista pela marcante data. O ilustre presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), dr. Ubiratan Aguiar, mais uma vez dá mostras de seu talento literário com o lançamento de Versos de Vida. O livro vem acompanhado do CD Sina do Cabra da Peste. Com 59 poemas, a obra é a terceira do gênero assinada pelo ministro. Já o CD, o sexto promovido pelo dr. Ubiratan, reúne letras dele musicadas e interpretadas por artistas de grande talento da música brasileira, entre eles Geraldo Azevedo, Italo e Renno, Dominguinhos e Amelinha. Durante a noite de autógrafos, ocorrida no Clube do Choro, em Brasília/DF, o ministro assim dedicou um exemplar do livro ao dirigente da LBV: “Paiva Netto, os Versos de Vida falam de paz e amor de que o mundo tanto necessita. Ubiratan Aguiar”. No CD, constam os dizeres: “Ao Paiva Netto, grande expressão brasileira, o abraço do Ubiratan Aguiar”. Falando ainda do trabalho literário do presidente do TCU, vale rememorar o belo poema Natal, escrito pelo dr. Ubiratan em 2006 e publicado no livro Tropel do Tempo. Nele, a exemplo do que propaga a Legião da Boa Vontade, desde sua fundação, o autor deseja que o espírito do Natal seja diário: “Natal Ah! Se pudesse fazer/ Todos os dias, Natal/ Passagens de um novo Ano/ Espírito de confraternização/ Solidariedade fraterna/ Distanciamento de ódios.  Ah! Se pudesse transmitir/ A paz das águas/ O cântico livre dos pássaros/ A beleza azul do firmamento/ O encanto colorido das flores/ O riso ingênuo das crianças.  Ah! Se eu pudesse receber/ Amor daqueles que eu amo/ Sorrisos dos que conheço/ A leveza da paz dos sonhos/ Luzes de saber, conhecimentos/ Bênçãos de Deus e saúde.  Feliz 2006”. todas as áreas do saber, explicando o Ecumenismo dos Corações, o sentimento bom, e o quanto devemos educar nossos sentimentos. (Roseli Garcia, La Paz/Bolívia) Ao ouvir o Irmão Paiva e ler seus escritos, vejo que o conteúdo tratado por ele é política pura. Como estudante de Relações Internacionais, fiquei muito comovida com a prece contida na edição 105 da revista Jesus Está Chegando!, na qual comenta teses de diversos cientistas políticos, à luz da Espiritualidade Ecumênica. É uma verdadeira aula da Política de Deus. (Jéssica Domingues, estudante, São Paulo/SP) BOA VONTADE | 13
  • 14. Divulgação/Caco Argemi Liliane Cardoso Cartas, e-mails, livros e registros O governador eleito do Rio Grande do Sul, sr. Tarso Genro, e sua esposa, sra. Sandra Genro, durante a 56a Feira do Livro de Porto Alegre. O senador Pedro Simon lança A impunidade veste colarinho branco também na Feira do Livro de Porto Alegre Novas obras literárias: Direito, Constituição e Transição Democrática no Brasil e A impunidade veste colarinho branco A Feira do Livro de Porto Alegre (leia reportagem sobre o evento na p. 144), em sua 56a edição, contou com a presença ilustre de dois nomes da política do Rio Grande do Sul entre os lançamentos literários: o governador eleito do Estado, Tarso Genro, e o senador Pedro Simon, respectivamente, nos dias 3 e 4 de novembro. O governador eleito do Rio Grande do Sul lançou Direito, Constituição e Transição Democrática no Brasil. Os textos que compõem a obra foram produzidos por Tarso Genro enquanto ainda exercia a função de ministro da Justiça. Neles, o autor analisa as relações entre os poderes constituídos, numa perspectiva jurídica e no contexto de um longo processo de transição político-democrática, iniciado em 1985 e cujos parâmetros estão consagrados na Constituição de 1988. 14 | BOA VONTADE Em concorrida sessão de autógrafos, prestigiada por admiradores, familiares e amigos, o governador eleito dedicou exemplar da obra ao dirigente da LBV: “Ao Paiva Netto, cidadão do bem, com o abraço fraterno do Tarso Genro, 3/11/10”. Pelo fim da impunidade O senador Pedro Simon compareceu ao evento literário na capital gaúcha para o lançamento de sua obra A impunidade veste colarinho branco. Na ocasião, recebeu os cumprimentos de amigos, familiares, público e autoridades. Sobre a escolha do tema de que trata o livro, o parlamentar afirmou que a impunidade continua sendo um dos maiores problemas do Brasil, visto que também gera outras mazelas, como a violência urbana, o analfabetismo e mesmo a falta de medicamentos. Medidas como a aprovação da Lei da Ficha Limpa, segundo ele, representam o marco para o fim deste mal, pois assim se cria um ambiente em que políticos envolvidos com desvio de recursos públicos sejam presos ou percam seus mandatos. Ao receber a saudação de representantes da LBV, Pedro Simon agradeceu e, cordialmente, declarou: “Meu abraço muito carinhoso ao meu amigo Paiva Netto. Sou um admirador da sua obra, do seu trabalho, leitor permanente de suas colunas; agradeço a oportunidade de poder falar aos amigos da Legião da Boa Vontade, porque realmente esse livro é resultado de uma caminhada da boa vontade”. O senador também autografou exemplar do seu livro ao dirigente da LBV, com esta dedicatória: “Ao grande amigo Paiva Netto, companheiro de longa caminhada. Um abraço do Pedro Simon. 04/11”.
  • 15. Lucian Fagundes Fotos: Alan Lincon O escritor Laurentino Gomes durante lançamento de 1822 1 Um olhar sobre a Independência do Brasil 2 3 4 (1) A atriz Júlia Lemmertz e o jornalista Cleodon Coelho durante o lançamento do livro Lilian Lemmertz — Sem rede de proteção. (2) O autor de novelas Manoel Carlos e a atriz durante sessão de autógrafos. (3) A atriz Marieta Severo, presente ao lançamento. (4) A partir da esquerda, as atrizes Cláudia Alencar e Júlia Lemmertz com o jornalista e roteirista Cleodon Coelho. Biografia homenageia a atriz Lilian Lemmertz Recentemente, a Coleção Aplauso apresentou novo título de sua galeria de grandes nomes da cultura nacional: Lilian Lemmertz — Sem rede de proteção. O local escolhido para o lançamento foi o Rio de Janeiro/RJ, onde a atriz Júlia Lemmertz, filha da homenageada, recebeu colegas, amigos e fãs da dramaturgia. A obra, assinada pelo jornalista e roteirista Cleodon Coelho, relata a vida e a carreira de Lilian Lemmertz, gaúcha de nascimento e uma das atrizes mais elegantes e talentosas de sua geração, com atuação marcante no teatro, em novelas e no cinema, entre as décadas de 1960 e 1980. Faleceu em 1986. Entre as personalidades e amigos que prestigiaram o evento, os atores Tony Ramos, Paulo Betti, Edney Giovenazzi e Nando Cunha; e as atrizes Laura Cardoso, Marieta Severo, Thais Garayp, Cláudia Alencar e Suzana Pires; além do escritor e autor de novelas Manoel Carlos. Também compareceram ao lançamento representantes da Legião da Boa Vontade, os quais receberam exemplar do livro autografado especialmente ao diretor-presidente da Instituição com as seguintes dedicatórias: “Com carinho, Júlia Lemmertz”; e “Caro Paiva Netto, espero que goste desta história tão bela! Beijo, Cleodon”. De autoria do escritor e jornalista Laurentino Gomes, o recém-lançado 1822 promete repetir o sucesso do best-seller 1808, do mesmo autor, sobre a vinda da Família Real portuguesa. Desta vez, o foco é a Independência do Brasil. O livro traz um relato em detalhes do processo de ruptura política entre Portugal e sua colônia nas Américas. Em 22 capítulos, intercalados por ilustrações sobre fatos e personagens históricos, a obra cobre o período entre a volta da corte portuguesa de D. João VI a Lisboa, em 1821, e a morte do imperador D. Pedro I (1834). Durante o lançamento, na capital paulista, representantes da Legião da Boa Vontade felicitaram o escritor, que gentilmente encaminhou exemplar da obra ao dirigente da LBV, com a mensagem: “Para o amigo José de Paiva Netto, com um abraço e a admiração do autor. L”. BOA VONTADE | 15
  • 16. Alguns dos meninos e meninas atendidos pelo Centro Comunitário e Educacional da Legião da Boa Vontade em Belo Horizonte/MG levaram o abraço fraterno da instituição ao diretor-executivo da Record Minas, Fabiano Freitas, pela passagem de seu aniversário, em 19 de novembro. O aniversariante foi presenteado com um belo quadro e um cartão confeccionado pela própria garotada. Ao ser parabenizado, Fabiano destacou: “Fiquei muito feliz e confesso que nunca recebi um presente tão lindo e belo como esse. A criança é pura, não tem maldade, o amor é sincero, verdadeiro, e quando a gente é presenteado por criança, se sente tocado. Sabemos que vem de coração. Fico muito feliz de ser homenageado pelas crianças da LBV. Agradeço de coração e parabéns pelo trabalho que fazem para elas e suas famílias”. Crianças com a apresentadora e modelo Natália Guimarães, no estúdio do Hoje em Dia (Record), em Belo Horizonte. 16 | BOA VONTADE Luiz Barcelos Laudo Natel: um bandeirante, por Ricardo Viveiros A vida e as realizações do ex-governador de São Paulo Laudo Natel ganham um novo olhar. O jornalista Ricardo Viveiros lançou em outubro a obra Laudo Natel: um bandeirante. O local escolhido para a sessão de autógrafos foi o Museu da Casa Brasileira, em São Paulo/SP, onde o autor e o próprio biografado receberam amigos e admiradores. Neste 21o livro de Viveiros, o leitor tem a oportunidade de saber mais sobre a história desse nonagenário político, economista e administrador de empresas que por duas vezes foi governador paulista (1966-67; 1971-75). Ao mesmo tempo, chama a atenção o conteúdo rico em registros históricos sobre economia, política e esportes do Brasil nos últimos 50 anos. O dr. Laudo Natel e o autor dedicaram um exemplar da obra ao diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, com as seguintes mensagens: “Ao ilustre brasileiro José de Paiva Netto, o meu abraço. Ricardo Viveiros”; “Ao prezado José de Paiva Netto, com o abraço cordial do Laudo”. Nova Lei de Adoção e Causos O desembargador Siro Darlan reuniu amigos e catedráticos no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, em outubro, para o lançamento do livro Nova Lei de Adoção e Causos. Com base em sua extensa experiência como titular da 1a Vara da Infância e da Juventude da Comarca do Rio de Janeiro/RJ, o autor comenta nesse trabalho a nova lei, narrando seis histórias reais em que a adoção não é vista apenas como um instituto jurídico, mas também, e principalmente, como uma manifestação de amor. O dr. Darlan, que há anos acompanha a ação da LBV, sobretudo a atuação na área educacional, recebeu com muita simpatia representantes da Instituição durante o evento. Ao autografar um exemplar da obra, o desembargador registrou: “Para o professor Paiva Netto, mestre de Educação para os pobres e crianças e adolescentes do Brasil, com minha gratidão”. Alan Lincon Fotos: Mônica Mendes Parabéns ao diretor da Record Minas O dr. Laudo Natel (E) e o jornalista Ricardo Viveiros
  • 17. Brasil tem novo cardeal Padre Marcelo Rossi lança Ágape Teresa Afonso Orações e interpretação de trechos do Evangelho de Jesus segundo João compõem o tema do novo livro do padre Marcelo Rossi: Ágape*. O lançamento ocorreu nas dependências da Universidade Paulista (Unip), em Santos/SP, reunindo amigos e familiares do autor, fiéis e simpatizantes. Na obra, o leitor também encontra um pouco da história de vida do padre e de seu sacerdócio. Representantes da Legião da Boa Vontade compareceram à sessão de autógrafos. Na ocasião, ele encaminhou exemplar ao dirigente da LBV, com a mensagem: “Paiva Netto, que Jesus Ágape nos ilumine”. * A palavra “ágape” tem origem no grego antigo. Além de significar Amor fraternal e espiritual, define a refeição dos primeiros cristãos e se associa ao sentido de amizade, caridade. Hoje, o termo é usado para designar a santa comunhão, o banquete eucarístico. Rodrigo Gorosito Divulgação Arquidiocese de Aparecida O arcebispo de Aparecida, dom  Raymundo Damasceno Assis, presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam), é o mais novo cardeal brasileiro. Consagrado oficialmente no dia 20 de novembro, pelo papa Bento XVI, recebeu o barrete vermelho e o título cardinalício durante a cerimônia em que foram ordenados outros 23 cardeais na  Basílica de Dom Raymundo Cardeal Damasceno Assis São Pedro, no Vaticano. Nascido na cidade de Capela Nova, em Minas Gerais, no dia 15 de fevereiro de 1937, o religioso ingressou no seminário em 1955. Entre os cargos importantes ocupados por ele na Igreja Católica Romana, estão o de secretário-geral do Celam, por dois mandatos (1995-1999 e 1999-2002), e o de presidente do Conselho Fiscal, de 2003 a 2006, na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A Legião da Boa Vontade e seu diretor-presidente, José de Paiva Netto, saúdam dom Damasceno pela nova missão. Bastidores do filme Nosso Lar O lançamento de Nosso Lar, bastidores do filme, no Rio de Janeiro/RJ, no início de outubro, mereceu destaque na mídia. O trabalho, de autoria do cineasta e jornalista carioca Wagner de Assis, descreve a produção do longa-metragem dirigido por ele e com base na obra de Chico Xavier Nosso Lar, ditada pelo Espírito André Luiz, que retrata a vida em uma colônia espiritual. Prestigiado por artistas, diretores e convidados, a exemplo de Rosanne Mulholland, Dennis Carvalho, Ana Rosa e sua filha, Ana Beatriz Corrêa, o lançamento contou ainda com a presença de representantes da Legião da Boa Vontade, a quem saudou: “Eu tenho muito a agradecer à LBV pelo apoio e divulgação que tem dado ao filme. Realmente, vocês estão nos ajudando muito com a divulgação”. Ao dirigente da Instituição, Wagner de Assis registrou fraterna dedicatória em exemplar do livro: “Ao Paiva Netto, todo o meu carinho e agradecimentos por compartilhar desta história. Grato, Wagner de Assis. 6/10/10”. BOA VONTADE | 17
  • 18. Cartas, e-mails, livros e registros Com o lançamento de Cartas a um jovem economista, o professor Gustavo Franco oferece aos jovens a oportunidade de aprender com as experiências de um economista de sucesso, no caminho até se tornarem também profissionais de renome. Ex-presidente do Banco Central do Brasil, Gustavo Franco compartilha experiências pessoais e do trabalho que podem ajudar jovens economistas a enxergar a profissão de maneira mais humana e transcendente, com ênfase nos valores da honestidade, da coerência, da integridade e do senso de propósito, tanto dentro como fora da Economia. Amigos e admiradores do autor prestigiaram a sessão de autógrafos, na capital paulista. Ao diretor-presidente da Legião da Boa Vontade, o economista dedicou exemplar da obra: “Para o ilustre amigo José de Paiva Netto, com o meu especial abraço. Gustavo Franco”. 18 | BOA VONTADE Rebelião na língua portuguesa O jornalista André Luis Mansur, crítico literário do jornal O Globo, lançou, recentemente, seu mais novo livro: A rebelião dos sinais. A concorrida noite de autógrafos ocorreu no bairro da Lapa, região central da capital fluminense. Na obra, o autor apresenta doze contos, quase todos passados na cidade do Rio de Janeiro/RJ, em situações nas quais indaga o leitor sobre o que aconteceria se os sinais e acentos da língua portuguesa resolvessem abandonar os livros e revistas. Ao longo das histórias, o jornalista explica o motivo da rebelião: a exclusão dos sinais e acentos da linguagem da internet, que prefere abreviações. Na oportunidade, André Mansur deixou em um exemplar do trabalho a seguinte mensagem ao diretor-presidente da LBV: “Obrigado mais uma vez pelo apoio à minha carreira literária. Em breve estarei dando mais uma entrevista ao sistema LBV*. Grande abraço”. * Sistema LBV — O autor refere-se à Super Rede Boa Vontade de Rádio. Divulgação Professor Gustavo Franco escreve Cartas a um jovem economista O poeta, ensaísta e crítico literário Antonio Carlos Secchin, membro da Academia Brasileira de Letras, lançou em novembro, no Rio de Janeiro/RJ, Memórias de um leitor de poesias e outros ensaios. O início da obra traz um balanço sobre os quase 40 anos de dedicação do autor ao ofício da leitura e pesquisa de poesia e à transmissão dessa paixão ao público. O livro contém ainda 18 ensaios, a maioria deles sobre poe­ tas brasileiros do passado e da atualidade. Em concorrida sessão de autógrafos, prestigiada por amigos e companheiros da ABL, o autor dedicou exemplar da obra ao dirigente da LBV, com a mensagem: “Ao Dr. Paiva Netto, esperando que estas ‘Memórias de um leitor de poesias e outros ensaios’ lhe sejam agradáveis! Obrigado, um abraço, Secchin”. Priscilla Antunes Luiz Barcelos Antonio Carlos Secchin traz em livro memórias e ensaios sobre poetas
  • 19. Luiz Barcelos Fotos: Nino Santos Dona Canô Velloso, ao lado da representante da LBV na Bahia, Nizete Souza, recebe carinhosa carta do dirigente da Instituição. Sr. Johnny Saad recebe algumas das crianças da LBV e os representantes da Instituição Renata e Alziro de Paiva Bahia festeja os 103 anos de Dona Canô Na semana de seu aniversário, comemorado em 12 de setembro, o presidente do Grupo Bandeirantes de Rádio e Televisão, sr. Johnny Saad, recebeu na sede da emissora, no Morumbi (zona sul paulistana), singela homenagem da Legião da Boa Vontade. Na ocasião, o casal Legionário Renata e Alziro Paolotti de Paiva levou ao empresário o fraterno abraço do dirigente da LBV, José de Paiva Netto. Dois meninos atendidos pela Instituição entregaram ao aniversariante um cartão artesanal e um quadro com a camisa da LBV, com a assinatura de crianças amparadas pela Obra, simbolizando o carinho dos 1.200 alunos do Instituto de Educação da LBV na capital paulista. Há décadas a Legião da Boa Vontade e a Band compartilham uma história de parcerias de sucesso em favor do povo, a exemplo da Campanha LBV — SOS Nordeste. Essa amizade vem desde a época do fundador do Grupo Bandeirantes de Comunicação, dr. João Jorge Saad (1919-1999), um pioneiro das comunicações no país. FRATERNA AMIZADE DE GERAÇÕES Registro de um dos memoráveis encontros entre José de Paiva Netto e o sempre lembrado dr. João Jorge Saad (D), em setembro de 1994, na capital paulista. Arquivo BV Santo Amaro da Purificação, no Recôncavo Baiano, habituou-se a festejar o aniversário de uma ilustre filha da terra. Em 16 de setembro, a matriarca da família Velloso, Dona Canô, foi novamente o centro das atenções ao completar 103 anos de vida. Logo cedo, o som de fanfarra e muitos fogos fazia a primeira saudação. Durante o dia não faltaram a sabedoria e o bom humor característicos da homenageada. Na Igreja de Nossa Senhora da Purificação houve missa em celebração à aniversariante, feita por monsenhor Gaspar Sadoc, amigo de Dona Canô. Depois, no almoço especial, na residência da família, o carinho de filhos, netos e bisnetos, de amigos e personalidades, se misturou ao aroma de comidas típicas baianas. É claro, foi servido o prato preferido da centenária dama: caruru. Na oportunidade, representantes da Legião da Boa Vontade entregaram à aniversariante uma estatueta de São Francisco de Assis, patrono da LBV, e uma carta do diretor-presidente da Instituição, felicitando-a. Antiga colaboradora da Obra, agradeceu a lembrança e ressaltou a amizade de longa data com a LBV e com seu dirigente: “Muito obrigada! Paiva Netto nunca me esquece. Transmita a ele o meu abraço”. Johnny Saad, presidente da , recebe os parabéns da LBV
  • 20. Arquivo pessoal Paulo Vieira Mulheres na mídia A jornalista Ana Paula Padrão exibe o cartão de felicitações e um porta-retratos com foto de algumas das crianças atendidas pela Legião da Boa Vontade. A apresentadora Luciana Gimenez abraça duas estudantes da LBV, que entregaram carinhosas lembranças dos alunos da escola da Instituição, da capital paulista. Comunicadoras recebem singelas homenagens da LBV M omentos felizes vivenciados por quatro destacadas comunicadoras do Brasil tiveram a companhia de crianças atendidas pela Legião da Boa Vontade. Nos últimos meses, Ana Paula Padrão (Record), Luciana Gimenez (RedeTV!) e Luisa Mell (Rádio Bandeirantes) fizeram aniversário, e Eliana comemorou o primeiro ano de seu programa no SBT. Em cada uma dessas datas marcantes, meninas e meninos da LBV levaram o carinho da instituição. Sempre gentis e solidárias às causas sociais, essas profissionais da comunicação tiveram na homenagem a retribuição do Amor oferecido por elas ao público. novembro, a jornalista Ana Paula Padrão, apresentadora do Jornal da Record, teve a grata surpresa de receber um cartão confeccionado por algumas das muitas crianças atendidas pela LBV na capital paulista. Logo em seguida, a jornalista publicou uma mensagem de agradecimento em sua página oficial no microblog Twitter: “Queria agradecer às crianças da LBV que me mandaram um presentinho fofo! Muito obrigada”. Ana Paula Padrão agradece no Twitter Em 3 de novembro, foi a vez de Luciana Gimenez festejar mais um ano de vida. A apresentadora No dia de seu aniversário, 25 de 20 | BOA VONTADE Luciana Gimenez repercute homenagem em seu blog do programa SuperPop se mostrou comovida com a surpresa preparada pelas crianças da Legião da Boa Vontade. Representando os 1.200 alunos da Escola da LBV em São Paulo/SP, Maria Isabella, 10 anos, e Amanda Alves, 12, levaram para a aniversariante um cartão de felicitações e um porta-retratos com foto de algumas das crianças atendidas pela Instituição. Com simpatia, Luciana conversou com as meninas. Em seu blog, a apresentadora destacou: “Gente, na última semana a LBV (Legião da Boa Vontade) foi até a RedeTV! em uma das minhas gravações para realizar uma homenagem à minha pessoa. Eu fiquei muito agradecida. Amei o cartão e o presentinho especial feito pelas crianças!”.
  • 21. Não faltou animação no encontro da atriz e modelo Luisa Mell, apresentadora do quadro Comunidade dos Bichos, na Rádio Bandeirantes, com algumas das crianças atendidas pela Legião da Boa Vontade em São Paulo/ SP. O motivo da confraternização foi o aniversário dela, em 19 de setembro. Na homenagem à Luisa, presentes confeccionados pela própria garotada: um cartão e um porta-retratos. Emocionada, a apresentadora lembrou a longa amizade com a LBV: “Muito obrigada pela atenção que a Legião da Boa Vontade sempre teve comigo. Adoro vocês e sempre que precisarem estarei à disposição”. Conhecida por sua atuação em defesa dos direitos dos animais, Luisa retribuiu a homenagem presenteando as crianças com bichinhos de pelúcia. Eliana emociona-se com os pequenos A cor amarela do uniforme usado por crianças atendidas pela Legião da Eliana ganha cartão de parabéns e quadro com a camisa da Legião da Boa Vontade, assinada por crianças da Instituição. Boa Vontade contribuiu para o colorido da festa do primeiro aniversário do programa de Eliana no SBT, neste 2010. Em uma pausa nas gravações, em estúdio da emissora, na capital paulista, a artista recebeu da criançada um cartão de parabéns e um quadro com a camisa da Instituição, assinada pelas crianças, com mensagens de felicitação. André Fernandes Luisa Mell conversa com crianças da LBV Vinícius Bueno Lucian Fagundes No aniversário de Luisa Mell, a homenagem de meninas e meninos atendidos pela LBV. Ela recebe um porta-retratos e um cartão confeccionados pela criançada. “Muito obrigada às crianças e à LBV pela homenagem. Já conheci de perto o trabalho de vocês. Estou muito feliz!”, disse Eliana depois de saber que as meninas e os meninos ali representavam os alunos atendidos pelo Instituto de Educação da LBV em São Paulo. Emocionada com o carinho da homenagem, acrescentou: “Vocês são maravilhosos!”. SÃO PAULO/SP O Instituto de Educação José de Paiva Netto, da LBV, atende diariamente mais de 1.200 crianças e jovens, em situação de vulnerabilidade social, na educação infantil e nos ensinos fundamental e médio.
  • 22.
  • 23. Opinião Esportiva José Carlos Araújo Arquivo pessoal Direitos e limites do torcedor José Carlos Araújo, comunicador da Rádio Globo do Rio de Janeiro. M Tatiane de Oliveira Silva uito mais do que qualquer dirigente de clube, acima de qualquer craque. Este é o torcedor, razão maior do futebol. Podemos ter os mais talentosos atletas em campo, mas sem a força dessa presença nos estádios nenhum jogo será empolgante. Quando falo em torcedor, refiro-me àqueles que merecem essa qualificação. Os que saem de casa para incentivar o time do coração e encaram os adversários como rivais esportivos e não como inimigos. Não chamo de torcedores os que escolhem a violência como objetivo e argumento, os que intimidam, agridem, ferem e até matam. A influên­ cia negativa desses famigerados no esporte — eles que se julgam donos dos clubes e dos estádios — tem chegado ao nível do absurdo, no Brasil e em muitos outros países. Infelizmente, os maus exemplos foram importados e se transformaram em erva daninha em nosso solo. Nos últimos meses, em pleno Campeonato Brasileiro da Série A, tivemos fatos lamentáveis em dois dos nossos principais clubes: o Flamengo e o Corinthians, que possuem as duas maiores torcidas do país. Em ambos os casos, antes da chegada de Wanderley Luxemburgo e da saída de Adílson Batista, os torcedores — insatisfeitos com o desempenho dos times na competição — foram à respectiva sede de seu clube e, como se fossem autoridades, advertiram e ameaçaram atletas, técnico e dirigentes. Não é pela intimidação que a equipe vence jogos. O torcedor tem outras maneiras de demonstrar a insatisfação e pode fazer isso pelo silêncio, pelas vaias, faixas e, até mesmo, deixando de ir aos estádios. O que não se admite é violência, seja com atos ou com palavras. A culpa recai também sobre os dirigentes que permitem o livre acesso desse tipo de torcedor nas dependências do clube; os que fornecem ingressos gratuitos para que essa massa torcedora faça dos estádios uma espécie de quartel-general para seus atos de vandalismo; e os que, diante dos absurdos que observamos, fazem vista grossa ou dizem que não têm nada com isso. É obrigação dos diretores coibir atos dessa natureza, jamais permitir que ocorram. Ninguém pode invadir os clubes, interromper treinos e, como se fossem dirigentes, promover “reuniões” em campo, para cobrar desempenho. Somos ainda o país do futebol, mas precisamos também de profissionalismo. Está na hora de o Brasil — que sediará uma olimpíada e uma Copa do Mundo de Futebol — aprender que o esporte começa e termina muito além dos campos e quadras. A pioneira Campanha LBV — Esporte é Vida, não violência!, surgida na década de 1970, no Rio de Janeiro/RJ, trouxe importante contributo ao desporto brasileiro. O alto valor instrutivo e educacional dessa iniciativa da LBV fica mais uma vez evidenciado quando se observam ainda episódios de violência por parte dos torcedores. Na foto, a faixa da campanha da Instituição no estádio de Pituaçu, em Salvador/BA. BOA VONTADE | 23
  • 24. Divulgação Santos FC Futebol O maior jogador de todos os tempos Rei do sonho canarinho O mundo festeja os 70 anos de Pelé 24 | BOA VONTADE
  • 25. do jovem atleta se deu durante a Copa do Mundo da Suécia, conquistada pelo Brasil em 29 de junho de 1958. Nesse dia, o grito que ficara preso no “Maracanazo”* — como ficou conhecido o episódio da derrota para o Uruguai na final da Copa de 1950 — enfim se soltou, com Pelé conduzindo a seleção canarinho ao primeiro título mundial. Vencia-se ali mais que um campeonato; era o fim de um fantasma que assombrou toda uma geração de jogadores por 2.905 dias. Ao longo da carreira, Pelé marcou 1.281 gols, recorde no futebol profissional. Três vezes campeão do mundo, além da Suécia, disputou mais três Copas, vencendo duas delas: no Chile, em 1962, e no México, em 1970. Eternizou a camisa 10, pois com ele ganhou significado especial: tradicionalmente, é usada pelo melhor jogador do time, tanto no Brasil como no exterior. Foram mais de 21 anos de reinado absoluto no esporte, sobretudo no Santos FC e na Seleção Brasileira. A despedida dos gramados, no Cosmos, de Nova York/EUA, foi em 1977. Dilson Silva Mato Grosso/PMC E ra 16 de julho de 1950, e os brasileiros começaram o dia na expectativa pela final da primeira Copa do Mundo no país. Em Bauru, interior paulista, o menino Dico, como a família de Edison Arantes do Nascimento o chamava, viu o pai, seu Dondinho, chorar depois do gol de Ghiggia, que calou o Maracanã totalmente lotado e garantiu a vitória sobre o Brasil e o título mundial ao Uruguai, em pleno templo do futebol brasileiro. Na época, com apenas 9 anos, o garoto logo prometeu: “Não chora, eu vou ganhar a Copa do Mundo para o senhor”. Oito anos depois, na Suécia, Pelé cumpriu a palavra, e mais: com o tempo se tornou o maior ídolo desse esporte, sendo aclamado o Rei do Futebol. De Dico para Pelé, décadas após aquele episódio, esse mineiro de Três Corações continua a empolgar os amantes do esporte, que em 23 de outubro festejaram por todo o planeta os 70 anos do maior jogador de todos os tempos, inclusive relembrando as geniais jogadas e as importantes conquistas dele no Brasil e no exterior. O amor pelo esporte vem desde o berço e ajuda a explicar a fantástica trajetória profissional de Pelé. Seu Dondinho, apelido de João Ramos do Nascimento, foi também jogador e inspirou profundamente o filho. O reconhecimento do grande talento Pelé conduziu a seleção canarinho ao primeiro título mundial. Vencia-se ali mais que um campeonato; era o fim de um fantasma que assombrou toda uma geração de jogadores por 2.905 dias, desde a Copa do Mundo de 1950. Gol pela infância Esse ícone da história do esporte mundial também cos- *“Maracanazo” — O Maracanã foi construído para a Copa do Mundo de 1950. Em 16 de julho, teriam comparecido à final entre Brasil e Uruguai mais de 200 mil pessoas, estimativa diferente dos pouco mais de 173 mil pagantes registrados pela Fifa — Federação Internacional de Futebol — e da então capacidade do estádio, feito para receber 155 mil. O episódio da derrota para os uruguaios, que fez o pai do menino Pelé chorar, e este prometer que conquistaria o caneco, ficou conhecido como “Maracanazo”. BOA VONTADE | 25
  • 26. Futebol Leila Marco Reconhecimento Paiva Netto (C) entrega, em abril de 1997, ao estadista português Mário Soares e a Pelé, o Atleta do Século 20, a Comenda da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica (1996), do ParlaMundi da LBV. tuma se engajar em atividades que beneficiam o próximo. Neste ano, com a realização da Copa do Mundo na África do Sul, Pelé e outros importantes nomes do futebol ajudaram crianças em situação de vulnerabilidade social, atendidas pela Legião da Boa Vontade, ao participar da iniciativa da LBV África do Sul 2010 — Fiz um gol pela infância brasileira! A assinatura dele está na camisa da LBV entregue em agradecimento aos que contribuí­ ram para a campanha. Graças à adesão do público, a obra garante a manutenção e o aprimoramento dos programas socioeducacionais desenvolvidos pela Instituição, os quais ajudam a construir um futuro melhor para muitos brasileirinhos. Entre tantos títulos que Pelé recebeu estão o de “Atleta do Século 20”, concedido pelo jornal francês L’Équipe, e a Comenda da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica, da LBV, na categoria Esporte (1996); ofertada ao jogador por seu desempenho em campanhas de promoção humana. A láurea, instituída pelo dirigente da Obra, José de Paiva Netto, no ParlaMundi da LBV, é um reconhecimento a pessoas e instituições que se destacam nos serviços fraternos em diferentes segmentos da sociedade brasileira e em âmbito mundial. Na ocasião, Pelé externou sua satisfação com a homenagem: “Realmente é um dia importante para mim. Eu não poderia deixar de agradecer ao Conselho, que aceitou a indicação de meu nome. (...) E hoje estou aqui no Templo da Boa Vontade, que o Paiva Netto falou que é uma Casa Ecumênica, uma Casa de todos”. Museu Pelé Divulgação Com a inauguração prevista para 2012, no Centro Histórico da cidade de Santos/SP, o Museu Pelé desde já representa uma justa homenagem a uma das pessoas que mais divulgaram o Brasil e o futebol pelo mundo. O projeto, assinado por outro ilustre brasileiro, também ganhador da Comenda do ParlaMundi da LBV, o arquiteto Oscar Niemeyer, foi idealizado de maneira que o museu fique dentro de uma esfera de sete metros de diâmetro, cuja estrutura será circundada por uma rampa. Ao lado, numa placa de 20 metros de altura, a silhueta do atleta dando socos no ar, típica marca do Rei do Futebol nas comemorações de cada gol. No espaço, poderão ser apreciadas mais de 3 mil peças (entre filmes, fotos e troféus) cedidas por Pelé. O projeto foi anunciado oficialmente no dia 4 de novembro, no escritório do arquiteto em Copacabana, no Rio de Janeiro/RJ, e deve ter custo final de R$ 20 milhões. 26 | BOA VONTADE
  • 27. Acontece em São Paulo — S Ã O PAU L O / S P — Parlamento Jovem Elias Paulo Lucian Fagundes Arquivo BV Aluna da LBV defende o uso racional da água O Instituto de Educação da Legião da Boa Vontade dispõe de diversos espaços de aprendizagem que possibilitam ao educando maior proximidade entre teoria e prática. Um desses locais é o laboratório de Química e Biologia, representado acima. E m sessões especiais na Câmara Municipal de São Paulo, nos dias 21 e 22 de outubro, alunos do 6o ao 9o ano do ensino fundamental de escolas públicas e particulares paulistanas ocuparam o tradicional espaço dos vereadores para as plenárias do Parlamento Jovem. Além da lição de democracia e de conhecer melhor a atividade parlamentar, com a iniciativa os estudantes tiveram a oportunidade de apresentar propostas para melhorar as condições de vida do povo. Em sua nona edição, o Parlamento Jovem selecionou projetos de 55 estudantes. Um deles foi apresentado pela aluna Mariana Oliveira Silva, de 11 anos, que está no 6o ano do ensino fundamental do Instituto de Educação da Legião da Boa Vontade. A adolescente propôs a captação de água da chuva e armazenagem em cisternas, que seriam instaladas em prédios comerciais e residenciais, para a utilização na lavagem de calçadas, irrigação de jardins e na limpeza de áreas comuns. Segundo Mariana, a ação contribui para reduzir o desperdício da água tratada, beneficiando o meio ambiente e toda a sociedade. Na LBV: valorização do meio ambiente Pela quarta vez, o projeto de um educando da Escola da LBV Mariana Oliveira Silva, 11 anos, aluna do Instituto de Educação da LBV na capital paulista, teve sua proposta escolhida para o Parlamento Jovem 2010. é escolhido no Parlamento Jovem. E a maior parte dos trabalhos produzidos por esses estudantes se refere ao cuidado com o meio ambiente, fruto da importância com que a Instituição trata o assunto em suas unidades socioeducacionais, por meio da Campanha A destruição da Natureza é a extinção da Raça Humana, inspi­ rada em pensamento do diretor-presidente da LBV, José de Paiva Netto. Nessa perspectiva, os alunos tomam conhecimento do valor da Natureza em suas vidas e do compromisso de preservá-la. As atividades são aplicadas por meio da Pedagogia do Afeto, criada pelo dirigente da Instituição. Ajude a mudar a vida de milhares de crianças. Colabore: www.euajudoamudar.org.br Em São Paulo/SP, o Conjunto Educacional da Legião da Boa Vontade está localizado na Av. Rudge, 630/700 — Bom Retiro. Para outras informações, ligue: (11) 3225-4500. BOA VONTADE | 27
  • 28. Abrindo o Coração Margareth Menezes Brasilidade à baiana Leilla Tonin e Leila Marco Margareth Menezes pede mais atenção às raízes do povo 28 | BOA VONTADE U ma existência significativa, transformadora e comprometida com a arte, assim se pode resumir a trajetória de Margareth Menezes. A atriz, cantora e compositora baiana não se deixa iludir pelo sucesso, fruto de mais de duas décadas de carreira, com 13 CDs/LPs, três DVDs e 21 turnês internacionais, nas quais projetou seu nome no cenário mundial, a ponto de ter sido reverenciada como “deusa” pelo jornal francês Le Monde e ser chamada pelo Los Angeles Times de “Aretha Franklin brasileira”. Maga, como também é conhecida, faz da simplicidade o seu ponto de equilíbrio: “Prefiro ser uma pessoa pé no chão. Quero acertar muito mais como Ser Humano”. E costuma refletir no que realmente deve ser prioritário: “De que forma está a minha relação com a vida, a minha relação com Deus?”. A coerência com seus princípios explica muitas escolhas, inclusive o fato de manter-se fiel às próprias raízes. Nascida e criada na Cidade Baixa de Salvador/BA, a artista diz que há bastantes motivos para não se afastar da terra natal e de sua gente. A família mora ainda por lá, incluindo a mãe, dona Diva. Com sentimen-
  • 30. Abrindo o Coração to de gratidão pelo que recebeu, Margareth escolheu o bairro da Ribeira também para instalar o projeto social Fábrica Cultural, criado por ela há dois anos para promover a inclusão de jovens em situação de vulnerabilidade. Desde o início de sua trajetória, interpretando samba-reggae, depois o ritmo da axé music, até mesclar a percussão baiana com batida eletrônica, a música pop e romântica, a artista continua (re) vi­ i­ando todas essas referências. st E essa musicalidade está bem viva em seu recém-lançado DVD Naturalmente acústico. No fim de setembro, Margareth emprestou sua imagem para uma causa solidária, ao participar da sessão de fotos e gravação do vídeo institucional da Campanha Natal Permanente da LBV — Jesus, o Pão Nosso de cada dia!. Essa tradicional ação da Legião da Boa Vontade busca oferecer um Natal mais feliz, digno e sem fome a milhares de famílias de baixa renda (leia a reportagem na p.108), que ao longo do ano também são beneficiadas pelos programas da Legião da Boa Vontade. As fotos e filmagens foram feitas no Centro Comunitário e Educacional da Instituição na capital baiana, onde a cantora concedeu entrevista à BOA VONTADE. BOA VONTADE — Nós, da LBV, nos sentimos felizes em contar com você nesta campanha solidária... Margareth Menezes — Obrigada, o [meu] carinho também. Para mim, é um 30 | BOA VONTADE prazer. A obrigação de qualquer profissional é buscar fazer o seu melhor. BV — O que tem a Bahia que tanto inspira o Brasil? Margareth — A questão histórica, a descoberta do Brasil, várias coisas aconteceram aqui, os primeiros movimentos, além da questão da mistura, da cultura. É um povo formado por muitos elementos, e isso tem a ver com o próprio processo do país, da gente como um todo. O nosso país é formado por várias culturas, isso dá um diferencial. E a Bahia tem participação muito forte dentro desse conceito de brasilidade. “É o dia a dia que diz o que somos, qual a força que possuímos para vencer as dificuldades, procurar ter mais calma com as coisas. Às vezes a gente não sabe ouvir aquele que não está dizendo o que se deseja ouvir; é difícil.” BV — O movimento Afropop Brasileiro, projeto que comanda há cinco anos, leva também essa mensagem? Margareth — Mostra a formação social e cultural da Bahia, do Brasil, justamente por essas influências todas, principalmente pelo legado forte dos africanos, povo que foi trazido e que colaborou de maneira efetiva para o desenvolvimento do país. Essa é uma luta pelo reconhecimento, para proporcionar oportunidades às pessoas de se desenvolverem mais e ter acesso a todas as coisas que uma sociedade pode oferecer; ainda mais em uma nação como a nossa, que precisa se qualificar para poder tomar parte deste momento novo de desenvolvimento. Hoje vemos milhares de vagas de trabalho sem pessoas preparadas para assumir, e isso é uma controvérsia tão grande para um país que tem tanta necessidade, pessoas na miséria. Então, trazem gente de fora para assumir cargos que, na verdade, pertencem aos brasileiros... Isso é o que compõe o discurso do movimento Afropop, não é a questão política, mas de consciência humana. BV — Na sua opinião, os brasileiros desconhecem a própria história? Margareth — Desde a descoberta do Brasil, dessa [região] conhecida antes de alguma forma, pois havia registros dessas terras anteriormente à própria pseudodescoberta; do pau-brasil chegando à Europa, à Itália... Existem elementos
  • 31. BV — Da infância, a família, o que mais valoriza? Margareth — A família da minha mãe é de pescadores, pessoal que veio de Ilha de Maré [próximo a Salvador]; meu avô trabalhava na vedação de saveiros, é uma família de marisqueiros. Da parte do meu pai, Antônio Cardoso, era o pessoal que cultivava a terra; a minha avó era roceira mesmo de plantar, meu avô também. Venho dessa coisa bem simples mesmo, e aí essas duas famílias se uniram pelo casamento na Península Itapagipana, aqui na Ribeira. A minha infância é muito parecida com a dessas crianças que estão tendo acesso às coisas na LBV. Meu universo era muito gostoso, pobre, mas ao mesmo tempo rico; eu ficava encantada, até hoje sou muito encantada com o mar. BV — Neste ano, você se apresentou em Durban e Johannesburgo, na África do Sul. Qual o sentimento de participar como Diva brasileira Margareth Menezes lembra que, ainda menina, circulava pelos palcos de teatro da Ribeira. Segundo a cantora, o ato de representar foi também um dos caminhos que a conduziram à música, pois todos os personagens que fazia sempre cantavam. Logo descobriu a grande vocação e, em 1990, a voz forte de contralto impressionou o famoso músico e compositor escocês David Byrne, de quem Maga recebeu o convite para participar de uma turnê mundial do Talking Heads, grupo do qual ele foi líder. Margareth abriu mais de 50 shows da banda pelos Estados Unidos e Europa. Graças à repercussão desse trabalho, o álbum que trazia Elegibô – Um canto de Ifá, lançado no mercado norte-americano, permaneceu 11 semanas na lista de sucessos da revista Billboard, na categoria world music. Com o nome em evidência no exterior, não demorou até que a música de Maga estourasse nas rádios do Brasil, o que ocorreu em 2002, com o single Dandalunda, canção composta por Carlinhos Brown. Foi então que a cantora se firmou como uma das mais belas vozes femininas da música brasileira. Márcio Lima ainda guardados, então, se formos ver bem, não se conhece a nossa história real; alimentamos algo em função de determinadas situações que a sociedade programou, da chegada do português... mas há o conhecimento da cultura indígena, coisas que às vezes a floresta tem de tão positivo para a vida, e a gente atropelou o povo que já estava aqui. Depois, vem o africano com os seus conhecimentos naturais e colaboração. Tudo isso precisa ser resgatado e reconhecido para verdadeiramente termos um país mais real. Margareth Menez es e Carlinhos Br own, na gravação DVD Naturalmen do te acústico. uma das atrações da primeira Copa do Mundo no continente africano? Margareth — Foi relevante pela história que a África do Sul tem para contar ao mundo, principalmente em relação ao Nelson Mandela, algo meio mágico. Ele, assim como o Mahatma Gandhi, é uma criatura especial. Um Ser Humano mobilizando a nação, o continente e o mundo em função da necessidade de justiça. Tenho uma admiração grande por Nelson Mandela, por ter conseguido transformar a sociedade sul-africana, e a BOA VONTADE | 31
  • 32. Abrindo o Coração Alegria e descontração ra Silv Tatiane de Olivei a Durante a visita à Legião da Boa Vontade, a cantora Margareth Menezes foi recebida por meninas e meninos atendidos pelo programa LBV — Criança: Futuro no Presente! (foto). A garotada conduziu a artista em um passeio pela unidade socioeducacional, onde ela pôde conhecer as ações ali desenvolvidas. “Foi muito bacana estar aqui com as crianças. Você vê o envolvimento delas, sua alegria espontânea. A espontaneidade da criança é um sinal do que está recebendo, ela retorna de uma maneira muito verdadeira. Eu vi as crianças felizes, cantando, se expressando, se comunicando. Elas cantaram para mim. Você sente que estão gostando e sendo bem tratadas. Eu vi isso, uma relação de Amor, de cuidado. Gostei muito”, declarou. Copa veio consumar uma mudança, mostrando como é essa realidade a pessoas de todo o planeta. Para mim, foi importante poder ter ido lá, em Angola também, ver o que podemos aprender de novo. Márcio Lima BV — Contralto, voz forte, presença marcante e interpretação segura... tudo isso encantou o público em turnês na Europa e nos Estados Unidos. Já se acostumou aos elogios? Margareth — Isso são boas referências, ter- mos comparativos relevantes, mas o melhor é ter consciência profissional, o cuidado para não achar que é muita coisa, pois não é bem por aí; prefiro ser uma pessoa pé no chão. Quero acertar muito mais como Ser Humano. De que forma está a minha relação com a vida, a minha relação com Deus? Isso é o importante. Tenho buscado fazer transformações profundas na minha vida, em função de uma compreensão desse poder. Na questão profissional, procuro dar o meu melhor mesmo, pelo respeito às pessoas que vão ao show. A gente vive num país de muitos artistas e para você conseguir marcar tem de possuir um diferencial, portanto, aceito com carinho essas coisas. Sei, porém, que é o dia a dia que diz o que somos, qual a Margareth e a mãe, dona Diva. força que possuímos para vencer as dificuldades, procurar ter mais calma com as coisas. Às vezes a gente não sabe ouvir aquele que não está dizendo o que se deseja ouvir; é difícil. Você corre o risco de estar cercado de pessoas que estão ali mais te babando do que dando uma palavra real da situação. É muito importante ter amigos de verdade, que você sabe que pode chorar com eles. BV — Para você, esse amadurecimento veio mais cedo, com a experiência de se descobrir como artista ainda muito jovem? Margareth — Na verdade, sim. Engraçado, nunca tive a ambição, mas possuía essa coisa de gostar de música, de violão. Foi algo natural, porque o meu avô tocava violão, morava num bairro no qual muita gente fazia música, serenata. Minha mãe me ensinou a cantar o samba de roda, e era tudo bastante festivo; meus tios também, por parte de
  • 33. pai, gostavam de cantar. O meu tio Florisvaldo contava histórias, outros faziam [truques de] mágica. Aos 15 anos a minha mãe presenteou-me com um violão, fiz teatro na escola, e isso foi me aproximando, até que cheguei ao teatro amador, e todos os personagens que eu fazia sempre cantavam. Comecei, então, a cantar na noite, trabalhei com teatro e música até 1995; depois, foi só música. Sempre que o pessoal me pergunta: “Ah, quando começa o carnaval?”. Eu falo: o carnaval para mim faz parte da minha dinâmica profissional, a minha formação é o palco, que tem mais espaço. No trio elétrico você precisa fazer aquele exercício da voz de comando da massa... nele conduzo o público evitando algumas coisas, alguns tipos de música, porque tudo é vibração, é energia. O show que faço qualquer pessoa pode assistir, criança ou velho, não dou lugar para baixaria, canto música simples, que fala de Amor, de Natureza. Gosto de me comunicar com leveza, o ambiente de trabalho da minha banda é muito saudável. Tudo isso a gente começa a cultivar, é maturidade, mas também é querer viver melhor. BV — Mesmo com o sucesso, não se afastou da Cidade Baixa... Margareth — Minha mãe, tios, parentes, o pessoal todo mora por aqui. Tenho a ONG Fábrica Cultural, que está começando, são 4 anos ainda, mas já com movimentos importantes. Sempre quis fazer alguma coisa, porque sentia essa efervescência que a juventude tem — muito jovem, muita cultura, muita história, e pouca oportunidade para o pessoal se expressar. “No trio elétrico conduzo o público evitando algumas coisas, alguns tipos de música, porque tudo é vibração, é energia. O show que faço qualquer pessoa pode assistir, criança ou velho, não dou lugar para baixaria, canto música simples, que fala de Amor, de Natureza.” Margareth Menezes por ela mesma Um ídolo Tenho admiração por muitos artistas, mas vejo a história do Gilberto Gil como um referencial. Não chega a ser ídolo, não! Ídolo é uma coisa muito forte, mas é um cara por quem tenho grande respeito, admiração. Um livro Tantos livros... Eu vou dizer um escritor, porque acho que me preenche em vários momentos. É o Gabriel García Márquez. Boa Vontade... É você ter disposição de fazer as coisas, fazer o Bem sem olhar a quem, Boa Vontade. Estúdio Gato Louco Um defeito Sou um pouco teimosa. Um sonho Ver o mundo melhor, principalmente para as crianças do Brasil; a infância ser mais respeitada. Que exemplo gostaria de deixar? De uma pessoa que acredita na vida, positividade, um exemplo bom... Apesar de tanto não, tanta dor que nos invade, somos nós a alegria da cidade. BOA VONTADE | 33
  • 34. Acontece na Bahia V LBção! éa Elisabete Cuaio — S A LVA D O R / B A — Atleta atendida pela LBV tem o sonho realizado Emily Laranjeira integra Seleção Brasileira e destaca-se em campeonato sul-americano A carateca baiana Emily Laranjeira, de 15 anos, conquistou três medalhas no Campeonato Sul-Americano de Caratê Interestilos, ocorrido no mês de setembro, em Assunção, capital do Paraguai. Emily subiu ao pódio três vezes, ganhando duas medalhas de ouro (nas categorias kata infantojuvenil e kumite infantojuvenil B) e uma de bronze (categoria kumite equipe de revezamento). 34 | BOA VONTADE Tatiane de Oliveira Silva A história da jovem no Esporte começou em 2000, aos 5 anos, no Centro Comunitário e Educacional da Legião da Boa Vontade em Salvador/BA. Com o apoio da Instituição, Emily e a família tiveram a vida transformada por meio do programa LBV — Criança: Futuro no Presente!. Em sua passagem por Assunção, ela conheceu o Jardim e Pré-Escola José de Paiva Netto, da LBV do Paraguai, interagiu com os atendidos e recebeu uma linda lembrança confeccionada pelas crianças. Emocionada com a recepção, lembrou os dias que passava na Obra: “A gente chegava de manhã, recebia alimentação, brincava na quadra, fazia caratê, capoeira, dança... Agradeço a todos os que me deram a oportunidade de entrar na LBV para hoje estar onde estou”.
  • 35. Elisabete Cuaio Nizete Souza Emily aos 9 e 15 anos (destaque) com as medalhas conquistadas no estadual de caratê em 2005 e no sul-americano em 2010. “Isso não é um sonho, a LBV é uma realidade!” Emily Laranjeira Carateca da Seleção Brasileira, após conquistar três medalhas em campeonato sul-americano. O início da prática no esporte foi aos 5 anos na LBV (foto abaixo), em Salvador/BA. l As duas filhas de Ailton Laranjeira, pai de Emily, foram amparadas pela LBV em Salvador. “A educação que a família passou para elas foi boa, e a LBV deu continuidade. Tenho certeza de que as crianças aprenderam muita coisa, inclusive em termos de caráter, de formação. (...) Percebi que realmente se preocupam com a Educação e com o Esporte”, declarou o pai. Com a filha campeã, o pai agradece o incentivo que recebeu e orgulha-se das origens humildes no bairro da Ribeira. “Graças a Deus, viemos de lá. Hoje, tenho uma filha que é atleta de primeira categoria, faixa-preta, e que começou na LBV. Tenho que agrade- cer muito a vocês por terem dado essa oportunidade e descoberto um grande talento. Agradeço a todos que abriram esse espaço, principalmente ao nosso Irmão Paiva Netto”, finalizou. A exemplo do apoio dado a Emily, atualmente milhares de adolescentes participam de atividades esportivas nas escolas e centros comunitários da Legião da Boa Vontade em todo o Brasil, por meio do programa Esporte é Vida!. “Quando comecei a fazer esporte, treinava sério. (...) Isso não é um sonho, a LBV é uma realidade! (...) Da mesma forma que eu consegui chegar aqui, todos podem também”, afirmou a jovem campeã. Arquivo pessoa Educação e oportunidade Ajude a mudar a vida de milhares de crianças. Colabore: www.euajudoamudar.org.br Av. Porto dos Mastros, 19, Ribeira, tel.: (71) 3312-0555. BOA VONTADE | 35
  • 36. Inclusão social Mudança de atitude Caminhos abertos Mercado de trabalho absorve número cada vez maior de pessoas com deficiência Alexandre Rueda 36 | BOA VONTADE
  • 37. Arquivo Pessoal E A consultora Carolina Ignarra, diretora da Talento Incluir, pede mudanças de atitude e de cultura em relação ao profissional com deficiência. pela qual as empresas têm lidado com essa nova realidade. “No Estado de São Paulo, segundo dados da Superintendência Regional do Trabalho, no começo da fiscalização, em 2001, havia 12 empresas contratando 600 pessoas, em um Estado que possui mais de 9 mil empresas. Até o fim de 2009 já om No caso do Brasil, as estatísticas levantadas pelo Censo Demográfico 2000, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geo­ rafia g e Estatística (IBGE), m­ straram o que 24,5 milhões de cidadãos declararam ter algum tipo de deficiência, o equivalente a 14,5% da população há 10 anos. Assim, diante da dimensão e da relevância inerentes à questão, independentemente do grau e do tipo de deficiência, cada vez mais se discute e se avalia o resultado das políticas públicas de inclusão social em todo o mundo. No país, há a percepção de que tem havido avanço nesse processo. Em entrevista ao programa Sociedade Solidária, da Boa Vontade TV, a consultora Carolina Ignarra, cadeirante e diretora da Talento Incluir, comentou a forma Shutterstock.c m todo o mundo, 650 milhões de pessoas — cerca de 10% da população do globo — vivem com algum tipo de deficiência. Desse número, a maioria (cerca de 80%) encontra-se em países em desenvolvimento. Esses dados foram divulgados pelas Nações Unidas (ONU), pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Segundo ainda estimativas do Banco Mundial (Bird), 20% das pessoas mais pobres do planeta têm deficiência. Entre as causas externas que mais frequentemente levam à deficiência estão os acidentes em meios de transporte e as quedas, portanto, ninguém está imune a esse tipo de ocorrência. Por ocasião do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência (3 de dezembro), o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pronunciou-se sobre o tema: “Todos nós estamos vulneráveis a uma deficiência, temporária ou permanente, especialmente à medida que envelhecemos. (...) Um quarto da população global é afetada diretamente pela deficiência, incluindo os cuidadores ou membros da família. (...) A experiência mostra que quando as pessoas com deficiência têm a oportunidade de participar e conduzir o processo de desenvolvimento, a comunidade em geral se torna mais confiante. O engajamento dessas pessoas cria oportunidades para todos os que possuem ou não deficiência”. BOA VONTADE | 37
  • 38. Inclusão social Pessoas com deficiência no Brasil (Total de 24,5 milhões) Intelectual Auditiva 8,3% Física 4,1% 16,7% 48,1% 22,9% Visual Motora Fonte: Censo Demográfico 2000 (IBGE) a barreira de atitude, é mudança de cultura. E aí é um pouco mais complicado; é diferente mudar o comportamento das pessoas, é realmente um desafio”. A própria experiência de Carolina Ignarra guarda um exemplo que aponta a necessidade de uma Cultura de Paz que promova esse esclarecimento. “Uma vez atendi ao telefone e a moça não sabia que do outro lado tinha uma empresa e que eu era cadeirante. E ela disse assim: ‘Preciso contratar [pessoas com] deficiências leves’. Aí perguntei: o que é deficiência leve? Ela respondeu: ‘Aquelas que não atrapalham’. Como assim? Eu sou cadeirante. Espere, vou perguntar para a minha colega se eu atrapalho”, relembra. Trabalho e superação Fotos: Shutterstock eram quase 7 mil cumprindo a cota estabelecida pela lei. (...) E a gente já tem mais de 102 mil pessoas deficientes trabalhando. As firmas começam a entender quais são os processos para que se tenha estrutura para a inclusão.” 38 | BOA VONTADE Mesmo assim, conforme a especialista, os desafios também são constantes. “As barreiras sociais são duas: físicas ou de atitude. Barreira física é falta de acesso; acesso a gente quebra e faz, é fácil. Precisa de investimento, é claro, mas é fácil transformar um degrau em rampa”, explica a consultora. O pior problema, segundo ela, “é Na opinião da diretora da Talento Incluir, conquistar um emprego melhora profundamente a qualidade de vida do deficiente. “Para mim, trabalhar foi uma ferramenta de superação; claro que houve também a estrutura da família, a formação, os amigos, o interesse das pessoas em estar ao meu lado, tudo isso contribuiu para superar mais rapidamente (...). É possível sair de casa, as pessoas têm de querer (...) e entender que o trabalho faz parte da vida de qualquer cidadão. Não é porque você tem deficiência que não precisa produzir. E quantas pessoas falam para a gente assim: ‘Ah, você é deficiente, por que você não se aposenta, minha filha?’. Eu não preciso me aposentar, nem quero; desejo trabalhar.”
  • 39. “(...) A barreira de atitude é mudança de cultura. E aí é um pouco mais complicado; é diferente mudar o comportamento das pessoas, é realmente um desafio.” Carolina Ignarra Diretora da Talento Incluir, comentando os desafios enfrentados por pessoas com deficiência ao ingressar no mercado de trabalho. Para Carolina, é importante esclarecer que boa parte das vagas conseguidas pela consultoria Talento Incluir e por outras empresas e organizações que trabalham com inclusão e recolocação de profissionais com deficiência é destinada a cargos para iniciantes, como ocorre “de uma forma geral para todos”. Mas ressalta: “A maioria das pessoas com deficiência está começando a carreira profissional, pois elas não tinham oportunidade de trabalho. E independentemente da idade, se tem 30, 40, ou 18 anos, se ela está começando, deve fazer por um cargo inicial, seja operacional, em recepção, assistente administrativo. Gosto de falar sobre o assunto, porque alguns dizem: ‘Mas não há vaga!’, ‘Você tem experiência para o cargo?’, ‘Possui formação para ele?’”. Por isso, a empresa da qual é diretora investe no profissional, de forma a qualificar e tornar o deficiente apto a conquistar seu espaço como qualquer outro cidadão. No boletim n o 1 do Observatório do Mercado de Trabalho Nacional do Ministério do Trabalho e Emprego, sobre os indicadores deste ano, verificou- -se: “A geração recorde de postos de trabalho no primeiro quadrimestre de 2010 tem-se refletido positivamente para os trabalhadores que possuem algum tipo de deficiência. No referido quadrimestre, 642 postos de trabalho foram ocupados pelo segmento, resultado considerado muito positivo diante do apresentado no mesmo período de 2009, no qual foram destruídos 4 mil postos de trabalho ocupados por esses trabalhadores”. É positivo para a sociedade o fato de que a Lei de Cotas esteja, cada vez mais, sendo cumprida e fiscalizada até mesmo por empresas com menos de 100 funcionários, as quais pela legislação estão desobrigadas a fazer essa inclusão. Além disso, Carolina destaca: “Mais importante do que garantir a vaga é conseguir ficar no trabalho. Certamente [com as leis] há uma facilidade para ingressar no mercado, mas para se manter nele existe a mesma dificuldade de qualquer outro profissional. Para as empresas, é uma mudança cultural de comportamento. Não é fácil do dia para a noite o gestor, que trabalhou 30 anos, de repente, fazer a gestão de uma pessoa cega, que possui sim uma diferença e precisa ser considerada, para que exista respeito”. BOA VONTADE | 39
  • 40. Terceiro Setor Encontro Paulista de Fundações Por um novo mundo colaborativo Daniel Guimarães A s organizações da sociedade civil brasileira, a exemplo das fundações, têm um papel fundamental na promoção dos direitos humanos. No entanto, para se manter, cotidianamente enfrentam desafios 40 | BOA VONTADE Fotos: Divulgação semelhantes aos de empresas do setor privado. Um dos principais é modernizar a gestão, ficando em sintonia com as novas tecnologias e as transformações sociais. A fim de capacitar os gestores nesses temas e discutir os rumos do Terceiro Setor no Brasil, a Associação Paulista de Fundações (APF) promoveu, em São Paulo/SP, o 5o Encontro Paulista de Fundações. Sob o tema “Uma Nova Fundação para um Novo Mundo Colaborativo”, conferencistas de peso, do
  • 41. Conferência internacional debate rumos para o Terceiro Setor Brasil e do exterior, compartilharam sua experiência com os 300 ativistas reunidos no evento. A seguir, alguns dos principais aspectos debatidos. Novos modelos de gestão Apontadas como instituições inovadoras, as fundações comunitárias estão consolidadas em países como Estados Unidos e Canadá. No Brasil, algumas organizações sociais passaram a adotar esses princípios de operação a partir do fim da década de 1990, segundo Vera Lúcia Dellagnelo, coordenadora-geral do Instituto Comunitário Grande Florianópolis, uma dessas entidades. Em entrevista à Boa Vontade TV (canal 23 da SKY), ela definiu: “As fundações comunitárias são uma plataforma institucional que permite que diversos atores de uma comunidade somem recursos, talentos e esforços para promover o desenvolvimento da sociedade”. O conferencista Emmett D. Carson, presidente da Silicon Valley Community Foundation, nos Estados Unidos, discorreu sobre “Filantropia de Alto Impacto — Medindo e Estimando a Criação de Valor Social”. Na palestra, apontou essa articulação como a chave para potencializar os resultados alcançados pelo Terceiro Setor: “O caminho para intensificar o social é pela união de mais pessoas: unir indivíduos, famílias, ONGs, corporações. Quanto mais pessoas participam, melhores são as ideias, o impacto, o engajamento, o estímulo, o envolvimento”. Entusiasta desse novo formato institucional, Rahul K. Bhardwaj, presidente da Toronto Community Foundation, entidade de referência no assunto no Canadá, destacou um trunfo desse modelo: “Uma de nossas maiores forças está na ampliação do conheci- mento sobre as comunidades em inúmeras áreas, desde o transporte até o bem-estar e o meio ambiente”. Brasil em evidência Outro tema abordado no 5o Encontro Paulista de Fundações foi a projeção alcançada pelo país no cenário internacional — por conta do crescimento econômico e dos avanços sociais no combate à miséria — e como isso afeta o Terceiro Setor. Emmett Carson enxerga com otimismo este momento: “O Brasil, hoje, com sua riqueza e classe média em crescimento, oferece a oportunidade para cada brasileiro de pensar em como diminuir as injustiças sociais”. Para o conferencista Marcos Kisil, diretor-superintendente da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, o novo estágio de desenvolvimento do Brasil coloca desafios para as organizações: “Todos temos obrigação de evoluir, criando, inovando, correndo outros riscos (...). A filantropia brasileira terá que sofrer transformações, que não vêm da vontade dela, mas de uma necessidade da sociedade”. Um desses novos desafios, na visão do vice-presidente da Associação Paulista de Fundações, Eduardo Sancho, diz respeito à expectativa de o país protagonizar a promoção da justiça social em todo o mundo. “O Brasil vive um momento completamente diferente. Nós estaremos cada vez mais sendo chamados não só para receber ajuda, mas para emprestar e BOA VONTADE | 41
  • 42. Terceiro Setor A partir da esquerda: Rahul Bhardwaj, Vera Lúcia Dellagnelo, Emmett Carson, Dora Silvia, Marcos Kisil, Steven Gunderson e Eduardo Sancho. colaborar numa ajuda internacional, para países e entidades que realmente precisam”, ponderou. Inserção internacional das fundações brasileiras Uma importante conquista da APF, celebrada durante o encontro, foi a filiação da entidade ao Council on Foundations (CoF), organização sediada em Washington/EUA, que congrega mais de duas mil fundações de todo o mundo. “Essa participação junto ao Council on Foundations traz à APF uma nova visibilidade, um novo campo, uma nova abertura”, ressaltou Dora Silvia Cunha Bueno, presidente da APF. Na opinião de Steven Craig Gunderson, presidente do CoF, que apresentou a conferência “Filantropia no século 21”, essa inserção internacional é necessária porque não é mais possível encarar os desafios dos países isoladamente, já que todos estão interligados. “As pessoas têm de ser agentes de 42 | BOA VONTADE mudança que se comunicam com seus concidadãos nesta jornada [comum] para construir uma sociedade melhor”. Para Gunderson, o engajamento social apresenta uma tendência de desenvolvimento para os próximos anos. “O Terceiro Setor vai crescer significativamente por causa do aumento da renda em todo o mundo, da demografia. Agora são duas as gerações que tomam decisões e que, cada vez mais, preferem investir em filantropia a confiar nos governos para resolver os problemas. (...) Estamos vendo um crescimento comovente das diversas ferramentas sociais.” “Que as fundações possam desfrutar deste convívio e dessa globalização, porque hoje em dia nós estamos conectados com o mundo”, declarou a presidente da APF. Prêmio Pedro Kassab O 5o Encontro Paulista de Fundações também marcou o lançamento do Prêmio Pedro Kassab, a ser entregue anualmente pela Associação Paulista de Fundações, a partir de 2011, a uma pessoa física e outra jurídica que tenham se destacado na construção de uma sociedade melhor. O nome do prêmio homenageia o doutor Pedro Salomão José Kassab (1930-2009), médico e acadêmico que se dedicou intensamente à promoção da justiça social. “Ele era vice-presidente da APF e faleceu no ano passado, deixando uma lacuna muito grande”, afirmou Vera Kiss, presidente da Fundação Péter Murányi. “No intuito de perpetuar a sua imagem, o seu exemplo, a diretoria da associação propôs e aprovou a criação desse prêmio”, completou. Em nome dos familiares, Claudio Kassab, vice-diretor-geral da Fundação Liceu Pasteur, agradeceu a lembrança do nome do pai para a premiação: “É um grande orgulho para a nossa família, um reconhecimento por todo o trabalho que ele fez para instituições e também uma oportunidade importante de ajudarmos as empresas que estão praticando o bem, ações filantrópicas, as fundações, para que apareça mais o trabalho que fazem e isso sirva para estimular mais as atividades sociais do nosso país”.
  • 43. Terceiro Setor Políticas públicas Avanços na questão social O Terceiro Setor está em constante expansão e requer a implementação de políticas públicas que colaborem para o bom funcionamento de organizações da sociedade civil. Diante dessa realidade, a Escola Superior do Ministério Público da União (Esmpu), em Juliane Nascimento Fotos: José Gonçalo parceria com a Promotoria de Justiça de Fundações e Entidades de Interesse Social do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e com a Associação Nacional de Promotores e Procura­ ores de Justiça d de Fundações e Entidades de Interesse Social (Profis), promoveu o Congresso Ministério Público e Terceiro Setor — Atuação Institucional na Proteção dos Direitos Sociais, em 6 de outubro, em Brasília/DF. O evento reuniu membros do Ministério Público, advogados, contadores, dirigentes e integrantes de entidades civis BOA VONTADE | 43
  • 44. Terceiro Setor O procurador de Justiça do DF e presidente da Profis, dr. José Eduardo Sabo Paes (C), ao lado do diretor administrativo da Fundação Boa Vontade, Luciano Duarte Pereira (E), e do representante da Fundação José de Paiva Netto no DF, jornalista Enaildo Viana. para uma avaliação crítica e propositiva de diversos temas ligados ao Terceiro Setor. Na pauta, também se discutiram as disposições da Lei nº 12.101, de 27 de novembro de 2009, sobre a certificação das entidades beneficentes de assistência social; a governança de fundações e associações; as normas e os princípios contábeis aplicados à prestação de contas; e o acompanhamento finalístico. Fórum aberto Um dos principais tópicos do encontro foi a possibilidade da abertura de um fórum de dis­ ussões entre o Ministério c Público, órgão de fiscalização e controle das atividades estatutárias das entidades não governamentais, e os demais participantes do congresso. Um dos 44 | BOA VONTADE defensores da ideia é o procurador de Justiça do DF dr. José Eduardo Sabo Paes, presidente da Profis: “Estamos discutindo a Lei no 12.101, que apresenta uma nova certificação às entidades beneficentes de assistência social, tendo a participação do Ministério de Desenvolvimento Social, o Conselho de Assistência Social, pois se faz necessário o acompanhamento estatal, mas, também, a participação efetiva da sociedade civil”. E completa o procurador: “Devemos entender o pressuposto básico dos direitos sociais, não apenas com a ação do poder público, mas com a ação social das entidades que complementam a assistência social, a saúde e a educação”. Sobre a ação do Terceiro Setor no país, o dr. Paes comentou: “Ela vem aumentando; já a construção legislativa é que não tem crescido ao mesmo tempo. Necessitamos de uma discussão maior no âmbito legislativo, social, para que haja a definição de um marco legal na consolidação das normas, porque as entidades precisam e nós queremos segurança jurídica para trabalhar e cumprir nosso papel social”. Durante o congresso, a equipe da BOA VONTADE conversou também com o promotor de Justiça Cível dr. Airton Grazzioli, curador de Fundações do Ministério Público do Estado de São Paulo e vice-presidente da Profis. Ele explicou a importância da lei que dispõe sobre a certificação das entidades beneficentes: “Vivenciamos a vigência de uma nova lei federal que trata da filantropia no Brasil, focada especialmente nas atividades da assistência social, da educação e saúde, que são relevantes para a população, especialmente para os que têm menos oportunidade na vida, de valores, de cidadania. A Lei no 12.101 foi editada no final de 2009 e obteve alguns regulamentos, decretos, de maneira que é uma legislação nova, sobre a qual a sociedade civil, especialmente o Terceiro Setor, tinha grande expectativa”. Para o promotor, o primeiro passo foi dado: “Veio a lei possível e as autoridades dessa área, a sociedade civil, as entidades e a população beneficiada com esse tipo de trabalho estão discutindo a inovação legislativa, os seus defeitos e os reparos que deve merecer”.
  • 45. Nelson Faraco de Freitas, promotor de Justiça da 2a Promotoria de Fundações e Entidades de Interesse Social do MPDFT. Airton Grazzioli, promotor de Justiça Cível e curador de Fundações. A respeito das certificações exigidas pela legislação vigente, o dr. Airton Grazzioli menciona que “a especialização pode engessar as entidades para que foquem ou na assistência social, ou na saúde ou na educação, e me parece que aí há um equívoco do legislador ao pretender distinguir esses três institutos, porque para os estudiosos da matéria a assistência social engloba saúde, educação e uma série de outras vertentes, de outras facetas que vêm trazer uma melhoria na condição de vida daqueles que precisam”. Marcos Biasioli, advogado. Vera Maria, presidente da Federação de Fundações Privadas do Estado de Goiás — Funpego. O promotor ressaltou o trabalho da Fundação José de Paiva Netto: “No Brasil há grandes entidades associativas de interesse social, fundações, e um exemplo disso é a Fundação José de Paiva Netto, que tem atuação em muitos Estados e um relacionamento com os Ministérios Públicos de várias unidades da Federação”. De acordo com o promotor de Justiça do DF e curador de fundações dr. Nelson Faraco de Freitas, o encontro possibilitou maior agilidade na resolução das questões que envolvem as organizações da sociedade civil. Ricardo Monello, auditor contábil, advogado e contador. Leovane Gregório, presidente do Conselho de Assistência Social do DF. Cláudia Sabóia, diretora do Departamento da Rede Socioassistencial Privada do SUAS-MDS. “Esse evento foi proveitoso para discutirmos as perspectivas, as soluções para os problemas que assolam as entidades que integram o Terceiro Setor, na medida em que cabe ao Ministério Público exercer o velamento dessas organizações, zelando para que elas atuem dentro das finalidades estatutárias, e para que possamos trabalhar de forma preventiva. Eventos dessa natureza são de extrema relevância porque aproximam as entidades do Ministério Público e se tornam fundamentais para que as dificuldades que aparecem na gestão dessas entidades já sejam equacionadas no próprio encontro”, afirmou. O dr. Nelson Freitas também deixou sua apreciação sobre a Lei no 12.101: “A nova lei veio para modernizar e, com isso, dirimir a questão dos certificados, regular de uma maneira mais clara a questão tributária. Então, acredito que essa legislação veio para melhorar a questão da assistência social”. BOA VONTADE | 45
  • 46. Saúde Aumenta o número de pessoas com diabetes Karine Salles Número de diabéticos deve crescer 54% nos próximos 20 anos O diabetes afeta 284 milhões de pessoas em todo o mundo. Até 2030, esse número deverá chegar a 439 milhões, segundo previsão anunciada em novembro pela Federação Internacional de Diabetes (FID), ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, estima-se que haja 10 milhões de diabéticos, 76% deles acometidos 46 | BOA VONTADE pelo tipo 2 da doença (diabetes mellitus), mais comum e o único quase inteiramente evitável. Em resposta à crescente demanda por informações sobre a doença, em 1991 foi instituído pela FID o Dia Mundial do Diabetes*, celebrado anualmente em 14 de novembro. No entanto, afirma o endocrinologista Walter Minicucci, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), ninguém está comemorando. “Criou-se o dia para chamar a atenção para esse grave problema. Se não fizermos nada, não haverá médico para tratar todo mundo e não teremos orçamento de saúde que dê conta do problema”, alertou o médico. O “fazer nada” faz referência ao comportamento e aos hábitos
  • 47. alimentares modernos, que representam a principal causa do diabetes tipo 2. Estudo divulgado em outubro pelo Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos comprova o problema: cerca de um terço dos adultos poderá desenvolver o diabetes até 2050 se continuarem sedentários e ganhando peso. As previsões parecem otimistas caso não se considere o envelhecimento populacional — a prevalência cresce com a idade. Para especialistas, o diabetes é a grande epidemia da atualidade: o número de enfermos não cresce apenas em incidência, como também em prevalência e mortes. Nesse patamar, a doença passa a afetar o próprio desenvolvimento econômico, pois o tratamento costuma ser caro. Somente nos Estados Unidos, em exemplo apontado pela equipe do CDC, os cuidados com o problema em 2007 “custaram mais de US$ 174 bilhões e devem representar um ônus financeiro cada vez maior nos anos subsequentes”. A cada ano, as pessoas que se descobrem portadoras do diabetes comumente culpam a correria e a falta de tempo, além da influência das novas tecnologias, pela má alimentação e pelo sedentarismo. “É um conjunto de fatores que deveria tornar nossas vidas mais produtivas e acaba por comprometer a produtividade em função Os males do diabetes É a principal causa de perda parcial da visão e cegueira em adultos nos países desenvolvidos; Portadores da doença são mais suscetíveis a ataques cardíacos ou a derrames; Maior causa de insuficiência renal; Causa principal de amputações de pés e pernas sem relação com lesões. da maior incidência de doenças, queda na resistência física, obesidade, estresse, ansiedade”, disse a técnica de enfermagem e acolhimento de pacientes do Hospital Regional de São Paulo, Denise Turre Limeira. Quebrar este círculo vicioso se torna um verdadeiro desafio, segundo a enfermeira, que recomenda: “É importante incorporar na dieta habitual a maior quantidade possível de alimentos ricos em fibras, tais como frutas e verduras; evitar descascar algumas frutas, como figo, pêssego e maçã, pois podem aumentar bastante o conteúdo de fibras, que terão um papel fundamental na saúde do sistema digestivo”. Na lista de bons hábitos está a meta de reduzir a quantidade de gordura (óleos, manteiga, creme), importante vilão da obesidade; de carboidratos (massas e doces); e de alimentos a cada refeição. “Faça mais refeições, ingerindo menos calorias de cada vez. Este procedimento permitirá uma digestão mais fácil e menor apetite nas refeições maiores”, completa, indicando a preferência a alimentos grelhados e cozidos. Videogame e internet põem jovens na rota do diabetes O aumento do diabetes tipo 2 está diretamente associado aos dois fatores que favorecem o excesso de açúcar no sangue: alimentação rica em gordura, carboidrato e pouquíssima fibra e falta de exercícios físicos. Mudanças nos hábitos alimentares nas últimas décadas — com a massificação do fast-food, lanches rápidos e * Dia Mundial do Diabetes — Considerada a maior iniciativa mundial em torno do diabetes, a data (14 de novembro) foi escolhida para homenagear o nascimento do cientista canadense Frederick Banting que, em parceria com Charles Best, foi responsável pela descoberta da insulina, em outubro de 1921. Dois anos mais tarde, Banting recebia o Prêmio Nobel de Medicina por esse feito e pela aplicação da insulina no tratamento de diabéticos. Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes BOA VONTADE | 47