SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  15
XIV Congresso Brasileiro de Energia
    Mesa 1: Repensando a Matriz e o Planejamento Energético Brasileiro


    O Problema da Adequação do Suprimento
           Descrevendo o caso brasileiro à luz da teoria




Alexandre Zucarato, D. Eng.

23 de outubro de 2012
Acordando conceitos: segurança x adequação

Segurança do suprimento           Adequação do suprimento


   Capacidade de um sistema         Capacidade de um sistema
   elétrico suportar distúrbios     elétrico atender à demanda
  súbitos como curto-circuitos       supondo um determinado
  e/ou perda de equipamentos           critério de suprimento




    Horizonte da Operação            Horizonte da Expansão



                                                                 2
Acordando conceitos: critério de suprimento




                         • Aversão ao risco de                             • Aversão ao risco de




                                                  Sistemas hidrelétricos
Sistemas termelétricos




                           déficit de potência                               déficit de energia
                         • Investimento em                                 • Investimento em
                           usinas até que a                                  usinas até que seja
                           potência disponível                               garantido o
                           seja suficiente para                              atendimento à carga
                           atender à demanda                                 com um
                           de ponta acrescida                                determinado nível de
                           de uma margem                                     risco
                         • PDisp = 1,05 x DMax                             • EAss = Carga

                                                                                                    33
Um pouco de teoria...

• Num mercado idealizado
  ▫ A capacidade instalada é acrescida até que não haja mais renda a
    ser extraída do mercado (ausência de lucro extraordinário)
  ▫ O mercado também é capaz de determinar o montante de
    investimento em cada tipo de fonte de geração
                  $/MWh

                Preço-teto

                                    A              Condições de Contorno
                                                     CustoFixo_2 = Área_A
                                            B   CustoFixo_1 = Área_A + Área_B
                     CV1

                     CV2



                             LOLP       D        1   Duração
                                                                                4
Entretanto, na aplicação da teoria...

• Mercados de eletricidade possuem duas grandes falhas
  no lado da demanda


  Ausência de medição e faturamento em tempo real


  Ausência de controle, em tempo real, do fluxo de
  eletricidade de forma individualizada

        Confiabilidade se torna um bem público
        Há necessidade de coordenar a expansão
                                                         5
Então, mais um pouco de teoria...

• O problema da Adequação do Suprimento
  ▫ Prover serviços de eletricidade confiáveis ao menor custo possível
• A solução da literatura
  ▫ Mecanismos de Adequação do Suprimento
     Introdução de sinais econômicos complementares ao preço de curto
      prazo
  ▫ Princípio de funcionamento
     Substituição da receita no mercado de curto prazo por uma outra
      fonte receita      $/MWh
                       Preço-teto
                              -


                           CV1
                           CV2

                                    LOLP    1 Duração                    6
O que usamos no SEB?

• O SEB adota o mecanismo de contratação mandatória
  ▫ O consumo deve estar 100% contratado
  ▫ Os vendedores de contratos devem possuir lastro para 100% de
    suas vendas, por meio de garantia física própria ou de terceiros
    (via contrato)
     Caso haja insuficiência de lastro, o agente estará sujeito a penalidade
      por falta de lastro
• Qual o racional por trás do mecanismos de contratação
  mandatória?
  ▫ Garantir que o critério de suprimento utilizado na expansão do
    SIN esteja refletido no ambiente comercial

Carga SIN ≤ Contratos ≤ Energia Assegurada ≤ Carga Crítica
                                                                                7
O Mecanismo do SEB com outra roupagem...

 Mercado de Energia
 • É o mercado onde as diferenças entre a medição (consumo ou
   geração) e os contratos são valoradas ao PLD
 • O agente está exposto quando a medição for diferente do volume
   contratado

 Mercado de Lastro (Recurso)
 • É o mercado onde as diferenças positivas entre os requisitos
   (consumo ou contratos de venda) e os recursos (garantia física
   ou contratos de compra) são valoradas à penalidade
 • O agente está exposto quando o requisito é maior que o
   recurso, considerando uma janela móvel de 12 meses
                                                                    8
Quanto vale o lastro no SEB?

                     Distribuição do PLD após
                     energia de reserva e preço
                                teto
                          E{PLD} < CME


                                     Distribuição do CMO para
                                      cálculo da carga crítica
                                          E{CMO} = CME




       O valor implícito do lastro é CME – E{PLD}
                É o prêmio sobre o PLD!                          9
A expansão da geração no SEB

 Planejamento indicativo
  • Projeção do crescimento
  • Matriz energética desejada
 Ambiente de Contratação Regulada
  • Volume contratado depende do balanço das distribuidoras
  • Matriz contratada depende da competitividade relativa entre as
    fontes
 Ambiente de Contratação Livre
  • Volume depende de sobras dos leilões regulados
  • Não há mecanismo coordenador da expansão
              Existem abordagens alternativas?
                                                                     10
Um portfolio de mecanismos...
Demanda por reserva operativa
• O operador do sistema aumenta o mercado demandando uma reserva
  operativa


      Mecanismos baseados em preço
      • Explícito pagamento pelo recurso instalado


             Mecanismos baseados em quantidade
             • Consumidores deve contratar uma quantidade suficiente de recurso para
               cobrir sua demanda


                    Mecanismos híbridos
                    • Contratação centralizada por meio de uma curva de demanda por recurso



                           Estado da arte
                           • Contrato de confiabilidade (Colombia, New England e PJM)

                                                                                              11
Repensando o Mecanismo do SEB...

• É possível uma contratação centralizada do lastro sem
  extinguir o mercado livre?
  ▫ Sim, mas exige uma explícita separação entre Energia e Lastro
    Mercado de Lastro
    • Contratação centralizada, obrigatória, em avanço, para todos os consumidores, cujos
      custos são recuperado via encargo

    Mercado de Energia (contratos)
    • Contratação de longo prazo é proteção contra volatilidade do PLD
    • Leilões ACR são mantidos, porém com preço teto reduzido
    • Para consumidores livres, fica mantida a livre escolha do fornecedor

    Mercado de Curto Prazo
    • O valor do PLD máximo é calibrado para que E{PLD} + Lastro = CME
                                                                                            12
Repensando o Mecanismo do SEB...

• Explícito controle sobre os sinais econômicos
  necessários para induzir o investimento adequado
  ▫ Curva de demanda por lastro
     Parâmetro de controle: Lastro Alvo, Preço Alvo
  ▫ Mercado de curto prazo
     Parâmetro de controle: PLD Máximo
                  $/MWh




                Preço Alvo




                                Lastro Alvo     GW     13
Para reflexão

• Steve Stoft, 2006
  ▫ The market cannot operate satisfactorily on its own. It
    requires a regulatory demand for a combination of real-time
    energy, operating reserves, and installed capacity, and this
    demand must be backed by a regulatory pricing policy. Without
    this reliability policy, the power system would under-
    invest in generation because of the demand-side flaws
  ▫ Until expensive new infrastructure removes at least one of two
    key demand-side flaws, administrators, like it or not, will
    determine the resource and reliability level. They can do it
    with eyes closed, as is the case in most markets, or with a
    resource adequacy program. Those are the only choices.

                                                                     14
Muito Obrigado!!


Contatos
  Alexandre Zucarato
    alexandre.zucarato@gmail.com
    (11) 9-9496-3090

Contenu connexe

Similaire à Repensando a Matriz e o Planejamento Energético Brasileiro

Operacao_comercializacao_energia (1).pptx
Operacao_comercializacao_energia (1).pptxOperacao_comercializacao_energia (1).pptx
Operacao_comercializacao_energia (1).pptxdadadda1
 
Comitê Tecnico Coex Mae - Capacity Fee
Comitê Tecnico Coex Mae - Capacity FeeComitê Tecnico Coex Mae - Capacity Fee
Comitê Tecnico Coex Mae - Capacity Feelmaurer
 
Encargo De Capacidade
Encargo De CapacidadeEncargo De Capacidade
Encargo De Capacidadelmaurer
 
Como entender e diminuir os gastos com o consumo de energia elétrica nas empr...
Como entender e diminuir os gastos com o consumo de energia elétrica nas empr...Como entender e diminuir os gastos com o consumo de energia elétrica nas empr...
Como entender e diminuir os gastos com o consumo de energia elétrica nas empr...RPEnergia
 
Os riscos durante a implementação de novas usinas hidroelétricas tem gerado p...
Os riscos durante a implementação de novas usinas hidroelétricas tem gerado p...Os riscos durante a implementação de novas usinas hidroelétricas tem gerado p...
Os riscos durante a implementação de novas usinas hidroelétricas tem gerado p...Franklin Miguel
 
Aula 02 comercialização de energiaa.pptx
Aula 02 comercialização de energiaa.pptxAula 02 comercialização de energiaa.pptx
Aula 02 comercialização de energiaa.pptxDenisAlexandre16
 
Custo marginal do_dficit_de_energia_eltrica
Custo marginal do_dficit_de_energia_eltricaCusto marginal do_dficit_de_energia_eltrica
Custo marginal do_dficit_de_energia_eltricaAlessandro Fontes
 
Geração Distribuida_.ppsx
Geração Distribuida_.ppsxGeração Distribuida_.ppsx
Geração Distribuida_.ppsximairodallacosta
 
Concessões e PPPs - estrutura econômico-jurídica, vantagens e dificuldades de...
Concessões e PPPs - estrutura econômico-jurídica, vantagens e dificuldades de...Concessões e PPPs - estrutura econômico-jurídica, vantagens e dificuldades de...
Concessões e PPPs - estrutura econômico-jurídica, vantagens e dificuldades de...Mauricio Portugal Ribeiro
 
V29n2a04 Artigo Revista Sobrapo
V29n2a04 Artigo Revista SobrapoV29n2a04 Artigo Revista Sobrapo
V29n2a04 Artigo Revista SobrapoMonica Barros
 
ComercializaçAo
ComercializaçAoComercializaçAo
ComercializaçAolmaurer
 
Abinee June00
Abinee June00Abinee June00
Abinee June00lmaurer
 
Racionalização e Otimização de Energia em Computação na Nuvem
Racionalização e Otimização de Energia em Computação na NuvemRacionalização e Otimização de Energia em Computação na Nuvem
Racionalização e Otimização de Energia em Computação na NuvemRodrigo Campos
 
Seminario ii teste3
Seminario ii teste3Seminario ii teste3
Seminario ii teste3UEMA
 
Planejamento da Expansão de sistemas de energia elétrica
Planejamento da Expansão de sistemas de energia elétricaPlanejamento da Expansão de sistemas de energia elétrica
Planejamento da Expansão de sistemas de energia elétricaJim Naturesa
 

Similaire à Repensando a Matriz e o Planejamento Energético Brasileiro (20)

O setor elétrico e as novas fronteiras globais - Brasil Energy Frontiers
O setor elétrico e as novas fronteiras globais - Brasil Energy FrontiersO setor elétrico e as novas fronteiras globais - Brasil Energy Frontiers
O setor elétrico e as novas fronteiras globais - Brasil Energy Frontiers
 
Operacao_comercializacao_energia (1).pptx
Operacao_comercializacao_energia (1).pptxOperacao_comercializacao_energia (1).pptx
Operacao_comercializacao_energia (1).pptx
 
Comitê Tecnico Coex Mae - Capacity Fee
Comitê Tecnico Coex Mae - Capacity FeeComitê Tecnico Coex Mae - Capacity Fee
Comitê Tecnico Coex Mae - Capacity Fee
 
Encargo De Capacidade
Encargo De CapacidadeEncargo De Capacidade
Encargo De Capacidade
 
Como entender e diminuir os gastos com o consumo de energia elétrica nas empr...
Como entender e diminuir os gastos com o consumo de energia elétrica nas empr...Como entender e diminuir os gastos com o consumo de energia elétrica nas empr...
Como entender e diminuir os gastos com o consumo de energia elétrica nas empr...
 
Os riscos durante a implementação de novas usinas hidroelétricas tem gerado p...
Os riscos durante a implementação de novas usinas hidroelétricas tem gerado p...Os riscos durante a implementação de novas usinas hidroelétricas tem gerado p...
Os riscos durante a implementação de novas usinas hidroelétricas tem gerado p...
 
Geração Distribuida - Oportunidades
Geração Distribuida - OportunidadesGeração Distribuida - Oportunidades
Geração Distribuida - Oportunidades
 
Aula 02 comercialização de energiaa.pptx
Aula 02 comercialização de energiaa.pptxAula 02 comercialização de energiaa.pptx
Aula 02 comercialização de energiaa.pptx
 
Custo marginal do_dficit_de_energia_eltrica
Custo marginal do_dficit_de_energia_eltricaCusto marginal do_dficit_de_energia_eltrica
Custo marginal do_dficit_de_energia_eltrica
 
Geração Distribuida_.ppsx
Geração Distribuida_.ppsxGeração Distribuida_.ppsx
Geração Distribuida_.ppsx
 
Concessões e PPPs - estrutura econômico-jurídica, vantagens e dificuldades de...
Concessões e PPPs - estrutura econômico-jurídica, vantagens e dificuldades de...Concessões e PPPs - estrutura econômico-jurídica, vantagens e dificuldades de...
Concessões e PPPs - estrutura econômico-jurídica, vantagens e dificuldades de...
 
V29n2a04 Artigo Revista Sobrapo
V29n2a04 Artigo Revista SobrapoV29n2a04 Artigo Revista Sobrapo
V29n2a04 Artigo Revista Sobrapo
 
ComercializaçAo
ComercializaçAoComercializaçAo
ComercializaçAo
 
Mercado de Geração Distribuída no Brasil
Mercado de Geração Distribuída no BrasilMercado de Geração Distribuída no Brasil
Mercado de Geração Distribuída no Brasil
 
Abinee June00
Abinee June00Abinee June00
Abinee June00
 
Racionalização e Otimização de Energia em Computação na Nuvem
Racionalização e Otimização de Energia em Computação na NuvemRacionalização e Otimização de Energia em Computação na Nuvem
Racionalização e Otimização de Energia em Computação na Nuvem
 
Resposta da demanda - Workshop Infraestrutura Energia
Resposta da demanda - Workshop Infraestrutura EnergiaResposta da demanda - Workshop Infraestrutura Energia
Resposta da demanda - Workshop Infraestrutura Energia
 
Aprimoramentos regulatórios e planejamento governamental para o setor elétrico
Aprimoramentos regulatórios e planejamento governamental para o setor elétricoAprimoramentos regulatórios e planejamento governamental para o setor elétrico
Aprimoramentos regulatórios e planejamento governamental para o setor elétrico
 
Seminario ii teste3
Seminario ii teste3Seminario ii teste3
Seminario ii teste3
 
Planejamento da Expansão de sistemas de energia elétrica
Planejamento da Expansão de sistemas de energia elétricaPlanejamento da Expansão de sistemas de energia elétrica
Planejamento da Expansão de sistemas de energia elétrica
 

Plus de CBE2012

XIV CBE - Palestra 4 - Suani Coelho - 25 outubro 2012
XIV CBE - Palestra 4 -  Suani Coelho - 25 outubro 2012XIV CBE - Palestra 4 -  Suani Coelho - 25 outubro 2012
XIV CBE - Palestra 4 - Suani Coelho - 25 outubro 2012CBE2012
 
XIV CBE - Palestra 3 - Hermes Chipp - 25 outubro 2012
XIV CBE - Palestra 3 - Hermes Chipp - 25 outubro 2012XIV CBE - Palestra 3 - Hermes Chipp - 25 outubro 2012
XIV CBE - Palestra 3 - Hermes Chipp - 25 outubro 2012CBE2012
 
XIV CBE - Palestra 2 - Altino Ventura Filho - 24 outubro 2012
XIV CBE - Palestra 2 - Altino Ventura Filho  - 24 outubro 2012XIV CBE - Palestra 2 - Altino Ventura Filho  - 24 outubro 2012
XIV CBE - Palestra 2 - Altino Ventura Filho - 24 outubro 2012CBE2012
 
XIV CBE - Palestra 1 - Marco Aurelio Vasconcellos Freitas - 24 outubro 2012
XIV CBE - Palestra 1 - Marco Aurelio Vasconcellos Freitas - 24 outubro 2012XIV CBE - Palestra 1 - Marco Aurelio Vasconcellos Freitas - 24 outubro 2012
XIV CBE - Palestra 1 - Marco Aurelio Vasconcellos Freitas - 24 outubro 2012CBE2012
 
XIV CBE - MESA 6 - Orlando - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 6 - Orlando - 25 outubro 2012XIV CBE - MESA 6 - Orlando - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 6 - Orlando - 25 outubro 2012CBE2012
 
XIV CBE - MESA 6 - Segen estefen - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 6 - Segen estefen  - 25 outubro 2012XIV CBE - MESA 6 - Segen estefen  - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 6 - Segen estefen - 25 outubro 2012CBE2012
 
XIV CBE - MESA 6 - Luis mendonça - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 6 - Luis mendonça  - 25 outubro 2012XIV CBE - MESA 6 - Luis mendonça  - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 6 - Luis mendonça - 25 outubro 2012CBE2012
 
XIV CBE - MESA 6 - José gutman - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 6 - José gutman - 25 outubro 2012XIV CBE - MESA 6 - José gutman - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 6 - José gutman - 25 outubro 2012CBE2012
 
XIV CBE - MESA 5 - Neemias - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 5 - Neemias - 25 outubro 2012XIV CBE - MESA 5 - Neemias - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 5 - Neemias - 25 outubro 2012CBE2012
 
XIV CBE - MESA 5 - Mauricio arouca - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 5 - Mauricio arouca - 25 outubro 2012XIV CBE - MESA 5 - Mauricio arouca - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 5 - Mauricio arouca - 25 outubro 2012CBE2012
 
XIV CBE - MESA 5 - Fernando Perrone - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 5 - Fernando Perrone - 25 outubro 2012 XIV CBE - MESA 5 - Fernando Perrone - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 5 - Fernando Perrone - 25 outubro 2012 CBE2012
 
XIV CBE - MESA 5 - Amilcar Guerreiro - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 5 - Amilcar Guerreiro - 25 outubro 2012XIV CBE - MESA 5 - Amilcar Guerreiro - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 5 - Amilcar Guerreiro - 25 outubro 2012CBE2012
 
XIV CBE - MESA 4 - Roberto Esteves - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Roberto Esteves - 24 outubro 2012XIV CBE - MESA 4 - Roberto Esteves - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Roberto Esteves - 24 outubro 2012CBE2012
 
XIV CBE - MESA 4 - Luiz felipe da silva - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Luiz felipe da silva - 24 outubro 2012XIV CBE - MESA 4 - Luiz felipe da silva - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Luiz felipe da silva - 24 outubro 2012CBE2012
 
XIV CBE - MESA 4 - Leontina Pinto Engenho - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Leontina Pinto Engenho - 24 outubro 2012XIV CBE - MESA 4 - Leontina Pinto Engenho - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Leontina Pinto Engenho - 24 outubro 2012CBE2012
 
XIV CBE - MESA 4 - Leonan dos Santos - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Leonan dos Santos - 24 outubro 2012XIV CBE - MESA 4 - Leonan dos Santos - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Leonan dos Santos - 24 outubro 2012CBE2012
 
XIV CBE - MESA 4 - Fernando Zancan - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Fernando Zancan - 24 outubro 2012XIV CBE - MESA 4 - Fernando Zancan - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Fernando Zancan - 24 outubro 2012CBE2012
 
XIV CBE - MESA 3 - Luiz Fernando Vianna - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 3 - Luiz Fernando Vianna - 24 outubro 2012XIV CBE - MESA 3 - Luiz Fernando Vianna - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 3 - Luiz Fernando Vianna - 24 outubro 2012CBE2012
 
XIV CBE - MESA 3 - Lucia Galdencio - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 3 - Lucia Galdencio - 24 outubro 2012 XIV CBE - MESA 3 - Lucia Galdencio - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 3 - Lucia Galdencio - 24 outubro 2012 CBE2012
 
XIV CBE - MESA 3 - Volney Zanardi Junior - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 3 - Volney Zanardi Junior - 24 outubro 2012 XIV CBE - MESA 3 - Volney Zanardi Junior - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 3 - Volney Zanardi Junior - 24 outubro 2012 CBE2012
 

Plus de CBE2012 (20)

XIV CBE - Palestra 4 - Suani Coelho - 25 outubro 2012
XIV CBE - Palestra 4 -  Suani Coelho - 25 outubro 2012XIV CBE - Palestra 4 -  Suani Coelho - 25 outubro 2012
XIV CBE - Palestra 4 - Suani Coelho - 25 outubro 2012
 
XIV CBE - Palestra 3 - Hermes Chipp - 25 outubro 2012
XIV CBE - Palestra 3 - Hermes Chipp - 25 outubro 2012XIV CBE - Palestra 3 - Hermes Chipp - 25 outubro 2012
XIV CBE - Palestra 3 - Hermes Chipp - 25 outubro 2012
 
XIV CBE - Palestra 2 - Altino Ventura Filho - 24 outubro 2012
XIV CBE - Palestra 2 - Altino Ventura Filho  - 24 outubro 2012XIV CBE - Palestra 2 - Altino Ventura Filho  - 24 outubro 2012
XIV CBE - Palestra 2 - Altino Ventura Filho - 24 outubro 2012
 
XIV CBE - Palestra 1 - Marco Aurelio Vasconcellos Freitas - 24 outubro 2012
XIV CBE - Palestra 1 - Marco Aurelio Vasconcellos Freitas - 24 outubro 2012XIV CBE - Palestra 1 - Marco Aurelio Vasconcellos Freitas - 24 outubro 2012
XIV CBE - Palestra 1 - Marco Aurelio Vasconcellos Freitas - 24 outubro 2012
 
XIV CBE - MESA 6 - Orlando - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 6 - Orlando - 25 outubro 2012XIV CBE - MESA 6 - Orlando - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 6 - Orlando - 25 outubro 2012
 
XIV CBE - MESA 6 - Segen estefen - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 6 - Segen estefen  - 25 outubro 2012XIV CBE - MESA 6 - Segen estefen  - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 6 - Segen estefen - 25 outubro 2012
 
XIV CBE - MESA 6 - Luis mendonça - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 6 - Luis mendonça  - 25 outubro 2012XIV CBE - MESA 6 - Luis mendonça  - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 6 - Luis mendonça - 25 outubro 2012
 
XIV CBE - MESA 6 - José gutman - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 6 - José gutman - 25 outubro 2012XIV CBE - MESA 6 - José gutman - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 6 - José gutman - 25 outubro 2012
 
XIV CBE - MESA 5 - Neemias - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 5 - Neemias - 25 outubro 2012XIV CBE - MESA 5 - Neemias - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 5 - Neemias - 25 outubro 2012
 
XIV CBE - MESA 5 - Mauricio arouca - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 5 - Mauricio arouca - 25 outubro 2012XIV CBE - MESA 5 - Mauricio arouca - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 5 - Mauricio arouca - 25 outubro 2012
 
XIV CBE - MESA 5 - Fernando Perrone - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 5 - Fernando Perrone - 25 outubro 2012 XIV CBE - MESA 5 - Fernando Perrone - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 5 - Fernando Perrone - 25 outubro 2012
 
XIV CBE - MESA 5 - Amilcar Guerreiro - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 5 - Amilcar Guerreiro - 25 outubro 2012XIV CBE - MESA 5 - Amilcar Guerreiro - 25 outubro 2012
XIV CBE - MESA 5 - Amilcar Guerreiro - 25 outubro 2012
 
XIV CBE - MESA 4 - Roberto Esteves - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Roberto Esteves - 24 outubro 2012XIV CBE - MESA 4 - Roberto Esteves - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Roberto Esteves - 24 outubro 2012
 
XIV CBE - MESA 4 - Luiz felipe da silva - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Luiz felipe da silva - 24 outubro 2012XIV CBE - MESA 4 - Luiz felipe da silva - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Luiz felipe da silva - 24 outubro 2012
 
XIV CBE - MESA 4 - Leontina Pinto Engenho - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Leontina Pinto Engenho - 24 outubro 2012XIV CBE - MESA 4 - Leontina Pinto Engenho - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Leontina Pinto Engenho - 24 outubro 2012
 
XIV CBE - MESA 4 - Leonan dos Santos - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Leonan dos Santos - 24 outubro 2012XIV CBE - MESA 4 - Leonan dos Santos - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Leonan dos Santos - 24 outubro 2012
 
XIV CBE - MESA 4 - Fernando Zancan - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Fernando Zancan - 24 outubro 2012XIV CBE - MESA 4 - Fernando Zancan - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 4 - Fernando Zancan - 24 outubro 2012
 
XIV CBE - MESA 3 - Luiz Fernando Vianna - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 3 - Luiz Fernando Vianna - 24 outubro 2012XIV CBE - MESA 3 - Luiz Fernando Vianna - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 3 - Luiz Fernando Vianna - 24 outubro 2012
 
XIV CBE - MESA 3 - Lucia Galdencio - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 3 - Lucia Galdencio - 24 outubro 2012 XIV CBE - MESA 3 - Lucia Galdencio - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 3 - Lucia Galdencio - 24 outubro 2012
 
XIV CBE - MESA 3 - Volney Zanardi Junior - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 3 - Volney Zanardi Junior - 24 outubro 2012 XIV CBE - MESA 3 - Volney Zanardi Junior - 24 outubro 2012
XIV CBE - MESA 3 - Volney Zanardi Junior - 24 outubro 2012
 

Repensando a Matriz e o Planejamento Energético Brasileiro

  • 1. XIV Congresso Brasileiro de Energia Mesa 1: Repensando a Matriz e o Planejamento Energético Brasileiro O Problema da Adequação do Suprimento Descrevendo o caso brasileiro à luz da teoria Alexandre Zucarato, D. Eng. 23 de outubro de 2012
  • 2. Acordando conceitos: segurança x adequação Segurança do suprimento Adequação do suprimento Capacidade de um sistema Capacidade de um sistema elétrico suportar distúrbios elétrico atender à demanda súbitos como curto-circuitos supondo um determinado e/ou perda de equipamentos critério de suprimento Horizonte da Operação Horizonte da Expansão 2
  • 3. Acordando conceitos: critério de suprimento • Aversão ao risco de • Aversão ao risco de Sistemas hidrelétricos Sistemas termelétricos déficit de potência déficit de energia • Investimento em • Investimento em usinas até que a usinas até que seja potência disponível garantido o seja suficiente para atendimento à carga atender à demanda com um de ponta acrescida determinado nível de de uma margem risco • PDisp = 1,05 x DMax • EAss = Carga 33
  • 4. Um pouco de teoria... • Num mercado idealizado ▫ A capacidade instalada é acrescida até que não haja mais renda a ser extraída do mercado (ausência de lucro extraordinário) ▫ O mercado também é capaz de determinar o montante de investimento em cada tipo de fonte de geração $/MWh Preço-teto A Condições de Contorno CustoFixo_2 = Área_A B CustoFixo_1 = Área_A + Área_B CV1 CV2 LOLP D 1 Duração 4
  • 5. Entretanto, na aplicação da teoria... • Mercados de eletricidade possuem duas grandes falhas no lado da demanda Ausência de medição e faturamento em tempo real Ausência de controle, em tempo real, do fluxo de eletricidade de forma individualizada Confiabilidade se torna um bem público Há necessidade de coordenar a expansão 5
  • 6. Então, mais um pouco de teoria... • O problema da Adequação do Suprimento ▫ Prover serviços de eletricidade confiáveis ao menor custo possível • A solução da literatura ▫ Mecanismos de Adequação do Suprimento  Introdução de sinais econômicos complementares ao preço de curto prazo ▫ Princípio de funcionamento  Substituição da receita no mercado de curto prazo por uma outra fonte receita $/MWh Preço-teto - CV1 CV2 LOLP 1 Duração 6
  • 7. O que usamos no SEB? • O SEB adota o mecanismo de contratação mandatória ▫ O consumo deve estar 100% contratado ▫ Os vendedores de contratos devem possuir lastro para 100% de suas vendas, por meio de garantia física própria ou de terceiros (via contrato)  Caso haja insuficiência de lastro, o agente estará sujeito a penalidade por falta de lastro • Qual o racional por trás do mecanismos de contratação mandatória? ▫ Garantir que o critério de suprimento utilizado na expansão do SIN esteja refletido no ambiente comercial Carga SIN ≤ Contratos ≤ Energia Assegurada ≤ Carga Crítica 7
  • 8. O Mecanismo do SEB com outra roupagem... Mercado de Energia • É o mercado onde as diferenças entre a medição (consumo ou geração) e os contratos são valoradas ao PLD • O agente está exposto quando a medição for diferente do volume contratado Mercado de Lastro (Recurso) • É o mercado onde as diferenças positivas entre os requisitos (consumo ou contratos de venda) e os recursos (garantia física ou contratos de compra) são valoradas à penalidade • O agente está exposto quando o requisito é maior que o recurso, considerando uma janela móvel de 12 meses 8
  • 9. Quanto vale o lastro no SEB? Distribuição do PLD após energia de reserva e preço teto E{PLD} < CME Distribuição do CMO para cálculo da carga crítica E{CMO} = CME O valor implícito do lastro é CME – E{PLD} É o prêmio sobre o PLD! 9
  • 10. A expansão da geração no SEB Planejamento indicativo • Projeção do crescimento • Matriz energética desejada Ambiente de Contratação Regulada • Volume contratado depende do balanço das distribuidoras • Matriz contratada depende da competitividade relativa entre as fontes Ambiente de Contratação Livre • Volume depende de sobras dos leilões regulados • Não há mecanismo coordenador da expansão Existem abordagens alternativas? 10
  • 11. Um portfolio de mecanismos... Demanda por reserva operativa • O operador do sistema aumenta o mercado demandando uma reserva operativa Mecanismos baseados em preço • Explícito pagamento pelo recurso instalado Mecanismos baseados em quantidade • Consumidores deve contratar uma quantidade suficiente de recurso para cobrir sua demanda Mecanismos híbridos • Contratação centralizada por meio de uma curva de demanda por recurso Estado da arte • Contrato de confiabilidade (Colombia, New England e PJM) 11
  • 12. Repensando o Mecanismo do SEB... • É possível uma contratação centralizada do lastro sem extinguir o mercado livre? ▫ Sim, mas exige uma explícita separação entre Energia e Lastro Mercado de Lastro • Contratação centralizada, obrigatória, em avanço, para todos os consumidores, cujos custos são recuperado via encargo Mercado de Energia (contratos) • Contratação de longo prazo é proteção contra volatilidade do PLD • Leilões ACR são mantidos, porém com preço teto reduzido • Para consumidores livres, fica mantida a livre escolha do fornecedor Mercado de Curto Prazo • O valor do PLD máximo é calibrado para que E{PLD} + Lastro = CME 12
  • 13. Repensando o Mecanismo do SEB... • Explícito controle sobre os sinais econômicos necessários para induzir o investimento adequado ▫ Curva de demanda por lastro  Parâmetro de controle: Lastro Alvo, Preço Alvo ▫ Mercado de curto prazo  Parâmetro de controle: PLD Máximo $/MWh Preço Alvo Lastro Alvo GW 13
  • 14. Para reflexão • Steve Stoft, 2006 ▫ The market cannot operate satisfactorily on its own. It requires a regulatory demand for a combination of real-time energy, operating reserves, and installed capacity, and this demand must be backed by a regulatory pricing policy. Without this reliability policy, the power system would under- invest in generation because of the demand-side flaws ▫ Until expensive new infrastructure removes at least one of two key demand-side flaws, administrators, like it or not, will determine the resource and reliability level. They can do it with eyes closed, as is the case in most markets, or with a resource adequacy program. Those are the only choices. 14
  • 15. Muito Obrigado!! Contatos Alexandre Zucarato alexandre.zucarato@gmail.com (11) 9-9496-3090