O documento descreve a história da presença holandesa no nordeste do Brasil entre os séculos XVI e XVII, quando conquistaram Pernambuco e governaram a região por alguns anos. O governador holandês Maurício de Nassau modernizou a administração da colônia, mas conflitos com a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais levaram à sua saída. Isso, junto com a reconquista de Portugal, estimulou a insurreição que expulsou os holandeses do Brasil após anos de batalhas.
2. A Espanha, o reino onde o sol nunca se põe...
União Ibérica
Antes de falarmos dos holandeses
no nordeste brasileiro, vamos
contextualizar historicamente os
fatos: Em 1578, Portugal tinha
como rei o jovem D. Sebastião,
vitimado em uma guerra contra os
árabes no norte da África em que
seu corpo nunca foi encontrado...
2
3. • O parente mais próximo na linha sucessória foi o seu tio-avô, D.
Henrique, com 66 anos de idade, que faleceu em 1580 sem deixar
descendentes. A dinastia de Avis chegava ao seu final...
Surgiram várias disputas político-militares entre os
pretendentes a sucessão, sendo vencida pelo rei da Espanha
Filipe II, que invadiu e conquistou Portugal, além de
subornar o alto escalão.
Portugal... Eu
a herdei, eu a
comprei, e eu
a conquistei!
Filipe II 3
4. A UNIÃO IBÉRICA terminou apenas em
1640, quando o Duque de Bragança assumiu
o governo de Portugal com o apoio da alta
nobreza e da burguesia pondo fim ao domínio
espanhol. Ao assumir o trono, recebeu o de D.
João IV, iniciando a dinastia de Bragança.
Esse episódio da história portuguesa é
conhecido como “A Restauração”.
D. João IV 4
5. • Dentro deste contexto, algumas
províncias espanholas situadas ao norte
da Europa, conquistaram a sua
independência, à custa de muitas
batalhas, e proclamaram a República.
Entre essas províncias, estava a
Holanda, cuja sua capital Amsterdã
era considerada a cidade burguesa mais
importante da Europa. Como represália,
Felipe II proibiu o intercâmbio
comercial das suas colônias com os
holandeses (bloqueio econômico),
conhecido como embargo espanhol.
5
6. A Cia da Índias Ocidentais
• Com o controle do açúcar brasileiro passando para os espanhóis, os holandeses
partiram para a retomada do negócio, criando uma Companhia de Comércio
voltada para tal: a Cia das Índias Ocidentais, que não era obra isolada de
alguns comerciantes, mas sim de uma organização acionária (investimentos
captados por ações).
6
7. As invasões
As lutas pelo controle do mercado açucareiro
• Bahia e Pernambuco – Além de
exercer a atividade comercial, a
Cia das Índias ocidentais tinha
autorização do governo holandês
para organizar tropas e estabelecer
colônias. Foi o que os holandeses
tentaram fazer no Brasil em duas
oportunidades: na Bahia em 1624,
não obtendo sucesso na sua
ocupação, e depois em 1637, após
uma resistência de sete anos,
conquistaram a capitania de
Pernambuco.
9. http://educacao.uol.com.br/biografias/mauricio-de-nassau.jhtm
O conde Johann Moritz of Nassau-Siegen tem um lugar especial na História do
Brasil. Conhecido pelo nome "brasileiro", Maurício de Nassau, ele governou a
colônia holandesa no Nordeste do Brasil, com a capital em Recife, de 1637 a 1644.
Sua administração tornou-se conhecida pelos trabalhos de cientistas e artistas
que o acompanharam e, sob seu patrocínio, exploraram e pintaram a nova terra,
suas belezas naturais e seus habitantes. Esses trabalhos são apreciados ainda
hoje. Tanto, que 2004 foi escolhido para ser o Ano de Nassau, no Brasil, na
Alemanha e na Holanda, em homenagem aos 400 anos de seu nascimento.
Ele trabalhava para a Companhia das Índias Ocidentais ou WIC (sigla de West-
Indische Compagnie, no idioma neerlandês ou holandês), quando veio
administrar a colônia da Nova Holanda no Brasil, aos 33 anos de idade. Os
diretores da WIC convenceram o governo holandês da importância do comércio
do açúcar para a sua economia.
O passo seguinte foi a invasão do território brasileiro. Primeiro os holandeses
tentaram a Bahia, mas foram repelidos. Depois, conquistaram Pernambuco e se
instalaram na região, em Olinda e Recife. De lá expandiram sua ocupação até o
atual território de Sergipe, ao sul, e, ao norte, pelos atuais estados da Paraíba,
Rio Grande do Norte e Ceará.
Nomeado governador, Nassau era estrangeiro, invasor e protestante, numa terra
de colonizadores católicos portugueses. Mas cativou de tal forma a população que
esta o ajudava espontaneamente em suas obras para modernizar a cidade, e
mantinha boas relações com os senhores de engenho. Conta-se que quando o
governador quis construir um zoológico, a população doou uma grande
quantidade de animais selvagens, sem que Maurício pedisse. Suas realizações
durante sua estadia no Brasil ultrapassaram as atribuições normais de um
governador.
10. Ao contrário do que era costume na época, ele se recusou a explorar a colônia apenas em benefício da WIC. Ao invés disso, sua maior
preocupação foi promover o bem-estar dos habitantes e preservar a terra. Humanista, Nassau estimulou as ciências e as artes. Fez
construir um observatório astronômico, criou um jardim botânico e trouxe em sua comitiva mestres da pintura flamenga como Frans
Post e Albert Eckout, além de diversos artistas e cientistas, convidados a se juntar a ele num grande projeto que definiu como
"exploração profunda e universal da terra".
Essa iniciativa teve especial importância, porque foi a primeira da época e tornou disponíveis várias informações sobre o Brasil para a
Europa ocidental. Não foram apenas tratados científicos em publicações acadêmicas, mas pinturas e desenhos que podiam ser
entendidos pelo grande público.
Os senhores de engenho haviam feito empréstimos com os holandeses, a fim de aumentar sua produção de açúcar. Mas o preço do
produto caiu no mercado internacional e a WIC decidiu cobrar, de uma só vez, o dinheiro emprestado, e com juros muito altos.
Nassau, que havia fracassado em nova tentativa de ocupar a Bahia, não concordou com essa forma de cobrança e entrou em conflito
com a Companhia, entregando o cargo para voltar à Europa, em 1641.
Sua saída estimulou a Insurreição Pernambucana: os donos de terras, unidos aos negros e aos índios, lutaram durante 9 anos para
expulsar os holandeses, vencendo em 1654. http://educacao.uol.com.br/biografias/mauricio-de-nassau.jhtm
13. A expulsão dos holandeses
A reconquista de Portugal de seu trono em 1640, juntamente com a saída de
Maurício de Nassau em 1644, quando a Cia das Índias radicalizou com os
senhores de engenho, cobrando altos impostos e aumento da produção de açúcar,
impulsionou o processo de insurreição (revolta) pela expulsão dos holandeses.
Diversos setores sociais da colônia, como senhores de engenho, grupos
indígenas e africanos, uniram-se por um tempo para combater os holandeses.
Várias batalhas foram travadas, como a famosa Batalha dos Guararapes (1648
e 1649).
Antigas correntes ideológicas defendem que o
episódio até então inédito da união entre
negros, brancos e índios para expulsar o
invasor estrangeiro foi o grande “marco
inicial” da criação da nação brasileira.
14.
15. Consequências:
Com a saída da Cia das Índias do nordeste brasileiro, os
holandeses procuraram outros locais para cultivo, partindo
para as Antilhas no Caribe. Isso gerou uma forte concorrência
e posterior queda dos preços no açúcar brasileiro, iniciando
uma decadência econômica na região que nunca mais se
recuperou.
16. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.
Você pode:
• copiar, distribuir, exibir e executar a obra
• criar obras derivadas
Sob as seguintes condições:
• Atribuição. Você deve dar crédito ao autor original, da forma especificada pelo autor
ou licenciante.
• Uso Não-Comercial. Você não pode utilizar esta obra com finalidades comerciais.
• Compartilhamento pela mesma Licença. Se você alterar, transformar, ou criar outra
obra com base nesta, você somente poderá distribuir a obra resultante sob uma licença
idêntica a esta.
Para cada novo uso ou distribuição, você deve deixar claro para outros os termos da
licença desta obra.
Qualquer uma destas condições podem ser renunciadas, desde que Você obtenha
permissão do autor.
Nothing in this license impairs or restricts the author's moral rights.