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O Brasil holandês
   1 Ano – Ensino Médio.
  PROFESSOR: Carlos Teles
A Espanha, o reino onde o sol nunca se põe...
              União Ibérica
                   Antes de falarmos dos holandeses
                   no nordeste brasileiro, vamos
                   contextualizar historicamente os
                   fatos: Em 1578, Portugal tinha
                   como rei o jovem D. Sebastião,
                   vitimado em uma guerra contra os
                   árabes no norte da África em que
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                                                       2
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                                           Portugal... Eu
                                           a herdei, eu a
                                           comprei, e eu
                                           a conquistei!



 Filipe II                                                                       3
A UNIÃO IBÉRICA terminou apenas em
1640, quando o Duque de Bragança assumiu
o governo de Portugal com o apoio da alta
nobreza e da burguesia pondo fim ao domínio
espanhol. Ao assumir o trono, recebeu o de D.
João IV, iniciando a dinastia de Bragança.
Esse episódio da história portuguesa é
conhecido como “A Restauração”.




                                          D. João IV   4
• Dentro deste contexto, algumas
  províncias espanholas situadas ao norte
  da Europa, conquistaram a sua
  independência, à custa de muitas
  batalhas, e proclamaram a República.
  Entre essas províncias, estava a
  Holanda, cuja sua capital Amsterdã
  era considerada a cidade burguesa mais
  importante da Europa. Como represália,
  Felipe II proibiu o intercâmbio
  comercial das suas colônias com os
  holandeses    (bloqueio    econômico),
  conhecido como embargo espanhol.




                                            5
A Cia da Índias Ocidentais
• Com o controle do açúcar brasileiro passando para os espanhóis, os holandeses
  partiram para a retomada do negócio, criando uma Companhia de Comércio
  voltada para tal: a Cia das Índias Ocidentais, que não era obra isolada de
  alguns comerciantes, mas sim de uma organização acionária (investimentos
  captados por ações).




                                                                              6
As invasões
As lutas pelo controle do mercado açucareiro

         • Bahia e Pernambuco – Além de
           exercer a atividade comercial, a
           Cia das Índias ocidentais tinha
           autorização do governo holandês
           para organizar tropas e estabelecer
           colônias. Foi o que os holandeses
           tentaram fazer no Brasil em duas
           oportunidades: na Bahia em 1624,
           não obtendo sucesso na sua
           ocupação, e depois em 1637, após
           uma resistência de sete anos,
           conquistaram a capitania de
           Pernambuco.
Maurício de Nassau
http://educacao.uol.com.br/biografias/mauricio-de-nassau.jhtm
O conde Johann Moritz of Nassau-Siegen tem um lugar especial na História do
Brasil. Conhecido pelo nome "brasileiro", Maurício de Nassau, ele governou a
colônia holandesa no Nordeste do Brasil, com a capital em Recife, de 1637 a 1644.

Sua administração tornou-se conhecida pelos trabalhos de cientistas e artistas
que o acompanharam e, sob seu patrocínio, exploraram e pintaram a nova terra,
suas belezas naturais e seus habitantes. Esses trabalhos são apreciados ainda
hoje. Tanto, que 2004 foi escolhido para ser o Ano de Nassau, no Brasil, na
Alemanha e na Holanda, em homenagem aos 400 anos de seu nascimento.

Ele trabalhava para a Companhia das Índias Ocidentais ou WIC (sigla de West-
Indische Compagnie, no idioma neerlandês ou holandês), quando veio
administrar a colônia da Nova Holanda no Brasil, aos 33 anos de idade. Os
diretores da WIC convenceram o governo holandês da importância do comércio
do açúcar para a sua economia.

O passo seguinte foi a invasão do território brasileiro. Primeiro os holandeses
tentaram a Bahia, mas foram repelidos. Depois, conquistaram Pernambuco e se
instalaram na região, em Olinda e Recife. De lá expandiram sua ocupação até o
atual território de Sergipe, ao sul, e, ao norte, pelos atuais estados da Paraíba,
Rio Grande do Norte e Ceará.

Nomeado governador, Nassau era estrangeiro, invasor e protestante, numa terra
de colonizadores católicos portugueses. Mas cativou de tal forma a população que
esta o ajudava espontaneamente em suas obras para modernizar a cidade, e
mantinha boas relações com os senhores de engenho. Conta-se que quando o
governador quis construir um zoológico, a população doou uma grande
quantidade de animais selvagens, sem que Maurício pedisse. Suas realizações
durante sua estadia no Brasil ultrapassaram as atribuições normais de um
governador.
Ao contrário do que era costume na época, ele se recusou a explorar a colônia apenas em benefício da WIC. Ao invés disso, sua maior
preocupação foi promover o bem-estar dos habitantes e preservar a terra. Humanista, Nassau estimulou as ciências e as artes. Fez
construir um observatório astronômico, criou um jardim botânico e trouxe em sua comitiva mestres da pintura flamenga como Frans
Post e Albert Eckout, além de diversos artistas e cientistas, convidados a se juntar a ele num grande projeto que definiu como
"exploração profunda e universal da terra".

Essa iniciativa teve especial importância, porque foi a primeira da época e tornou disponíveis várias informações sobre o Brasil para a
Europa ocidental. Não foram apenas tratados científicos em publicações acadêmicas, mas pinturas e desenhos que podiam ser
entendidos pelo grande público.

Os senhores de engenho haviam feito empréstimos com os holandeses, a fim de aumentar sua produção de açúcar. Mas o preço do
produto caiu no mercado internacional e a WIC decidiu cobrar, de uma só vez, o dinheiro emprestado, e com juros muito altos.
Nassau, que havia fracassado em nova tentativa de ocupar a Bahia, não concordou com essa forma de cobrança e entrou em conflito
com a Companhia, entregando o cargo para voltar à Europa, em 1641.

Sua saída estimulou a Insurreição Pernambucana: os donos de terras, unidos aos negros e aos índios, lutaram durante 9 anos para
expulsar os holandeses, vencendo em 1654.                                            http://educacao.uol.com.br/biografias/mauricio-de-nassau.jhtm
O Recife de Maurício de Nassau




                                 5
A expulsão dos holandeses
A reconquista de Portugal de seu trono em 1640, juntamente com a saída de
  Maurício de Nassau em 1644, quando a Cia das Índias radicalizou com os
  senhores de engenho, cobrando altos impostos e aumento da produção de açúcar,
  impulsionou o processo de insurreição (revolta) pela expulsão dos holandeses.
  Diversos setores sociais da colônia, como senhores de engenho, grupos
  indígenas e africanos, uniram-se por um tempo para combater os holandeses.
  Várias batalhas foram travadas, como a famosa Batalha dos Guararapes (1648
  e 1649).


                                    Antigas correntes ideológicas defendem que o
                                    episódio até então inédito da união entre
                                    negros, brancos e índios para expulsar o
                                    invasor estrangeiro foi o grande “marco
                                    inicial” da criação da nação brasileira.
Consequências:
Com a saída da Cia das Índias do nordeste brasileiro, os
holandeses procuraram outros locais para cultivo, partindo
para as Antilhas no Caribe. Isso gerou uma forte concorrência
e posterior queda dos preços no açúcar brasileiro, iniciando
uma decadência econômica na região que nunca mais se
recuperou.
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O Brasil holandês

  • 1. O Brasil holandês 1 Ano – Ensino Médio. PROFESSOR: Carlos Teles
  • 2. A Espanha, o reino onde o sol nunca se põe... União Ibérica Antes de falarmos dos holandeses no nordeste brasileiro, vamos contextualizar historicamente os fatos: Em 1578, Portugal tinha como rei o jovem D. Sebastião, vitimado em uma guerra contra os árabes no norte da África em que seu corpo nunca foi encontrado... 2
  • 3. • O parente mais próximo na linha sucessória foi o seu tio-avô, D. Henrique, com 66 anos de idade, que faleceu em 1580 sem deixar descendentes. A dinastia de Avis chegava ao seu final... Surgiram várias disputas político-militares entre os pretendentes a sucessão, sendo vencida pelo rei da Espanha Filipe II, que invadiu e conquistou Portugal, além de subornar o alto escalão. Portugal... Eu a herdei, eu a comprei, e eu a conquistei! Filipe II 3
  • 4. A UNIÃO IBÉRICA terminou apenas em 1640, quando o Duque de Bragança assumiu o governo de Portugal com o apoio da alta nobreza e da burguesia pondo fim ao domínio espanhol. Ao assumir o trono, recebeu o de D. João IV, iniciando a dinastia de Bragança. Esse episódio da história portuguesa é conhecido como “A Restauração”. D. João IV 4
  • 5. • Dentro deste contexto, algumas províncias espanholas situadas ao norte da Europa, conquistaram a sua independência, à custa de muitas batalhas, e proclamaram a República. Entre essas províncias, estava a Holanda, cuja sua capital Amsterdã era considerada a cidade burguesa mais importante da Europa. Como represália, Felipe II proibiu o intercâmbio comercial das suas colônias com os holandeses (bloqueio econômico), conhecido como embargo espanhol. 5
  • 6. A Cia da Índias Ocidentais • Com o controle do açúcar brasileiro passando para os espanhóis, os holandeses partiram para a retomada do negócio, criando uma Companhia de Comércio voltada para tal: a Cia das Índias Ocidentais, que não era obra isolada de alguns comerciantes, mas sim de uma organização acionária (investimentos captados por ações). 6
  • 7. As invasões As lutas pelo controle do mercado açucareiro • Bahia e Pernambuco – Além de exercer a atividade comercial, a Cia das Índias ocidentais tinha autorização do governo holandês para organizar tropas e estabelecer colônias. Foi o que os holandeses tentaram fazer no Brasil em duas oportunidades: na Bahia em 1624, não obtendo sucesso na sua ocupação, e depois em 1637, após uma resistência de sete anos, conquistaram a capitania de Pernambuco.
  • 9. http://educacao.uol.com.br/biografias/mauricio-de-nassau.jhtm O conde Johann Moritz of Nassau-Siegen tem um lugar especial na História do Brasil. Conhecido pelo nome "brasileiro", Maurício de Nassau, ele governou a colônia holandesa no Nordeste do Brasil, com a capital em Recife, de 1637 a 1644. Sua administração tornou-se conhecida pelos trabalhos de cientistas e artistas que o acompanharam e, sob seu patrocínio, exploraram e pintaram a nova terra, suas belezas naturais e seus habitantes. Esses trabalhos são apreciados ainda hoje. Tanto, que 2004 foi escolhido para ser o Ano de Nassau, no Brasil, na Alemanha e na Holanda, em homenagem aos 400 anos de seu nascimento. Ele trabalhava para a Companhia das Índias Ocidentais ou WIC (sigla de West- Indische Compagnie, no idioma neerlandês ou holandês), quando veio administrar a colônia da Nova Holanda no Brasil, aos 33 anos de idade. Os diretores da WIC convenceram o governo holandês da importância do comércio do açúcar para a sua economia. O passo seguinte foi a invasão do território brasileiro. Primeiro os holandeses tentaram a Bahia, mas foram repelidos. Depois, conquistaram Pernambuco e se instalaram na região, em Olinda e Recife. De lá expandiram sua ocupação até o atual território de Sergipe, ao sul, e, ao norte, pelos atuais estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Nomeado governador, Nassau era estrangeiro, invasor e protestante, numa terra de colonizadores católicos portugueses. Mas cativou de tal forma a população que esta o ajudava espontaneamente em suas obras para modernizar a cidade, e mantinha boas relações com os senhores de engenho. Conta-se que quando o governador quis construir um zoológico, a população doou uma grande quantidade de animais selvagens, sem que Maurício pedisse. Suas realizações durante sua estadia no Brasil ultrapassaram as atribuições normais de um governador.
  • 10. Ao contrário do que era costume na época, ele se recusou a explorar a colônia apenas em benefício da WIC. Ao invés disso, sua maior preocupação foi promover o bem-estar dos habitantes e preservar a terra. Humanista, Nassau estimulou as ciências e as artes. Fez construir um observatório astronômico, criou um jardim botânico e trouxe em sua comitiva mestres da pintura flamenga como Frans Post e Albert Eckout, além de diversos artistas e cientistas, convidados a se juntar a ele num grande projeto que definiu como "exploração profunda e universal da terra". Essa iniciativa teve especial importância, porque foi a primeira da época e tornou disponíveis várias informações sobre o Brasil para a Europa ocidental. Não foram apenas tratados científicos em publicações acadêmicas, mas pinturas e desenhos que podiam ser entendidos pelo grande público. Os senhores de engenho haviam feito empréstimos com os holandeses, a fim de aumentar sua produção de açúcar. Mas o preço do produto caiu no mercado internacional e a WIC decidiu cobrar, de uma só vez, o dinheiro emprestado, e com juros muito altos. Nassau, que havia fracassado em nova tentativa de ocupar a Bahia, não concordou com essa forma de cobrança e entrou em conflito com a Companhia, entregando o cargo para voltar à Europa, em 1641. Sua saída estimulou a Insurreição Pernambucana: os donos de terras, unidos aos negros e aos índios, lutaram durante 9 anos para expulsar os holandeses, vencendo em 1654. http://educacao.uol.com.br/biografias/mauricio-de-nassau.jhtm
  • 11. O Recife de Maurício de Nassau 5
  • 12.
  • 13. A expulsão dos holandeses A reconquista de Portugal de seu trono em 1640, juntamente com a saída de Maurício de Nassau em 1644, quando a Cia das Índias radicalizou com os senhores de engenho, cobrando altos impostos e aumento da produção de açúcar, impulsionou o processo de insurreição (revolta) pela expulsão dos holandeses. Diversos setores sociais da colônia, como senhores de engenho, grupos indígenas e africanos, uniram-se por um tempo para combater os holandeses. Várias batalhas foram travadas, como a famosa Batalha dos Guararapes (1648 e 1649). Antigas correntes ideológicas defendem que o episódio até então inédito da união entre negros, brancos e índios para expulsar o invasor estrangeiro foi o grande “marco inicial” da criação da nação brasileira.
  • 14.
  • 15. Consequências: Com a saída da Cia das Índias do nordeste brasileiro, os holandeses procuraram outros locais para cultivo, partindo para as Antilhas no Caribe. Isso gerou uma forte concorrência e posterior queda dos preços no açúcar brasileiro, iniciando uma decadência econômica na região que nunca mais se recuperou.
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