2. O som e o ouvido humano
O som é um fenômeno resultante da
movimentação das partículas do ar. Qualquer
evento capaz de causar ondas de pressão no ar
é considerado uma fonte sonora.
3. O som e o ouvido humano
Perceber, reconhecer, interpretar e,
finalmente, compreender os diferentes
sons do ambiente só é possível graças à
existência de estruturas que funcionam de
forma ajustada e harmoniosa, constituindo o
sistema auditivo humano.
4. O som e o ouvido humano
O ouvido humano é composto por três
partes: uma, é externa; as outras duas (internas)
estão localizadas dentro da caixa craniana.
5. O som e o ouvido humano
Qualquer alteração ou
distúrbio no processamento
normal da audição, seja
qual for a causa, tipo ou
grau de severidade,
constitui uma alteração
auditiva, determinando,
para o indivíduo, uma
diminuição da sua
capacidade de ouvir e
perceber os sons.
6. Surdez e Deficiência
Auditiva
Denomina-se DEFICIÊNCIA AUDITIVA a
diminuição da capacidade de percepção normal
dos sons; sendo considerado SURDO o indivíduo
cuja audição não é funcional na vida comum,
PARCIALMENTE SURDO, aquele cuja audição,
ainda que deficiente, é funcional com ou sem
prótese auditiva.
8. Período de Aquisição
CONGÊNITAS, quando o indivíduo já nasceu
surdo. Nesse caso a surdez é pré-lingual, ou
seja, ocorreu antes da aquisição da linguagem;
ADQUIRIDAS, quando o indivíduo perde a
audição no decorrer da sua vida. Nesse caso a
surdez poderá ser pré ou pós-lingual,
dependendo da sua ocorrência ter se dado antes
ou depois da aquisição da linguagem.
9. Causas da Surdez
(Etiologia)
PRÉ-NATAIS – surdez
provocada por fatores genéticos e
hereditários, doenças adquiridas
pela mãe na época da gestação
(rubéola, toxoplasmose,
citomegalovírus), e exposição da
mãe a drogas ototóxicas
(medicamentos que podem afetar
a audição).
10. Causas da Surdez
(Etiologia)
PERI-NATAIS: Surdez provocada mais
frequentemente por parto prematuro, falta de
oxigenação no cérebro logo após o nascimento e
trauma de parto (uso inadequado de fórceps, parto
excessivamente rápido, parto demorado).
11. Causas da Surdez
(Etiologia)
PÓS-NATAIS: Surdez provocada por doenças
adquiridas pelo indivíduo ao longo da vida, como:
meningite, caxumba, sarampo. Além do uso de
medicamentos ototóxicos, outros fatores também
têm relação com a surdez, como avanço da idade e
acidentes.
12. Tipo de Surdez
(Localização da Lesão)
CONDUTIVA: quando está localizada
no ouvido externo e/ou ouvido médio;
o que impede ou dificulta a transmissão das
ondas sonoras até o ouvido interno. O
distúrbio no ouvido externo costuma
decorrer de otite, malformação ou da
ausência do pavilhão auditivo. Já o distúrbio
no ouvido médio costuma ser produzido por
traumatismos que provocam perfuração do
tímpano ou por alterações na cadeia de
ossinhos. Normalmente não são graves nem
duradouras e há possibilidade de tratamento
médico ou cirúrgico.
13. Tipo de Surdez
(Localização da Lesão)
NEUROSSENSORIAL: Quando a
alteração está localizada no ouvido
interno (cóclea). Sua origem pode ser
genética, produzida por intoxicação
(medicamentos), por infecção
(meningite) ou por alterações vasculares
do ouvido interno. Esse tipo de surdez
não afeta apenas a quantidade da
audição, mas também sua qualidade. Não
apenas se ouve menos, mas o que se ouve
é distorcido. As surdezes neurossensoriais
costumam ser permanentes, e até pouco
tempo. Não era possível intervenção
cirúrgica, contudo, há estudos recentes
de um implante coclear.
14. Tipo de Surdez
(Localização da Lesão)
MISTA: quando a alteração está localizada no
ouvido externo e/ou médio e ouvido
interno. Sua origem pode ser uma das causas
próprias da surdez neurossensorial ou uma
confluência das causas próprias de cada tipo de
surdez. Podendo também ocorrer devido a fatores
genéticos, determinantes de má formação. O
tratamento das surdezes mistas decorrer de cada
um dos dois tipos que engloba.
15. Grau de perda Auditiva
A perda auditiva é avaliada por sua intensidade em
cada um dos ouvidos em função de diversas
frequências. A intensidade do som é medida em
decibéis (dB).
O grau de perda auditiva é classificado em:
Perda Leve de 20 a 40 dB
Perda Média/Moderada de 40 a 70 dB
Perda Séria/ Severa de 70 a 90 dB
Perda Profunda superior a 90 dB
16. Grau de perda Auditiva
Podem-se destacar algumas correspondências
aproximadas na intensidade do som:
A surdez pode ser classificada também,
como unilateral, quando se apresenta em apenas um
ouvido e bilateral, quando acomete ambos ouvidos.
20 dB Fala em cochicho
40 dB Fala suave
60 dB Conversa normal
80 dB Trânsito ruidoso
100 dB Escavadeira
17. A medição da Audição
A audiometria (tonal/ vocal) é um exame que
avalia a audição e deve ser realizado pelo profissional
especializado: fonoaudiólogo. O paciente, no interior
de uma cabine, é testado para sua audição. O
resultado é expresso em um audiograma, que é um
gráfico que revela as capacidades auditivas do
paciente.
18. A medição da Audição
A prova de POTENCIAIS EVOCADOS
AUDITIVOS, é a mais utilizada e confiável com
crianças menores de 3 anos. Baseia-se no envio de
estímulos sonoros às várias estruturas da via auditiva.
Os sinais bioelétricos provocados por tais estímulos
são captados por eletrodos e posteriormente
registrados e analisados por um computador.
20. Sendo a surdez uma privação sensorial que
interfere diretamente na comunicação, alterando a
qualidade da relação que o indivíduo estabelece com o
meio, ela pode ter sérias implicações para o
desenvolvimento de uma criança, conforme o grau da
perda auditiva que as mesmas apresentem.
Grau da Surdez e
Desenvolvimento Infantil
21. A criança é capaz de perceber os sons da fala;
adquire e desenvolve a linguagem oral
espontaneamente; o problema geralmente é
tardiamente descoberto; dificilmente se coloca o
aparelho de amplificação porque a audição é
muito próxima do normal.
Surdez Leve
22. A criança pode demorar um pouco para
desenvolver a fala e linguagem; apresenta alterações
articulatórias (trocas na fala) por não perceber todos
os sons com clareza; tem dificuldade em
perceber a fala em ambientes ruidosos;
são crianças desatentas e com dificuldade no
aprendizado da leitura e escrita.
Surdez Moderada
23. A criança terá dificuldades em
adquirir a fala e linguagem espontaneamente;
poderá adquirir vocabulário do contexto familiar;
existe a necessidade do uso de aparelho de
amplificação e acompanhamento especializado.
Surdez Severa
24. A criança dificilmente desenvolverá a
linguagem oral espontaneamente; só responde
auditivamente a sons muito intensos como: bombas,
trovão, motor de carro e avião;
Frequentemente utilizaa leitura orofacial;
necessita fazer uso de aparelho de
amplificação e/ou implante coclear, bem
como de acompanhamento especializado.
Surdez Profunda
25. Sinais de Deficiência Auditiva
Defeitos de linguagem;
Expressão oral pobre;
Pedidos para que se repitam palavras e instruções;
Uso demasiado de (O que? Como?);
Andar arrastando os pés;
Ausência de reações a sons pouco intensos, fora de
seu campo visual;
Dores no ouvido;
Cabeça virada para ouvir melhor, em posições
pouco comuns;
Escolaridade deficiente;
26. Sinais de Deficiência Auditiva
Ditados com muitos erros;
Olhar dirigido mais para os lábios do interlocutor do
que para os olhos;
Dificuldades de contatos afetivos;
Irritabilidade;
Falta de interesse principalmente por jogos e
atividades em grupo;
Insegurança em brincadeiras ao ar livre;
Dificuldade para a leitura e a escrita;
Nem sempre atende a chamados;
É retraída e desconfiada;
27. O papel do professor frente aos
problemas auditivos
Pelo fato das deficiências auditivas, muitas
vezes, virem a ser detectadas somente na escola o
professor deve tomar determinados cuidados:
Falar claramente em tom natural;
Sentar a criança mais perto de sua mesa;
Permanecer em posição tal que o aluno possa ver
seu rosto com facilidade;
Oferecer-lhe oportunidades de participar de
atividade de grupo;
28. O papel do professor frente aos
problemas auditivos
Evitar falar enquanto escreve na lousa;
Utilizar material visual variado;
É importante que as crianças surdas convivam com
as pessoas que ouvem, que sejam estimuladas a falar,
evitando que constituam um grupo à parte;
Conversas com os pais também serão de grande
auxilio, pois eles também devem contribuir para o
ajustamento do filho e fornecer informações
importantes que poderão ajudar no desenvolvimento
global da criança.
29. Língua Brasileira de Sinais
LIBRAS
São sistemas de sinais independentes das línguas
faladas;
Contrariamente a uma ideia preconcebida não
existe uma língua de sinais utilizada e compreendida
universalmente;
A língua de sinais tem uma estrutura própria. Um
sinal gestual remete a um conceito, não existindo uma
correspondência termo a termo como a língua oral;
31. Em se tratando da educação dos
surdos existem alguns profissionais,
com funções distintas, que se
encarregam do processo: o Professor
Regente, o Intérprete de Libras, o
Instrutor de Libras e o Professor de
Atendimento Educacional Especializado
(AEE).
32. O instrutor é aquele que tem o papel de ensinar a
Libras. (No DECRETO Nº 5.626, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2005.)
O intérprete é aquele que tem o papel de
intermediar a comunicação entre o idioma do emissor ao
idioma do receptor.
Obs. É importante ressaltar que em todos os casos previstos nos incisos do Decreto , as
pessoas surdas terão prioridade em cursos de formação e para ministrar a disciplina de
Libras.
33. Diretrizes da
Secretaria de Estado
da Educação
A atuação do
intérprete e do
instrutor de Libras é
de extrema
importância para
junto com o professor
propiciar a construção
do conhecimento que
leve o aluno ao pleno
exercício de sua
cidadania.
34.
35.
36. Prevenção de Problemas
Auditivos
Orientar as crianças na higiene do ouvido, bem
como em relação a imprudências praticadas em
brincadeiras que podem levar à perdas auditivas e até
mesmo à surdez. Tais Como:
O conceito errôneo de que cera é sujeira e precisa ser
removida;
Combater o hábito de limpar o ouvido com a unha,
grampos, palitos ou outros objetos pontiagudos;
Ao limpar o ouvido evitar o uso de objetos que
empurram a cera em direção à membrana timpânica, pois
pode ocorrer trauma no canal e até no tímpano;
37. Prevenção de Problemas
Auditivos
Não introduzir objetos estranhos no ouvido;
Evitar o uso indiscriminado de gotas otológicas;
Não descuidar de gripes, rinofagites, amigdalites e
principalmente das dores no ouvido;
Usar antibióticos somente com prescrição médica;
Tomar cuidado com os tampões de algodão que não
devem ser muito pequenos nem afundados no conduto
auditivo.
38. O Papel da Família
A atitude dos pais diante da surdez de seu filho terá
uma influência considerável;
As reações podem ser muito diversas. Há pais que
tentam negar sua existência e consequentemente,
tratam seus filhos como se fossem ouvinte;
Outros, ao contrário, desenvolvem atitudes de
superproteção;
Em uma posição intermediária, mais positiva, estão
os pais que aceitam as consequências da surdez, criam
um ambiente descontraído de comunicação e se
dispõem a aprender e a utilizar com seu filho o tipo de
comunicação mais enriquecedor.
39. O Papel da Família
Um fator diferencial importante é se os pais
também são surdos ou se são ouvintes;
Se forem surdos, os pais aceitam com mais
facilidade a surdez de seu filho, compreendem melhor
sua situação e oferecem à criança, um sistema de
comunicação, que adquirirá com grande facilidade;
No caso dos pais ouvintes, que são 90% do total,
embora tenham maior competência na língua oral,
experimentam maiores dificuldades para encontrar
um modelo de comunicação adequado.