Este documento discute a atenção farmacêutica na hipertensão arterial. Ele define hipertensão arterial como uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados da pressão arterial. A hipertensão arterial está associada a danos nos órgãos-alvo e aumento do risco cardiovascular. O documento também discute a classificação, diagnóstico, fatores de risco, medição da pressão arterial, avaliação clínica e situações especiais relacionadas à hipertensão arterial.
2. Definição, diagnóstico e classificação
• É uma condição clínica multifatorial caraterizada por níveis
elevados e sustentados da PA.
• Associa-se a alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo
(coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e alterações
metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos
cardiovasculares fatais e não-fatais.
• Diagnóstico: níveis tensoriais elevados
permanentemente, determinados adequadamente;
• Classificação de 3 maneiras: níveis tensoriais, gravidade das
lesões em órgãos alvo, hipertensão secundária.
(Diretriz, 2010)
2
3. Fig. 1 - Taxas de mortalidade por DCV e suas diferentes causas no Brasil,
em 2007. AVE - Acidente Vascular Encefálico; DIC - Doença Isquêmica do Coração; HAS
-Hipertensão Arterial Sistêmica.
(Diretriz, 2010)
3
5. HAS como fator de risco
Dislipidemias
Diabetes
Tabagismo
Hipertensão
Arterial
Cardiopatia
isquêmica
Insuficiência
cardíaca
Arritmias
Dislipidemias
Diabetes
Doenças
cerebrovasc.
Lesões
renais
Fonte: MACHUCA; PARRAS, 2002.
5
6. Fatores de Risco para HAS
Idade
Não modificáveis
Modificáveis
Sexo
Raça
Hipertensão
Arterial
Sedentarismo
Obesidade
Sal
Fonte: DIRETRIZ, 2010.
Álcool
6
8. Verificação da Pressão Arterial
• Não com objetivo diagnóstico ou prognóstico;
• Serviço Técnico:
• Auxiliar na detecção de casos suspeitos;
• Avaliar a efetividade e segurança da
farmacoterapia em pacientes diagnosticados;
8
11. Procedimento
• A- Interação com o cliente,
• explicar o procedimento,
• certificar-se de que o indivíduo :
• não está com a bexiga cheia, não praticou
exercícios físicos antes da medida, não ingeriu
bebidas alcoólicas, café , não fumou nos 30
minutos que antecede a medida da PA.
• Estabelecer um período de repouso de 5 a 10 minutos
11
12. Procedimento de Medida da PA
1
Explicar o procedimento ao paciente, orientar
que não fale e deixar que descanse por 5 a 10
minutos em ambiente calmo, com temperatura
agradável. Promover relaxamento para atenuar
o efeito do avental branco.
2
Certificar-se de que o paciente não está com a
bexiga cheia, não praticou exercícios físicos há
60-90 minutos, não ingeriu bebidas alcoólicas,
café, alimentos, ou fumou até 30 minutos e
não está com as pernas cruzadas.
Fonte:
www.sbh.org.br
12
13. Procedimento de Medida da PA
3
Utilizar manguito de tamanho adequado ao
braço do paciente, cerca de 2 a 3 cm acima da
fossa antecubital, centralizando a bolsa de
borracha sobre a artéria branquial. A largura da
bolsa de borracha deve corresponder a 40% da
circunferência do braço e o seu comprimento
envolver pelo menos 80%.
4
Manter o braço do paciente na altura do coração,
livre de roupas, com a palma da mão voltada
para cima e cotovelo ligeiramente fletido.
Fonte:
www.sbh.org.br
13
14. Procedimento de Medida da PA
5
Posicionar os olhos no mesmo nível da coluna
de mercúrio ou do mostrador do manômetro
aneróide.
6
Palpar o pulso radial e inflar o manguito até
seu desaparecimento, para a estimativa do
nível da pressão sistólica; desinflar
rapidamente e aguardar um minuto antes de
inflar novamente.
7
Posicionar a campânula do estetoscópio
suavemente sobre a artéria branquial na fossa
antecubital, evitando compressão excessiva.
Fonte:
www.sbh.org.br
14
15. Procedimento de Medida da PA
8
Fonte:
Inflar rapidamente, de 10 em 10 mmHg, até
ultrapassar de 20 a 30 mmHg o nível
estimado da pressão sistólica. Proceder a
deflação, com velocidade constante inicial de
2 a 4 mmHg por segundo. Após identificação
do som que determina a pressão sistólica,
aumentar a velocidade para 5 a 6 mmHg para
evitar congestão venosa e desconforto para o
paciente.
www.sbh.org.br
15
16. Procedimento de Medida da PA
9
Fonte:
Determinar a pressão sistólica no momento do
aparecimento do primeiro som (fase I de
Korotkoff), seguido de batidas regulares que se
intensificam com o aumento da velocidade de
deflação. Determinar a pressão diastólica no
desaparecimento do som (fase V de Korotkoff).
Auscultar cerca de 20 a 30 mmHg abaixo do
último som para confirmar seu desaparecimento
e depois proceder a deflação rápida e completa.
Quando os batimentos persistirem até o nível
zero, determinar a pressão diastólica no
abafamento dos sons (fase IV de Korotkoff),
anotar valores da sistólica/diastólica.
www.sbh.org.br
16
17. Procedimento de Medida da PA
10
Registrar os valores das pressões sistólica e
diastólica, completando com a data e a hora
da medida. Não arredondar os valores de
pressão arterial para dígitos terminados em
zero ou cinco.
11
12
Esperar 1 a 2 minutos antes de realizar
novas medidas.
Fonte:
O paciente deve ser informado sobre os
valores obtidos da pressão arterial e a
possível necessidade de acompanhamento.
www.sbh.org.br
17
18. Fases de Korotkoff
Fase I. Aparecimento do primeiro
som, que é fraco, seguido por
batidas regulares; é nesta fase
que se determina a pressão
sistólica;
Fase II. Caracteriza-se por sons
suaves e longos como um
murmúrio intermitente;
Fase III. Os sons tornam-se mais
crispados;
Fase IV. Os sons sofrem um
nítido abafamento;
Fase V. É o momento do
desaparecimento dos sons
que corresponde à pressão
diastólica
18
19. Incorreto
Correto
Medir a PA após atividade física
Descansar em ambiente calmo,
temperatura agradável, durante pelo
menos 5-10 minutos
Comer, fumar, ingerir bebida alcoólica
ou cafeína antes da medida
Evitar pelo menos 30 min antes da
medida
Posição incorreta
Posição sentada, tronco recostado e
relaxado no encosto da cadeira, pernas
relaxadas sem cruzar
Braço não alinhado ao nível do coração
Braço ao nível do coração, livre de
roupas, palma da mão para cima e
cotovelo levemente flexionado
Arredondar valores de PA para dígitos
terminados em zero e cinco
Anotar os valores lidos no manômetro
terminados em zero, dois, quatro, seis
ou oito.
Posição incorreta dos olhos
Posicionar os olhos no nível do topo da
coluna de mercúrio ou diretamente
sobre o mostrador do manômetro
Pierin, AMG. Hipertensão Arterial: uma proposta para o cuidar. São Paulo, Manole, 2004.
19
20. Incorreto
Correto
Pressionar excessivamente o
estetoscópio, deformando a artéria
Colocar o estetoscópio firmemente, sem
pressionar em excesso
Inflar excessivamente o manguito,
causando dor
Inflar apenas 20-30 mmHg acima da
pressão sistólica estimada
Deflacionar rapidamente, alterando os
valores de pressão
Deflacionar na velocidade de 2-4 mmHg
por segundo
Mão e equipamentos excessivamente
frios, alterando a pressão arterial
Manter temperatura agradável
Interação inadequada com o paciente,
causando ansiedade e aumento do
pressão
Promover relaxamento do paciente,
afastando tensão e ansiedade; não
conversar durante a medida
Identificar incorretamente os sons da
sistólica e diastólica
Identificar a sistólica no 1º som
auscultado e a diastólica no
desaparecimento dos sons
Reavaliar a pressão sistólica antes de
terminar a deflação do manguito
Desinflar totalmente o manguito e após
1-2 minutos reiniciar a medida
Pierin, AMG. Hipertensão Arterial: uma proposta para o cuidar. São Paulo, Manole, 2004.
20
22. Indicações
Medida residencial da pressão arterial
• Pacientes sob tratamento anti-hipertensivo.
• Identificação e seguimento da hipertensão do avental
branco.
• Avaliação da hipertensão de difícil controle.
• Condições clínicas que requerem controle rigoroso da PA
(diabetes, doença renal, hipertensão na gravidez)
22
23. Vantagens
Medida residencial da pressão arterial
• Número grande de medidas por vários dias e em diferentes
•
•
•
•
•
•
•
•
momentos fora do consultório e sem reação de alarme à
presença do profissional de saúde
Boa reprodutibilidade
Bom valor prognóstico
Baixo custo
Boa aceitação pelos pacientes, inclusive entre os idosos e muito
idosos
Valor educacional, pelo envolvimento do paciente no manejo da
hipertensão arterial
Possibilidade de registro dos dados - dos valores de PA
Potencial melhora da adesão ao tratamento anti-hipertensivo
Potencial melhora nas taxas de controle da hipertensão arterial
Diretriz MAPA – MRPA, 2011
23
25. Principais vantagens –
Medida ambulatorial da pressão arterial
•
•
•
•
•
Obtenção de múltiplas medidas nas 24 horas
Avaliação da PA durante as atividades cotidianas
Avaliação da PA durante o sono
Avaliação das médias, cargas e variabilidade da PA
Avaliação do efeito anti-hipertensivo nas 24 horas
Diretriz MAPA-MRPA, 2011
25
26. Medida ambulatorial da pressão arterial
• Indicações para a MAPA
• Suspeita de hipertensão do avental branco
• Avaliação de normotensos no consultório com lesão de órgãos-alvo,
•
•
•
•
ou seja, suspeita de hipertensão mascarada
Avaliação da eficácia terapêutica anti-hipertensiva:
a) Quando a PA casual permanecer elevada apesar da otimização do
tratamento anti-hipertensivo para diagnóstico de hipertensão arterial
resistente ou efeito do avental branco, ou
b) Quando a pressão arterial casual estiver controlada e houver
indícios da persistência, ou progressão de lesão de órgãos-alvo
Avaliação de sintomas, principalmente hipotensão.
Diretriz MAPA-MRPA, 2011
26
29. Verificação da Pressão Arterial
Sim
Não
Não
Usa
medicamentos
?
Sim
P.A.
>140/9
0
Orientar para que não
deixe de usar a
medicação e verifique
a pressão
freqüentemente
Sim
Urgência
?
Não
Não
Encaminhar o paciente ao médico e
oferecer o serviço de Acompanhamento
Farmacoterapêutico
Primeira
vez ou
pressão
limítrofe?
P.A.
>120/8
0
Sim
Não
Orientar para que
verifique a pressão
eventualmente
PAD >120mmHg
Encaminhamento de Urgência
Sim
Recomendar para que repita a medida outras
duas vezes em dias diferentes, pois uma medida
não é motivo de alarme.
29
31. Objetivos da avaliação clínica e
laboratorial
•
•
•
•
•
•
Confirmar o diagnóstico de HAS por medida da PA;
Identificar fatores de risco para doenças cardiov.;
Pesquisar lesões em órgãos-alvo;
Pesquisar presença de outras doenças associadas;
Estratificar o risco cardiovascular global;
Avaliar indícios de diagnóstico de Has secundária;
Fonte: Diretriz, 2010
31
32. Situações Especiais
• Emergência e urgência hipertensivas
• A maioria dos casos de elevação acentuada
da pressão arterial não tem repercussão
clínica ou decorre de outras situações
• Costuma-se apontar PAD >120 mmHg
como valor de referência, porém a situação
clínica é mais importante.
Fuchs, Wannmacher, Ferreira. Farmacologia Clínica. 3ª Ed. Guanabara-Koogan, 2005.
32
33. Situações Especiais
Emergências
Urgências
Encefalopatia hipertensiva
Edema agudo de pulmão
Infarto do miocárdio
Dissecação de aorta
Hemorragia intracraniana
Eclâmpsia
Sangramento pós-operatório
Queimaduras extensas
Crises de feocromocitoma
Hipertensão maligna
Angina instável
Pré-eclampsia
Anticoagulação
Intoxicação: cocaína ou anfetamina
Pré- e pós-operatório
Transplantes renal
Retinopatia diabética
Rebote hipertensivo após
suspensão de medicamentos
Controlar a PA rapidamente, em
UTI. 1ª Escolha: Nitroprussiato de
sódio
Controle gradual em 24 horas.
Tratamento medicamentoso
convencional
Fuchs, Wannmacher, Ferreira. Farmacologia Clínica. 3ª Ed. Guanabara-Koogan, 2004.
33
35. Estratificação do risco individual
Pressão arterial
(Risco Cardiovascular)
Fatores de
Risco (FR)
Sem FR
Normal
120-129
80-84
Limítrofe
130-139
85-89
Sem risco adicional
HAS
estágio 1
140-159
90-99
HAS
Estágio 2
160-179
100-109
Risco baixo Risco Médio
HAS
estágio 3
>180
> 110
Risco alto
1-2 FR
Risco
baixo
Risco
baixo
Risco
Médio
Risco Médio
3 ou + FR ou
lesão de órgão
alvo ou DM
Risco
Médio
Risco alto
Risco alto
Risco alto
Risco
muito alto
Doença
Cardiovascular
Risco alto
Risco
muito alto
Risco
muito alto
Risco muito
alto
Risco
muito alto
Risco
muito alto
Diretriz, 2010
35
36. Decisão Terapêutica segundo risco
Categoria de risco
Estratégia
Sem risco adicional
Tratamento não-medicamentoso isolado
Risco adicional baixo
Tratamento não-medicamentoso isolado por
até 6 meses. Se não atingir a meta, associar
tratamento Medicamentoso
Risco adicional médio
Tratamento não-medicamentoso +
medicamentoso
Risco adicional alto
Tratamento não-medicamentoso +
medicamentoso
Risco adicional muito
alto
Tratamento não-medicamentoso +
medicamentoso
Diretriz, 2010
36
37. FÁRMACOS ANTI-HIPERTENSIVOS
• O objetivo primordial do tratamento da hipertensão
arterial é a redução da morbidade e da mortalidade
cardiovasculares
.
• Anti-hipertensivos devem não só reduzir a pressão
arterial, mas também os eventos cardiovasculares
fatais e não-fatais, e, se possível, a taxa de
mortalidade.
37
38. FÁRMACOS ANTI-HIPERTENSIVOS
• Características:
- ser eficaz por via oral;
- permitir a administração em menor número possível de
tomadas, com preferência para dose única diária;
- ser utilizado por um período mínimo de quatro semanas,
salvo em situações especiais, para aumento de dose,
substituição da monoterapia ou mudança das associações
em uso;
- ser seguro e bem tolerado e com relação de risco/benefício
favorável ao paciente;
- ser iniciado com as menores doses efetivas preconizadas
para cada situação clínica, podendo ser aumentadas
gradativamente ressalvando-se que, quanto maior a dose,
maiores serão as probabilidades de efeitos adversos
38
39. FÁRMACOS ANTI-HIPERTENSIVOS
Classes de anti-hipertensivos
disponíveis para uso clínico:
• Diuréticos
• Inibidores adrenérgicos
- Ação central – agonistas alfa-2 centrais
- Betabloqueadores – bloqueadores beta-adrenérgicos
- Alfabloqueadores – bloqueadores alfa-1 adrenérgicos
• Vasodilatadores diretos
• Bloqueadores dos canais de cálcio
• Inibidores da enzima conversora da angiotensina
• Bloqueadores do receptor AT1 da angiotensina II
• Inibidor direto da renina
39
40. DIURÉTICOS
Inibem a reabsorção de sódio, cloreto e água;
Aumentam a excreção renal de potássio, magnésio
e, em menor escala, bicarbonato;
Promovem redução de volume e diminuição da
resistência periférica;
Especialmente eficazes em negros, idosos, obesos e
pacientes com insuficiência cardíaca.
40
41. Agentes Anti-hipertensivos
Disponíveis no Brasil
Medicamentos
Diuréticos
Posologia
Mínima Máxima
Tiazídicos
Clortalidona
12,5
Hidroclorotiazida
12,5
Indapamida
2,5
Indapamida SR
1,5
De alça
Bumetamida
0,5
Furosemida
20
Piretanida
6
Poupadores de potássio
Amilorida (em associação)
2,5
Espironolactona
50
Triantereno (em associação) 50
Fonte: www.sbh.org.br
Número de
tomadas/dia
25
50
5
3
1
1
1
1
**
**
12
1-2
1-2
1
5
100
150
1
1-3
1
41
42. DIURÉTICOS
Reações Adversas
Efeitos adversos comuns Efeitos adversos raros
Tiazídicos
Hiperuricemia e aumento
das crises de gota
De alça
Hipopotassemia,
Ototoxicidade, efeitos
hipovolemia (com eventual metabólicos semelhantes
síncope)
aos tiazídicos
Poupadores
de potássio
Hiperpotassemia
Intolerância aos
carboidratos
Ginecomastia e redução
da libido com
espironolactona
Fuchs, Wannmacher, Ferreira. Farmacologia Clínica. 3ª Ed. Guanabara-Koogan, 2005.
42
43. BLOQUEADORES ALFA-1
• Doxazosina, Prazosina, Terazosina
• Apresentam
baixa
eficácia
como
monoterapia, devendo, portanto, ser associados com
outros anti-hipertensivos.
• Podem
induzir o aparecimento de tolerância
farmacológica, o que exige o uso de doses
crescentes.
• Têm a vantagem de propiciar melhora discreta do
metabolismo lipídico e da urodinâmica (sintomas) em
pacientes com hipertrofia prostática benigna (HPB).
43
44. AGENTES DE AÇÃO CENTRAL
• Metildopa e Clonidina
• Agonistas alfa-2 centrais
• Aumentam a recaptação da noradrenalina no
SNC reduzindo os estímulos simpáticos
hipertensores;
• Podem ser úteis em associação com
medicamentos de outras classes terapêuticas,
particularmente quando há evidência de
hiperatividade simpática.
• A experiência favorável em relação ao binômio
materno-fetal recomenda a Metildopa como
agente de escolha para tratamento de hipertensa
grávida.
44
45. BETA BLOQUEADORES
• Seu mecanismo anti-hipertensivo envolve diminuição inicial
do débito cardíaco, redução da secreção de renina,
readaptação dos barorreceptores e diminuição das
catecolaminas nas sinapses nervosas.
• Betabloqueadores de geração mais recente (terceira
geração) como o carvedilol e o nebivolol, diferentemente
dos betabloqueadores de primeira e segunda gerações
também proporcionam vasodilatação, que no caso do
carvedilol decorre em grande parte do efeito de bloqueio
concomitante do receptor alfa-1 adrenérgico e no caso do
nebivolol de aumento da síntese e liberação endotelial de
óxido nítrico.
45
46. BETA BLOQUEADORES
• Betabloqueadores de primeira e segunda geração podem
acarretar também intolerância à glicose, induzir ao
aparecimento de novos casos de
diabetes, hipertrigliceridemia com elevação do LDLcolesterol e redução da fração HDL-colesterol.
• O impacto sobre o metabolismo da glicose é potencializado
quando os betabloqueadores são utilizados em combinação
com diuréticos.
• Carvedilol e o nebivolol, têm impacto neutro ou até podem
melhorar o metabolismo da glicose e lipídico - efeito de
vasodilatação com diminuição da resistência à insulina e
melhora da captação de glicose pelos tecidos periféricos.
46
48. ANTAGONISTAS ADRENÉRGICOS
REAÇÕES ADVERSAS
Efeitos adversos
comuns
Bloqueadores
beta (principal/ não
seletivos)
Bloqueadores
centrais
Efeitos adversos
raros
Broncoespasmo,
insuficiência circulatória
periférica, bradicardia,
mascaramento de
hipoglicemia
Rebote em pacientes
com cardiopatia
isquêmica e hipertensos
Sedação, boca seca,
hipertensão rebote,
cefaleia
Hepatite, anemia
hemolítica e febre com
metildopa
Antiadrenérgicos Reserpina: congestão
nasal, cólicas, diarreia,
depressão
Fuchs, Wannmacher, Ferreira. Farmacologia Clínica. 3ª Ed. Guanabara-Koogan, 2005.
48
49. VASODILATADORES DIRETOS
• Atuam sobre a musculatura da parede vascular,
promovendo relaxamento muscular com consequente
vasodilatação e redução da resistência vascular
periférica.
• Pela vasodilatação arterial direta, promovem retenção
hídrica e taquicardia reflexa, o que contra-indica seu uso
como monoterapia.
• São utilizados em associação com diuréticos e/ou betabloqueadores.
• Hidralazina e Minoxidil são dois dos principais
representantes desse grupo.
49
50. VASODILATADORES DIRETOS
REAÇÕES ADVERSAS
Efeitos adversos
comuns
Efeitos adversos
raros
Hidralazina,
minoxidil e
diazóxido
Hipotensão postural,
Indução de lupus
palpitações, cefaleia,
eritematoso sistêmico
hipertricose com
minoxidil, exacerbação da
angina
Nitroprussiato
de sódio
Em adm prolongada
(+72h) ou com
insuficiência renal pode
acumular tiocianato:
doserientação, delírio,
psicose tóxica,
contraturas musculares
Fuchs, Wannmacher, Ferreira. Farmacologia Clínica. 3ª Ed. Guanabara-Koogan, 2005.
50
51. BLOQ. DE CANAIS DE CÁLCIO
• Agem inibindo o influxo de cálcio extracelular para o
interior das células, resultando em redução da
concentração de cálcio intracelular e dilatação de
artérias e arteríolas periféricas e cerebrais.
• Diminuição da resistência periférica
• Os canais de cálcio estão localizados principalmente
no cérebro, miocárdio e músculo liso arterial;
• A afinidade por musculatura lisa ou miocárdio varia
de acordo com o grupo;
• Diidropiridínicos Seletivos para músculo liso
• Verapamil e Diltiazem Ação sobre músculo cardíaco
51
52. BLOQ. DE CANAIS DE CÁLCIO
Vasodilatação
periférica
Freqüência
cardíaca
Efeito antihipertensivo
Anlodipino
++
0
+
Felodipina
++
+
+
Nicardipino
++
+
+
Nifedipino
++
+
+
Nimodipino
++
+
+
Verapamil
+
-
+
Diltiazem
+
-
+
Fármaco
Seletividade
cerebrovasc.
+
+
Indicados em: idosos, negros,
angina, taquicardia paroxística supraventricular.
USP-DI. Drug Information for the health care professional. 23ª Ed. 2003.
52
53. BLOQ. DE CANAIS DE CÁLCIO
REAÇÕES ADVERSAS
Efeitos adversos
comuns
Efeitos adversos
raros
Diidropiridínicos
Palpitações, edema de
membros inferiores,
hipotensão, cefaléia,
rubor facial
Necrólise epidérmica
tóxica, síndrome de
Stevens-Johnson,
eritema
Verapamil
e Diltiazem
Constipação, rubor facial
Eritema multiforme,
hiperplasia gengival,
deterioração da
contratilidade cardíaca
Fuchs, Wannmacher, Ferreira. Farmacologia Clínica. 3ª Ed. Guanabara-Koogan, 2005.
53
55. INIBIDORES DA E.C.A.
• A inibição da enzima conversora da angiotensina
resulta em diminuição na angiotensina II e
aldosterona circulantes e aumento compensatório
nos níveis de angiotensina I e renina;
• Como consequência há redução da resistência
periférica e diminuição da pressão arterial.
55
57. INIBIDORES DA ECA
REAÇÕES ADVERSAS
Efeitos adversos
comuns
Efeitos adversos
raros
Tosse
Efeitos teratogênicos
Angioedema, proteinúria,
neutropenia, eczemas de
hipersensibilidade, erupção cutânea,
modificação do paladar,
hiperpotassemia, diminuição da
função renal em presença de
estenose bilateral de artéria renal ou
unilateral em rim único
Fuchs, Wannmacher, Ferreira. Farmacologia Clínica. 3ª Ed. Guanabara-Koogan, 2005.
57
59. ANTAGONISTAS AT1
• Antagonizam a ação da angiotensina II por meio
do bloqueio específico de seus receptores AT1;
• Apresentam efeito benéfico na ICC, diabéticos
tipo 2 com nefropatia e hipertensos com
hipertrofia ventricular esquerda;
59
60. REAÇÕES ADVERSAS
ANTAGONISTAS AT1
Efeitos adversos
comuns
Efeitos adversos
raros
Tontura
Hiperpotassemia, diminuição da
função renal em presença de
estenose bilateral de artéria
renal ou unilateral em rim único
Fuchs, Wannmacher, Ferreira. Farmacologia Clínica. 3ª Ed. Guanabara-Koogan, 2005.
60
61. Agentes Anti-hipertensivos
Disponíveis no Brasil
Medicamentos
Antagonistas do receptor AT1
da angiotensina II
Candersartan
Irbesartan
Losartan
Telmisartan
Valsartan
Fonte: www.sbh.org.br
Posologia
Mínima
8
150
50
40
80
Número de
Máxima tomadas/dia
16
300
100
80
160
1
1
1
1
1
61
62. INIBIDORES DA RENINA
• Alisquireno
Promove uma inibição direta da ação da renina com
consequente diminuição da formação de angiotensina
II.
Redução da atividade plasmática de renina, bloqueio
de um receptor celular próprio de renina/pró-renina e
diminuição da síntese intracelular de angiotensina II.
62
65. Tratamento não-medicamentoso
Modificação
Recomendação
Perda de Peso
IMC 18,5-24,9 Kg/m2
5-20 mmHg /10Kg
Dieta DASH*
8-14 mmHg
Alimentação
Sódio
Atividade Física
Álcool
PAS
máx. 6g / dia
2-8 mmHg
30 min/dia
4-9 mmHg
máx. 30ml / dia
2-4 mmHg
* “Dietary Approachs to Stop Hypertension”: Dieta rica em frutas, verduras e produtos
lácteos, com maior conteúdo de potássio, magnésio, cálcio e fibras e menor proporção de
gorduras saturadas, sem modificação do conteúdo calórico e de sal.
Fonte: JNC 7
65
66. Como recomendar uma dieta ao estilo DASH
• Escolher alimentos que possuam pouca gordura saturada, colesterol e gordura
total. Por exemplo, carne magra, aves e peixes, utilizando-os em pequena
quantidade.
• Comer muitas frutas e hortaliças, aproximadamente de oito a dez porções por dia
(uma porção é igual a uma concha média).
• Incluir duas ou três porções de laticínios desnatados ou semidesnatados por dia.
• Preferir os alimentos integrais, como pão, cereais e massas integrais ou de trigo
integral.
• Comer oleaginosas (castanhas), sementes e grãos, de quatro a cinco porções por
semana (uma porção é igual a 1/3 de xícara ou 40 gramas de castanhas, duas
colheres de sopa ou 14 gramas de sementes, ou 1/2 xícara de feijões ou ervilhas
cozidas e secas).
• Reduzir a adição de gorduras. Utilizar margarina light e óleos vegetais insaturados
(como azeite, soja, milho, canola).
• Evitar a adição de sal aos alimentos. Evitar também molhos e caldos prontos, além
de produtos industrializados.
• Diminuir ou evitar a o consumo de doces e bebidas com açúcar.
Fonte: www.nhlbi.nih.gov/health/public/heart/hbp/dash/new_dash.pdf16
66
67. Tratamento não-medicamentoso
Características das bebidas alcoólicas mais comuns
volume para Consumo máximo
tolerado
30g de etanol
% etanol oGL
(Gay Lussac)
etanol (g)
em 100 ml
Cerveja
~6%
(3-8)
6g/100 ml x
0,8* = 4,8 g
625 ml
~2 latas = 700 ml ou
1 garrafa= 650 ml
Vinho
~12%
(5-13)
12g/100 ml x
0,8* = 9,6 g
312,5 ml
~2 taças de 150 ml
ou 1 taça de 300 ml
Uísque, vodca,
aguardente
~40%
(30-50)
40g/100 ml x
0,8* = 32 g
93,7 ml
~2 doses de 50 ml
ou 3 doses de 30 ml
Bebida
* Densidade do etanol
67
68. Tratamento não-medicamentoso
Recomendações de atividades físicas
Recomendação populacional
Todo adulto deve realizar pelo menos 30 min.
de atividades físicas moderadas de forma contínua
ou acumulada em pelo menos 5 dias da semana.
Recomendação individual
Fazer exercícios aeróbicos: caminhada, corrida,
ciclismo, dança, natação.
Exercitar-se de 3 a 5 vezes por semana.
Exercitar-se por, pelo menos, 30 minutos (para
emagrecer, fazer 60 minutos).
68
69. Tratamento não-medicamentoso
• A associação entre hábito de fumar e HAS é
controversa, pois agudamente há elevação da PA, mas
em um contexto epidemiológico os fumantes tendem a
ter PA mais baixa;
• Independente disso, a recomendação de parar de fumar
é obrigatória;
• A
discreta efetividade de intervenções nãomedicamentosas isoladas pode-se somar a intervenções
múltiplas, cabendo explorar maneiras criativas de
estimular a adesão de pacientes hipertensos e essas
medidas.
Fuchs, Wannmacher, Ferreira. Farmacologia Clínica. 3ª Ed. Guanabara-Koogan, 2005.
69
70. Causas de hipertensão resistente
Medida da PA inadequada
Induzida por medicamentos ou outras causas
• Não adesão ao tratamento
• Doses inadequadas
• Combinações inapropriadas
• AINES
• Cocaína, anfetamina, outras drogas ilícitas
• Simpatomiméticos (descongestionantes, anorexígenos)
• Contraceptivos orais
Hipervolemia ou pseudotolerância
• Excesso de consumo de sal
• Retenção de líquido por doença renal
• Terapia diurética inadequada
Problemas associados
• Obesidade
• Excesso de consumo de álcool
Causas identificáveis de hipertensão
Fonte: JNC 7
70
71. Metas de Pressão Arterial
Categorias
Hipertensos estágio 1 e 2 com
risco cardiovascular baixo e
médio
Meta (no mínimo)
< 140/90 mmHg
Hipertensos e limítrofes com risco < 130/80 mmHg
cardiovascular alto **
Hipertensos e limítrofes com risco < 130/80 mmHg
cardiovascular muito alto **
Hipertensos nefropatas com
proteinúria > 1,0 g/l
< 130/80 mmHg
** FATORES DE RISCO: DM, SM, LESÕES EM ÓRGÃOS-ALVO **
Diretriz, 2010
71
72. Intervenção do Farmacêutico
• Atuação na detecção de casos suspeitos e
encaminhamento para diagnóstico;
• Orientação sobre uso correto da medicação antihipertensiva no balcão;
• Acompanhamento dos resultados do tratamento em
termos de efetividade e segurança da medicação;
• Monitorização da adesão terapêutica e intervenções a
fim de melhorá-la;
• Educação do paciente sobre a doença e sua relação
com outras DCV. Formas de prevenir eventos
coronarianos e acidentes cerebrais.
72
73. Intervenção do Farmacêutico
Dados necessários à avaliação:
• Valores de PA, tomados em diferentes
•
•
•
•
horas do dia; MRPA;
Frequência cardíaca
I.M.C.
Hábitos de vida
Indicadores de risco cardiovascular:
tabagismo, diabetes, colesterol, etc.
Fonte: MACHUCA; PARRAS, 2002.
73
74. Principais determinantes da não-adesão ao
tratamento anti-hipertensivo
• Falta de conhecimento por parte do paciente sobre a doença
•
•
•
•
•
ou de motivação para tratar uma doença assintomática e
crônica.
Baixo nível socioeconômico, aspectos culturais e crenças
erradas adquiridas em experiências com a doença no contexto
familiar, e baixa auto-estima.
Relacionamento inadequado com a equipe de saúde.
Tempo de atendimento prolongado, dificuldade na marcação
de consultas, falta de contato com os faltosos e com aqueles
que deixam o serviço.
Custo elevado dos medicamentos e ocorrência de efeitos
indesejáveis.
Interferência na qualidade de vida após início do tratamento. 74
75. Principais sugestões para melhorar a
adesão ao tratamento anti-hipertensivo
• Educação em saúde com especial enfoque sobre conceitos de
•
•
•
•
hipertensão e suas características
Orientações sobre os benefícios dos tratamentos, incluindo
mudanças de estilo de vida
Informações detalhadas e compreensíveis aos pacientes
sobre os eventuais efeitos adversos dos medicamentos
prescritos e necessidades de ajustes posológicos com o
passar do tempo
Cuidados e atenções particularizadas em conformidade com
as necessidades
Atendimento médico facilitado sobretudo no que se refere ao
agendamento de consultas
75