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Santidade: antídoto perante o descartável.
Reflexões: Dia de Todos os Santos – Solenidade
Apocalipse 7, 2-4. 9-14: «Vi uma multidão imensa, que ninguém podia contar,
de todas as nações, tribos, povos e línguas».
1João 3, 1-3: «Veremos a Deus tal como Ele é».
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Santidade não é «algo», uma «coisa»; a santidade (in)comum é uma
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dos desencontros – com a história e a vida de Jesus Cristo e a nossa vida feita
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Como ser santo e alegre no mundo onde aumenta a Tristeza?
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Como crescer na santidade? No «gosto de» ser santo; e na «seriedade
de» santificar-se a si, na medida (e só), do santificar-se para os outros.
“Os santos que estão no Céu eram feitos do nosso barro. Como nós, puderam
ser tentados a contentar-se com as coisas aliciantes da Terra, a fechar-se no
simples enriquecimento do seu “eu”. Felizes deles, que não eram totalmente
surdos. Ouviram o apelo dos irmãos que sofriam. Encontraram a “verdadeira
alegria”, encontraram o próprio mistério de Deus” (Pe. João Resina, 2012, p.231).
“Ao honrar os santos, a Igreja tem consciência de que está a honrar Deus,
cujo amor tornou possível as vidas deles, cuja misericórdia apagou tudo o que
neles subsistia de pecado. Recorde-se que a Igreja confessa que somos todos
pecadores; mas acredita que a imagem de Jesus Cristo se vai construindo nos
homens” (Pe. João Resina, 2008, p.317).
“A Igreja “canonizou” alguns santos. Fê-lo no caso de homens e mulheres que
deixaram na Terra um rasto de generosidade e de limpidez tão grandes que a
leva a não duvidar de pertencerem a esse grande conjunto que Cristo coloca à
Sua direita. Entende que só lhe compete canonizar cristãos. Mas não duvida de
que há no Céu santos vindos de outras religiões, santos que na Terra não
conseguiram acreditar em Jesus Cristo e na sua Igreja, talvez nem tenham
conseguido acreditar em Deus. Esta confiança não a faz diminuir o seu zelo de
pregar. Somos felizes porque acreditamos em Jesus Cristo, porque podemos ler
o Evangelho e receber a Eucaristia – é preciso que comuniquemos estes dons
aos outros homens” (Pe. João Resina, 2008, pp.317-318).
Acreditou-se – e ainda se acredita – que a santidade é algo que só se adquire
à custa de um imenso esforço; que a sua chave se encontra na “cansativa
força de vontade”; que ela é sinónimo de perfeição «plena», isto é, a ausência
de erros e de fragilidades, privilégio, portanto, de poucas pessoas que a ela são
chamadas. Uma “máquina” sem defeitos e sem avarias. Isto é uma fraude
religiosa grave.
Ser santo é “imitar”, “seguir”, Jesus Cristo. Não necessariamente no
pormenor das ações e dos trabalhos, mas imitá-Lo no Seu amor. Amor até ao
fim, amor ao Pai e amor aos irmãos.
É verdade de santidade: ninguém aprende a amar Deus de maneira válida, se
não aprender a amar os irmãos, ajudando-os nas suas carências e necessidades.
Só compreenderemos a santidade de Deus, se não nos for indiferente a sorte de
muitos pobres que há no mundo.
Que Luz para o nosso pensar e agir nos oferece Jesus neste
Evangelho?
Todo ser humano, toda a pessoa: quer e procura ser Feliz e tem, como
vocação pessoal a Santidade. Essas duas realidades - parecem, não raro,
opostas. Mas não são opostas. Estão juntas dentro de nós e cabemos ter essa
Consciência (que é Dom) e essa Fidelidade (que é Compromisso). Formam uma
Aliança de Vida.
Jesus, neste ensinamento das Bem-Aventuranças, aponta-nos o Caminho que
são caminhos diversos: "Felizes os" - não são outra coisa que as respostas ao
Amor de Deus. A nossa introdução no seu Reino de Felicidade. À primeira vista,
as atitudes de vida, propostas por Jesus não foram, no seu tempo, e nem são,
ainda hoje, valorizadas: como podem ser felizes os pobres, os sofredores, os
perseguidos? Só há um caminho (presente em todos os descaminhos…) o
AMOR.
Cada santo (homem, mulher…) inventou o seu Caminho para Deus, de
acordo com seu temperamento, sua cultura e os apelos de seu tempo. Nós
(re)calcamos as pisados dos santos e santas não estamos sós neste caminhar.
No dia da nossa morte seremos julgados e avaliados sobre o Amor (cfr. S.
João da Cruz). Neste dia a Igreja celebra, honra e faz memória para o presente
dos nossos irmãos que estão definitivamente na sua Comunhão de Amizade. E
celebramos também a Esperança de que todos nós encontraremos essa Alegria
que não tem fim.
“O pecado não é nunca um destino. Deus trabalha pela salvação de todos, não
desiste nunca de ninguém” (Pe. João Resina, 2012, p.319).
Santidade sempre a começar.
Ser simples e responsável. Alegre e bem-disposto, sobretudo, gracioso.
Nada mais além da boa-fé.
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Lugares da Santidade? O quarto; a rua; a oficina; a escola; a montanha e o campo;
a fábrica e o jardim; no fundo, todo o lugar “pisado por um pé humano!”
Santidade no Ouvir, no Fazer e no Testemunhar, sem imposição.
Apenas a coerência e o sorriso limpo.
Abrir sempre o Coração a Deus, através das necessidades dos Irmãos.
Uma Avé-Maria e Um Pai-Nosso rezados e vividos,
…em cada dia, é o início do encantamento.
Ler a Vida com o Evangelho nas mãos,
…em processo de Conversão contínua é o nosso fim.
Por: Pedro José, CDJP, Gafanha da Nazaré/Encarnação/Carmo, 31-10-2014; revisto e alterado em 31-10-2015.
Caracteres (incl. espaços): 4992
Missa dos Fiéis Defuntos
Reflexões: (1 Nov 2015. - Cemitério; 02 Nov 2015. - Igreja Matriz)
Comemoração dos Fiéis Defuntos:
Is 25, 6a.7-9; 1 Tes 4,13-18; Jo 6,51-58.
Confiar é entrar em Relação.
Confiar é apoiar-se.
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Celebramos hoje aqui nesta Terra a Vida eterna.
A Vida para além da Morte.
Não se trata de minimizar o valor desta vida terrena por comparação com a
eternidade. Se assim procedermos não seremos leais com as alegrias e tristezas, as
conquistas e os fracassos que todos vivemos e partilhamos.
Significa acreditar que a vida neste mundo e a vida no além são o mesmo dom
de Deus. Ele colocou-nos neste mundo e pede-nos que descubramos o valor do
amor e da justiça.
Dizia-nos Isaías: «Eis o nosso Deus, em quem pusemos a nossa Confiança»
(cfr.Is 25,9).
Recordar com Ternura a todos, mesmo os que não possam ter deixado uma
memória tão positiva. Recordar com a Confiança na Ressurreição.
Diante destas campas, diante das recordações de vidas inteiras, diante das
lágrimas que decidimos não chorar mais: o que podemos fazer (mais)?
Recordamos com ternura e gratidão aquilo que nos foi ensinado a viver, pelo
amor, pelo exemplo, por tudo o que foi partilhado connosco pela vida dos que já
partiram. Estivemos juntos e continuamos a estar, em comunhão.
Sabemos que podemos ajudar os outros pelo Pão partilhado; pelo carinho e
acolhimento; mas também pela oração de intercessão e comunhão: que agora
realizamos com humildade e esperança.
A Morte continua a ser um Mistério: um mistério de Comunhão em Deus. Uma
realidade tão fulgurante que turva os nossos olhos; precisamos de umas lentes
novas para mergulhar neste mistério da nossa condição.
Os problemas um dia acabam, resolvem-se. Com a nossa ajuda ou sem ela. «-Do
muito que tentamos é bem pouco o que resulta fora do Amor». Não é por isso que
devemos desistir de nós.
A consciência de que somos todos pecadores move-nos a rezar pelos que
partiram.
Nós ainda AQUI experimentamos a Morte, a morte dos nossos irmãos,
familiares, conhecidos e amigos. Esta MORTE sentida como Dor, como Saudade,
como Limite, como Luto, como Desespero, como Perda, como Ausência. Daí o
nosso Sofrimento.
Rezamos pelos que foram desprezados e maltratados, a quem foi roubada a
alegria na vida e a serenidade na morte.
Jesus, hoje, no evangelho fala da verdadeira Comida e da verdadeira Bebida (cfr
Jo 6, 55).
Se não comermos do Seu Alimento partilhado com todos e em tudo: o que Ele
viveu;
Se não bebermos do Seu Sentido pleno, na sua Entrega radical e inteira: a Morte
será destruidora de tudo o que somos e construímos.
A maior homenagem que prestamos aos que partiram não é ficarmos
destroçados; é prosseguirmos a caminhada.
Os seres que amamos deixaram este mundo e a nossa história de tempo, no que
foi vivido e no que foi sonhado. Enterramos os corpos. Mas o Seu BEM, Verdade,
Amor não são enterrados. As pessoas e suas relações continuam a existir em nós
pelo exemplo e memória purificada.
Queremos afirmar essa Confiança.
Jesus, hoje, no evangelho, que continua a ser Boa Notícia, mesmo diante da
Morte, falava-nos ao coração consciente: “assim com o Pai, que vive, Me enviou e
eu vivo pelo Pai, também aquele que Me come viverá por Mim” (cfr Jo 6, 57).
Jesus pede-nos, que fechada a porta-da-Carne, se abra a porta-da-Fé.
A profecia de Isaías afirmava: “(…)destruirá a morte para sempre. O Senhor
Deus enxugará as lágrimas de todas as faces e fará desaparecer da terra inteira o
opróbrio que pesa sobre o seu povo” (cfr.Is 25,8).
Tudo o que vivemos e captamos na nossa Memória, nas relações de Vida e nos
marcaram não será perdido. S.Paulo nos incentivava: “…não queremos deixar que
a ignorância alimente a falta de esperança” (cfr 1Tes, 4,13s).
O Senhor JESUS ressuscitado, o Pai, O Espírito Santo, os nossos Pais e Mães, os
Amigos, os Santos e os que o desejaram ser até ao fim, conhecidos ou
desconhecidos, os que amamos e os que nos odiarão, todos serão purificados,
igualmente, pelo AMOR de Deus.
“- Aqueles que amamos: Nunca morrem, apenas, partem antes de nós”;
“- Não tenhamos [apenas] o hábito de pedir: tenhamos [também] o hábito de
agradecer”.
Todos havemos de partir.
Felizes de nós se tivermos semeado um pouco de Amor e Justiça, na nossa
passagem na Terra - “ (já partir de hoje) “e na hora da nossa Morte”: procurando
servir sempre os Irmãos.
Por: Pedro José, CDJP, Gafanha da Nazaré/Encarnação/Carmo, 30-10-2014.
Revisto e alterado em 31-10-2015 Caracteres (incl. espaços): 4175.

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Todos santos e fieis defuntos nov 2015

  • 1. Santidade: antídoto perante o descartável. Reflexões: Dia de Todos os Santos – Solenidade Apocalipse 7, 2-4. 9-14: «Vi uma multidão imensa, que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas». 1João 3, 1-3: «Veremos a Deus tal como Ele é». Mateus 5, 1-12a: «Alegrai-vos e exultai, porque é grande nos Céus a vossa recompensa». Santidade não é «algo», uma «coisa»; a santidade (in)comum é uma «pessoa»; é uma «relação». Santidade é a experiência do encontro - no meio dos desencontros – com a história e a vida de Jesus Cristo e a nossa vida feita história dessa relação de conhecimento e adesão. Como ser santo e alegre no mundo onde aumenta a Tristeza? Como ser santo nos dias actuais, tão angustiosos e trágicos, cheios de problemas graves? Como crescer na santidade? No «gosto de» ser santo; e na «seriedade de» santificar-se a si, na medida (e só), do santificar-se para os outros. “Os santos que estão no Céu eram feitos do nosso barro. Como nós, puderam ser tentados a contentar-se com as coisas aliciantes da Terra, a fechar-se no simples enriquecimento do seu “eu”. Felizes deles, que não eram totalmente surdos. Ouviram o apelo dos irmãos que sofriam. Encontraram a “verdadeira alegria”, encontraram o próprio mistério de Deus” (Pe. João Resina, 2012, p.231). “Ao honrar os santos, a Igreja tem consciência de que está a honrar Deus, cujo amor tornou possível as vidas deles, cuja misericórdia apagou tudo o que neles subsistia de pecado. Recorde-se que a Igreja confessa que somos todos pecadores; mas acredita que a imagem de Jesus Cristo se vai construindo nos homens” (Pe. João Resina, 2008, p.317). “A Igreja “canonizou” alguns santos. Fê-lo no caso de homens e mulheres que deixaram na Terra um rasto de generosidade e de limpidez tão grandes que a leva a não duvidar de pertencerem a esse grande conjunto que Cristo coloca à Sua direita. Entende que só lhe compete canonizar cristãos. Mas não duvida de que há no Céu santos vindos de outras religiões, santos que na Terra não conseguiram acreditar em Jesus Cristo e na sua Igreja, talvez nem tenham conseguido acreditar em Deus. Esta confiança não a faz diminuir o seu zelo de pregar. Somos felizes porque acreditamos em Jesus Cristo, porque podemos ler o Evangelho e receber a Eucaristia – é preciso que comuniquemos estes dons aos outros homens” (Pe. João Resina, 2008, pp.317-318). Acreditou-se – e ainda se acredita – que a santidade é algo que só se adquire à custa de um imenso esforço; que a sua chave se encontra na “cansativa força de vontade”; que ela é sinónimo de perfeição «plena», isto é, a ausência de erros e de fragilidades, privilégio, portanto, de poucas pessoas que a ela são chamadas. Uma “máquina” sem defeitos e sem avarias. Isto é uma fraude religiosa grave.
  • 2. Ser santo é “imitar”, “seguir”, Jesus Cristo. Não necessariamente no pormenor das ações e dos trabalhos, mas imitá-Lo no Seu amor. Amor até ao fim, amor ao Pai e amor aos irmãos. É verdade de santidade: ninguém aprende a amar Deus de maneira válida, se não aprender a amar os irmãos, ajudando-os nas suas carências e necessidades. Só compreenderemos a santidade de Deus, se não nos for indiferente a sorte de muitos pobres que há no mundo. Que Luz para o nosso pensar e agir nos oferece Jesus neste Evangelho? Todo ser humano, toda a pessoa: quer e procura ser Feliz e tem, como vocação pessoal a Santidade. Essas duas realidades - parecem, não raro, opostas. Mas não são opostas. Estão juntas dentro de nós e cabemos ter essa Consciência (que é Dom) e essa Fidelidade (que é Compromisso). Formam uma Aliança de Vida. Jesus, neste ensinamento das Bem-Aventuranças, aponta-nos o Caminho que são caminhos diversos: "Felizes os" - não são outra coisa que as respostas ao Amor de Deus. A nossa introdução no seu Reino de Felicidade. À primeira vista, as atitudes de vida, propostas por Jesus não foram, no seu tempo, e nem são, ainda hoje, valorizadas: como podem ser felizes os pobres, os sofredores, os perseguidos? Só há um caminho (presente em todos os descaminhos…) o AMOR. Cada santo (homem, mulher…) inventou o seu Caminho para Deus, de acordo com seu temperamento, sua cultura e os apelos de seu tempo. Nós (re)calcamos as pisados dos santos e santas não estamos sós neste caminhar. No dia da nossa morte seremos julgados e avaliados sobre o Amor (cfr. S. João da Cruz). Neste dia a Igreja celebra, honra e faz memória para o presente dos nossos irmãos que estão definitivamente na sua Comunhão de Amizade. E celebramos também a Esperança de que todos nós encontraremos essa Alegria que não tem fim. “O pecado não é nunca um destino. Deus trabalha pela salvação de todos, não desiste nunca de ninguém” (Pe. João Resina, 2012, p.319). Santidade sempre a começar. Ser simples e responsável. Alegre e bem-disposto, sobretudo, gracioso. Nada mais além da boa-fé. Tudo aquém da superioridade vaidosa. Lugares da Santidade? O quarto; a rua; a oficina; a escola; a montanha e o campo; a fábrica e o jardim; no fundo, todo o lugar “pisado por um pé humano!” Santidade no Ouvir, no Fazer e no Testemunhar, sem imposição. Apenas a coerência e o sorriso limpo. Abrir sempre o Coração a Deus, através das necessidades dos Irmãos. Uma Avé-Maria e Um Pai-Nosso rezados e vividos, …em cada dia, é o início do encantamento. Ler a Vida com o Evangelho nas mãos, …em processo de Conversão contínua é o nosso fim. Por: Pedro José, CDJP, Gafanha da Nazaré/Encarnação/Carmo, 31-10-2014; revisto e alterado em 31-10-2015. Caracteres (incl. espaços): 4992
  • 3. Missa dos Fiéis Defuntos Reflexões: (1 Nov 2015. - Cemitério; 02 Nov 2015. - Igreja Matriz) Comemoração dos Fiéis Defuntos: Is 25, 6a.7-9; 1 Tes 4,13-18; Jo 6,51-58. Confiar é entrar em Relação. Confiar é apoiar-se. Confia-te a Deus (neste momento, com a força deste momento). Celebramos hoje aqui nesta Terra a Vida eterna. A Vida para além da Morte. Não se trata de minimizar o valor desta vida terrena por comparação com a eternidade. Se assim procedermos não seremos leais com as alegrias e tristezas, as conquistas e os fracassos que todos vivemos e partilhamos. Significa acreditar que a vida neste mundo e a vida no além são o mesmo dom de Deus. Ele colocou-nos neste mundo e pede-nos que descubramos o valor do amor e da justiça. Dizia-nos Isaías: «Eis o nosso Deus, em quem pusemos a nossa Confiança» (cfr.Is 25,9). Recordar com Ternura a todos, mesmo os que não possam ter deixado uma memória tão positiva. Recordar com a Confiança na Ressurreição. Diante destas campas, diante das recordações de vidas inteiras, diante das lágrimas que decidimos não chorar mais: o que podemos fazer (mais)? Recordamos com ternura e gratidão aquilo que nos foi ensinado a viver, pelo amor, pelo exemplo, por tudo o que foi partilhado connosco pela vida dos que já partiram. Estivemos juntos e continuamos a estar, em comunhão. Sabemos que podemos ajudar os outros pelo Pão partilhado; pelo carinho e acolhimento; mas também pela oração de intercessão e comunhão: que agora realizamos com humildade e esperança. A Morte continua a ser um Mistério: um mistério de Comunhão em Deus. Uma realidade tão fulgurante que turva os nossos olhos; precisamos de umas lentes novas para mergulhar neste mistério da nossa condição. Os problemas um dia acabam, resolvem-se. Com a nossa ajuda ou sem ela. «-Do muito que tentamos é bem pouco o que resulta fora do Amor». Não é por isso que devemos desistir de nós. A consciência de que somos todos pecadores move-nos a rezar pelos que partiram. Nós ainda AQUI experimentamos a Morte, a morte dos nossos irmãos, familiares, conhecidos e amigos. Esta MORTE sentida como Dor, como Saudade,
  • 4. como Limite, como Luto, como Desespero, como Perda, como Ausência. Daí o nosso Sofrimento. Rezamos pelos que foram desprezados e maltratados, a quem foi roubada a alegria na vida e a serenidade na morte. Jesus, hoje, no evangelho fala da verdadeira Comida e da verdadeira Bebida (cfr Jo 6, 55). Se não comermos do Seu Alimento partilhado com todos e em tudo: o que Ele viveu; Se não bebermos do Seu Sentido pleno, na sua Entrega radical e inteira: a Morte será destruidora de tudo o que somos e construímos. A maior homenagem que prestamos aos que partiram não é ficarmos destroçados; é prosseguirmos a caminhada. Os seres que amamos deixaram este mundo e a nossa história de tempo, no que foi vivido e no que foi sonhado. Enterramos os corpos. Mas o Seu BEM, Verdade, Amor não são enterrados. As pessoas e suas relações continuam a existir em nós pelo exemplo e memória purificada. Queremos afirmar essa Confiança. Jesus, hoje, no evangelho, que continua a ser Boa Notícia, mesmo diante da Morte, falava-nos ao coração consciente: “assim com o Pai, que vive, Me enviou e eu vivo pelo Pai, também aquele que Me come viverá por Mim” (cfr Jo 6, 57). Jesus pede-nos, que fechada a porta-da-Carne, se abra a porta-da-Fé. A profecia de Isaías afirmava: “(…)destruirá a morte para sempre. O Senhor Deus enxugará as lágrimas de todas as faces e fará desaparecer da terra inteira o opróbrio que pesa sobre o seu povo” (cfr.Is 25,8). Tudo o que vivemos e captamos na nossa Memória, nas relações de Vida e nos marcaram não será perdido. S.Paulo nos incentivava: “…não queremos deixar que a ignorância alimente a falta de esperança” (cfr 1Tes, 4,13s). O Senhor JESUS ressuscitado, o Pai, O Espírito Santo, os nossos Pais e Mães, os Amigos, os Santos e os que o desejaram ser até ao fim, conhecidos ou desconhecidos, os que amamos e os que nos odiarão, todos serão purificados, igualmente, pelo AMOR de Deus. “- Aqueles que amamos: Nunca morrem, apenas, partem antes de nós”; “- Não tenhamos [apenas] o hábito de pedir: tenhamos [também] o hábito de agradecer”. Todos havemos de partir. Felizes de nós se tivermos semeado um pouco de Amor e Justiça, na nossa passagem na Terra - “ (já partir de hoje) “e na hora da nossa Morte”: procurando servir sempre os Irmãos. Por: Pedro José, CDJP, Gafanha da Nazaré/Encarnação/Carmo, 30-10-2014. Revisto e alterado em 31-10-2015 Caracteres (incl. espaços): 4175.