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Ariadne do Carmo Fonseca



            GEOQUÍMICA DOS ELEMENTOS TERRAS RARAS (ETR)

             Objetivos: prover informação sobre a química, geoquímica, mineralogia,
apresentação e interpretação dos dados, uso como traçadores isotópicos e
petrogenéticos.

            Ementa:

            1- INTRODUÇÃO

            2 - GEOQUÍMICA
                2.1- Estados de oxidação
                2.2- Raio iônico e coordenação dos elementos
                2.3- Substituição e partição dos elementos
            3 - MINERALOGIA

            4 - APRESENTAÇÃO DOS DADOS
                4.1- Dificuldades com a normalização condrítica
                4.2- Escolhendo um conjunto de valores normalizados
                4.3- Diagramas de razão dos ETRs
                4.4- Normalização NASC para sedimentos
                4.5- Normalização por rocha
            5 - INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
                 5.1-Padrões de ETRs em rochas ígneas
                 5.2- Padrões de ETRs em água do mar e rios
                 5.3- Padrões de ETRs nos sedimentos
            6- GEOQUÍMICA ISOTÓPICA DOS ETRs
               6.1- Sm - Nd
               6.2- La - Ce e La - Ba
               6.3- Lu - Hf

            BIBLIOGRAFIA

            1- Geoquímica do ouro. Elementos e minerais guias. Tipos de depósitos e
prospecção mineralógica-geoquímica.

             Objetivos: prover informação sobre a geoquímica, mineralogia, forma de
ocorrência na natureza e detecção de depósitos exploráveis.

            Ementa:


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           1- Abundância e caráter geoquímico
           2- Forma de apresentação na litosfera superior
           3- Ciclo do Au
           4- Forma de apresentação na biosfera
           5- Amostragem
           6- Veios de Au e mineralização associada
           7- Minérios de Au-U em conglomerados
           8- Prospecção mineralógica-geoquímica
           Bibliografia

            1- Geoquímica    do    Cr,    Ni,   T     e   V   em   rochas   ultrabásicas    e
metaultrabásicas.

             Objetivos: prover informação sobre a geoquímica desses elementos,
mineralogia, forma de ocorrência de seus depósitos em rochas ultrabásicas e
metaultrabásicas.

           Ementa:

           1- Cromo
              1.1- Abundância e caráter geoquímico geral
              1.2- O Cr nas rochas ígneas
              1.3- Ciclo do Cr
              1.4- Minérios de Cr
           2- Níquel
              2.1- Abundância e caráter geoquímico geral
              2.2- Níquel nos sulfetos metálicos
              2.3- Ni nas rochas ígneas
              2.4- Ciclo do Ni
              2.5- Minérios de Ni
           3- Titânio
              3.1- Abundância e caráter geoquímico
              3.2- Minerais de Ti
              3.3- Ciclo do Ti
            3.4- Minérios de Ti

           4- Vanádio
              4.1- Abundância e caráter geoquímico geral
              4.2- Vanádio nas rochas ígneas
              4.3- Ciclo do V

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  4.4- Vanádio nas rochas metamórficas
  4.5- Minérios de V

  5- Minérios de Cr associados como rochas máficas e ultramáficas

  6- Minérios de sulfetos de Fe-Ni-Cu associados com rochas máficas e
    ultramáficas

  7- Óxidos de Fe-Ti associados com rochas ígneas

  Bibliografia

  3- Geoquímica do Al, Mn e Cu

  1- Alumínio
     1.1- Abundância e caráter geoquímico geral
     1.2- Alumínio nas rochas ígneas
     1.3- Ciclo do Alumínio
     1.4- Minérios de alumínio

  2- Manganês
     2.1- Abundância e caráter geoquímico
     2.2- Minerais de Mn
     2.3- Manganês nas rochas ígneas
     2.4- Ciclo do Mn
     2.5- Mn nas rochas metamórficas
  2.6- Minérios de Mn

  3. Cobre
  3.1-Abundância e caráter geoquímico geral
     3.2-O Cu nas rochas ígneas: minérios de Cu
     3.3- Ciclo do Cu

4- Tipos de Depósitos do Mn: associação argilito-dolomita; afiliação
  vulcânica e marinhos modernos

5- tipos de Depósitos de Cu: U-V-Cu associados a arenitos; Cu-Fe-Zn em
  ambientes vulcânicos; Cu-Mo associados às rochas ígneas intrusivas
  porfiríticas (porfíro Cu); Cu-Pb-Zn em veio.




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                                     ALUMÍNIO

1- Abundância e caráter geoquímico geral
        Alumínio é o metal mais abundante nas rochas ígneas. De todos os demais
elementos, o oxigênio e silício são os únicos que superam o alumínio. Considerando-se
a abundância cósmica, resulta que o Fe e Mg são mais abundantes que Al. O número
atômico do Al é ímpar (Z=13) e consequentemente este metal, segundo a regra de
Oddo e Harkins, dura ser menos abundante que seus vizinhos e Mg e Si. Mas isto não
se cumpre nas rochas ígneas e é evidente que o Al deve ser muito concentrado na
litosfera superior.
        Abundância cósmica do Mg maior é facilmente explicada levando-se em conta
sua forma de apresentação nos meteoritos. Tanto a abundância do Mg como a do Fe,
nos meteoritos, é muito superior a do Al devido ao fato que Fe é o componente
principal dos sideritos e litossíderitos e que os silicatos dos lititos são formados
principalmente por Mg.

      Na tabela abaixo é indicado a abundância do Al.

              Material               Al (%)

           Fe-meteorito               0.0040
           Si-meteorito               1.79
          rochas ígneas               8.13

         Tais percentuais demonstram que o alumínio é um elemento completamente
litófilo, como os elementos alcalinos e alcalinos terrosos. É evidente que Al quase falta
por completo nas esferas mais profundas da Terra e está concentrado quase
quantitativamente na litosfera.

2- Al nas rochas ígneas
        Na litosfera superior Al é um elemento oxífilo muito pronunciado. Está sempre
combinado com oxig6enio e não são conhecidos sulfetos de Al.
        A tendência do Al a concentra-se na litosfera superior é refletida também no seu
comportamento durante a diferenciação magmática. Nos primeiros produtos de
cristalização não se encontram quantidades de Al dignas de menção. Entre os
cristalizados iniciais só os feldspatos plagioclásicos dos anortositos e espenélios
contém Al como componente essencial. A escassez do Al nos cristalizados iniciais é
comprovado pela pobreza em Al nos dunitos. Incluso nos hornblenditos, que não se
pode incluir entre os cristalizados iniciais, o conteúdo de Al é muito menor que nas
rochas que se formam durante o estágio principal de cristalização. O Al se concentra
algo nas primeiras rochas que cristalizam no referido estágio; mas o conteúdo diminui
com o avançar da diferenciação. Assim o conteúdo médio em Al dos gabros é maior
que nas rochas silicáticas.
        Os feldspatos, que são os componentes de maior importância quantitativa das
rochas ígneas, são aluminossilicatos de certos metais mono e bivalentes. Portanto, são

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os que contêm a maior a parte do Al litosférico. Como alguns metais trivalentes podem
substituir teoricamente o Al na estrutura feldspática, o grau dessa substituição é
demasiado pequeno para ter importância goquímica.
No quadro abaixo é dado o conteúdo teórico em Al dos feldspatos mais importantes:


 Mineral                                                Al (%)

 ortoclásio e adulária                                  9,69
 k[AlSi3O8]
 Microclina e Sanidina                                  9,69
 (Na,K) [AlSi3O8]
 Albita Na[AlSi3O8]                                    10,29
 Anortita Ca[Al2Si2O8]                                 19,40

        A anortita contém quase o dobro da quantidade de Al que a albita e os
feldspatos potássicos. Consequentemente, os feldspatos plagioclásicos das rochas
ígneas básicas, que são sempre relativamente ricos em anortita, contêm mais Al que os
plagioclásios ricos em albita e que os k-feldspatos das rochas ácidas. Isto explica que
Al se concentre nos primeiros produtos do estágio principal da diferenciação
magmática.
        Na série alcalina, os sienitos e nefelina sienitos contêm mais alumínio que as
rochas cálcio-alcalinas de igual conteúdo de Si. Isto se deve à abundância de feldspato
sódico e feldspatóides entre seus componentes principais: a nefelina, leucita e
cancrinita possuem mais Al que o k-feldspato.
        Além dos feldspatos, as micas contêm também Al como um dos seus
componentes principais. Do ponto de vista geoquímico, a biotita é o membro mais
importante do grupo das micas; a muscovita é menos importante. As variedades
distintas de biotita contém de 10 a 20% de Al2O3. Por sua parte, a muscovita e micas
análogas contêm mais alumina, às vezes mais de 30%. A muscovita é o componente
essencial quase unicamente nas rochas graníticas e falta por geral nas rochas básicas.
A biotita cristaliza antes da muscovita, pelo qual pode separa-se dos magmas ricos em
água numa fase bastante precoce. Portanto, a presença ou ausência de biotita não
influi demasiado sobre o conteúdo de alumina nas rochas ígneas, enquanto que se
existe muscovita, o conteúdo de Al pode aumentar algo nas rochas cristalizadas até no
final do estágio principal de diferenciação. Sem dúvida, o efeito da muscovita é menos
pronunciado que dos feldspatos. Ademais, a maior parte da muscovita dos granitos,
senão na totalidade, é de origem secundária proveniente da alteração dos feldspatos.
        Os piroxênios e anfibólios, em particular augita e hornblenda, que são os termos
mais importantes desses grupos minerais, contém Al com regularidade. Sem dúvida,
seu conteúdo em Al é menor ou aproximadamente igual ao da totalidade da rocha.
        Al forma silicatos a temperaturas elevadas no sistema Al2O3.SiO2, a saber:
sillimanita Al2O3.SiO2 (tb cianita, andaluzita) mullita 3Al2O3.2SiO2. Também se conhece
o silicato Al2O3.2SiO2, metacaolinita, que se obtém ao subtrair água da caolinita
Al4[(OH)8/Si4O10]. Sem dúvida, a metacaolinita não é estável a temperaturas elevadas e
não se pode obter por cristalização direta dos fundidos de silicato alumínico. As


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propriedades óticas da melleta e sillimanita são quase iguais e não se pode distinguir
entre si a não ser por difração de raios-X e análise química. Sem dúvida, a mullita é
mais rara: só se encontra nos contatos ígneos. A sillimanita, cianita e andaluzita são
componentes de rochas metamórficas, mas se encontram raramente nas ígneas ou em
pequenas quantidades nos contatos ígneos.
        A exposição precedente demonstra que o Al não se encontra nas rochas ígneas
como silicatos simples, senão que está sempre combinado com outros metais
formando aluminossilicatos complexos.
Todo silicato consiste em uma trama de tetraedros de [SiO4], que se combinam de
diversas maneiras nos distintos grupos de minerais formando estruturas regulares.
Uma parte de Si4+ dos tetraedros de [ SiO4] pode ser substituída por Al3+. Devido à
grande diferença entre o tamanho dos íons, a substituição nunca é completa. Sua
extensão depende, ademais do tipo estrutural do mineral afetado. Nos feldspatos, todo
Al existente substitui o Si nos tetredros de si-O e o retículo dos cátions está formado
                        +    +    2+                            3+
unicamente por íons K , Na , Ca , etc... Da mesma forma, o Al substitui parcialmente
     4+
o Si nos anfibólios, piroxênios e micas. Nos anfibólios só se pode substituir 1/3 dos
íons de Si4+ por Al3+. Nestes minerais se encontra também Al fora da trama Si-O,
ocupando uma posição semelhante a do Mg e Fe. Apesar do tamanho menor, o Al
substitui neste caso de forma diadócica o Mg2+ e Fe2+. O número de coordenação é 6.
                3+
Os íons de Fe apresentam-se da mesma maneira. Nos outros grupos importantes de
silicatos, Al ocupa também duas posições estruturais diferentes.
        O Al, o mesmo que Ca e Mg, não se apresenta nas rochas ígneas na forma de
óxido simples. O conríndon, α - Al2O3, encontra-se unicamente quando o Al predomina,
tanto sobre o Ca como os metais alcalinos; neste caso não se pode unir todo Al nos
feldspatos. Portanto, a presença de conríndon nos pegmatitos, nas rochas
metamórficas, etc..., é uma prova de um conteúdo em Al excepcionalmente grande.
        Entre outros minerais de Al se encontram o crisoberilo, Al2BeO4, que ocorre em
pegmatito granítico e aplito; o topázio, Al2[F2/SiO4], relacionado à atividade
peneumatolítica; muitos fluoritos, carbonatos, numerosos fosfatos e sulfatos.

3- Ciclo do Al
        O ciclo do Al é simples e conhecido em todos os detalhes. Durante a
meteorização se dissolve na forma iônica dos feldspatos e outros silicatos. Em
condições normais, estes minerais se dissolvem por completo. O Al permanece
dissolvido tanto em solução ácida (pH<4) quanto básica (pH>9) e o hidróxido de Al se
precipita unicamente na proximidade do pH neutro. Também se precipita o hidróxido de
Al quando a solução se concentra por evaporação. Quando uma solução ácida torna
neutra ou básica ( por desprendimento de CO2, que é o principal causador da acidez
das águas naturais ou por reação com CaCO3) se precipita hidróxido de Al. Como a
sílica permanece em solução nessas condições, depósitos de Al de grande pureza são
formados. Sem dúvida, alumina e sílica também podem reagir entre si formando
minerais argilosos cristalinos, e uma pequena parte desses compostos coagular-se
formando hidrogels. Sabe-se que os solos de sílica e alumina, cuja concentração seja
aproximadamente de 0,1%, precipitam mutuamente com rapidez. A desintegração das
micas por meteorização é, com freqüência, incompleta e se extraem principalmente os



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metais alcalinos. Dessa forma, a trama Si-O permanece intacta em grande parte e
pode converter facilmente em argilas, por reações com as soluções meteorizantes.
        Os minerais argilosos são silicatos de Al hidratados. Com freqüência, algo de Al
está substituído por Fe3+ e Mg2+ por pequenas quantidades de metais alcalinos e
alcalinos terrosos. Os minerais argilosos mais importantes são a illita, de composição
semelhante às micas brancas; a montmorillonita, Al2[(OH)2/Si4O10]nH2O, e a caolinita,
Al4[(OH)8/Si4O10]. A illita contém k como componente essencial.
        Tem importância geoquímica a capacidade de intercâmbio de bases dos
minerais argilosos em particular a montmorillonita, que é devido em parte a uma
substituição estrutural. Os metais alcalinos se substitui com bastante facilidade,
enquanto que os alcalinos terrosos estão mais sujeitos à estrutura.
        A formação preferencial de montmorillonita ou de caolinita durante a
meteorização depende da quantidade de metais alcalinos e alcalinos terrosos extraídos
na decomposição e do pH das soluções meteorizantes. Quando os metais citados são
extraídos totalmente por águas circulantes e quando as soluções ácidas contêm muito
dióxido de carbono se forma predominantemente caolinita. Ao contrário, quando a
lixiviação é incompleta e a solução é alcalina ou neutra se forma montmorillonita. A
caolinita será muito pura se o Fe tem sido extraído durante a meteorização na forma de
componentes ferrosos estáveis em presença de dióxido de carbono, ácido sulfúrico e
substâncias húmicas. Tais jazimentos têm importância como matérias primas para a
indústria de cerâmica.
        Na podzolização do solo florestal nos climas temperados e húmidos se formam
normalmente minerais argilosos caoliníticos. Ao contrário, os minerais argilosos se
decompõem com freqüência com separação de sílica por lixiviação quando se verifica a
meteorização tropical. O hidróxido de alumínio, junto com o ferro, está muito estendido
entre os produtos da meteorização tropical, mas se encontra também em alguns solos
(terra vermelha) dos climas mediterrâneos.
        Todos os minerais argilosos têm estruturas de filossilicatos com Al3+ como cátion
mais importante e mais comum. À semelhança das micas, os minerais argilosos
contêm tetraedros de [SiO4], distribuídos em camadas bidimensionais que, sem dúvida,
não estão unidas diretamente por cátions para formar redes tridimensionais. A maioria
dos minerais argilosos contém uma camada independete de Al (O,OH)6 intercalada
entre as camadas de tetraedros de [SiO4]. Nas micas, o cátion (Mg2+,Fe2+,Fe3+,Al3+,
etc...) e o íon Si4+ compartilham um íon de O, enquanto nos minerais argilosos existem
dois íons de oxigênio, -O-O, ou uma de oxigênio e de hidroxila, -O-OH, entre os íons de
Si e Al. As ligações entre o Si e Al é mais fraca nos grupso Si-O-Oal e Si-O-OH-Al que
no grupo Si-O-Al das micas. Parece que o Al dos minerais argilosos, os quais se
formam sepre a temperaturas baixas, é quase por completo incapaz de substituir de
forma diadócica o Si nos tetraedros de [SiO4]. Em todo caso, esta substituição é muito
mais limitada que nos aluminossilicatos das rochas ígneas. Nos minerais argilosos o Al
se encontra quase sempre fora da trama de Si-O na forma de íon com número de
coordenação 6, porque a forma de apresentação do Al nos minerais rgilosos difere
notavelmente daquela mostrada nos aluminossilicatos das rochas ígneas.
        Um dos efeitos da diferença que existe entre a estrutura cristalina das micas e
dos minerais argilosos é que nos últimos a exfoliação paralela às camadas de estrutura
é com freqüência, mais proeminente que nos primeiros. Devido à exfoliação perfeita se
produzem partículas mais finas durante o transporte. Em conseqüência, ao verificar-se

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a sedimentação no mar, os minerais argilosos e os grãos minerais, finamente divididos,
separam-se dos inalterados de grã grossa, com o que se pode formar argilas de grande
pureza.
        A concentração de Al nos hidrolisados é um traço muito característico deste
grupo de sedimentos. Como o conteúdo médio em Al das rochas ígneas (~8,13%) é
quase igual à média correspondente das argilas norueguesas, tem-se de levar em
conta que estas argilas são de origem glacial e foram depositadas em clima frio, tendo
sofrido mudanças químicas relativamente pequenas. Nas argilas que se formam por
meteorização intensa as mudanças são mais pronunciadas e, em conseqüência, o
conteúdo em Al deve ser maior. Como o conteúdo em Al da água do rio é pequeno,
este metal se encontra constantemente nessa. O balanço geoquímico de Al na água do
mar demonstra também que o coeficiente de transferência é muito pequeno neste
caso. Estas observações indicam que o Al não se conserva permanentemente nas
soluções procedentes da meteorização. Devido ao fato que o hidróxido é uma fase
débil, os sais solúveis de Al se hidrolisam em seguida nas águas naturais comuns e se
separam ulteriormente com os produtos sólidos da meterorização. Em conseqüência,
os inatacados se empobrecem em Al, enquanto que os hidrolisados se enriquecem e é
evidente que o conteúdo destes em Al aumentará proporcionalmente à intensidade da
mudança na sua composição química. A deposição do Al nos hidrolisados é quase
quantitativo, é dizer que a quantidade de Al que sai dos minerais na meteorização
passa na forma quantitativa aos hidrolisados e só se encontram numa parte muito
pequena nos precipitados, oxidados e evaporados e na água do mar.
        Depois de sua deposição os hidrolisados “envelhecem” muito antes que os
processos diagenéticos comecem atuar. O envelhecimento consiste na cristalização
dos gels (colóides), que existiam todavia, para formar minerais argilosos. Os
sedimentos endurecidos podem participar nos eventos metamórficos, durante os quais
podem ser formados micaxistos e outras rochas de composição química
correspondente a dos sedimentos argilosos. Todas essas rochas se caracterizam por
um alto conteúdo em Al, que pode servir de critério para averiguar se uma rochas muito
metamorfisado é de origem ígnea ou sedimentar.

4- Minérios de Al
       Vários jazimentos extensos de minérios de Al são produtos puros de
meteorização localizados “in situ”. Os minérios mais importantes de Al constam de
bauxita e se originam por meteorização laterítica. A bauxita e laterita constam de
diásporo (α - AlOOH), boehmita (γ - AlOOH), gibsita (hiddrargilita- γ - Al(OH)3), hidróxido
de Fe. Com exceção da criolita, todos os minérios de Al de importância técnica são de
origem sedimentar continental. Os jazimentos de bauxita estão localizados com
freqüência em seu sítio original, o que permite apreciar a natureza da rocha fonte.
Existem bauxitas silícicas e calcáreas que são bastante parecidas quimicamente. As
bauxitas silícicas se formam por laterização prolongada de rochas ígneas, de
preferência as básicas, como gabros diabásios e, em particular, os basaltos. As águas
subterrâneas carbonáticas podem desempenhar um papel ativo na formação direta do
hidróxido de Al a partir de rochas ígneas básicas. Este grupo compreende, por
exemplo, as bauxitas da Alemanha, as do Maciço Central Francês e Arkansas (USA).


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Muitos desses jazimentos se encontram em regiões que apresentam sinais de atividade
vulcânica terciária, o que constitui uma prova da existência de um clima tropical durante
sua formação. As bauxitas calcárias se formam a partir das margas argilosas impuras
pela ação das águas que contêm dióxido de carbono em clima quente. A matéria
argilosa da marga se converte em bauxita e o carbonato de Ca é extraído em foram de
bicarbonato. Estes jazimentos de bauxita são freqüentes em muitos lugares da Europa
Central, Oriental e Meridional.
        O caolim, que é uma mistura de caolinita e outros minerais argilosos, tanto
cristalinos como amorfos, é uma matéria prima importante na indústria cerâmica.




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                                        COBRE

1- Abundância e caráter geoquímico geral
       A abundância cósmica do Cu é bastante grande em comparação com a dos
outros metais pesados. Na tab. 1 são indicados os percentuais gerais de abundância
do Cu.

Tabela 1- Abundância do Cu

    Material                                   Cu(g/ton)
    Fase metálica dos sideritos             100-400 até 1000
    Fase metálica dos                             0-3
    Troilita dos sideritos                      100-600
    Fase silicatada dos condritos                 1,5
    Rochas ígneas                                60-70


        O conteúdo médio em Cu das diversas fases meteoríticas não é fácil de
determinar devido ao fato que a quantidade desse metal nos meteoritos mostra
grandes flutuações, mais pronunciadas que as da maior da maior Parte dos elementos
restantes. Sem dúvida, os resultados obtidos demonstram que na fase silicatada deve
existir muito pouco cobre ou nenhum, enquanto que o conteúdo na fase emtálica tem
um valor apreciável, e a sulfatada pode conter todavia mais. Portanto, é evidente que
do ponto de vista geoquímico, o Cu é principalmente calcófilo, não sem certa tendência
siderófila. Estas conclusões se confirmam observando a foram de apresentação do Cu
na litosfera superior. Está comprovado que o Cu mostra grande afinidade para o S e
que é um dos componentes mais típicos dos minérios de sulfetos. Por outro lado, no Fe
nativo terrestre se encontra um pouco de Cu e nos metais do grupo da Pt (nativos)
chega a encontrar-se 13% de Cu, junto com alguns outros minerais, com o qual logo
aparece incorporado, no estado nativo, a uma fase metálica separada da outra
silicatada.
        As observações realizadas nas fundi;ções de Cu demonstram que este metal é
um dos que possuem maior afinidade para o S de todos os que formam sulfetos. A
afinidade dos metais para o S durante a fusão dos sulfetos diminui na seguinte ordem:
Mn-Cu-Ni-Co-Fe-Sn-Zn-Pb-Sb-Ag
máxima                            mínima

Esta é a série de Fournet e Schutz, na qual o Cu ocupa o segundo lugar.
        Certamente a abundância de Cu nas rochas ígneas é maior que a indicada, já
que podem ser introduzidas no ciclo exógeno quantidades consideráveis de Cu devido
à atividade, magmática final.

2- O Cu nas rochas ígneas: minérios de Cu
      A grande afinidade do Cu para o enxofre constitui a base do tratamento
metalúrgico dos minérios de Cu. Do mesmo modo, essa propriedade é o fator que

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determina a forma de apresentação do Cu na crosta terrestre. Os minerais mais
importantes de Cu são os fulfetos e sulfossais, e é evidente que a maior parte, com
grande diferença, do Cu da litosfera superior está contida nesses minerais. Como
conseqüência, o Cu pertence ao grupo dos elementos sulfófilos, mesmo não tendo este
caráter muito acentuado.
        Os silicatos de Cu mais importantes são crisocola, CuSiO3.nH2O, e o dioptásio,
Cu3[Si3O9].3H2O . O primeiro é bastante freqüente, mas nenhum dos dois é
componente das rochas ígneas. Sua presença é restrita principalmente aos filões
hidrotermais, sendo por isso de pouca importância para      geoquímica do Cu. O
cobre se encontra principalmente, ou quase por completo, na forma de calcopirita
(CuFeS2) nas rochas ígneas normais inalteradas pertencentes ao estágio principal da
cristalização, enquanto que só uma pequena quantidade se encontra na forma de
bornita (Cu5FeS6) e cubanita (CuFe2S3). Assim resulta que o cobre, à semelhança do
molibdênio, tem uma grande tendência a combinar-se com todo o S disponível na
cristalização das rochas. Sem dúvida, a composição dos sufletos de Cu que resultam é
mais complicada que no caso do Mo, que só produz molibdenita (MoS2). Os sulfetos de
Cu e Fe citados são sempre os últimos minerais que cristalizam e preenchem os
interstícios deixados pelos outros minerais nas rochas ígneas. O conteúdo médio de
Cu nas rochas ígneas é:

                                               Cu(g/ton)
         Básicas                                 149
         Intermediárias                            38
         Ácidas                                    16
Estes dados demonstram que o cobre se concentra nas rochas básicas.
       É provável que o cobre possa substituir o ferro em pequenas quantidades
quando falte uma reserva de enxofre, devido a uma oxidação ou cristalização
precedentes. A substituição se deve à igualdade dos raios do Cu2+ (~0.83kx) e do Fe2+
( 0.83kx). Em todo caso, é evidente a existência de Cu nos silicatos e nos óxidos não
tem muita importância geoquímica, enquanto que a formação do sulfetos é um traço
mais característico deste metal.
       Com base no exposto anteriormente, fica demonstrado que as rochas que se
formam durante o estágio principal da cristalização não são o veículo apropriado do Cu.
Este metal se encontra com bastante regularidade formando parte dos primeiros
sulfetos separados, que pertencem principalmente à paragênese pirrotita-pentlandita. A
série de Fournet e Schutz indica que a afinidade o Cu para o S é maior que a do Ni e
Fe, que são os componentes metálicos principais dos primeiros sulfetos. Daqui se
deduz que, durante a separação da fase sulfatada de silicatada, o Cu se encontra em
forma considerável no fundido dos sulfetos. A parte do Cu que fica no fundido dos
sulfetos, depois da separação desses, continua no magma residual durante o estágio
principal da cristalização e todo estágio pegmatítico, para terminar seseparando nos
jazimentos pneumatolíticos e hidrotermais. Nestas últimas formações o Cu se encontra
junto com Ag, Ge, Sn, Pb, Fe, Ni, Co e outros metais, em grande números de sulfetos e
sulfossais, cuja composição, forma de apresentação e paragênese mostram grandes
variações. São conhecidos vários arsenietos, antimonietos, selenietos e teluretos de
cobre. Os sulfetos e sulfossais de cobre mais importantes são:


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Calcocita                      Cu2S
Bornita                        Cu5FeS4
Calcopirita                    CuCeS2
Tennantita                      Cu3AsS3-4(?)
Tetraedrita                     Cu3SbS3-4(?)
Enargita                       Cu3AsS4
Cubanita                        CuFe2S3
Covellita                       CuS
Bournonita                      2PbS.Cu2S.Sb2S3

       Nesta lista estão incluídos os componentes mais importantes dos minérios de
cobre. A calcopirita, que contém 34,6% de Cu, é uma das fontes mais importantes.
Além dos minerais anteriores, os minérios de Cu contêm com freqüência minerais
secundários de Cu como produtos de alteração. Entre eles se encontram o cobre
nativo, a crisocola, dioptásio e as seguintes espécies:

Cuprita                        Cu2O
Brochantita                    Cu5[(OH)6SO4]
Calcantita                     CuSO4.5H2O
Azurita                        Cu3[OHCO3]2
Malaquita                      Cu2[(OH)2CO3]

      Semelhante aos sulfetos, os minerais secundários de cobre também formam
parte de muitos minérios de Cu de importância econômica. Ademais é conhecido
grande número de outros sulfatos, carbonatos, silicatos, arseniatos e fosfatos de Cu de
composição variável e, com freqüência, complicada.

3- Ciclo do cobre
       Durante a meteorização se oxidam as partes superficiais dos minérios de cobre.
Os sulfetos de Cu e Fe se decompõem e o Cu se dissolve na forma de sulfato cúprico
estável, enquanto o sulfato cúprico estável, enquanto o sulfato ferroso se oxida com
bastante rapidez formando ácido sulfúrico e hidróxido férrico. As soluções de sulfato de
cobre se infiltram pelo solo, e a chegar a certo nível, situado imediatamente abaixo da
zona de oxidação, mas todavia acima do nível d’água, reagem com os sulfetos não
decompostos, formando cobre nativo, cuprita, tenoita (CuO), azurita e malaquita. Em
conseqüência, o Cu se concentra na zona de cimentação. Ademais, as soluções
cupríferas podem migrar desde a zona de meteorização às rochas adjacentes seguindo
gretas e rachaduras, e depositar sulfato e carbonato de Cu. Estes minerais se
destacam pelas cors verde e azul chamativas.
       Durante a meteorização dos sulfetos de cobre que se encontram nas rochas
ígneas, o cobre se dissolve também na forma de sulfato cúprico. Enquanto estas
soluções são favoráveis, estas depositam sulfeto de Cu. Quando as soluções
cupríferas entram em contato com argilas sapropelíticas, a precipitação do sulfeto de
Cu pode ser tão extensa que dá lugar à formação de minérios sedimentares de Cu,
como as argilas betuminosas da Alemanha e Rússia. Algumas vezes, ossais de Cu se
concentram nas águas subterrâneas como com seqüência de uma evaporação


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profunda, em particular nas regiões áridas, em cujo caso se pode precipitar Cu, por ex,
na forma de carbonato, que consiste o cimento dos grãos detríticos dos arenitos.
       Resumindo tudo que foi dito, o Cu se dissolve na forma iônica durante a
meteorização, depositando-se depois grande proporção como sulfeto. Outra parte fica
retida nos sedimentos dos hidrolisados. Uma última parte se incorpora aos oxidados,
por ex., ao Fe dos lagos e pântanos e aos nódulos de Mn, junto com Ni, Co, Zn, Pb e
outros metais, podendo formar-se compostos de adsorção, como CuMn2Os. Na tab.2 é
indicado o conteúdo de Cu de alguns sedimentos e rochas sedimentares.

Tab. 2- Conteúdo em Cu dos sedimentos e rochas sedimentares

     Material
     Argila                            128
     Argila Vermelha                   160
     Sedimentos argilosos italianos    192
     Nódulos de Mn                     3.000
     Margas                            20,2
     Dolomitas                         12,6

      Nos oceanos fica uma pequena quantidade de Cu que se mantém em nível
baixo devido à adsorção sobre os organismos marinhos ou, possivelmente, sua
combinação com esses. É provável também que chegue algo de Cu ao mar pelas
emanações vulcânicas, que com freqüência são cupríferas. A quantidade de Cu da
água do mar é damasiado pequena para que nos evaporitos marinhos se encontrem
quantidades apreciáveis desse metal. Qualquer sal cuproso que chegue ao mar se
oxida em seguida a cúprico. A solubilidade do Cu na água do mar está limitada pelo
seu oxicloreto, que se precipita e se transforma gradualmente num carbonato básico.




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                                        CROMO

1-Abundância e caráter geoquímico geral
       Apesar de ter número atômico par, o cromo é um componente menos abundante
da atmosfera solar e da litosfera superior que seu companheiro ímpar no Sistema
Periódico, que é o manganês. Nos meteoritos sucede o contrário, e o cromo também é
mais abundante que o vanádio. A escassez do cromo na litosfera superior constitui, o
mesmo que a grande abundância do alumínio, uma prova importante da litosfera como
resultado de um processo intenso de diferenciação.

Tabela 1 - Abundância do Cr em meteoritos e rochas ígneas.

    Material                                             Cr(g/ton)
    Fase metálica de meteoritos                              300
    Nódulos de troilita dos sideritos                     20.000
    Nódulos de troilita dos líticos                        1.000
    Rochas ígneas                                       3.900 - 530

         Os percentuais de Cr nas fases meteoríticas e rochas ígneas, incluídos na tab.
1, indicam o caráter geoquímico geral deste elemento. Tais percentuais demonstram a
existência de um máximo no conteúdo em Cr nos nódulos de troilita dos sideritos. O Cr
só existe nestes formando sulfoespinélio daubrelita (FeCR2S4). Ao contrário, nos
nódulos de troilita dos meteoritos silicatados, o Cr é menos abundante. Quando o Cr se
distribui entre uma fase metálica e outra sulfatada, concentra-se francamente nesta
última. Na fase metálica o Cr forma espinélios cromíferos, em especial a cromita
(FeCr2O4), mas sua abundância é muito pequena. Tão logo apareça uma fase
silicatada, incorpora-se a ela a maior parte do Cr. Nos meteoritos silicatdos o Cr se
apresenta preferencialmente na forma de Cr-espinélios, sobretudo cromita. Portanto, é
evidente que o caráter geoquímico geral do Cr não é calcófilo, mesmo que a
concentração máxima deste metal se encontre na fase sulfatada dos meteoritos. O
potencial redox do sistema em questão tem grande importância para a distribuição do
Cr e seu caráter calcófilo só é intenso na ausência de oxigênio ou quando a quantidade
deste é insuficiente para oxidar todo o cromo disponível. Nos demais casos o Cr é
litófilo. O Cr pertence ao grupo do Fe e se parece com este em muitos aspectos
geoquímico.

2- O Cr nas rochas ígneas
        O conteúdo do Cr dos meteoritos silicatados é muito maior que o das rochas
ígneas, de onde resulta que este metal foi separado do magma principalmente durante
os primeiros estágios da diferenciação. Na tab. 2 são indicadas as variações no
conteúdo de Cr das diversas classes de rochas ígneas. Estes percentuais demonstram
que o Cr, à semelhança do Ti e P, é concentrado nos primeiros cristalizados. Com
freqüência, os minerais de Fe de origem ígnea são cromáfiros, devido à presença do Cr
na estrutura da magnetita. O Cr também é um componente normal e abundante de
dunitos. Por regra geral, a cromita é o primeiro mineral que se separa durante a
cristalização normal de um magma cálcio-alcalino. Neste aspecto seu comportamento


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difere do Ti e P. O Cr contido nos dunitos está todo sobre a forma de cromita, mesmo
que também possa se incorporar às estruturas dos outros minerais prontamente
cristalizados.

Tab. 2 - Contéudo de Cr em rochas ígneas

       Rocha                                 Cr (g/ton)
       Peridotito (dunito)                   3.400
       Gabro                                 340
       Diorito                               68
       Granuto                               2
       Nefelina sienito                      0.7
       Ultrabásicas (Laponia)                > 2.000
       Gabros e doleritos                    410
       Granitos                              2 - 6,8
       Sienitos                              200

        O conteúdo médio em Cr dos sulfetos magmáticos é de 0,02g/ton. Este
percentual demosntra que o Cr é mais oxífilo na litosfera superiro. Nas rochas ígneas
se encontra Cr tanto nos óxidos como nos silicatos. Os únicos minerais independentes
do Cr nestas rochas são representantes cromíferos do grupo do espinélio, a saber:
magnésio cromita (MgCr2O4), cromita (FeCr2O4) e suas mesclas isomorfas. O espinélio
de Cr pode se apresentar nas rochas ígneas básicas e ultrabásicas na forma de
cromita ou picolita [(Mg,Fe)(Al,Fe,Cr)2O4] que é, portanto, uma mescla de cromita e
espinélio magnésica-alumínica. Quando se encontra em quantidades apreciáveis o Cr,
o mesmo para o Ti, penetra nas estruturas de muitos silicatos de importância
petrográfica. Nestes silicatos o íon Cr3+ substitui outros íons metálicos. Entre os
minerais de Cr têm importância os seguintes : a granada de Cr ou uvarovita,
Ca3Cr2[SiO4]3; o diopsídio de Cr, que chega a 2% de Cr; o epidoto de Cr ou tawmawita;
a mica de Cr ou fucsita; e a clorita de Cr ou Kammerita. Todos estes silicatos
cromíferos são relativamente ratos e só se apresentam comi minerais petrográficos
quando grande quantidade de Cr foi disponível durante a formação. Portanto, não têm
muita importância geoquímica. Os indícios de Cr que se encontram nas estruturas dos
silicatos têm mais interesse geoquímico. É evidente que a maior parte do Cr da litosfera
superior se encontra nesta forma. Augitas e hornblenda comuns podem conter cerca de
1400g/ton; olivina em torno de 1000g/ton de alguns gabropicrito e menos de 2g/ton de
alguns diferenciados de uma magma básico; no clinopiroxênio de um olivina gabro
400g/ton e menos de 2g/ton nos diferenciados finais; biotita 1000g/ton e muscovita
500g/ton.
        Olivinas ricas em forsterita incorporam muito mais Cr que as ricas em fayalita. É
                    3+
provável que o Fe não possa ser substituído com facilidade pelo Cr a temperaturas
elevadas. Quando ocorrem juntos Mg olivina e clinopiroxênio, o Cr se concentra de
preferência neste último. O mesmo acontece se a olivina está substituída por
magnetita. Parece que a baixas temperaturas se verifica a substituição do Fe pelo Cr
com mais facilidade.



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       Outra coisa comum a Cr e ao Ti é sua repugnância em formar silicatos simples.
O Cr ocupa duas posições estruturais diferentes nos minerais. Nos cromatos, Cr com 6
cargas positivas forma um íon complexo, unindo-se, como P e S, a quatro átomos de
O, para formar um complexo tetraédrico [CrO4]. Estes complexos formam grupos
independentes na estrutura. A crocoíta [PbCrO4] é o representante mais importante dos
cromatos, que são minerais de pouca significância geoquímica. De outra parte, Cr se
apresenta nos minerais formando o cátion trivalente Cr3+, que tem raio iônico parecido
ao Al3+ e, em particular, ao Fe3+. O Cr se apresenta nos silicatos fora da trama
complexa do Si-O, onde substitui com facilidade o Fe3+ e Al3+ na forma diadócica. Esta
é a forma mais importante de apresentação do Cr litosférico. Sem dúvida, parece que
a substituição diadócica de Al3+ pelo Cr3+ só é possível quanto Al forma grupos [AlO6]
na estrutura e não substitui S; para formar tetraedros de [AlO4]. O raio do Cr3+ é
demasiado grande para permitir a substituição do Si4+ por Cr3+ nos tetraedros [SiO4]. Ao
contrário, nos grupos [AlO6] o Al3+ é facilmente substituído pelo Fe3+ e Cr3+. Ambos os
casos de substituição são muito freqüentes nos minerais e caracterizam a geoquímica
do Cr e Fe. Sem dúvida, não se encontra Cr nos feldspatos nem nos minerais restantes
nos quais o Al substitui Si nos oxigenados tetraédricos. É preciso dizer que, apesar da
diferença de valência, Cr substitui evidentemente Fe2+ e Mg2+ em muitos minerais.

3. Ciclo do Cr
        Devido ao fato que Cr se assemelha tanto ao Fe3+ e Al3+ em suas propriedades
físicas, tamanho e carga iônicas, segue esses íons durante o ciclo exógeno. Nas
soluções que se formam durante a meteorização só se perde uma quantidade muito
pequena de Cr. Em conseqüência, os precipitados, oxidados e evaporados carecem
quase por completo de Cr, que se concentra nos inatacados e, em particular, nos
hidrolizados. Na Tab. 3 indicado o contéudo em Cr de alguns sedimentos e rochas
sedimentares.

Tab. 3- Conteúdo em Cr de sedimentos e rochas sedimentares

       Rocha                                       Cr (g/ton)
       Quartizitos                                 68 - 200
       Folhelhos                                  410 - 680
       Carbonatos                                     2
       Filitos                                     140
       Minérios marinhos de Fe                     240
       Oolítico
       Minérios marinhos de siderita                   20
       Minérios de Fe laterítico                       400


       Durante o metamorfismo, os produtos de meteorização ricos em Cr podem
produzir a produção local de fucsita.
       Em alguns casos excepcionais, quanto o petencial redox é muito elevado, Cr é
mobilizado como cromato, devido à oxidação do Cr 3+ para Cr 6+. Assim se explica a



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presença de quantidades notáveis de cromatos nas jazidas de nitrato do Chile. A esse
respeito, o ciclo exógeno do Cr se assemelha ao V.

Minérios de Cromo
       O único mineral que se utiliza como minério de Cr é a cromita, que pode conter
até 68% de Cr2O3 e é explorada nas rochas ultrabásicas, onde aparece como o
primeiro produto de cristalização.

Minérios de Cr associados com rochas máficas e ultramáficas

• Mineralogia

Maior: cromita
Menor: sulfetos de Ni, Cu e Fe (pentlandita, pirrotia, calcopirita, gersdorfita, bornita,
vallerita)
Traço: minerais do grupo da Pt (ferroplatina, cooperita, laurita, stibiopalladinita,
sperrilita, braggita niquelífera) e rutilo.

• Modo de Ocorrência

Existem dois modos distintos de ocorrência:

- intrusões básicas acamadadas
- peridotitos ou massas peridotíticas serpentinizadas associados a cinturões orogênicos
(às vezes denominada cromita “podiforme” ou “tipo alpino”.
• Exemplos

                • exemplo clássico de depósito de cromita associado a intrusões
                básicas acamadadas é o Complexo Bushveld, África do Sul; outros
                exemplos incluem o Complexo Stillwatter, Montana (USA) e Grande
                Dique (Rodésia).

Cromitas “podiformes” ocorrem em muitos cinturões orogênicos e são geralmente
depósitos menores; exemplos importantes incluem depósitos na Turquia, Urais
(Rússia), Filipinas e Cuba.

- Mineralogia e Texturas
        As poucas intrusões acamadadas isoladas, economicamente importantes, que
podem ser registradas como depósitos de Cr ocorrem em ambientes tectonicamente
estáveis. As camadas dos complexos intrusivos podem ser registrados como estratos
amgmáticos, que podem ser de extensão lateral condedr[ável. Dentro destes, as
bandas de romita podem variar de poucos milímetros a mais de 20 m em espessura e
msotrar muitas fei/cões análogas àquelas mostradas em rochas sedimentares ( lentes e
cunhas, contorção intraformacional, estruturas de preenchimento). Rochas de pura
cromita ( cromititos ) podem gradar através de várias somas de cromita + silicato (
olivina, piroxênio) para dunitos e peridotitos normais. Embora ocorrendo comumentes


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nas camadas ricas em olivina, a cromita pode ocorrer em somas significantes em
alguma associação que é básica em termos de composição geral. Embora cromita seja
um mineral de minério, mostra consideráveis diferenças em composição dentro dos
depósitos e entre depósitos dos tipos “acamadadas” e “podiformes”.
• razões MgO/GeO tendem a ser maiores nas cromitas podiformes ( 1 a 2,3) que nas
cromitas acamadadas ( 0,6 a 1 ).
• conteúdos de Fe2O3 tendem a ser menores ( < 8wt%) e as razões Cr/Fe maiores (
~1.5 a 4.5) nas cromitas podiformes que nas cromitas acamadadas ( ~10 a 24 wt%
Fe2O3 e 0,75 a 1,75 Cr/Fe, respectivamente).
• Al2O3 e Cr2O3 tem relações recíprocas ( Cr2O3 sendo ~ 6,5 a 16 wt%, Al2O3 ~ 6 a 52
wt%) nas cromitas podiformes e variam amplamente nas cromitas acamadadas. A
razão Al2O3/Cr2O3 tende a ser maior nas cormitas podiformes.

       Nas intrusões acamadadas, cromita ocorre como cristais octaédricas bem
desenvolvidas ( Fig. 9.1), particularmente quanto associada com grandes somas de
material intersticial. Nos casos onde há menos material intersticial, os cristais
desenvolvem fronteiras polígonais de interferência.
       Minérios de cromitas “podiformes”ou “tipo alpino” ocorrem em ambientes
tectônicos altamente instáveis, de modo que em adição às diferenças composicionais
notadas previamente, existem diferenças texturais marcantes.
       Embora fronteiras poligonais de interferência desenvolvidas quando há muito
material intersticial, os grãos de cromita são sempre quase arredondados quando
circundados por silicatos (Fig. 9.2). Estes grãos de cromita podem vairar de finas
disseminações ( < 1.0 mm de diâmetro) a texturas mais grossas ( ~1,5 cm de
diâmetros) de minério “leopardo” ou “uva”. Às vezes conchas concêntricas de cromita e
serpentinito produzem minérios orbiculares, e as cromitas de ambos tipos acamada e
podiforme, zoneamento composicional concêntrico pode ser desenvolvido com zonas
externas exibindo relativo enriquecimento em Fe ( sempre observável sob microscópio
como uma zona periférica mais clara). Tais texturas são sempre resultado de alteração
hidrotermal durante a serpentinização. Texturas causadas pela deformação são
também características.
Ambas as associações de cromita descritas acima podem conter concentrações de Ni
de menor importância e concentrações de metais do grupo da platina que podem ser
de significância econômica considerável. Níquel em intrusões acamadadas ocorre
como sulfetos ou arsenietos ( assembléias de pirrotita-pentlandita-calcopirita com
menores gersdorfita, bornita e vallerita) em horizontes máficos. Estas assembléias de
sulfeto são resultado de uma série complexa de reações de exsolução e inversão. Nas
cromitas podiformes, muito do Ni ocorre em solução sólida na oliva e pode ser
concentrado durante processos de intemperismo, embora pequenas somas possam
ocorrer como sulfetos disseminados ( pentlandita, heazlewoodita). O exemplo clássico
de concentração de metais platinóides em intrusões acamadadas é Merensky “Reef”
que é uma camada persistente ( ~300 km) mas fina (<1m) do Complexo Sushweld.

- Origem dos minérios
       É universalmente aceito que os minérios de cromita de intrusivas acamadadas
são magmáticas em origem e relacionadas ao processo de cristalização fracionada e


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assentamento gravitacional de camadas de cristais no fundo dos “lenções” intrusivos.
As texturas dos minérios são totalmente de acordo com tal origem. Os maiores
problemas na origem desses corpos de minérios são concernentes aos mecanismos de
produção essencialmente das camadas monominerálicas de cromita. Sugestões
incluem concentração de distribuição corrente ou precipitação preferencial em resposta
a mudanças na pressão, conteúdo de água, fugacidade de oxigênio ou através de
injeções múltiplas de magma. Um mecanismo proposto é a precipitação resultante da
repentina contaminação extensiva do magma básico parental com líquido mais ácido
que foi diferenciado para uma composição silicosa. Aqui, adição do material rico em
sílica força a crostalização do “melt” cristalizando ( Fig. 9.4) da curva cotéctico olivina +
cromita ( ao longo da qual cromita disseminada misturada com olivina é formada) para
o campo de cristalização de cromita primária ( no qual só cromita se forma).
        A origem das cromitas podiformes é claramente muito diferente, e está
estritametne ralacionada ao problema das rochas ultramáficas do tipo Alpino, que
forma parte dos complexos denominados ofiolitos. Correntes teorias relaciona à criação
dos ofiolitos por processos ao longo das fronterias entre placas litosféricas. Tem sido
sugerido que a cromita podiforme forma primeiro como cumulados magmáticos ( como
as cromitas das intrusivas acamadadas ) nos bolsões de magma ao longo dessas
fronteiras de placas. Subsequente segregação com ruptura mecânica episódica ambas
durante a cristalização e no transporte lateral da zona de espalhamento resultam uma
agregação “bola de neve”, arredondada. E deformação de bolhas individuais de
cromita.




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                    ELEMENTOS TERRAS RARAS (ETRS)

Objetivos:   prover informação sobre a química, geoquímica, mineralogia,
apresentação e interpretação dos dados, uso com traçadous isotópicos e
petrogenéticos
Ementa:

INTRODUÇÃO

1 - GEOQUÍMICA
      1.1- Estados de oxidação
      1.2- Raio iõnico e coordenação dos elementos
      1.3 - Substituição e partição dos elementos

2 - MINERALOGIA


INTRODUÇÃO

       Os elementos TR são os mais úteis de todos elementos traços e seus estudos
têm importantes aplicações na petrologia ígnea, sedimentar e metamórfica. Os ETRs
compreendem a série de metais com números atômicos de 57 a 71 - La a Lu (tab 4.4).
Em adição, o elemento Y com um raio iônico similar ao do ETR holmium (Ho) é às
vezes incluído. Tipicamente os membros de baixo número atômico da série são
denominados ETRs leves, aqueles com os números atômicos maiores, os ETRs
pesados, e os membros intermediários, do Sm ao Ho, são conhecidos como ETRs
médios.
       Os elementos ETRs têm propriedades físicas e químicas muito similares. Isto
decorre do fato que todos formam íons estáveis 3+ de igual tamanho. Algumas
diferenças que existem no comportamento químico são uma conseqüência do
pequeno, mas significativo, decréscimo no tamanho iônico com o aumento do número
atômico (contração lantanídea    preenchimento do subnível 4f). Isto é ilustrado na tab
4.4. Estas pequenas diferenças no tamanho e comportamento são responsáveis por
um número de processos petrogênicos causando o fracionamento dos ETRs relativo a
outros. Tal fenômeno é usado na geoquímica para provar a gênese de suítes de rochas
e processos petrológicas.
       Um pequeno número dos ETRs também existem nos estados de oxidação outro
que 3+ mas só o Ce4+ e Eu2+ são importantes para a geologia, que formam
respectivamente um íon menor e outro maior em relação ao estado de oxidação 3+.
       Estimativas da composição do sistema solar baseados nas concentrações dos
elementos em condritos carbonáceos e em jovens estrelas têm provido dados para as
abundâncias relativas dos ETRs (tab 4.5). As abundâncias naturais relativas dos
isótopos ETRs, junto com as meia-vidas daqueles radioativos são dadas na tab. 1.4.




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1. APRESENTAÇÃO

        As concentrações dos ETRs em rochas são geralmente normalizadas para um
padrão de referência comum, que mais comumente compreende os valores para
meteoritos condríticos. Meteoritos condríticos foram escolhidos por serem considerados
amostras relativamente não fracionadas do sistema solar datando da nucleossíntese
original. No entanto, as concentrações dos ETRs no sistema solar são muito variáveis
devido às instabilidades diferentes dos núcleos atômicos. ETRs com números atômicos
pares são mais estaveis (e também mais abundantes) que os números atômicos
impares, produzindo um padrão zig-zag num diagrama composição-abundância (fig.
4.19). Este padrão de abundância é também encontrado em amostras naturais.
Normalização condrítica assim tem duas funções importantes: 1°) eliminar a variação
de abundância entre elementos de números atômicos par ou ímpar; 2°) permitir a
identificação de qualquer fracionamento dos ETRs relativo aos meteoritos condríticos.
Valores normalizados e razões de valores normalizados são denotados com o subscrito
N, como por exemplo CeN, (La, Ce)N.
        Os ETRs são normalmente apresentados num diagrama concentração versus
número atômico, no qual as concentrações são normalizadas a um valor de referência
condrítico, expresso como o logarítimo para a base dez do valor. Concentrações em
pontos individuais no gráfico são ligados por retas (fig. 4.2). Às vezes é referido como
diagrama Masuda-Coryell (Masuda, 1962; Coryell,1963). Trends nos diagramas ETRs
são usualmente referidos como “padrões ETRs”, sendo de considerável interesse
petrológico.
        Às vezes a posição do Eu jaz fora do trend geral definido pelos outros ETRs e
pode definir uma anomalia de Eu. Se a composição jaz acima do trend a anomalia é
dita positiva e virse e versa. Anomalias de Eu podem ser quantificadas pela
comparação da concentração medida de Eu com uma concentração esperada obtida
pela extrapolação entre os valores normalizados de Sm e Gd (Eu*). Assim a razão
Eu/Eu* é uma medida da anomalia de Eu e um valor maior que 1,0 indica uma
anomalia positiva enquanto que um valor menor que 1,0 uma anomalia negativa. Taylor
e Melennan (1985) recomendam o uso do meio geométrico; neste caso:

Eu/Eu*   =      EuN
             (Sm)N (Gd)N

a) dificuldades com a normalização condrítica
        Infortunadamente tornou-se aparente que os meteoritos condríticos são
atualmente variáveis em composição e “condritos” com abundâncias condríticas de
ETRs são a exceção em vez de regra (Boynton, 1984). Esta variabilidade na
composiçaõ condrítica tem permitido um grande número de conjunto de valores
normalizados para os ETRs (tab. 4.5) e para dados não padronizados valores têm sido
adotados. A variabilidade pode ser reduzida para dois fatores - o método analítico e o
tipo preciso de condritos analisados. Alguns autores usam “condrito médio” enquanto
outros selecionaram Cl-condritos como o mais representativo da composição da nébula
solar original.

b) escolhendo um conjunto de valores normalizados

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      Fig. 4.20 mostra padrões típicos aplainados de ETRs de um toleíto arqueano
normalizados para o intervalo de valores condríticos listados na tab. 4.5. Os padrões
mostram ambas variações na forma e no intervalo de concentração. O consenso
parece favorecer valores baseados no condrito médio em vez dos Cl-condritos.

- Diagrama de Razão ETRs
       O grau de fracionamento de um padrão ETR pode ser expresso pela
concentração de um ETR leve (La ou Ce) divididad pela concentração de um ETR
pesado (Yb ou Y). Ambos elementos são normalizados para condrito. A razão (La /Yb)N
é sempre plotada contra CeN ou YbN num gráfico bivariante e é uma medida do grau de
fracionamento do ETR com o conteúdo ETR mudando. Diagramas similares podem ser
construídos para medir o grau de fraci0namento dos ETRs leves [ (La/Sm)N x SmN ],
fracionamento dos ETRs pesados [ (Gd/Yb)N x YbN ] e anomalia de Eu [ (La/Sm)N x
(Eu/Eu*) ] em padrões de ETR individuais.


- Normalização NASC para sedimentos
       Tem sido observado que a concentração de muitos elementos em rochas
sedimentares de grão fino em plataformas continentais em torno do mundo é similar
como uma conseqüência da mistura através de repetidos ciclos de erosão. Este
“sedimento médio” é sempre usado como o valor normalizado para concentrações em
rochas sedimentares. Uma composição freqüentemente usada é a do “North American
Shale Composite” (NASC) e os valores recomendados são dados na tab. 4.6 (coluna
5). Outras alternativas usadas são um folhelho europeu composto de rocha sedimentar
média pós-arqueana australiana. Alguns autores têm utilisado a abundância média dos
ETRs em rochas sedimentares como uma medidad de conteúdo de ETR da crosta
continental superior. Isto assume que os processos sedimentares homogeinizam os
ETRs previamente fracionados durante a foramação de rochas ígneas. Assim uma
alternativa para a normalização de folhelhos seja usar valores para a crosta continental
superior média (tab. 4.6, coluna 8).
       Relativo aos meteoritos condríticos, NASC tem conteúdo cerca de 100 vezes
mais ETR leve e cerca de 10 vezes menos ETR pesada e uma pequena anomalia de
Eu (fig. 4.21). Normalização contra NASC é uma medida de quão típico um sedimento
seja e pode identificar sutis enriquecimentos e deficiências em certos elementos.


- Normalização por rocha
       Menos comumumente alguns autores normalizam as concentrações de ETRs a
uma amostra particular numa suíte de rocha como uma medida de relativa mudança.
Isto também é útil quando as concentrações de ETRs dos minerais individuais na rocha
têm sido determinadas, sendo assim estes podem ser expressos relativos à
concentração na rocha total. uma forma similar de normalização é expressar a
concentração num mineral relativa à composição da matriz; isto é freqüentemente
usado para avaliar coeficientes de partição de mineral/fundido.




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Estados de Oxidação

       Os ETRs são fortemente eletropositivos e grande parte de sua química é
característica de ligação iônica com só uma mínima contribuição covalente.
       Uma seqüência geral para a ionização dos ETRs é considerada ser primeiro
aremoção de 2 elétrons 6s, seguido por um elétron 5d ou um 4f que é relativamente
vizinho em energia que ao elétron 6s. Um elétron 4f deveria ser o quarto a ser removido
mas a energia de ionização é tão alta para o estágio +4 ser mais comum. De fato todos
ETRs mostram uma marcante valência constante de 3 na sua química e geoquímica.
Estados de oxidação +2 podem ser mostrados pelo Eu e Yb e de +4 pelo Ce e Tb. A
existência desses estados podem ser explicados parcialmente com base na
                                                            2+
estabilidade enhanced dos sub-orbitais 4f parcial (Eu           e Tb4+) e totalmente
preenchidos (Yb2+), embora Ce4+ tenha uma configuração eletrônica do gás nobre Xe.
Mais ocasionalmente outros ETRs podem exibir estados de oxidação 2+ e 4+ na
química mas, não aparentemente, na sua geoquímica.
       Evidência para a ocorrência de estados 2+ e 4+ em sistemas naturais é
                                2+      4+   4+
substancialmente só para Eu e Ce . Tb não tem sido registrado em nenhum
mineral ou meio aquoso mineral. A existência de Yb2+ tem sido invocada como uma
explicação para a presença de anomalias negativas de Eu e Yb. e a coerência das
concentrações de Eu e Yb em algumas inclusões de condritos carbonáceos. No
entanto, a existência de Yb2+requeriria condições extremamente redutoras. Sob as
condições atuais, prevalecentes na crosta, Yb é trivalente.
       As proporções dos diferentes estados de íons de valência variável poderiam ser
dependentes da composição, temperatura e pressão de um dado sistema químico.

 Raio Iônico e Coordenação dos Elementos
       Os ETRs ocupam uma ampla variedade de coordenação poliédrica em minerais,
da hexaédrica a dadocaédrica ou mesmo mais alta. Os íons menores ocupam os
lugares de coordenação hexaédrica mas só raramente nos minerais. Normalmente o
número de coordenação é maior: 7 na titanita, 8 no zircão, 9 na monazita, 11 na allanita
e 12 na perouskita. A diversidade dos lugares ocupados pelos íons ETRs
indubitavelmente conduz a complexidade na química dos minerai ETRs, muitos dos
quais ainda permanecem a ser elucidados.
       Comparação dos tamanhos relativos dos íons ETRs com aqueles de outros
                                                                 +      2+
cátions mostra que existem poucos íons de tamanho similar. Na e Ca têm tamanho
similar aos ETRs mais leves no estado trivalente. Eu tem um raio similar ao Sr2+, K+,
                                                      2+

Rb+, Cs+ e Ba2+ são maiores que alguns íons ETRs trivalentes, muito embora os
                                                         2+  3+     4+     4+
elementos de transição sejam menores, mas com Mn , Y , Th e U como uma
exceção importante (tab. 1.6).
       O tamanho relativamente grande dos ETRs especialmente dos leves, reduz as
interações covalentes e eletrostáticas e, ademais, é um dos principais fatores tendendo
prever a complexidade dos ETRs. Em solução os ETRs trivalentes podem formar
associações com Co-, Br-, I-, NO3- e SO42-. Geoquimicamente, a provável existência
de carbonatos, sulfatos, cloretos e fluoretos complexos parece ser importante.

Substituição e Partição de Elementos


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        Os raios iônicos dos ETRs limitam significante substituição desses elementos
nos minerais, exceto onde em que o cátion substutuido também é grande.
                                                             2+   3+   4+   4+     2+
Substituições dos ETRs trivalentes são observados para Ca , Y , Th , U , Mn e
Zr4+ (raio iônico em coordenação hexaédrica = 0.72 Å). Estas substituições são
esperadas no critério do raio iônico exceto talvez no caso do Zr4+ que tem um raio
relativamente pequeno. O amplo intervalo de raios dos íons ETRs particular. Este
fenômeno é mostrado a seguir, em que, em alguns casos, há uma forte dependência
do coeficiente de distribuição nos raios iônicos.
        A substituição dos ETRs trivalentes por um cátion de carga diferente (p.e.,
substituição alternativa) requer a operação de um mecnismo de compensação de
carga. Isto pode ser por substituição adicional como, por exemplo, na troca do ETR
trivalente (R3+) por Ca2+ na anortita envolvendo a troca do Al3+ por Si4+, ou
possivelmente pela adição de um ânion numa posição intersticial na estrutura do cristal.
        Eu2+ pode substituir Pb2+, Ca2+, Sr2+ e Na+.


Partição
       A partição de um elemento entre duas fases, A e B, se elas são mineral/líquido,
mineral/mineral ou fundido/fundido, pode ser descrita covenientemente em termos do
coeficiente de distribuição D:

D = Concentração na fase A / Concentração na fase B

        O valor de D depende da temperatura, pressão e composição das fases. Onuma
et al. (1968) e depois Jensen (1973) demonstraram a influência que o raios iônicos e
carga têm sobre a partição do elemento no sistema mineral/fundido pela construção de
gráficos de log D versus raio, nos quais íons de mesma carga definem curvas smooth.
Os ETRs, com suas propriedades químicas e sua mudança de raio iônico com a
mudança do número atômico, são particularmente “amenable” para este tratamento
                                                                       2+
(fig. 1.7). O afastamento do Eu é o resultado da presença de algum Eu como também
Eu3+. Estes minerais com coordenação grande dos cátios, tal como allanita, favorecem
os íons ETRs leves maiores, enquanto que os de coordenação menor, como zircão,
favorecem os ETRs pesados menores. Minerais com coordenação intermediária
(apatita, titanita) têm um conjunto mais uniforme de valores D associados ou favorecem
os ETRs médios. Mesmo quando o cátion substituído é o mesmo, a natureza da curva
de partição para diferentes minerais pode ser muito diferente (as curvas 1.7a, c e d,
que envolvem a substituição do Ca2+).

Coeficientes de distribuição
        Coeficientes de distribuição mineral/fundido podem ser determinados tanto em
sistemas naturais pela análise de cristais e da matriz hospedeira de rochas ígneas
extrusivas ou experimentalmente em laboratório pela cristalização de minerais
específicos e análise destes e os fundidos coexistentes por métodos analíticos
convencionais ou com o uso de radiotraçadores. A determinação dos coeficientes de
distribuição em sistemas naturais pode ser carregada de dificuldades, principalmente
incerteza na obtenção do equilíbrio químico, a clara separação das fases, a possível
presença de inclusões nos minerais e a ausência de conhecimento das condições de

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temperatura e pressão. As análises devem ser feitas em cristais e matriz que tenham
sido purificados, assim os resultados darão uma boa indicação do comportamento de
distribuição dos elementos presentes nas rochas atualmente, e neste sentido eles
podem ser, e têm sido, usados na modelagem teórica dos processos petrogenêticos.
Determinações experimentais não sofrem das mesmas incertezas associadas que as
dos sistemas naturais e podem prover uma medida quantitativa dos efeitos de
temperatura, pressão, composição e estrutura na distribuição dos elementos. Os
experimentos, no entanto, não reproduzem todas as condições prevalecentes durante
a formação da rocha, de modo que o uso dos dados de modelagem é também sujeito a
limitações.
A compilação dos dados de coeficiente de distribuição mineral fundido para sistemas
naturais foi apresentada por Henderson (1982) que proveu a base para os valores
listados na tab. 1.7. Algumas feições específicas reveladas pelos dados da tab. 1.7
são:
a) Há um amplo intervalo nos valores dos coeficientes de distribuição dados para um
par de ETR e mineral/fundido (Fig.1.3). Esta variação às vezes é mais de uma ordem
de magnitude ou maior (Fig. 1.3b, especialmente yb); resulta dos efeitos de
temperatura, pressão e composição variáveis, como também de impurezas minerais.
b) Valores D médios para ETR, exceto En, são comumente menores que 1 para
muitos minerais formadores de rocha. No entanto, em rochas ígneas ácidas, os valores
D são sempre maiores que 1 para clinopiroxênios e anfibólios. Os ETRs pesados são
fortemente parcionados, relativos aos ETRs leves, em granada em ambos sistemas
básicos e ricos em Si (Fig.1.12).
c) Minerais acessórios podem exercer uma significante função na distribuição dos
ETRs. Coeficientes de distribuição podem ser maior ( Tab. 1.7c) e os ETRs podem ser
fortemente fracionados. Por exemplo, o Dla para allanita pode ser cerca de duas ordens
de magnitude que o Dlu ( ~ 800 cf 8). Alguns minerais acessórios favorecem as ETRs
leves (allanita), outros as ETRs pesados (zircão, Fig. 1.14).
d) Os valores D mostram que anomalias de En podem ser geradas pela cristalização
fracionada ou fusão de plagioclásio, granada, apatita, allanita, magnetita e
possivelmente clinopiroxênio e anfibólio.
e) Coeficientes de distribuição mineral/ fundido para ETRs tendem a ser mais altos nos
sistemas ricos em sílica do que nos básicos (Tab. 1.7 a,b).
Resultados de estudos experimentais de partição dos ETRs entre minerais e fundidos
sintéticos são consistentes com os resultados obtidos diretamente das análises das
fases de rochas ígneas.
        Embora valores D médios (Tab. 1.7) sejam usados em modelagem teórica dos
processos petrogenéticos a despeito da incerteza sobre sua aplicabilidade, contudo a
natureza geral dos modelos de coeficiente de distribuição ( D versus números atômico)
para muitos minerais importantes é suficientemente bem definida para permitir
significantes contrastes de serem colocados em tais modelos.
        Existem estudos de partição dos ETRs em rochas metamórficas. Metamorfismo
poderá causar redistribuição local dos ETRs se novso minerais forem formados ou se
as condições de temperatura e pressão são diferentes daquelas prevalecentes durante
a formação da rocha fonte. Redistribuição em ampla escala dos ETRs é só esperada
quando um fluido metamórfico ou metassomático é gerado ou introduzido; mesmo


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assim a natureza do fluido é importante. As condições do sob quais os ETRs são
provavelmente móveis ou imóveis são pobremente conhecidas.
      A uniformidade dos padrões de ETRs em sedimentos indica mistura ou
homogeneização dos diversos padrões produzidos pela diferenciação magmática.
Diagênese tem pouca influência na redistribuição dos ETRs, pois grandes razões
água/rocha são requeridas para causar alguma mudança na química dos sedimentos.

3- MINERALOGIA
        Para o propósito da presente discussão é necessário mencionar que ETRs
pesados Gd-Lu são freqüentemente referidos ao grupo do y; o raio iônico do y e sua
configuração concorda com os ETRs mais pesados com os quais é invariavelmente
associado em minerais e rochas. Os ETRs leves La-Eu são conhecidos com grupo de
Ce.
        Na maioria dos processos formadores de rocha os ETRs são dispersos como
constituintes menores ou traços de fases nas quais não são componentes essenciais.
Contudo, todos os minerais podem ser colocados em um dos 3 grupos de acordo com
o conteúdo total de ETR:
a) Minerais usualmente com muito baixa concentração de ETRs. Estes incluem muitos
dos minerais formadores de rocha comuns. Níveis relativos de concentração de ETRs
podem ser inferidos pelos valores de coeficiente de distribuição. Os modelos de
distribuição dos ETRs leves e pesados mostram ampla variação.
b) Minerais contendo somas mentores de ETRs, mas não como constituintes
essenciais. Cerca de 200 minerais são conhecidos de conter mais que 0.01 wt% de
ETR. Com estes minerais é possível freqüentemente reconhecer fendas característico
na distribuição dos ETRs.
c) Minerais com conteúdos maiores e usualmente essenciais de ETRs. Mais de 70
minerais caem nesta categoria e incluem todos os ETRs juntos com uns poucos
minerais que são equivalentes ricos em lantanídeos de minerais de baixo ETR, tais
como allanita e YH ? (variedades de epidoto e fluorita).
        Rochas ígneas podem conter várias centenas de partes por milhão de
lantanídeos, distribuídos em minerais maiores e acessórios. Os minerais mais comuns,
clinopiroxênios e anfibólios cálcicos mostram ter os coeficientes mais elevados.
Clinopiroxênios produzem valores > 1, mostrando que podem agir como
concentradores de ETRs. Geralmente, valores desses dois minerais caem entre 0.1 e
1. Outros minerais com coeficientes de distribuição em torno de 0.1 incluem feldspato,
piegeonita, mica e ortopiroxênio. Valores para olivina em torno de 0.01 foram os mais
baixos encontrados nos minerais analisados.
        Feldspatos invariavelmente mostram uma pronunciada anomalia positiva de Eu.
Este elemento parece ser o único ETR que pode ser reduzido ao estado redutor na
natureza e a estrutura do feldspato é que Eu2+ é prontamente aceito, resultando em
excesso de Eu no mineral relativo ao ETR de número atômico adjacente e a quebra do
padrão retilíneo de fracionamento de ETR em rochas ígneas nas quais ocorre. Ce pode
ocorrer como CE4+ sob condições oxidantes, evidenciada pela existência do mineral
cerianita CEO2, embora aqui a mudança no raio iônico seja relativamente pequena para
mudar o padrão de fracionamento de ETR.
        Em rochas graníticas os ETRs são principalmente concentrados em minerais
acessórios tais como titanita, apatita e monazita. Estes minerais tandem a concentrar

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ETRs levas e, conseqüentemente, amostras de rocha total destas rochas são
freqüentemente enriquecidas em ETR leves. Dos minerais maiores formadores de
rocha, plagioclásio, K- feldspato e biotita, nesta ordem de abundância, agem como
hospedeiros para remanescentes. Um amplo aumento nos coeficientes de distribuição
mineral/fundido tem sido observado quanto mais silicoso se torna o fundido.
       Em rochas sedimentares, tais como carbonatos e arenitos, minerais de argila
são usualmente presentes em abundância. Estes tem maiores concentrações em ETR
e y que os minerais carbonáticos e quartzo e podem por isso conter o volume de ETRs
na rocha como um todo. Minerais de argila, como produto de intemperismo de minerais
ígneos, tendem a distribuições de ETRs inerentes e médias das suas fontes.
Sedimentos oceânicos, ambos biogênicos e antigênicos, mostram distribuições de
ETRs similares àquelas da água do mar, evidentemente derivado da fonte.
       Entre os minerais metamórficos, granada é um eficiente concentrador de ETRs,
fracionando os lantanídeos mais pesados. Vários autores têm analisado granada e
piroxênio separados e eclogitos, mostrando que as ETRs mais pesadas concentram-se
na granada e os lantanídeos mais leves no piroxênio.
       Como mencionado acima, maiores concentrações dos ETRs ocorre nos minerais
acessórios de algumas rochas, como constituintes essenciais (monazita) ou
concentrados em certos minerais (apatita). Uma outra situação comum para minerais
portadores de ETRs é nos pegmatitos, uma vez que estes elementos são
freqüentemente concentrados nos fluidos residuais magmáticos dos quais essas rochas
se formam. Neste caso muita variação nos conteúdos totais e padrões de distribuição é
encontrada, resultando da tendência dos minerais de refletir as abundâncias dos ETRs
no final, repetidamente fluidos magmáticos altamente diferenciados.
Na tab. 2.1 os minerais contendo lantanídeos são listados.

5- INTERPERETAÇÃO DOS PADRÕES DE ETR
        Os ETRs são considerados como os últimos elementos traços solúveis e são
relativamente imóveis durante o metamorfismo de baixo grau, intemperismo e alteração
                                                                                2    6
hidrotermal. Michard (1989) mostrou que soluções hidrotermais têm entre 5 x 10 e 10
menos ETR que as rochas reservatórios através das quais tenham passado e sendo
assim atividade hidrotermal não é esperada de ter um efeito maior na química da rocha
a menos que a razão água/rocha seja muito grande. Entretanto, os ETRs não são
totalmente imóveis e deve-se ter cuidado na interpretação dos padrões de ETRs de
rochas fortemente alteradas ou metamorfisadas. Contudo padrões de ETRs, mesmo
em rochas levemente alteradas, podem fielmente apresentar a composição original da
fonte inalterada e um plausível grau de confiança pode ser aplicado no significado dos
picos e baixios e inclinações dos padrões de ETRs.

- Padrões de ETRs em rochas ígneas
      O padrão de ETRs numa rocha ígnea é controlado pela química dos ETRs da
sua fonte e equilíbrio crustal - melt que ocorreu durante sua evolução.
Anomalias de En são principalmente controladas por feldspatos, particularmente em
                            2+
magmas félsicos, pois En é compatível em plagioclásio e k-feldspato, em contraste
com ETRs trivalentes que são incompatíveis. Assim a remoção do feldspato de um
fundido félsico por cristalização fracionada ou fusão parcial de uma rocha na qual o


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feldspato é retido na fonte produzirá uma anomalia negativa de En no fundido. Em
menor extensão hornblenda, titanita, clino e ortopiroxêneos e granada também podem
contribuir par uma anomalia nos fundidos félsicos, embora no sentido oposto ao dos
feldspatos.
       Enriquecimento em ETRs médias relativo às leves e pesadas é principalmente
controlado pela hornblenda. Isto é evidenciado pelos coeficientes de partição plotadas
na Fig. 4.4. Os ETRs são compatíveis na hornblenda em líquidos félsicos e
intermediários e os coeficientes de partição são entre Dy e Er. Tais coeficientes de
partição altos significam que mesmo uma soma moderada de hornblenda ( 20-30%)
podem dominar o coeficiente de partição total para este intervalo de elementos e
influenciar a forma do padrão de ETRs. O mesmo efeito pode também ser observado
co clinopiroxênio, embora os coeficientes de partição não sejam tão elevados. Titanita
também pode afetar um padrão de ETRs num modo similar embora, por estar presente
usualmente em baixas concentrações, o efeito pode ser mascarado por outras fases.
       Fracionamento dos ETRs leves relativo nos pesados pode ser causado pela
presença de olivina, orto e clinopiroxênio, para um aumento dos coeficientes de
partição de uma ordem de magnitude do La ao Lu nestes minerais. Em líquidos
basálticos e andesíticos, os ETRs são todos incompatíveis em cada um desses
minerais e são só ligeiramente fracionados.
       Extremo empobrecimento dos ETRs pesados relativos aos leves é mais provável
de indicar a presença de granada na na fonte, pois existe uma ampla variação nos
coeficientes de partição dos ETRs. Em líquidos basálticos os coeficientes de partição
para lu é 1000 vezes maior que para la. O efeito é menos extremo, embora ainda
grande, nos líquidos félsicos. Horrblenda líquidos félsicos pode também contar para
extremo enriquecimento em ETRs leves em relação aos pesados, embora o intervalo
de coeficientes de partição não seja tão grande quanto o da granada.
       Em líquidos félsicos as fases acessórias como tetanita, zircão, allanita, apatita e
monazita podem influenciar padrão dos ETRs muito embora eles possam estar
presentes só em pequenas quantidades ( ~ 1% da rocha ), seus coeficientes de
partição muito elevados confirmam que eles têm uma influência desproporcional no
padrão dos ETRs. Zircon terá um efeito similar ao da granada e empobrecerá em ETRs
pesadas; titanita e apatita fracionam ETRs médio relativo aos leves e pesados; e
monazita e allanita causam empobrecimento em ETRs leves.

5.2- Padrões ETRs na água do mar e rios
       A geoquímica de águas dos ETRs é uma função do tipo de complexos que os
ETRs podem formar, o espaço de tempo que os ETRs permanecem em solução nos
oceanos (tempo de residência), e em menor escala o potencial de oxidação da água.
Os conteúdos de ETRs dos rios e água do mar são extremamente baixos (tab. 4.6),
pois eles são principalmente transportados como material particulado. Quando
normalizados à composição folhelho, as concentrações dos ETRs na água do mar são
entre 6 e 7 ordens de magnitude menores que o valor do folhelho. Águas dos rios são
cerca de uma ordem de magnitude.
       Os ETRs em águas oceânicas provêm informação sobre a contribuição dos rios,
cursos hídrotermais e fontes cólicas. No plot normalizado para folhelho (fig. 4.22) água
do mar, tende a mostrar um gradual enriquecimento nas concentrações do ETRs dos


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levos para os pesados e sempre mostra uma proeminente anomalia negativa de Ce.
Esta anomalia é expressa como Ce/Ce.* onde Ce* é um valor interpolado para Ce
baseado nas concentrações do La e Pr ou La e Nol. A anomalia do Ce ocorre em
resposta à oxidação do Ce 3+ para Ce-4+ e a precipitação do Ce 4+ em solução como
Ce O2. Anomalias de Eu na água do mar refletem contribuição hidrotemal ou eólica.
Água do rio também mostram uma pequena anomalia negativa de Ce e um aumento
nas concentrações dos ETRs dos levos aos pesados similar ao observado na água do
mar.

5.3 - Padrões de ETRs nos sedimentos.
      As concentrações dos ETRs em rochas sedimentares são usualmente
normalizadas ao padrão sedimentar NASC, embora esta prática não seja universal e
alguns autores usam a normalização condrítica.

a) Sedimentos clásticos
       O único fator mais importante contribuinte para o conteúdo dos ETRs de um
sedimento clástico é sua provenância. Como os ETRs são insolúveis e presentes em
baixas concentrações na água do mar e nos, os ETRs presentes num sedimento são
principalmente transportados como material particulado e reflete a química de sua
fonte.
       Em comparação, os efeitos de intemperismo e diagênese são menores. Estudos
mostram que embora os ETRs sejam mobilizados durante intemperismo, eles são
reprecipitados no lugar do intemperismo. Estudos mais recentes mostram, no entanto,
que no caso de extremo intemperismo da fonte pode ser reconhecido o grau de
intemperismo na química dos ETRs do sedimento derivado. Diagênese tem pouca
influência na redistribuição dos ETRs, pois razões muito amplas de água/ rocha são
requridas para causar alguma mudança na química do sedimento.
       Rochas portadores de minerais de argila também têm uma concentração mais
elevada de ETRs totais que outros sedimentos. Por esta razão muitos autores têm
usado os conteúdos de ETRs das frações argilosas de um sedimento ou sedimento ou
sedimentos ricos em argila para estabelecer os processos sedimentares e identificar a
provenância. A presença de quartzo tem um efeito diluidor nas concentrações, como
também carbonatos. A presença de minerais pesados, particularmente zircão,
monazita e allanita, podem ter um significado mas efeito errático no padrão de ETR de
uma amostra individual.

b) Sedimentos químicos
       Sedimentos químicos são mais prováveis de refletir a composição da água do
mar da qual foram precipitados. Isto é visto nos módulos ferromagnesianos que
mostram padrões de ETRs que são o inverso de um padrão de água do mar, isto é,
são enriquecidos em ETRs levos relativo aos pesados e mostram uma anomalia
positiva de Ce. Isto não é uma feição universal dos nódulos ferromagnesianos, no
entanto, pois a composição dos sedimentos químicos também refletem condições
locais redox e é fortemente influênciada por mudanças pós-deposicionais.

Sm ao Tb → TRM


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contração lantanídea → preenchimento do subnível 4f (14 elétrons) quanto maior a
massa menor raio iônico.
                La           Eu                   Lu
m              57            1,09(2+)               71
ri             1,05        0,95 (3+)             0,85


             leves                          pesados

- TR trivalentes com raio iônico entre 1,03 e 0,86 podem substituir Ca2+, Zr4+,U4+,
Th4+, Y3+ → as TR se concentram nas frações cristalinas tardias e feições residuais.

- raio iônico aumenta o elemento fica mais incompatível ( KD menores) →
enriquecimento geral das TR, principal TRM, nas frações tardias da criastalização
fracionada e nos líquidos residuais, bem como nas frações iniciais da fusão parcial.
- Eu tem raio iônico ~ Sr
- Y ~TRP
- Sc capturado pelos retículos contendo Fe → decréscimo de sua concentração durante
a cristalização fracionada.
- Rochas ultrabásicas para alcalinas → enriquecido em TR
- Rochas ultrabásicas → TR nos minerais essenciais (fêmicos TRM e TRP).
- Rochas alcalinas→ TR nos minerais acessórios (sódicos - TR       ).

COMPORTAMENTO DAS TR DURANTE FUSÃO.
• TRP empobrecimento no líquido pela atuação da granada, anfibólio, zircão e
piroxênio.
• TRL - apatita, titanita, monazita, allanita
• TRM - apatita, titanita, hornblenda.

                            (+) Atuação de ho, clinopy,gr, ap
- Anomalia de Eu na fusão
                                         (-) (plagioclásio) feldspato


- Composição mineral de uma fusão função da composição dos elementos maiores e
condições de cristalização.

- Composição dos elementos tracos função da concentração dos elementos traços na
rocha fonte; extensão da fusão parcial; fases sólidas (resultados) que permaneceram
após a remoção do fundido; qq diferenciação que ocorra antes da completa
cristalização da fusão; e qq interação com rochas, outras fusões e fluidos.

- Os elementos traços distribuem-se nos minerais de acordo com KD e as paragêneses
envolvidas.


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- Composição condrítica para Terra como um todo TR concentradas no manto durante
a diferenciação primária ( separação núcleo-manto) manto com padrão de distribuição
de TR // ao condrito, levemente mais enriquecido em TR totais. A fusão progressiva do
manto poderia produzir basaltos e outras rochas crustais que levava, com passar do
tempo geológico, a um empobrecimento relativo das TRL nas regiões fonte.

- Komatitos peridotíticos grandes proporções (+ 50%) de fusão de área fonte no manto
ou pequenas proporções de fusão de fases sólidas residuais em diápiros no manto
olivina e clinopiroxênio principais fases minerais envolvidas. empobrecimento
diferenciado da TRL em komatitos pode ser explicado pela remoção sucessiva de
magmas, sendo os líquidos iniciais os menos empobrecidos em TRL - ou - diferentes
empobrecimentos em TRL relacionados com a fusão parcial de áreas fontes diferentes,
que teriam sido submetidas a graus variáveis de empobrecido em TRL e outros
elementos litófilos prévios de fusão parcial.
-Toleítos arqueanos (TH1 e TH2) parecidos com toleítos modernos de arcos insulares
calcio-alcalinos, respectivamente.
Granada e anfibólio importantes fases residuais na gênese dos magmas TH2 para
explicar o empobrecimento em TRP.
Basaltos das cadeias me-oceânicas empobrecido em TRL episódios anteriores de
fusão parcial.
Basaltos de rifts continentais enriquecido em TRL contaminação crustal.

-Andesitos arqueanos (I, II, III)

I ~ andesito moderno calcio-alcalino
II ~ andesito moderno potássico
III ~ andesito de arcos insulares- com enriquecido em TR e anomalia E/u.

I e II      granada e/ou anfibólio residual durante sua formação e podem estar
relacionadas com toleítos por graus variáveis de fusão parcial ou cristalização
fracionada.

III    Fusão parcial do plagioclásio-peridotito.

- Vulcânicas félsicas arqueanas     FI e FII
FI     dacitos modernos, mais pobres em TRP
FII     riolitos modernos
FI     pequenas quantias fusão parcial de eclogito, granada-anfibolito ou anfibolito
podendo estar relacionadas com toleítos TH2 e andesitos I e II, por diferentes graus de
fusão.
FII    pode ter fonte crustal, sendo geradas por pequenas proporções de fusão de
granulitos andesíticos, metagrauvacas ou da seqüência bimodal tonalito-anfibolito.

-Rochas plutônicas

Tonalitos e trondjenitos→fusão parcial de fontes máficas com diferentes atuações de
granada, anfibólio, piroxênio e plagioclásio como fases residuais.

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Granodioritos, quartzo-monzonitos e granitos→forte anomalia (-) de Eu grande parte
formados a partir de fontes crustais, com feldspato como fase residual.
Anortositos→ anomalia (+) Eu→ processos cumulíticos de plagioclásio.
Ambos→muito pequenas grau h/v de fusão de granada - lherzolito e/ou eclogito não
empobrecidos em LIL → explicar intensos fracionamentos entre TRL e TRP.
Alcalinas→empobrecidas em TR, mormente TRL→pequenas proporções de fusão
parcial do manto, seguido de cristalização fracionada e uma importante atuação de
uma fase rica em voláteis.

SEDIMENTAÇÃO

-Uniformidade dos padrões de abaundância (em TR) → indica mistura ou
homogeneização dos diversos padrões produzidos pela diferenciação magmática.
-TR tem curto tempo de residência ( < 1000 anos) e baixa sosolubilidade → Na água do
mar esses elementos são transferidos quase quantitativa para as rochas sedimentares
clásticas→ os conteúdos de TR de rochas sedimentares clásticas são considerados
como representativas dos padrões de TR da crosta continental superior, ou seja, da
mistura física dos diferentes padrões de TR das rochas submetidas ao intemperismo e
erosão             modificação dos padrões de TR de sedimentos através do tempo
→evolução crustal.

- Piper (1974) → rochas sedimentares não apresentam anomalia de Ce → indica que
não houve equilíbrio com a água do mar ( tem anomalia - de Ce).
- Sedimentos químicos de Fe-Mn, do paleozóico ao recente, têm anomalia (-) de Ce.

- Sedimentos químicos mais velhos que 2 Ga → + enriquecidos em Eu que os clásticos
contemporâneos→ indica que durante o intemperismo, transporte e deposição das TR,
                           2+             3+
Eu estava presente como Eu em vez de Eu .

- Composição pós-arqueana → enriquecidos em K, Si, Th, TR e na razão 87Sr/86Sr.

- Composição arqueana→ enriquecidas em Na, Mg, Ca, Eu.
Modificação causada pelas solumosas intrusões de grantios potássicos no fim do
arqueano.

-Sedimentos clásticos arqueanos →padrão médio de TR→tonalito e andesito pós-
arqueanos→granodioritos.

- Anomalia negativa de Eu→gerada durante evento de fusão parcial ou cristalização
fracionada a baixa profundidade// (< 40km) onde o plagioclásio cálcico é estável, sua
presença nos sedimentos clásticos pós-arqueanos fornece clara evidência de que
fusão crustal passou a ser importante.


 Importante modificação composicional no final do arqueano.


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Fm            Eu2+                      Eu3+

ferrífera   arqueano         oxidação    pós


METAMORFISMO

-Pouca modificação estudo do material pré-metamórfico → mesmo nos casos onde
ocorrem profundas modificações na distribuição das TR ( e elementos LIL) por
percolação de fluidos, é possível reconhecer alguns padrões primários pela
consistência dos padrões de TR em várias amostras e pela comparação com padrões
de rochas similares de outras regiões.

- Fusão parcial provoca importantes fracionamentos na TR e durante anatexia deverá
ocorrer fracionamento de TR com enriquecimento de TRL no líquido.

Remobilização das Terras Raras

     remobilização das TR aumenta com a razão fluido/rocha.




(473) Streckeisen, A; 1976. To each plutonic rock its proper name.12,1-33. Earth
Science Perrens.

1- quartzolito
2- granitóides ricos em quartzo
3- álcali-granito
4- granito
5- granodiorito
6- tonalito
7- álcali-sienito
8- sienito
9- monzonito
10- monzodiorito/monzogabro
11- diorito/gabro
     anortosito

(474) Ivone, TN and Baragar, WRA; 1971. A gude to the chemical calssication of the
commor volvanic rodos Can. J. Earth Sci, 8,523.

II- Rochas sub-alcalinas
a) série basalto teleítico

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               basalto picrito toleítico; toleíto; andesito toleítico.

b) série cálcio-alcalina
   basalto de alto Al; andesito; dacito;riolito.

II- Rochas alcalinas

a) série alcali-olivina-basalto
b) alcali-basalto picrito; ankaramito.




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                                     MANGANÊS

1- Abundância e caráter geoquímico

      O Mn é, depois do Ti, o oligoelemento mais abundante das rochas ígneas.
Devido ao ato que a determinação quantitativa do Mn nos minerais e nas rochas por
métodos calorimétricos de análise é bastante fácil, é incluído na lista dos componentes
que se determina no curso das análises petrográficas. Na tab. 1 indica a abundância do
Mn nas rochas:

Tab. 1- Abundância do Mn

        Matéria                                 Mn (g/ton)
        Sideritos                                   300
        Troilitas                                   460
        Litítos                                   2.600
        Rochas Ígneas                      1.000 - 2.200

       Do ponto de vista geoquímico o Mn é um metal muito litófilo. Está concentrado
na fase silicatada dos meteoritos e na litosfera. Na litosfera superior o Mn é oxífilo. Não
é siderófilo, mas tem certa tendência calcófila, que se reflete em seu comportamento
nos processos metalúrgicos. O caráter calcófilo do Mn nos meteoritos está bem
definido, como o demonstra sua presença na oldhamita, (Ca, Mn)S.

2- Minerais de Mn
       Mn está relacionado com o Fe em suas propriedades químicas. No Sistema
Periódico, o Mn está ao lado da tríade Fe-Co-Ni. Na realidade, assemelha-se ao Fe em
muitos aspectos relativos a sua forma de apresentação na natureza. Sem dúvida,
também existem diferenças fundamentais entre ambos metais a esse respeito. Como o
Cr, Mn forma vários minerais independentes nas rochas ígneas, porém podem ser
raros e sem importância geoquímica . Quase todos os grupos de minerais de
importância petrográfica contém um composto de Mn que se encontra, às vezes,
formando um mineral independente.
       Nos fundidos artificiais de silicatos, o Mn forma o metassilicato simples, o
ortossilicato simples correspondente e o composto 3MnO.2SiO2. O ortossilicato,
manganolivina, se encontra na natureza formando o mineral raro tefroíta, Mn2[SiO4],
que contém 70,25% de Mn. A tefroíta também forma mesclas isomorfas com a faialita,
conhecidas pelos membros manganofaialita e knebelita (Mn,Fe)2[SiO4]. O metassilicato
se conhece na forma de rodonita, (Mn,Fe,Ca)[SiO3]. Entre os silicatos de Mn de
composiçãomais complicada se encontram a granada espessartitia, Mn3Al2[SiO4]3,
com 15-40% de MnO; manganepidoto, ardenita que é um membro do grupo da zoisita;
a manganhendergita; as micas manganesíferas alurgita; manganoflogopita ( com até
18% de MnO) e a manganofilita; a manganoclorita e outros mais. A elvita, Mn8[(S2) (Be
SiO4)6] é uma curiosidade mineralógica, excetuando-se provavelmente a localidade de



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Geoquímica dos elementos Terras Raras
Geoquímica dos elementos Terras Raras
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Geoquímica dos elementos Terras Raras
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  • 1. Ariadne do Carmo Fonseca GEOQUÍMICA DOS ELEMENTOS TERRAS RARAS (ETR) Objetivos: prover informação sobre a química, geoquímica, mineralogia, apresentação e interpretação dos dados, uso como traçadores isotópicos e petrogenéticos. Ementa: 1- INTRODUÇÃO 2 - GEOQUÍMICA 2.1- Estados de oxidação 2.2- Raio iônico e coordenação dos elementos 2.3- Substituição e partição dos elementos 3 - MINERALOGIA 4 - APRESENTAÇÃO DOS DADOS 4.1- Dificuldades com a normalização condrítica 4.2- Escolhendo um conjunto de valores normalizados 4.3- Diagramas de razão dos ETRs 4.4- Normalização NASC para sedimentos 4.5- Normalização por rocha 5 - INTERPRETAÇÃO DOS DADOS 5.1-Padrões de ETRs em rochas ígneas 5.2- Padrões de ETRs em água do mar e rios 5.3- Padrões de ETRs nos sedimentos 6- GEOQUÍMICA ISOTÓPICA DOS ETRs 6.1- Sm - Nd 6.2- La - Ce e La - Ba 6.3- Lu - Hf BIBLIOGRAFIA 1- Geoquímica do ouro. Elementos e minerais guias. Tipos de depósitos e prospecção mineralógica-geoquímica. Objetivos: prover informação sobre a geoquímica, mineralogia, forma de ocorrência na natureza e detecção de depósitos exploráveis. Ementa: www.geobrasil.net 1
  • 2. Ariadne do Carmo Fonseca 1- Abundância e caráter geoquímico 2- Forma de apresentação na litosfera superior 3- Ciclo do Au 4- Forma de apresentação na biosfera 5- Amostragem 6- Veios de Au e mineralização associada 7- Minérios de Au-U em conglomerados 8- Prospecção mineralógica-geoquímica Bibliografia 1- Geoquímica do Cr, Ni, T e V em rochas ultrabásicas e metaultrabásicas. Objetivos: prover informação sobre a geoquímica desses elementos, mineralogia, forma de ocorrência de seus depósitos em rochas ultrabásicas e metaultrabásicas. Ementa: 1- Cromo 1.1- Abundância e caráter geoquímico geral 1.2- O Cr nas rochas ígneas 1.3- Ciclo do Cr 1.4- Minérios de Cr 2- Níquel 2.1- Abundância e caráter geoquímico geral 2.2- Níquel nos sulfetos metálicos 2.3- Ni nas rochas ígneas 2.4- Ciclo do Ni 2.5- Minérios de Ni 3- Titânio 3.1- Abundância e caráter geoquímico 3.2- Minerais de Ti 3.3- Ciclo do Ti 3.4- Minérios de Ti 4- Vanádio 4.1- Abundância e caráter geoquímico geral 4.2- Vanádio nas rochas ígneas 4.3- Ciclo do V www.geobrasil.net 2
  • 3. Ariadne do Carmo Fonseca 4.4- Vanádio nas rochas metamórficas 4.5- Minérios de V 5- Minérios de Cr associados como rochas máficas e ultramáficas 6- Minérios de sulfetos de Fe-Ni-Cu associados com rochas máficas e ultramáficas 7- Óxidos de Fe-Ti associados com rochas ígneas Bibliografia 3- Geoquímica do Al, Mn e Cu 1- Alumínio 1.1- Abundância e caráter geoquímico geral 1.2- Alumínio nas rochas ígneas 1.3- Ciclo do Alumínio 1.4- Minérios de alumínio 2- Manganês 2.1- Abundância e caráter geoquímico 2.2- Minerais de Mn 2.3- Manganês nas rochas ígneas 2.4- Ciclo do Mn 2.5- Mn nas rochas metamórficas 2.6- Minérios de Mn 3. Cobre 3.1-Abundância e caráter geoquímico geral 3.2-O Cu nas rochas ígneas: minérios de Cu 3.3- Ciclo do Cu 4- Tipos de Depósitos do Mn: associação argilito-dolomita; afiliação vulcânica e marinhos modernos 5- tipos de Depósitos de Cu: U-V-Cu associados a arenitos; Cu-Fe-Zn em ambientes vulcânicos; Cu-Mo associados às rochas ígneas intrusivas porfiríticas (porfíro Cu); Cu-Pb-Zn em veio. www.geobrasil.net 3
  • 4. Ariadne do Carmo Fonseca ALUMÍNIO 1- Abundância e caráter geoquímico geral Alumínio é o metal mais abundante nas rochas ígneas. De todos os demais elementos, o oxigênio e silício são os únicos que superam o alumínio. Considerando-se a abundância cósmica, resulta que o Fe e Mg são mais abundantes que Al. O número atômico do Al é ímpar (Z=13) e consequentemente este metal, segundo a regra de Oddo e Harkins, dura ser menos abundante que seus vizinhos e Mg e Si. Mas isto não se cumpre nas rochas ígneas e é evidente que o Al deve ser muito concentrado na litosfera superior. Abundância cósmica do Mg maior é facilmente explicada levando-se em conta sua forma de apresentação nos meteoritos. Tanto a abundância do Mg como a do Fe, nos meteoritos, é muito superior a do Al devido ao fato que Fe é o componente principal dos sideritos e litossíderitos e que os silicatos dos lititos são formados principalmente por Mg. Na tabela abaixo é indicado a abundância do Al. Material Al (%) Fe-meteorito 0.0040 Si-meteorito 1.79 rochas ígneas 8.13 Tais percentuais demonstram que o alumínio é um elemento completamente litófilo, como os elementos alcalinos e alcalinos terrosos. É evidente que Al quase falta por completo nas esferas mais profundas da Terra e está concentrado quase quantitativamente na litosfera. 2- Al nas rochas ígneas Na litosfera superior Al é um elemento oxífilo muito pronunciado. Está sempre combinado com oxig6enio e não são conhecidos sulfetos de Al. A tendência do Al a concentra-se na litosfera superior é refletida também no seu comportamento durante a diferenciação magmática. Nos primeiros produtos de cristalização não se encontram quantidades de Al dignas de menção. Entre os cristalizados iniciais só os feldspatos plagioclásicos dos anortositos e espenélios contém Al como componente essencial. A escassez do Al nos cristalizados iniciais é comprovado pela pobreza em Al nos dunitos. Incluso nos hornblenditos, que não se pode incluir entre os cristalizados iniciais, o conteúdo de Al é muito menor que nas rochas que se formam durante o estágio principal de cristalização. O Al se concentra algo nas primeiras rochas que cristalizam no referido estágio; mas o conteúdo diminui com o avançar da diferenciação. Assim o conteúdo médio em Al dos gabros é maior que nas rochas silicáticas. Os feldspatos, que são os componentes de maior importância quantitativa das rochas ígneas, são aluminossilicatos de certos metais mono e bivalentes. Portanto, são www.geobrasil.net 4
  • 5. Ariadne do Carmo Fonseca os que contêm a maior a parte do Al litosférico. Como alguns metais trivalentes podem substituir teoricamente o Al na estrutura feldspática, o grau dessa substituição é demasiado pequeno para ter importância goquímica. No quadro abaixo é dado o conteúdo teórico em Al dos feldspatos mais importantes: Mineral Al (%) ortoclásio e adulária 9,69 k[AlSi3O8] Microclina e Sanidina 9,69 (Na,K) [AlSi3O8] Albita Na[AlSi3O8] 10,29 Anortita Ca[Al2Si2O8] 19,40 A anortita contém quase o dobro da quantidade de Al que a albita e os feldspatos potássicos. Consequentemente, os feldspatos plagioclásicos das rochas ígneas básicas, que são sempre relativamente ricos em anortita, contêm mais Al que os plagioclásios ricos em albita e que os k-feldspatos das rochas ácidas. Isto explica que Al se concentre nos primeiros produtos do estágio principal da diferenciação magmática. Na série alcalina, os sienitos e nefelina sienitos contêm mais alumínio que as rochas cálcio-alcalinas de igual conteúdo de Si. Isto se deve à abundância de feldspato sódico e feldspatóides entre seus componentes principais: a nefelina, leucita e cancrinita possuem mais Al que o k-feldspato. Além dos feldspatos, as micas contêm também Al como um dos seus componentes principais. Do ponto de vista geoquímico, a biotita é o membro mais importante do grupo das micas; a muscovita é menos importante. As variedades distintas de biotita contém de 10 a 20% de Al2O3. Por sua parte, a muscovita e micas análogas contêm mais alumina, às vezes mais de 30%. A muscovita é o componente essencial quase unicamente nas rochas graníticas e falta por geral nas rochas básicas. A biotita cristaliza antes da muscovita, pelo qual pode separa-se dos magmas ricos em água numa fase bastante precoce. Portanto, a presença ou ausência de biotita não influi demasiado sobre o conteúdo de alumina nas rochas ígneas, enquanto que se existe muscovita, o conteúdo de Al pode aumentar algo nas rochas cristalizadas até no final do estágio principal de diferenciação. Sem dúvida, o efeito da muscovita é menos pronunciado que dos feldspatos. Ademais, a maior parte da muscovita dos granitos, senão na totalidade, é de origem secundária proveniente da alteração dos feldspatos. Os piroxênios e anfibólios, em particular augita e hornblenda, que são os termos mais importantes desses grupos minerais, contém Al com regularidade. Sem dúvida, seu conteúdo em Al é menor ou aproximadamente igual ao da totalidade da rocha. Al forma silicatos a temperaturas elevadas no sistema Al2O3.SiO2, a saber: sillimanita Al2O3.SiO2 (tb cianita, andaluzita) mullita 3Al2O3.2SiO2. Também se conhece o silicato Al2O3.2SiO2, metacaolinita, que se obtém ao subtrair água da caolinita Al4[(OH)8/Si4O10]. Sem dúvida, a metacaolinita não é estável a temperaturas elevadas e não se pode obter por cristalização direta dos fundidos de silicato alumínico. As www.geobrasil.net 5
  • 6. Ariadne do Carmo Fonseca propriedades óticas da melleta e sillimanita são quase iguais e não se pode distinguir entre si a não ser por difração de raios-X e análise química. Sem dúvida, a mullita é mais rara: só se encontra nos contatos ígneos. A sillimanita, cianita e andaluzita são componentes de rochas metamórficas, mas se encontram raramente nas ígneas ou em pequenas quantidades nos contatos ígneos. A exposição precedente demonstra que o Al não se encontra nas rochas ígneas como silicatos simples, senão que está sempre combinado com outros metais formando aluminossilicatos complexos. Todo silicato consiste em uma trama de tetraedros de [SiO4], que se combinam de diversas maneiras nos distintos grupos de minerais formando estruturas regulares. Uma parte de Si4+ dos tetraedros de [ SiO4] pode ser substituída por Al3+. Devido à grande diferença entre o tamanho dos íons, a substituição nunca é completa. Sua extensão depende, ademais do tipo estrutural do mineral afetado. Nos feldspatos, todo Al existente substitui o Si nos tetredros de si-O e o retículo dos cátions está formado + + 2+ 3+ unicamente por íons K , Na , Ca , etc... Da mesma forma, o Al substitui parcialmente 4+ o Si nos anfibólios, piroxênios e micas. Nos anfibólios só se pode substituir 1/3 dos íons de Si4+ por Al3+. Nestes minerais se encontra também Al fora da trama Si-O, ocupando uma posição semelhante a do Mg e Fe. Apesar do tamanho menor, o Al substitui neste caso de forma diadócica o Mg2+ e Fe2+. O número de coordenação é 6. 3+ Os íons de Fe apresentam-se da mesma maneira. Nos outros grupos importantes de silicatos, Al ocupa também duas posições estruturais diferentes. O Al, o mesmo que Ca e Mg, não se apresenta nas rochas ígneas na forma de óxido simples. O conríndon, α - Al2O3, encontra-se unicamente quando o Al predomina, tanto sobre o Ca como os metais alcalinos; neste caso não se pode unir todo Al nos feldspatos. Portanto, a presença de conríndon nos pegmatitos, nas rochas metamórficas, etc..., é uma prova de um conteúdo em Al excepcionalmente grande. Entre outros minerais de Al se encontram o crisoberilo, Al2BeO4, que ocorre em pegmatito granítico e aplito; o topázio, Al2[F2/SiO4], relacionado à atividade peneumatolítica; muitos fluoritos, carbonatos, numerosos fosfatos e sulfatos. 3- Ciclo do Al O ciclo do Al é simples e conhecido em todos os detalhes. Durante a meteorização se dissolve na forma iônica dos feldspatos e outros silicatos. Em condições normais, estes minerais se dissolvem por completo. O Al permanece dissolvido tanto em solução ácida (pH<4) quanto básica (pH>9) e o hidróxido de Al se precipita unicamente na proximidade do pH neutro. Também se precipita o hidróxido de Al quando a solução se concentra por evaporação. Quando uma solução ácida torna neutra ou básica ( por desprendimento de CO2, que é o principal causador da acidez das águas naturais ou por reação com CaCO3) se precipita hidróxido de Al. Como a sílica permanece em solução nessas condições, depósitos de Al de grande pureza são formados. Sem dúvida, alumina e sílica também podem reagir entre si formando minerais argilosos cristalinos, e uma pequena parte desses compostos coagular-se formando hidrogels. Sabe-se que os solos de sílica e alumina, cuja concentração seja aproximadamente de 0,1%, precipitam mutuamente com rapidez. A desintegração das micas por meteorização é, com freqüência, incompleta e se extraem principalmente os www.geobrasil.net 6
  • 7. Ariadne do Carmo Fonseca metais alcalinos. Dessa forma, a trama Si-O permanece intacta em grande parte e pode converter facilmente em argilas, por reações com as soluções meteorizantes. Os minerais argilosos são silicatos de Al hidratados. Com freqüência, algo de Al está substituído por Fe3+ e Mg2+ por pequenas quantidades de metais alcalinos e alcalinos terrosos. Os minerais argilosos mais importantes são a illita, de composição semelhante às micas brancas; a montmorillonita, Al2[(OH)2/Si4O10]nH2O, e a caolinita, Al4[(OH)8/Si4O10]. A illita contém k como componente essencial. Tem importância geoquímica a capacidade de intercâmbio de bases dos minerais argilosos em particular a montmorillonita, que é devido em parte a uma substituição estrutural. Os metais alcalinos se substitui com bastante facilidade, enquanto que os alcalinos terrosos estão mais sujeitos à estrutura. A formação preferencial de montmorillonita ou de caolinita durante a meteorização depende da quantidade de metais alcalinos e alcalinos terrosos extraídos na decomposição e do pH das soluções meteorizantes. Quando os metais citados são extraídos totalmente por águas circulantes e quando as soluções ácidas contêm muito dióxido de carbono se forma predominantemente caolinita. Ao contrário, quando a lixiviação é incompleta e a solução é alcalina ou neutra se forma montmorillonita. A caolinita será muito pura se o Fe tem sido extraído durante a meteorização na forma de componentes ferrosos estáveis em presença de dióxido de carbono, ácido sulfúrico e substâncias húmicas. Tais jazimentos têm importância como matérias primas para a indústria de cerâmica. Na podzolização do solo florestal nos climas temperados e húmidos se formam normalmente minerais argilosos caoliníticos. Ao contrário, os minerais argilosos se decompõem com freqüência com separação de sílica por lixiviação quando se verifica a meteorização tropical. O hidróxido de alumínio, junto com o ferro, está muito estendido entre os produtos da meteorização tropical, mas se encontra também em alguns solos (terra vermelha) dos climas mediterrâneos. Todos os minerais argilosos têm estruturas de filossilicatos com Al3+ como cátion mais importante e mais comum. À semelhança das micas, os minerais argilosos contêm tetraedros de [SiO4], distribuídos em camadas bidimensionais que, sem dúvida, não estão unidas diretamente por cátions para formar redes tridimensionais. A maioria dos minerais argilosos contém uma camada independete de Al (O,OH)6 intercalada entre as camadas de tetraedros de [SiO4]. Nas micas, o cátion (Mg2+,Fe2+,Fe3+,Al3+, etc...) e o íon Si4+ compartilham um íon de O, enquanto nos minerais argilosos existem dois íons de oxigênio, -O-O, ou uma de oxigênio e de hidroxila, -O-OH, entre os íons de Si e Al. As ligações entre o Si e Al é mais fraca nos grupso Si-O-Oal e Si-O-OH-Al que no grupo Si-O-Al das micas. Parece que o Al dos minerais argilosos, os quais se formam sepre a temperaturas baixas, é quase por completo incapaz de substituir de forma diadócica o Si nos tetraedros de [SiO4]. Em todo caso, esta substituição é muito mais limitada que nos aluminossilicatos das rochas ígneas. Nos minerais argilosos o Al se encontra quase sempre fora da trama de Si-O na forma de íon com número de coordenação 6, porque a forma de apresentação do Al nos minerais rgilosos difere notavelmente daquela mostrada nos aluminossilicatos das rochas ígneas. Um dos efeitos da diferença que existe entre a estrutura cristalina das micas e dos minerais argilosos é que nos últimos a exfoliação paralela às camadas de estrutura é com freqüência, mais proeminente que nos primeiros. Devido à exfoliação perfeita se produzem partículas mais finas durante o transporte. Em conseqüência, ao verificar-se www.geobrasil.net 7
  • 8. Ariadne do Carmo Fonseca a sedimentação no mar, os minerais argilosos e os grãos minerais, finamente divididos, separam-se dos inalterados de grã grossa, com o que se pode formar argilas de grande pureza. A concentração de Al nos hidrolisados é um traço muito característico deste grupo de sedimentos. Como o conteúdo médio em Al das rochas ígneas (~8,13%) é quase igual à média correspondente das argilas norueguesas, tem-se de levar em conta que estas argilas são de origem glacial e foram depositadas em clima frio, tendo sofrido mudanças químicas relativamente pequenas. Nas argilas que se formam por meteorização intensa as mudanças são mais pronunciadas e, em conseqüência, o conteúdo em Al deve ser maior. Como o conteúdo em Al da água do rio é pequeno, este metal se encontra constantemente nessa. O balanço geoquímico de Al na água do mar demonstra também que o coeficiente de transferência é muito pequeno neste caso. Estas observações indicam que o Al não se conserva permanentemente nas soluções procedentes da meteorização. Devido ao fato que o hidróxido é uma fase débil, os sais solúveis de Al se hidrolisam em seguida nas águas naturais comuns e se separam ulteriormente com os produtos sólidos da meterorização. Em conseqüência, os inatacados se empobrecem em Al, enquanto que os hidrolisados se enriquecem e é evidente que o conteúdo destes em Al aumentará proporcionalmente à intensidade da mudança na sua composição química. A deposição do Al nos hidrolisados é quase quantitativo, é dizer que a quantidade de Al que sai dos minerais na meteorização passa na forma quantitativa aos hidrolisados e só se encontram numa parte muito pequena nos precipitados, oxidados e evaporados e na água do mar. Depois de sua deposição os hidrolisados “envelhecem” muito antes que os processos diagenéticos comecem atuar. O envelhecimento consiste na cristalização dos gels (colóides), que existiam todavia, para formar minerais argilosos. Os sedimentos endurecidos podem participar nos eventos metamórficos, durante os quais podem ser formados micaxistos e outras rochas de composição química correspondente a dos sedimentos argilosos. Todas essas rochas se caracterizam por um alto conteúdo em Al, que pode servir de critério para averiguar se uma rochas muito metamorfisado é de origem ígnea ou sedimentar. 4- Minérios de Al Vários jazimentos extensos de minérios de Al são produtos puros de meteorização localizados “in situ”. Os minérios mais importantes de Al constam de bauxita e se originam por meteorização laterítica. A bauxita e laterita constam de diásporo (α - AlOOH), boehmita (γ - AlOOH), gibsita (hiddrargilita- γ - Al(OH)3), hidróxido de Fe. Com exceção da criolita, todos os minérios de Al de importância técnica são de origem sedimentar continental. Os jazimentos de bauxita estão localizados com freqüência em seu sítio original, o que permite apreciar a natureza da rocha fonte. Existem bauxitas silícicas e calcáreas que são bastante parecidas quimicamente. As bauxitas silícicas se formam por laterização prolongada de rochas ígneas, de preferência as básicas, como gabros diabásios e, em particular, os basaltos. As águas subterrâneas carbonáticas podem desempenhar um papel ativo na formação direta do hidróxido de Al a partir de rochas ígneas básicas. Este grupo compreende, por exemplo, as bauxitas da Alemanha, as do Maciço Central Francês e Arkansas (USA). www.geobrasil.net 8
  • 9. Ariadne do Carmo Fonseca Muitos desses jazimentos se encontram em regiões que apresentam sinais de atividade vulcânica terciária, o que constitui uma prova da existência de um clima tropical durante sua formação. As bauxitas calcárias se formam a partir das margas argilosas impuras pela ação das águas que contêm dióxido de carbono em clima quente. A matéria argilosa da marga se converte em bauxita e o carbonato de Ca é extraído em foram de bicarbonato. Estes jazimentos de bauxita são freqüentes em muitos lugares da Europa Central, Oriental e Meridional. O caolim, que é uma mistura de caolinita e outros minerais argilosos, tanto cristalinos como amorfos, é uma matéria prima importante na indústria cerâmica. www.geobrasil.net 9
  • 10. Ariadne do Carmo Fonseca COBRE 1- Abundância e caráter geoquímico geral A abundância cósmica do Cu é bastante grande em comparação com a dos outros metais pesados. Na tab. 1 são indicados os percentuais gerais de abundância do Cu. Tabela 1- Abundância do Cu Material Cu(g/ton) Fase metálica dos sideritos 100-400 até 1000 Fase metálica dos 0-3 Troilita dos sideritos 100-600 Fase silicatada dos condritos 1,5 Rochas ígneas 60-70 O conteúdo médio em Cu das diversas fases meteoríticas não é fácil de determinar devido ao fato que a quantidade desse metal nos meteoritos mostra grandes flutuações, mais pronunciadas que as da maior da maior Parte dos elementos restantes. Sem dúvida, os resultados obtidos demonstram que na fase silicatada deve existir muito pouco cobre ou nenhum, enquanto que o conteúdo na fase emtálica tem um valor apreciável, e a sulfatada pode conter todavia mais. Portanto, é evidente que do ponto de vista geoquímico, o Cu é principalmente calcófilo, não sem certa tendência siderófila. Estas conclusões se confirmam observando a foram de apresentação do Cu na litosfera superior. Está comprovado que o Cu mostra grande afinidade para o S e que é um dos componentes mais típicos dos minérios de sulfetos. Por outro lado, no Fe nativo terrestre se encontra um pouco de Cu e nos metais do grupo da Pt (nativos) chega a encontrar-se 13% de Cu, junto com alguns outros minerais, com o qual logo aparece incorporado, no estado nativo, a uma fase metálica separada da outra silicatada. As observações realizadas nas fundi;ções de Cu demonstram que este metal é um dos que possuem maior afinidade para o S de todos os que formam sulfetos. A afinidade dos metais para o S durante a fusão dos sulfetos diminui na seguinte ordem: Mn-Cu-Ni-Co-Fe-Sn-Zn-Pb-Sb-Ag máxima mínima Esta é a série de Fournet e Schutz, na qual o Cu ocupa o segundo lugar. Certamente a abundância de Cu nas rochas ígneas é maior que a indicada, já que podem ser introduzidas no ciclo exógeno quantidades consideráveis de Cu devido à atividade, magmática final. 2- O Cu nas rochas ígneas: minérios de Cu A grande afinidade do Cu para o enxofre constitui a base do tratamento metalúrgico dos minérios de Cu. Do mesmo modo, essa propriedade é o fator que www.geobrasil.net 10
  • 11. Ariadne do Carmo Fonseca determina a forma de apresentação do Cu na crosta terrestre. Os minerais mais importantes de Cu são os fulfetos e sulfossais, e é evidente que a maior parte, com grande diferença, do Cu da litosfera superior está contida nesses minerais. Como conseqüência, o Cu pertence ao grupo dos elementos sulfófilos, mesmo não tendo este caráter muito acentuado. Os silicatos de Cu mais importantes são crisocola, CuSiO3.nH2O, e o dioptásio, Cu3[Si3O9].3H2O . O primeiro é bastante freqüente, mas nenhum dos dois é componente das rochas ígneas. Sua presença é restrita principalmente aos filões hidrotermais, sendo por isso de pouca importância para geoquímica do Cu. O cobre se encontra principalmente, ou quase por completo, na forma de calcopirita (CuFeS2) nas rochas ígneas normais inalteradas pertencentes ao estágio principal da cristalização, enquanto que só uma pequena quantidade se encontra na forma de bornita (Cu5FeS6) e cubanita (CuFe2S3). Assim resulta que o cobre, à semelhança do molibdênio, tem uma grande tendência a combinar-se com todo o S disponível na cristalização das rochas. Sem dúvida, a composição dos sufletos de Cu que resultam é mais complicada que no caso do Mo, que só produz molibdenita (MoS2). Os sulfetos de Cu e Fe citados são sempre os últimos minerais que cristalizam e preenchem os interstícios deixados pelos outros minerais nas rochas ígneas. O conteúdo médio de Cu nas rochas ígneas é: Cu(g/ton) Básicas 149 Intermediárias 38 Ácidas 16 Estes dados demonstram que o cobre se concentra nas rochas básicas. É provável que o cobre possa substituir o ferro em pequenas quantidades quando falte uma reserva de enxofre, devido a uma oxidação ou cristalização precedentes. A substituição se deve à igualdade dos raios do Cu2+ (~0.83kx) e do Fe2+ ( 0.83kx). Em todo caso, é evidente a existência de Cu nos silicatos e nos óxidos não tem muita importância geoquímica, enquanto que a formação do sulfetos é um traço mais característico deste metal. Com base no exposto anteriormente, fica demonstrado que as rochas que se formam durante o estágio principal da cristalização não são o veículo apropriado do Cu. Este metal se encontra com bastante regularidade formando parte dos primeiros sulfetos separados, que pertencem principalmente à paragênese pirrotita-pentlandita. A série de Fournet e Schutz indica que a afinidade o Cu para o S é maior que a do Ni e Fe, que são os componentes metálicos principais dos primeiros sulfetos. Daqui se deduz que, durante a separação da fase sulfatada de silicatada, o Cu se encontra em forma considerável no fundido dos sulfetos. A parte do Cu que fica no fundido dos sulfetos, depois da separação desses, continua no magma residual durante o estágio principal da cristalização e todo estágio pegmatítico, para terminar seseparando nos jazimentos pneumatolíticos e hidrotermais. Nestas últimas formações o Cu se encontra junto com Ag, Ge, Sn, Pb, Fe, Ni, Co e outros metais, em grande números de sulfetos e sulfossais, cuja composição, forma de apresentação e paragênese mostram grandes variações. São conhecidos vários arsenietos, antimonietos, selenietos e teluretos de cobre. Os sulfetos e sulfossais de cobre mais importantes são: www.geobrasil.net 11
  • 12. Ariadne do Carmo Fonseca Calcocita Cu2S Bornita Cu5FeS4 Calcopirita CuCeS2 Tennantita Cu3AsS3-4(?) Tetraedrita Cu3SbS3-4(?) Enargita Cu3AsS4 Cubanita CuFe2S3 Covellita CuS Bournonita 2PbS.Cu2S.Sb2S3 Nesta lista estão incluídos os componentes mais importantes dos minérios de cobre. A calcopirita, que contém 34,6% de Cu, é uma das fontes mais importantes. Além dos minerais anteriores, os minérios de Cu contêm com freqüência minerais secundários de Cu como produtos de alteração. Entre eles se encontram o cobre nativo, a crisocola, dioptásio e as seguintes espécies: Cuprita Cu2O Brochantita Cu5[(OH)6SO4] Calcantita CuSO4.5H2O Azurita Cu3[OHCO3]2 Malaquita Cu2[(OH)2CO3] Semelhante aos sulfetos, os minerais secundários de cobre também formam parte de muitos minérios de Cu de importância econômica. Ademais é conhecido grande número de outros sulfatos, carbonatos, silicatos, arseniatos e fosfatos de Cu de composição variável e, com freqüência, complicada. 3- Ciclo do cobre Durante a meteorização se oxidam as partes superficiais dos minérios de cobre. Os sulfetos de Cu e Fe se decompõem e o Cu se dissolve na forma de sulfato cúprico estável, enquanto o sulfato cúprico estável, enquanto o sulfato ferroso se oxida com bastante rapidez formando ácido sulfúrico e hidróxido férrico. As soluções de sulfato de cobre se infiltram pelo solo, e a chegar a certo nível, situado imediatamente abaixo da zona de oxidação, mas todavia acima do nível d’água, reagem com os sulfetos não decompostos, formando cobre nativo, cuprita, tenoita (CuO), azurita e malaquita. Em conseqüência, o Cu se concentra na zona de cimentação. Ademais, as soluções cupríferas podem migrar desde a zona de meteorização às rochas adjacentes seguindo gretas e rachaduras, e depositar sulfato e carbonato de Cu. Estes minerais se destacam pelas cors verde e azul chamativas. Durante a meteorização dos sulfetos de cobre que se encontram nas rochas ígneas, o cobre se dissolve também na forma de sulfato cúprico. Enquanto estas soluções são favoráveis, estas depositam sulfeto de Cu. Quando as soluções cupríferas entram em contato com argilas sapropelíticas, a precipitação do sulfeto de Cu pode ser tão extensa que dá lugar à formação de minérios sedimentares de Cu, como as argilas betuminosas da Alemanha e Rússia. Algumas vezes, ossais de Cu se concentram nas águas subterrâneas como com seqüência de uma evaporação www.geobrasil.net 12
  • 13. Ariadne do Carmo Fonseca profunda, em particular nas regiões áridas, em cujo caso se pode precipitar Cu, por ex, na forma de carbonato, que consiste o cimento dos grãos detríticos dos arenitos. Resumindo tudo que foi dito, o Cu se dissolve na forma iônica durante a meteorização, depositando-se depois grande proporção como sulfeto. Outra parte fica retida nos sedimentos dos hidrolisados. Uma última parte se incorpora aos oxidados, por ex., ao Fe dos lagos e pântanos e aos nódulos de Mn, junto com Ni, Co, Zn, Pb e outros metais, podendo formar-se compostos de adsorção, como CuMn2Os. Na tab.2 é indicado o conteúdo de Cu de alguns sedimentos e rochas sedimentares. Tab. 2- Conteúdo em Cu dos sedimentos e rochas sedimentares Material Argila 128 Argila Vermelha 160 Sedimentos argilosos italianos 192 Nódulos de Mn 3.000 Margas 20,2 Dolomitas 12,6 Nos oceanos fica uma pequena quantidade de Cu que se mantém em nível baixo devido à adsorção sobre os organismos marinhos ou, possivelmente, sua combinação com esses. É provável também que chegue algo de Cu ao mar pelas emanações vulcânicas, que com freqüência são cupríferas. A quantidade de Cu da água do mar é damasiado pequena para que nos evaporitos marinhos se encontrem quantidades apreciáveis desse metal. Qualquer sal cuproso que chegue ao mar se oxida em seguida a cúprico. A solubilidade do Cu na água do mar está limitada pelo seu oxicloreto, que se precipita e se transforma gradualmente num carbonato básico. www.geobrasil.net 13
  • 14. Ariadne do Carmo Fonseca CROMO 1-Abundância e caráter geoquímico geral Apesar de ter número atômico par, o cromo é um componente menos abundante da atmosfera solar e da litosfera superior que seu companheiro ímpar no Sistema Periódico, que é o manganês. Nos meteoritos sucede o contrário, e o cromo também é mais abundante que o vanádio. A escassez do cromo na litosfera superior constitui, o mesmo que a grande abundância do alumínio, uma prova importante da litosfera como resultado de um processo intenso de diferenciação. Tabela 1 - Abundância do Cr em meteoritos e rochas ígneas. Material Cr(g/ton) Fase metálica de meteoritos 300 Nódulos de troilita dos sideritos 20.000 Nódulos de troilita dos líticos 1.000 Rochas ígneas 3.900 - 530 Os percentuais de Cr nas fases meteoríticas e rochas ígneas, incluídos na tab. 1, indicam o caráter geoquímico geral deste elemento. Tais percentuais demonstram a existência de um máximo no conteúdo em Cr nos nódulos de troilita dos sideritos. O Cr só existe nestes formando sulfoespinélio daubrelita (FeCR2S4). Ao contrário, nos nódulos de troilita dos meteoritos silicatados, o Cr é menos abundante. Quando o Cr se distribui entre uma fase metálica e outra sulfatada, concentra-se francamente nesta última. Na fase metálica o Cr forma espinélios cromíferos, em especial a cromita (FeCr2O4), mas sua abundância é muito pequena. Tão logo apareça uma fase silicatada, incorpora-se a ela a maior parte do Cr. Nos meteoritos silicatdos o Cr se apresenta preferencialmente na forma de Cr-espinélios, sobretudo cromita. Portanto, é evidente que o caráter geoquímico geral do Cr não é calcófilo, mesmo que a concentração máxima deste metal se encontre na fase sulfatada dos meteoritos. O potencial redox do sistema em questão tem grande importância para a distribuição do Cr e seu caráter calcófilo só é intenso na ausência de oxigênio ou quando a quantidade deste é insuficiente para oxidar todo o cromo disponível. Nos demais casos o Cr é litófilo. O Cr pertence ao grupo do Fe e se parece com este em muitos aspectos geoquímico. 2- O Cr nas rochas ígneas O conteúdo do Cr dos meteoritos silicatados é muito maior que o das rochas ígneas, de onde resulta que este metal foi separado do magma principalmente durante os primeiros estágios da diferenciação. Na tab. 2 são indicadas as variações no conteúdo de Cr das diversas classes de rochas ígneas. Estes percentuais demonstram que o Cr, à semelhança do Ti e P, é concentrado nos primeiros cristalizados. Com freqüência, os minerais de Fe de origem ígnea são cromáfiros, devido à presença do Cr na estrutura da magnetita. O Cr também é um componente normal e abundante de dunitos. Por regra geral, a cromita é o primeiro mineral que se separa durante a cristalização normal de um magma cálcio-alcalino. Neste aspecto seu comportamento www.geobrasil.net 14
  • 15. Ariadne do Carmo Fonseca difere do Ti e P. O Cr contido nos dunitos está todo sobre a forma de cromita, mesmo que também possa se incorporar às estruturas dos outros minerais prontamente cristalizados. Tab. 2 - Contéudo de Cr em rochas ígneas Rocha Cr (g/ton) Peridotito (dunito) 3.400 Gabro 340 Diorito 68 Granuto 2 Nefelina sienito 0.7 Ultrabásicas (Laponia) > 2.000 Gabros e doleritos 410 Granitos 2 - 6,8 Sienitos 200 O conteúdo médio em Cr dos sulfetos magmáticos é de 0,02g/ton. Este percentual demosntra que o Cr é mais oxífilo na litosfera superiro. Nas rochas ígneas se encontra Cr tanto nos óxidos como nos silicatos. Os únicos minerais independentes do Cr nestas rochas são representantes cromíferos do grupo do espinélio, a saber: magnésio cromita (MgCr2O4), cromita (FeCr2O4) e suas mesclas isomorfas. O espinélio de Cr pode se apresentar nas rochas ígneas básicas e ultrabásicas na forma de cromita ou picolita [(Mg,Fe)(Al,Fe,Cr)2O4] que é, portanto, uma mescla de cromita e espinélio magnésica-alumínica. Quando se encontra em quantidades apreciáveis o Cr, o mesmo para o Ti, penetra nas estruturas de muitos silicatos de importância petrográfica. Nestes silicatos o íon Cr3+ substitui outros íons metálicos. Entre os minerais de Cr têm importância os seguintes : a granada de Cr ou uvarovita, Ca3Cr2[SiO4]3; o diopsídio de Cr, que chega a 2% de Cr; o epidoto de Cr ou tawmawita; a mica de Cr ou fucsita; e a clorita de Cr ou Kammerita. Todos estes silicatos cromíferos são relativamente ratos e só se apresentam comi minerais petrográficos quando grande quantidade de Cr foi disponível durante a formação. Portanto, não têm muita importância geoquímica. Os indícios de Cr que se encontram nas estruturas dos silicatos têm mais interesse geoquímico. É evidente que a maior parte do Cr da litosfera superior se encontra nesta forma. Augitas e hornblenda comuns podem conter cerca de 1400g/ton; olivina em torno de 1000g/ton de alguns gabropicrito e menos de 2g/ton de alguns diferenciados de uma magma básico; no clinopiroxênio de um olivina gabro 400g/ton e menos de 2g/ton nos diferenciados finais; biotita 1000g/ton e muscovita 500g/ton. Olivinas ricas em forsterita incorporam muito mais Cr que as ricas em fayalita. É 3+ provável que o Fe não possa ser substituído com facilidade pelo Cr a temperaturas elevadas. Quando ocorrem juntos Mg olivina e clinopiroxênio, o Cr se concentra de preferência neste último. O mesmo acontece se a olivina está substituída por magnetita. Parece que a baixas temperaturas se verifica a substituição do Fe pelo Cr com mais facilidade. www.geobrasil.net 15
  • 16. Ariadne do Carmo Fonseca Outra coisa comum a Cr e ao Ti é sua repugnância em formar silicatos simples. O Cr ocupa duas posições estruturais diferentes nos minerais. Nos cromatos, Cr com 6 cargas positivas forma um íon complexo, unindo-se, como P e S, a quatro átomos de O, para formar um complexo tetraédrico [CrO4]. Estes complexos formam grupos independentes na estrutura. A crocoíta [PbCrO4] é o representante mais importante dos cromatos, que são minerais de pouca significância geoquímica. De outra parte, Cr se apresenta nos minerais formando o cátion trivalente Cr3+, que tem raio iônico parecido ao Al3+ e, em particular, ao Fe3+. O Cr se apresenta nos silicatos fora da trama complexa do Si-O, onde substitui com facilidade o Fe3+ e Al3+ na forma diadócica. Esta é a forma mais importante de apresentação do Cr litosférico. Sem dúvida, parece que a substituição diadócica de Al3+ pelo Cr3+ só é possível quanto Al forma grupos [AlO6] na estrutura e não substitui S; para formar tetraedros de [AlO4]. O raio do Cr3+ é demasiado grande para permitir a substituição do Si4+ por Cr3+ nos tetraedros [SiO4]. Ao contrário, nos grupos [AlO6] o Al3+ é facilmente substituído pelo Fe3+ e Cr3+. Ambos os casos de substituição são muito freqüentes nos minerais e caracterizam a geoquímica do Cr e Fe. Sem dúvida, não se encontra Cr nos feldspatos nem nos minerais restantes nos quais o Al substitui Si nos oxigenados tetraédricos. É preciso dizer que, apesar da diferença de valência, Cr substitui evidentemente Fe2+ e Mg2+ em muitos minerais. 3. Ciclo do Cr Devido ao fato que Cr se assemelha tanto ao Fe3+ e Al3+ em suas propriedades físicas, tamanho e carga iônicas, segue esses íons durante o ciclo exógeno. Nas soluções que se formam durante a meteorização só se perde uma quantidade muito pequena de Cr. Em conseqüência, os precipitados, oxidados e evaporados carecem quase por completo de Cr, que se concentra nos inatacados e, em particular, nos hidrolizados. Na Tab. 3 indicado o contéudo em Cr de alguns sedimentos e rochas sedimentares. Tab. 3- Conteúdo em Cr de sedimentos e rochas sedimentares Rocha Cr (g/ton) Quartizitos 68 - 200 Folhelhos 410 - 680 Carbonatos 2 Filitos 140 Minérios marinhos de Fe 240 Oolítico Minérios marinhos de siderita 20 Minérios de Fe laterítico 400 Durante o metamorfismo, os produtos de meteorização ricos em Cr podem produzir a produção local de fucsita. Em alguns casos excepcionais, quanto o petencial redox é muito elevado, Cr é mobilizado como cromato, devido à oxidação do Cr 3+ para Cr 6+. Assim se explica a www.geobrasil.net 16
  • 17. Ariadne do Carmo Fonseca presença de quantidades notáveis de cromatos nas jazidas de nitrato do Chile. A esse respeito, o ciclo exógeno do Cr se assemelha ao V. Minérios de Cromo O único mineral que se utiliza como minério de Cr é a cromita, que pode conter até 68% de Cr2O3 e é explorada nas rochas ultrabásicas, onde aparece como o primeiro produto de cristalização. Minérios de Cr associados com rochas máficas e ultramáficas • Mineralogia Maior: cromita Menor: sulfetos de Ni, Cu e Fe (pentlandita, pirrotia, calcopirita, gersdorfita, bornita, vallerita) Traço: minerais do grupo da Pt (ferroplatina, cooperita, laurita, stibiopalladinita, sperrilita, braggita niquelífera) e rutilo. • Modo de Ocorrência Existem dois modos distintos de ocorrência: - intrusões básicas acamadadas - peridotitos ou massas peridotíticas serpentinizadas associados a cinturões orogênicos (às vezes denominada cromita “podiforme” ou “tipo alpino”. • Exemplos • exemplo clássico de depósito de cromita associado a intrusões básicas acamadadas é o Complexo Bushveld, África do Sul; outros exemplos incluem o Complexo Stillwatter, Montana (USA) e Grande Dique (Rodésia). Cromitas “podiformes” ocorrem em muitos cinturões orogênicos e são geralmente depósitos menores; exemplos importantes incluem depósitos na Turquia, Urais (Rússia), Filipinas e Cuba. - Mineralogia e Texturas As poucas intrusões acamadadas isoladas, economicamente importantes, que podem ser registradas como depósitos de Cr ocorrem em ambientes tectonicamente estáveis. As camadas dos complexos intrusivos podem ser registrados como estratos amgmáticos, que podem ser de extensão lateral condedr[ável. Dentro destes, as bandas de romita podem variar de poucos milímetros a mais de 20 m em espessura e msotrar muitas fei/cões análogas àquelas mostradas em rochas sedimentares ( lentes e cunhas, contorção intraformacional, estruturas de preenchimento). Rochas de pura cromita ( cromititos ) podem gradar através de várias somas de cromita + silicato ( olivina, piroxênio) para dunitos e peridotitos normais. Embora ocorrendo comumentes www.geobrasil.net 17
  • 18. Ariadne do Carmo Fonseca nas camadas ricas em olivina, a cromita pode ocorrer em somas significantes em alguma associação que é básica em termos de composição geral. Embora cromita seja um mineral de minério, mostra consideráveis diferenças em composição dentro dos depósitos e entre depósitos dos tipos “acamadadas” e “podiformes”. • razões MgO/GeO tendem a ser maiores nas cromitas podiformes ( 1 a 2,3) que nas cromitas acamadadas ( 0,6 a 1 ). • conteúdos de Fe2O3 tendem a ser menores ( < 8wt%) e as razões Cr/Fe maiores ( ~1.5 a 4.5) nas cromitas podiformes que nas cromitas acamadadas ( ~10 a 24 wt% Fe2O3 e 0,75 a 1,75 Cr/Fe, respectivamente). • Al2O3 e Cr2O3 tem relações recíprocas ( Cr2O3 sendo ~ 6,5 a 16 wt%, Al2O3 ~ 6 a 52 wt%) nas cromitas podiformes e variam amplamente nas cromitas acamadadas. A razão Al2O3/Cr2O3 tende a ser maior nas cormitas podiformes. Nas intrusões acamadadas, cromita ocorre como cristais octaédricas bem desenvolvidas ( Fig. 9.1), particularmente quanto associada com grandes somas de material intersticial. Nos casos onde há menos material intersticial, os cristais desenvolvem fronteiras polígonais de interferência. Minérios de cromitas “podiformes”ou “tipo alpino” ocorrem em ambientes tectônicos altamente instáveis, de modo que em adição às diferenças composicionais notadas previamente, existem diferenças texturais marcantes. Embora fronteiras poligonais de interferência desenvolvidas quando há muito material intersticial, os grãos de cromita são sempre quase arredondados quando circundados por silicatos (Fig. 9.2). Estes grãos de cromita podem vairar de finas disseminações ( < 1.0 mm de diâmetro) a texturas mais grossas ( ~1,5 cm de diâmetros) de minério “leopardo” ou “uva”. Às vezes conchas concêntricas de cromita e serpentinito produzem minérios orbiculares, e as cromitas de ambos tipos acamada e podiforme, zoneamento composicional concêntrico pode ser desenvolvido com zonas externas exibindo relativo enriquecimento em Fe ( sempre observável sob microscópio como uma zona periférica mais clara). Tais texturas são sempre resultado de alteração hidrotermal durante a serpentinização. Texturas causadas pela deformação são também características. Ambas as associações de cromita descritas acima podem conter concentrações de Ni de menor importância e concentrações de metais do grupo da platina que podem ser de significância econômica considerável. Níquel em intrusões acamadadas ocorre como sulfetos ou arsenietos ( assembléias de pirrotita-pentlandita-calcopirita com menores gersdorfita, bornita e vallerita) em horizontes máficos. Estas assembléias de sulfeto são resultado de uma série complexa de reações de exsolução e inversão. Nas cromitas podiformes, muito do Ni ocorre em solução sólida na oliva e pode ser concentrado durante processos de intemperismo, embora pequenas somas possam ocorrer como sulfetos disseminados ( pentlandita, heazlewoodita). O exemplo clássico de concentração de metais platinóides em intrusões acamadadas é Merensky “Reef” que é uma camada persistente ( ~300 km) mas fina (<1m) do Complexo Sushweld. - Origem dos minérios É universalmente aceito que os minérios de cromita de intrusivas acamadadas são magmáticas em origem e relacionadas ao processo de cristalização fracionada e www.geobrasil.net 18
  • 19. Ariadne do Carmo Fonseca assentamento gravitacional de camadas de cristais no fundo dos “lenções” intrusivos. As texturas dos minérios são totalmente de acordo com tal origem. Os maiores problemas na origem desses corpos de minérios são concernentes aos mecanismos de produção essencialmente das camadas monominerálicas de cromita. Sugestões incluem concentração de distribuição corrente ou precipitação preferencial em resposta a mudanças na pressão, conteúdo de água, fugacidade de oxigênio ou através de injeções múltiplas de magma. Um mecanismo proposto é a precipitação resultante da repentina contaminação extensiva do magma básico parental com líquido mais ácido que foi diferenciado para uma composição silicosa. Aqui, adição do material rico em sílica força a crostalização do “melt” cristalizando ( Fig. 9.4) da curva cotéctico olivina + cromita ( ao longo da qual cromita disseminada misturada com olivina é formada) para o campo de cristalização de cromita primária ( no qual só cromita se forma). A origem das cromitas podiformes é claramente muito diferente, e está estritametne ralacionada ao problema das rochas ultramáficas do tipo Alpino, que forma parte dos complexos denominados ofiolitos. Correntes teorias relaciona à criação dos ofiolitos por processos ao longo das fronterias entre placas litosféricas. Tem sido sugerido que a cromita podiforme forma primeiro como cumulados magmáticos ( como as cromitas das intrusivas acamadadas ) nos bolsões de magma ao longo dessas fronteiras de placas. Subsequente segregação com ruptura mecânica episódica ambas durante a cristalização e no transporte lateral da zona de espalhamento resultam uma agregação “bola de neve”, arredondada. E deformação de bolhas individuais de cromita. www.geobrasil.net 19
  • 20. Ariadne do Carmo Fonseca ELEMENTOS TERRAS RARAS (ETRS) Objetivos: prover informação sobre a química, geoquímica, mineralogia, apresentação e interpretação dos dados, uso com traçadous isotópicos e petrogenéticos Ementa: INTRODUÇÃO 1 - GEOQUÍMICA 1.1- Estados de oxidação 1.2- Raio iõnico e coordenação dos elementos 1.3 - Substituição e partição dos elementos 2 - MINERALOGIA INTRODUÇÃO Os elementos TR são os mais úteis de todos elementos traços e seus estudos têm importantes aplicações na petrologia ígnea, sedimentar e metamórfica. Os ETRs compreendem a série de metais com números atômicos de 57 a 71 - La a Lu (tab 4.4). Em adição, o elemento Y com um raio iônico similar ao do ETR holmium (Ho) é às vezes incluído. Tipicamente os membros de baixo número atômico da série são denominados ETRs leves, aqueles com os números atômicos maiores, os ETRs pesados, e os membros intermediários, do Sm ao Ho, são conhecidos como ETRs médios. Os elementos ETRs têm propriedades físicas e químicas muito similares. Isto decorre do fato que todos formam íons estáveis 3+ de igual tamanho. Algumas diferenças que existem no comportamento químico são uma conseqüência do pequeno, mas significativo, decréscimo no tamanho iônico com o aumento do número atômico (contração lantanídea preenchimento do subnível 4f). Isto é ilustrado na tab 4.4. Estas pequenas diferenças no tamanho e comportamento são responsáveis por um número de processos petrogênicos causando o fracionamento dos ETRs relativo a outros. Tal fenômeno é usado na geoquímica para provar a gênese de suítes de rochas e processos petrológicas. Um pequeno número dos ETRs também existem nos estados de oxidação outro que 3+ mas só o Ce4+ e Eu2+ são importantes para a geologia, que formam respectivamente um íon menor e outro maior em relação ao estado de oxidação 3+. Estimativas da composição do sistema solar baseados nas concentrações dos elementos em condritos carbonáceos e em jovens estrelas têm provido dados para as abundâncias relativas dos ETRs (tab 4.5). As abundâncias naturais relativas dos isótopos ETRs, junto com as meia-vidas daqueles radioativos são dadas na tab. 1.4. www.geobrasil.net 20
  • 21. Ariadne do Carmo Fonseca 1. APRESENTAÇÃO As concentrações dos ETRs em rochas são geralmente normalizadas para um padrão de referência comum, que mais comumente compreende os valores para meteoritos condríticos. Meteoritos condríticos foram escolhidos por serem considerados amostras relativamente não fracionadas do sistema solar datando da nucleossíntese original. No entanto, as concentrações dos ETRs no sistema solar são muito variáveis devido às instabilidades diferentes dos núcleos atômicos. ETRs com números atômicos pares são mais estaveis (e também mais abundantes) que os números atômicos impares, produzindo um padrão zig-zag num diagrama composição-abundância (fig. 4.19). Este padrão de abundância é também encontrado em amostras naturais. Normalização condrítica assim tem duas funções importantes: 1°) eliminar a variação de abundância entre elementos de números atômicos par ou ímpar; 2°) permitir a identificação de qualquer fracionamento dos ETRs relativo aos meteoritos condríticos. Valores normalizados e razões de valores normalizados são denotados com o subscrito N, como por exemplo CeN, (La, Ce)N. Os ETRs são normalmente apresentados num diagrama concentração versus número atômico, no qual as concentrações são normalizadas a um valor de referência condrítico, expresso como o logarítimo para a base dez do valor. Concentrações em pontos individuais no gráfico são ligados por retas (fig. 4.2). Às vezes é referido como diagrama Masuda-Coryell (Masuda, 1962; Coryell,1963). Trends nos diagramas ETRs são usualmente referidos como “padrões ETRs”, sendo de considerável interesse petrológico. Às vezes a posição do Eu jaz fora do trend geral definido pelos outros ETRs e pode definir uma anomalia de Eu. Se a composição jaz acima do trend a anomalia é dita positiva e virse e versa. Anomalias de Eu podem ser quantificadas pela comparação da concentração medida de Eu com uma concentração esperada obtida pela extrapolação entre os valores normalizados de Sm e Gd (Eu*). Assim a razão Eu/Eu* é uma medida da anomalia de Eu e um valor maior que 1,0 indica uma anomalia positiva enquanto que um valor menor que 1,0 uma anomalia negativa. Taylor e Melennan (1985) recomendam o uso do meio geométrico; neste caso: Eu/Eu* = EuN (Sm)N (Gd)N a) dificuldades com a normalização condrítica Infortunadamente tornou-se aparente que os meteoritos condríticos são atualmente variáveis em composição e “condritos” com abundâncias condríticas de ETRs são a exceção em vez de regra (Boynton, 1984). Esta variabilidade na composiçaõ condrítica tem permitido um grande número de conjunto de valores normalizados para os ETRs (tab. 4.5) e para dados não padronizados valores têm sido adotados. A variabilidade pode ser reduzida para dois fatores - o método analítico e o tipo preciso de condritos analisados. Alguns autores usam “condrito médio” enquanto outros selecionaram Cl-condritos como o mais representativo da composição da nébula solar original. b) escolhendo um conjunto de valores normalizados www.geobrasil.net 21
  • 22. Ariadne do Carmo Fonseca Fig. 4.20 mostra padrões típicos aplainados de ETRs de um toleíto arqueano normalizados para o intervalo de valores condríticos listados na tab. 4.5. Os padrões mostram ambas variações na forma e no intervalo de concentração. O consenso parece favorecer valores baseados no condrito médio em vez dos Cl-condritos. - Diagrama de Razão ETRs O grau de fracionamento de um padrão ETR pode ser expresso pela concentração de um ETR leve (La ou Ce) divididad pela concentração de um ETR pesado (Yb ou Y). Ambos elementos são normalizados para condrito. A razão (La /Yb)N é sempre plotada contra CeN ou YbN num gráfico bivariante e é uma medida do grau de fracionamento do ETR com o conteúdo ETR mudando. Diagramas similares podem ser construídos para medir o grau de fraci0namento dos ETRs leves [ (La/Sm)N x SmN ], fracionamento dos ETRs pesados [ (Gd/Yb)N x YbN ] e anomalia de Eu [ (La/Sm)N x (Eu/Eu*) ] em padrões de ETR individuais. - Normalização NASC para sedimentos Tem sido observado que a concentração de muitos elementos em rochas sedimentares de grão fino em plataformas continentais em torno do mundo é similar como uma conseqüência da mistura através de repetidos ciclos de erosão. Este “sedimento médio” é sempre usado como o valor normalizado para concentrações em rochas sedimentares. Uma composição freqüentemente usada é a do “North American Shale Composite” (NASC) e os valores recomendados são dados na tab. 4.6 (coluna 5). Outras alternativas usadas são um folhelho europeu composto de rocha sedimentar média pós-arqueana australiana. Alguns autores têm utilisado a abundância média dos ETRs em rochas sedimentares como uma medidad de conteúdo de ETR da crosta continental superior. Isto assume que os processos sedimentares homogeinizam os ETRs previamente fracionados durante a foramação de rochas ígneas. Assim uma alternativa para a normalização de folhelhos seja usar valores para a crosta continental superior média (tab. 4.6, coluna 8). Relativo aos meteoritos condríticos, NASC tem conteúdo cerca de 100 vezes mais ETR leve e cerca de 10 vezes menos ETR pesada e uma pequena anomalia de Eu (fig. 4.21). Normalização contra NASC é uma medida de quão típico um sedimento seja e pode identificar sutis enriquecimentos e deficiências em certos elementos. - Normalização por rocha Menos comumumente alguns autores normalizam as concentrações de ETRs a uma amostra particular numa suíte de rocha como uma medida de relativa mudança. Isto também é útil quando as concentrações de ETRs dos minerais individuais na rocha têm sido determinadas, sendo assim estes podem ser expressos relativos à concentração na rocha total. uma forma similar de normalização é expressar a concentração num mineral relativa à composição da matriz; isto é freqüentemente usado para avaliar coeficientes de partição de mineral/fundido. www.geobrasil.net 22
  • 23. Ariadne do Carmo Fonseca Estados de Oxidação Os ETRs são fortemente eletropositivos e grande parte de sua química é característica de ligação iônica com só uma mínima contribuição covalente. Uma seqüência geral para a ionização dos ETRs é considerada ser primeiro aremoção de 2 elétrons 6s, seguido por um elétron 5d ou um 4f que é relativamente vizinho em energia que ao elétron 6s. Um elétron 4f deveria ser o quarto a ser removido mas a energia de ionização é tão alta para o estágio +4 ser mais comum. De fato todos ETRs mostram uma marcante valência constante de 3 na sua química e geoquímica. Estados de oxidação +2 podem ser mostrados pelo Eu e Yb e de +4 pelo Ce e Tb. A existência desses estados podem ser explicados parcialmente com base na 2+ estabilidade enhanced dos sub-orbitais 4f parcial (Eu e Tb4+) e totalmente preenchidos (Yb2+), embora Ce4+ tenha uma configuração eletrônica do gás nobre Xe. Mais ocasionalmente outros ETRs podem exibir estados de oxidação 2+ e 4+ na química mas, não aparentemente, na sua geoquímica. Evidência para a ocorrência de estados 2+ e 4+ em sistemas naturais é 2+ 4+ 4+ substancialmente só para Eu e Ce . Tb não tem sido registrado em nenhum mineral ou meio aquoso mineral. A existência de Yb2+ tem sido invocada como uma explicação para a presença de anomalias negativas de Eu e Yb. e a coerência das concentrações de Eu e Yb em algumas inclusões de condritos carbonáceos. No entanto, a existência de Yb2+requeriria condições extremamente redutoras. Sob as condições atuais, prevalecentes na crosta, Yb é trivalente. As proporções dos diferentes estados de íons de valência variável poderiam ser dependentes da composição, temperatura e pressão de um dado sistema químico. Raio Iônico e Coordenação dos Elementos Os ETRs ocupam uma ampla variedade de coordenação poliédrica em minerais, da hexaédrica a dadocaédrica ou mesmo mais alta. Os íons menores ocupam os lugares de coordenação hexaédrica mas só raramente nos minerais. Normalmente o número de coordenação é maior: 7 na titanita, 8 no zircão, 9 na monazita, 11 na allanita e 12 na perouskita. A diversidade dos lugares ocupados pelos íons ETRs indubitavelmente conduz a complexidade na química dos minerai ETRs, muitos dos quais ainda permanecem a ser elucidados. Comparação dos tamanhos relativos dos íons ETRs com aqueles de outros + 2+ cátions mostra que existem poucos íons de tamanho similar. Na e Ca têm tamanho similar aos ETRs mais leves no estado trivalente. Eu tem um raio similar ao Sr2+, K+, 2+ Rb+, Cs+ e Ba2+ são maiores que alguns íons ETRs trivalentes, muito embora os 2+ 3+ 4+ 4+ elementos de transição sejam menores, mas com Mn , Y , Th e U como uma exceção importante (tab. 1.6). O tamanho relativamente grande dos ETRs especialmente dos leves, reduz as interações covalentes e eletrostáticas e, ademais, é um dos principais fatores tendendo prever a complexidade dos ETRs. Em solução os ETRs trivalentes podem formar associações com Co-, Br-, I-, NO3- e SO42-. Geoquimicamente, a provável existência de carbonatos, sulfatos, cloretos e fluoretos complexos parece ser importante. Substituição e Partição de Elementos www.geobrasil.net 23
  • 24. Ariadne do Carmo Fonseca Os raios iônicos dos ETRs limitam significante substituição desses elementos nos minerais, exceto onde em que o cátion substutuido também é grande. 2+ 3+ 4+ 4+ 2+ Substituições dos ETRs trivalentes são observados para Ca , Y , Th , U , Mn e Zr4+ (raio iônico em coordenação hexaédrica = 0.72 Å). Estas substituições são esperadas no critério do raio iônico exceto talvez no caso do Zr4+ que tem um raio relativamente pequeno. O amplo intervalo de raios dos íons ETRs particular. Este fenômeno é mostrado a seguir, em que, em alguns casos, há uma forte dependência do coeficiente de distribuição nos raios iônicos. A substituição dos ETRs trivalentes por um cátion de carga diferente (p.e., substituição alternativa) requer a operação de um mecnismo de compensação de carga. Isto pode ser por substituição adicional como, por exemplo, na troca do ETR trivalente (R3+) por Ca2+ na anortita envolvendo a troca do Al3+ por Si4+, ou possivelmente pela adição de um ânion numa posição intersticial na estrutura do cristal. Eu2+ pode substituir Pb2+, Ca2+, Sr2+ e Na+. Partição A partição de um elemento entre duas fases, A e B, se elas são mineral/líquido, mineral/mineral ou fundido/fundido, pode ser descrita covenientemente em termos do coeficiente de distribuição D: D = Concentração na fase A / Concentração na fase B O valor de D depende da temperatura, pressão e composição das fases. Onuma et al. (1968) e depois Jensen (1973) demonstraram a influência que o raios iônicos e carga têm sobre a partição do elemento no sistema mineral/fundido pela construção de gráficos de log D versus raio, nos quais íons de mesma carga definem curvas smooth. Os ETRs, com suas propriedades químicas e sua mudança de raio iônico com a mudança do número atômico, são particularmente “amenable” para este tratamento 2+ (fig. 1.7). O afastamento do Eu é o resultado da presença de algum Eu como também Eu3+. Estes minerais com coordenação grande dos cátios, tal como allanita, favorecem os íons ETRs leves maiores, enquanto que os de coordenação menor, como zircão, favorecem os ETRs pesados menores. Minerais com coordenação intermediária (apatita, titanita) têm um conjunto mais uniforme de valores D associados ou favorecem os ETRs médios. Mesmo quando o cátion substituído é o mesmo, a natureza da curva de partição para diferentes minerais pode ser muito diferente (as curvas 1.7a, c e d, que envolvem a substituição do Ca2+). Coeficientes de distribuição Coeficientes de distribuição mineral/fundido podem ser determinados tanto em sistemas naturais pela análise de cristais e da matriz hospedeira de rochas ígneas extrusivas ou experimentalmente em laboratório pela cristalização de minerais específicos e análise destes e os fundidos coexistentes por métodos analíticos convencionais ou com o uso de radiotraçadores. A determinação dos coeficientes de distribuição em sistemas naturais pode ser carregada de dificuldades, principalmente incerteza na obtenção do equilíbrio químico, a clara separação das fases, a possível presença de inclusões nos minerais e a ausência de conhecimento das condições de www.geobrasil.net 24
  • 25. Ariadne do Carmo Fonseca temperatura e pressão. As análises devem ser feitas em cristais e matriz que tenham sido purificados, assim os resultados darão uma boa indicação do comportamento de distribuição dos elementos presentes nas rochas atualmente, e neste sentido eles podem ser, e têm sido, usados na modelagem teórica dos processos petrogenêticos. Determinações experimentais não sofrem das mesmas incertezas associadas que as dos sistemas naturais e podem prover uma medida quantitativa dos efeitos de temperatura, pressão, composição e estrutura na distribuição dos elementos. Os experimentos, no entanto, não reproduzem todas as condições prevalecentes durante a formação da rocha, de modo que o uso dos dados de modelagem é também sujeito a limitações. A compilação dos dados de coeficiente de distribuição mineral fundido para sistemas naturais foi apresentada por Henderson (1982) que proveu a base para os valores listados na tab. 1.7. Algumas feições específicas reveladas pelos dados da tab. 1.7 são: a) Há um amplo intervalo nos valores dos coeficientes de distribuição dados para um par de ETR e mineral/fundido (Fig.1.3). Esta variação às vezes é mais de uma ordem de magnitude ou maior (Fig. 1.3b, especialmente yb); resulta dos efeitos de temperatura, pressão e composição variáveis, como também de impurezas minerais. b) Valores D médios para ETR, exceto En, são comumente menores que 1 para muitos minerais formadores de rocha. No entanto, em rochas ígneas ácidas, os valores D são sempre maiores que 1 para clinopiroxênios e anfibólios. Os ETRs pesados são fortemente parcionados, relativos aos ETRs leves, em granada em ambos sistemas básicos e ricos em Si (Fig.1.12). c) Minerais acessórios podem exercer uma significante função na distribuição dos ETRs. Coeficientes de distribuição podem ser maior ( Tab. 1.7c) e os ETRs podem ser fortemente fracionados. Por exemplo, o Dla para allanita pode ser cerca de duas ordens de magnitude que o Dlu ( ~ 800 cf 8). Alguns minerais acessórios favorecem as ETRs leves (allanita), outros as ETRs pesados (zircão, Fig. 1.14). d) Os valores D mostram que anomalias de En podem ser geradas pela cristalização fracionada ou fusão de plagioclásio, granada, apatita, allanita, magnetita e possivelmente clinopiroxênio e anfibólio. e) Coeficientes de distribuição mineral/ fundido para ETRs tendem a ser mais altos nos sistemas ricos em sílica do que nos básicos (Tab. 1.7 a,b). Resultados de estudos experimentais de partição dos ETRs entre minerais e fundidos sintéticos são consistentes com os resultados obtidos diretamente das análises das fases de rochas ígneas. Embora valores D médios (Tab. 1.7) sejam usados em modelagem teórica dos processos petrogenéticos a despeito da incerteza sobre sua aplicabilidade, contudo a natureza geral dos modelos de coeficiente de distribuição ( D versus números atômico) para muitos minerais importantes é suficientemente bem definida para permitir significantes contrastes de serem colocados em tais modelos. Existem estudos de partição dos ETRs em rochas metamórficas. Metamorfismo poderá causar redistribuição local dos ETRs se novso minerais forem formados ou se as condições de temperatura e pressão são diferentes daquelas prevalecentes durante a formação da rocha fonte. Redistribuição em ampla escala dos ETRs é só esperada quando um fluido metamórfico ou metassomático é gerado ou introduzido; mesmo www.geobrasil.net 25
  • 26. Ariadne do Carmo Fonseca assim a natureza do fluido é importante. As condições do sob quais os ETRs são provavelmente móveis ou imóveis são pobremente conhecidas. A uniformidade dos padrões de ETRs em sedimentos indica mistura ou homogeneização dos diversos padrões produzidos pela diferenciação magmática. Diagênese tem pouca influência na redistribuição dos ETRs, pois grandes razões água/rocha são requeridas para causar alguma mudança na química dos sedimentos. 3- MINERALOGIA Para o propósito da presente discussão é necessário mencionar que ETRs pesados Gd-Lu são freqüentemente referidos ao grupo do y; o raio iônico do y e sua configuração concorda com os ETRs mais pesados com os quais é invariavelmente associado em minerais e rochas. Os ETRs leves La-Eu são conhecidos com grupo de Ce. Na maioria dos processos formadores de rocha os ETRs são dispersos como constituintes menores ou traços de fases nas quais não são componentes essenciais. Contudo, todos os minerais podem ser colocados em um dos 3 grupos de acordo com o conteúdo total de ETR: a) Minerais usualmente com muito baixa concentração de ETRs. Estes incluem muitos dos minerais formadores de rocha comuns. Níveis relativos de concentração de ETRs podem ser inferidos pelos valores de coeficiente de distribuição. Os modelos de distribuição dos ETRs leves e pesados mostram ampla variação. b) Minerais contendo somas mentores de ETRs, mas não como constituintes essenciais. Cerca de 200 minerais são conhecidos de conter mais que 0.01 wt% de ETR. Com estes minerais é possível freqüentemente reconhecer fendas característico na distribuição dos ETRs. c) Minerais com conteúdos maiores e usualmente essenciais de ETRs. Mais de 70 minerais caem nesta categoria e incluem todos os ETRs juntos com uns poucos minerais que são equivalentes ricos em lantanídeos de minerais de baixo ETR, tais como allanita e YH ? (variedades de epidoto e fluorita). Rochas ígneas podem conter várias centenas de partes por milhão de lantanídeos, distribuídos em minerais maiores e acessórios. Os minerais mais comuns, clinopiroxênios e anfibólios cálcicos mostram ter os coeficientes mais elevados. Clinopiroxênios produzem valores > 1, mostrando que podem agir como concentradores de ETRs. Geralmente, valores desses dois minerais caem entre 0.1 e 1. Outros minerais com coeficientes de distribuição em torno de 0.1 incluem feldspato, piegeonita, mica e ortopiroxênio. Valores para olivina em torno de 0.01 foram os mais baixos encontrados nos minerais analisados. Feldspatos invariavelmente mostram uma pronunciada anomalia positiva de Eu. Este elemento parece ser o único ETR que pode ser reduzido ao estado redutor na natureza e a estrutura do feldspato é que Eu2+ é prontamente aceito, resultando em excesso de Eu no mineral relativo ao ETR de número atômico adjacente e a quebra do padrão retilíneo de fracionamento de ETR em rochas ígneas nas quais ocorre. Ce pode ocorrer como CE4+ sob condições oxidantes, evidenciada pela existência do mineral cerianita CEO2, embora aqui a mudança no raio iônico seja relativamente pequena para mudar o padrão de fracionamento de ETR. Em rochas graníticas os ETRs são principalmente concentrados em minerais acessórios tais como titanita, apatita e monazita. Estes minerais tandem a concentrar www.geobrasil.net 26
  • 27. Ariadne do Carmo Fonseca ETRs levas e, conseqüentemente, amostras de rocha total destas rochas são freqüentemente enriquecidas em ETR leves. Dos minerais maiores formadores de rocha, plagioclásio, K- feldspato e biotita, nesta ordem de abundância, agem como hospedeiros para remanescentes. Um amplo aumento nos coeficientes de distribuição mineral/fundido tem sido observado quanto mais silicoso se torna o fundido. Em rochas sedimentares, tais como carbonatos e arenitos, minerais de argila são usualmente presentes em abundância. Estes tem maiores concentrações em ETR e y que os minerais carbonáticos e quartzo e podem por isso conter o volume de ETRs na rocha como um todo. Minerais de argila, como produto de intemperismo de minerais ígneos, tendem a distribuições de ETRs inerentes e médias das suas fontes. Sedimentos oceânicos, ambos biogênicos e antigênicos, mostram distribuições de ETRs similares àquelas da água do mar, evidentemente derivado da fonte. Entre os minerais metamórficos, granada é um eficiente concentrador de ETRs, fracionando os lantanídeos mais pesados. Vários autores têm analisado granada e piroxênio separados e eclogitos, mostrando que as ETRs mais pesadas concentram-se na granada e os lantanídeos mais leves no piroxênio. Como mencionado acima, maiores concentrações dos ETRs ocorre nos minerais acessórios de algumas rochas, como constituintes essenciais (monazita) ou concentrados em certos minerais (apatita). Uma outra situação comum para minerais portadores de ETRs é nos pegmatitos, uma vez que estes elementos são freqüentemente concentrados nos fluidos residuais magmáticos dos quais essas rochas se formam. Neste caso muita variação nos conteúdos totais e padrões de distribuição é encontrada, resultando da tendência dos minerais de refletir as abundâncias dos ETRs no final, repetidamente fluidos magmáticos altamente diferenciados. Na tab. 2.1 os minerais contendo lantanídeos são listados. 5- INTERPERETAÇÃO DOS PADRÕES DE ETR Os ETRs são considerados como os últimos elementos traços solúveis e são relativamente imóveis durante o metamorfismo de baixo grau, intemperismo e alteração 2 6 hidrotermal. Michard (1989) mostrou que soluções hidrotermais têm entre 5 x 10 e 10 menos ETR que as rochas reservatórios através das quais tenham passado e sendo assim atividade hidrotermal não é esperada de ter um efeito maior na química da rocha a menos que a razão água/rocha seja muito grande. Entretanto, os ETRs não são totalmente imóveis e deve-se ter cuidado na interpretação dos padrões de ETRs de rochas fortemente alteradas ou metamorfisadas. Contudo padrões de ETRs, mesmo em rochas levemente alteradas, podem fielmente apresentar a composição original da fonte inalterada e um plausível grau de confiança pode ser aplicado no significado dos picos e baixios e inclinações dos padrões de ETRs. - Padrões de ETRs em rochas ígneas O padrão de ETRs numa rocha ígnea é controlado pela química dos ETRs da sua fonte e equilíbrio crustal - melt que ocorreu durante sua evolução. Anomalias de En são principalmente controladas por feldspatos, particularmente em 2+ magmas félsicos, pois En é compatível em plagioclásio e k-feldspato, em contraste com ETRs trivalentes que são incompatíveis. Assim a remoção do feldspato de um fundido félsico por cristalização fracionada ou fusão parcial de uma rocha na qual o www.geobrasil.net 27
  • 28. Ariadne do Carmo Fonseca feldspato é retido na fonte produzirá uma anomalia negativa de En no fundido. Em menor extensão hornblenda, titanita, clino e ortopiroxêneos e granada também podem contribuir par uma anomalia nos fundidos félsicos, embora no sentido oposto ao dos feldspatos. Enriquecimento em ETRs médias relativo às leves e pesadas é principalmente controlado pela hornblenda. Isto é evidenciado pelos coeficientes de partição plotadas na Fig. 4.4. Os ETRs são compatíveis na hornblenda em líquidos félsicos e intermediários e os coeficientes de partição são entre Dy e Er. Tais coeficientes de partição altos significam que mesmo uma soma moderada de hornblenda ( 20-30%) podem dominar o coeficiente de partição total para este intervalo de elementos e influenciar a forma do padrão de ETRs. O mesmo efeito pode também ser observado co clinopiroxênio, embora os coeficientes de partição não sejam tão elevados. Titanita também pode afetar um padrão de ETRs num modo similar embora, por estar presente usualmente em baixas concentrações, o efeito pode ser mascarado por outras fases. Fracionamento dos ETRs leves relativo nos pesados pode ser causado pela presença de olivina, orto e clinopiroxênio, para um aumento dos coeficientes de partição de uma ordem de magnitude do La ao Lu nestes minerais. Em líquidos basálticos e andesíticos, os ETRs são todos incompatíveis em cada um desses minerais e são só ligeiramente fracionados. Extremo empobrecimento dos ETRs pesados relativos aos leves é mais provável de indicar a presença de granada na na fonte, pois existe uma ampla variação nos coeficientes de partição dos ETRs. Em líquidos basálticos os coeficientes de partição para lu é 1000 vezes maior que para la. O efeito é menos extremo, embora ainda grande, nos líquidos félsicos. Horrblenda líquidos félsicos pode também contar para extremo enriquecimento em ETRs leves em relação aos pesados, embora o intervalo de coeficientes de partição não seja tão grande quanto o da granada. Em líquidos félsicos as fases acessórias como tetanita, zircão, allanita, apatita e monazita podem influenciar padrão dos ETRs muito embora eles possam estar presentes só em pequenas quantidades ( ~ 1% da rocha ), seus coeficientes de partição muito elevados confirmam que eles têm uma influência desproporcional no padrão dos ETRs. Zircon terá um efeito similar ao da granada e empobrecerá em ETRs pesadas; titanita e apatita fracionam ETRs médio relativo aos leves e pesados; e monazita e allanita causam empobrecimento em ETRs leves. 5.2- Padrões ETRs na água do mar e rios A geoquímica de águas dos ETRs é uma função do tipo de complexos que os ETRs podem formar, o espaço de tempo que os ETRs permanecem em solução nos oceanos (tempo de residência), e em menor escala o potencial de oxidação da água. Os conteúdos de ETRs dos rios e água do mar são extremamente baixos (tab. 4.6), pois eles são principalmente transportados como material particulado. Quando normalizados à composição folhelho, as concentrações dos ETRs na água do mar são entre 6 e 7 ordens de magnitude menores que o valor do folhelho. Águas dos rios são cerca de uma ordem de magnitude. Os ETRs em águas oceânicas provêm informação sobre a contribuição dos rios, cursos hídrotermais e fontes cólicas. No plot normalizado para folhelho (fig. 4.22) água do mar, tende a mostrar um gradual enriquecimento nas concentrações do ETRs dos www.geobrasil.net 28
  • 29. Ariadne do Carmo Fonseca levos para os pesados e sempre mostra uma proeminente anomalia negativa de Ce. Esta anomalia é expressa como Ce/Ce.* onde Ce* é um valor interpolado para Ce baseado nas concentrações do La e Pr ou La e Nol. A anomalia do Ce ocorre em resposta à oxidação do Ce 3+ para Ce-4+ e a precipitação do Ce 4+ em solução como Ce O2. Anomalias de Eu na água do mar refletem contribuição hidrotemal ou eólica. Água do rio também mostram uma pequena anomalia negativa de Ce e um aumento nas concentrações dos ETRs dos levos aos pesados similar ao observado na água do mar. 5.3 - Padrões de ETRs nos sedimentos. As concentrações dos ETRs em rochas sedimentares são usualmente normalizadas ao padrão sedimentar NASC, embora esta prática não seja universal e alguns autores usam a normalização condrítica. a) Sedimentos clásticos O único fator mais importante contribuinte para o conteúdo dos ETRs de um sedimento clástico é sua provenância. Como os ETRs são insolúveis e presentes em baixas concentrações na água do mar e nos, os ETRs presentes num sedimento são principalmente transportados como material particulado e reflete a química de sua fonte. Em comparação, os efeitos de intemperismo e diagênese são menores. Estudos mostram que embora os ETRs sejam mobilizados durante intemperismo, eles são reprecipitados no lugar do intemperismo. Estudos mais recentes mostram, no entanto, que no caso de extremo intemperismo da fonte pode ser reconhecido o grau de intemperismo na química dos ETRs do sedimento derivado. Diagênese tem pouca influência na redistribuição dos ETRs, pois razões muito amplas de água/ rocha são requridas para causar alguma mudança na química do sedimento. Rochas portadores de minerais de argila também têm uma concentração mais elevada de ETRs totais que outros sedimentos. Por esta razão muitos autores têm usado os conteúdos de ETRs das frações argilosas de um sedimento ou sedimento ou sedimentos ricos em argila para estabelecer os processos sedimentares e identificar a provenância. A presença de quartzo tem um efeito diluidor nas concentrações, como também carbonatos. A presença de minerais pesados, particularmente zircão, monazita e allanita, podem ter um significado mas efeito errático no padrão de ETR de uma amostra individual. b) Sedimentos químicos Sedimentos químicos são mais prováveis de refletir a composição da água do mar da qual foram precipitados. Isto é visto nos módulos ferromagnesianos que mostram padrões de ETRs que são o inverso de um padrão de água do mar, isto é, são enriquecidos em ETRs levos relativo aos pesados e mostram uma anomalia positiva de Ce. Isto não é uma feição universal dos nódulos ferromagnesianos, no entanto, pois a composição dos sedimentos químicos também refletem condições locais redox e é fortemente influênciada por mudanças pós-deposicionais. Sm ao Tb → TRM www.geobrasil.net 29
  • 30. Ariadne do Carmo Fonseca contração lantanídea → preenchimento do subnível 4f (14 elétrons) quanto maior a massa menor raio iônico. La Eu Lu m 57 1,09(2+) 71 ri 1,05 0,95 (3+) 0,85 leves pesados - TR trivalentes com raio iônico entre 1,03 e 0,86 podem substituir Ca2+, Zr4+,U4+, Th4+, Y3+ → as TR se concentram nas frações cristalinas tardias e feições residuais. - raio iônico aumenta o elemento fica mais incompatível ( KD menores) → enriquecimento geral das TR, principal TRM, nas frações tardias da criastalização fracionada e nos líquidos residuais, bem como nas frações iniciais da fusão parcial. - Eu tem raio iônico ~ Sr - Y ~TRP - Sc capturado pelos retículos contendo Fe → decréscimo de sua concentração durante a cristalização fracionada. - Rochas ultrabásicas para alcalinas → enriquecido em TR - Rochas ultrabásicas → TR nos minerais essenciais (fêmicos TRM e TRP). - Rochas alcalinas→ TR nos minerais acessórios (sódicos - TR ). COMPORTAMENTO DAS TR DURANTE FUSÃO. • TRP empobrecimento no líquido pela atuação da granada, anfibólio, zircão e piroxênio. • TRL - apatita, titanita, monazita, allanita • TRM - apatita, titanita, hornblenda. (+) Atuação de ho, clinopy,gr, ap - Anomalia de Eu na fusão (-) (plagioclásio) feldspato - Composição mineral de uma fusão função da composição dos elementos maiores e condições de cristalização. - Composição dos elementos tracos função da concentração dos elementos traços na rocha fonte; extensão da fusão parcial; fases sólidas (resultados) que permaneceram após a remoção do fundido; qq diferenciação que ocorra antes da completa cristalização da fusão; e qq interação com rochas, outras fusões e fluidos. - Os elementos traços distribuem-se nos minerais de acordo com KD e as paragêneses envolvidas. www.geobrasil.net 30
  • 31. Ariadne do Carmo Fonseca - Composição condrítica para Terra como um todo TR concentradas no manto durante a diferenciação primária ( separação núcleo-manto) manto com padrão de distribuição de TR // ao condrito, levemente mais enriquecido em TR totais. A fusão progressiva do manto poderia produzir basaltos e outras rochas crustais que levava, com passar do tempo geológico, a um empobrecimento relativo das TRL nas regiões fonte. - Komatitos peridotíticos grandes proporções (+ 50%) de fusão de área fonte no manto ou pequenas proporções de fusão de fases sólidas residuais em diápiros no manto olivina e clinopiroxênio principais fases minerais envolvidas. empobrecimento diferenciado da TRL em komatitos pode ser explicado pela remoção sucessiva de magmas, sendo os líquidos iniciais os menos empobrecidos em TRL - ou - diferentes empobrecimentos em TRL relacionados com a fusão parcial de áreas fontes diferentes, que teriam sido submetidas a graus variáveis de empobrecido em TRL e outros elementos litófilos prévios de fusão parcial. -Toleítos arqueanos (TH1 e TH2) parecidos com toleítos modernos de arcos insulares calcio-alcalinos, respectivamente. Granada e anfibólio importantes fases residuais na gênese dos magmas TH2 para explicar o empobrecimento em TRP. Basaltos das cadeias me-oceânicas empobrecido em TRL episódios anteriores de fusão parcial. Basaltos de rifts continentais enriquecido em TRL contaminação crustal. -Andesitos arqueanos (I, II, III) I ~ andesito moderno calcio-alcalino II ~ andesito moderno potássico III ~ andesito de arcos insulares- com enriquecido em TR e anomalia E/u. I e II granada e/ou anfibólio residual durante sua formação e podem estar relacionadas com toleítos por graus variáveis de fusão parcial ou cristalização fracionada. III Fusão parcial do plagioclásio-peridotito. - Vulcânicas félsicas arqueanas FI e FII FI dacitos modernos, mais pobres em TRP FII riolitos modernos FI pequenas quantias fusão parcial de eclogito, granada-anfibolito ou anfibolito podendo estar relacionadas com toleítos TH2 e andesitos I e II, por diferentes graus de fusão. FII pode ter fonte crustal, sendo geradas por pequenas proporções de fusão de granulitos andesíticos, metagrauvacas ou da seqüência bimodal tonalito-anfibolito. -Rochas plutônicas Tonalitos e trondjenitos→fusão parcial de fontes máficas com diferentes atuações de granada, anfibólio, piroxênio e plagioclásio como fases residuais. www.geobrasil.net 31
  • 32. Ariadne do Carmo Fonseca Granodioritos, quartzo-monzonitos e granitos→forte anomalia (-) de Eu grande parte formados a partir de fontes crustais, com feldspato como fase residual. Anortositos→ anomalia (+) Eu→ processos cumulíticos de plagioclásio. Ambos→muito pequenas grau h/v de fusão de granada - lherzolito e/ou eclogito não empobrecidos em LIL → explicar intensos fracionamentos entre TRL e TRP. Alcalinas→empobrecidas em TR, mormente TRL→pequenas proporções de fusão parcial do manto, seguido de cristalização fracionada e uma importante atuação de uma fase rica em voláteis. SEDIMENTAÇÃO -Uniformidade dos padrões de abaundância (em TR) → indica mistura ou homogeneização dos diversos padrões produzidos pela diferenciação magmática. -TR tem curto tempo de residência ( < 1000 anos) e baixa sosolubilidade → Na água do mar esses elementos são transferidos quase quantitativa para as rochas sedimentares clásticas→ os conteúdos de TR de rochas sedimentares clásticas são considerados como representativas dos padrões de TR da crosta continental superior, ou seja, da mistura física dos diferentes padrões de TR das rochas submetidas ao intemperismo e erosão modificação dos padrões de TR de sedimentos através do tempo →evolução crustal. - Piper (1974) → rochas sedimentares não apresentam anomalia de Ce → indica que não houve equilíbrio com a água do mar ( tem anomalia - de Ce). - Sedimentos químicos de Fe-Mn, do paleozóico ao recente, têm anomalia (-) de Ce. - Sedimentos químicos mais velhos que 2 Ga → + enriquecidos em Eu que os clásticos contemporâneos→ indica que durante o intemperismo, transporte e deposição das TR, 2+ 3+ Eu estava presente como Eu em vez de Eu . - Composição pós-arqueana → enriquecidos em K, Si, Th, TR e na razão 87Sr/86Sr. - Composição arqueana→ enriquecidas em Na, Mg, Ca, Eu. Modificação causada pelas solumosas intrusões de grantios potássicos no fim do arqueano. -Sedimentos clásticos arqueanos →padrão médio de TR→tonalito e andesito pós- arqueanos→granodioritos. - Anomalia negativa de Eu→gerada durante evento de fusão parcial ou cristalização fracionada a baixa profundidade// (< 40km) onde o plagioclásio cálcico é estável, sua presença nos sedimentos clásticos pós-arqueanos fornece clara evidência de que fusão crustal passou a ser importante. Importante modificação composicional no final do arqueano. www.geobrasil.net 32
  • 33. Ariadne do Carmo Fonseca Fm Eu2+ Eu3+ ferrífera arqueano oxidação pós METAMORFISMO -Pouca modificação estudo do material pré-metamórfico → mesmo nos casos onde ocorrem profundas modificações na distribuição das TR ( e elementos LIL) por percolação de fluidos, é possível reconhecer alguns padrões primários pela consistência dos padrões de TR em várias amostras e pela comparação com padrões de rochas similares de outras regiões. - Fusão parcial provoca importantes fracionamentos na TR e durante anatexia deverá ocorrer fracionamento de TR com enriquecimento de TRL no líquido. Remobilização das Terras Raras remobilização das TR aumenta com a razão fluido/rocha. (473) Streckeisen, A; 1976. To each plutonic rock its proper name.12,1-33. Earth Science Perrens. 1- quartzolito 2- granitóides ricos em quartzo 3- álcali-granito 4- granito 5- granodiorito 6- tonalito 7- álcali-sienito 8- sienito 9- monzonito 10- monzodiorito/monzogabro 11- diorito/gabro anortosito (474) Ivone, TN and Baragar, WRA; 1971. A gude to the chemical calssication of the commor volvanic rodos Can. J. Earth Sci, 8,523. II- Rochas sub-alcalinas a) série basalto teleítico www.geobrasil.net 33
  • 34. Ariadne do Carmo Fonseca basalto picrito toleítico; toleíto; andesito toleítico. b) série cálcio-alcalina basalto de alto Al; andesito; dacito;riolito. II- Rochas alcalinas a) série alcali-olivina-basalto b) alcali-basalto picrito; ankaramito. www.geobrasil.net 34
  • 35. Ariadne do Carmo Fonseca MANGANÊS 1- Abundância e caráter geoquímico O Mn é, depois do Ti, o oligoelemento mais abundante das rochas ígneas. Devido ao ato que a determinação quantitativa do Mn nos minerais e nas rochas por métodos calorimétricos de análise é bastante fácil, é incluído na lista dos componentes que se determina no curso das análises petrográficas. Na tab. 1 indica a abundância do Mn nas rochas: Tab. 1- Abundância do Mn Matéria Mn (g/ton) Sideritos 300 Troilitas 460 Litítos 2.600 Rochas Ígneas 1.000 - 2.200 Do ponto de vista geoquímico o Mn é um metal muito litófilo. Está concentrado na fase silicatada dos meteoritos e na litosfera. Na litosfera superior o Mn é oxífilo. Não é siderófilo, mas tem certa tendência calcófila, que se reflete em seu comportamento nos processos metalúrgicos. O caráter calcófilo do Mn nos meteoritos está bem definido, como o demonstra sua presença na oldhamita, (Ca, Mn)S. 2- Minerais de Mn Mn está relacionado com o Fe em suas propriedades químicas. No Sistema Periódico, o Mn está ao lado da tríade Fe-Co-Ni. Na realidade, assemelha-se ao Fe em muitos aspectos relativos a sua forma de apresentação na natureza. Sem dúvida, também existem diferenças fundamentais entre ambos metais a esse respeito. Como o Cr, Mn forma vários minerais independentes nas rochas ígneas, porém podem ser raros e sem importância geoquímica . Quase todos os grupos de minerais de importância petrográfica contém um composto de Mn que se encontra, às vezes, formando um mineral independente. Nos fundidos artificiais de silicatos, o Mn forma o metassilicato simples, o ortossilicato simples correspondente e o composto 3MnO.2SiO2. O ortossilicato, manganolivina, se encontra na natureza formando o mineral raro tefroíta, Mn2[SiO4], que contém 70,25% de Mn. A tefroíta também forma mesclas isomorfas com a faialita, conhecidas pelos membros manganofaialita e knebelita (Mn,Fe)2[SiO4]. O metassilicato se conhece na forma de rodonita, (Mn,Fe,Ca)[SiO3]. Entre os silicatos de Mn de composiçãomais complicada se encontram a granada espessartitia, Mn3Al2[SiO4]3, com 15-40% de MnO; manganepidoto, ardenita que é um membro do grupo da zoisita; a manganhendergita; as micas manganesíferas alurgita; manganoflogopita ( com até 18% de MnO) e a manganofilita; a manganoclorita e outros mais. A elvita, Mn8[(S2) (Be SiO4)6] é uma curiosidade mineralógica, excetuando-se provavelmente a localidade de www.geobrasil.net 35