O documento descreve a história da origem da renda no Brasil. Conta que as escravas e servas faziam rendas para enfeitar as roupas das senhoras. A renda de bilros, também conhecida como renda do Norte, era feita por mulheres açorianas e passou de geração em geração. As meninas aprendiam a fazer renda desde os seis anos de idade e as rendeiras preferiam trabalhar perto de janelas para melhor iluminação. A renda foi uma das primeiras formas das mulheres ganharem dinheiro
História da origem da renda e suas lendas encantadoras
1. A história da origem da renda é repleta de lendas encantadoras, em cujo enredo o amor é quase sempre o motivo central. Renda de Bilros (em Brasil)
2. “ ...haviam escravas ou servas especializadas nessa ind ú stria dom é stica. Nesse tempo, as senhoras vestiam roupas largamente enfeitadas de rendas e bordados. Nas v á rias saias usavam babados com adornos de renda fina. A roupa de cama, de mesa e at é as toalhas de rosto apresentavam barras de renda... ” A renda de bilro ou de almofada é mais conhecida no Brasil pelo nome de renda do Norte, muito embora seja executada no pa í s inteiro. “ A existência deste tipo de artesanato se deve à presen ç a da mulher a ç oriana (dos A ç ores) que no tempo do Brasil-Reino aqui chegou na ilha de Santa Catarina.”
3. A renda é um entre lan ç amento de fios que compõe um desenho sem que haja um fundo de tecido. A fun ç ão de tramar é exclusiva dos bilros, da í ser chamada de renda de bilros. Parece que as rendas nasceram com as localidades. Passaram de geração em geração. Todas as mulheres faziam rendas. Desde os seis anos de idade começam as meninas a aprender esta arte.
4. Os bilros são fabricados pelas próprias rendeiras ou por homens que os vendem. A haste é de madeira, trabalhada a canivete e as esferas das extremidades com o chamado coco de ari. Para abrirem no coco a cavidade onde se introduz a haste, aquecem ao fogo a extremidade de um ferro e quando esta fica em brasa aplicam-na contra o coco, geralmente seguro na junta duma janela. A almofada para confec ç ão de rendas é cheia de folhas secas de bananeira, algodão, campim seco e outros enchimentos, forrada com paninhos limpos. Nela, o papelão com o desenho alfinetado, do qual vai surgindo a renda, com o aux í lio do bilro que as rendeiras vão trocando de posi ç ão.
5. “ Qualquer fam í lia tradicional de nossa terra ainda conserva alguma toalha adornada de renda, nos quartos de dormir, junto à bacia e ao jarro de porcelana colorida. ” Todas as rendeiras preferem trabalhar junto à janela ou à porta, provavelmente por motivo de melhor iluminação.
6. Fabricavam-nas para adorno das próprias roupas e para venderem. Aliás, foi talvez a renda, no Brasil, um dos primeiros trabalhos com que as mulheres procuraram auferir algum proveito. Feita quase sempre em localidades afastadas dos grandes centros ou zonas litorâneas onde as profissões dos maridos não eram bastante lucrativas, “ ...Ol é , Mulher Rendeira, Ol é mulh é rend á Tu me ensina a fazer renda, eu te ensino a namor á . Ol é , Mulher Rendeira, Ol é mulh é rend á , Tu me ensina a fazer renda, Eu te ensino a namor á ...”