SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  6
A história da origem da renda é repleta de lendas encantadoras,  em cujo enredo o amor é quase sempre o motivo central. Renda de Bilros (em Brasil)
“ ...haviam escravas ou servas especializadas nessa ind ú stria dom é stica. Nesse tempo,  as senhoras vestiam roupas largamente enfeitadas de rendas e bordados. Nas v á rias saias usavam babados com adornos  de renda fina. A roupa de cama, de mesa e at é  as toalhas de rosto apresentavam barras de renda... ” A renda de bilro ou de almofada é mais conhecida no Brasil  pelo nome de renda do Norte, muito embora seja executada no pa í s inteiro. “  A existência deste tipo de artesanato se deve  à  presen ç a da mulher a ç oriana (dos A ç ores) que no tempo do Brasil-Reino  aqui chegou na ilha de Santa Catarina.”
A renda é um entre lan ç amento de fios que compõe um desenho  sem que haja um fundo de tecido.  A fun ç ão de tramar é exclusiva dos bilros,  da í  ser chamada de renda de bilros. Parece que as rendas nasceram  com as localidades.  Passaram de geração em geração. Todas as mulheres faziam rendas.  Desde os seis anos de idade  começam as meninas  a aprender esta arte.
Os bilros são fabricados  pelas próprias rendeiras ou  por homens que os vendem.  A haste é de madeira, trabalhada  a canivete e as esferas das extremidades com o chamado coco de ari. Para abrirem no coco  a cavidade onde se introduz a haste, aquecem ao fogo a extremidade  de um ferro e quando esta fica em brasa aplicam-na contra o coco, geralmente seguro na junta duma janela.   A almofada para confec ç ão de rendas  é  cheia de folhas secas de bananeira, algodão, campim seco e outros enchimentos, forrada com paninhos limpos. Nela, o papelão com o desenho alfinetado, do qual vai surgindo a renda, com o aux í lio do bilro que as rendeiras vão trocando de posi ç ão.
“ Qualquer fam í lia tradicional  de nossa terra ainda conserva alguma toalha adornada  de renda,  nos quartos de dormir,  junto  à  bacia e ao jarro  de porcelana colorida. ” Todas as rendeiras preferem trabalhar junto à janela  ou à porta, provavelmente  por motivo de melhor iluminação.
Fabricavam-nas  para  adorno das  próprias  roupas  e  para venderem.  Aliás,  foi  talvez a  renda, no Brasil,  um  dos primeiros  trabalhos  com que  as  mulheres  procuraram auferir  algum  proveito.  Feita  quase  sempre  em localidades  afastadas  dos  grandes  centros  ou  zonas  litorâneas  onde  as  profissões dos  maridos  não  eram  bastante  lucrativas,  “ ...Ol é , Mulher Rendeira,  Ol é  mulh é  rend á   Tu me ensina a fazer renda,  eu te ensino a namor á .  Ol é , Mulher Rendeira,  Ol é  mulh é  rend á ,  Tu me ensina a fazer renda,  Eu te ensino a namor á ...”

Contenu connexe

En vedette

Chapter Two: Interpersonal Communication and Self Rev 9/14
Chapter Two: Interpersonal Communication and Self Rev 9/14Chapter Two: Interpersonal Communication and Self Rev 9/14
Chapter Two: Interpersonal Communication and Self Rev 9/14Ray Brannon
 
Edp Regulamento 2010
Edp  Regulamento 2010Edp  Regulamento 2010
Edp Regulamento 2010carlasp
 
Campo aventura, 5ºb, atividades da manhã
Campo aventura, 5ºb, atividades da manhãCampo aventura, 5ºb, atividades da manhã
Campo aventura, 5ºb, atividades da manhãMaria Bragança
 
Rev #17 rev 21 slides 061712
Rev #17 rev 21 slides 061712Rev #17 rev 21 slides 061712
Rev #17 rev 21 slides 061712Alan Shelby
 
05 josh 3 slides 041314
05 josh 3 slides 04131405 josh 3 slides 041314
05 josh 3 slides 041314Alan Shelby
 
03 josh 1 1 5 slides 032314
03 josh 1 1 5 slides 03231403 josh 1 1 5 slides 032314
03 josh 1 1 5 slides 032314Alan Shelby
 
Mission 8 rom 6 1 11 slides 110412
Mission 8 rom 6 1 11 slides 110412Mission 8 rom 6 1 11 slides 110412
Mission 8 rom 6 1 11 slides 110412Alan Shelby
 
ApresentaçãO1
ApresentaçãO1ApresentaçãO1
ApresentaçãO1paulo04
 
Sprungbrett Event Aarau 2010
Sprungbrett Event Aarau 2010Sprungbrett Event Aarau 2010
Sprungbrett Event Aarau 2010Brack.ch
 
Perifericos Entrada Salida 2
Perifericos Entrada   Salida 2Perifericos Entrada   Salida 2
Perifericos Entrada Salida 2DACB_Lcc
 
Luong bao cao athena
Luong bao cao athenaLuong bao cao athena
Luong bao cao athenaquocluong
 
E4-1DetLikeDislikeAndDesireEVU42PP.pdf
E4-1DetLikeDislikeAndDesireEVU42PP.pdfE4-1DetLikeDislikeAndDesireEVU42PP.pdf
E4-1DetLikeDislikeAndDesireEVU42PP.pdfDet Deprez
 
ζωολογικος κηπος λεμεσου
ζωολογικος κηπος λεμεσουζωολογικος κηπος λεμεσου
ζωολογικος κηπος λεμεσουStalo Sofroniou
 

En vedette (19)

Chapter Two: Interpersonal Communication and Self Rev 9/14
Chapter Two: Interpersonal Communication and Self Rev 9/14Chapter Two: Interpersonal Communication and Self Rev 9/14
Chapter Two: Interpersonal Communication and Self Rev 9/14
 
Edp Regulamento 2010
Edp  Regulamento 2010Edp  Regulamento 2010
Edp Regulamento 2010
 
Campo aventura, 5ºb, atividades da manhã
Campo aventura, 5ºb, atividades da manhãCampo aventura, 5ºb, atividades da manhã
Campo aventura, 5ºb, atividades da manhã
 
Rev #17 rev 21 slides 061712
Rev #17 rev 21 slides 061712Rev #17 rev 21 slides 061712
Rev #17 rev 21 slides 061712
 
05 josh 3 slides 041314
05 josh 3 slides 04131405 josh 3 slides 041314
05 josh 3 slides 041314
 
BLOQUE DE CIERRE
BLOQUE DE CIERREBLOQUE DE CIERRE
BLOQUE DE CIERRE
 
03 josh 1 1 5 slides 032314
03 josh 1 1 5 slides 03231403 josh 1 1 5 slides 032314
03 josh 1 1 5 slides 032314
 
Mission 8 rom 6 1 11 slides 110412
Mission 8 rom 6 1 11 slides 110412Mission 8 rom 6 1 11 slides 110412
Mission 8 rom 6 1 11 slides 110412
 
ApresentaçãO1
ApresentaçãO1ApresentaçãO1
ApresentaçãO1
 
Sprungbrett Event Aarau 2010
Sprungbrett Event Aarau 2010Sprungbrett Event Aarau 2010
Sprungbrett Event Aarau 2010
 
Tiago Teixeira (VULCANO)
Tiago Teixeira (VULCANO)Tiago Teixeira (VULCANO)
Tiago Teixeira (VULCANO)
 
Concurso FaçA Lá Um Poema
Concurso  FaçA Lá Um PoemaConcurso  FaçA Lá Um Poema
Concurso FaçA Lá Um Poema
 
Perifericos Entrada Salida 2
Perifericos Entrada   Salida 2Perifericos Entrada   Salida 2
Perifericos Entrada Salida 2
 
Cartaz de divulgação (1º semestre)
Cartaz de divulgação (1º semestre)Cartaz de divulgação (1º semestre)
Cartaz de divulgação (1º semestre)
 
Luong bao cao athena
Luong bao cao athenaLuong bao cao athena
Luong bao cao athena
 
Recursos tecnológicos
Recursos tecnológicosRecursos tecnológicos
Recursos tecnológicos
 
E4-1DetLikeDislikeAndDesireEVU42PP.pdf
E4-1DetLikeDislikeAndDesireEVU42PP.pdfE4-1DetLikeDislikeAndDesireEVU42PP.pdf
E4-1DetLikeDislikeAndDesireEVU42PP.pdf
 
Pa 2004
Pa 2004Pa 2004
Pa 2004
 
ζωολογικος κηπος λεμεσου
ζωολογικος κηπος λεμεσουζωολογικος κηπος λεμεσου
ζωολογικος κηπος λεμεσου
 

Similaire à História da origem da renda e suas lendas encantadoras

Similaire à História da origem da renda e suas lendas encantadoras (11)

Actividades Tecnológicas:Bonecas em fibras vegetais
Actividades Tecnológicas:Bonecas em fibras vegetaisActividades Tecnológicas:Bonecas em fibras vegetais
Actividades Tecnológicas:Bonecas em fibras vegetais
 
Corpo do livro
Corpo do livroCorpo do livro
Corpo do livro
 
Maria Emilia Neves Belinha Reis
Maria Emilia Neves Belinha ReisMaria Emilia Neves Belinha Reis
Maria Emilia Neves Belinha Reis
 
Histórias de Natal
Histórias de NatalHistórias de Natal
Histórias de Natal
 
Uma história de carnaval
Uma história de carnavalUma história de carnaval
Uma história de carnaval
 
Carnavalpp
CarnavalppCarnavalpp
Carnavalpp
 
Carnavalpp
CarnavalppCarnavalpp
Carnavalpp
 
Carnavalpp
CarnavalppCarnavalpp
Carnavalpp
 
Lenços Dos Namorados - Informação
Lenços Dos Namorados - InformaçãoLenços Dos Namorados - Informação
Lenços Dos Namorados - Informação
 
Guiao de-leitura-arroz-do-ceu
Guiao de-leitura-arroz-do-ceuGuiao de-leitura-arroz-do-ceu
Guiao de-leitura-arroz-do-ceu
 
Oficina ensino fundamental II 12 de maio 2015
Oficina ensino fundamental II 12 de maio 2015Oficina ensino fundamental II 12 de maio 2015
Oficina ensino fundamental II 12 de maio 2015
 

História da origem da renda e suas lendas encantadoras

  • 1. A história da origem da renda é repleta de lendas encantadoras, em cujo enredo o amor é quase sempre o motivo central. Renda de Bilros (em Brasil)
  • 2. “ ...haviam escravas ou servas especializadas nessa ind ú stria dom é stica. Nesse tempo, as senhoras vestiam roupas largamente enfeitadas de rendas e bordados. Nas v á rias saias usavam babados com adornos de renda fina. A roupa de cama, de mesa e at é as toalhas de rosto apresentavam barras de renda... ” A renda de bilro ou de almofada é mais conhecida no Brasil pelo nome de renda do Norte, muito embora seja executada no pa í s inteiro. “ A existência deste tipo de artesanato se deve à presen ç a da mulher a ç oriana (dos A ç ores) que no tempo do Brasil-Reino aqui chegou na ilha de Santa Catarina.”
  • 3. A renda é um entre lan ç amento de fios que compõe um desenho sem que haja um fundo de tecido. A fun ç ão de tramar é exclusiva dos bilros, da í ser chamada de renda de bilros. Parece que as rendas nasceram com as localidades. Passaram de geração em geração. Todas as mulheres faziam rendas. Desde os seis anos de idade começam as meninas a aprender esta arte.
  • 4. Os bilros são fabricados pelas próprias rendeiras ou por homens que os vendem. A haste é de madeira, trabalhada a canivete e as esferas das extremidades com o chamado coco de ari. Para abrirem no coco a cavidade onde se introduz a haste, aquecem ao fogo a extremidade de um ferro e quando esta fica em brasa aplicam-na contra o coco, geralmente seguro na junta duma janela. A almofada para confec ç ão de rendas é cheia de folhas secas de bananeira, algodão, campim seco e outros enchimentos, forrada com paninhos limpos. Nela, o papelão com o desenho alfinetado, do qual vai surgindo a renda, com o aux í lio do bilro que as rendeiras vão trocando de posi ç ão.
  • 5. “ Qualquer fam í lia tradicional de nossa terra ainda conserva alguma toalha adornada de renda, nos quartos de dormir, junto à bacia e ao jarro de porcelana colorida. ” Todas as rendeiras preferem trabalhar junto à janela ou à porta, provavelmente por motivo de melhor iluminação.
  • 6. Fabricavam-nas para adorno das próprias roupas e para venderem. Aliás, foi talvez a renda, no Brasil, um dos primeiros trabalhos com que as mulheres procuraram auferir algum proveito. Feita quase sempre em localidades afastadas dos grandes centros ou zonas litorâneas onde as profissões dos maridos não eram bastante lucrativas, “ ...Ol é , Mulher Rendeira, Ol é mulh é rend á Tu me ensina a fazer renda, eu te ensino a namor á . Ol é , Mulher Rendeira, Ol é mulh é rend á , Tu me ensina a fazer renda, Eu te ensino a namor á ...”