O documento discute como as empresas de sistemas de informação geográfica (SIG) estão lidando com a crise econômica através da inovação, internacionalização e novas soluções baseadas na nuvem. Também fornece exemplos de como SIGs estão sendo usados em Portugal para melhorar a eficiência portuária e de transporte.
Anexos: Estratégia Europa 2020 Ponto de Situação das Metas em Portugal
Como os SIG podem ajudar sua empresa
1. AnaBrígida
Saiba como um SIG pode
ajudara sua empresa
◗ Casos de sucesso: como o SIG melhorou o funcionamento do porto de Sines,
como contribuiu para a poupança nas obras novas e de conservação da ANAou
como ajuda a organizar as vindimas e a produção de vinhos da Symington.
ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO DIÁRIO ECONÓMICO Nº 5634 DE 18 DE MARÇO DE 2013 E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE
de Informação Geográfica
SISTEMAS
PauloFigueiredo
PauloFigueiredo
SuzannePlunkett/Bloomberg
BrunoBarbosa
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2. II Diário Económico Segunda-feira 18 Março 2013
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA A INFOPORTUGAL E A UNIVERSDADE DO MINHO
estão a desenvolver em conjunto o projecto Eye Vision,
que se baseia no desenvolvimento de tecnologias
de georreferenciação ‘indoor’ e extracção automática
de objectos em imagens, através de técnicas de visão
por computador. Este é ujm projecto QREN a ser
desenvolvido durante três anos.
Empresas apostam
em soluções ‘cloud’ para
facilitar acesso a SIG
Estratégia tem também sido a aposta em novos sectores e internacionalização.
RAQUEL CARVALHO E IRINA MARCELINO
raquel.carvalho@economico.pt
novar parece ser a palavra de or-
dem quando se fala do mercado
de Sistemas de Informação Geo-
gráfica (SIG).
As empresas têm conseguido
contornado a crise, apresentando
novos produtos, entrando nou-
tros sectores de actividade e mercados de ou-
tros países, mas tentando sempre estar “en-
volvidas em múltiplos projectos críticos”,
como admite Gonçalo Magalhães Collaço, ad-
ministrador delegado da Esri Portugal, em-
presa que teve um 2012 “regular, sem o apre-
ciável crescimento em relação ao ano anterior,
mas também sem decréscimo”.
Para a Novageo, o ano foi de criação de opor-
tunidades ao nível tecnológico e de desenvol-
vimento do negócio internacional” , apesar de
ter sido um ano “difícil do ponto de vista do
negócio ao nível nacional”, diz Fernando
Murça, Head Development Business, que afir-
ma que a empresa enfrentou o mau momento
que o país atravessa com “um bom planea-
mento e adoptação de soluções que ajudem na
eficácia das medidas tomadas”.
O mesmo caminho é seguido pela Esri, que
procedeu “a alguns ajustes internos de modo a
garantir uma mais acentuada optimização de
recursos, uma maior flexibilidade de procedi-
mentos e uma mais ampla agilidade de acção,
resultado em imediatos e significativos ganhos
de eficiência e eficácia”, diz Gonçalo Maga-
lhães Collaço.
A empresa está também a apostar forte na
‘cloud’, ou computação em nuvem, uma for-
ma de armazenamento de informação que é a
grande tendência do sector das tecnologias de
informação. Esta solução nos SIG é cada vez
mais procurada pelas empresas porque “per-
mite essencialmente um uso de acordo com
três diferentes tipos de serviços: software,
plataforma ou serviços de infraestrutura”,
conta o responsável da ESRI. O ArcGIS Online
é a plataforma da empresa na ‘cloud’, e tra-
duz-se numa nova forma de pensar os mapas e
os SIG pois permite, de uma forma fácil e rápi-
da, construir, editar e partilhar o seu mapa
com outros utilizadores”.
De facto, a ‘cloud’ parece ser o futuro deste
mercado e a Novageo tem também uma plata-
forma pensada para este segmento, a niuGIS.
Fernando Murça acredita que o grande desafio
I
para 2013 é a “disseminação dos serviços niu-
GIG na ‘cloud’, convencendo os utilizadores
das vantagens de usufruir de uma solução que
não está instalada nos seus servidores”.
Este ano, a Novageo quer “alargar a oferta de
serviços ‘cloud’ além de software e alojamen-
to” e está a apostar no mercado internacional.
Pretende “alargar a presença em Angola, cele-
brar os dois primeiros contratos no Brasil e
transformar o ano de arranque da Novageo
Solutions Moçambique num caso de sucesso”.
Também a Intergraph admite entrar em “no-
vos mercados, até agora menos explorados”,
diz João Santos, ‘Senior Sales Account Mana-
ger’, que revela que este ano a empresa “pre-
tende optimizar e prestar um serviço de maior
qualidade aos clientes e inovar na oferta de
novos produtos e serviços, tirando partido
quer da integração no grupo Hexagon, quer de
uma melhor relação custo/benefício nas áreas
das comunicações e ‘hosting’ de soluções”.
Internacionalizar também está nos planos da
InfoPortugal, que pretende assim “procurar o
crescimento”. A empresa “conseguiu manter
o seu nível de negócio em 2012 em Portugal,
muito à custa da sua capacidade de adaptação
à nova realidade económica e à diversificação
da oferta”, diz Alexandre Gomes, director
técnico e de operações da empresa. Mas não
só. A InfoPortugal caracteriza-se por ter no
ADN “a inovação nas aplicações e tecnologias
ao nível das técnicas de recolha de informa-
ção”, e o investimento “em recolha de ima-
gem terrestre georreferenciada, usando técni-
cas de ‘mobile mapping’”, segmento onde
promete novidades este ano. Ambiciona ainda
“revolucionar a forma de cadastrar as infraes-
truturas urbanas e apostar em soluções inte-
gradas que utilizem informação geográfica e
apliquem conceitos de geolocalização”, diz.
Já Carlos Nunes, gestor de projectos da Ad-
vantis, garante que a empresa vai continuar a
aposta em I&D, “amadurecendo e evoluindo
as soluções, de modo a construirmos uma
oferta mais competitiva”, e tem como “um
dos principais objectivos a internacionaliza-
ção”. Com “uma carteira de encomendas in-
teressante e vários projectos inovadores”,
quer “consolidar a posição no mercado de so-
luções Web GIS e tem como desafio, desenvol-
ver o GIMS, nas áreas de sistemas abertos e de
gestão de informação georreferenciada”. ■
“O mercado de ‘open source’
está em clara expansão
tanto em números e
maturidade das soluções,
como na quantidade de
aplicações/sistemas que são
desenvolvidos sobre estas
tecnologias”. Quem o diz é
Carlos Nunes, gestor de
projectos da Advantis, que
acredita que a quota deste
mercado “vai aproximar-se
significativamente da do
software proprietário”, para
o qual muito contribuirá a
crise. As soluções em ‘open
source’ têm custos muito
menos elevados. É isto
mesmo que frisa Alexandre
Gomes, director técnico e de
operações da InfoPortugal,
confirmando que este
mercado se “consolidou
completamente nos últimos
anos” e destacando a
qualidade das tecnologias. O
número de utilizadores
destas soluções, de acordo
com este responsável, terá
crescido de forma
exponencial. R.C.
Mercado de open
source a crescer
João Pedro Fernandes e João Pereira Santos
são responsáveis pela unidade de negócio
Geoespacial da Intergraph em Portugal.
3. Segunda-feira 18 Março 2013 Diário Económico III
A NOVAGEO realizou no ano passado levantamentos
fotogramétricos com base em imagens de satélite de alta
resolução para Planos Urbanísticos de municípios de Angola,
envolvendo a colaboração com várias entidades daquele
território e vários núcleos urbanos. O objectivo foi
implementar soluções que permitissem fazer uma produção
e controlo de qualidade cartográfica.
O INSTITUTO GEOGRÁFICO DO EXÉRCITO, responsáveis
pela cartografia oficial em Portugal, apostaram
na tecnologia ESRI, ArcGIS nos próximos anos. O acordo
entre as duas entidades dá acesso ilimitado a toda
a tecnologia ArcGIS, bem como a Formação e serviços
de apoio técnico Esri Portugal, durante os próximos
três anos.
1 O que são os SIG?
Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG)
são sistemas de informação por excelência,
com a grande diferença entre ambos a residir
na componente geográfica. Os SIG integram
hardware, software, dados e capital humano e
permitem-nos ver, compreender, inquirir,
interpretar e visualizar dados de muitas for-
mas, revelando relações, padrões e tendências
espaciais, consubstanciadas em mapas, glo-
bos, relatórios ou gráficos.
Um SIG pode ajudar a responder a perguntas e
a resolver problemas, mostrando os resultados
de um modo compreendido e compartilhado
fácil e rapidamente. A tecnologia SIG pode ser
integrada em múltiplos sistemas de informa-
ção, de qualquer tipo de empresa.
2 O que podemos fazer com um SIG?
Mapas locais, mapas quantitativos, mapas de
densidades e mapas de evolução temporal. Os
SIG permitem georeferenciar fenómenos , en-
contrar determinados locais, revelar padrões
espaciais e identificar áreas de actuação. Pos-
sibilitam fazer mapas que expressam uma or-
dem de grandeza e quantificar a distribuição
espacial de um fenómeno, desagregando a in-
formação a um nível detalhado. Com os SIG,
podem-se mapear fenómenos, e ver a sua
evolução temporal, seja para demonstrar mu-
danças já consumadas ou para antecipar ce-
nários.
3 Como funciona um SIG?
Um SIG separa a informação em diferentes ca-
madas temáticas e armazena-as independen-
temente, trabalhando com elas de modo rápi-
do e simples, permitindo ao utilizador a pos-
sibilidade de relacionar informação existente
através da posição e topologia dos objectos,
com o fim de gerar nova informação.
4 Quantos modelos de SIG existem?
Dois: O matricial e o vectorial. O matricial
centra-se nas propriedades do espaço, com-
partilhando-o em células regulares. Cada cé-
lula representa um único valor e quanto
maior for a resolução, menor o detalhe da re-
presentação do espaço geográfico. No SIG
vectorial, o foco das representações centra-
se na precisão da localização dos elementos
no espaço.
5 Quem usa SIG?
A utilização dos SIG tem uma maior predomi-
nância na administração pública. Porém, em-
presas de vários sectores e faculdades têm im-
plementado SIG e tirado partido das suas van-
tagens, das quais se detaca a agilização na im-
plementação de processos. ■ R.C.
Saiba o que são,
o que fazem e para que
servem estes sistemas
Hardware, software, dados e capital humano
num único sítio.
PERGUNTAS & RESPOSTAS
Os campos de aplicação
dos SIG, por serem muito
versáteis, são muito vastos,
podendo-se utilizar
na maioria das actividades
com uma componente
espacial, da cartografia
a estudos de impacto
ambiental ou vigilância
epidemiológica de doenças,
de prospecção de recursos
ao marketing, constituindo
o que se poderá designar
de Sistemas Espaciais
de Apoio à Decisão.
Ferramenta
de apoio à decisão
PaulaNunesPauloFigueiredoPaulaNunesBrunoBarbosa
A gestão de topo daESRI Portugal:
Miguel Machado, Nuno Pereira Leite,
Gonçalo Magalhães Collaço e Rui Sabino.
A equipa da Novageo.
A equipa da Infoportugal.
A empresa tem sede em Matosinhos.
4. IV DiárioEconómico Segunda-feira18Março2013
A partir de Julho, cidadãos, empresas e outras entidades
terão acesso a todos os dados cadastrais do território
nacional. O Sistema Nacional de Informação Cadastral
(SNIC), que está a ser desenvolvido pela Direcção Geral do
Território (DGT) e que tem a participação de entidades como
a Autoridade Tributária, o Instituto de Registos e Notariados
e os municípios nacionais, quer garantir ganhos de eficiência
com a criação desta plataforma única. Em termos
económicos, garante a Direcção Geral do Território, o SNIC
será “um instrumento de suporte tanto à valorização
patrimonial e fiscal do território, como de garante de um
melhor e mais seguro mercado imobiliário”. A DGT está ainda
a rever o Sistema Nacional de Informação Geográfica,
integrando nesta revisão os mais recentes desenvolvimentos
tecnológicos, e criar sinergias com outras plataformas
disponíveis no quadro da administração pública. Associado a
este projecto está o sistema TERÁGUA, sistema de suporte à
gestão das bacias hidrográficas com captação de água
potável. Está ainda a decorrer o projecto SIARL, de gestão
do litoral do País; o Fireland, que analisa os efeitos do fogo
na vegetação nacional e, entre outros, o Sistema Nacional de
Informação Territorial. I.M.
DGT prepara lançamento
de cadastro dos prédios nacionais
Quando um navio parte em direcção ao porto de Sines, envia essa
informação para a Janela Única Portuária - sistema utilizado por todos
os portos nacionais - e a informação é logo georreferenciada pelo SIIG
do Porto de Sines. O sistema permite acompanhar o seu percurso e
organizar a sua chegada: planeando, por exemplo, em que área vai
atracar (tendo em conta as condições climatéricas e de mar ou as
características do terminal onde vai operar, por exemplo), que
produtos traz e quais os recursos a utilizar na operação. Esta
organização operacional, “que antes era feita manualmente e que
poderia demorar horas, é hoje imediata e está permanentemente
actualizada”, explica José Carlos Simão, director da Direcção de
Sistemas e Planeamento do porto, responsável também pela
manutenção deste sistema que foi desenvolvido com a EGStrategy
com a Indra utilizando a tecnologia da ESRI. Cerca de 10 sistemas
internos foram integrados e georreferenciados neste SIIG que está a
funcionar há cerca de um ano. Mas o Porto de Sines não quer ficar por
aqui. Em Maio lançará uma outra valência. Os comboios e os camiões
de carga que chegam e partem de Sines serão também incluídos no
sistema. O tipo e a quantidade de mercadorias que trazem e levam
serão monitorizadas por este SIIG desde o momento em que saem do porto até ao
momento em que chegam ao cliente, passando pelos portos secos da Bobadela e do
Entroncamento. O projecto já está a ser desenvolvido em parceria com a CP Carga. I.M.
Porto de Sines quer controlar tudo até ao cliente
Na altura
das vindimas toda
a informação
é monitorizada.
De acordo com a
produção são também
monitorizadas
as capacidades e
níveis de enchimento
de vasilhas (garrafas)
e podem ser
pesquisadas
informações como
o espaço disponível
nos armazéns.
Em breve saber-se-á,
por exemplo, quantas
pessoas são
precisas para
as vindimas.
BrunoBarbosa
1. Aumento dos níveis
de eficiência
da gestão e supervisão
portuária
2. Aumento dos níveis
de segurança
e operacionalidade
3. Suporte
das operações diárias
com informação
georreferenciada
4. Integração com
sistemas existentes
5. Aumento
da eficácia dos
processos existentes
6. Aumento
da competitividade
PauloAlexandreCoelho
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA
No SIG da Symington tudo - ou quase tudo - é controlado. São
visualizadas as áreas de produção agrícola, é disponibilizada
informação sobre, entre outras, as plantas do edificado) e até
se consegue-se ver que zonas têm mais ou menos declive ou
mais ou menos exposição solar. Mas não só. Na altura das
vindimas, a produção é monitorizada em cada quinta desta
companhia do Douro, sendo identificada não só a produção
feita, como o tipo de castas ou mesmo a produção prevista para
cada uma por parcela (podendo depois ser consultado o
histórico da produção, revelando aqui algumas tendências). Na
fase seguinte, são monitorizadas as capacidades e níveis de
enchimento das vasilhas e dos tipos de lotes. São gerados pelo
sistema relatórios normalizados para a Alfândega (exemplo:
plantas e lista de vasilhas) e podem ser pesquisadas
informações úteis como quanto espaço disponível existe em
vasilhas em determinado armazém ou adega). Os bene fícios já
se começaram a sentir. O tempo que se demorava a preparar o
ano agrícola reduziu, e foram agilizados muitos processos. Além
disso, todos os indicadores podem ser consultados diariamente.
O SIG da Symington não deverá ficar por aqui. Um novo módulo
a introduzir brevemente permitirá prever as necessidades de
recursos humanos no decorrer da vindima, e um outro, ‘mobile’,
permitirá registar todas as actividades desenvolvidas no
terreno. I.M.
Vindimas monitorizadas
na Symington
Este ano, a Direcção Geral de Tesouro e Finanças e todos os
ministérios vão ficar a saber a localização dos seus imóveis,
e a sua caracterização ao nível da ocupação e
disponibilidade. Tudo porque a InfoPortugal desenvolveu o
ano passado um sistema de informação geográfica para
gestão dos imóveis públicos. Integrado no Sistema de
Informação dos Imóveis do Estado e gerido pela Direcção
Geral de Tesouro e Finanças, este projecto “teve uma
primeira fase de recolha de campo de localização e
caracterização de mais de seis mil imóveis públicos, seguido
do desenvolvimento de uma ferramenta que permite a
consulta e visualização desta informação”, explica Alexandre
Gomes, Diretor Técnico e de Operações da InfoPortugal,
esclarecendo que actualmente a ferramenta se encontra “em
fase de ajustamento final tendo em vista a sua entrada em
produção”. R.C.
Ministérios vão saber a localização
de todos os imóveis públicos
PauloaFigueiredo
Foram identificados
seis mil imóveis
públicos que estão
hoje eorreferenciados
numa solução
da InfoPortugal.
A partir de Julho
a informação sobre
o cadastro de todos
os prédios nacionais
estará disponível
numa plataforma
única, garante
a Direcção Geral
do Território.
A construção de esporões, quebra-mares e molhes já pode ser
totalmente inspeccionada e monitorizada desde a sua concepção
até à sua manutenção. Isto porque a Advantis desenvolveu uma
plataforma web GIS “totalmente inovadora que permite registar
os eventos principais do ciclo de vida de obras extensas, com
enfoque nas obras marítimas estruturalmente homogéneas”,
explica Carlos Nunes, gestor de projectos da Advantis, que
garante haver uma “especial incidência em termos de
monitorização nos aspectos relativos à
inspecção/monotorização/manutenção de obras”.
Nesta solução são de destacar também outras funcionalidades,
tais como “a possibilidade de recolha de informação no local
(inspecção) através de dispositivos ‘mobile’ (’smartphones’ ou
‘tablets’), visualização, tratamento e análise tridimensional de
levantamentos topo-hidrográficos georreferenciados e a
avaliação de danos nas obras”, diz. R.C.
Inspecção e monitorização de obras
marítimas com webGIS
Monitorizar a construção de esporões,
quebra-mares e molhes é o objectivo
do projecto da Advantis. Com a solução
é possível recolher informação
no local da inspecção através
de dispositivos móveis.
PauloFigueiredo
6. VI Diário Económico Segunda-feira 18 Março 2013
O futuro dos SIG está na
Web, nas aplicações mobile
e na consulta de informa-
ção com base em mapas,
afirma Marco Painho, pro-
fessor catedrático, na ISE-
GI, e especilista em SIG.
Como se encontra o merca-
do dos SIG em Portugal?
O mercado está um pouco
estagnado. Mas as princi-
pais empresas do sector
continuam em actividade.
As empresas estão mais
sensibilizadas para a im-
portância dos SIG? Há mais
procura?
A procura está estável,
eventualmente com algu-
ma descida, mas não tenho
números que confirmem. Penso, no entanto,
que a sensibilização para a área aumentou, o
que se confirma pelo número de alunos que
concorrem ao mestrado.
A utilização dos SIG é transversal a vários secto-
res de actividade. Mas há algum que destaque
como o maior utilizador? Quais os que têm
maior margem de crescimento? Porquê?
A tendência é que os SIG tendam a difundir-se
por praticamente todos os sectores de activi-
dade. Mas penso que o maior grupo de utiliza-
dores continue a ser a administração local. A
banca, os seguros e a logística e distribuição
ainda têm muita margem para crescimento,
basicamente porque tendo uma actividade
com muita incidência no território, ainda não
tiram partido desse facto.
Quais as tendências de futuro neste mercado?
As tecnologias de SIG na Web, já com muita
dinâmica, as aplicações mobile, com serviços
baseados na localização do utilizador, e a con-
sulta de informação com base em mapas.
Há alguma novidade que queira destacar?
A utilização de aplicações 3D, nomeadamente
do City Engine, na gestão municipal.
As tecnologias 3D permitem-nos ir de um pa-
radigma de visualização em 2D para a obser-
vação da cidade, em três dimensões, dando
uma visão mais realista do que está no terre-
no. Podemos gerir o interior dos edifícios, uti-
lizar sensores, e planear de forma mais eficaz.
E ao nível da formação, como caracteriza este
sector? Quais as tendências?
Na área da educação o aparecimento de novos
cursos, como o que vamos oferecer a partir de
2013, com total flexibilidade presencial/e-lear-
ning e na escolha de percursos como programa-
dor SIG, analista SIG, consultor SIG, docente.
Existe neste momento muita oferta mas algu-
ma, tem dificuldade em atrair alunos. ■ R.C
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA
Em 2012, a Novageo implementou uma plataforma SIG avançada, a
niuGIS, para a Associação de Municípios do Douro Superior, que
“inclui edição e análise de informação geográfica e funcionalidades
de Business Intelligence, concebida para disponibilização na Cloud”,
explica Fernando Murça, Head of Business Development.
Por ser em Cloud, Daniela Serra, técnica de SIG do departamento de
cartografia da Associação diz que “permite que a nossa informação
fique protegida, e ao mesmo tempo disponível a qualquer pessoa”.
A responsável frisa o facto de toda a plataforma “funcionar
totalmente em open source”, o que considera ser fundamental “no
controlo de custos. Todo o serviço é mais barato”. No entanto, “a
plataforma suporta também, implementações em servidores do
cliente”, destaca Fernando Murça.
Sobre custos, Daniela Serra afirma também, haver uma “libertação
de investimento ao nível de servidores e de manutenção, uma vez
que “toda a manutenção é garantida pela Novageo”.
As mais-valias da niuGIS são muitas. Fernando Murça destaca o facto
de disponibilizar GeoAplicações ‘Plantas de Localização’, ‘Mapas
Estatísticos’, ‘Roteiro Municipal’ e ‘Consulta a PMOTs’ da suite niuGIS
Municipium, caracterizando-o como “um projecto emblemático”. R.C.
niuGIS agiliza tomada de decisão
da Associação de Municípios
do Douro Superior
A implementação de sistemas de informação geográfica no aeroporto de Faro - o projecto piloto - e, de seguida, no do Porto,
nos quatro aeroportos dos Açores e nos dois aeroportos do arquipélago da Madeira, serviram para ajudar no imenso trabalho
que é gerir aeroportos. “Se não conhecermos bem as infra-estruturas de um aeroporto não sabemos como mantê-la e gasta-
se mais do que se devia em cada intervenção feita”, afirma João Leal, responsável pela Divisão de Infraestruturas da ANA -
Aeroportos. O levantamento de todas as infra-estruturas destes oito aeroportos foi feito de forma minuciosa. E nos SIG que
são hoje utilizados pela empresa estão disponíveis informações georreferenciadas sobre assuntos tão diversos como o
percurso e o tipo de cabos eléctricos subterrâneos, a localização de portas de saída de emergência, a localização e tipo de
lâmpadas existentes nas pistas, ou mesmo sobre o tipo de edificado existente nos aeroportos, tipo de ocupação e preços do
arrendamento, além, claro está, da localização e acessos às pistas. Todas estas informações e muitas outras vão sendo
sobrepostas nos mapas dos aeroportos, permitindo que por vezes se tirem ilações. “Imagine-se uma iluminação na pista que
está sempre a avariar. Com um SIG, pode-se chegar à conclusão que há propensão para humidade naquela zona - daí as
avarias constantes”, exemplifica a gestora dos SIG nos aeroportos, Marisa Guerreiro. O impacto que teve nos investimentos
de ampliação e novas obras foi muito positivo, com grandes melhorias a nível qualitativo, no custo de construção e de
manutenção. O projecto, que foi feito pela Intergraph em parceria com a aAmbiSig, tem funcionado tão bem que já está
prevista a inclusão do aeroporto de Lisboa para breve. Ainda em 2013 será feito o lançamento do consurso internacional do
SIG para este aroporto, que vai ser um “verdadeiro trabalho de arqueologia”, dizem os responsáveis. I.M.
ANA Aeroportos: SIG para Lisboa está para breve
O projecto SIG da ANA
tem sido apresentado em
vários foruns
internacionais e é dos
mais avançados a nível
europeu. São já imensas
as informações
disponíveis no SIG dos
aeroportos, mas podem
ser muitas mais. O
departamento que gere o
SIG tem uma caixa cheia
de novas propostas
enviadas pelos
funcionários.
A solução ‘cloud’ que a Novageo
desenvolveu para a Associação de
Municípios do Douro Superior
permitiu à instituição libertar
investimento ao nível de servidores e
manutenção e proteger informação.
BrunoBarbosa
“Mercado
estagnou”
Número de alunos em cursos
na área SIG aumentou.
ENTREVISTA A MARCO PAINHO,
PROFESSOR CATEDRÁTICO NO ISEGI
Marco Painho
frisa a
importância
do surgimento
de cursos que
desenvolvam
capacidades de
programador,
analista,
consultor
e professor
em SIG.
MarioProença/Bloomberg
SuzannePlunkett/Bloomberg
O Location Based
Intelligence
desenvolvido pela
InfoPortugal para a
Europcar permite
aos comerciais obter
toda a informação dos
clientes e fazer
relatórios no
momento.
A equipa comercial da Europcar têm agora uma ferramenta de apoio à
gestão que lhe permite “obter toda a informação do cliente que vai
visitar, incluindo o cálculo do melhor percurso para lá chegar”, informa
Alexandre Gomes, Diretor Técnico e de Operações da InfoPortugal,
empresa que desenvolveu este projecto. O Location Based Intelligence
“contemplou o desenvolvimento de uma aplicação para tablets Android
que acompanham os promotores nas suas visitas”, explica, informando
que, com essa aplicação, uma vez no cliente, o comercial “preenche o
relatório da visita no tablet, pode pesquisar outros clientes nas
proximidades ou criar um prospecto com identificação e geolocalização
de um potencial cliente”.
Mas as mais-valias desta ferramenta não se ficam por aqui: “Para além
da aplicação que acompanha o comercial, foi desenvolvida uma
aplicação web para o gestor monitorizar a actividade e os resultados da
equipa”, frisa Alexandre Gomes, que destaca o facto da aplicação
permitir “ver, em tempo real, a localização geográfica de cada elemento
da equipa, listar a actividade de cada um e extrair relatórios de
actividades que resumem a actividade da equipa”. Diz ainda que, “como
toda a informação está georreferenciada, é possível saber a distribuição
geográfica da actividade comercial”. R.C.
Equipa comercial da Europcar
com ferramenta de apoio à gestão
7. Segunda-feira 18 Março 2013 Diário Económico VII
A trabalhar em exclusivo no mercado do
‘open source’, a Faunalia nasceu em Itá-
lia, em 2000 e está em Portugal desde
2009. Sediada em Évora, a empresa “sur-
giu da necessidade de aliar o SIG aos co-
nhecimentos científicos provenientes da
área de formação dos seus sócios - a Bio-
logia, através da prestação de serviços e
da disponibilização de ferramentas espe-
cializadas”, informa Giovanni Manghi,
sócio fundador em Portugal, que faz um
balanço positivo da actividade, o que ex-
plica por ser “uma microempresa que
baseia o seu modelo de negócio em servi-
ços e não em venda de licenças”.
De frisar que a Faunalia está a actualmen-
te a desenvolver o software Quantum GIS,
uma solução integrada e um servidor de
mapas, e uma infraestrutura de dados es-
paciais para uma associação de munici-
pios, que irá incluir uma base de dados
geográficos baseada no software
Postgresql/PostGIS, servidores de mapas
Quantum GIS server, aplicações websig e
um conjunto de postos de trabalho basea-
dos em Quantum GIS Desktop. ■ R.C.
Duas jovens empresas com vontade de vencer
Faunália potencia conhecimentos em biologia com SIG
Saiu literalmente da Novabase. A
Smartgeo, nova empresa da área dos SIG
que quer criar um “novo paradigma”
neste sector, conta com o apoio da admi-
nistração da sua antiga empresa, tendo
sido participada pela Novabase Capital.
Criada em Novembro de 2012, a empresa
liderada por Sandra Loureiro arrancou
com 12 pessoas “mas queremos nos pró-
ximos três anos ser já mais de 20 e estar
presentes num conjunto alargado de
mercados, tendo já começado por Angola
e Moçambique”, afirma. Outras geogra-
fias já estão em mente, “assentes sobre-
tudo em relações com parceiros”. A
aposta deverá recair em mercados emer-
gentes, “com elevadas necessidades ao
nível do cadastro e infra-estrutura” e em
mercados maduros “com necessidades
específicas ao nível das telecomunica-
ções, transportes e indústria”,
No que respeita a projectos em Portugal,
a SmartGeo está a trabalhar em vários
com a PT Comunicações na área da apli-
cação SIG à gestão de eventos em tempo
real. ■ I.M.
A ‘spin off’ da Novabase na área dos SIG
Sandra Loureiro, CEO da SmartGeo Solutions.
fotoscedidasporSmartgeo
PUB
Giovanni Manghi, sócio fundador
da Faunalia em Portugal.
fotoscedidasporFaunalia