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Sumidouro ou Padre Viegas?
Parte 2
O genial Padre Viegas1
José Joaquim Viegas nasceu em Vila Rica, em 1778. Foi abandonado, ainda
menino, na residência de Anna da Silva Teixeira de Menezes que o adotou e o enviou
ao arraial de Sumidouro para estudar gramática latina. Viegas estudou no Colégio
Osório, fundado por Manuel da Cunha Osório, no arraial do Sumidouro. Aqui no
Sumidouro, nos áureos anos do Colégio Osório, Viegas estudou língua latina. Aos 11
anos de idade, pelos anos de 1789. Chamava a atenção por ser uma criança talentosa,
além da sua notória inclinação para as artes, em especial o desenho. Após essa
passagem pelo Sumidouro, Viegas foi continuar seus estudos em Mariana. Em 1797, foi
para Lisboa, em Portugal, onde estudou e aprendeu Tipografia, e também se ordenou
Padre. Retornou a Vila Rica por volta de 1802.
Seus trabalhos com Tipografia e impressão em Vila Rica, começa pelos anos de
1820. Um de seus amigos, o chapeleiro Manoel José Barbosa Pimenta e Sal, que tinha
certa habilidade com mecânica, e também um exímio leitor. Porém, havia em meio a
seu material de leitura, um livro o qual ele não compreendia, pois estava em francês. O
livro era um dicionário de Ciências e Artes. Por não ter domínio do idioma francês,
Manoel ficava somente a folhear as ilustrações do livro, com figuras e desenhos de
equipamentos tipográficos. Então, ao mostra-lo ao amigo Viegas, o mesmo se incumbiu
em traduzi-lo, pois Padre Viegas era um dos poucos com fluência em tal idioma em
Vila Rica e sabia da importância do conteúdo do mesmo. O livro traduzido era um
Tratado de Gravura, o qual foi publicado pela Tipografia do Arco do Cego, de Lisboa,
Portugal, onde Viegas havia estudado anos antes.
1
Texto baseado nos trabalhos de Jairo de Faria Mendes, Waldemar de Moura Santos, Waldemar
Barbosa, José Rodrigo Duarte (Visconde Lima Duarte), além de pesquisas no acervo do Arquivo Público
Mineiro, em Belo Horizonte.
Tratado da Gravura- tradução do Padre José Joaquim Viegas de Menezes- Ouro Preto, 1820
A partir daí, Manoel Barbosa e o Padre Viegas, construíram uma tipografia em
Vila Rica, em 1821. Após algum tempo, a tipografia já de posse de Manoel Barbosa,
recebe autorização oficial para funcionamento. Em 1823, a tipografia registra a
publicação do jornal “Compilador Mineiro”
Capa da edição nº5 do jornal Compilador Mineiro- 1823
O jornal trazia muitas informações, no campo político, social e econômico, em
quatro paginas. Não teve muitas edições. Era de circulação semanal. Um ano depois, em
1824, com o fim do “COMPILADOR MINEIRO”, surge o “ABELHA DO
ITACULUMY” com o mesmo formato e número de páginas.
Capa da edição nº 1 do Jornal Abelha do Itaculumy- Ouro Preto, 12 de Janeiro de 1824
Já em 1825, surge “O UNIVERSAL”, jornal que circulou até pelos anos de 1842.
Capa do Jornal O UNIVERSAL edição nº 1- Ouro Preto, 4 de Janeiro de 1825
O fato de ser responsável direto ou fazer parte das edições dos jornais tornou
Padre Viegas o precursor da imprensa impressa em Minas Gerais. O jornal
“Compilador Mineiro” foi o primeiro jornal impresso de que se tem notícia. Nos
jornais, Padre Viegas sempre publicava seus comentários sobre as notícias, em especial
sobre suas posições políticas com certas críticas ao governo e discussões sobre a
constituição. A tipografia de Manoel Barbosa e do Padre Viegas em Vila Rica, não só
não foi a primeira do Brasil, porque já havia uma tipografia no Rio de Janeiro, que teve
suas atividades proibidas. E em Vila Rica, a minúscula typografia provincial já
funcionara, pois recebeu autorização oficial de funcionamento alguns meses antes da
tipografia de Manoel Barbosa e Padre Viegas. O Padre Viegas também é autor de
algumas aquarelas, retratando o contexto simples da cidade de Mariana no período.
Padre Viegas morreu em 1º de Julho de 1841. Sua biografia foi registrada de
forma precária, em uma carta anônima enviada à redação do Jornal “Correio Official de
Minas Gerais”, com intuito de reconhecimento e valorização de tal figura e foi
publicada no ano de 1879. Esta é a sua maior referência biográfica.
Nós, Sumidourenses ou Padrevieguenses, somos felizes pelo privilégio de nosso
Sumidouro fazer parte da vida e da formação de tão respeitável figura. Temos o nome
Padre Viegas, como referência oficial de nosso distrito, o que nos honra muito diante da
sua grandeza, relevância e genialidade.
Júnior Eduardo Nonato
Sumidourense, Padrevieguense,
Professor, Maestro e Produtor Musical
Em Agosto de 2013

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  • 1. Sumidouro ou Padre Viegas? Parte 2 O genial Padre Viegas1 José Joaquim Viegas nasceu em Vila Rica, em 1778. Foi abandonado, ainda menino, na residência de Anna da Silva Teixeira de Menezes que o adotou e o enviou ao arraial de Sumidouro para estudar gramática latina. Viegas estudou no Colégio Osório, fundado por Manuel da Cunha Osório, no arraial do Sumidouro. Aqui no Sumidouro, nos áureos anos do Colégio Osório, Viegas estudou língua latina. Aos 11 anos de idade, pelos anos de 1789. Chamava a atenção por ser uma criança talentosa, além da sua notória inclinação para as artes, em especial o desenho. Após essa passagem pelo Sumidouro, Viegas foi continuar seus estudos em Mariana. Em 1797, foi para Lisboa, em Portugal, onde estudou e aprendeu Tipografia, e também se ordenou Padre. Retornou a Vila Rica por volta de 1802. Seus trabalhos com Tipografia e impressão em Vila Rica, começa pelos anos de 1820. Um de seus amigos, o chapeleiro Manoel José Barbosa Pimenta e Sal, que tinha certa habilidade com mecânica, e também um exímio leitor. Porém, havia em meio a seu material de leitura, um livro o qual ele não compreendia, pois estava em francês. O livro era um dicionário de Ciências e Artes. Por não ter domínio do idioma francês, Manoel ficava somente a folhear as ilustrações do livro, com figuras e desenhos de equipamentos tipográficos. Então, ao mostra-lo ao amigo Viegas, o mesmo se incumbiu em traduzi-lo, pois Padre Viegas era um dos poucos com fluência em tal idioma em Vila Rica e sabia da importância do conteúdo do mesmo. O livro traduzido era um Tratado de Gravura, o qual foi publicado pela Tipografia do Arco do Cego, de Lisboa, Portugal, onde Viegas havia estudado anos antes. 1 Texto baseado nos trabalhos de Jairo de Faria Mendes, Waldemar de Moura Santos, Waldemar Barbosa, José Rodrigo Duarte (Visconde Lima Duarte), além de pesquisas no acervo do Arquivo Público Mineiro, em Belo Horizonte.
  • 2. Tratado da Gravura- tradução do Padre José Joaquim Viegas de Menezes- Ouro Preto, 1820 A partir daí, Manoel Barbosa e o Padre Viegas, construíram uma tipografia em Vila Rica, em 1821. Após algum tempo, a tipografia já de posse de Manoel Barbosa, recebe autorização oficial para funcionamento. Em 1823, a tipografia registra a publicação do jornal “Compilador Mineiro” Capa da edição nº5 do jornal Compilador Mineiro- 1823
  • 3. O jornal trazia muitas informações, no campo político, social e econômico, em quatro paginas. Não teve muitas edições. Era de circulação semanal. Um ano depois, em 1824, com o fim do “COMPILADOR MINEIRO”, surge o “ABELHA DO ITACULUMY” com o mesmo formato e número de páginas. Capa da edição nº 1 do Jornal Abelha do Itaculumy- Ouro Preto, 12 de Janeiro de 1824 Já em 1825, surge “O UNIVERSAL”, jornal que circulou até pelos anos de 1842. Capa do Jornal O UNIVERSAL edição nº 1- Ouro Preto, 4 de Janeiro de 1825
  • 4. O fato de ser responsável direto ou fazer parte das edições dos jornais tornou Padre Viegas o precursor da imprensa impressa em Minas Gerais. O jornal “Compilador Mineiro” foi o primeiro jornal impresso de que se tem notícia. Nos jornais, Padre Viegas sempre publicava seus comentários sobre as notícias, em especial sobre suas posições políticas com certas críticas ao governo e discussões sobre a constituição. A tipografia de Manoel Barbosa e do Padre Viegas em Vila Rica, não só não foi a primeira do Brasil, porque já havia uma tipografia no Rio de Janeiro, que teve suas atividades proibidas. E em Vila Rica, a minúscula typografia provincial já funcionara, pois recebeu autorização oficial de funcionamento alguns meses antes da tipografia de Manoel Barbosa e Padre Viegas. O Padre Viegas também é autor de algumas aquarelas, retratando o contexto simples da cidade de Mariana no período. Padre Viegas morreu em 1º de Julho de 1841. Sua biografia foi registrada de forma precária, em uma carta anônima enviada à redação do Jornal “Correio Official de Minas Gerais”, com intuito de reconhecimento e valorização de tal figura e foi publicada no ano de 1879. Esta é a sua maior referência biográfica. Nós, Sumidourenses ou Padrevieguenses, somos felizes pelo privilégio de nosso Sumidouro fazer parte da vida e da formação de tão respeitável figura. Temos o nome Padre Viegas, como referência oficial de nosso distrito, o que nos honra muito diante da sua grandeza, relevância e genialidade. Júnior Eduardo Nonato Sumidourense, Padrevieguense, Professor, Maestro e Produtor Musical Em Agosto de 2013