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Texto de apoio
Família
A família pode ser designada como a instituição por meio da qual os indivíduos se integram na
sociedade. O nascimento, dentro da estrutura familiar, adquire um caráter afectivo que
favorece a criação e o desenvolvimento intelectual dos seres humanos. Função da família. As
pesquisas da psicologia evolutiva e da psicologia social têm registado duas peculiaridades
importantes do desenvolvimento do ser humano em comparação com outras espécies
superiores. A criança nasce "prematura" e requer, durante um período relativamente longo,
cuidados familiares e mais especificamente maternos para sobreviver. Uma criança carente de
estímulos sociais próximos, desde o nascimento e durante a primeira infância, não se socializa,
isto é, não desenvolve capacidades humanas nem se adapta à sociedade, como demonstraram
os casos dos "meninos-lobos" (crianças que cresceram em estado selvagem e afastadas do
convívio humano). Embora não seja fácil estabelecer com precisão como se iniciou a vida
familiar, parece evidente que suas funções de reproduzir e proteger a espécie foram
indispensáveis à sobrevivência da humanidade, já que o simples acasalamento não basta para
garantir a propagação, desenvolvimento e socialização do homem. Aristóteles dizia ser a
família uma comunidade de todos os dias, "com a incumbência de atender às necessidades
primárias e permanentes do lar", e Cícero cunhou a expressão, consagrada pelo tempo,
segundo a qual a família é "princípio da cidade e origem ou semente do estado". Na maior
parte das culturas, as pessoas vivem em unidades domésticas familiares integradas por um ou
vários casais e pelos filhos destes. A frequência com que se encontram relacionamentos deste
tipo permite afirmar que a origem da família é tão remota quanto a própria humanidade.
Deve-se também assinalar que na maioria dos povos a família é monogâmica e o princípio de
autoridade é geralmente prerrogativa do pai, com a colaboração da mãe. Tipos de família. O
tipo mais comum de família é constituída por um homem adulto, mulher e filhos não casados.
Essa família "nuclear", contudo, não pode ser considerada universal, pois não existe nenhuma
sociedade em que só existam famílias desse tipo. Muitos lares incluem componentes alheios a
esse núcleo, como avôs e avós, viúvas, órfãos e mães solteiras. Também pode haver filhos
casados que façam parte da família junto com os pais, de tal modo que coexistam na mesma
casa três ou quatro gerações, sobretudo se os sucessivos casamentos tiverem ocorrido
precocemente. Em algumas regiões rurais da Europa e do Japão existe um modelo familiar
segundo o qual apenas um dos filhos permanece na casa paterna depois de casado. Dessa
forma, há sempre na família um casal em condições de amparar os mais velhos e sustentar a
prole sem que o crescimento excessivo do grupo familiar exceda as possibilidades de produção
agrícola do meio em que vivem. No decorrer dos séculos e segundo as diferentes culturas e
civilizações, predominou a família patriarcal, dirigida pelo varão mais idoso do grupo. Nesta, o
comando era prerrogativa do pai. Antecedentes e características da família moderna. Do ponto
de vista estritamente biológico, a família é constituída por pais e filhos, isto é, estrutura-se por
um parentesco de sangue. Historicamente, no entanto, aparecem famílias cujos componentes
não têm necessariamente vínculo biológico. Já na antiga Roma, um chefe de família sem
herdeiros podia adotar como filho um menino de outra família. Modernamente, a adoção
ocorre em geral quando a mãe biológica não pode cuidar do filho e o entrega a outro casal, ou
porque os pais adotivos não podem ter filhos e os desejam. Os filhos de mães solteiras
frequentemente crescem totalmente desligados do pai biológico. Todos esses casos levam a
concluir que a definição de família em termos estritamente biológicos é insuficiente e que se
mostra mais adequada a perspectiva social ou, em outras palavras, a acepção de família como
unidade sociológica. Assim, família é a instituição que se incumbe de transformar um
organismo biológico num ser social e o veículo primeiro da transmissão dos padrões culturais,
valores e objetivos propostos pela organização da sociedade. Na família igualitária das
sociedades industriais modernas já não ocorre o predomínio do pai, embora, em grande parte,
este continue a ocupar a posição de chefe de família. Uma situação cada vez menos
generalizada é a do pai como principal ou única fonte de rendimentos económicos do núcleo
familiar, enquanto a mãe se ocupa da administração da casa e dos cuidados dos filhos.
Também se modificou a situação dos filhos no grupo familiar, pois a ideia (abandonada no
século XX) da criança como homem pequeno, sem maior valor que o de um adulto potencial,
transformou-se progressivamente numa atitude paterna de atenção, compreensão e respeito.
Essa compreensão social da infância e de seus direitos, porém, não se traduz necessariamente
em maior ou menor cuidado dos filhos por parte dos pais. O peso cada vez maior das
instituições de ensino contribuiu para afastar a família da função educativa. Além disso, a
acelerada evolução dos modos de vida nas últimas décadas do século XX modificou
substancialmente os esquemas familiares, de tal modo que ocorre uma "crise" da instituição
ou, pelo menos, da estrutura familiar. A aglomeração nos grandes centros urbanos encareceu
o solo e, consequentemente, a habitação, que, de modo geral, tem proporções reduzidas,
facto que favorece o controle da natalidade e a diminuição do número de filhos. O número
cada vez maior de mulheres que se vincularam ao mercado de trabalho faz com que, desde
tenra idade, os filhos permaneçam grande parte do tempo aos cuidados de creches, amas ou
parentes. Noutro aspecto, o afrouxamento das normas morais tradicionais, que proibiam o
aborto, o divórcio ou a simples separação de facto, também contribuiu para debilitar a
concepção tradicional da instituição familiar. A doutrina católica, segundo a qual a família é
uma instituição de direito natural, foi reiteradamente posta em dúvida por aqueles que
preconizam um novo tipo de relação familiar. Apesar da profunda transformação dos
esquemas familiares, porém, a estrutura essencial da família continua a vigorar, uma vez que
constitui, em suas várias formas, fundamento da sociedade humana, Dentro dela se criam os
laços afetivos necessários à transmissão, de uma geração para outra, da cultura e dos valores
ideológicos e morais. ©Encyclopaedia Britannica (adaptado)
http://www.slideshare.net/edispeed/familia-e-relaes-de-parentesco
http://www.slideshare.net/MnicaCerqueira/vida-familiar-11666674
http://lifestyle.publico.pt/artigos/319221_os-teus-filhos-nao-sao-meus-sao-nossos
http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1224253589K0xTB3uv8Hy76SY8.pdf
http://www.slideshare.net/RicardoSilva108/a-famlia-como-agente-de-socializao
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  • 1. Texto de apoio Família A família pode ser designada como a instituição por meio da qual os indivíduos se integram na sociedade. O nascimento, dentro da estrutura familiar, adquire um caráter afectivo que favorece a criação e o desenvolvimento intelectual dos seres humanos. Função da família. As pesquisas da psicologia evolutiva e da psicologia social têm registado duas peculiaridades importantes do desenvolvimento do ser humano em comparação com outras espécies superiores. A criança nasce "prematura" e requer, durante um período relativamente longo, cuidados familiares e mais especificamente maternos para sobreviver. Uma criança carente de estímulos sociais próximos, desde o nascimento e durante a primeira infância, não se socializa, isto é, não desenvolve capacidades humanas nem se adapta à sociedade, como demonstraram os casos dos "meninos-lobos" (crianças que cresceram em estado selvagem e afastadas do convívio humano). Embora não seja fácil estabelecer com precisão como se iniciou a vida familiar, parece evidente que suas funções de reproduzir e proteger a espécie foram indispensáveis à sobrevivência da humanidade, já que o simples acasalamento não basta para garantir a propagação, desenvolvimento e socialização do homem. Aristóteles dizia ser a família uma comunidade de todos os dias, "com a incumbência de atender às necessidades primárias e permanentes do lar", e Cícero cunhou a expressão, consagrada pelo tempo, segundo a qual a família é "princípio da cidade e origem ou semente do estado". Na maior parte das culturas, as pessoas vivem em unidades domésticas familiares integradas por um ou vários casais e pelos filhos destes. A frequência com que se encontram relacionamentos deste tipo permite afirmar que a origem da família é tão remota quanto a própria humanidade. Deve-se também assinalar que na maioria dos povos a família é monogâmica e o princípio de autoridade é geralmente prerrogativa do pai, com a colaboração da mãe. Tipos de família. O tipo mais comum de família é constituída por um homem adulto, mulher e filhos não casados. Essa família "nuclear", contudo, não pode ser considerada universal, pois não existe nenhuma sociedade em que só existam famílias desse tipo. Muitos lares incluem componentes alheios a esse núcleo, como avôs e avós, viúvas, órfãos e mães solteiras. Também pode haver filhos casados que façam parte da família junto com os pais, de tal modo que coexistam na mesma casa três ou quatro gerações, sobretudo se os sucessivos casamentos tiverem ocorrido precocemente. Em algumas regiões rurais da Europa e do Japão existe um modelo familiar segundo o qual apenas um dos filhos permanece na casa paterna depois de casado. Dessa forma, há sempre na família um casal em condições de amparar os mais velhos e sustentar a prole sem que o crescimento excessivo do grupo familiar exceda as possibilidades de produção agrícola do meio em que vivem. No decorrer dos séculos e segundo as diferentes culturas e civilizações, predominou a família patriarcal, dirigida pelo varão mais idoso do grupo. Nesta, o comando era prerrogativa do pai. Antecedentes e características da família moderna. Do ponto de vista estritamente biológico, a família é constituída por pais e filhos, isto é, estrutura-se por um parentesco de sangue. Historicamente, no entanto, aparecem famílias cujos componentes não têm necessariamente vínculo biológico. Já na antiga Roma, um chefe de família sem herdeiros podia adotar como filho um menino de outra família. Modernamente, a adoção ocorre em geral quando a mãe biológica não pode cuidar do filho e o entrega a outro casal, ou porque os pais adotivos não podem ter filhos e os desejam. Os filhos de mães solteiras
  • 2. frequentemente crescem totalmente desligados do pai biológico. Todos esses casos levam a concluir que a definição de família em termos estritamente biológicos é insuficiente e que se mostra mais adequada a perspectiva social ou, em outras palavras, a acepção de família como unidade sociológica. Assim, família é a instituição que se incumbe de transformar um organismo biológico num ser social e o veículo primeiro da transmissão dos padrões culturais, valores e objetivos propostos pela organização da sociedade. Na família igualitária das sociedades industriais modernas já não ocorre o predomínio do pai, embora, em grande parte, este continue a ocupar a posição de chefe de família. Uma situação cada vez menos generalizada é a do pai como principal ou única fonte de rendimentos económicos do núcleo familiar, enquanto a mãe se ocupa da administração da casa e dos cuidados dos filhos. Também se modificou a situação dos filhos no grupo familiar, pois a ideia (abandonada no século XX) da criança como homem pequeno, sem maior valor que o de um adulto potencial, transformou-se progressivamente numa atitude paterna de atenção, compreensão e respeito. Essa compreensão social da infância e de seus direitos, porém, não se traduz necessariamente em maior ou menor cuidado dos filhos por parte dos pais. O peso cada vez maior das instituições de ensino contribuiu para afastar a família da função educativa. Além disso, a acelerada evolução dos modos de vida nas últimas décadas do século XX modificou substancialmente os esquemas familiares, de tal modo que ocorre uma "crise" da instituição ou, pelo menos, da estrutura familiar. A aglomeração nos grandes centros urbanos encareceu o solo e, consequentemente, a habitação, que, de modo geral, tem proporções reduzidas, facto que favorece o controle da natalidade e a diminuição do número de filhos. O número cada vez maior de mulheres que se vincularam ao mercado de trabalho faz com que, desde tenra idade, os filhos permaneçam grande parte do tempo aos cuidados de creches, amas ou parentes. Noutro aspecto, o afrouxamento das normas morais tradicionais, que proibiam o aborto, o divórcio ou a simples separação de facto, também contribuiu para debilitar a concepção tradicional da instituição familiar. A doutrina católica, segundo a qual a família é uma instituição de direito natural, foi reiteradamente posta em dúvida por aqueles que preconizam um novo tipo de relação familiar. Apesar da profunda transformação dos esquemas familiares, porém, a estrutura essencial da família continua a vigorar, uma vez que constitui, em suas várias formas, fundamento da sociedade humana, Dentro dela se criam os laços afetivos necessários à transmissão, de uma geração para outra, da cultura e dos valores ideológicos e morais. ©Encyclopaedia Britannica (adaptado) http://www.slideshare.net/edispeed/familia-e-relaes-de-parentesco http://www.slideshare.net/MnicaCerqueira/vida-familiar-11666674 http://lifestyle.publico.pt/artigos/319221_os-teus-filhos-nao-sao-meus-sao-nossos http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1224253589K0xTB3uv8Hy76SY8.pdf