O que é arte. Definição de arte. História da arte.
Caso dora histeria e seus enigmas slide share
1. FRAGMENTO DA ANÁLISE DE UM
CASO DE HISTERIA (1905[1901])
Cristina Alvarenga Santos
2. RECORTES DO CASO DORA
HISTERIA E SEUS
ENIGMAS
Cristina Alvarenga Santos
7º. Período de Psicologia – Matutino
Disciplina: Abordagem Psicanalítica II
FUNEDI/UEMG
4. Diante da Histeria sabemos que Freud se
depara com uma nova maneira de se
fazer a clínica – DIFERENTE da natureza
anatômica, fisiológica, neurológica ou
similar:
QUE SINTOMA É ESSE CUJA DOR É TÃO
CARA AO SUJEITO?
5. Observa-se na histeria a preponderância
da referência ao CORPO, como se
coubesse a esse responder pelo ser do
sujeito... como se a presença do corpo
fosse convocada a cobrir a falta existente
em nossa condição de humanos:
a FALTA – A - SER
6. Esse corpo apresenta-se como lugar de
inscrição de mensagem de gozo, modo
de operar uma satisfação paradoxal que
reúne prazer e dor simultaneamente, no
qual o sujeito busca alojar sua
subjetividade...
7. Ocorre em Dora a inversão do afeto bem
próprio do comportamento histérico, no qual
qualquer menção à excitação sexual acaba por
despertar sensações desagradáveis.
Freud localiza nisto um deslocamento de
sensação, ou seja, onde deveria aparecer uma
excitação sexual nos órgãos genitais surge
uma sensação de nojo na zona oral.
8. A histérica responde:
EU SOU O CORPO!
“O corpo de que aqui se trata é aquele no
qual sua função orgânica foi invadida pela
função sexual, função conferida pela
Fantasia.”
9. O CORPO NA HISTERIA DEVE SER TRATADO
COMO UM SONHO = EXIGE DECIFRAÇÃO
“Deixando falar a histérica, escuta-se nesse
discurso a irrupção de uma outra lógica – a do
inconsciente – por onde o sintoma se articula
como homogêneo à sexualidade....”
10. RETORNO DO RECALCADO
Sintoma falha = sofrimento = mal de amor
... quando se pede que o sujeito fale, são os
destemperos de sua economia amorosa que
aparecem em seu queixume.
11. Vias de negociação por onde o recalcado
retorna:
O SINTOMA, OS SONHOS, OS CHISTES, OS
ATOS FALHOS, AS FANTASIAS
Formações do Inconsciente
13. “O sexual é a marca da passagem da coisa
real, puramente orgânica do corpo, para
sua apreensão no universo da
significação, campo do processamento
humano. É pela via do sexual, da
sexualidade, que o real do corpo
transforma-se em corpo significante”
14. Na histeria a lógica do Inconsciente vem
turvar os ditames da vontade racional do
sujeito focalizando a dimensão do
desejo...
“Desejo inapreensível e indestrutível” e
que tem a FALTA como motor.
15. Desejo este o qual uma histérica busca
sempre se furtar... É um CAIR NA REAL
da realização sexual, sendo tudo aquilo a
que uma histérica mais evita...
16. “A INCAPACIDADE PARA O ATENDIMENTO DE UMA
DEMANDA AMOROSA, QUE SE CONFIGURA
FREQUENTEMENTE NA HISTERIA COMO REPULSA AO
SEXO, DE FATO É UM DOS TRAÇOS MAIS ESSENCIAIS DA
NEUROSE.
AQUILO A QUE MAIS ANSEIAM EM SUAS FANTASIAS É
JUSTAMENTE O DE QUE FOGEM COM MAIS
DETERMINAÇÃO QUANDO LHES É APRESENTADO NA
REALIDADE... ENTREGAM-SE ÀS FANTASIAS QUANDO
NÃO PRECISAM TEMER POR SUA REALIZAÇÃO...”
17. Freud:
“...a causação das enfermidades histéricas se
encontra nas intimidades da vida psicossexual
dos pacientes... os sintomas histéricos são a
expressão de seus mais secretos desejos
recalcados, a elucidação completa de um caso
de histeria estará fadada a revelar essas
intimidades e denunciar esses segredos...”
18. “A histérica faz o outro desejar,
sobretudo desejar o mistério que ela
encerra em si mesma. Por isso coloca-se
como enigma para o outro decifrar, mas
o que ela quer com isso é que esse
enigma seja relançado, jamais
estancado.” (MAURANO, 2010, P. 93).”
19. Para Dora, suas indagações sobre o que é ser
uma mulher eram de tal forma importantes -,
e nesse sentido, queria saber tão avidamente
como uma mulher pode ser amada por um
homem, como é comum no quarteto que
constituía com seu pai e o casal e Sra. K
considerava essa última como aquela que
deteria a chave do enigma da feminilidade e,
com isso, lhe conferia uma condição de suam
importância.” (p. 94).
20. “A suposta homossexualidade de Dora não
configurava propriamente uma escolha de
um objeto amoroso do mesmo sexo, mas
sim indicava o que pode ser chamado de
homossexualidade de base, referida à
relação da menina com a mãe, antes que
essa se volte para o pai, como terceiro na
dinâmica edípica.
21. Assim, a paixão de Dora pela Sra. K era a
configuração de sua paixão não propriamente
pela pessoa dela, mas pelo feminino que
representava, facultando-lhe o acesso que sua
mãe não lhe possibilitou. Dado que o que
Dora queria aprender por meio da Sra. K., era
como é possível se fazer desejar pelos homens,
ela atribuía esse saber à Sra. K. , na medida em
que ela, além de ter o marido tinha o amor de
seu pai.” (MAURANO, 2010, p. 95).
23. - SIGMUND, F. Fragmento da Análise de um
caso de Histeria. In: Um caso de histeria, três
ensaios sobre sexualidade e outros trabalhos
(1901-1905). Rio de Janeiro: Imago Editora,
2006.
- MAURANO, D. A histeria: ontem, hoje e
sempre. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira,
2010.