O que é arte. Definição de arte. História da arte.
3ª fase – modernismo brasileiro
1. 3ª fase – Modernismo Brasileiro
Geração de 45
Disponível em: www.aulasdelpt.blogspot.com.br
2. Contexto
• Início da redemocratização;
• Estado Novo;
• Volta-se, principalmente, para
a estética, mas sem deixar de
lado o aspecto social.
3. Poesia
• Maior apuro do verso: ênfase na palavra, no ritmo, na
rima;
• Tendência: arte mais racional;
• Caráter engajado;
• Busca por um regionalismo temático e por um
universalismo;
• Tendência a negar o “eu” – privilegia o universo do
trabalho, da técnica e das tensões psicológicas;
• Direção da objetividade (+ contexto):
▫ Decodificação → contexto.
▫ Texto: testemunho crítico da realidade social, moral e
política.
▫ Poema: objeto de linguagem integrável. Estrutura
perceptiva das comunicações de massa.
4. João Cabral de Melo Neto
• Ausência de subjetivismo;
• Rigor formal, vocabulário preciso (direto/exato);
• Construção e purificação da poesia;
▫ Fruto não de inspiração, mas de construção.
• Poemas despidos de traços supérfluos e
sentimentalismos;
• Poesia dura, concreta, concisa.
• Temas:
▫ Fazer poético
▫ Social
▫ Nordeste/Espanha
5. João Cabral de Melo Neto
• O cão sem plumas
▫ Rio Capibaribe;
▫ Temática social;
▫ Ritmo, flutuação da linguagem coloquial.
(...)
Aquele rio
era como um cão sem
plumas.
Nada sabia da chuva
azul,
da fonte cor-de-rosa,
da água do copo de água,
da água de cântaro,
dos peixes de água,
da brisa na água.
(...)
Como às vezes
passa com os cães,
parecia o rio estagnar-se.
Suas águas fluíam então
mais densas e mornas;
fluíam com as ondas
densas e mornas
de uma cobra.
(...)
Entre a paisagem
(fluía)
de homens plantados na
lama;
de casas de lama
plantadas em ilhas
coaguladas na lama;
paisagem de anfíbios
de lama e lama.
6. João Cabral de Melo Neto
• Morte e Vida Severina
▫ Resgata o auto (poema para ser encenado);
▫ Temática participante;
▫ Presença anônima e coletiva;
▫ Tema: retirantes.
▫ Presença constante da morte;
▫ Nascimento do menino: resistência à constante
negação da existência.
7. (...)
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se
equilibra,
no mesmo ventre
crescido
sobre as mesmas pernas
finas
e iguais também porque o
sangue,
que usamos tem pouca
tinta.
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte
igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se
morre
de velhice antes dos
trinta,
de emboscada antes dos
vinte
de fome um pouco por
dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).
(....)
— Essa cova em que
estás,
com palmos medida,
é a cota menor
que tiraste em vida.
— é de bom tamanho,
nem largo nem fundo,
é a parte que te cabe
neste latifúndio.
— Não é cova grande.
é cova medida,
é a terra que querias
ver dividida.
— é uma cova grande
para teu pouco defunto,
mas estarás mais ancho
que estavas no mundo.
— é uma cova grande
para teu defunto parco,
porém mais que no
mundo
te sentirás largo.
— é uma cova grande
para tua carne pouca,
mas a terra dada
não se abre a boca.
8. Prosa
• Investigação psicológica;
• Ausência (ou quase
ausência) de enredo e ação;
• Foco nas emoções, estados
mentais e reações;
• Subjetiva;
• Interiorizada;
• Abstrata.
9. Clarice Lispector
• Prosa intimista / introspectiva;
• Fluxo de consciência + monólogo interior;
• Ruptura com o enredo factual (sem ação exterior);
• Metáforas “insólitas”;
• Memórias → autoanálise;
• Menos psicologia, mais metafísica.
▫ Metafísica: além do físico/da natureza.
▫ Essência do mundo.
▫ Ser enquanto ser.
• Estilo ensaísta, indagador.
10. “Além do mais a ‘psicologia’ nunca me interessou. O olhar psicológico
me impacienta, é um instrumento que só transpassa. Acho que desde
a adolescência eu havia saído do estágio do psicológico”.
“Perdi alguma coisa que me era essencial, que já não me é mais. Não
me é necessária, assim como se eu tivesse perdido uma terceira perna
que até então me impossibilitava de andar, mas que fazia de mim um
tripé estável”.
“Eu estava agora tão maior que não me via mais. Tão grande como
uma paisagem ao longe. Eu era ao longe. (...) como poderei dizer
senão timidamente assim: a vida se me é. A vida se me é, e eu não
entendo o que digo. Então adoro”.
Trechos de A paixão segundo G.H.
11. João Guimarães Rosa
• LINGUAGEM:
▫ Recria a fala do sertanejo (vocabulário + sintaxe +
melodia);
▫ Neologismos, empréstimos de outras línguas e
resgate de termos em desuso;
▫ Ritmo, aliteração, metáforas, imagens;
▫ Prosa poética: limites entre a poesia e a prosa.
• Regionalismo universalista:
▫ Questionamentos que passam no sertão, mas
representam o mundo.
• Questionamentos existenciais
▫ Bem x Mal
12. “O que vale, são outras coisas. A lembrança da vida da gente se guarda
em trechos diversos, cada um com seu signo e sentimento, uns com os
outros acho que nem não misturam”.
“[...] Daí vieram me chamar. Causa dum bezerro; um bezerro branco,
erroso, os olhos de nem ser – se viu –; e com máscara de cachorro”.
“[...] sempre que começa a ter amor a alguém, no ramerão, o amor
pega e cresce é porque, de certo jeito, a gente quer que isso seja, e vai,
na ideia, querendo e ajudando; mas, quando é destino dado, maior
que o miúdo, a gente ama inteiriço fatal, carecendo de quer, e é um só
facear com as surpresas. Amor desse, cresce primeiro; brota é depois”.
Trechos de Grande Sertão: Veredas.
13. Cynthia Funchal
http://www.portuguesatodaprova.com.br
• A reprodução, alteração e utilização dos slides e textos é livre para fins
didáticos, porém, recomenda-se a citação da fonte. É expressamente
proibida, para distribuição comercial, a veiculação deste material.