2. Moderno
• “Além do seu tempo”;
• Negação ou superação do passado.
Modernismo
• “Estilo de época”, período artístico;
• Momento de ruptura radical com os padrões
estéticos vigentes.
3. Modernismo
• Estética com a percepção do agora em
detrimento do antigo;
• Estilo de época → RADICALIZAR a ruptura,
feita tanto com o passado quanto com o
presente;
Arte pela arte;
• Ideia de ruptura com padrões antigos e a
valorização da vivência presente proposta já pelo
Romantismo, ainda de maneira “tímida”, mas
intensificada e radicalizada no Modernismo.
4. Contexto histórico (mundo)
• I Guerra Mundial;
• Início do séc. XX;
• Revolução científica:
▫ Gerou euforia e crença no progresso;
▫ MÁQUINA → presença constante na vida;
▫ Preocupações: aproveitar o presente.
• Cultura de massa e Contracultura.
5. Vanguardas Europeias
• Futurismo (Marinetti, 1909):
▫ Palavra em liberdade:
quebra na ordem, na sintaxe, na tipografia.
▫ Futuro → destruição do passado;
▫ Ritmo da vida moderna:
Movimento, máquina, velocidade.
• Cubismo (Picasso/Apollinaire):
▫ Formas geométricas, múltiplos ângulos;
▫ Texto – construção visual:
Valorização dos espaços em branco e da tipografia;
Menos adjetivos, pontuação, verbos;
Substantivos “soltos”;
Verso livre.
6. Vanguardas Europeias
• Expressionismo (1910):
▫ Expressão do mundo interior;
▫ Sem preocupação com o belo ou o feio, o
bizarro ou grotesco;
▫ Poucas manifestações na literatura;
▫ Artes plásticas (Brasil): Anitta Malfatti
Criticada por Monteiro Lobato,
desencadeou reações que impulsionou a
Semana de Arte Moderna (1922).
• Dadaísmo (Tristan Tzara, 1916):
▫ Negação total, defesa do absurdo, da
incoerência;
▫ Improviso, desordem, desequilíbrio.
▫ Protesto à civilização que levou a
sociedade à guerra.
7. Vanguardas Europeias
• Surrealismo (Andre Breton, 1924):
▫ Criação de uma nova sociedade (destruição do passado):
▫ DESTRUIÇÃO → CRIAÇÃO.
▫ Arte no impulso, pela inspiração, sem preocupação com a
lógica;
▫ Realidade do subconsciente e consciente.
▫ Aproxima-se da atitude romântica, mas + radical.
Futurismo + Dadaísmo.
8. Modernismo → BRASIL
• 1ª Geração ► 1922 – 1930;
▫ 100 anos de independência política;
▫ Independência cultural;
▫ Influência das vanguardas europeias.
• Semana de Arte Moderna – 1922
▫ Graça Aranha (abertura), Oswald de Andrade,
Mário de Andrade, Di Cavalcanti, Anita Malfatti,
Villa-Lobos (...)
• Revistas:
▫ Klaxon – SP
▫ A revista – MG
▫ Festa / Estética - RJ
9. Características
• DESTRUIÇÃO:
• Substituição do velho pelo novo;
• Liberdade da forma, da composição, das ideias;
• Busca do original, polêmico;
• Valorização do cotidiano;
• Paródia, ironia, humor;
• Nacionalismo crítico, “bairrismo”;
• Primitivo;
• Verdadeira identidade nacional.
10. Manifestos
• Poesia Pau-Brasil:
▫ Poesia de exportação (conteúdo brasileiro, forma
das vanguardas);
▫ Primitivismo (índio), cultura brasileira e realidade.
▫ “Língua brasileira”.
• Antropófago:
▫ Assimilação e adaptação da cultura estrangeira.
• Verde-amarelismo:
▫ Resposta ao movimento “pau-brasil”, considerado
um nacionalismo “afrancesado”;
▫ Nacionalismo ufanista;
▫ Valorização do tupi e da anta.
• Regionalista (1926):
▫ Sentimento de unidade do Nordeste;
▫ Arte em prol da região, nos modelos do
Modernismo.
Oswald de Andrade
Plínio Salgado
Menotti del Picchia
Guilherme de Almeida
Graciliano Ramos
José Lins do Rego
Jose Americo de Almeida
João Cabral de Melo Neto
11. Principais autores
• Oswald de Andrade:
▫ Poesia: Pau-Brasil;
▫ “Romance”: Memórias sentimentais de João Miramar;
▫ Teatro: O rei da vela, Serafim Ponte Grande.
• Mário de Andrade:
▫ Pensador, crítico de arte;
▫ Poesia: Pauliceia Desvairada;
▫ Romance: Macunaíma; Amar, verbo intransitivo.
• Manuel Bandeira:
▫ “Ex-parnasiano”;
▫ Poesia: Estrela da manhã;
▫ Prosa: Itinerário de Pasárgada.
12. Exemplos de poemas e trechos de obras da 1ª geração
modernista no Brasil
13. Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público
com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de
apreço ao sr. diretor.
Estou farto do lirismo que pára e
vai averiguar no dicionário o
cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas.
[...]
[...]
Quero antes o lirismo
dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e
pungente dos bêbados
O lirismo dos clowns de
Shakespeare.
- Não quero saber do
lirismo que não é
libertação.
Poética
Manuel Bandeira
14. Poema do Beco
Que importa a paisagem, a Glória, a baía, a linha do
horizonte?
- O que eu vejo é o beco.
Evocação do Recife
Recife
Não a Veneza americana
Não a Mauritsstad dos armadores das Índias Ocidentais.
Não o Recife dos Mascates
Nem mesmo o Recife que aprendi a amar depois —Recife das
revoluções libertárias
Mas o Recife sem história nem literatura
Recife sem mais nada
Recife da minha infância (...)
Manuel Bandeira
15. Leitor:
Está fundado o Desvairismo.
Este prefácio, apesar de interessante, inútel.
Quando sinto a impulsão lírica escrevo sem pensar tudo o que
meu inconsciente me grita. Penso depois: não só para corrigir,
como para justificar o que escrevi. Daí a razão deste Prefácio
Interessantíssimo. Aliás muito difícil nesta prosa saber onde
termina a blague, onde principia a seriedade. Nem eu sei.
E desculpo-me por estar tão atrasado dos movimentos
artísticos atuais. Sou passadista, confesso. Ninguém pode se
libertar duma só vez das teorias-avós que bebeu; e o autor
deste livro seria hipócrita si pretendesse representar orientação
moderna que ainda não compreende bem.
Prefácio - Paulicéia Desvairada
(Mário de Andrade)
16. "No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de
nossa gente. [...] Já na meninice fez coisas de sarapantar.
De primeiro: passou mais de seis anos não falando. Se o
incitavam a falar, exclamava:-- Ai! que preguiça!. . . e não
dizia mais nada.[...] Quando era pra dormir trepava no
macuru pequeninho sempre se esquecendo de mijar.
Como a rede da mãe estava por debaixo do berço, o herói
mijava quente na velha, espantando os mosquitos bem.
Então adormecia sonhando palavras-feias, imoralidades
estrambólicas e dava patadas no ar. Nas conversas das
mulheres no pino do dia o assunto era sempre as
peraltagens do herói. As mulheres se riam muito
simpatizadas, falando que 'espinho que pinica, de pequeno
já traz ponta'."
Trechos- Macunaíma (Mário de Andrade)
17. Às mui queridas súbditas nossas, Senhoras Amazonas.
Trinta de Maio de Mil Novecentos e Vinte e Seis, São Paulo.
Senhoras: Não pouco vos surpreenderá, por certo, o endereço e a
literatura desta missiva. Cumpre-nos, entretanto, iniciar estas linhas
de saudades e muito amor, com desagradável nova. É bem verdade
que na boa cidade de São Paulo - a maior do universo, no dizer de
seus pro lixos habitantes - não sois conhecidas por "icamiabas", voz
espúria, sinão que pelo apelativo de Amazonas; e de vós, se afirma,
cavalgardes ginetes belígeros e virdes da Hélade clássica; e assim sois
chamadas. Muito nos pesou a nós, Imperator vosso, tais dislates da
erudição porém heis de convir conosco que, assim, ficais mais
heróicas e mais conspícuas, tocadas por essa platina respeitável da
tradição e da pureza antiga.
[...] POUCA SAÚDE E MUITA SAÚVA, OS MALES DO BRASIL SÃO.
Carta às Icamiabas- Macunaíma (Mário de Andrade)
18. Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da nação brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro
Valorização da língua nacional
Poemas – Pau-Brasil (Oswald de Andrade)
19. Relicário
No baile da corte
Foi o conde d'Eu quem disse
Pra Dona Benvinda
Que farinha de Suruí
Pinga de Parati
Fumo de Baependi
É comê bebê pitá e caí
Poesia de exportação
“Cobepá, aricobé, cobé, paí” – último verso de Aos
Caramurus da Baía, atribuído a Gregório de Matos.
Poemas – Pau-Brasil (Oswald de Andrade)
20. Brasil
O Zé Pereira chegou de caravela
E preguntou pro guarani da mata virgem
– Sois cristão?
– Não. Sou bravo, sou forte, sou filho da Morte
Teterê tetê Quizá Quizá Quecê!
Lá longe a onça resmungava Uu! ua! uu!
O negro zonzo saído da fornalha
Tomou a palavra e respondeu
– Sim, pela graça de Deus
Canhém Babá Canhem Babá Cum Cum!
E fizeram o Carnaval
Poemas (Oswald de Andrade)
Crítica ao nativismo romântico
Representação da população brasileira, influências do colonialismo
Português (ironizado), índio (romantizado), negro (escravizado)
21. 1. O PENSIEROSO
Jardim desencanto
O dever e procissões com pálios
E cônegos
Lá fora
E um circo vago e sem mistério
Urbanos apitando nas noites cheias
Mamãe chamava-me e conduzia-me para dentro do oratório de
mãos grudadas.
— O Anjo do Senhor anunciou à Maria que estava para ser a mãe de
Deus.
Vacilava o morrão do azeite bojudo em cima do copo. Um manequim
esquecido vermelhava.
— Senhor convosco, bendita sois entre as mulheres, as mulheres não
têm pernas, são como o manequim de mamãe até embaixo. Para que
pernas nas mulheres, amém.
Trecho – Memórias Sentimentais de João Miramar
(Oswald de Andrade)
22. 41. VATICANO
Raffaello Sanzio d'Urbino
Ventania
Muitos lençóis
E rabanadas esportivas de profetas
Bento que Bento
Frades no Pincio
Na boca do forno
Fornarina
— Faremos todos com muito desgosto o que seu mestre mandar.
— Cada qual pinte assim que nem Raffaello.
E a ventania pegou nos Berninis empetecados para o assombro
educado das manadas Cook.
— It is very beautiful!
Mas São Francisco não acreditaria nas transfigurações bem
desenhadas.
Trecho – Memórias Sentimentais de João Miramar
(Oswald de Andrade)
23. E começa a longa história
do navio que ia e vinha
pela estrada azul do Atlântico:
Ia, levando pau-brasil
e homens cor da manhã, filhos do mato,
cheios de sol e de inocência;
vinha trazendo delegados…
Ia, levando uma esperança;
vinha trazendo foragidos de outras pátrias
para a ilha da Bem-aventurança.
Ia levando um grito de surpresa;
da terra criança;
e vinha abarrotado de saudade
portuguesa
Pralapracá
(Cassiano Ricardo)
Verdamarelismo
24. Cynthia Funchal
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