2. Texto narrativo
História que envolve personagens realizando
ações;
Sucessão de fatos que se situam em um
tempo e espaço.
Prosa: texto em parágrafos, segue os limites
do papel/suporte.
Verso: maior liberdade de composição.
3. Elementos
Personagens: realizam ações que formam a
sequência narrativa. Características físicas e/ou
psicológicas determinadas.
Redondas: alto grau de densidade psicológica, maior
complexidade, imprevisível.
Tendência a redonda: Grau de densidade psicológica
mediano. Linearidade nas ações, mas pode surpreender.
Planas: baixo grau de densidade psicológica, ações
lineares.
Tipo: Representa uma classe ou grupo social.
Estereótipo: Representação excessiva de uma determinada
categoria social.
4. Elementos
Narrador: relata a história.
Personagem (1ª p.) / Observador (3ª p.);
Onisciente (neutro/seletivo).
Tempo: momento em que se desenvolve a história.
Espaço: local dos acontecimentos.
Enredo: sequência dos fatos. Ordem cronológica
(temporal) ou psicológica (anacrônica ou flash
backs).
Conflito: situação de tensão.
Clímax: ponto máximo de tensão.
Desfecho: finalização, “resolução” do conflito.
5. Conto x Crônica
Conto:
Enredo concentrado no conflito.
Um só conflito.
Narrativa “curta”, mas densa.
Literário.
Crônica:
Gênero híbrido entre literatura e jornalismo.
Linguagem simples e próxima do leitor.
Retrata eventos e fatos do cotidiano.
É comum a crônica usar humor e ironia.
6. Exemplos
Trecho de “União, gente” de Luís Fernando Veríssimo, publicado
no livro “A mesa voadora”
“Nunca se despreze o poder de uma ideia cuja hora chegou. Minha
rebelião contra a salsinha ganha adeptos e, a julgar pela correspondência, esta era
uma causa à espera do primeiro grito. Só não conseguimos ainda nos organizar e
partir para a mobilização – manifestações de rua, abraços a prédios públicos –
porque persiste uma certa indefinição de conceitos. Eu sustento que “salsinha” é
nome genérico para tudo que está no prato só para enfeite ou para confundir o
paladar, o que incluiria até aquelas galhos de coisa nenhuma espetados no
sorvete, o cravo no doce de coco, etc. Outros, com mais rigor, dizem que salsinha
é, especificamente, o verdinho picadinho que você não consegue raspar de cima
da batata cozida, por exemplo, por mais que tente. Outros, mais abrangentes do
que eu, dizem que salsinha é o nome de tudo o que é persistentemente supérfluo
em nossas vidas, da retórica ao porta-aviões, passando pelo cheiro-verde”. [...]
7. Exemplos
Trecho de “O dia em que explodiu Mabata-bata” de Mia Couto, publicado
no livro “Contos africanos de língua portuguesa”
“De repente, o boi explodiu. Rebentou sem um múúú. No capim em
volta choveram pedaços e fatias, grãos e folhas de boi. A carne já eram borboletas
vermelhas. Os ossos eram moedas espalhadas. Os chifres ficaram num qualquer
ramo, balouçando a imitar a vida, no invisível do vento.
O espanto não cabia em Azarias, o pequeno pastor. Ainda há um instante
ele admirava o grande boi malhado, chamado de Mabata-bata. O bicho pastava
mais vagaroso que a preguiça. Era o maior da manada, régulo da chifraria, e
estava destinado como prenda de lobolo do tio Raul, dono da criação. Azarias
trabalhava para ele desde que ficara órfão. Despegava antes da luz para que os
bois comessem o cacimbo das primeiras horas.
Olhou a desgraça: o boi poeirado, eco de silêncio, sombra de nada.
‘Deve ser foi um relâmpago’, pensou”. [...]