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*MÓDULO 1*
Geopolítica – Ordem mundial
E o mundo nunca mais foi o mesmo
6 de junho de 1944. Nessa data, conhecida como Dia
D, tropas aliadas invadiram a Normandia, na França
ocupada pelos nazistas alemães. Tradicionalmente, é
celebrado como o início da vitória aliada contra a
Alemanha hitlerista. Mas isso de acordo com a visão
predominante nos países ocidentais. Hoje, acredita-se
que o regime de Hitler já estava condenado desde o ano
anterior, quando as tropas alemãs foram derrotadas pelo
Exército soviético na Batalha de StaIingrado. Depois
desse revés, os alemães foram sendo cada vez mais
acuados pela contraofensiva dos soviéticos, que
avançaram em direção a Berlim.
Depois do Dia D, a futura divisão da Europa foi
combinada durante a Conferência de Yalta, de 4 a 11 de
fevereiro de 1945, com a participação do líder soviético,
Josef Stalin, do primeiro-ministro britânico, Winston
Churchill, e do presidente norte-americano, Franklin
Delano Roosevelt. Quando os nazistas foram finalmente
derrotados, em 30 de abril de 1945, a Alemanha e a
Europa foram divididas em duas áreas de influência. A
partir da Alemanha Oriental, seguindo pela
Tchecoslováquia, Hungria e Romênia, os países do Leste
Europeu se alinharam com a União Soviética, adotando
governos comunistas e economia planificada. A
Iugoslávia também se tornou comunista, mas manteve
certa independência em relação à União Soviética. Os
demais países europeus, com exceção das ditaduras
fascistas de Portugal e Espanha (que adotaram uma
posição neutra), tornaram-se democracias liberais
capitalistas.
O Japão, que se rendeu aos Estados Unidos em 2 de
setembro de 1945, após os ataques nucleares de
Hiroshima (6 de agosto) e Nagasaki (9 de agosto),
tornou-se também um aliado dos países capitalistas
ocidentais. A nova divisão foi oficializada com a criação,
em 4 de abril de 1949, da Organização do Tratado do
Atlântico Norte (OTAN), e, em 14 de maio de 1955, do
Pacto de Varsóvia — a primeira reunindo os países
capitalistas e o segundo, os comunistas.
O fim da Segunda Guerra marcou o início do período
da Guerra Fria, que duraria até a dissolução da União
Soviética, em 1991. Em maio de 1949, a União Soviética
demonstrou ter armas nucleares. Por medo da destruição
mútua, os Estados Unidos e a União Soviética, as duas
superpotências que emergiram da Segunda Guerra,
evitaram um confronto aberto. Mas adotaram posições
antagônicas em conflitos travados em países periféricos,
como nas guerras da Coreia (1950-1953), Vietnã (1955-
1975) e Afeganistão (1979-1989).
Os resultados da Segunda Guerra são vistos até hoje.
A Alemanha é o país mais rico da Europa e o Japão, o
mais rico da Ásia, mas ambos são política e militarmente
fracos. Países do antigo bloco comunista, como a
Polônia e a Romênia, enviam migrantes para países
ocidentais. A Iugoslávia, ao fim do regime comunista,
fragmentou-se após guerra civil. A atual Rússia
capitalista mantém pretensões imperiais sobre os antigos
territórios soviéticos. Milícias afegãs armadas pelos
Estados Unidos contra os russos formaram a AI Qaeda.
Na América Latina, ressentimento com o apoio norte-
-americano a regimes anticomunistas ainda é foco de
tensão política.
O continente redesenhado
O mapa político da Europa em três momentos
1938
1955
2009
INFOGRÁFICOS EDITORA MOL
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 A Segunda Guerra Mundial redefiniu fronteiras, tem
forte presença na cultura popular e marca o debate
ideológico ainda hoje.
 Após a Segunda Guerra, a Europa foi repartida entre
a União Soviética e os Estados Unidos, França e
Inglaterra. Os países capitalistas se organizaram
militarmente na OTAN, enquanto os comunistas
criaram o Pacto de Varsóvia.
 A OTAN continua ativa, mas o Pacto de Varsóvia
dissolveu-se com o fim da União Soviética. Outros
órgãos criados com o objetivo de reconstruir o
mundo no pós-guerra e manter a paz permanecem: a
ONU e organismos financeiros como o FMI e o
Banco Mundial.
 O FMI concede empréstimos a países arrasados
pela guerra ou pobres, mas, em troca, exige a
adoção de políticas consideradas por alguns como
conservadoras.
 O fim do regime soviético, em 1991, significou
redemocratização e liberdade de expressão, mas
também instabilidade para alguns países do bloco. A
Iugoslávia esfacelou-se após guerra civil. A Polônia
tornou-se adversária da Rússia, o mesmo ocorrendo
com a Ucrânia e a Geórgia. A própria Rússia passou
por um período conturbado, que culminou com a
eleição do presidente Vladimir Putin, ex-diretor da
KGB, em 1999. Seu governo autoritário (2000-2008)
foi marcado por forte repressão aos rebeldes da
República da Chechênia.
 A economia de mercado ganhou força, mesmo em
países do antigo bloco comunista. Ao sair de cena o
regime marxista puro, os conflitos passaram a ser
menos político-ideológicos e mais ligados a religião
ou nacionalismo.
 O mundo conta atualmente com uma única
superpotência: os Estados Unidos, que em 2003
atacaram o Iraque, ignorando unilateralmente uma
decisão da ONU que rejeitava a ação militar.
 Acredita-se que o desenvolvimento da China, e
também do Brasil, da Rússia e da Índia (que formam
um grupo de países emergentes conhecidos como
BRICs), possa criar no futuro um mundo multipolar,
em que os Estados Unidos não serão mais a única
superpotência.
 *ATENÇÃO, ESTUDANTE!* 
Para complementar o estudo deste Módulo,
utilize seu LIVRO DIDÁTICO.
*********** ATIVIDADES ***********
Texto para as questões de 1 a 4.
A guerra pop
A Segunda Guerra Mundial não sai da cabeça
das pessoas, 65 anos depois do seu fim
Em abril de
2010, a produtora
alemã Constantin
Films pediu ao site
YouTube que
tirasse do ar todas
as paródias de
seu filme A
Queda, por
considerar que
seus direitos
autorais estavam
sendo violados. O
filme narra os
últimos dias de
Adolf Hitler, em
1945, com base
nos relatos de
Traudl Junge, ex-
-secretária do líder nazista, e nas investigações do
jornalista alemão Joachim Fest. A cena das paródias,
invariavelmente, mostrava Hitler tendo um ataque de
fúria ao ser informado de que o Exército Vermelho estava
às portas de Berlim. A brincadeira consistiu em colocar
legendas engraçadas para “traduzir” a fala de Hitler em
alemão, fazendo o ditador surtar com assunto qualquer,
como por causa de uma banda musical ruim ou um
professor chato. A piada foi repetida em diversas línguas,
inclusive em português. Os vídeos foram removidos, mas
outros acabaram sendo postados depois no YouTube.
A Liga Antidifamação, ONG norte-americana dedicada
a combater o antissemitismo, queixou-se de que esse
tipo de vídeo contribui para banalizar a figura de Hitler,
tornando-a cômica e inofensiva. Mas brincadeira como
essa não é fácil de controlar. Afinal, a Segunda Guerra
Mundial é pop e continua rendendo boas histórias e
discussões. Existe até mesmo a “Lei de Godwin”,
formulada pelo advogado norte-americano Michael
Godwin em 1990. Segundo ele, se uma discussão se
prolonga por muito tempo, a probabilidade de surgir
alguma comparação com os nazistas ou com Hitler se
aproxima de 100%.
Filmes sobre a Segunda Guerra já foram mais
comuns nos anos 50 e 60, mas continuam a ser
produzidos em bom número. Além de A Queda (2004),
tivemos nos últimos anos O Pianista (2002), Cartas de
Iwo Jima (2006) e Bastardos Inglórios (2009), para citar
RIA NOVOSTI / AFP
 Brad Pitt em cena de Bastardos
Inglórios, dirigido por Quentin
Tarantino: a Segunda Guerra Mundial
continua rendendo boas
histórias a Hollywood
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alguns campeões de bilheteria. Mesmo filmes que
exploram temas sem relação com a Segunda Guerra
podem se inspirar nela de algum modo, como os
uniformes “nazistas” dos oficiais do Império na série
Guerra nas Estrelas.
A música também costuma inspirar-se na Segunda
Guerra. Em 1973, o poema A Rosa de Hiroshima, de
Vinicius de Moraes, foi musicado pela banda Secos e
Molhados, de Ney Matogrosso. Lá fora, a guerra foi
abordada por grupos como Rolling Stones (Sympathy for
the Devil), Iron Maiden (Aces High) e Pink Floyd (The
Wall). Mas foi o movimento punk que a tornou um tema
constante. Em 1977, os Sex Pistols lançaram Belsen
Was a Gas, polêmica canção sobre o campo de
concentração na Alemanha onde morreu Anne Frank,
garota alemã de origem judaica. A banda inglesa Joy
Division (1977-1980) tirou seu nome de uma “divisão” de
prostitutas que atendia a soldados nazistas.
Na área de videogames, todos os anos são lançados
novos títulos sobre o tema. Em 2009, por exemplo,
vieram Wolfenstein, Company of Heroes – Tales of Valor
e Battlefield 1943. Na internet, uma pesquisa rápida no
Google revela 26 milhões de ocorrências para “World
War II” (Segunda Guerra Mundial), contra 6 milhões para
“Vietnam War” (Guerra do Vietnã) e 5,5 milhões para
“Iraq War” (Guerra do Iraque). Como se vê, 65 anos
depois de seu fim, a Segunda Guerra está longe de sair
do imaginário popular.
Superinteressante, jul. 2010.
.1. (AED-SP)
A produtora alemã Constantin Films pediu ao YouTube
que removesse seus vídeos. Ela conseguiu seu objetivo?
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.2. (AED-SP)
Por que a divulgação de vídeos no YouTube satirizando
Adolf Hitler foi considerada uma forma de banalização da
figura do ditador nazista?
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.3. (AED-SP)
Além do cinema, o texto cita outras formas de
manifestação artística que costumam se inspirar na
Segunda Guerra Mundial. Dê um exemplo.
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.4. (AED-SP)
“A Segunda Guerra Mundial é pop.” Assinale o que for
fiel ao significado da frase:
I. O conflito entrou para o imaginário popular de
forma nem sempre adequada.
II. A guerra foi incorporada de diversas formas, em
especial na música e no cinema.
III. As conquistas militares do Exército alemão
ganharam simpatia popular no mundo todo.
É correto o que se afirma em
(A) I, apenas.
(B) I e II, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) I, II e III.
.5. (INEP-MEC)
A Rosa de Hiroshima
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A antirrosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
(Vinicius de Moraes)
Sobre o poema de Vinicius de Moraes, diz-se:
I. O poeta assume uma postura humanista e
pacifista, de oposição à guerra.
II. O poema sugere que se consiga superar e
esquecer o episódio atômico para que a vida
recupere sua dimensão poética.
III. Há trechos ligados aos efeitos das bombas
atômicas: “rosa radioativa”, “rosa com cirrose”.
É correto o que se afirma em
(A) I, apenas.
(B) I e II, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) I, II e III.
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.6. (ENEM-MEC)
A nova des-ordem geográfica mundial:
uma proposta de regionalização
Fonte: LÉVY et al. (1992), atualizado.
O espaço mundial sob a “nova des-ordem” é um
emaranhado de zonas, redes e “aglomerados”, espaços
hegemônicos e contra-hegemônicos que se cruzam de
forma complexa na face da Terra. Fica clara, de saída, a
polêmica que envolve uma nova regionalização mundial.
Como regionalizar um espaço tão heterogêneo e, em
parte, fluido, como é o espaço mundial contemporâneo?
HAESBAERT, R.; PORTO-GONÇALVES, C. W. A nova
des-ordem mundial. São Paulo: UNESP, 2006.
O mapa procura representar a lógica espacial do
mundo contemporâneo pós-União Soviética, no contexto
de avanço da globalização e do neoliberalismo, quando a
divisão entre países socialistas e capitalistas se desfez e
as categorias de “primeiro” e “terceiro” mundo perderam
sua validade explicativa.
Considerando esse objetivo interpretativo, tal distribuição
espacial aponta para
(A) a estagnação dos Estados com forte identidade
cultural.
(B) o alcance da racionalidade anticapitalista.
(C) a influência das grandes potências econômicas.
(D) a dissolução de blocos políticos regionais.
(E) o alargamento da força econômica dos países
islâmicos.
.7. (ENEM-MEC)
A bandeira da Europa não é apenas o símbolo da
União Europeia, mas também da unidade e da identidade
da Europa em sentido mais lato. O círculo de estrelas
douradas representa a solidariedade e a harmonia entre
os povos da Europa.
Disponível em: http://europa.eu/index_pt.htm.
Acesso em: 29/4/2010 (adaptado).
A que se pode atribuir a contradição intrínseca entre o
que propõe a bandeira da Europa e o cotidiano
vivenciado pelas nações integrantes da União Europeia?
(A) Ao contexto da década de 1930, no qual a bandeira
foi forjada e em que se pretendia a fraternidade entre
os povos traumatizados pela Primeira Guerra
Mundial.
(B) Ao fato de que o ideal de equilíbrio implícito na
bandeira nem sempre se coaduna com os conflitos e
rivalidades regionais tradicionais.
(C) Ao fato de que Alemanha e Itália ainda são vistas
com desconfiança por Inglaterra e França mesmo
após décadas do final da Segunda Guerra Mundial.
(D) Ao fato de que a bandeira foi concebida por
portugueses e espanhóis, que possuem uma
convivência mais harmônica do que as demais
nações europeias.
(E) Ao fato de que a bandeira representa as aspirações
religiosas dos países de vocação católica,
contrapondo-se ao cotidiano das nações
protestantes.
.8. (ENEM-MEC)
Disponível em: www.culturabrasil.org.br. Acesso em: 28/4/2010.
A foto revela um momento da Guerra do Vietnã (1965-
1975), conflito militar cuja cobertura jornalística utilizou,
em grande escala, a fotografia e a televisão. Um dos
papéis exercidos pelos meios de comunicação na
cobertura dessa guerra, evidenciado pela foto, foi
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(A) demonstrar as diferenças culturais existentes entre
norte-americanos e vietnamitas.
(B) defender a necessidade de intervenções armadas
em países comunistas.
(C) denunciar os abusos cometidos pela intervenção
militar norte-americana.
(D) divulgar valores que questionavam as ações do
governo vietnamita.
(E) revelar a superioridade militar dos Estados Unidos da
América.
.9. (ENEM-MEC)
A América se tornara a maior força política e
financeira do mundo capitalista. Havia se transformado
de país devedor em país que emprestava dinheiro. Era
agora uma nação credora.
HUBERMAN, L. História da riqueza do homem.
Rio de Janeiro: Zahar, 1962.
Em 1948, os EUA lançavam o Plano Marshall, que
consistiu no empréstimo de 17 bilhões de dólares para
que os países europeus reconstruíssem suas economias.
Um dos resultados desse plano, para os EUA, foi
(A) o aumento dos investimentos europeus em indústrias
sediadas nos EUA.
(B) a redução da demanda dos países europeus por
produtos e insumos agrícolas.
(C) o crescimento da compra de máquinas e veículos
estadunidenses pelos europeus.
(D) o declínio dos empréstimos estadunidenses aos
países da América Latina e da Ásia.
(E) a criação de organismos que visavam regulamentar
todas as operações de crédito.
.10. (ENEM-MEC)
A lei não nasce da natureza, junto das fontes
frequentadas pelos primeiros pastores; a lei nasce das
batalhas reais, das vitórias, dos massacres, das
conquistas que têm sua data e seus heróis de horror: a
lei nasce das cidades incendiadas, das terras
devastadas; ela nasce com os famosos inocentes que
agonizam no dia que está amanhecendo.
FOUCAULT, M. Aula de 14 de janeiro de 1976. In: Em defesa
da sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
O filósofo Michel Foucault (séc. XX) inova ao pensar a
política e a lei em relação ao poder e à organização
social. Com base na reflexão de Foucault, a finalidade
das leis na organização das sociedades modernas é
(A) combater ações violentas na guerra entre as nações.
(B) coagir e servir para refrear a agressividade humana.
(C) criar limites entre a guerra e a paz praticadas entre
os indivíduos de uma mesma nação.
(D) estabelecer princípios éticos que regulamentam as
ações bélicas entre países inimigos.
(E) organizar as relações de poder na sociedade e entre
os Estados.
.11. (ENEM-MEC)
Do ponto de vista geopolítico, a Guerra Fria dividiu a
Europa em dois blocos. Essa divisão propiciou a
formação de alianças antagônicas de caráter militar,
como a OTAN, que aglutinava os países do bloco
ocidental, e o Pacto de Varsóvia, que concentrava os do
bloco oriental. É importante destacar que, na formação
da OTAN, estão presentes, além dos países do oeste
europeu, os EUA e o Canadá. Essa divisão histórica
atingiu igualmente os âmbitos político e econômico que
se refletia pela opção entre os modelos capitalista e
socialista.
Essa divisão europeia ficou conhecida como
(A) Cortina de Ferro.
(B) Muro de Berlim.
(C) União Europeia.
(D) Convenção de Ramsar.
(E) Conferência de Estocolmo.
.12. (ENEM-MEC)
Em conflitos regionais e na guerra entre nações, tem
sido observada a ocorrência de sequestros, execuções
sumárias, torturas e outras violações de direitos.
Em 10 de dezembro de 1948, a Assembleia Geral das
Nações Unidas adotou a Declaração Universal dos
Direitos do Homem, que, em seu artigo 5.º, afirma:
Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou
tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes.
Assim, entre nações que assinaram essa Declaração, é
coerente esperar que
(A) a Constituição de cada país deva se sobrepor aos
Direitos Universais do Homem, apenas enquanto
houver conflito.
(B) a soberania dos Estados esteja em conformidade
com os Direitos Universais do Homem, até mesmo
em situações de conflito.
(C) a violação dos direitos humanos por uma nação
autorize a mesma violação pela nação adversária.
(D) sejam estabelecidos limites de tolerância, para além
dos quais a violação aos direitos humanos seria
permitida.
(E) a autodefesa nacional legitime a supressão dos
Direitos Universais do Homem.
.13. (ENEM-MEC)
O fim da Guerra Fria e da bipolaridade, entre as
décadas de 1980 e 1990, gerou expectativas de que
seria instaurada uma ordem internacional marcada pela
redução de conflitos e pela multipolaridade.
O panorama estratégico do mundo pós-Guerra Fria
apresenta
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(A) o aumento de conflitos internos associados ao
nacionalismo, às disputas étnicas, ao extremismo
religioso e ao fortalecimento de ameaças como o
terrorismo, o tráfico de drogas e o crime organizado.
(B) o fim da corrida armamentista e a redução dos
gastos militares das grandes potências, o que se
traduziu em maior estabilidade nos continentes
europeu e asiático, que tinham sido palco da Guerra
Fria.
(C) o desengajamento das grandes potências, pois as
intervenções militares em regiões assoladas por
conflitos passaram a ser realizadas pela
Organização das Nações Unidas (ONU), com maior
envolvimento de países emergentes.
(D) a plena vigência do Tratado de Não Proliferação, que
afastou a possibilidade de um conflito nuclear como
ameaça global, devido à crescente consciência
política internacional acerca desse perigo.
(E) a condição dos EUA como única superpotência, mas
que se submetem às decisões da ONU no que
concerne às ações militares.
.14. (INEP-MEC)
Observe a foto e o infográfico a seguir:
estadao.com, 3/3/2010.
A foto mostra uma reunião do Conselho de Segurança da
ONU e o infográfico exibe a posição dos países-membros
em relação a uma proposta de sanções contra o Irã, por
causa de seu programa nuclear. Assinale a afirmação
incorreta.
(A) O Conselho de Segurança é formado por 15
membros.
(B) Dez países participam de forma rotativa.
(C) Somente cinco países têm o poder de veto.
(D) Há um consenso sobre a questão entre os dez
membros rotativos.
(E) É preciso que nove dos 15 países do Conselho
digam “sim” para a decisão valer.
.15. (UNESP, adaptada)
Leia com atenção os itens a seguir:
I. Em 1945, criou-se um sistema multilateral de
discussões e negociações com 50 países,
depois ampliado com o ingresso de nações que
obtiveram independência na África e na Ásia.
II. As duas superpotências que emergiram após a
Segunda Guerra.
III. Comandando Estados abrigados em suas áreas
de influência, as superpotências disputam a
hegemonia mundial.
Os itens referem-se, respectivamente, a:
(A) I. Organização das Nações Unidas (ONU);
II. Inglaterra e França; III. Doutrina Monroe.
(B) I. Organização das Nações Unidas (ONU);
II. Estados Unidos e União Soviética; III. Guerra Fria.
(C) I. Organização dos Estados Americanos (OEA);
II. Reino Unido e Japão; III. Plano Marshall.
(D) I. União Europeia; II. Canadá e EUA; III. Doutrina
Truman.
(E) I. Organização do Tratado do Atlântico Norte
(OTAN); II. Alemanha e França; III. Conferência de
Potsdam.
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*Anotações*
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*MÓDULO 2*
Geopolítica – Globalização
Mundo pequeno
Chamamos de globalização ao processo pelo qual
economias e sociedades locais passam a participar e se
tornar dependentes da economia e cultura internacionais.
Isso se dá por meio de fluxos de tecnologia, informações,
pessoas e capital. Por exemplo, hoje é possível comprar
no Brasil, em uma loja que emprega imigrantes
bolivianos, um aparelho de MP3 feito na China com
tecnologia norte-americana, numa empresa de
propriedade coreana.
O primeiro passo para a globalização foi o comércio
internacional mercantilista, entre os séculos XVI e XVIII.
O capital acumulado com a venda de bens
manufaturados a potências coloniais desindustrializadas
(Espanha e Portugal) permitiu uma Revolução Industrial
na Inglaterra. A globalização atual tem como causa
avanços tecnológicos que possibilitam fluxos muito mais
rápidos de produtos, pessoas e informações — como a
internet, os telefones celulares e o transporte marítimo e
aéreo intercontinental. Mas também tem causas políticas,
como a adesão ao capitalismo pelos antigos países do
bloco soviético e pela China, bem como a pressão contra
barreiras alfandegárias e o nacionalismo econômico,
liderada por países exportadores e órgãos internacionais
como o FMI e o Banco Mundial.
A globalização trouxe resultados desiguais em
diferentes regiões do mundo. Enquanto alguns países
conseguem se beneficiar das facilidades do comércio e
do fluxo de capitais, tornando-se exportadores de
tecnologia ou produtos baratos, outros acabam à
margem, incapazes de competir internacionalmente. O
Brasil tem conseguido exportar principalmente produtos
agrícolas e insumos industriais, como o aço, mas esses
produtos são commodities, isto é, são materiais de baixo
valor agregado, com preços determinados pelo mercado
internacional — diferentemente de carros, aviões ou
produtos eletrônicos, que têm seu preço determinado não
só pelo valor da concorrência, mas também pela
qualidade ou pela inovação embutida.
Como consequência da globalização, países que
anteriormente tinham um setor industrial voltado para o
mercado doméstico podem se ver desindustrializados,
incapazes de concorrer com produtos estrangeiros mais
baratos e de melhor qualidade. Isso, em parte, ocorreu
na Argentina, e um dos “vilões” foi justamente o Brasil,
que consegue exportar produtos industriais mais baratos
para o vizinho, como carros e geladeiras. O próprio Brasil
hoje importa muitos produtos que, antes da abertura
econômica dos anos 90, eram produzidos localmente,
como computadores. Mas isso tem como contrapartida
positiva o fato de o preço, em geral, cair para os
consumidores e a tecnologia ser mais atualizada,
facilitando a rápida popularização das inovações.
Outro fator importante na globalização é a migração
de trabalhadores. Em países desenvolvidos, a mão de
obra tornou-se muito cara. Por isso, várias empresas
instalam suas fábricas em países mais pobres, tirando
proveito do menor custo de produção e de legislações
trabalhistas e ambientais mais frouxas. Isso é
particularmente notável na China, que desenvolve pouca
tecnologia própria, mas é o país onde é feita grande
parte dos componentes eletrônicos atuais.
Diante da concorrência internacional, países com
melhor grau de escolaridade acabam ocupando a
posição de produtores de inovação, que é facilmente
comercializável e rende maiores benefícios que uma
indústria poluente, não criativa e dependente de mão de
obra mais barata. Sair da posição de exportador de
commodities, isto é, produtos sem valor agregado, e
tornar-se uma potência criativa é um dos maiores
desafios do Brasil nos próximos anos.
WU NIU / AFP
 A China desenvolve pouca tecnologia própria, mas produz boa parte
dos componentes eletrônicos atuais
 Globalização é a tendência de maior integração e
interdependência econômica entre os países. Ela
tem raízes muito antigas, mas tornou-se
particularmente acentuada a partir da segunda
metade do século XX.
 Globalização também significa maior fluxo de
pessoas e informações.
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 As origens da globalização remontam ao comércio
mercantilista da época das grandes navegações e às
três Revoluções Industriais. A Terceira Revolução
Industrial está em curso.
 As novas tecnologias aceleraram imensamente a
globalização. Elas estão presentes nos meios de
transporte e nas telecomunicações, especialmente
na internet.
 Alguns pontos positivos da globalização: a
disponibilidade de informações, a diminuição da
tensão política entre países com relações comerciais
importantes e o barateamento de produtos.
 Um ponto negativo é que o processo não ocorre de
forma simétrica entre países. Alguns, como a China,
a Coreia e o Brasil, conseguem aproveitar a
oportunidade para enriquecer com o comércio
internacional. Outros, como quase todos os países
da África, ficam à margem dessa economia
integrada. Críticos de esquerda consideram a
globalização uma nova forma de colonialismo dos
ricos.
 A indústria vem migrando para países de mão de
obra mais barata, deprimindo salários ou causando
desemprego em outros países. As nações mais ricas
continuam detendo a tecnologia de produção.
 A tendência, agilizada por tecnologias que
substituem mão de obra humana, é que os empregos
migrem da indústria e da agricultura para o setor de
serviços e comércio. Como o setor terciário exige
maior qualificação, muitas pessoas acabam em
subempregos ou desempregadas. A educação passa
a ter um papel crucial na empregabilidade.
 O sentimento antiglobalização nasce tanto de crises
econômicas, como as citadas acima, quanto do
temor de ter a cultura local engolida pela cultura
global, em grande parte influenciada pelos Estados
Unidos.
 *ATENÇÃO, ESTUDANTE!* 
Para complementar o estudo deste Módulo,
utilize seu LIVRO DIDÁTICO.
________________________________________________
*Anotações*
*********** ATIVIDADES ***********
Texto para as questões de 1 a 4.
Globalização gastronômica
As grandes navegações nos séculos XV e XVI mudaram
definitivamente o cardápio da humanidade
Nos séculos XV e XVI, os aventureiros europeus
tinham um ótimo motivo para arriscar a vida no mar:
muito dinheiro. As novas rotas comerciais, abertas com
as viagens de descobrimento em direção ao Sudeste
Asiático e às Américas, garantiam fortunas com a venda
de especiarias, condimentos que melhoravam o gosto da
comida e garantiam sua preservação. O que os
exploradores e comerciantes não sabiam é que, além de
cravo, noz-moscada, pimenta e gengibre, eles
encontrariam uma série de outros sabores. Por sua vez,
os moradores dessas novas regiões não conheciam
muitas das comidas trazidas nas embarcações.
Começava assim uma verdadeira revolução
gastronômica. “Pela primeira vez, todos os povos da
Terra entravam em contato, abrindo um intercâmbio
generalizado dos gêneros de todos os continentes”,
afirma Henrique Carneiro, professor de História da USP,
no livro Comida e Sociedade — Uma História da
Alimentação.
 Especiarias
diversas: ao
viajar ao redor
do mundo,
os europeus
promoveram
um intercâmbio
entre os
diversos
tipos de
alimento que
encontraram
nos locais em
que estiveram
DAVID FORMAN / AFP
Vaivém de sabores
A origem e o destino de alguns dos principais alimentos
PIMENTÃO
Originário da América, foi levado para a Espanha.
Dali chegou à Hungria, onde passou a ser usado
como matéria-prima para a páprica. Também fez
sucesso na Tailândia, na Coreia, na Índia e em vários países
africanos.
BATATA
Era consumida nos Andes e na região onde hoje
ficam o Equador e o Peru. Foi plantada na Galícia,
na Península Ibérica, e na Itália. Depois se difundiu
no resto da Europa e na Ásia.
TOMATE
Assim como a mandioca, o abacaxi e o mamão, o
tomate partiu das Américas e acabou na Ásia, após
passar pela Europa. Esses alimentos faziam tanto
sucesso no Oriente que acabaram usados como moeda.
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MILHO
Veio da América Central e foi cultivado em
Portugal. Logo estava nas mesas do sul da
França e do norte da Itália, onde foi usado para
fazer fubá. Depois se tornou comum na culinária oriental.
ABACATE
Ao lado do cacau e do feijão, é um alimento da
América Central que conquistou o gosto europeu.
O cacau, que entre os astecas era consumido com
pimenta, passou a ser acompanhado de açúcar.
LARANJA
Muitas frutas de sabor e aroma exóticos para o
paladar dos europeus foram descobertas na Ásia.
É o caso da laranja e da manga, que, da
Península Ibérica, acabaram introduzidas no resto do continente
e nas Américas.
UVA
Ao lado do trigo e do azeite, tinha grande valor na
região do Mediterrâneo. Tornou-se alimento
simbólico para o cristianismo e se alastrou pelo
mundo.
ESPECIARIAS
A noz-moscada, o cravo e o gengibre eram
comprados na Indonésia. A pimenta-do-reino vinha
do sul da Índia e a canela, do Ceilão, atual Sri
Lanka. Os produtos eram reunidos em Goa, de onde seguiam
para Portugal.
Viagem & Turismo, jan. 2010 (com adaptações).
.1. (AED-SP)
Levando em consideração o texto, quando começou a
globalização?
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___________________________________________________
___________________________________________________
.2. (AED-SP)
Essa primeira globalização atingiu apenas países
ocidentais?
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___________________________________________________
.3. (AED-SP)
Culturas podem integrar ingredientes estrangeiros a
ponto de parecerem seus, mas também há alimentos que
carregam consigo elementos culturais. Cite um exemplo
de cada um extraído do texto.
___________________________________________________
___________________________________________________
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.4. (AED-SP)
No texto, a frase que melhor se associa ao fenômeno da
globalização é:
(A) “Nos séculos XV e XVI, os aventureiros europeus
tinham um ótimo motivo para arriscar a vida no mar:
muito dinheiro.”
(B) “As novas rotas comerciais, abertas com as viagens
de descobrimento em direção ao Sudeste Asiático e
às Américas,...”
(C) “O que os exploradores e comerciantes não sabiam
é que, além de cravo, noz-moscada, pimenta e
gengibre, eles encontrariam uma série de outros
sabores.”
(D) “‘Pela primeira vez, todos os povos da Terra
entravam em contato, abrindo um intercâmbio
generalizado dos gêneros de todos os
continentes’,...”
(E) “Por sua vez, os moradores dessas novas regiões
não conheciam muitas das comidas trazidas nas
embarcações. Começava assim uma verdadeira
revolução gastronômica.”
.5. (ENEM-MEC)
Cadeia agroindustrial integrada ao supermercado
SILVA, E. S. O. Circuito espacial de produção e comercialização da produção
familiar de tomate no município de São José de Ubá (RJ). In: RIBEIRO, M. A.;
MARAFON, G. J. (orgs.). A metrópole e o interior fluminense: simetrias e
assimetrias geográficas. Rio de Janeiro: Gramma, 2009 (adaptado).
O organograma apresenta os diversos atores que
integram uma cadeia agroindustrial e a intensa relação
entre os setores primário, secundário e terciário. Nesse
sentido, a disposição dos atores na cadeia agroindustrial
demonstra
(A) a autonomia do setor primário.
(B) a importância do setor financeiro.
(C) o distanciamento entre campo e cidade.
(D) a subordinação da indústria à agricultura.
(E) a horizontalidade das relações produtivas.
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*Anotações*
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.6. (ENEM-MEC)
Estamos testemunhando o reverso da tendência
histórica da assalariação do trabalho e socialização da
produção, que foi característica predominante na era
industrial. A nova organização social e econômica
baseada nas tecnologias da informação visa à
administração descentralizadora, ao trabalho
individualizante e aos mercados personalizados. As
novas tecnologias da informação possibilitam, ao mesmo
tempo, a descentralização das tarefas e sua
coordenação em uma rede interativa de comunicação em
tempo real, seja entre continentes, seja entre os andares
de um mesmo edifício.
CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo:
Paz e Terra, 2006 (adaptado).
No contexto descrito, as sociedades vivenciam
mudanças constantes nas ferramentas de comunicação
que afetam os processos produtivos nas empresas. Na
esfera do trabalho, tais mudanças têm provocado
(A) o aprofundamento dos vínculos dos operários com
as linhas de montagem sob influência dos modelos
orientais de gestão.
(B) o aumento das formas de teletrabalho como solução
de larga escala para o problema do desemprego
crônico.
(C) o avanço do trabalho flexível e da terceirização como
respostas às demandas por inovação e com vistas à
mobilidade dos investimentos.
(D) a autonomização crescente das máquinas e
computadores em substituição ao trabalho dos
especialistas técnicos e gestores.
(E) o fortalecimento do diálogo entre operários, gerentes,
executivos e clientes com a garantia de
harmonização das relações de trabalho.
.7. (ENEM-MEC)
A introdução de novas tecnologias desencadeou uma
série de efeitos sociais que afetaram os trabalhadores e
sua organização. O uso de novas tecnologias trouxe a
diminuição do trabalho necessário que se traduz na
economia líquida do tempo de trabalho, uma vez que,
com a presença da automação microeletrônica, começou
a ocorrer a diminuição dos coletivos operários e uma
mudança na organização dos processos de trabalho.
Revista Eletrônica de Geografia Y Ciências Sociales.
Universidad de Barcelona. N.º 170(9), 1/8/2004.
A utilização de novas tecnologias tem causado inúmeras
alterações no mundo do trabalho. Essas mudanças são
observadas em um modelo de produção caracterizado
(A) pelo uso intensivo do trabalho manual para
desenvolver produtos autênticos e personalizados.
(B) pelo ingresso tardio das mulheres no mercado de
trabalho no setor industrial.
(C) pela participação ativa das empresas e dos próprios
trabalhadores no processo de qualificação laboral.
(D) pelo aumento na oferta de vagas para trabalhadores
especializados em funções repetitivas.
(E) pela manutenção de estoques de larga escala em
função da alta produtividade.
.8. (ENEM-MEC)
Nova Escola, n.º 226, out. 2009.
A tirinha mostra que o ser humano, na busca de atender
suas necessidades e de se apropriar dos espaços,
(A) adotou a acomodação evolucionária como forma de
sobrevivência ao se dar conta de suas deficiências
impostas pelo meio ambiente.
(B) utilizou o conhecimento e a técnica para criar
equipamentos que lhe permitiram compensar as
suas limitações físicas.
(C) levou vantagens em relação aos seres de menor
estatura, por possuir um físico bastante
desenvolvido, que lhe permitia muita agilidade.
(D) dispensou o uso da tecnologia por ter um organismo
adaptável aos diferentes tipos de meio ambiente.
(E) sofreu desvantagens em relação a outras espécies,
por utilizar os recursos naturais como forma de se
apropriar dos diferentes espaços.
.9. (ENEM-MEC)
Os últimos séculos marcam, para a atividade agrícola,
com a humanização e a mecanização do espaço
geográfico, uma considerável mudança em termos de
produtividade: chegou-se, recentemente, à constituição
de um meio técnico-científico-informacional,
característico não apenas da vida urbana, mas também
do mundo rural, tanto nos países avançados como nas
regiões mais desenvolvidas dos países pobres.
SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à
consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2004 (adaptado).
A modernização da agricultura está associada ao
desenvolvimento científico e tecnológico do processo
produtivo em diferentes países. Ao considerar as novas
relações tecnológicas no campo, verifica-se que a
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(A) introdução de tecnologia equilibrou o
desenvolvimento econômico entre o campo e a
cidade, refletindo diretamente na humanização do
espaço geográfico nos países mais pobres.
(B) tecnificação do espaço geográfico marca o modelo
produtivo dos países ricos, uma vez que pretendem
transferir gradativamente as unidades industriais
para o espaço rural.
(C) construção de uma infraestrutura científica e
tecnológica promoveu um conjunto de relações que
geraram novas interações socioespaciais entre o
campo e a cidade.
(D) aquisição de máquinas e implementos industriais,
incorporados ao campo, proporcionou o aumento da
produtividade, libertando o campo da subordinação à
cidade.
(E) incorporação de novos elementos produtivos
oriundos da atividade rural resultou em uma relação
com a cadeia produtiva industrial, subordinando a
cidade ao campo.
.10. (ENEM-MEC)
Sozinho vai descobrindo o caminho
O rádio fez assim com seu avô
Rodovia, hidrovia, ferrovia
E agora chegando a infovia
Para alegria de todo o interior
GIL, G. Banda larga cordel. Disponível em: www.uol.vagalume.com.br.
Acesso em: 16/4/2010 (fragmento).
O trecho da canção faz referência a uma das dinâmicas
centrais da globalização, diretamente associada ao
processo de
(A) evolução da tecnologia da informação.
(B) expansão das empresas transnacionais.
(C) ampliação dos protecionismos alfandegários.
(D) expansão das áreas urbanas do interior.
(E) evolução dos fluxos populacionais.
.11. (ENEM-MEC)
Folha de S. Paulo, 22/11/2003.
Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver
[ no Universo...
Por isso minha aldeia é grande como outra qualquer
Porque sou do tamanho do que vejo
E não do tamanho da minha altura...
(Alberto Caeiro)
A tira “Hagar” e o poema de Alberto Caeiro (um dos
heterônimos de Fernando Pessoa) expressam, com
linguagens diferentes, uma mesma ideia: a de que a
compreensão que temos do mundo é condicionada,
essencialmente,
(A) pelo alcance de cada cultura.
(B) pela capacidade visual do observador.
(C) pelo senso de humor de cada um.
(D) pela idade do observador.
(E) pela altura do ponto de observação.
.12. (INEP-MEC)
A China tem sido o país-símbolo da globalização e vem
ocupando enorme espaço na mídia internacional nas
últimas décadas. Sobre a realidade desse país de
grandes dimensões e história milenar, e sobre a forma
como vem criando e reforçando seus vínculos com a
rede global, é incorreto afirmar que
(A) a abertura econômica não foi acompanhada da
democratização política. O episódio do rompimento
com a empresa americana Google é um dos
melhores exemplos recentes desse fato.
(B) a China inventou o “socialismo de mercado”, um
regime que desenvolve uma economia capitalista de
mercado bastante agressiva, sem abrir mão do
controle político e social, de inspiração socialista,
instalado no país no decorrer da segunda metade do
século XX.
(C) a China aproveitou-se do baixíssimo custo de mão
de obra para se tornar uma “fábrica global”. A
princípio, ocupou espaço no mercado internacional
com produtos de baixa tecnologia. Mas,
recentemente, vem conseguindo se destacar com
produtos bem mais sofisticados tecnologicamente.
(D) é grande a dependência chinesa por matérias-primas
indispensáveis à sua indústria. Na tentativa de uma
solução para esse problema, o país procura agora
diversificar seu comércio exterior, buscando
parceiros em todo o mundo.
(E) a estratégia extremamente inovadora de cuidar
melhor do meio ambiente, ao contrário do que ocorre
com a grande maioria dos países ricos, vem
melhorando muito a imagem da China como país
exportador.
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*Anotações*
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.13. (UERJ, adaptada)
A estrutura desse sistema internacional de circulação
alcançou tal grau de complexidade que ultrapassa a
compreensão da maioria das pessoas. As fronteiras entre
funções diferentes, como as de bancos, corretoras,
serviços financeiros, financiamento habitacional, crédito
ao consumidor etc., tornaram-se cada vez mais porosas,
ao mesmo tempo em que novas transações futuras de
mercadorias, de ações, de moedas ou de dívidas
surgiram em toda parte, introduzindo o tempo futuro no
tempo presente de maneiras estarrecedoras.
DAVID HARVEY. Condição pós-moderna. São Paulo:
Edições Loyola, 1992 (adaptado).
O texto acima faz referência a características de um dos
mais importantes aspectos do atual estágio em que se
encontra o capitalismo. Dois fatores que contribuem para
o fenômeno destacado pelo autor do fragmento estão
apontados em uma das alternativas. Indique-a:
(A) aumento da especulação financeira – maior
eficiência das redes de transportes.
(B) controle do Banco Mundial sobre o sistema
financeiro – formação da União Monetária Mundial.
(C) desregulamentação dos mercados financeiros –
disseminação das tecnologias da informação.
(D) padronização dos horários de funcionamento dos
centros financeiros – surgimento dos bancos globais.
(E) protecionismo comercial – formação de blocos
regionais.
.14. (UNESP)
Quanto mais a globalização econômica avança, mais
o mundo é marcado pela fragmentação do espaço
geográfico por meio de megablocos regionais, como
mostra a figura. Em contrapartida, quanto mais
abrangente for a integração do bloco, maior a perda de
soberania dos Estados participantes.
MEGABLOCOS REGIONAIS
Os blocos I, II, III e IV, representados na figura, são,
respectivamente:
(A) Nafta, Comunidade Econômica Europeia, Alca e
Mercosul.
(B) União Europeia, Apec, Aladi e Alca.
(C) CEI, União Europeia, Mercosul e Nafta.
(D) Pacto Andino, Comunidade Econômica Europeia,
CEI e Nafta.
(E) Nafta, Mercosul, União Europeia e CEI.
.15. (INEP-MEC)
Vivemos num mundo confuso e confusamente
percebido. Se desejamos escapar à crença de que esse
mundo assim apresentado é verdadeiro, devemos
considerar a existência de pelo menos três mundos num
só. O primeiro seria o mundo tal como nos fazem vê-lo: a
globalização como fábula; o segundo seria o mundo tal
como ele é: a globalização como perversidade; e o
terceiro, o mundo como ele pode ser: uma outra
globalização.
SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à
consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2004 (adaptado).
A imagem da “globalização como fábula” encontra seu
principal fundamento no aspecto
(A) político, com o triunfo de regimes democráticos em
continentes inteiros.
(B) socioeconômico, com a redução das desigualdades.
(C) sanitário, com êxito na prevenção das pandemias.
(D) financeiro, com a intensa circulação de capitais em
nível planetário.
(E) cultural, com a crescente unificação das crenças
religiosas.
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*Anotações*
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*MÓDULO 3*
Geopolítica – Conflitos contemporâneos
Esquerda e direita
Durante a Guerra Fria, movimentos políticos violentos
ocorreram até mesmo na Europa. Nos anos 1970, a
Facção do Exército Vermelho (também chamada Baader-
-Meinhof) cometeu vários atentados na Alemanha,
enquanto na Itália as Brigadas Vermelhas executaram o
primeiro-ministro Aldo Moro, em 1978.
Na América Latina, pobreza, racismo, incompetência
do Estado, desigualdade social e corrupção fomentam a
continuidade de conflitos ideológicos. As FARC (Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia) chegaram a
controlar não apenas territórios remotos, mas favelas em
grandes cidades colombianas nos anos 1980. No
entanto, o grupo recuou ante a ofensiva do governo de
Álvaro Uribe (2002-2010). O Sendero Luminoso,
oficialmente denominado Partido Comunista do Peru
(PCP), foi fundado em 1980 e segue uma linha parecida.
Ambos os movimentos são acusados de violência,
inclusive contra indígenas, e tráfico de drogas. Obtêm
apoio popular desempenhando funções típicas do
Estado, como a distribuição de alimentos e remédios,
mas também por meio de intimidação.
No México, o Exército Zapatista de Liberação
Nacional (EZLN) tem uma estratégia diferente. Surgido
em 1994, o movimento se opõe à globalização e ao
neoliberalismo e busca encarnar os anseios de
autonomia da população maia da região de Chiapas, no
sul do país. Apesar de estarem “em guerra declarada”
contra o Estado mexicano, os zapatistas utilizam meios
não violentos. Em vez de armas, usam a internet para
promover sua causa. Seu líder, o subcomandante
Marcos, transformou-se em celebridade mundial.
O Equador, a Bolívia e a Venezuela — países com
governos bolivarianos (movimento socialista iniciado pelo
venezuelano Hugo Chávez, inspirado nos ideários de
Simón Bolívar) — têm uma relação tensa com a
Colômbia, que acusa aqueles países de colaborar com
os guerrilheiros das FARC. Internamente, opositores aos
governos bolivarianos criticam o que enxergam como
populismo e manipulação política da população pobre ou
indígena.
Cuba é atualmente a única ditadura de partido único
na América Latina. O país não tem relações diplomáticas
com os Estados Unidos e sofre embargo comercial desde
1962, o que impede cidadãos norte-americanos de
comprarem produtos cubanos ou de viajarem para a ilha.
O embargo é apontado pelo governo cubano como causa
da penúria econômica da população. Ainda em 1962, a
instalação de mísseis soviéticos em Cuba quase levou o
mundo a uma nova guerra mundial, mas a situação foi
resolvida diplomaticamente entre norte-americanos e
soviéticos. Desde 1903, tropas norte-americanas ocupam
a baía de Guantánamo, onde está instalada a polêmica
prisão na qual estão encarcerados afegãos e iraquianos
acusados de terrorismo.
Na Ásia, a Coreia do Norte — que foi classificada pelo
presidente George Bush (2001-2009) como integrante do
“Eixo do Mal”, ao lado de Cuba, Líbia, Síria, Irã e Iraque
— também tem uma relação complicada com os países
vizinhos. Em 2006, a Coreia do Norte realizou um bem-
-sucedido teste de bomba nuclear, deixando alarmados
os governos do Japão e da Coreia do Sul. Desde então,
negociações de desarmamento estão em andamento.
A Rússia, por fim, não voltou aos tempos do regime
soviético, mas é considerada um país autoritário,
promovendo prisões e assassinatos de inimigos políticos,
desde a ascensão de Vladimir Putin ao poder, em 1999.
O país tem uma relação tensa com os Estados Unidos.
Uma das razões é o plano norte-americano de instalação
de um escudo antimísseis na Polônia, com o objetivo
declarado de conter um possível ataque iraniano.
Moscou entende, contudo, que tal projeto visa a
neutralizar o arsenal russo.
NOTIMEX / AFP
 Subcomandante Marcos, líder do Exército Zapatista de Liberação
Nacional (EZLN): tática de não violência e uso dos meios de
comunicação para conquistar a opinião pública
 Conflitos surgidos na época da Guerra Fria
continuam vivos na América Latina, fomentados pela
memória de regimes militares pró-americanos e por
grupos guerrilheiros fundados para agir em defesa
de preceitos pró-soviéticos.
 Pobreza, desigualdade social, corrupção e
ineficiência do governo são alguns fatores que criam
oportunidade para a atuação de movimentos
radicais, que assumem papéis típicos do Estado.
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 Diferentemente das FARC e do Sendero Luminoso,
o movimento de Chiapas, surgido nos anos 90 no
México, é pacífico.
 Cuba está sob embargo comercial americano desde
1962, e uma parte de seu território, Guantánamo,
abriga uma base militar dos Estados Unidos. Os
norte-americanos instalaram ali uma prisão, onde
mantêm encarcerados suspeitos de terrorismo.
 Conflitos nacionalistas violentos ainda ocorrem na
Europa, com o IRA e o ETA como principais
entidades.
 Os curdos são um povo sem país: eles vivem
espalhados pelos territórios da Turquia, do Iraque, do
Irã e da Síria, e seu desejo de independência
incomoda as autoridades desses países.
 A Rússia tem enorme influência política sobre as ex-
-repúblicas soviéticas e exerce seu poder por formas
às vezes agressivas.
 Conflitos religiosos graves atingem países como a
Rússia, a China e, principalmente, a Índia. Muitas
vezes, causas religiosas e nacionalistas se misturam
nos conflitos.
 Nenhuma religião está a salvo de conflitos. Na Índia,
militantes hindus cometem atentados, depredações e
massacres. No Tibete e em Sri Lanka, budistas
tomaram parte na violência local.
 Outros focos recentes de tensão política são a
Coreia do Norte, que desenvolve um programa
nuclear, e a Polônia, em que a proposta norte-
-americana de instalar um escudo antimísseis
desagrada à Rússia.
 *ATENÇÃO, ESTUDANTE!* 
Para complementar o estudo deste Módulo,
utilize seu LIVRO DIDÁTICO.
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Texto para as questões de 1 a 4.
A saga de Ingrid Betancourt
A ex-candidata à Presidência da Colômbia passou
seis anos e meio como refém de guerrilheiros
Em 2 de junho de 2008, o governo colombiano tinha
um importante anúncio a fazer. Era uma boa notícia, mas
que causaria surpresa internacional. Após seis anos e
meio em cativeiro pelas Forças Armadas Revolucionárias
da Colômbia (FARC), a senadora Ingrid Betancourt
Pulecio estava livre.
JACKY NAEGELEN / AFP
 Ingrid Betancourt participa de evento após ser libertada. Ela fora
sequestrada em 2002, quando era candidata à Presidência da Colômbia
Ingrid havia sido sequestrada em fevereiro de 2002,
quando era candidata à Presidência do país pelo Partido
Verde Oxigênio. O governo colombiano havia
estabelecido uma zona desmilitarizada no território das
FARC, na tentativa de conduzir um acordo de paz, mas
as negociações haviam chegado a um impasse. Ingrid
queria chegar à cidade de San Vicente de Caguán, onde
ocorriam as negociações de paz. Como o governo se
recusou a levá-la num helicóptero militar, a senadora e
sua equipe tentaram ir por terra. Foram parados por
integrantes das FARC num bloqueio de estrada e
levados para o cativeiro em regiões inacessíveis.
As eleições daquele ano foram ganhas por Álvaro
Uribe, com uma plataforma de endurecimento de ações
contra os rebeldes. Após anos de negociações sem
resultados, as últimas notícias eram alarmantes. Um
vídeo obtido em novembro de 2007, após a captura de
membros da guerrilha, mostrava Ingrid muito doente e
desnutrida. No mesmo ano, o presidente da Venezuela,
Hugo Chávez, propôs ser intermediário das negociações,
ao lado do presidente francês, Nicolas Sarkozy. A
questão interessava à França porque Ingrid, filha de pai
francês, tem dupla cidadania. A proposta não foi bem
recebida pelo governo colombiano, que acusou Chávez
de colaborar com a guerrilha.
As FARC são uma guerrilha marxista fundada em
1964. Desde o regime militar pró-americano de Gustavo
Rojas, entre 1953 e 1957, formaram-se enclaves em
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regiões remotas da Colômbia, controlados por grupos
armados. Nos anos 1960, o governo civil colombiano
tentou retomar o controle dessas regiões. A partir daí,
esses grupos se reorganizaram, fundando os
movimentos FARC, ELN e, em 1970, o M-19. Além de
promoverem sequestros, assassinatos e extorsões, as
FARC são acusadas de se sustentar com o narcotráfico,
de usar crianças como soldados e de atacar populações
indígenas.
O governo Uribe perseguiu implacavelmente a
guerrilha, inclusive por meio de ações controversas. Em
março de 2008, despachou a força aérea para tomar uma
base das FARC no Equador, matando o líder Raul
Reyes. A incursão provocou uma crise diplomática: Hugo
Chávez enviou tropas à fronteira com a Colômbia, e os
dois países estiveram à beira de uma guerra.
Em 2009, Uribe, que havia conseguido aprovar uma
emenda constitucional para se reeleger presidente em
2006 — a exemplo do que Chávez fizera na Venezuela
—, tentou realizar um plebiscito para poder ser reeleito
novamente. A proposta foi barrada no Congresso, mas
Uribe conseguiu eleger um aliado: seu ex-ministro da
Defesa, Juan Manuel Santos, que ficou famoso por
liderar a operação militar de 2008.
Em julho de 2010, a crise entre a Colômbia e a
Venezuela se agravou. Chávez anunciou o rompimento
das relações diplomáticas entre os dois países, depois de
o governo de Bogotá acusar a Venezuela de abrigar
guerrilheiros colombianos em seu território.
Veja, 8/9/2010 (adaptado).
.1. (AED-SP)
Como surgiram as FARC?
___________________________________________________
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___________________________________________________
.2. (AED-SP)
As ações do governo de Álvaro Uribe contra as FARC
causaram controvérsias. Cite uma delas.
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.3. (AED-SP)
Álvaro Uribe é um adversário do venezuelano Hugo
Chávez, acusado de táticas pouco éticas para manter-se
no poder. No entanto, um fato político citado no texto os
torna similares. Qual?
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.4. (AED-SP)
O conflito entre as FARC e o Estado colombiano pode
ser visto como
(A) reivindicação de uma nação sem Estado.
(B) movimento separatista.
(C) tensão político-religiosa.
(D) conflito político interno.
(E) guerra entre dois Estados nacionais.
.5. (ENEM-MEC)
No mundo árabe, países governados há décadas por
regimes políticos centralizadores contabilizam metade da
população com menos de 30 anos; desses, 56% têm
acesso à internet. Sentindo-se sem perspectivas de
futuro e diante da estagnação da economia, esses jovens
incubam vírus sedentos por modernidade e democracia.
Em meados de dezembro, um tunisiano de 26 anos,
vendedor de frutas, põe fogo no próprio corpo em
protesto por trabalho, justiça e liberdade. Uma série de
manifestações eclode na Tunísia e, como uma epidemia,
o vírus libertário começa a se espalhar pelos países
vizinhos, derrubando em seguida o presidente do Egito,
Hosni Mubarak. Sites e redes sociais — como o
Facebook e o Twitter — ajudaram a mobilizar
manifestantes do norte da África a ilhas do Golfo Pérsico.
SEQUEIRA, C. D.; VILLAMÉA, L. A epidemia da liberdade.
IstoÉ Internacional, 2/3/2011 (adaptado).
Considerando os movimentos políticos mencionados no
texto, o acesso à internet permitiu aos jovens árabes
(A) reforçar a atuação dos regimes políticos existentes.
(B) tomar conhecimento dos fatos sem se envolver.
(C) manter o distanciamento necessário à sua
segurança.
(D) disseminar vírus capazes de destruir programas dos
computadores.
(E) difundir ideias revolucionárias que mobilizaram a
população.
.6. (ENEM-MEC)
A poluição e outras ofensas ambientais ainda não
tinham esse nome, mas já eram largamente notadas no
século XIX, nas grandes cidades inglesas e continentais.
E a própria chegada ao campo das estradas de ferro
suscitou protestos. A reação antimaquinista,
protagonizada pelos diversos luddismos, antecipa a
batalha atual dos ambientalistas. Esse era, então, o
combate social contra os miasmas urbanos.
SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e
emoção. São Paulo: EdUSP, 2002 (adaptado).
O crescente desenvolvimento técnico-produtivo impõe
modificações na paisagem e nos objetos culturais
vivenciados pelas sociedades. De acordo com o texto,
pode-se dizer que tais movimentos sociais emergiram e
se expressaram por meio
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(A) das ideologias conservacionistas, com milhares de
adeptos no meio urbano.
(B) das políticas governamentais de preservação dos
objetos naturais e culturais.
(C) das teorias sobre a necessidade de harmonização
entre técnica e natureza.
(D) dos boicotes aos produtos das empresas
exploradoras e poluentes.
(E) da contestação à degradação do trabalho, das
tradições e da natureza.
.7. (ENEM-MEC)
Na América do Sul, as Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia (FARC) lutam, há décadas,
para impor um regime de inspiração marxista no país.
Hoje, são acusadas de envolvimento com o narcotráfico,
o qual supostamente financia suas ações, que incluem
ataques diversos, assassinatos e sequestros.
Na Ásia, a Al Qaeda, criada por Osama bin Laden,
defende o fundamentalismo islâmico e vê nos Estados
Unidos da América (EUA) e em Israel inimigos
poderosos, os quais deve combater sem trégua. A mais
conhecida de suas ações terroristas ocorreu em 2001,
quando foram atingidos o Pentágono e as torres do
World Trade Center.
A partir das informações acima, conclui-se que
(A) as ações guerrilheiras e terroristas no mundo
contemporâneo usam métodos idênticos para
alcançar os mesmos propósitos.
(B) o apoio internacional recebido pelas FARC decorre
do desconhecimento, pela maioria das nações, das
práticas violentas dessa organização.
(C) os EUA, mesmo sendo a maior potência do planeta,
foram surpreendidos com ataques terroristas que
atingiram alvos de grande importância simbólica.
(D) as organizações mencionadas identificam-se quanto
aos princípios religiosos que defendem.
(E) tanto as FARC quanto a Al Qaeda restringem sua
atuação à área geográfica em que se localizam,
respectivamente, América do Sul e Ásia.
.8. (ENEM-MEC)
Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU)
aprovou um plano de partilha da Palestina que previa a
criação de dois Estados: um judeu e outro palestino. A
recusa árabe em aceitar a decisão conduziu ao primeiro
conflito entre Israel e países árabes.
A segunda guerra (Suez, 1956) decorreu da decisão
egípcia de nacionalizar o canal, ato que atingia
interesses anglo-franceses e israelenses. Vitorioso, Israel
passou a controlar a Península do Sinai. O terceiro
conflito árabe-israelense (1967) ficou conhecido como
Guerra dos Seis Dias, tal a rapidez da vitória de Israel.
Em 6 de outubro de 1973, quando os judeus
comemoravam o Yom Kippur (Dia do Perdão), forças
egípcias e sírias atacaram de surpresa Israel, que
revidou de forma arrasadora. A intervenção americano-
-soviética impôs o cessar-fogo, concluído em 22 de
outubro.
A partir do texto acima, assinale a opção correta.
(A) A primeira guerra árabe-israelense foi determinada
pela ação bélica de tradicionais potências europeias
no Oriente Médio.
(B) Na segunda metade dos anos 1960, quando explodiu
a terceira guerra árabe-israelense, Israel obteve
rápida vitória.
(C) A guerra do Yom Kippur ocorreu no momento em
que, a partir de decisão da ONU, foi oficialmente
instalado o Estado de Israel.
(D) A ação dos governos de Washington e de Moscou foi
decisiva para o cessar-fogo que pôs fim ao primeiro
conflito árabe-israelense.
(E) Apesar das sucessivas vitórias militares, Israel
mantém suas dimensões territoriais tal como
estabelecido pela resolução de 1947 aprovada pela
ONU.
.9. (ENEM-MEC)
No dia 7 de outubro de 2001, Estados Unidos e Grã-
-Bretanha declararam guerra ao regime Talibã, no
Afeganistão.
Leia trechos das declarações do presidente dos
Estados Unidos, George W. Bush, e de Osama bin
Laden, líder muçulmano, nessa ocasião:
George W. Bush:
Um comandante-chefe envia os filhos e filhas dos
Estados Unidos à batalha em território estrangeiro
somente depois de tomar o maior cuidado e depois de
rezar muito. Pedimos-lhes que estejam preparados para
o sacrifício das próprias vidas. A partir de 11 de
setembro, uma geração inteira de jovens americanos
teve uma nova percepção do valor da liberdade, do seu
preço, do seu dever e do seu sacrifício. Que Deus
continue a abençoar os Estados Unidos.
Osama bin Laden:
Deus abençoou um grupo de vanguarda de
muçulmanos, a linha de frente do Islã, para destruir os
Estados Unidos. Um milhão de crianças foram mortas no
Iraque, e para eles isso não é uma questão clara. Mas
quando pouco mais de dez foram mortos em Nairóbi e
Dar-es-Salaam, o Afeganistão e o Iraque foram
bombardeados e a hipocrisia ficou atrás da cabeça dos
infiéis internacionais. Digo a eles que esses
acontecimentos dividiram o mundo em dois campos, o
campo dos fiéis e o campo dos infiéis. Que Deus nos
proteja deles.
O Estado de S. Paulo, 8/10/2001 (com adaptações).
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Pode-se afirmar que
(A) a justificativa das ações militares encontra sentido
apenas nos argumentos de George W. Bush.
(B) a justificativa das ações militares encontra sentido
apenas nos argumentos de Osama bin Laden.
(C) ambos apoiam-se num discurso de fundo religioso
para justificar o sacrifício e reivindicar a justiça.
(D) ambos tentam associar a noção de justiça a valores
de ordem política, dissociando-a de princípios
religiosos.
(E) ambos tentam separar a noção de justiça das
justificativas de ordem religiosa, fundamentando-a
numa estratégia militar.
.10. (ENEM-MEC)
O texto abaixo é um trecho do discurso do primeiro-
-ministro britânico, Tony Blair, pronunciado quando da
declaração de guerra ao regime Talibã:
Essa atrocidade [o atentado de 11 de setembro, em
Nova York] foi um ataque contra todos nós, contra
pessoas de todas e nenhuma religião. Sabemos que a Al
Qaeda ameaça a Europa, incluindo a Grã-Bretanha, e
qualquer nação que não compartilhe de seu fanatismo.
Foi um ataque à vida e aos meios de vida. As empresas
aéreas, o turismo e outras indústrias foram afetados e a
confiança econômica sofreu, afetando empregos e
negócios britânicos. Nossa prosperidade e padrão de
vida requerem uma resposta aos ataques terroristas.
O Estado de S. Paulo, 8/10/2001 (com adaptações).
Nessa declaração, destacaram-se principalmente os
interesses de ordem
(A) moral. (D) religiosa.
(B) militar. (E) econômica.
(C) jurídica.
.11. (ENEM-MEC)
1. [...] O recurso ao terror por parte de quem já detém o
poder dentro do Estado não pode ser arrolado entre
as formas de terrorismo político, porque este se
qualifica, ao contrário, como o instrumento ao qual
recorrem determinados grupos para derrubar um
governo acusado de manter-se por meio do terror.
2. Em outros casos, os terroristas combatem contra um
Estado de que não fazem parte e não contra um
governo (o que faz com que sua ação seja conotada
como uma forma de guerra), mesmo quando por sua
vez não representam um outro Estado. Sua ação
aparece então como irregular, no sentido de que não
podem organizar um exército e não conhecem limites
territoriais, já que não provêm de um Estado.
BOBBIO, N.; MATTEUCCI, N.; PASQUINO, G. (orgs.).
Dicionário de Política. Brasília: EdUNB,1986.
De acordo com as duas afirmações, é possível comparar
e distinguir os seguintes eventos históricos:
I. Os movimentos guerrilheiros e de libertação
nacional realizados em alguns países da África e
do Sudeste Asiático entre as décadas de 1950 e
70 são exemplos do primeiro caso.
II. Os ataques ocorridos na década de 1990, como
às embaixadas de Israel, em Buenos Aires, dos
EUA, no Quênia e Tanzânia, e ao World Trade
Center em 2001, são exemplos do segundo
caso.
III. Os movimentos de libertação nacional dos anos
50 a 70 na África e Sudeste Asiático, e o
terrorismo dos anos 90 e 2001 foram ações
contra um inimigo invasor e opressor, e são
exemplos do primeiro caso.
É correto o que se afirma apenas em
(A) I.
(B) II.
(C) I e II.
(D) I e III.
(E) II e III.
.12. (FUVEST-SP)
O mundo tem vivido inúmeros conflitos regionais de
repercussão global que, por um lado, envolvem
intervenções de tropas de diferentes países e, por outro
lado, resultam em discussões na Organização das
Nações Unidas (ONU).
Considere as seguintes afirmações:
I. Povos primitivos precisam ser tutelados pela
diplomacia internacional ou reprimidos por forças
de nações desenvolvidas, para que conflitos
locais ou regionais não perturbem o equilíbrio
mundial.
II. Razões estratégicas, de localização geográfica,
de orientação política ou de concentração de
recursos naturais, fazem com que certas regiões
ou países sejam alvo de interesses,
preocupações e intervenções internacionais.
III. Diferenças étnicas, culturais, políticas ou
religiosas, com raízes históricas, têm resultado
em preconceito, desrespeito e segregação,
gerando tensões que repercutem em conflitos
existentes entre diferentes nações.
O envolvimento global em conflitos regionais é,
corretamente, explicado em
(A) I, apenas.
(B) II, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) I, II e III.
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.13. (INEP-MEC)
Inimigos históricos na região, católicos e protestantes
formarão gabinete conjunto a partir de maio de 2007.
(Folha de S. Paulo)
Os conflitos, que mataram milhares de pessoas na
Irlanda do Norte, com raízes políticas e religiosas que
remontam ao século XII e, particularmente acirrados nas
três últimas décadas do século XX, se devem
(A) a uma minoria católica da Irlanda do Norte, que é a
favor da anexação à Irlanda, com o respaldo do IRA
(Exército Republicano Irlandês).
(B) a uma maioria católica da Irlanda do Norte, que é a
favor da anexação à Irlanda, com o apoio do IRA.
(C) a uma minoria católica da Irlanda do Norte, que é a
favor de sua total independência, com o apoio do
gabinete do Reino Unido.
(D) a uma minoria protestante da Irlanda, que é a favor
da ocupação e recuperação do território da Irlanda
do Norte.
(E) a uma minoria católica do Reino Unido, que luta junto
com o IRA para a total independência da Irlanda do
Norte em relação à Irlanda.
.14. (INEP-MEC)
Conflitos de natureza política e ideológica marcaram o
século XX. Sobre eles, considere as afirmações:
I. Durante a Guerra Fria, movimentos políticos
violentos ocorreram mesmo na Europa
Ocidental, como na Itália e na Alemanha (antiga
Alemanha Ocidental).
II. As tensões entre a Coreia do Norte e a Coreia
do Sul são remanescentes do período da Guerra
Fria: a primeira, um dos regimes políticos mais
fechados do mundo, mantém o modelo
socialista, enquanto a segunda segue o modelo
capitalista e democrático ocidental.
III. No México, o Exército Zapatista de Liberação
Nacional tem uma inclinação revolucionária.
Surgido em 1994 e liderado pelo
subcomandante Marcos, o grupo estabeleceu
uma luta armada intensa, próximo à fronteira dos
EUA.
Está correto o que se afirma em
(A) I, apenas.
(B) II, apenas.
(C) I e II, apenas.
(D) I e III, apenas.
(E) I, II e III.
.15. (INEP-MEC)
Nos itens a seguir, estão enunciados quatro conflitos
geopolíticos marcantes da atualidade. Leia-os com
atenção e depois marque a alternativa com os
respectivos países a que se referem.
I. Esse país de maioria islâmica, que abriga ainda
um grande número de cristãos, budistas e
hinduístas, vem sofrendo aumento expressivo de
tensões e massacres religiosos desde o fim dos
anos 1990. O conflito pela independência do
Timor Leste (1975-2002), país católico e de
língua portuguesa, também teve um teor
religioso evidente, sem o qual a tensão seria
bem menor.
II. O governo dessa grande e muito populosa
nação asiática enfrenta os movimentos de
separatismo islâmico na província de Xinjiang,
com revoltas ocorrendo regularmente a partir de
2008.
III. De religião hinduísta, a minoria tâmil, no norte do
país, buscava independência do país budista por
meio do grupo Tigres Tâmeis, fundado em 1974
e caracterizado por suas ações terroristas de
grande impacto.
IV. O conflito religioso é gravíssimo nesse país, cuja
população é de esmagadora maioria hindu, mas
que também abriga grande variedade de cultos.
São minorias islâmicas, cristãs, budistas, sikhs e
baha’is.
Os enunciados referem-se, respectivamente, a:
(A) Índia, Chechênia, Geórgia e Paquistão.
(B) Indonésia, China, Sri Lanka e Índia.
(C) Filipinas, China, Índia e Paquistão.
(D) Índia, Rússia, China e Filipinas.
(E) Paquistão, Rússia, Filipinas e China.
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*Anotações*
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*MÓDULO 4*
Geopolítica – Países desenvolvidos e
países emergentes
O que é um país desenvolvido?
Uma forma de determinar se um país é desenvolvido
ou não é medir seu Produto Interno Bruto (PIB) per
capita. O PIB é a soma de toda a produção econômica
de uma nação, enquanto o PIB per capita é a divisão
desse valor pela população total. Em países populosos,
como a China e a Índia, o PIB total é alto, mas o per
capita é baixo.
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um
indicador que leva em conta não somente o PIB per
capita, mas também dados sobre expectativa de vida e
educação. No entanto, essas medidas têm uma
limitação: os rendimentos da economia não se distribuem
igualitariamente entre a população. Salários e
rendimentos de negócios não são iguais, afinal. Por isso,
indicadores de desigualdade social, como o índice Gini,
também fazem parte da avaliação, de forma a mostrar
como a população como um todo tem se beneficiado ou
não do aumento da renda. Quanto mais perto de 1 for
esse indicador, mais concentrada é a renda. Alguns
países desenvolvidos têm um índice Gini relativamente
alto, como os Estados Unidos (0,45); outros, bem baixo,
caso da Suécia (0,25). Ambos, porém, têm indicadores
bem menores que os do Brasil (0,56).
Os índices não avaliam, no entanto, o papel que um
país representa no mundo. Nações desenvolvidas
também se caracterizam pela forma como participam da
economia e da política mundiais. Esses países são
democracias capitalistas com cultura ocidental ou
ocidentalizada e tendem a ver como positiva a
reprodução de seu modo de vida em nações cuja cultura
pode não absorver bem essas mudanças. O exemplo são
as tentativas dos Estados Unidos em tornar o Iraque e o
Afeganistão democracias, apesar das identidades tribais
e religiosas complexas da região.
Por terem população com maior grau de escolaridade
e mais conhecimento acumulado, e por abrigarem
grandes indústrias multinacionais, os países
desenvolvidos geram inovação tecnológica e produtos
com valor agregado, isto é, produtos com trabalho
sofisticado (e caro) adicionado. Nações em
desenvolvimento importam esses produtos e exportam
commodities, produtos agrícolas ou de extrativismo,
como alimentos, minérios e petróleo, cujos preços são
determinados basicamente pela oferta e procura.
Desde a segunda metade do século XX, muitas
indústrias de países desenvolvidos passaram a se
instalar nos países em desenvolvimento, em busca de
mão de obra mais barata e também para atender ao
mercado local. A parte criativa do trabalho continua a ser
feita nas matrizes, mas agora há novas oportunidades
para nações que investem na educação de seus
habitantes — isso tem ocorrido na Índia, que tem se
tornado polo de serviços de informática.
Um fator importante dos países desenvolvidos é que
muitos deles — notavelmente Inglaterra e França —
foram sede de impérios coloniais até a segunda metade
do século XX. Sua história e seu poder econômico
desproporcional também se refletem em influência
cultural e influência política desiguais, como a
onipresença da indústria cultural americana pelo mundo.
Países ricos se dão ao luxo de subsidiar sua agricultura,
fechando as portas para os produtos de nações pobres.
Hoje, muitas políticas são movidas pelo ressentimento
político e cultural das ex-colônias na África, na Ásia e no
Oriente Médio, e também de países sob a influência dos
Estados Unidos na América Latina.
SAJJAD HUSSAIN / AFP
 Empresa na Índia: graças aos investimentos na educação, o país tem
se tornado um polo de informática e de prestação de serviços para
países desenvolvidos
 “Primeiro Mundo” e “Terceiro Mundo” são termos
ainda populares, mas defasados. É mais adequado
falar em “países em desenvolvimento” e
“desenvolvidos”.
 Os países desenvolvidos também são chamados
genericamente de “mundo ocidental”. Trata-se de
expressão imprecisa, já que o grupo de países
desenvolvidos inclui nações do Oriente, como o
Japão e a Coreia do Sul.
 IDH, PIB e desigualdade social são parâmetros
usados em conjunto para avaliar o grau de
desenvolvimento de um país.
 Alguns países ricos têm desigualdade social
relativamente alta, como os Estados Unidos; outros,
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bem baixa, como a Suécia. Ainda assim, a
desigualdade norte-americana é bem menor que a
brasileira.
 A OCDE é uma espécie de clube de países ricos. O
organismo defende políticas de livre mercado e
responsabilidade fiscal e monetária.
 O G-7 reúne os sete países mais ricos do mundo
(Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido,
França, Itália e Canadá). O G-8 inclui ainda a Rússia.
 A União Europeia começou como uma área de livre-
-comércio, mas se expandiu e passou a abranger a
livre circulação de pessoas, uma moeda comum e a
busca por uma Constituição única.
 O NAFTA é uma área de livre-comércio entre o
Canadá, os Estados Unidos e o México.
 Os países desenvolvidos enfrentam problemas como
queda de natalidade, envelhecimento da população e
aumento da imigração.
 O sentimento xenofóbico e os conflitos religiosos
tornam tensas as relações entre cidadãos locais e
imigrantes em alguns países desenvolvidos.
 Entre os países em desenvolvimento, os emergentes
são aqueles que estão crescendo em ritmo mais
acelerado.
 Os países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China)
são considerados particularmente promissores.
 Outros emergentes são o Chile, o México, a África do
Sul, a Turquia e os Tigres Asiáticos (Taiwan, Hong
Kong, Cingapura e Coreia do Sul).
 A nova divisão do trabalho leva a atividade industrial
para países emergentes, em busca de mão de obra
mais barata. Esse movimento cria tensões com os
trabalhadores de nações desenvolvidas.
 As remessas de lucros das multinacionais e o fato de
decisões administrativas e do desenvolvimento
tecnológico ainda se concentrarem nas nações
desenvolvidas são uma contrapartida vista como
negativa para a industrialização nos países
emergentes.
 Condições de trabalho desumanas são comuns na
China e incluem a ausência de direitos trabalhistas,
longas jornadas de trabalho e exploração de trabalho
infantil.
 Tarifas de importação e subsídios opõem países
desenvolvidos e emergentes.
 Essas políticas são defendidas por trabalhadores
nos países desenvolvidos e por movimentos
antiglobalização, como forma de manter o modo de
vida desses trabalhadores.
 O meio ambiente do planeta não suportaria se todos
os países adotassem os padrões de consumo das
nações desenvolvidas, em especial dos Estados
Unidos. Daí surgiu a ideia de “desenvolvimento
sustentável”: os países devem buscar formas de
desenvolvimento menos agressivas ao meio
ambiente. A pressão de movimentos ambientalistas,
contudo, é às vezes vista como uma tentativa de
impor barreiras ao crescimento para evitar a
concorrência dos emergentes.
 A independência política conquistada pelos países
emergentes graças ao desenvolvimento econômico e
militar criou um novo equilíbrio de poder, mas
provoca tensões com países desenvolvidos, em
particular envolvendo questões de direitos humanos,
trabalhistas e ambientais.
 *ATENÇÃO, ESTUDANTE!* 
Para complementar o estudo deste Módulo,
utilize seu LIVRO DIDÁTICO.
*********** ATIVIDADES ***********
Texto para as questões de 1 a 3.
Primeiro e Terceiro Mundos
Os termos surgiram para comparar as classes sociais
da época da Revolução Francesa
DIVULGAÇÃO / EDITORA ABRIL
 Torre Eiffel, em Paris, na França: um dos países do Primeiro Mundo,
segundo a classificação feita pelo economista Alfred Sauvy
Desde sua origem, as expressões “Primeiro Mundo” e
“Terceiro Mundo” vieram carregadas de forte conotação
política. Foram criadas pelo economista e demógrafo
francês Alfred Sauvy, em 1952, num artigo publicado na
revista L’Observateur. Sauvy comparava o mundo da
época com as classes sociais que existiam antes da
Revolução Francesa (1789-1799): havia o “Primeiro
Estado”, que correspondia aos nobres, o “Segundo
Estado”, representado pelo clero católico, e o “Terceiro
Estado”, formado pelos plebeus, que podiam ser
artesãos, camponeses, operários ou burgueses, que
sustentavam a vida luxuosa dos outros dois Estados. Nas
palavras de Sauvy, como os plebeus da França, o
Terceiro Mundo, explorado pelos demais, “não é nada,
mas aspira a ser algo”.
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Sauvy classificou no Primeiro Mundo os países
capitalistas da OTAN, no Segundo Mundo o bloco
comunista reunido sob o Pacto de Varsóvia e no Terceiro
Mundo os demais países, todos pobres e situados na
África, Ásia, Oceania e América Latina. Quando o bloco
comunista começou a ruir, a classificação criada por
Sauvy já era considerada limitadora e ultrapassada.
Os termos ainda são populares, mas hoje há outras
classificações que refletem melhor a realidade atual.
Como não há mais “Segundo Mundo” e países do
“Terceiro Mundo” podem ter alianças políticas diversas, é
mais adequado falar em países “em desenvolvimento”
versus “desenvolvidos”. Inclui-se às vezes uma terceira
categoria, os “emergentes”, os países em
desenvolvimento com potencial para fazer parte do
primeiro grupo nas próximas décadas. Entre os
emergentes, também se fala em “países recentemente
industrializados”, economias que deixaram de ser
agrárias para se tornar industriais na segunda metade do
século XX, como Brasil, Turquia, África do Sul, Índia,
Malásia, Filipinas e China.
Outro termo comum é “mundo ocidental” para se
referir aos países desenvolvidos, já que,
caracteristicamente, eles são herdeiros da cultura
europeia, incluindo aí Austrália e Nova Zelândia. Japão e
Coreia do Sul, embora situados no Oriente, são
classificados como “ocidentais” por sua aliança política e
pela ampla adoção do capitalismo e instituições políticas
ocidentais. A América Latina ocupa um espaço
controverso, já que suas instituições políticas, religiosas
e grande parte da cultura são de origem europeia, mas aí
se encontram mescladas e, às vezes, em conflito com
tradições ameríndias e africanas, o que resultou na
criação de uma identidade própria.
Superinteressante, abr. 2010.
.1. (AED-SP)
Quem foram os inspiradores do termo “Terceiro Mundo”?
___________________________________________________
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.2. (AED-SP)
A definição de “Primeiro Mundo” tinha natureza política
ou econômica?
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.3. (AED-SP)
Por que o termo “Terceiro Mundo” é considerado
obsoleto?
___________________________________________________
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.4. (ENEM-MEC)
As migrações transnacionais, intensificadas e
generalizadas nas últimas décadas do século XX,
expressam aspectos particularmente importantes da
problemática racial, visto como dilema também mundial.
Deslocam-se indivíduos, famílias e coletividades para
lugares próximos e distantes, envolvendo mudanças
mais ou menos drásticas nas condições de vida e
trabalho, em padrões e valores socioculturais. Deslocam-
-se para sociedades semelhantes ou radicalmente
distintas, algumas vezes compreendendo culturas ou
mesmo civilizações totalmente diversas.
IANNI, O. A era do globalismo. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 1996.
A mobilidade populacional da segunda metade do século
XX teve um papel importante na formação social e
econômica de diversos estados nacionais. Uma razão
para os movimentos migratórios nas últimas décadas e
uma política migratória atual dos países desenvolvidos
são
(A) a busca de oportunidades de trabalho e o aumento
de barreiras contra a imigração.
(B) a necessidade de qualificação profissional e a
abertura das fronteiras para os imigrantes.
(C) o desenvolvimento de projetos de pesquisa e o
acautelamento dos bens dos imigrantes.
(D) a expansão da fronteira agrícola e a expulsão dos
imigrantes qualificados.
(E) a fuga decorrente de conflitos políticos e o
fortalecimento de políticas sociais.
.5. (ENEM-MEC)
A Inglaterra pedia lucros e recebia lucros. Tudo se
transformava em lucro. As cidades tinham sua sujeira
lucrativa, suas favelas lucrativas, sua fumaça lucrativa,
sua desordem lucrativa, sua ignorância lucrativa, seu
desespero lucrativo. As novas fábricas e os novos altos-
-fornos eram como as Pirâmides, mostrando mais a
escravização do homem que seu poder.
DEANE, P. A Revolução Industrial. Rio de Janeiro:
Zahar, 1979 (adaptado).
Qual relação é estabelecida no texto entre os avanços
tecnológicos ocorridos no contexto da Revolução
Industrial Inglesa e as características das cidades
industriais no início do século XIX?
(A) A facilidade em se estabelecer relações lucrativas
transformava as cidades em espaços privilegiados
para a livre iniciativa, característica da nova
sociedade capitalista.
(B) O desenvolvimento de métodos de planejamento
urbano aumentava a eficiência do trabalho industrial.
(C) A construção de núcleos urbanos integrados por
meios de transporte facilitava o deslocamento dos
trabalhadores das periferias até as fábricas.
Geopolítica e divisão da Europa pós-WW2
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  • 1. CHG  Geografia  _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC  Coordenação de Ensino Médio CHG  Geografia 45 *MÓDULO 1* Geopolítica – Ordem mundial E o mundo nunca mais foi o mesmo 6 de junho de 1944. Nessa data, conhecida como Dia D, tropas aliadas invadiram a Normandia, na França ocupada pelos nazistas alemães. Tradicionalmente, é celebrado como o início da vitória aliada contra a Alemanha hitlerista. Mas isso de acordo com a visão predominante nos países ocidentais. Hoje, acredita-se que o regime de Hitler já estava condenado desde o ano anterior, quando as tropas alemãs foram derrotadas pelo Exército soviético na Batalha de StaIingrado. Depois desse revés, os alemães foram sendo cada vez mais acuados pela contraofensiva dos soviéticos, que avançaram em direção a Berlim. Depois do Dia D, a futura divisão da Europa foi combinada durante a Conferência de Yalta, de 4 a 11 de fevereiro de 1945, com a participação do líder soviético, Josef Stalin, do primeiro-ministro britânico, Winston Churchill, e do presidente norte-americano, Franklin Delano Roosevelt. Quando os nazistas foram finalmente derrotados, em 30 de abril de 1945, a Alemanha e a Europa foram divididas em duas áreas de influência. A partir da Alemanha Oriental, seguindo pela Tchecoslováquia, Hungria e Romênia, os países do Leste Europeu se alinharam com a União Soviética, adotando governos comunistas e economia planificada. A Iugoslávia também se tornou comunista, mas manteve certa independência em relação à União Soviética. Os demais países europeus, com exceção das ditaduras fascistas de Portugal e Espanha (que adotaram uma posição neutra), tornaram-se democracias liberais capitalistas. O Japão, que se rendeu aos Estados Unidos em 2 de setembro de 1945, após os ataques nucleares de Hiroshima (6 de agosto) e Nagasaki (9 de agosto), tornou-se também um aliado dos países capitalistas ocidentais. A nova divisão foi oficializada com a criação, em 4 de abril de 1949, da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), e, em 14 de maio de 1955, do Pacto de Varsóvia — a primeira reunindo os países capitalistas e o segundo, os comunistas. O fim da Segunda Guerra marcou o início do período da Guerra Fria, que duraria até a dissolução da União Soviética, em 1991. Em maio de 1949, a União Soviética demonstrou ter armas nucleares. Por medo da destruição mútua, os Estados Unidos e a União Soviética, as duas superpotências que emergiram da Segunda Guerra, evitaram um confronto aberto. Mas adotaram posições antagônicas em conflitos travados em países periféricos, como nas guerras da Coreia (1950-1953), Vietnã (1955- 1975) e Afeganistão (1979-1989). Os resultados da Segunda Guerra são vistos até hoje. A Alemanha é o país mais rico da Europa e o Japão, o mais rico da Ásia, mas ambos são política e militarmente fracos. Países do antigo bloco comunista, como a Polônia e a Romênia, enviam migrantes para países ocidentais. A Iugoslávia, ao fim do regime comunista, fragmentou-se após guerra civil. A atual Rússia capitalista mantém pretensões imperiais sobre os antigos territórios soviéticos. Milícias afegãs armadas pelos Estados Unidos contra os russos formaram a AI Qaeda. Na América Latina, ressentimento com o apoio norte- -americano a regimes anticomunistas ainda é foco de tensão política. O continente redesenhado O mapa político da Europa em três momentos 1938 1955 2009 INFOGRÁFICOS EDITORA MOL
  • 2. CHG  Geografia  _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC  Coordenação de Ensino Médio CHG  Geografia 46  A Segunda Guerra Mundial redefiniu fronteiras, tem forte presença na cultura popular e marca o debate ideológico ainda hoje.  Após a Segunda Guerra, a Europa foi repartida entre a União Soviética e os Estados Unidos, França e Inglaterra. Os países capitalistas se organizaram militarmente na OTAN, enquanto os comunistas criaram o Pacto de Varsóvia.  A OTAN continua ativa, mas o Pacto de Varsóvia dissolveu-se com o fim da União Soviética. Outros órgãos criados com o objetivo de reconstruir o mundo no pós-guerra e manter a paz permanecem: a ONU e organismos financeiros como o FMI e o Banco Mundial.  O FMI concede empréstimos a países arrasados pela guerra ou pobres, mas, em troca, exige a adoção de políticas consideradas por alguns como conservadoras.  O fim do regime soviético, em 1991, significou redemocratização e liberdade de expressão, mas também instabilidade para alguns países do bloco. A Iugoslávia esfacelou-se após guerra civil. A Polônia tornou-se adversária da Rússia, o mesmo ocorrendo com a Ucrânia e a Geórgia. A própria Rússia passou por um período conturbado, que culminou com a eleição do presidente Vladimir Putin, ex-diretor da KGB, em 1999. Seu governo autoritário (2000-2008) foi marcado por forte repressão aos rebeldes da República da Chechênia.  A economia de mercado ganhou força, mesmo em países do antigo bloco comunista. Ao sair de cena o regime marxista puro, os conflitos passaram a ser menos político-ideológicos e mais ligados a religião ou nacionalismo.  O mundo conta atualmente com uma única superpotência: os Estados Unidos, que em 2003 atacaram o Iraque, ignorando unilateralmente uma decisão da ONU que rejeitava a ação militar.  Acredita-se que o desenvolvimento da China, e também do Brasil, da Rússia e da Índia (que formam um grupo de países emergentes conhecidos como BRICs), possa criar no futuro um mundo multipolar, em que os Estados Unidos não serão mais a única superpotência.  *ATENÇÃO, ESTUDANTE!*  Para complementar o estudo deste Módulo, utilize seu LIVRO DIDÁTICO. *********** ATIVIDADES *********** Texto para as questões de 1 a 4. A guerra pop A Segunda Guerra Mundial não sai da cabeça das pessoas, 65 anos depois do seu fim Em abril de 2010, a produtora alemã Constantin Films pediu ao site YouTube que tirasse do ar todas as paródias de seu filme A Queda, por considerar que seus direitos autorais estavam sendo violados. O filme narra os últimos dias de Adolf Hitler, em 1945, com base nos relatos de Traudl Junge, ex- -secretária do líder nazista, e nas investigações do jornalista alemão Joachim Fest. A cena das paródias, invariavelmente, mostrava Hitler tendo um ataque de fúria ao ser informado de que o Exército Vermelho estava às portas de Berlim. A brincadeira consistiu em colocar legendas engraçadas para “traduzir” a fala de Hitler em alemão, fazendo o ditador surtar com assunto qualquer, como por causa de uma banda musical ruim ou um professor chato. A piada foi repetida em diversas línguas, inclusive em português. Os vídeos foram removidos, mas outros acabaram sendo postados depois no YouTube. A Liga Antidifamação, ONG norte-americana dedicada a combater o antissemitismo, queixou-se de que esse tipo de vídeo contribui para banalizar a figura de Hitler, tornando-a cômica e inofensiva. Mas brincadeira como essa não é fácil de controlar. Afinal, a Segunda Guerra Mundial é pop e continua rendendo boas histórias e discussões. Existe até mesmo a “Lei de Godwin”, formulada pelo advogado norte-americano Michael Godwin em 1990. Segundo ele, se uma discussão se prolonga por muito tempo, a probabilidade de surgir alguma comparação com os nazistas ou com Hitler se aproxima de 100%. Filmes sobre a Segunda Guerra já foram mais comuns nos anos 50 e 60, mas continuam a ser produzidos em bom número. Além de A Queda (2004), tivemos nos últimos anos O Pianista (2002), Cartas de Iwo Jima (2006) e Bastardos Inglórios (2009), para citar RIA NOVOSTI / AFP  Brad Pitt em cena de Bastardos Inglórios, dirigido por Quentin Tarantino: a Segunda Guerra Mundial continua rendendo boas histórias a Hollywood
  • 3. CHG  Geografia  _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC  Coordenação de Ensino Médio CHG  Geografia 47 alguns campeões de bilheteria. Mesmo filmes que exploram temas sem relação com a Segunda Guerra podem se inspirar nela de algum modo, como os uniformes “nazistas” dos oficiais do Império na série Guerra nas Estrelas. A música também costuma inspirar-se na Segunda Guerra. Em 1973, o poema A Rosa de Hiroshima, de Vinicius de Moraes, foi musicado pela banda Secos e Molhados, de Ney Matogrosso. Lá fora, a guerra foi abordada por grupos como Rolling Stones (Sympathy for the Devil), Iron Maiden (Aces High) e Pink Floyd (The Wall). Mas foi o movimento punk que a tornou um tema constante. Em 1977, os Sex Pistols lançaram Belsen Was a Gas, polêmica canção sobre o campo de concentração na Alemanha onde morreu Anne Frank, garota alemã de origem judaica. A banda inglesa Joy Division (1977-1980) tirou seu nome de uma “divisão” de prostitutas que atendia a soldados nazistas. Na área de videogames, todos os anos são lançados novos títulos sobre o tema. Em 2009, por exemplo, vieram Wolfenstein, Company of Heroes – Tales of Valor e Battlefield 1943. Na internet, uma pesquisa rápida no Google revela 26 milhões de ocorrências para “World War II” (Segunda Guerra Mundial), contra 6 milhões para “Vietnam War” (Guerra do Vietnã) e 5,5 milhões para “Iraq War” (Guerra do Iraque). Como se vê, 65 anos depois de seu fim, a Segunda Guerra está longe de sair do imaginário popular. Superinteressante, jul. 2010. .1. (AED-SP) A produtora alemã Constantin Films pediu ao YouTube que removesse seus vídeos. Ela conseguiu seu objetivo? ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ .2. (AED-SP) Por que a divulgação de vídeos no YouTube satirizando Adolf Hitler foi considerada uma forma de banalização da figura do ditador nazista? ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ .3. (AED-SP) Além do cinema, o texto cita outras formas de manifestação artística que costumam se inspirar na Segunda Guerra Mundial. Dê um exemplo. ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ .4. (AED-SP) “A Segunda Guerra Mundial é pop.” Assinale o que for fiel ao significado da frase: I. O conflito entrou para o imaginário popular de forma nem sempre adequada. II. A guerra foi incorporada de diversas formas, em especial na música e no cinema. III. As conquistas militares do Exército alemão ganharam simpatia popular no mundo todo. É correto o que se afirma em (A) I, apenas. (B) I e II, apenas. (C) I e III, apenas. (D) II e III, apenas. (E) I, II e III. .5. (INEP-MEC) A Rosa de Hiroshima Pensem nas crianças Mudas telepáticas Pensem nas meninas Cegas inexatas Pensem nas mulheres Rotas alteradas Pensem nas feridas Como rosas cálidas Mas oh não se esqueçam Da rosa da rosa Da rosa de Hiroshima A rosa hereditária A rosa radioativa Estúpida e inválida A rosa com cirrose A antirrosa atômica Sem cor sem perfume Sem rosa sem nada. (Vinicius de Moraes) Sobre o poema de Vinicius de Moraes, diz-se: I. O poeta assume uma postura humanista e pacifista, de oposição à guerra. II. O poema sugere que se consiga superar e esquecer o episódio atômico para que a vida recupere sua dimensão poética. III. Há trechos ligados aos efeitos das bombas atômicas: “rosa radioativa”, “rosa com cirrose”. É correto o que se afirma em (A) I, apenas. (B) I e II, apenas. (C) I e III, apenas. (D) II e III, apenas. (E) I, II e III.
  • 4. CHG  Geografia  _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC  Coordenação de Ensino Médio CHG  Geografia 48 .6. (ENEM-MEC) A nova des-ordem geográfica mundial: uma proposta de regionalização Fonte: LÉVY et al. (1992), atualizado. O espaço mundial sob a “nova des-ordem” é um emaranhado de zonas, redes e “aglomerados”, espaços hegemônicos e contra-hegemônicos que se cruzam de forma complexa na face da Terra. Fica clara, de saída, a polêmica que envolve uma nova regionalização mundial. Como regionalizar um espaço tão heterogêneo e, em parte, fluido, como é o espaço mundial contemporâneo? HAESBAERT, R.; PORTO-GONÇALVES, C. W. A nova des-ordem mundial. São Paulo: UNESP, 2006. O mapa procura representar a lógica espacial do mundo contemporâneo pós-União Soviética, no contexto de avanço da globalização e do neoliberalismo, quando a divisão entre países socialistas e capitalistas se desfez e as categorias de “primeiro” e “terceiro” mundo perderam sua validade explicativa. Considerando esse objetivo interpretativo, tal distribuição espacial aponta para (A) a estagnação dos Estados com forte identidade cultural. (B) o alcance da racionalidade anticapitalista. (C) a influência das grandes potências econômicas. (D) a dissolução de blocos políticos regionais. (E) o alargamento da força econômica dos países islâmicos. .7. (ENEM-MEC) A bandeira da Europa não é apenas o símbolo da União Europeia, mas também da unidade e da identidade da Europa em sentido mais lato. O círculo de estrelas douradas representa a solidariedade e a harmonia entre os povos da Europa. Disponível em: http://europa.eu/index_pt.htm. Acesso em: 29/4/2010 (adaptado). A que se pode atribuir a contradição intrínseca entre o que propõe a bandeira da Europa e o cotidiano vivenciado pelas nações integrantes da União Europeia? (A) Ao contexto da década de 1930, no qual a bandeira foi forjada e em que se pretendia a fraternidade entre os povos traumatizados pela Primeira Guerra Mundial. (B) Ao fato de que o ideal de equilíbrio implícito na bandeira nem sempre se coaduna com os conflitos e rivalidades regionais tradicionais. (C) Ao fato de que Alemanha e Itália ainda são vistas com desconfiança por Inglaterra e França mesmo após décadas do final da Segunda Guerra Mundial. (D) Ao fato de que a bandeira foi concebida por portugueses e espanhóis, que possuem uma convivência mais harmônica do que as demais nações europeias. (E) Ao fato de que a bandeira representa as aspirações religiosas dos países de vocação católica, contrapondo-se ao cotidiano das nações protestantes. .8. (ENEM-MEC) Disponível em: www.culturabrasil.org.br. Acesso em: 28/4/2010. A foto revela um momento da Guerra do Vietnã (1965- 1975), conflito militar cuja cobertura jornalística utilizou, em grande escala, a fotografia e a televisão. Um dos papéis exercidos pelos meios de comunicação na cobertura dessa guerra, evidenciado pela foto, foi
  • 5. CHG  Geografia  _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC  Coordenação de Ensino Médio CHG  Geografia 49 (A) demonstrar as diferenças culturais existentes entre norte-americanos e vietnamitas. (B) defender a necessidade de intervenções armadas em países comunistas. (C) denunciar os abusos cometidos pela intervenção militar norte-americana. (D) divulgar valores que questionavam as ações do governo vietnamita. (E) revelar a superioridade militar dos Estados Unidos da América. .9. (ENEM-MEC) A América se tornara a maior força política e financeira do mundo capitalista. Havia se transformado de país devedor em país que emprestava dinheiro. Era agora uma nação credora. HUBERMAN, L. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1962. Em 1948, os EUA lançavam o Plano Marshall, que consistiu no empréstimo de 17 bilhões de dólares para que os países europeus reconstruíssem suas economias. Um dos resultados desse plano, para os EUA, foi (A) o aumento dos investimentos europeus em indústrias sediadas nos EUA. (B) a redução da demanda dos países europeus por produtos e insumos agrícolas. (C) o crescimento da compra de máquinas e veículos estadunidenses pelos europeus. (D) o declínio dos empréstimos estadunidenses aos países da América Latina e da Ásia. (E) a criação de organismos que visavam regulamentar todas as operações de crédito. .10. (ENEM-MEC) A lei não nasce da natureza, junto das fontes frequentadas pelos primeiros pastores; a lei nasce das batalhas reais, das vitórias, dos massacres, das conquistas que têm sua data e seus heróis de horror: a lei nasce das cidades incendiadas, das terras devastadas; ela nasce com os famosos inocentes que agonizam no dia que está amanhecendo. FOUCAULT, M. Aula de 14 de janeiro de 1976. In: Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 1999. O filósofo Michel Foucault (séc. XX) inova ao pensar a política e a lei em relação ao poder e à organização social. Com base na reflexão de Foucault, a finalidade das leis na organização das sociedades modernas é (A) combater ações violentas na guerra entre as nações. (B) coagir e servir para refrear a agressividade humana. (C) criar limites entre a guerra e a paz praticadas entre os indivíduos de uma mesma nação. (D) estabelecer princípios éticos que regulamentam as ações bélicas entre países inimigos. (E) organizar as relações de poder na sociedade e entre os Estados. .11. (ENEM-MEC) Do ponto de vista geopolítico, a Guerra Fria dividiu a Europa em dois blocos. Essa divisão propiciou a formação de alianças antagônicas de caráter militar, como a OTAN, que aglutinava os países do bloco ocidental, e o Pacto de Varsóvia, que concentrava os do bloco oriental. É importante destacar que, na formação da OTAN, estão presentes, além dos países do oeste europeu, os EUA e o Canadá. Essa divisão histórica atingiu igualmente os âmbitos político e econômico que se refletia pela opção entre os modelos capitalista e socialista. Essa divisão europeia ficou conhecida como (A) Cortina de Ferro. (B) Muro de Berlim. (C) União Europeia. (D) Convenção de Ramsar. (E) Conferência de Estocolmo. .12. (ENEM-MEC) Em conflitos regionais e na guerra entre nações, tem sido observada a ocorrência de sequestros, execuções sumárias, torturas e outras violações de direitos. Em 10 de dezembro de 1948, a Assembleia Geral das Nações Unidas adotou a Declaração Universal dos Direitos do Homem, que, em seu artigo 5.º, afirma: Ninguém será submetido a tortura nem a penas ou tratamentos cruéis, desumanos ou degradantes. Assim, entre nações que assinaram essa Declaração, é coerente esperar que (A) a Constituição de cada país deva se sobrepor aos Direitos Universais do Homem, apenas enquanto houver conflito. (B) a soberania dos Estados esteja em conformidade com os Direitos Universais do Homem, até mesmo em situações de conflito. (C) a violação dos direitos humanos por uma nação autorize a mesma violação pela nação adversária. (D) sejam estabelecidos limites de tolerância, para além dos quais a violação aos direitos humanos seria permitida. (E) a autodefesa nacional legitime a supressão dos Direitos Universais do Homem. .13. (ENEM-MEC) O fim da Guerra Fria e da bipolaridade, entre as décadas de 1980 e 1990, gerou expectativas de que seria instaurada uma ordem internacional marcada pela redução de conflitos e pela multipolaridade. O panorama estratégico do mundo pós-Guerra Fria apresenta
  • 6. CHG  Geografia  _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC  Coordenação de Ensino Médio CHG  Geografia 50 (A) o aumento de conflitos internos associados ao nacionalismo, às disputas étnicas, ao extremismo religioso e ao fortalecimento de ameaças como o terrorismo, o tráfico de drogas e o crime organizado. (B) o fim da corrida armamentista e a redução dos gastos militares das grandes potências, o que se traduziu em maior estabilidade nos continentes europeu e asiático, que tinham sido palco da Guerra Fria. (C) o desengajamento das grandes potências, pois as intervenções militares em regiões assoladas por conflitos passaram a ser realizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), com maior envolvimento de países emergentes. (D) a plena vigência do Tratado de Não Proliferação, que afastou a possibilidade de um conflito nuclear como ameaça global, devido à crescente consciência política internacional acerca desse perigo. (E) a condição dos EUA como única superpotência, mas que se submetem às decisões da ONU no que concerne às ações militares. .14. (INEP-MEC) Observe a foto e o infográfico a seguir: estadao.com, 3/3/2010. A foto mostra uma reunião do Conselho de Segurança da ONU e o infográfico exibe a posição dos países-membros em relação a uma proposta de sanções contra o Irã, por causa de seu programa nuclear. Assinale a afirmação incorreta. (A) O Conselho de Segurança é formado por 15 membros. (B) Dez países participam de forma rotativa. (C) Somente cinco países têm o poder de veto. (D) Há um consenso sobre a questão entre os dez membros rotativos. (E) É preciso que nove dos 15 países do Conselho digam “sim” para a decisão valer. .15. (UNESP, adaptada) Leia com atenção os itens a seguir: I. Em 1945, criou-se um sistema multilateral de discussões e negociações com 50 países, depois ampliado com o ingresso de nações que obtiveram independência na África e na Ásia. II. As duas superpotências que emergiram após a Segunda Guerra. III. Comandando Estados abrigados em suas áreas de influência, as superpotências disputam a hegemonia mundial. Os itens referem-se, respectivamente, a: (A) I. Organização das Nações Unidas (ONU); II. Inglaterra e França; III. Doutrina Monroe. (B) I. Organização das Nações Unidas (ONU); II. Estados Unidos e União Soviética; III. Guerra Fria. (C) I. Organização dos Estados Americanos (OEA); II. Reino Unido e Japão; III. Plano Marshall. (D) I. União Europeia; II. Canadá e EUA; III. Doutrina Truman. (E) I. Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN); II. Alemanha e França; III. Conferência de Potsdam. ________________________________________________ *Anotações*
  • 7. CHG  Geografia  _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC  Coordenação de Ensino Médio CHG  Geografia 51 *MÓDULO 2* Geopolítica – Globalização Mundo pequeno Chamamos de globalização ao processo pelo qual economias e sociedades locais passam a participar e se tornar dependentes da economia e cultura internacionais. Isso se dá por meio de fluxos de tecnologia, informações, pessoas e capital. Por exemplo, hoje é possível comprar no Brasil, em uma loja que emprega imigrantes bolivianos, um aparelho de MP3 feito na China com tecnologia norte-americana, numa empresa de propriedade coreana. O primeiro passo para a globalização foi o comércio internacional mercantilista, entre os séculos XVI e XVIII. O capital acumulado com a venda de bens manufaturados a potências coloniais desindustrializadas (Espanha e Portugal) permitiu uma Revolução Industrial na Inglaterra. A globalização atual tem como causa avanços tecnológicos que possibilitam fluxos muito mais rápidos de produtos, pessoas e informações — como a internet, os telefones celulares e o transporte marítimo e aéreo intercontinental. Mas também tem causas políticas, como a adesão ao capitalismo pelos antigos países do bloco soviético e pela China, bem como a pressão contra barreiras alfandegárias e o nacionalismo econômico, liderada por países exportadores e órgãos internacionais como o FMI e o Banco Mundial. A globalização trouxe resultados desiguais em diferentes regiões do mundo. Enquanto alguns países conseguem se beneficiar das facilidades do comércio e do fluxo de capitais, tornando-se exportadores de tecnologia ou produtos baratos, outros acabam à margem, incapazes de competir internacionalmente. O Brasil tem conseguido exportar principalmente produtos agrícolas e insumos industriais, como o aço, mas esses produtos são commodities, isto é, são materiais de baixo valor agregado, com preços determinados pelo mercado internacional — diferentemente de carros, aviões ou produtos eletrônicos, que têm seu preço determinado não só pelo valor da concorrência, mas também pela qualidade ou pela inovação embutida. Como consequência da globalização, países que anteriormente tinham um setor industrial voltado para o mercado doméstico podem se ver desindustrializados, incapazes de concorrer com produtos estrangeiros mais baratos e de melhor qualidade. Isso, em parte, ocorreu na Argentina, e um dos “vilões” foi justamente o Brasil, que consegue exportar produtos industriais mais baratos para o vizinho, como carros e geladeiras. O próprio Brasil hoje importa muitos produtos que, antes da abertura econômica dos anos 90, eram produzidos localmente, como computadores. Mas isso tem como contrapartida positiva o fato de o preço, em geral, cair para os consumidores e a tecnologia ser mais atualizada, facilitando a rápida popularização das inovações. Outro fator importante na globalização é a migração de trabalhadores. Em países desenvolvidos, a mão de obra tornou-se muito cara. Por isso, várias empresas instalam suas fábricas em países mais pobres, tirando proveito do menor custo de produção e de legislações trabalhistas e ambientais mais frouxas. Isso é particularmente notável na China, que desenvolve pouca tecnologia própria, mas é o país onde é feita grande parte dos componentes eletrônicos atuais. Diante da concorrência internacional, países com melhor grau de escolaridade acabam ocupando a posição de produtores de inovação, que é facilmente comercializável e rende maiores benefícios que uma indústria poluente, não criativa e dependente de mão de obra mais barata. Sair da posição de exportador de commodities, isto é, produtos sem valor agregado, e tornar-se uma potência criativa é um dos maiores desafios do Brasil nos próximos anos. WU NIU / AFP  A China desenvolve pouca tecnologia própria, mas produz boa parte dos componentes eletrônicos atuais  Globalização é a tendência de maior integração e interdependência econômica entre os países. Ela tem raízes muito antigas, mas tornou-se particularmente acentuada a partir da segunda metade do século XX.  Globalização também significa maior fluxo de pessoas e informações.
  • 8. CHG  Geografia  _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC  Coordenação de Ensino Médio CHG  Geografia 52  As origens da globalização remontam ao comércio mercantilista da época das grandes navegações e às três Revoluções Industriais. A Terceira Revolução Industrial está em curso.  As novas tecnologias aceleraram imensamente a globalização. Elas estão presentes nos meios de transporte e nas telecomunicações, especialmente na internet.  Alguns pontos positivos da globalização: a disponibilidade de informações, a diminuição da tensão política entre países com relações comerciais importantes e o barateamento de produtos.  Um ponto negativo é que o processo não ocorre de forma simétrica entre países. Alguns, como a China, a Coreia e o Brasil, conseguem aproveitar a oportunidade para enriquecer com o comércio internacional. Outros, como quase todos os países da África, ficam à margem dessa economia integrada. Críticos de esquerda consideram a globalização uma nova forma de colonialismo dos ricos.  A indústria vem migrando para países de mão de obra mais barata, deprimindo salários ou causando desemprego em outros países. As nações mais ricas continuam detendo a tecnologia de produção.  A tendência, agilizada por tecnologias que substituem mão de obra humana, é que os empregos migrem da indústria e da agricultura para o setor de serviços e comércio. Como o setor terciário exige maior qualificação, muitas pessoas acabam em subempregos ou desempregadas. A educação passa a ter um papel crucial na empregabilidade.  O sentimento antiglobalização nasce tanto de crises econômicas, como as citadas acima, quanto do temor de ter a cultura local engolida pela cultura global, em grande parte influenciada pelos Estados Unidos.  *ATENÇÃO, ESTUDANTE!*  Para complementar o estudo deste Módulo, utilize seu LIVRO DIDÁTICO. ________________________________________________ *Anotações* *********** ATIVIDADES *********** Texto para as questões de 1 a 4. Globalização gastronômica As grandes navegações nos séculos XV e XVI mudaram definitivamente o cardápio da humanidade Nos séculos XV e XVI, os aventureiros europeus tinham um ótimo motivo para arriscar a vida no mar: muito dinheiro. As novas rotas comerciais, abertas com as viagens de descobrimento em direção ao Sudeste Asiático e às Américas, garantiam fortunas com a venda de especiarias, condimentos que melhoravam o gosto da comida e garantiam sua preservação. O que os exploradores e comerciantes não sabiam é que, além de cravo, noz-moscada, pimenta e gengibre, eles encontrariam uma série de outros sabores. Por sua vez, os moradores dessas novas regiões não conheciam muitas das comidas trazidas nas embarcações. Começava assim uma verdadeira revolução gastronômica. “Pela primeira vez, todos os povos da Terra entravam em contato, abrindo um intercâmbio generalizado dos gêneros de todos os continentes”, afirma Henrique Carneiro, professor de História da USP, no livro Comida e Sociedade — Uma História da Alimentação.  Especiarias diversas: ao viajar ao redor do mundo, os europeus promoveram um intercâmbio entre os diversos tipos de alimento que encontraram nos locais em que estiveram DAVID FORMAN / AFP Vaivém de sabores A origem e o destino de alguns dos principais alimentos PIMENTÃO Originário da América, foi levado para a Espanha. Dali chegou à Hungria, onde passou a ser usado como matéria-prima para a páprica. Também fez sucesso na Tailândia, na Coreia, na Índia e em vários países africanos. BATATA Era consumida nos Andes e na região onde hoje ficam o Equador e o Peru. Foi plantada na Galícia, na Península Ibérica, e na Itália. Depois se difundiu no resto da Europa e na Ásia. TOMATE Assim como a mandioca, o abacaxi e o mamão, o tomate partiu das Américas e acabou na Ásia, após passar pela Europa. Esses alimentos faziam tanto sucesso no Oriente que acabaram usados como moeda.
  • 9. CHG  Geografia  _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC  Coordenação de Ensino Médio CHG  Geografia 53 MILHO Veio da América Central e foi cultivado em Portugal. Logo estava nas mesas do sul da França e do norte da Itália, onde foi usado para fazer fubá. Depois se tornou comum na culinária oriental. ABACATE Ao lado do cacau e do feijão, é um alimento da América Central que conquistou o gosto europeu. O cacau, que entre os astecas era consumido com pimenta, passou a ser acompanhado de açúcar. LARANJA Muitas frutas de sabor e aroma exóticos para o paladar dos europeus foram descobertas na Ásia. É o caso da laranja e da manga, que, da Península Ibérica, acabaram introduzidas no resto do continente e nas Américas. UVA Ao lado do trigo e do azeite, tinha grande valor na região do Mediterrâneo. Tornou-se alimento simbólico para o cristianismo e se alastrou pelo mundo. ESPECIARIAS A noz-moscada, o cravo e o gengibre eram comprados na Indonésia. A pimenta-do-reino vinha do sul da Índia e a canela, do Ceilão, atual Sri Lanka. Os produtos eram reunidos em Goa, de onde seguiam para Portugal. Viagem & Turismo, jan. 2010 (com adaptações). .1. (AED-SP) Levando em consideração o texto, quando começou a globalização? ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ .2. (AED-SP) Essa primeira globalização atingiu apenas países ocidentais? ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ .3. (AED-SP) Culturas podem integrar ingredientes estrangeiros a ponto de parecerem seus, mas também há alimentos que carregam consigo elementos culturais. Cite um exemplo de cada um extraído do texto. ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ .4. (AED-SP) No texto, a frase que melhor se associa ao fenômeno da globalização é: (A) “Nos séculos XV e XVI, os aventureiros europeus tinham um ótimo motivo para arriscar a vida no mar: muito dinheiro.” (B) “As novas rotas comerciais, abertas com as viagens de descobrimento em direção ao Sudeste Asiático e às Américas,...” (C) “O que os exploradores e comerciantes não sabiam é que, além de cravo, noz-moscada, pimenta e gengibre, eles encontrariam uma série de outros sabores.” (D) “‘Pela primeira vez, todos os povos da Terra entravam em contato, abrindo um intercâmbio generalizado dos gêneros de todos os continentes’,...” (E) “Por sua vez, os moradores dessas novas regiões não conheciam muitas das comidas trazidas nas embarcações. Começava assim uma verdadeira revolução gastronômica.” .5. (ENEM-MEC) Cadeia agroindustrial integrada ao supermercado SILVA, E. S. O. Circuito espacial de produção e comercialização da produção familiar de tomate no município de São José de Ubá (RJ). In: RIBEIRO, M. A.; MARAFON, G. J. (orgs.). A metrópole e o interior fluminense: simetrias e assimetrias geográficas. Rio de Janeiro: Gramma, 2009 (adaptado). O organograma apresenta os diversos atores que integram uma cadeia agroindustrial e a intensa relação entre os setores primário, secundário e terciário. Nesse sentido, a disposição dos atores na cadeia agroindustrial demonstra (A) a autonomia do setor primário. (B) a importância do setor financeiro. (C) o distanciamento entre campo e cidade. (D) a subordinação da indústria à agricultura. (E) a horizontalidade das relações produtivas. ________________________________________________ *Anotações*
  • 10. CHG  Geografia  _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC  Coordenação de Ensino Médio CHG  Geografia 54 .6. (ENEM-MEC) Estamos testemunhando o reverso da tendência histórica da assalariação do trabalho e socialização da produção, que foi característica predominante na era industrial. A nova organização social e econômica baseada nas tecnologias da informação visa à administração descentralizadora, ao trabalho individualizante e aos mercados personalizados. As novas tecnologias da informação possibilitam, ao mesmo tempo, a descentralização das tarefas e sua coordenação em uma rede interativa de comunicação em tempo real, seja entre continentes, seja entre os andares de um mesmo edifício. CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 2006 (adaptado). No contexto descrito, as sociedades vivenciam mudanças constantes nas ferramentas de comunicação que afetam os processos produtivos nas empresas. Na esfera do trabalho, tais mudanças têm provocado (A) o aprofundamento dos vínculos dos operários com as linhas de montagem sob influência dos modelos orientais de gestão. (B) o aumento das formas de teletrabalho como solução de larga escala para o problema do desemprego crônico. (C) o avanço do trabalho flexível e da terceirização como respostas às demandas por inovação e com vistas à mobilidade dos investimentos. (D) a autonomização crescente das máquinas e computadores em substituição ao trabalho dos especialistas técnicos e gestores. (E) o fortalecimento do diálogo entre operários, gerentes, executivos e clientes com a garantia de harmonização das relações de trabalho. .7. (ENEM-MEC) A introdução de novas tecnologias desencadeou uma série de efeitos sociais que afetaram os trabalhadores e sua organização. O uso de novas tecnologias trouxe a diminuição do trabalho necessário que se traduz na economia líquida do tempo de trabalho, uma vez que, com a presença da automação microeletrônica, começou a ocorrer a diminuição dos coletivos operários e uma mudança na organização dos processos de trabalho. Revista Eletrônica de Geografia Y Ciências Sociales. Universidad de Barcelona. N.º 170(9), 1/8/2004. A utilização de novas tecnologias tem causado inúmeras alterações no mundo do trabalho. Essas mudanças são observadas em um modelo de produção caracterizado (A) pelo uso intensivo do trabalho manual para desenvolver produtos autênticos e personalizados. (B) pelo ingresso tardio das mulheres no mercado de trabalho no setor industrial. (C) pela participação ativa das empresas e dos próprios trabalhadores no processo de qualificação laboral. (D) pelo aumento na oferta de vagas para trabalhadores especializados em funções repetitivas. (E) pela manutenção de estoques de larga escala em função da alta produtividade. .8. (ENEM-MEC) Nova Escola, n.º 226, out. 2009. A tirinha mostra que o ser humano, na busca de atender suas necessidades e de se apropriar dos espaços, (A) adotou a acomodação evolucionária como forma de sobrevivência ao se dar conta de suas deficiências impostas pelo meio ambiente. (B) utilizou o conhecimento e a técnica para criar equipamentos que lhe permitiram compensar as suas limitações físicas. (C) levou vantagens em relação aos seres de menor estatura, por possuir um físico bastante desenvolvido, que lhe permitia muita agilidade. (D) dispensou o uso da tecnologia por ter um organismo adaptável aos diferentes tipos de meio ambiente. (E) sofreu desvantagens em relação a outras espécies, por utilizar os recursos naturais como forma de se apropriar dos diferentes espaços. .9. (ENEM-MEC) Os últimos séculos marcam, para a atividade agrícola, com a humanização e a mecanização do espaço geográfico, uma considerável mudança em termos de produtividade: chegou-se, recentemente, à constituição de um meio técnico-científico-informacional, característico não apenas da vida urbana, mas também do mundo rural, tanto nos países avançados como nas regiões mais desenvolvidas dos países pobres. SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2004 (adaptado). A modernização da agricultura está associada ao desenvolvimento científico e tecnológico do processo produtivo em diferentes países. Ao considerar as novas relações tecnológicas no campo, verifica-se que a
  • 11. CHG  Geografia  _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC  Coordenação de Ensino Médio CHG  Geografia 55 (A) introdução de tecnologia equilibrou o desenvolvimento econômico entre o campo e a cidade, refletindo diretamente na humanização do espaço geográfico nos países mais pobres. (B) tecnificação do espaço geográfico marca o modelo produtivo dos países ricos, uma vez que pretendem transferir gradativamente as unidades industriais para o espaço rural. (C) construção de uma infraestrutura científica e tecnológica promoveu um conjunto de relações que geraram novas interações socioespaciais entre o campo e a cidade. (D) aquisição de máquinas e implementos industriais, incorporados ao campo, proporcionou o aumento da produtividade, libertando o campo da subordinação à cidade. (E) incorporação de novos elementos produtivos oriundos da atividade rural resultou em uma relação com a cadeia produtiva industrial, subordinando a cidade ao campo. .10. (ENEM-MEC) Sozinho vai descobrindo o caminho O rádio fez assim com seu avô Rodovia, hidrovia, ferrovia E agora chegando a infovia Para alegria de todo o interior GIL, G. Banda larga cordel. Disponível em: www.uol.vagalume.com.br. Acesso em: 16/4/2010 (fragmento). O trecho da canção faz referência a uma das dinâmicas centrais da globalização, diretamente associada ao processo de (A) evolução da tecnologia da informação. (B) expansão das empresas transnacionais. (C) ampliação dos protecionismos alfandegários. (D) expansão das áreas urbanas do interior. (E) evolução dos fluxos populacionais. .11. (ENEM-MEC) Folha de S. Paulo, 22/11/2003. Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver [ no Universo... Por isso minha aldeia é grande como outra qualquer Porque sou do tamanho do que vejo E não do tamanho da minha altura... (Alberto Caeiro) A tira “Hagar” e o poema de Alberto Caeiro (um dos heterônimos de Fernando Pessoa) expressam, com linguagens diferentes, uma mesma ideia: a de que a compreensão que temos do mundo é condicionada, essencialmente, (A) pelo alcance de cada cultura. (B) pela capacidade visual do observador. (C) pelo senso de humor de cada um. (D) pela idade do observador. (E) pela altura do ponto de observação. .12. (INEP-MEC) A China tem sido o país-símbolo da globalização e vem ocupando enorme espaço na mídia internacional nas últimas décadas. Sobre a realidade desse país de grandes dimensões e história milenar, e sobre a forma como vem criando e reforçando seus vínculos com a rede global, é incorreto afirmar que (A) a abertura econômica não foi acompanhada da democratização política. O episódio do rompimento com a empresa americana Google é um dos melhores exemplos recentes desse fato. (B) a China inventou o “socialismo de mercado”, um regime que desenvolve uma economia capitalista de mercado bastante agressiva, sem abrir mão do controle político e social, de inspiração socialista, instalado no país no decorrer da segunda metade do século XX. (C) a China aproveitou-se do baixíssimo custo de mão de obra para se tornar uma “fábrica global”. A princípio, ocupou espaço no mercado internacional com produtos de baixa tecnologia. Mas, recentemente, vem conseguindo se destacar com produtos bem mais sofisticados tecnologicamente. (D) é grande a dependência chinesa por matérias-primas indispensáveis à sua indústria. Na tentativa de uma solução para esse problema, o país procura agora diversificar seu comércio exterior, buscando parceiros em todo o mundo. (E) a estratégia extremamente inovadora de cuidar melhor do meio ambiente, ao contrário do que ocorre com a grande maioria dos países ricos, vem melhorando muito a imagem da China como país exportador. ________________________________________________ *Anotações*
  • 12. CHG  Geografia  _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC  Coordenação de Ensino Médio CHG  Geografia 56 .13. (UERJ, adaptada) A estrutura desse sistema internacional de circulação alcançou tal grau de complexidade que ultrapassa a compreensão da maioria das pessoas. As fronteiras entre funções diferentes, como as de bancos, corretoras, serviços financeiros, financiamento habitacional, crédito ao consumidor etc., tornaram-se cada vez mais porosas, ao mesmo tempo em que novas transações futuras de mercadorias, de ações, de moedas ou de dívidas surgiram em toda parte, introduzindo o tempo futuro no tempo presente de maneiras estarrecedoras. DAVID HARVEY. Condição pós-moderna. São Paulo: Edições Loyola, 1992 (adaptado). O texto acima faz referência a características de um dos mais importantes aspectos do atual estágio em que se encontra o capitalismo. Dois fatores que contribuem para o fenômeno destacado pelo autor do fragmento estão apontados em uma das alternativas. Indique-a: (A) aumento da especulação financeira – maior eficiência das redes de transportes. (B) controle do Banco Mundial sobre o sistema financeiro – formação da União Monetária Mundial. (C) desregulamentação dos mercados financeiros – disseminação das tecnologias da informação. (D) padronização dos horários de funcionamento dos centros financeiros – surgimento dos bancos globais. (E) protecionismo comercial – formação de blocos regionais. .14. (UNESP) Quanto mais a globalização econômica avança, mais o mundo é marcado pela fragmentação do espaço geográfico por meio de megablocos regionais, como mostra a figura. Em contrapartida, quanto mais abrangente for a integração do bloco, maior a perda de soberania dos Estados participantes. MEGABLOCOS REGIONAIS Os blocos I, II, III e IV, representados na figura, são, respectivamente: (A) Nafta, Comunidade Econômica Europeia, Alca e Mercosul. (B) União Europeia, Apec, Aladi e Alca. (C) CEI, União Europeia, Mercosul e Nafta. (D) Pacto Andino, Comunidade Econômica Europeia, CEI e Nafta. (E) Nafta, Mercosul, União Europeia e CEI. .15. (INEP-MEC) Vivemos num mundo confuso e confusamente percebido. Se desejamos escapar à crença de que esse mundo assim apresentado é verdadeiro, devemos considerar a existência de pelo menos três mundos num só. O primeiro seria o mundo tal como nos fazem vê-lo: a globalização como fábula; o segundo seria o mundo tal como ele é: a globalização como perversidade; e o terceiro, o mundo como ele pode ser: uma outra globalização. SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2004 (adaptado). A imagem da “globalização como fábula” encontra seu principal fundamento no aspecto (A) político, com o triunfo de regimes democráticos em continentes inteiros. (B) socioeconômico, com a redução das desigualdades. (C) sanitário, com êxito na prevenção das pandemias. (D) financeiro, com a intensa circulação de capitais em nível planetário. (E) cultural, com a crescente unificação das crenças religiosas. ________________________________________________ *Anotações*
  • 13. CHG  Geografia  _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC  Coordenação de Ensino Médio CHG  Geografia 57 *MÓDULO 3* Geopolítica – Conflitos contemporâneos Esquerda e direita Durante a Guerra Fria, movimentos políticos violentos ocorreram até mesmo na Europa. Nos anos 1970, a Facção do Exército Vermelho (também chamada Baader- -Meinhof) cometeu vários atentados na Alemanha, enquanto na Itália as Brigadas Vermelhas executaram o primeiro-ministro Aldo Moro, em 1978. Na América Latina, pobreza, racismo, incompetência do Estado, desigualdade social e corrupção fomentam a continuidade de conflitos ideológicos. As FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) chegaram a controlar não apenas territórios remotos, mas favelas em grandes cidades colombianas nos anos 1980. No entanto, o grupo recuou ante a ofensiva do governo de Álvaro Uribe (2002-2010). O Sendero Luminoso, oficialmente denominado Partido Comunista do Peru (PCP), foi fundado em 1980 e segue uma linha parecida. Ambos os movimentos são acusados de violência, inclusive contra indígenas, e tráfico de drogas. Obtêm apoio popular desempenhando funções típicas do Estado, como a distribuição de alimentos e remédios, mas também por meio de intimidação. No México, o Exército Zapatista de Liberação Nacional (EZLN) tem uma estratégia diferente. Surgido em 1994, o movimento se opõe à globalização e ao neoliberalismo e busca encarnar os anseios de autonomia da população maia da região de Chiapas, no sul do país. Apesar de estarem “em guerra declarada” contra o Estado mexicano, os zapatistas utilizam meios não violentos. Em vez de armas, usam a internet para promover sua causa. Seu líder, o subcomandante Marcos, transformou-se em celebridade mundial. O Equador, a Bolívia e a Venezuela — países com governos bolivarianos (movimento socialista iniciado pelo venezuelano Hugo Chávez, inspirado nos ideários de Simón Bolívar) — têm uma relação tensa com a Colômbia, que acusa aqueles países de colaborar com os guerrilheiros das FARC. Internamente, opositores aos governos bolivarianos criticam o que enxergam como populismo e manipulação política da população pobre ou indígena. Cuba é atualmente a única ditadura de partido único na América Latina. O país não tem relações diplomáticas com os Estados Unidos e sofre embargo comercial desde 1962, o que impede cidadãos norte-americanos de comprarem produtos cubanos ou de viajarem para a ilha. O embargo é apontado pelo governo cubano como causa da penúria econômica da população. Ainda em 1962, a instalação de mísseis soviéticos em Cuba quase levou o mundo a uma nova guerra mundial, mas a situação foi resolvida diplomaticamente entre norte-americanos e soviéticos. Desde 1903, tropas norte-americanas ocupam a baía de Guantánamo, onde está instalada a polêmica prisão na qual estão encarcerados afegãos e iraquianos acusados de terrorismo. Na Ásia, a Coreia do Norte — que foi classificada pelo presidente George Bush (2001-2009) como integrante do “Eixo do Mal”, ao lado de Cuba, Líbia, Síria, Irã e Iraque — também tem uma relação complicada com os países vizinhos. Em 2006, a Coreia do Norte realizou um bem- -sucedido teste de bomba nuclear, deixando alarmados os governos do Japão e da Coreia do Sul. Desde então, negociações de desarmamento estão em andamento. A Rússia, por fim, não voltou aos tempos do regime soviético, mas é considerada um país autoritário, promovendo prisões e assassinatos de inimigos políticos, desde a ascensão de Vladimir Putin ao poder, em 1999. O país tem uma relação tensa com os Estados Unidos. Uma das razões é o plano norte-americano de instalação de um escudo antimísseis na Polônia, com o objetivo declarado de conter um possível ataque iraniano. Moscou entende, contudo, que tal projeto visa a neutralizar o arsenal russo. NOTIMEX / AFP  Subcomandante Marcos, líder do Exército Zapatista de Liberação Nacional (EZLN): tática de não violência e uso dos meios de comunicação para conquistar a opinião pública  Conflitos surgidos na época da Guerra Fria continuam vivos na América Latina, fomentados pela memória de regimes militares pró-americanos e por grupos guerrilheiros fundados para agir em defesa de preceitos pró-soviéticos.  Pobreza, desigualdade social, corrupção e ineficiência do governo são alguns fatores que criam oportunidade para a atuação de movimentos radicais, que assumem papéis típicos do Estado.
  • 14. CHG  Geografia  _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC  Coordenação de Ensino Médio CHG  Geografia 58  Diferentemente das FARC e do Sendero Luminoso, o movimento de Chiapas, surgido nos anos 90 no México, é pacífico.  Cuba está sob embargo comercial americano desde 1962, e uma parte de seu território, Guantánamo, abriga uma base militar dos Estados Unidos. Os norte-americanos instalaram ali uma prisão, onde mantêm encarcerados suspeitos de terrorismo.  Conflitos nacionalistas violentos ainda ocorrem na Europa, com o IRA e o ETA como principais entidades.  Os curdos são um povo sem país: eles vivem espalhados pelos territórios da Turquia, do Iraque, do Irã e da Síria, e seu desejo de independência incomoda as autoridades desses países.  A Rússia tem enorme influência política sobre as ex- -repúblicas soviéticas e exerce seu poder por formas às vezes agressivas.  Conflitos religiosos graves atingem países como a Rússia, a China e, principalmente, a Índia. Muitas vezes, causas religiosas e nacionalistas se misturam nos conflitos.  Nenhuma religião está a salvo de conflitos. Na Índia, militantes hindus cometem atentados, depredações e massacres. No Tibete e em Sri Lanka, budistas tomaram parte na violência local.  Outros focos recentes de tensão política são a Coreia do Norte, que desenvolve um programa nuclear, e a Polônia, em que a proposta norte- -americana de instalar um escudo antimísseis desagrada à Rússia.  *ATENÇÃO, ESTUDANTE!*  Para complementar o estudo deste Módulo, utilize seu LIVRO DIDÁTICO. ________________________________________________ *Anotações* *********** ATIVIDADES *********** Texto para as questões de 1 a 4. A saga de Ingrid Betancourt A ex-candidata à Presidência da Colômbia passou seis anos e meio como refém de guerrilheiros Em 2 de junho de 2008, o governo colombiano tinha um importante anúncio a fazer. Era uma boa notícia, mas que causaria surpresa internacional. Após seis anos e meio em cativeiro pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), a senadora Ingrid Betancourt Pulecio estava livre. JACKY NAEGELEN / AFP  Ingrid Betancourt participa de evento após ser libertada. Ela fora sequestrada em 2002, quando era candidata à Presidência da Colômbia Ingrid havia sido sequestrada em fevereiro de 2002, quando era candidata à Presidência do país pelo Partido Verde Oxigênio. O governo colombiano havia estabelecido uma zona desmilitarizada no território das FARC, na tentativa de conduzir um acordo de paz, mas as negociações haviam chegado a um impasse. Ingrid queria chegar à cidade de San Vicente de Caguán, onde ocorriam as negociações de paz. Como o governo se recusou a levá-la num helicóptero militar, a senadora e sua equipe tentaram ir por terra. Foram parados por integrantes das FARC num bloqueio de estrada e levados para o cativeiro em regiões inacessíveis. As eleições daquele ano foram ganhas por Álvaro Uribe, com uma plataforma de endurecimento de ações contra os rebeldes. Após anos de negociações sem resultados, as últimas notícias eram alarmantes. Um vídeo obtido em novembro de 2007, após a captura de membros da guerrilha, mostrava Ingrid muito doente e desnutrida. No mesmo ano, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, propôs ser intermediário das negociações, ao lado do presidente francês, Nicolas Sarkozy. A questão interessava à França porque Ingrid, filha de pai francês, tem dupla cidadania. A proposta não foi bem recebida pelo governo colombiano, que acusou Chávez de colaborar com a guerrilha. As FARC são uma guerrilha marxista fundada em 1964. Desde o regime militar pró-americano de Gustavo Rojas, entre 1953 e 1957, formaram-se enclaves em
  • 15. CHG  Geografia  _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC  Coordenação de Ensino Médio CHG  Geografia 59 regiões remotas da Colômbia, controlados por grupos armados. Nos anos 1960, o governo civil colombiano tentou retomar o controle dessas regiões. A partir daí, esses grupos se reorganizaram, fundando os movimentos FARC, ELN e, em 1970, o M-19. Além de promoverem sequestros, assassinatos e extorsões, as FARC são acusadas de se sustentar com o narcotráfico, de usar crianças como soldados e de atacar populações indígenas. O governo Uribe perseguiu implacavelmente a guerrilha, inclusive por meio de ações controversas. Em março de 2008, despachou a força aérea para tomar uma base das FARC no Equador, matando o líder Raul Reyes. A incursão provocou uma crise diplomática: Hugo Chávez enviou tropas à fronteira com a Colômbia, e os dois países estiveram à beira de uma guerra. Em 2009, Uribe, que havia conseguido aprovar uma emenda constitucional para se reeleger presidente em 2006 — a exemplo do que Chávez fizera na Venezuela —, tentou realizar um plebiscito para poder ser reeleito novamente. A proposta foi barrada no Congresso, mas Uribe conseguiu eleger um aliado: seu ex-ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, que ficou famoso por liderar a operação militar de 2008. Em julho de 2010, a crise entre a Colômbia e a Venezuela se agravou. Chávez anunciou o rompimento das relações diplomáticas entre os dois países, depois de o governo de Bogotá acusar a Venezuela de abrigar guerrilheiros colombianos em seu território. Veja, 8/9/2010 (adaptado). .1. (AED-SP) Como surgiram as FARC? ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ .2. (AED-SP) As ações do governo de Álvaro Uribe contra as FARC causaram controvérsias. Cite uma delas. ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ .3. (AED-SP) Álvaro Uribe é um adversário do venezuelano Hugo Chávez, acusado de táticas pouco éticas para manter-se no poder. No entanto, um fato político citado no texto os torna similares. Qual? ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ .4. (AED-SP) O conflito entre as FARC e o Estado colombiano pode ser visto como (A) reivindicação de uma nação sem Estado. (B) movimento separatista. (C) tensão político-religiosa. (D) conflito político interno. (E) guerra entre dois Estados nacionais. .5. (ENEM-MEC) No mundo árabe, países governados há décadas por regimes políticos centralizadores contabilizam metade da população com menos de 30 anos; desses, 56% têm acesso à internet. Sentindo-se sem perspectivas de futuro e diante da estagnação da economia, esses jovens incubam vírus sedentos por modernidade e democracia. Em meados de dezembro, um tunisiano de 26 anos, vendedor de frutas, põe fogo no próprio corpo em protesto por trabalho, justiça e liberdade. Uma série de manifestações eclode na Tunísia e, como uma epidemia, o vírus libertário começa a se espalhar pelos países vizinhos, derrubando em seguida o presidente do Egito, Hosni Mubarak. Sites e redes sociais — como o Facebook e o Twitter — ajudaram a mobilizar manifestantes do norte da África a ilhas do Golfo Pérsico. SEQUEIRA, C. D.; VILLAMÉA, L. A epidemia da liberdade. IstoÉ Internacional, 2/3/2011 (adaptado). Considerando os movimentos políticos mencionados no texto, o acesso à internet permitiu aos jovens árabes (A) reforçar a atuação dos regimes políticos existentes. (B) tomar conhecimento dos fatos sem se envolver. (C) manter o distanciamento necessário à sua segurança. (D) disseminar vírus capazes de destruir programas dos computadores. (E) difundir ideias revolucionárias que mobilizaram a população. .6. (ENEM-MEC) A poluição e outras ofensas ambientais ainda não tinham esse nome, mas já eram largamente notadas no século XIX, nas grandes cidades inglesas e continentais. E a própria chegada ao campo das estradas de ferro suscitou protestos. A reação antimaquinista, protagonizada pelos diversos luddismos, antecipa a batalha atual dos ambientalistas. Esse era, então, o combate social contra os miasmas urbanos. SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: EdUSP, 2002 (adaptado). O crescente desenvolvimento técnico-produtivo impõe modificações na paisagem e nos objetos culturais vivenciados pelas sociedades. De acordo com o texto, pode-se dizer que tais movimentos sociais emergiram e se expressaram por meio
  • 16. CHG  Geografia  _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC  Coordenação de Ensino Médio CHG  Geografia 60 (A) das ideologias conservacionistas, com milhares de adeptos no meio urbano. (B) das políticas governamentais de preservação dos objetos naturais e culturais. (C) das teorias sobre a necessidade de harmonização entre técnica e natureza. (D) dos boicotes aos produtos das empresas exploradoras e poluentes. (E) da contestação à degradação do trabalho, das tradições e da natureza. .7. (ENEM-MEC) Na América do Sul, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) lutam, há décadas, para impor um regime de inspiração marxista no país. Hoje, são acusadas de envolvimento com o narcotráfico, o qual supostamente financia suas ações, que incluem ataques diversos, assassinatos e sequestros. Na Ásia, a Al Qaeda, criada por Osama bin Laden, defende o fundamentalismo islâmico e vê nos Estados Unidos da América (EUA) e em Israel inimigos poderosos, os quais deve combater sem trégua. A mais conhecida de suas ações terroristas ocorreu em 2001, quando foram atingidos o Pentágono e as torres do World Trade Center. A partir das informações acima, conclui-se que (A) as ações guerrilheiras e terroristas no mundo contemporâneo usam métodos idênticos para alcançar os mesmos propósitos. (B) o apoio internacional recebido pelas FARC decorre do desconhecimento, pela maioria das nações, das práticas violentas dessa organização. (C) os EUA, mesmo sendo a maior potência do planeta, foram surpreendidos com ataques terroristas que atingiram alvos de grande importância simbólica. (D) as organizações mencionadas identificam-se quanto aos princípios religiosos que defendem. (E) tanto as FARC quanto a Al Qaeda restringem sua atuação à área geográfica em que se localizam, respectivamente, América do Sul e Ásia. .8. (ENEM-MEC) Em 1947, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou um plano de partilha da Palestina que previa a criação de dois Estados: um judeu e outro palestino. A recusa árabe em aceitar a decisão conduziu ao primeiro conflito entre Israel e países árabes. A segunda guerra (Suez, 1956) decorreu da decisão egípcia de nacionalizar o canal, ato que atingia interesses anglo-franceses e israelenses. Vitorioso, Israel passou a controlar a Península do Sinai. O terceiro conflito árabe-israelense (1967) ficou conhecido como Guerra dos Seis Dias, tal a rapidez da vitória de Israel. Em 6 de outubro de 1973, quando os judeus comemoravam o Yom Kippur (Dia do Perdão), forças egípcias e sírias atacaram de surpresa Israel, que revidou de forma arrasadora. A intervenção americano- -soviética impôs o cessar-fogo, concluído em 22 de outubro. A partir do texto acima, assinale a opção correta. (A) A primeira guerra árabe-israelense foi determinada pela ação bélica de tradicionais potências europeias no Oriente Médio. (B) Na segunda metade dos anos 1960, quando explodiu a terceira guerra árabe-israelense, Israel obteve rápida vitória. (C) A guerra do Yom Kippur ocorreu no momento em que, a partir de decisão da ONU, foi oficialmente instalado o Estado de Israel. (D) A ação dos governos de Washington e de Moscou foi decisiva para o cessar-fogo que pôs fim ao primeiro conflito árabe-israelense. (E) Apesar das sucessivas vitórias militares, Israel mantém suas dimensões territoriais tal como estabelecido pela resolução de 1947 aprovada pela ONU. .9. (ENEM-MEC) No dia 7 de outubro de 2001, Estados Unidos e Grã- -Bretanha declararam guerra ao regime Talibã, no Afeganistão. Leia trechos das declarações do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e de Osama bin Laden, líder muçulmano, nessa ocasião: George W. Bush: Um comandante-chefe envia os filhos e filhas dos Estados Unidos à batalha em território estrangeiro somente depois de tomar o maior cuidado e depois de rezar muito. Pedimos-lhes que estejam preparados para o sacrifício das próprias vidas. A partir de 11 de setembro, uma geração inteira de jovens americanos teve uma nova percepção do valor da liberdade, do seu preço, do seu dever e do seu sacrifício. Que Deus continue a abençoar os Estados Unidos. Osama bin Laden: Deus abençoou um grupo de vanguarda de muçulmanos, a linha de frente do Islã, para destruir os Estados Unidos. Um milhão de crianças foram mortas no Iraque, e para eles isso não é uma questão clara. Mas quando pouco mais de dez foram mortos em Nairóbi e Dar-es-Salaam, o Afeganistão e o Iraque foram bombardeados e a hipocrisia ficou atrás da cabeça dos infiéis internacionais. Digo a eles que esses acontecimentos dividiram o mundo em dois campos, o campo dos fiéis e o campo dos infiéis. Que Deus nos proteja deles. O Estado de S. Paulo, 8/10/2001 (com adaptações).
  • 17. CHG  Geografia  _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC  Coordenação de Ensino Médio CHG  Geografia 61 Pode-se afirmar que (A) a justificativa das ações militares encontra sentido apenas nos argumentos de George W. Bush. (B) a justificativa das ações militares encontra sentido apenas nos argumentos de Osama bin Laden. (C) ambos apoiam-se num discurso de fundo religioso para justificar o sacrifício e reivindicar a justiça. (D) ambos tentam associar a noção de justiça a valores de ordem política, dissociando-a de princípios religiosos. (E) ambos tentam separar a noção de justiça das justificativas de ordem religiosa, fundamentando-a numa estratégia militar. .10. (ENEM-MEC) O texto abaixo é um trecho do discurso do primeiro- -ministro britânico, Tony Blair, pronunciado quando da declaração de guerra ao regime Talibã: Essa atrocidade [o atentado de 11 de setembro, em Nova York] foi um ataque contra todos nós, contra pessoas de todas e nenhuma religião. Sabemos que a Al Qaeda ameaça a Europa, incluindo a Grã-Bretanha, e qualquer nação que não compartilhe de seu fanatismo. Foi um ataque à vida e aos meios de vida. As empresas aéreas, o turismo e outras indústrias foram afetados e a confiança econômica sofreu, afetando empregos e negócios britânicos. Nossa prosperidade e padrão de vida requerem uma resposta aos ataques terroristas. O Estado de S. Paulo, 8/10/2001 (com adaptações). Nessa declaração, destacaram-se principalmente os interesses de ordem (A) moral. (D) religiosa. (B) militar. (E) econômica. (C) jurídica. .11. (ENEM-MEC) 1. [...] O recurso ao terror por parte de quem já detém o poder dentro do Estado não pode ser arrolado entre as formas de terrorismo político, porque este se qualifica, ao contrário, como o instrumento ao qual recorrem determinados grupos para derrubar um governo acusado de manter-se por meio do terror. 2. Em outros casos, os terroristas combatem contra um Estado de que não fazem parte e não contra um governo (o que faz com que sua ação seja conotada como uma forma de guerra), mesmo quando por sua vez não representam um outro Estado. Sua ação aparece então como irregular, no sentido de que não podem organizar um exército e não conhecem limites territoriais, já que não provêm de um Estado. BOBBIO, N.; MATTEUCCI, N.; PASQUINO, G. (orgs.). Dicionário de Política. Brasília: EdUNB,1986. De acordo com as duas afirmações, é possível comparar e distinguir os seguintes eventos históricos: I. Os movimentos guerrilheiros e de libertação nacional realizados em alguns países da África e do Sudeste Asiático entre as décadas de 1950 e 70 são exemplos do primeiro caso. II. Os ataques ocorridos na década de 1990, como às embaixadas de Israel, em Buenos Aires, dos EUA, no Quênia e Tanzânia, e ao World Trade Center em 2001, são exemplos do segundo caso. III. Os movimentos de libertação nacional dos anos 50 a 70 na África e Sudeste Asiático, e o terrorismo dos anos 90 e 2001 foram ações contra um inimigo invasor e opressor, e são exemplos do primeiro caso. É correto o que se afirma apenas em (A) I. (B) II. (C) I e II. (D) I e III. (E) II e III. .12. (FUVEST-SP) O mundo tem vivido inúmeros conflitos regionais de repercussão global que, por um lado, envolvem intervenções de tropas de diferentes países e, por outro lado, resultam em discussões na Organização das Nações Unidas (ONU). Considere as seguintes afirmações: I. Povos primitivos precisam ser tutelados pela diplomacia internacional ou reprimidos por forças de nações desenvolvidas, para que conflitos locais ou regionais não perturbem o equilíbrio mundial. II. Razões estratégicas, de localização geográfica, de orientação política ou de concentração de recursos naturais, fazem com que certas regiões ou países sejam alvo de interesses, preocupações e intervenções internacionais. III. Diferenças étnicas, culturais, políticas ou religiosas, com raízes históricas, têm resultado em preconceito, desrespeito e segregação, gerando tensões que repercutem em conflitos existentes entre diferentes nações. O envolvimento global em conflitos regionais é, corretamente, explicado em (A) I, apenas. (B) II, apenas. (C) I e III, apenas. (D) II e III, apenas. (E) I, II e III.
  • 18. CHG  Geografia  _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC  Coordenação de Ensino Médio CHG  Geografia 62 .13. (INEP-MEC) Inimigos históricos na região, católicos e protestantes formarão gabinete conjunto a partir de maio de 2007. (Folha de S. Paulo) Os conflitos, que mataram milhares de pessoas na Irlanda do Norte, com raízes políticas e religiosas que remontam ao século XII e, particularmente acirrados nas três últimas décadas do século XX, se devem (A) a uma minoria católica da Irlanda do Norte, que é a favor da anexação à Irlanda, com o respaldo do IRA (Exército Republicano Irlandês). (B) a uma maioria católica da Irlanda do Norte, que é a favor da anexação à Irlanda, com o apoio do IRA. (C) a uma minoria católica da Irlanda do Norte, que é a favor de sua total independência, com o apoio do gabinete do Reino Unido. (D) a uma minoria protestante da Irlanda, que é a favor da ocupação e recuperação do território da Irlanda do Norte. (E) a uma minoria católica do Reino Unido, que luta junto com o IRA para a total independência da Irlanda do Norte em relação à Irlanda. .14. (INEP-MEC) Conflitos de natureza política e ideológica marcaram o século XX. Sobre eles, considere as afirmações: I. Durante a Guerra Fria, movimentos políticos violentos ocorreram mesmo na Europa Ocidental, como na Itália e na Alemanha (antiga Alemanha Ocidental). II. As tensões entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul são remanescentes do período da Guerra Fria: a primeira, um dos regimes políticos mais fechados do mundo, mantém o modelo socialista, enquanto a segunda segue o modelo capitalista e democrático ocidental. III. No México, o Exército Zapatista de Liberação Nacional tem uma inclinação revolucionária. Surgido em 1994 e liderado pelo subcomandante Marcos, o grupo estabeleceu uma luta armada intensa, próximo à fronteira dos EUA. Está correto o que se afirma em (A) I, apenas. (B) II, apenas. (C) I e II, apenas. (D) I e III, apenas. (E) I, II e III. .15. (INEP-MEC) Nos itens a seguir, estão enunciados quatro conflitos geopolíticos marcantes da atualidade. Leia-os com atenção e depois marque a alternativa com os respectivos países a que se referem. I. Esse país de maioria islâmica, que abriga ainda um grande número de cristãos, budistas e hinduístas, vem sofrendo aumento expressivo de tensões e massacres religiosos desde o fim dos anos 1990. O conflito pela independência do Timor Leste (1975-2002), país católico e de língua portuguesa, também teve um teor religioso evidente, sem o qual a tensão seria bem menor. II. O governo dessa grande e muito populosa nação asiática enfrenta os movimentos de separatismo islâmico na província de Xinjiang, com revoltas ocorrendo regularmente a partir de 2008. III. De religião hinduísta, a minoria tâmil, no norte do país, buscava independência do país budista por meio do grupo Tigres Tâmeis, fundado em 1974 e caracterizado por suas ações terroristas de grande impacto. IV. O conflito religioso é gravíssimo nesse país, cuja população é de esmagadora maioria hindu, mas que também abriga grande variedade de cultos. São minorias islâmicas, cristãs, budistas, sikhs e baha’is. Os enunciados referem-se, respectivamente, a: (A) Índia, Chechênia, Geórgia e Paquistão. (B) Indonésia, China, Sri Lanka e Índia. (C) Filipinas, China, Índia e Paquistão. (D) Índia, Rússia, China e Filipinas. (E) Paquistão, Rússia, Filipinas e China. ________________________________________________ *Anotações*
  • 19. CHG  Geografia  _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC  Coordenação de Ensino Médio CHG  Geografia 63 *MÓDULO 4* Geopolítica – Países desenvolvidos e países emergentes O que é um país desenvolvido? Uma forma de determinar se um país é desenvolvido ou não é medir seu Produto Interno Bruto (PIB) per capita. O PIB é a soma de toda a produção econômica de uma nação, enquanto o PIB per capita é a divisão desse valor pela população total. Em países populosos, como a China e a Índia, o PIB total é alto, mas o per capita é baixo. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é um indicador que leva em conta não somente o PIB per capita, mas também dados sobre expectativa de vida e educação. No entanto, essas medidas têm uma limitação: os rendimentos da economia não se distribuem igualitariamente entre a população. Salários e rendimentos de negócios não são iguais, afinal. Por isso, indicadores de desigualdade social, como o índice Gini, também fazem parte da avaliação, de forma a mostrar como a população como um todo tem se beneficiado ou não do aumento da renda. Quanto mais perto de 1 for esse indicador, mais concentrada é a renda. Alguns países desenvolvidos têm um índice Gini relativamente alto, como os Estados Unidos (0,45); outros, bem baixo, caso da Suécia (0,25). Ambos, porém, têm indicadores bem menores que os do Brasil (0,56). Os índices não avaliam, no entanto, o papel que um país representa no mundo. Nações desenvolvidas também se caracterizam pela forma como participam da economia e da política mundiais. Esses países são democracias capitalistas com cultura ocidental ou ocidentalizada e tendem a ver como positiva a reprodução de seu modo de vida em nações cuja cultura pode não absorver bem essas mudanças. O exemplo são as tentativas dos Estados Unidos em tornar o Iraque e o Afeganistão democracias, apesar das identidades tribais e religiosas complexas da região. Por terem população com maior grau de escolaridade e mais conhecimento acumulado, e por abrigarem grandes indústrias multinacionais, os países desenvolvidos geram inovação tecnológica e produtos com valor agregado, isto é, produtos com trabalho sofisticado (e caro) adicionado. Nações em desenvolvimento importam esses produtos e exportam commodities, produtos agrícolas ou de extrativismo, como alimentos, minérios e petróleo, cujos preços são determinados basicamente pela oferta e procura. Desde a segunda metade do século XX, muitas indústrias de países desenvolvidos passaram a se instalar nos países em desenvolvimento, em busca de mão de obra mais barata e também para atender ao mercado local. A parte criativa do trabalho continua a ser feita nas matrizes, mas agora há novas oportunidades para nações que investem na educação de seus habitantes — isso tem ocorrido na Índia, que tem se tornado polo de serviços de informática. Um fator importante dos países desenvolvidos é que muitos deles — notavelmente Inglaterra e França — foram sede de impérios coloniais até a segunda metade do século XX. Sua história e seu poder econômico desproporcional também se refletem em influência cultural e influência política desiguais, como a onipresença da indústria cultural americana pelo mundo. Países ricos se dão ao luxo de subsidiar sua agricultura, fechando as portas para os produtos de nações pobres. Hoje, muitas políticas são movidas pelo ressentimento político e cultural das ex-colônias na África, na Ásia e no Oriente Médio, e também de países sob a influência dos Estados Unidos na América Latina. SAJJAD HUSSAIN / AFP  Empresa na Índia: graças aos investimentos na educação, o país tem se tornado um polo de informática e de prestação de serviços para países desenvolvidos  “Primeiro Mundo” e “Terceiro Mundo” são termos ainda populares, mas defasados. É mais adequado falar em “países em desenvolvimento” e “desenvolvidos”.  Os países desenvolvidos também são chamados genericamente de “mundo ocidental”. Trata-se de expressão imprecisa, já que o grupo de países desenvolvidos inclui nações do Oriente, como o Japão e a Coreia do Sul.  IDH, PIB e desigualdade social são parâmetros usados em conjunto para avaliar o grau de desenvolvimento de um país.  Alguns países ricos têm desigualdade social relativamente alta, como os Estados Unidos; outros,
  • 20. CHG  Geografia  _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC  Coordenação de Ensino Médio CHG  Geografia 64 bem baixa, como a Suécia. Ainda assim, a desigualdade norte-americana é bem menor que a brasileira.  A OCDE é uma espécie de clube de países ricos. O organismo defende políticas de livre mercado e responsabilidade fiscal e monetária.  O G-7 reúne os sete países mais ricos do mundo (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá). O G-8 inclui ainda a Rússia.  A União Europeia começou como uma área de livre- -comércio, mas se expandiu e passou a abranger a livre circulação de pessoas, uma moeda comum e a busca por uma Constituição única.  O NAFTA é uma área de livre-comércio entre o Canadá, os Estados Unidos e o México.  Os países desenvolvidos enfrentam problemas como queda de natalidade, envelhecimento da população e aumento da imigração.  O sentimento xenofóbico e os conflitos religiosos tornam tensas as relações entre cidadãos locais e imigrantes em alguns países desenvolvidos.  Entre os países em desenvolvimento, os emergentes são aqueles que estão crescendo em ritmo mais acelerado.  Os países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) são considerados particularmente promissores.  Outros emergentes são o Chile, o México, a África do Sul, a Turquia e os Tigres Asiáticos (Taiwan, Hong Kong, Cingapura e Coreia do Sul).  A nova divisão do trabalho leva a atividade industrial para países emergentes, em busca de mão de obra mais barata. Esse movimento cria tensões com os trabalhadores de nações desenvolvidas.  As remessas de lucros das multinacionais e o fato de decisões administrativas e do desenvolvimento tecnológico ainda se concentrarem nas nações desenvolvidas são uma contrapartida vista como negativa para a industrialização nos países emergentes.  Condições de trabalho desumanas são comuns na China e incluem a ausência de direitos trabalhistas, longas jornadas de trabalho e exploração de trabalho infantil.  Tarifas de importação e subsídios opõem países desenvolvidos e emergentes.  Essas políticas são defendidas por trabalhadores nos países desenvolvidos e por movimentos antiglobalização, como forma de manter o modo de vida desses trabalhadores.  O meio ambiente do planeta não suportaria se todos os países adotassem os padrões de consumo das nações desenvolvidas, em especial dos Estados Unidos. Daí surgiu a ideia de “desenvolvimento sustentável”: os países devem buscar formas de desenvolvimento menos agressivas ao meio ambiente. A pressão de movimentos ambientalistas, contudo, é às vezes vista como uma tentativa de impor barreiras ao crescimento para evitar a concorrência dos emergentes.  A independência política conquistada pelos países emergentes graças ao desenvolvimento econômico e militar criou um novo equilíbrio de poder, mas provoca tensões com países desenvolvidos, em particular envolvendo questões de direitos humanos, trabalhistas e ambientais.  *ATENÇÃO, ESTUDANTE!*  Para complementar o estudo deste Módulo, utilize seu LIVRO DIDÁTICO. *********** ATIVIDADES *********** Texto para as questões de 1 a 3. Primeiro e Terceiro Mundos Os termos surgiram para comparar as classes sociais da época da Revolução Francesa DIVULGAÇÃO / EDITORA ABRIL  Torre Eiffel, em Paris, na França: um dos países do Primeiro Mundo, segundo a classificação feita pelo economista Alfred Sauvy Desde sua origem, as expressões “Primeiro Mundo” e “Terceiro Mundo” vieram carregadas de forte conotação política. Foram criadas pelo economista e demógrafo francês Alfred Sauvy, em 1952, num artigo publicado na revista L’Observateur. Sauvy comparava o mundo da época com as classes sociais que existiam antes da Revolução Francesa (1789-1799): havia o “Primeiro Estado”, que correspondia aos nobres, o “Segundo Estado”, representado pelo clero católico, e o “Terceiro Estado”, formado pelos plebeus, que podiam ser artesãos, camponeses, operários ou burgueses, que sustentavam a vida luxuosa dos outros dois Estados. Nas palavras de Sauvy, como os plebeus da França, o Terceiro Mundo, explorado pelos demais, “não é nada, mas aspira a ser algo”.
  • 21. CHG  Geografia  _________________________________________________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________ SEE-AC  Coordenação de Ensino Médio CHG  Geografia 65 Sauvy classificou no Primeiro Mundo os países capitalistas da OTAN, no Segundo Mundo o bloco comunista reunido sob o Pacto de Varsóvia e no Terceiro Mundo os demais países, todos pobres e situados na África, Ásia, Oceania e América Latina. Quando o bloco comunista começou a ruir, a classificação criada por Sauvy já era considerada limitadora e ultrapassada. Os termos ainda são populares, mas hoje há outras classificações que refletem melhor a realidade atual. Como não há mais “Segundo Mundo” e países do “Terceiro Mundo” podem ter alianças políticas diversas, é mais adequado falar em países “em desenvolvimento” versus “desenvolvidos”. Inclui-se às vezes uma terceira categoria, os “emergentes”, os países em desenvolvimento com potencial para fazer parte do primeiro grupo nas próximas décadas. Entre os emergentes, também se fala em “países recentemente industrializados”, economias que deixaram de ser agrárias para se tornar industriais na segunda metade do século XX, como Brasil, Turquia, África do Sul, Índia, Malásia, Filipinas e China. Outro termo comum é “mundo ocidental” para se referir aos países desenvolvidos, já que, caracteristicamente, eles são herdeiros da cultura europeia, incluindo aí Austrália e Nova Zelândia. Japão e Coreia do Sul, embora situados no Oriente, são classificados como “ocidentais” por sua aliança política e pela ampla adoção do capitalismo e instituições políticas ocidentais. A América Latina ocupa um espaço controverso, já que suas instituições políticas, religiosas e grande parte da cultura são de origem europeia, mas aí se encontram mescladas e, às vezes, em conflito com tradições ameríndias e africanas, o que resultou na criação de uma identidade própria. Superinteressante, abr. 2010. .1. (AED-SP) Quem foram os inspiradores do termo “Terceiro Mundo”? ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ .2. (AED-SP) A definição de “Primeiro Mundo” tinha natureza política ou econômica? ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ .3. (AED-SP) Por que o termo “Terceiro Mundo” é considerado obsoleto? ___________________________________________________ ___________________________________________________ ___________________________________________________ .4. (ENEM-MEC) As migrações transnacionais, intensificadas e generalizadas nas últimas décadas do século XX, expressam aspectos particularmente importantes da problemática racial, visto como dilema também mundial. Deslocam-se indivíduos, famílias e coletividades para lugares próximos e distantes, envolvendo mudanças mais ou menos drásticas nas condições de vida e trabalho, em padrões e valores socioculturais. Deslocam- -se para sociedades semelhantes ou radicalmente distintas, algumas vezes compreendendo culturas ou mesmo civilizações totalmente diversas. IANNI, O. A era do globalismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996. A mobilidade populacional da segunda metade do século XX teve um papel importante na formação social e econômica de diversos estados nacionais. Uma razão para os movimentos migratórios nas últimas décadas e uma política migratória atual dos países desenvolvidos são (A) a busca de oportunidades de trabalho e o aumento de barreiras contra a imigração. (B) a necessidade de qualificação profissional e a abertura das fronteiras para os imigrantes. (C) o desenvolvimento de projetos de pesquisa e o acautelamento dos bens dos imigrantes. (D) a expansão da fronteira agrícola e a expulsão dos imigrantes qualificados. (E) a fuga decorrente de conflitos políticos e o fortalecimento de políticas sociais. .5. (ENEM-MEC) A Inglaterra pedia lucros e recebia lucros. Tudo se transformava em lucro. As cidades tinham sua sujeira lucrativa, suas favelas lucrativas, sua fumaça lucrativa, sua desordem lucrativa, sua ignorância lucrativa, seu desespero lucrativo. As novas fábricas e os novos altos- -fornos eram como as Pirâmides, mostrando mais a escravização do homem que seu poder. DEANE, P. A Revolução Industrial. Rio de Janeiro: Zahar, 1979 (adaptado). Qual relação é estabelecida no texto entre os avanços tecnológicos ocorridos no contexto da Revolução Industrial Inglesa e as características das cidades industriais no início do século XIX? (A) A facilidade em se estabelecer relações lucrativas transformava as cidades em espaços privilegiados para a livre iniciativa, característica da nova sociedade capitalista. (B) O desenvolvimento de métodos de planejamento urbano aumentava a eficiência do trabalho industrial. (C) A construção de núcleos urbanos integrados por meios de transporte facilitava o deslocamento dos trabalhadores das periferias até as fábricas.