1. O projeto visa valorizar a cultura paraibana através de conteúdos interdisciplinares que abordam aspectos históricos, geográficos e culturais da região.
2. A metodologia será baseada nos princípios de Paulo Freire, com ênfase no diálogo reflexivo sobre a identidade e preservação cultural da Paraíba.
3. Os conteúdos incluem português, matemática e estudos sociais com foco na saúde, economia e arte regional.
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ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL LUÍS AUGUSTO CRISPIM
TURMA – Ciclo 2
Profa. Dafiana do Socorro S. Vicente Carlos1
PROJETO PEDAGÓGICO
JOÃO PESSOA – PB
- Março/2013-
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Pedagoga com área de aprofundamento em Educação de Jovens e Adultos. No momento está fazendo
especialização em Educação de Jovens e adultos pela UFPB e Pesquisadora bolsista do Projeto NUEJA –
Núcleo de Referência em Educação de Jovens e Adultos da Paraíba (História e Memória), coordenado pela
Profa. Dra. Emília Prestes. É colaboradora do Grupo Articulador do Fórum de EJA da Paraíba e da Cátedra
Unesco Paulo Freire, coordenado pelo Prof.Dr. Timothy Ireland.
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Profa. Dafiana do Socorro S. Vicente Carlos
PROJETO PEDAGÓGICO
Paraíba, Sim Senhor: valorizando a cultura regional
Projeto a ser aplicado no primeiro bimestre
(março/abril 2013) na turma de EJA Ciclo II, da
Escola Municipal Escritor Luís Augusto Crispim,
entregue no dia 05 de março de 2013 a direção
e supervisão da Escola.
JOÃO PESSOA – PB
Março/2013
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APRESENTAÇÃO
O presente projeto pedagógico objetiva conhecer, dialogar, refletir, problematizar
sobre a cultura regional, mas especificamente a cultura paraibana, tendo em vista sua
valorização por parte do corpo docente e discente da escola. .
Atualmente turma é composta por vinte um (15) alunos/as, distribuídos entre vinte
(13) mulheres e três (02) homens. A maioria das mulheres são trabalhadoras domésticas,
vinculadas ao Sindicato das Trabalhadoras Domésticas de João Pessoa e Região;
aposentadas/os, trabalhadores da construção civil e autônomos.
Vale ressaltar que a implantação desta turma é uma parceria entre a Secretaria de
Educação do Município de João Pessoa e o Sindicato das trabalhadoras domésticas,
desde 2012, onde iniciaram no ciclo I. Tendo em vista dar continuidade ao trabalho
realizado no ano anterior, permaneço com a turma no ciclo II. Todavia, outros alunos
foram inseridos na turma, visando contribuir com o processo de alfabetização.
A temática do presente projeto, terá como foco promover o acesso aos alunos os
aspectos regionais e culturais da nossa terra, a saber: a Paraíba.
Para tanto, iremos recorrer ao uso de imagens (fotográfica, fílmica, videográfica, a
charge, a xilogravura etc) para explicitar os conteúdos de Matemática, Língua Portuguesa,
Geografia, Ciências, Artes de modo interdisciplinar. Assim, mediante uma fotografia da
SECA, poderemos abordar tais questões: qual a importância da água? Como preservá-la?
Quais as doenças geradas pela ausência e contaminação da água? Qual a porcentagem
de água que dispõe o planeta terra altamente?
Para tanto, o projeto em tela dividi-se em Objetivo Geral e os Específicos, visando
explicitar com clareza o direcionamento da educadora da turma, considerando o tematica.
Após este momento, são apresentados os conteúdos que serão ministrados.
Após a definição dos objetivos e dos conteúdos, apresentamos a metodologia
adotada. Vale ressaltar, que a perspectiva freireana permanece incorporada não apenas
no planejamento das aulas, mas também na sua prática. O diálogo ocupará um lugar
central na explicação, exposição e problematização dos conteúdos. Para finalizar,
explicitamos os recursos utilizados e as estratégias de avaliação.
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JUSTIFICATIVA
Estudos historiográficos da educação nos informam que o país tem vivido vários
momentos de luta política e mobilização social a favor do reconhecimento, da garantia e
efetividade do direito da população brasileira à educação pública, gratuita e de qualidade.
Nesse processo, ressaltamos a singularidade da década de 1990 como um marco da
história da educação brasileira onde os aspectos regionais foram sendo incorporados na
agenda politica, no sentido de reconhecer, valorizar as singularidades regionais vigente
em nossa sociedade, cada vez mais diversa e plural
Partimos do pressuposto de que a problemática da escolarização é típica das
sociedades que erigiram a escola como um espaço de aprendizagem do conteúdo
simbólico considerado legítimo e necessário socialmente, como, por exemplo, a
sociedade capitalista brasileira atual, onde o acesso escolar e a apropriação do conjunto
de coisas ditas, escritas e vistas funcionam como uma espécie de capital simbólico, de
logomarca social que identifica o tipo de indivíduo qualificado para ocupar as posições
necessárias à reprodução do saber competente, da cultura hegemônica, das funções
institucionais e da lógica do capital.
Nessa ordem social vigente e hegemônica, não há como deixar de entender a
escola e o processo de escolarização como interfaces de um acontecimento cultural e
histórico relativo à constituição dos sujeitos individuais e à configuração das relações
sociais. O acesso à escola e à construção efetiva de uma escolarização de qualidade é
posto como um direito fundamental do ser humano, cuja negação significa, em última
instância, a negação ontológica do tipo de homem e de mulher concretos e singulares que
somos nesse momento e lugar da história.
Excluir qualquer pessoa desse lugar e do processo social pode ser visto como um
ato de interdição da humanidade, de impedimento do desenvolvimento da historicidade e
da singularidade cultural do cidadão. A escola e seus processos pedagógicos são,
efetivamente, objetos de desejo e de luta, porque estão fora desse cenário, e ocupá-lo
tardiamente, fora do tempo etário adequado, ou fora da qualidade social concreta
necessária, significará carregar, no itinerário biográfico pessoal, a marca da exclusão, da
negação da cidadania.
A consciência histórica desse fenômeno cultural tem mobilizado indivíduos,
instituições e movimentos sociais para a inclusão efetiva de jovens, de adultos e de
idosos na cidade ou no campo, o que implica, de um lado, a luta pelo reconhecimento e a
garantia da escolarização, como um bem simbólico e como um direito público subjetivo da
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população nas suas regiões, e, de outro, a formulação de políticas públicas que atendam
às demandas específicas dos diversos tipos de sujeitos e territorialidades.
Diante desta realidade, a valoração de uma determinada necessidade, interesse ou
aspiração como legítima se traduz na elaboração de Leis, Decretos, Resoluções e
Portarias singulares que transformam o bem social valorado em um bem social
normatizado. Exemplos disso são as Leis de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, as
Diretrizes Nacionais da Educação de Jovens e Adultos2 que regulam o direito público
subjetivo do cidadão brasileiro, em geral, à escolarização, e do cidadão do campo e da
cidade, em particular, tendo em vista o reconhecimento das demandas regionais, seja no
currículo escolar, na elaboração de livros didáticos, na organização e funcionamento da
escola.
Movidos por esse espírito reflexivo, espectro do tempo presente, procuramos discutir
o acesso efetivo de jovens, adultos e idosos a partir de seu contexto, de sua
historicidade, de sua biografia.
OBJETIVO GERAL
A partir do reconhecimento e reflexão em torno da cultura Paraibana, desejamos
contribuir com a formação dos alunos da EJA, tendo em vista promover a valorização da
cultura regional, fortalecendo a identidade individual e coletiva.
OBJETIVOS ESPECIFICOS
1. Trabalhar os conteúdos curriculares numa perspectiva interdisciplinar, tendo como
foco a Cultura Regional na Paraíba;
2. Incentivar relações a leitura da literatura de autores locais, como cordel, poesias,
contos, fabulas, reportagens em jornais, etc.
3. Desenvolver nos alunos a produção textual a partir das temáticas, problemáticas,
reflexões em torno da cultura regional;
4. Trabalhar os conteúdos a partir das problemáticas na região, a exemplo da seca
no nordeste. Apresentando os aspectos geográficos, históricos e da área de
ciências .
5. Incentivar o cuidado e o respeito pela diversidade regionais no país
2 Resolução CNE/CEB, de 4 de julho de 2000 estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de
Jovens e Adultos.
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6. Promover um diálogo reflexivo sobre a preservação dos elementos culturais
presentes cotidianamente, a saber: as falas, a culinária, a música, a economia, a
arte e artesanato..
CONTEÚDOS
PORTUGUÊS PARA O BIMESTRE ABRIL/JUNHO 2012.
1. Produção textual (este será nosso foco e por onde trabalharemos os conteúdos)
2. Dígrafos - CH, LH, NH, RR, SS.
3. leitura de imagens – fotos que retratem a realidade paraíbana etc.
4. substantivos e verbos;
5. Pontuação;
6. Acentuação ( agudo e circunflexo)
7. Ortografia;
8. Gêneros literários;
MATEMÁTICA PARA O BIMESTRE ABRIL/JUNHO 2012.
1. Adição e subtração;
2. Unidade, dezena, centena e milhar;
3. Multiplicação
4. Figuras geométricas (Figuras geométricas planas - Minha cidade);
5. Números e medidas (Medidas de tempo; Medindo o tempo; A hora; O dia e a
semana; O mês e o ano).
ÁREA DE ESTUDOS DA SOCIEDADE E DA NATUREZA - HISTÓRIA, CIÊNCIAS E
GEOGRAFIA PARA O BIMESTRE ABRIL/JUNHO 2012.
1. O cuidado com a saúde (educação alimentar; a importância da atividade física, o
cuidado com a pele devido o calor da região; a importância da agua, etc)
2. Conhecendo os aspectos geográficos, históricos, culturais da região
Nordeste/Paraíba/Municípios;
3. A importância da preservação da água para o sertanejo;
4. A arte (artesanato local) e a culinária na Paraíba (aspectos nutricionais);
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5. A economia, a música e a religião na Paraíba;
METODOLOGIA
A metodologia parte dos pressupostos pedagógicos freireanos, onde a
problematização, a dialogicidade possibilite mudanças atitudinais quanto à valorização e
importância da Paraíba enquanto um lugar em que se vivenciou se vive e se constrói a
subjetividade e identidade individual e coletiva.
Inicialmente será realizada uma nova identificação da turma, objetivando conhecer
aspectos relacionados as suas vivências. Quais os valores, os costumes e tradições que
fazem parte de cada educando/a?
Considerando o tematica, na exposição dos conteúdos curriculares as palavras
geradoras: TERRA, TERRITORIO; CULTURA; POPULAR; MÚSICA, etc. Tais palavras
serão consideradas no planejamento. Portanto, de modo interdisciplinar os conteúdo
curriculares serão ministrados, objetivando aprofundar o diálogo sobre a valorização da
experiências vivenciadas no contexto da Paraíba em todas as suas.
RECURSOS
Quadro branco, folhas brancas, lápis e caneta, cartolinas, tesoura, cola, lápis de
colorir, revistas, mapa do Estado da Paraíba, literatura de cordel, textos poéticos, encartes
com valores, tabelas nutricionais de alimentação, computador; aparelho de DVD, slides
(PowerPoint), Data show, caixa de som, filmes, vídeos do You Tube.
AVALIAÇÃO
Considerando a metodologia adotada – pedagogia freireana - onde o diálogo na
EJA é considerado relevante, bem como o educar para o exercício da cidadania e da
democracia, de modo que o aluno supere o papel de sujeito passivo, passando a ser
crítico; ativo e participativo na construção de uma sociedade melhor. Nesse sentindo, a
avaliação do aproveitamento dos alunos deverá ser processual, sistemática e cumulativa,
realizada pela educadora ao longo dos dois bimestres de acordo com os objetivos
previstos, relacionados aos diversos conteúdos e mediante os diferentes instrumentos,
com prevalência nos aspectos qualitativos sobre os quantitativos.
REFERÊNCIAS
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BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº. 9.394/96. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/lein9394.pdf>. Acesso em: 12 abr.
2011.
FREIRE, Paulo . Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa.
São Paulo: Paz e Terra, 2003.
SOARES, Leôncio. Educação de jovens e adultos: diretrizes curriculares nacionais. Rio
de Janeiro: DP&A, 2002.