SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 116
Junho | Julho 2013	 Estilo Damha | 1
2 | Estilo Damha	 Junho | Julho 2013
Junho | Julho 2013	 Estilo Damha | 3
4 | Estilo Damha	 Junho | Julho 2013
Expediente
Expediente
Damha Urbanizadora
José Paranhos
Diretor Superintendente
Diretores e Gerentes
Akira Wakai
Amauri Barbosa Junior
Carlos Eduardo Meyer Freire
Fernanda Toledo
Juliana Liberati
Luiz Lissner
Nélio Galvão
Paulo Montini
Revista Estilo Damha
Daniele Globo
Editora
Edson Suguihara
Assistente
Dirlene Ribeiro Martins
Revisão
Fotos: Décio Junior, Dirlene Ribeiro
Martins, Evandro Rocha, Filippe
Araújo, Fit, Genilson Pessanha,
Jorge Almoas, Justin Rudd, Leticia
Ferrari, Mauro Holanda, Marília
Dominicci, Paulo Magri /SMCS,
O Passeador, Tati Zanichelli, Susan
Yamamoto, Thiago Miragens
Produções, Unesp (São José do Rio
Preto), Valente/casadeidéias,
Walter Fukuhara e Wilson Morticelli
Foto Capa: Christian Gaul
Textos: Editora 10 (Décio Junior,
Dirlene Ribeiro Martins e Marília
Dominicci), Henrique Fruet
e Rodrigo Florencio
Tiragem: 20 mil unidades
A revista Estilo Damha é uma publicação
bimestral da Damha Urbanizadora
e distribuída a todos os clientes e
moradores dos empreendimentos
da Damha Urbanizadora.
São Carlos (SP) - Fone (16) 3413 4637
SELO FSC
Quem somos?
A Damha Urbanizadora é uma empresa parte do Grupo En-
calso Damha, conglomerado empresarial fundado em 1964,
que atua nos seguintes segmentos: Engenharia Civil, Agrone-
gócios, Shopping Center, Concessão de Rodovias, Energia e
Empreendimentos Imobiliários.
Presente no cenário nacional desde 1979, a Damha desen-
volve e executa loteamentos fechados e condomínios residen-
ciais, reconhecidos pela alta qualidade urbanística e constru-
tiva. Em seus projetos, aplica o que há de melhor em conceito
de urbanismo no País e infraestrutura qualificada, em perfeita
harmonia com o meio ambiente. Ao projetar empreendimentos
que integram padrão diferenciado de moradia, lazer e segu-
rança, a Damha transforma o cotidiano dos moradores e das
cidades em que se insere.
A Damha Urbanizadora conta atualmente com 48 empreen-
dimentos e mais de 17 mil unidades comercializadas e está
presente em 14 Estados brasileiros, sendo que em seis deles
– São Paulo, Minas Gerais, Sergipe, Maranhão, Mato Grosso do
Sul, Bahia e Goiás – com empreendimentos já implantados. Em
2012, obteve crescimento de 67%, alcançando um Valor Geral
de Vendas (VGV) de R$ 585 milhões. O land bank total é de
aproximadamente 100 milhões de m².
Auditado pela
Fale conosco:
OPS!!
Na reportagem sobre o músico Breno Ruiz, publicada na pá-
gina 57 da edição anterior, corrige-se: o teatro Elis Regina do
qual Paulo Cesar Pinheiro é sócio fica no Rio de Janeiro e não
em São Bernardo do Campo.!
Junho | Julho 2013	 Estilo Damha | 5
JOSÉ PARANHOS
diretor Superintendente
Damha Urbanizadora
O melhor lugar do mundo
á muitos anos, talvez uns 30, teve início a
era da construção dos condomínios hori-
zontais e de loteamentos fechados no Bra-
sil. Hoje já são milhares deles. A principal
razão para a proliferação desse tipo de
solução urbana foi, e continua sendo, a falta de segu-
rança percebida pelas pessoas residentes em imóveis
situados nas vias públicas dos bairros abertos, sobre-
tudo dos grandes centros urbanos brasileiros.
De lá para cá, a falta de segurança adquiriu novos
contornos, e dos prosaicos furtos de outrora, dos
quais éramos vítimas muito eventuais, caminhamos
para os dias de hoje, vendo a deterioração progres-
siva de importantes valores sociais, em que, além da
violência banalizada, convivemos com a intolerância,
a falta de educação, o desrespeito, entre outros males
contemporâneos.
Apesar desse triste quadro, podemos e devemos com-
bater esse estado de coisas. E a vida em condomínio,
além de ser um bom refúgio, pode ser também um
excelente laboratório para o exercício da convivência
em sociedade, na medida em que, no condomínio, há
uma forte sensação de pertencimento, frequentemen-
te mais aguçada que nos grandes espaços abertos
urbanos.
Nos condomínios, as pessoas se veem em desejos
coincidentes de qualidade de vida e de realização de
sonhos. É onde os pais desejam criar os filhos, onde
os filhos desejam fazer amigos.
Nos condomínios, o exercício da tolerância e do res-
peito às regras gera bons e imediatos frutos e pode
nos tornar pessoas melhores para o mundo.
Recentemente, um amigo, que mora em um condomí-
nio horizontal, me contou que tem como vizinhos um
casal com idade já avançada, por volta dos 70 anos.
Disse-me que são bons vizinhos, porém, em todas as
manhãs de sábado e domingo, antes das 7 horas, o
homem tocava a buzina do carro para apressar a mu-
lher, que sempre o deixava esperando por alguns mi-
nutos antes de partirem, ambos, para a missa.
Cansado de ser acordado dessa maneira, o amigo re-
solveu colocar um plano em prática. Em um domingo
de muito frio, depois que os vizinhos saíram, ele deixou
à porta da casa deles um bilhete e uma garrafa de um
bom vinho tinto. O bilhete trazia a seguinte mensagem:
Caro amigo e vizinho,
Na nossa casa, durante a semana, todos, eu, minha
esposa e meus filhos, acordamos muito cedo. A nossa
semana é muito agitada, com compromissos de traba-
lho e escola. Nos finais de semana precisamos dormir
até mais tarde, mas temos sono muito leve. Acorda-
mos com qualquer ruído. Pedimos desculpas ao se-
nhor pelo pedido que lhe fazemos, de não buzinar nas
manhãs de sábado e domingo, para podermos des-
cansar um pouco mais. Em agradecimento, lhes dei-
xamos um bom vinho, para ajudar a aquecer o senhor
e a sua senhora nesse frio dia de domingo.
Na manhã seguinte, à porta da casa desse amigo,
uma garrafa de vinho o aguardava. Junto havia um
bilhete:
Prezado vizinho,
Muito obrigado pelo delicioso vinho. Além de nos
aquecer, ele ajudou a me recuperar da vergonha que
senti pelas buzinadas. Eu não tinha consciência de
que estava perturbando as pessoas. Isso não vai mais
acontecer. De agora em diante, espero que a sua fa-
mília possa descansar mais. E, se ainda assim, o sono
leve continuar, bebam esse vinho antes de dormir. Es-
pero que ajude. Com as minhas desculpas...
Esse é um exemplo de postura construtiva, que, em-
bora não tenha terminado em amizade íntima, levou a
uma convivência respeitosa. É o tanto quanto bastava
para um convívio mais prazeroso. A partir daí, ambos
passaram a se cumprimentar sempre que se viam.
É isso. Quando as pessoas se esforçam para buscar
entendimento, tudo fica mais interessante. Todos ga-
nham. E o seu lugar, o seu condomínio, o seu residen-
cial, se torna o melhor lugar do mundo para se viver.
H
Editorial
6 | Estilo Damha	 Junho | Julho 2013
Especial
Campos dos
Goytacazes (RJ)
10
Damha News:
O que acontece na Damha
Coluna Economia:
A impulsividade positiva
Gastronomia:
Dona Onça e Tour Gourmet
Especial Férias:
Filhos
Música:
Tiê
Damha Golf News:
Novidades do Damha Golf Club
48
61
52
64
42
46
Índice
Especial
Rio Preto/Ipiguá
(SP)
24
Coluna Gastronomia:
Alimente o bom humor62
Nossa Capa:
Frejat
Faz Bem:
Chefs especiais
Bairro Sustentável:
Ações da Damha Urbanizadora
Coluna Auto:
Mercedes-Benz Classe S
Editorial Acessórios:
Gótico Chic
Coluna Comportamento:
O sucesso e o bem estar
86
94
92
98
78
85
Aconteceu:
Eventos dos residenciais97
Coluna Moda:
Vestir-se vai muito além de cobrir o corpo75
Editorial Moda:
Inverno Tropical68
Arquitetura:
Lareiras e Adegas104
My PET:
O que fazer nas férias100
Coluna Luxo:
Le Brézil Rive Gauche113
Varal Cultural:
O que vem por aí110
Coluna Condomínio:
Perturbar o sossego do vizinho é crime114
Junho | Julho 2013	 Estilo Damha | 7
Índice
8 | Estilo Damha	 Junho | Julho 2013
Colaboradores
Joel Silveira Leite
Aos 59, é jornalista e pós-graduado
em Semiótica e Meio Ambiente. É
diretor da Agência AutoInforme, que
mantém os sites autoinforme (carros) e
ecoinforme (meio ambiente). Assina o
blog O Mundo em Movimento, no UOL
e apresenta o programa AutoInforme
na Rede Bandeirantes de Rádio.
Mariana Romão de Oliveira
Formada em Administração
Hoteleira, estudou no Fashion
Institute of Technology (FIT),
em Nova York, e atualmente
vive na capital francesa,
onde conclui sua formação
em Marketing in Luxury Business
em uma das mais respeitadas
instituições da Europa, a ISC Paris.
OPINIÃO DOS LEITORES
“Parabéns pela realização da matéria intitulada ¨O
Nascimento de uma Mãe¨, edição de abril/maio de
2013. A reportagem conseguiu transmitir a doçura e o
carisma deste ato tão sublime que é a adoção, eviden-
ciando que o amor ultrapassa as fronteiras do precon-
ceito relacionado a raça, idade ou qualquer que seja
o desafio, construindo um futuro melhor para ambos.
Obrigada por essa alegria transmitida a nós, leitores,
com matérias abordando esse tema.”
Ana Maria Cardinalle – Leitora e mãe, São Carlos (SP)
“Achei a revista muito bonita. Editorial superadequado,
com conteúdo de muito bom gosto, que realmente torna
a leitura muito agradável. O projeto gráfico está incrível,
supermoderno e que traduz bem a proposta do nome da
revista com grande “Estilo”. Todos estão de parabéns!”
Raul Audi Junior – Diretor Geral na Audi Propaganda,
Presidente Prudente (SP)
Constância Nery
Cursou a Escola Paulista de
Propaganda e Marketing e frequentou
a Escola de Folclore de São Paulo.
Trabalhou como publicitária, até
que decidiu abraçar a pintura como
atividade profissional. Tem participado
de mostras no Brasil e no exterior.
Vive na cidade do Porto, em Portugal.
Membro da União Brasileira dos
Trovadores, além de pintora,
Constância é poetisa.
Evandro Rocha
Tem se destacado no cenário
nacional, como fotógrafo e pales-
trante de grandes eventos. Dentre os
trabalhos realizados, teve a oportu-
nidade de fotografar para grandes
marcas em Vancouver e Paris, além
de casamentos, ensaios Trash The
Dress, campanhas publicitárias e
editoriais de grandes empresas, como
Editora Abril, TIM, Ambev, Banco Real
e Carrera Sunglasses.
Valente
Fotógrafo há 13 anos, para
os principais veículos de notícias e
entretenimentos do país, como UOL,
Folha de S. Paulo, Estadão, Editora
Abril, revista Época, Istoé Dinheiro.
Atualmente, também faz direção de
fotografia para produtoras de
cinema que têm como clientes,
Natura, Governo do Estado, SP Arte,
Warner – Fashion TV, Siemmens,
Ernest & Young, entre outros.
Marcio Moreira
O Chef Marcio Moreira, há 20 anos
na área da gastronomia, detém vasta
experiência no mundo dos sabores.
Através de sua empresa de consul-
toria, a 2M Soluções Gastronômicas,
presta serviço para restaurantes e
rede hoteleira, ministrando palestras
e oficinas. Destacou-se durante 7
anos como coordenador e chef de
cozinha do programa Mais Você
da Rede Globo.
Laline Bittencourt
Atuando nas áreas de arquitetura
e paisagismo desde 1998, Laline
Bittencourt já participou de duas
mostras Casa Cor e teve seu trabalho
publicado em um grande número de
revistas e livros especializados, como
Casa & Cia e Visual & Design.
Henrique Fruet
Paulistano, é um dos principais
jornalistas de golfe do país. Ele já
escreveu sobre o esporte para publi-
cações como IstoÉ, Veja, Trip, Wish
Report, Estadão e Viagem e Turismo.
Atualmente, edita o Blogolfe
(blogolfe.com.br), primeiro blog de
golfe do Brasil, e adora jogar no
Damha Golf Club nas horas vagas.
Junho | Julho 2013	 Estilo Damha | 9
Colaboradores
Marcio Rachkorsky
Advogado especializado em condomí­
nios há mais de 20 anos, comentaris­ta
e apresentador da TV Globo / SP, e
comentarista da Rádio CBN, programa
Condomínio Legal. Escreve também
no caderno de Imóveis da Folha de S.
Paulo, aos domingos. Atual presidente
da Assosindicos (Associação dos
Síndicos do Estado de São Paulo).
Durante alguns anos, atuou no Fantásti-
co da TV Globo, nos quadros Chame o
Síndico e Reunião de Condomínio.
OPINIÃO DOS LEITORES
“Parabéns pelas matérias da sessão MyPET. Muito
conscientizadoras, pois esse é o futuro. Viva a nature-
za e a bicharada!”
Nelma Favilla Lobo - Protetora Independente
de Animais, São Paulo (SP)
“Adorei! A revista com a entrevista da Gal Costa ficou
linda! As matérias estão uma delícia de ler. Quero ver a
próxima.”
Rita de Cássia Semensin – Professora, São Carlos (SP)
“Eu nunca tinha ouvido falar do Breno Ruiz até ler essa
matéria. Achei sua história tão sonhadora e tão “pés no
chão” ao mesmo tempo. Fiquei curiosa para conhecer
mais do trabalho desse artista.”
Raque Castanharo - Fisioterapeuta, Jundiaí (SP)
“Queria dar os parabéns pela edição da Estilo Damha com
a Gal Costa na capa. Tem tanta informação útil... adorei!”
Stella Maffei – Jornalista, São Carlos (SP)
Juliana Cordeiro
Formada em Direito, descobriu
a moda como profissão quando
morou em Florença, na Itália.
Escreve também
no site Sem Espartilhos
(semespartilhos.com.br), colabora
com o blog Sobre a Vida,
o portal Papo de Homem
e o PepperBlog e é figurinista
do programa Escolhas
da Vida da Rede Vida.
Tati Zanichelli
Formada em publicidade e propa-
ganda, além de fotografia. Em seu
currículo estão eventos conhecidos
como o festival João Rock 2011 e
shows de grandes nomes da música,
como Erasmo Carlos, Paula Fernan-
des, Lenine, Arnaldo Antunes, Zeca
Baleiro, Ana Carolina, Lulu Santos,
Zélia Duncan entre outros. Seu traba-
lho já foi publicado, entre outros, pelo
jornal O Estado de S. Paulo.
Eduardo Amuri
Formado em psicologia econômica,
atua como consultor financeiro com
foco em planejamento, organização e
investimentos. Escreve sobre finanças
e comportamento no PapodeHomem
(papodehomem.com.br) e no Dinhei-
rama (dinheirama.com). Mais detalhes
sobre o trabalho podem ser encontra-
dos em seu site
(www.amuri.com.br).
Mônica Zaher
Formada em Consultoria de Imagem
por Ilana Berenholc, pioneira da profis-
são no Brasil, fez também História da
Moda; Técnicas de Joalheria; Grandes
Nomes da Moda (todos na FAAP); entre
outros cursos nas áreas de marketing,
moda, etiqueta e comportamento.
Ex-presidente da Fundação de Arte e
Cultura do Município de Araraquara –
FUNDART. Associada à AICI – Associa-
tion of Image Consultants Internacional
(chapter San Francisco, California).
Mara Behlau
Fonoaudióloga e doutora
em Distúrbios da Comunicação
Humana, consultora e coach
certificada pelo Neuroleadership
Group (NLG). Professora de Comu-
nicação para Negócios no INSPER
e também docente do Programa de
Pós-Graduação em Distúrbios da
Comunicação Humana na UNIFESP.
Qualificada no instrumento Emotional
Quocient Inteligence – EQi-2.0.
FotosDivulgação
Aquiles Nícolas Kílaris
Tem 23 anos de experiência na
área de arquitetura e urbanismo.
Seu trabalho inspira-se nas curvas,
formas sinuosas e integração com a
natureza, dando origem a um estilo
próprio de criação, o chamado “estilo
Kílaris”. Participou das mostras Casa
Cor, Campinas Decor e Casa Office,
e é autor do livro Curvas na
Arquitetura Brasileira.
Breno Meneghelli Marega
atua na área de moda há 15 anos
e é estilista há 4 anos, atualmente
é diretor criativo da boutique Bossa,
onde desenvolve duas coleções den-
tro das quatro linhas da grife.
10 | Estilo Damha	 Junho | Julho 2013
Campos de Goytacazes
EspecialRioPreto
A curva da Lapa, local ideal para contemplar o Rio Paraíba do Sul com o Centro da cidade ao fundo
Junho | Julho 2013	 Estilo Damha | 11
Campos de Goytacazes
EspecialRioPreto
CAMPOS:
TRADIÇÃO E PROGRESSOMaior município do interior se firma como polo de desenvolvimento para o Estado
e, em breve, receberá um empreendimento Damha
Textos: Rodrigo Florencio
Fotos: Genilson Pessanha
12 | Estilo Damha	 Junho | Julho 2013
ampos dos Goytacazes é o maior município
do Rio de Janeiro. Com uma área territorial
(4.026,696 km²) três vezes maior do que a capi-
tal do estado, a cidade tem experimentado um
crescimento acelerado nas últimas duas déca-
das, impulsionado, principalmente, pela crescente receita
dos royalties do petróleo. Sua economia, antes pautada na
produção agrícola e no comércio varejista, atualmente vê
seu perfil socioeconômico se diversificar, ganhando status
de cidade universitária, de prestação de serviços e com
grande potencial industrial, a partir da chegada de novos
investimentos oriundos da indústria naval e do petróleo.
Com uma população de 463.731 habitantes (Censo
IBGE 2010), Campos está localizada a 280 km da cidade
do Rio de Janeiro e a 248 km de Vitória, Espírito Santo.
Município polo para as regiões norte e noroeste fluminen-
se, está geograficamente no eixo da maior bacia petrolí-
fera do país (Bacia de Campos), responsável por 84% da
produção do petróleo brasileiro, inclusive grande parte
dos campos de pré-sal já descobertos.
C
Campos dos Goytacazes
Especial
Monumento ao soldado desconhecido na praça do Santíssimo Salvador, que abriga ainda a Catedral Diocesana
Junho | Julho 2013	 Estilo Damha | 13
Campos dos Goytacazes
Especial
O petróleo e os repasses dos recursos provenientes
da extração desse produto (royalties) aceleraram o cres-
cimento da cidade e da região nos últimos anos. Assim
como Macaé e outras cidades vizinhas que fazem parte
da Bacia, Campos recebe, desde a década de 1990, uma
compensação pelas mudanças provocadas pela instala-
ção da indústria petrolífera. Os repasses, cujos valores
variam de acordo com a produção e a posição geográfica
de cada município, vão direto para a prefeitura e devem
ser usados em obras de infraestrutura e outros projetos
para melhorar a qualidade de vida da população.
A cidade de porte médio do interior se tornou a maior
recebedora de royalties do país e prevê que seu PIB (Pro-
duto Interno Bruto) deve saltar de R$ 5 bilhões em 2013
para R$ 40 bilhões em 2025, ano em que a população
poderá chegar a cerca de
1 milhão de habitantes, se-
gundo cálculos do Cidac
(Centro de Informações e
Dados de Campos).
A vinda de novos investidores
e o aumento da população se de-
vem também a dois grandes empreen­
dimentos em construção. O Porto do Açu, na vizinha ci-
dade de São João da Barra, pretende ser o maior porto
do país, com capacidade para movimentar diversos ti-
pos de cargas, desde contêineres até granito, carvão e
produtos siderúrgicos. Para tanto, será necessária uma
infraestrutura de siderurgia e termoeletricidade para
atender sua demanda energética.
A região de Rio Preto, em Campos, é um dos refúgios na planície para o contato com a natureza
PIB
deve saltar
de R$ 5 bilhões
em 2013 para
R$ 40 bilhões
em 2025
14 | Estilo Damha	 Junho | Julho 2013
Outro projeto em desenvolvimento é o Complexo Lo-
gístico Farol/Barra do Furado, que está sendo construído
na divisa com o município de Quissamã. A obra traz para
o Brasil uma tecnologia inédita nas Américas, o sistema
sand by pass, desenvolvido na Austrália para transpas-
sar o acúmulo de areia no litoral. Com a aplicação per-
manente dessa tecnologia será possível desassorear o
Canal das Flechas, criando, assim, uma via fluvial segura
para navegação e aporte de pequenas e médias embar-
cações. Na área, que é o ponto do litoral mais próximo
das principais plataformas de petróleo da Bacia de Cam-
pos, estão previstas instalações de um estaleiro e de vá-
rias empresas de apoio offshore.
Essas mudanças trazem também uma série de deman-
das para o município, como mais urbanização (hoje a
prefeitura diz que 90% da cidade está urbanizada), sa-
neamento básico e destino adequado aos resíduos
sólidos. O presidente do Cidac, Ranulfo Vidi-
gal, prevê que o município terá forte cres-
cimento da construção civil e excelente
oferta de mão de obra especializada.
Se, até o final da década de 1980, cer-
ca de 40% da economia do município
era baseada na produção das usinas de açúcar e no co-
mércio varejista, atualmente a agricultura responde ape-
nas por 5% da economia, ficando o comércio com 25% e
a indústria (incluindo as receitas de royalties do petróleo)
com 70% da receita bruta.
Perder essa receita seria um caos para o município e
a região, afirma Ranulfo. A ameaça existe, já que o Con-
gresso aprovou um projeto de lei para redistribuir os royal-
ties para todos os estados e municípios do país. A presi-
dente Dilma Roussef vetou a proposta, mas a Câmara dos
Deputados derrubou o veto presidencial. Agora o caso
tramita no Supremo Tribunal Federal, que já deu uma limi-
nar favorável aos estados e municípios produtores.
Em meio às dúvidas quanto uma posição favorável
da Justiça, o município segue num ritmo acelerado em
sua expansão. Campos hoje é uma cidade mais diversi-
ficada, porque se tornou um polo de serviços nas
áreas de indústria, saúde, comércio, cultura e
lazer. “De acordo com o IBGE, nosso índice
de desenvolvimento pode ser equiparado
a cidades como Uberaba, Uberlândia,
Joinvile, Londrina e Juiz de Fora”, con-
clui Ranulfo Vidigal.
Campos dos Goytacazes
Especial
O prédio da Câmara de Vereadores já abrigou o Fórum municipal e é um dos patrimônios arquitetônicos da cidade
Campos
se tornou um
polo nas áreas
de indústria,
saúde, comércio,
cultura e lazer
Junho | Julho 2013	 Estilo Damha | 15
Campos dos Goytacazes
Especial
SABOR ÚNICO E ORIGINAL
Doces como a goiabada e o chuvisco, este exclusividade
de Campos, conquistam admiradores em todo o país
urante anos, o campista foi conhecido como
o povo “papa-goiaba”. A expressão é fruto da
grande quantidade de goiabada que era produ-
zida no município. Apesar de ser um doce muito
consumido na cidade, a goiabada não é uma
exclusividade de Campos, já que sua produção – casei-
ra, artesanal ou industrial – ocorre em vários municípios do
país. Porém, há uma iguaria que é típica do município e que
se tornou um ícone da culinária de Campos: o chuvisco.
O chuvisco é um doce que pode ser feito em calda ou
cristalizado. Sua massa leva ovo, trigo e açúcar e sempre
frequenta a mesa dos campistas em qualquer ocasião.
Eraldo Riscado Filho é dono de uma fábrica de doces na
cidade. Ele explica que a receita do chuvisco leva ape-
nas a gema dos ovos. A clara deve ser descartada. Bem
feito, ele garante, é um doce que conquista adeptos em
todo o país. Sua produção chega a 60 toneladas de goia-
bada e 50 mil unidades de chuvisco por mês, o suficiente
para atender a todo interior do estado, além do Espírito
Santo e cidades mineiras próximas ao estado do Rio.
D
O chuvisco, em calda ou cristalizado, além da goiabada, são doces que não faltam à mesa do campista
16 | Estilo Damha	 Junho | Julho 2013
Campos de Goytacazes
EspecialRioPreto
UMA PLANÍCIE
DE BELEZAS NATURAIS E
ARQUITETURA ECLÉTICA
Apesar da geografia plana, a cidade guarda refúgios de cachoeiras
e conta com prédios que remetem à história do Brasil
Lagoa de Cima: beleza natural
ampos dos Goytacazes é uma planície corta-
da pelo rio Paraíba do Sul e cercada por la-
goas. As mais famosas são a Lagoa de Cima
e a Lagoa Feia, que é a segunda maior lagoa
costeira do país, com 170 km², menor apenas
que a Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul.
A maior parte do território apresenta uma geografia
plana. O nome da cidade se explica pelo fato de que
eram estes os campos onde viviam índios goytacazes,
antes da chegada dos portugueses. As raras mon-
tanhas do município estão nas regiões do Imbé e de
Rio Preto, locais ainda pouco explorados pelo turismo,
apesar das belas paisagens naturais, com cachoeiras
em meio à Mata Atlântica.
Se as cachoeiras ainda não figuram entre as princi-
pais atrações turísticas de Campos, o litoral é destino
certo para a maioria da população. A praia do Farol
de São Thomé, a cerca de 60 km do Centro, recebe
milhares de visitantes nos finais de semana e enfrenta
superlotação durante o verão. Apesar do mar bravo, as
ondas propíciais à prática do surf atraem banhistas de
todas as classes sociais.
C
Junho | Julho 2013	 Estilo Damha | 17
Acervo do Conde de Araruama está em exposição
Campos dos Goytacazes
Especial
Outro aspecto relevante na cidade é seu patrimônio
arquitetônico. Por ser uma das cidades mais antigas
do país, Campos tem dezenas de prédios históricos,
como, por exemplo, o Liceu de Humanidades (hoje
uma escola estadual), a Igreja da Lapa, o Solar Villa
Maria (sede da Reitoria da Universidade Estadual do
Norte Fluminense – UENF), o Solar do Colégio (Arqui-
vo Público Municipal) e o prédio do antigo Fórum, que
hoje abriga a Câmara de Vereadores.
A historiadora Sylvia Paes lembra que o trabalho de
planejamento do patrimônio urbanístico começou em
1840, antes mesmo do que a cidade do Rio de Janei-
ro. Naquela época, a principal atividade econômica em
Campos era a pecuária, enquanto no resto do Brasil era
a agricultura. “Assim que trocamos a pecuária pela la-
voura, assumimos um importante patamar na produção
açucareira do país, tanto que a vila foi elevada a cidade
e logo recebeu planos urbanísticos”, conta a historiadora.
A Catedral e o Museu Municipal ficam nos arredores
da praça São Salvador, no centro da cidade, e também
fazem parte do tour que todo visitante deve fazer. Assim
como visitar o Jardim São Benedito, um refúgio verde en-
tre os prédios do centro e local que abriga a sede da
Academia Campista de Letras; e a curva da Lapa, ao
lado da igreja de mesmo nome, de onde é possível apre-
ciar o Rio Paraíba. Uma bela imagem, principalmente ao
amanhecer ou entardecer.
A cidade de geografia plana ainda oferece locais de montanhas e cachoeiras ideiais para o desenvolvimento do turismo
18 | Estilo Damha	 Junho | Julho 2013
produção cultural também é uma parte impor-
tante na história da cidade, principalmente a
literatura. É de Campos um dos maiores escri-
tores da literatura nacional, José Cândido de
Carvalho, autor de O Coronel e o Lobisomem,
entre outras obras.
Desde a época do Império, eram realizados saraus lite-
rários em Campos e, nos últimos anos, a tradição literária
vem sendo recuperada com a Bienal do Livro, já em sua
sétima edição. Para o professor universitário e jornalista
Vitor Menezes, presidente da Associação de Imprensa
de Campos (AIC), entidade criada em 1929, a história do
município talvez explique um pouco essa característica.
“Campos registra, em vários momentos, certa efervescên-
cia cultural e jornalística, além de uma vida social intensa.
Esse ambiente costuma produzir muitos escritores”, diz ele.
Menezes acabou criando um blog na internet (campis-
tana) para catalogar todos os autores da cidade. Até o
momento, há mais de 150 escritores cadastrados, dentre
eles José do Patrocínio e Alberto Lamego, além dos mais
contemporâneos e de jovens talentos, como Osório Pei-
xoto, Vilma Arêas, Aristides Soffiati, Péris Ribeiro, Wins-
ton Churchil Rangel, Avelino Ferreira, Orávio de Campos
Soa­res, Márcio Aquino e Bruno Peixoto.
A
TERRA PLANA
EM PROSA E VERSO
Campos tem na literatura, grande expressão de sua arte e cultura
Campos dos Goytacazes
Especial
Teatro Municipal Trianon, o maior do interior do estado
Junho | Julho 2013	 Estilo Damha | 19
“A proposta é organizar as referências da produção li-
terária local, que é muito dispersa e, muitas vezes, difícil
de encontrar. Com o tempo fui me surpreendendo com
a grande produção e com o quanto ainda está por ser
registrado”, disse Menezes.
E para quem busca boa leitura, a Biblioteca Munici-
pal de Campos é uma opção segura. Ela fica no prédio
conhecido como Palácio da Cultura e oferece ao públi-
co um total de 27 mil exemplares, entre obras raras, de
consulta geral, braile e literatura infantil. O diretor da
biblioteca, Maurício Xexéo, diz que o espaço é muito
frequentado e que, atualmente, a prefeitura, por meio do
Campos dos Goytacazes
Especial
O Jardim São Benedito é uma área verde entre os prédios do centro da cidade e abriga a sede da Academia Campista de Letras
Conselho Municipal de Cultura, trabalha para a publica-
ção de obras de novos autores.
Outra boa opção de lazer cultural é o Museu da Cida-
de, inaugurado em 2012 e que fica no centro da cidade,
na praça São Salvador. O prédio por si só é uma obra de
arte, que atualmente abriga parte de um acervo da cole-
ção do Visconde de Araruama.
O Teatro Municipal Trianon também é um espaço desti-
nado às mais diversas atividades culturais. É o maior do
interior do estado, com 900 lugares, e recebe shows e
peças de artistas consagrados nacionalmente, além de
ser palco de espetáculos de grupos locais.
20 | Estilo Damha	 Junho | Julho 2013
Campos dos Goytacazes
Especial
criação de Campos está diretamente ligada à
história do Brasil, já que seus primeiros regis-
tros datam de 336 anos atrás. A vila onde vi-
veram seus primeiros habitantes foi criada em
1677. O título de cidade veio em 1835, sendo
Campos uma das cidades mais antigas do país.
O imperador D. Pedro II visitou suas terras e frequen-
tou a sociedade campista por diversas vezes. Apesar
de tradicional e conservadora, a elite de Campos tam-
bém foi pioneira em vários aspectos. Em 1650, implan-
tou o primeiro engenho e deu início à agroindústria açu-
careira. Em 1831, começou a circular o primeiro jornal
da cidade e, em 1844, foi criada a primeira livraria (que
existe até hoje e é a mais antiga do país). Outro fato
marcante aconteceu em 1883, quando Campos passou
a ser a primeira cidade da América do Sul a ter ilumi-
nação elétrica.
As luzes que iluminavam o centro da cidade não es-
conderam a escuridão das senzalas, onde milhares de
escravos eram amontoados nas dezenas de fazendas
que existiam na região. Quando a aboliação chegou ao
país, em 1888, a maior parte dos escravos do município
já havia sido alforriada, mas, antes disso, a cidade foi
palco de confrontos violentos, justamente porque havia
muitos negros e abolicionistas de um lado e senhores
de engenho do outro.
José do Patrocínio, um dos líderes abolicionistas do
país, era de Campos e comandou a luta pela liberdade
dos negros. “Coincidência ou não, a cidade que tinha
significativo número de escravocratas também produziu
um dos primeiros presidentes do Brasil republicano e
que também era negro, Nilo Peçanha, antes mesmo do
Barac­k Obama (presidente dos Estados Unidos)”, recor-
da a historiadora Sylvia Paes.
A
UMA HISTÓRIA DE PIONEIRISMO
Cidade foi a primeira da América do Sul a ter iluminação
elétrica e ainda hoje abriga a livraria mais antiga do país
A indústria sucroalcooleira, hoje em decadência, foi a principal atividade econômica até a chegada dos royalties do petróleo
Junho | Julho 2013	 Estilo Damha | 21
O Museu de Campos, inaugurado em 2012, fica na área central e conta parte da história da cidade
Campos dos Goytacazes
Especial
ÚTIL:
Aeroporto Bartholomeu Lyzandro
Rod. Campos-Vitória, km 5
(22) 2726-6400
Teatro Trianon
Rua Marechal Floriano, 211, Centro
Espetáculos esporádicos às
sextas, sábados e domingos
(22) 2733-4230 | 2726-3500
Heliporto São Thomé
Rod. Deputado Alair Ferreira, 1100
km 216, Farol de São Thomé
(22) 2747-1479
Shopping Avenida 28
Av. 28 de Março, 574, Centro
De segunda a sábado, das 10h às
22h; domingo, das 15h às 22h
(22) 2725-2828
Biblioteca Municipal Nilo Peçanha
Praça da Bandeira s/n
(Palácio da Cultura)
De segunda a sexta-feira, das 8h
às 18h; sábado, das 8h às 12h
(22) 2723-0449
Shopping Boulevard
Av. Dr. Silvio Bastos Tavares, 330
Parque Rodoviário
De segunda a sábado, das 10h às
22h; domingo, das 12h às 22h
(22) 2737-9009
Museu de Campos
Praça São Salvador, 40, Centro
De terça a sexta-feira, das 10h
às 17h. Sábados, domingos e
feriados, das 12h às 17h
(22) 2728-5058
22 | Estilo Damha	 Junho | Julho 2013
Junho | Julho 2013	 Estilo Damha | 23
24 | Estilo Damha	 Junho | Julho 2013
Rio Preto / Ipiguá
Especial
SÃO JOSÉ DO
RIO PRETO (SP),
A JOIA DO NOROESTE PAULISTA
Região receberá em breve mais um empreendimento Damha
Textos: Marília Dominicci
FotoEvandroRocha,cedidapelaPrefeituraMunicipaldeSãoJosédoRioPreto
Junho | Julho 2013	 Estilo Damha | 25
Rio Preto / Ipiguá
Especial
Vista noturna da Represa Municipal
om uma área aproximada de 431 km², Rio Pre-
to – para os íntimos –, detém o 61º maior PIB
do Brasil e, à primeira vista, não compartilha
do ar bucólico típico de cidades do interior.
Com as ruas movimentadas, grandes aveni-
das e prédios altos característicos da constituição física
de uma metrópole, a “cidade joia” pode confundir os de-
savisados. A verdade é que é impossível não se render a
ela, com suas roupas de gigante cosmopolita e coração
de menina interiorana. Que confusão maravilhosa!
C
26 | Estilo Damha	 Junho | Julho 2013
São José do Rio Preto fez parte do território de Jabo-
ticabal até a década de 1890, quando se emancipou, lá
pelos idos da Proclamação da República, para depois
agregar a si alguns distritos, que foram ganhando inde-
pendência ao longo do tempo. Atualmente, apenas En-
genheiro Schmidt e Talhado mantêm o status. O nome,
para agradar a todos, faz menção a São José – padroeiro
da cidade – e ao Rio Preto, que atravessa o município.
Independentemente da origem, as palavras se tornaram
sinônimo de “desenvolvimento”, “cultura” e “progresso”,
ao representar um dos principais polos industriais, cultu-
rais e de serviços do estado.
Como a maior parte das cidades paulistas, seu terri-
tório não passava de mata virgem até 1840, quando um
grupo de migrantes decidiu estabelecer-se ali, plantar e
criar animais. Relatos indicam que eram mineiros, oriun-
dos de Vila de Nossa Senhora do Carmo dos Tocos, hoje
Paraguaçu (MG), mas sua história econômica teve início,
de fato, em 1845. Foi quando os irmãos Luiz Antônio da
Silveira e Antônio Carvalho e Silva, juntamente com seu
amigo Vicente Ferreira Netto, abriram estradas e veredas
mato adentro e decidiram deter sua comitiva na região,
onde a terra era ideal para o cultivo e a água, abundante
para o gado. Não demorou para que outras pessoas fos-
sem atraídas para o local e um pequeno povoado come-
çasse a se formar. Em 1852, Luiz Antônio da Silveira doou
parte de suas terras ao seu santo protetor, São José, com
a intenção de que o patrimônio desse origem a uma ci-
dade. O município foi fundado no mesmo ano, por João
Bernardino Seixas Ribeiro.
construindo uma gigante
Junho | Julho 2013	 Estilo Damha | 27Vista aérea da cidade a partir da Av. Bady Bassit
FotoEvandroRocha
28 | Estilo Damha	 Junho | Julho 2013
Rio Preto / Ipiguá
Especial
Em 1912, a Estrada de Ferro Araraquara (EFA)
chegou até Rio Preto e a cidade assumiu uma
posição significativa como polo comercial de
concentração de mercadorias. A expansão fer-
roviária foi o pontapé inicial do movimento que
resultou em desbravamento e migração para
o interior e na expansão das áreas de plantio,
principalmente do café, que era o combustível
que alimentava o Estado – e exauria toda a terra
por onde passava. Esse processo foi fomenta-
do pela demanda do grão para exportação, o
esgotamento do solo em outras regiões, como
o Vale do Paraíba, e a facilidade em conseguir
empréstimos bancários na época.
Ao mesmo tempo em que se desenvolvia,
Rio Preto iniciou uma forte tradição nos espor-
tes. Seu primeiro time oficial, o Rio Preto Es-
porte Clube, foi fundado em 1919. O “Glorio-
so”, como é chamado pelos torcedores, tem o
Estádio Anísio Haddad como sede. Outro time
que representa fortemente a cidade é o Amé-
rica Futebol Clube, ou “América de Rio Preto”,
sediado naquele que é, no momento, o maior
estádio do interior paulista, o “Teixeirão”. A
cidade também conta com times de prestígio
em outras modalidades de esportes, como o
basquete em cadeira de rodas. Seu time, o
CAD (Clube Amigos dos Deficientes), disputa
o campeonato nacional da modalidade, além
de também atuar em outros esportes adapta-
dos para atletas com necessidades especiais,
como atletismo e natação.
Avenida Alberto Andaló, um dos locais mais movimentados da cidade
FotoPauloMagri/SMCS
Junho | Julho 2013	 Estilo Damha | 29
Rio Preto / Ipiguá
Especial
Com o desenvolvimento urbano, aumentaram os inves-
timentos na infraestrutura urbana e também nas áreas de
lazer e cultura visando entreter e educar os recém-chega-
dos e a população em geral. O município conta atualmente
com ampla rede educacional na qual se destacam as di-
versas instituições de ensino superior públicas e particula-
res, sendo os mais proeminentes o Instituto de Biociências,
Letras e Ciências Exatas da Unesp (IBILCE), a Faculdade
de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP) e a Facul-
dade de Tecnologia de São José do Rio Preto (Fatec). Entre
as instituições particulares estão o Centro Universitário de
Rio Preto (Unirp), o Centro Universitário do Norte Paulista
(Unorp), a União das Faculdades dos Grandes Lagos (Uni-
lago) e a Universidade Paulista (Unip).
Entre as diversas pesquisas desenvolvidas na cida-
de, podem se destacar as realizadas por docentes do
Departamento de Biologia e do Departamento de Física
do IBILCE, que participaram do grupo de pesquisa do
Projeto Genoma, que identificou e mapeou 80 mil genes
do DNA humano, armazenando e dispondo essas infor-
mações em um banco de dados. A universidade também
mantém pesquisas de impacto nas áreas relacionadas à
biotecnologia, como a agricultura, a produção de ener-
gia, o controle do lixo e a despoluição ambiental.
A 18 CIDADE MAIS PROMISSORA DO BRASIL
PARA COMEÇAR SUA CARREIRA PROFISSIONAL
O município se destaca pelo número de instituições de ensino superior,
entre elas a UNESP, uma das mais tradicionais universidades do país
FotoUnesp–SãoJosédoRioPreto–arquivo
a
30 | Estilo Damha	 Junho | Julho 2013
Rio Preto / Ipiguá
Especial
TALENTO NA
MEDIDA DO MUNDO
“Quem tem a sorte de nascer personagem vivo, pode rir até da
morte. Não morre mais. Quem era Sancho Pança? Quem era Dom
Rodrigo? E, no entanto, vivem eternamente, pois – vivos embriões –
tiveram a sorte de encontrar uma matriz fecunda, uma fantasia que
soube criá-los e nutri-los, fazê-los viver para a eternidade!”
Luigi Pirandello
O Festival Internacional de Teatro de Rio Preto está entre os mais conceituados do país. Espetáculo Romeu e Julieta (FIT 2012)
Foto Fit
Junho | Julho 2013	 Estilo Damha | 31
Rio Preto / Ipiguá
Especial
teatro é uma das mais belas artes criadas pelo
homem. Milênios atrás, sem poder ler ou es-
crever, o homem interpretava suas dores e an-
gústias, suas alegrias e vitórias. Se não para o
outro, o fazia para si, na intimidade da própria
mente, no palco mágico que a imaginação constrói. Não
se pode datar a criação do teatro porque ele nasceu com
o humano e morrerá com ele.
Quem começa o ano em Rio Preto pode curar a res-
saca do feriado gargalhando no festival Janeiro Bra-
sileiro de Comédia que, em 2013, comemorou o 7º
aniversário. Realizado a primeira vez em 2003, atraiu
mais de quatro mil expectadores ao Teatro Municipal.
A programação dura oito dias, com a apresentação de
peças diariamente, além da realização de palestras,
workshops e oficinas de teatro.
O evento mais famoso do gênero na cidade é o Festival In-
ternacional de Teatro de São José do Rio Preto, que terá sua
44ª edição este ano. Graças à iniciativa de artistas locais,
surgiu na década de 60. Com caráter competitivo e amador,
é uma importante manifestação cultural do município.
Integrantes do grupo de Teatro Jovem da Casa de Cul-
tura abriram, em julho de 1969, o Festival Nacional Ama-
dor de São José do Rio Preto. No elenco, grandes nomes
das artes cênicas como Humberto Sinibaldi Neto, Dino-
O
rath do Valle, José Eduardo Vendramini, Fábio Marques
dos Santos, Maria Cristina Miceli, Raildo Viana, Ricardo
Albuquerque e Reinaldo Silva.
Em sua primeira edição, 11 espetáculos participaram
da programação, vindos dos estados de Minas Gerais,
São Paulo e Paraná. As peças foram apresentadas no
auditório da Basílica Nossa Senhora Aparecida, no bair-
ro Boa Vista. Durante os anos de 1973 a 1980, o evento
foi interrompido por falta de apoio político, uma vez que
o Brasil – sob regime militar – passava por um período
muito controverso no que se referia às artes e outras ma-
nifestações culturais, voltando a ser realizado em 1981.
A partir de 2001, o Festival Amador deu espaço para
o FIT (Festival Internacional de Teatro de São José do Rio
Preto). Com caráter experimental, o FIT propõe, a cada
edição, novos conceitos e olhares sobre o fazer teatral e
a investigação das artes cênicas. Atualmente, integra o
Núcleo dos Festivais, sendo um dos oito maiores festivais
de artes cênicas do país. É um dos eventos mais aguar-
dados por críticos, artistas e público de diversos estados
brasileiros.
Este ano o Festival será realizado entre 3 e 14 de ju-
lho, e as inscrições estão abertas para as companhias
interessadas em participar da programação. Vale a
pena assistir!
Espetáculo de rua A Pereira da Rua Miséria (FIT 2012)
FotoFit
32 | Estilo Damha	 Junho | Julho 2013
Rio Preto / Ipiguá
Especial
valei-me,
NOSSA SENHORA
APARECIDA DE RIO PRETO!
FotoMaríliaDominicci
Junho | Julho 2013	 Estilo Damha | 33
Rio Preto / Ipiguá
Especial
Paróquia de Nossa Senhora Aparecida foi cria-
da por Dom Lafayete Libânio em 11 de maio
de 1933. No ano de 1932, durante a Revolução
Constitucionalista, Dom Lafayette fez uma pro-
messa à Santíssima Virgem de que, se a Dio-
cese não fosse atingida pelas lutas que ocorriam em todo
o país, ele construiria um Santuário no Bairro da Boa Vis-
ta em honra de Nossa Senhora da Imaculada Conceição
Aparecida. Em 1933, iniciou as obras da basílica em agra-
decimento pela prece atendida. Tombada como patrimônio
histórico, sua grande beleza faz da basílica uma das mais
procuradas para celebração de casamentos e batizados.
A Igreja se caracteriza pelo estilo neorromântico, com
arcos plenos e três naves internas, sendo uma a maior e
central e duais laterais, formada por fileiras de arcos e
colunas internas. Vitrais, uma característica incomum no
estilo romântico, podem ser vistos em pequenas janelas
em arcos. Na nave, duas ordens de colunas laterais, com
seis colunas cada, são notórias.
Até os anos 50, a Basílica tinha três sinos com nomes
próprios: Cristo Rei, pesando 3 mil quilos; Nossa Senhora
Aparecida, pesando 1780 quilos; e São Francisco, pesan-
do 810 quilos. A Basílica vendeu, então, o sino maior (Cristo
Rei) ao Santuário Nossa Senhora Aparecida de Catanduva
e os três menores à Herval D`oeste de Santa Catarina, e
encomendou modelos novos e mais modernos na Europa.
Em 1959, foi enviado da Alemanha um projeto detalhado
para o fornecimento de quatro sinos, tocados eletronica-
mente. A dificuldade foi obter a licença de importação sem
despesas, que, por causa do peso, custaria uma fortuna.
Construída em agradecimento pela proteção de Nossa Senhora
durante a Revolução Constitucionalista de 1932, a basílica é um
cartão postal da cidade
A
FotoMaríliaDominicci
34 | Estilo Damha	 Junho | Julho 2013
Rio Preto / Ipiguá
Especial
Construído em 1956, o Parque da Represa Municipal está
localizado a 5 minutos dos residenciais Damha Rio Preto.
É uma área de águas superficiais e extrema beleza natu-
ral frequentada por uma variedade de espécies de peixes,
aves e mamíferos. Os mais notórios são as capivaras, que
podem ser vistas em grupos nadando ou se estendendo
ao sol. Os patos, garças e outros pássaros, que chamam a
atenção pela beleza e quantidade, adotaram as ilhas cen-
trais como área de descanso e reprodução.
Além de ponto turístico e cartão postal, a Represa de
Rio Preto é responsável pelo abastecimento de 30% a
40% da água que chega aos moradores, após tratamento
no Palácio das Águas. A belíssima infraestrutura, instala-
da durante um projeto de revitalização nos anos de 1990
e 1991, permite a realização de caminhadas, a aprecia-
ção da paisagem natural e as reuniões familiares. Entre
os equipamentos disponíveis estão a pista de caminhada
de 2,7 mil metros lineares, três conjuntos de equipamen-
tos de ginástica, sanitários públicos e 23 quiosques, des-
tinados ao lazer de todos os frequentadores do parque.
ONDE MORAM AS CAPIVARAS...
E MUITAS OUTRAS ESPÉCIES
A represa é um santuário para espécies nativas da região
FotoMaríliaDominicci
Junho | Julho 2013	 Estilo Damha | 35
Rio Preto / Ipiguá
Especial
ÚTIL:
Parque Ecológico Educativo
Av. Benedito Rodrigues
Lisboa, 1.300
(17) 3216-2868
Zoológico Municipal
Rua José Deguer, S/N
Jardim Nazareth
(17) 3225-3930
Teatro Municipal Humberto
Sinibaldi Neto
Av. Brig. Faria Lima, 5381
Nova Redentora
(17) 3226-2626
Zero Grau – Bar E Chopperia
Av. Alberto Andaló, 3474 - Centro
(17) 3235-2010
Biblioteca Pública Municipal
Pça. Jornalista Leonardo Gomes
Centro Cultural Prof. Daud Jor 1
(17) 3225-6164
Vila Dionísio Bar
Av. Bady Bassit, 3961
Boa Vista
(17) 3235-4482
O zoológico é uma ótima opção para um passeio no final da tarde
FotoMaríliaDominicci
36 | Estilo Damha	 Junho | Julho 2013
Rio Preto / Ipiguá
Especial
IPIGUÁ (SP),
MENINA DOS OLHOS VERDES
“À noite, em Ipiguá, fiquei fascinada com a delicada composição do céu
azul índigo brilhante. Como se fosse um tecido fino, cravejado de estrelas,
a abraçar uma lua imensa. A lua branca, tão próxima da terra, brincava
sorrindo, a entrar e a sair pelas janelas das casas...”
Constância Nery
Igreja São Sebastião de Ipiguá
FotoMaríliaDominicci
Junho | Julho 2013	 Estilo Damha | 37
Rio Preto / Ipiguá
Especial
m 1920, quando foi fundada sob o nome de
povoado de Barra Funda, a cidade abrigava
algumas construções rústicas e uma pequena
população cercada pelo sertão e pela mata
virgem. Infelizmente, são poucos os documen-
tos que registram essa época e boa parte da história lo-
cal se perdeu com o tempo, mas a pequena Ipiguá, com
seus quase 5.000 habitantes, não se faz de rogada e en-
canta visitantes e moradores com sua tranquilidade.
Ainda por completar dez anos de emancipação, Ipi-
guá é cercada pelo verde até onde a vista alcança. Lo-
calizada a apenas 15 minutos de São José do Rio Pre-
to, não compartilha a agitação da vizinha mais antiga.
Basta acessar a avenida principal para perceber que a
arborização é destaque e que os prédios da metrópo-
le não têm vez no pacato município de casas térreas,
diante das quais as pessoas se reúnem para conversar
ao final da tarde.
Em meio a essa quietude sobressai-se o interesse no
crescimento e desenvolvimento urbano do município,
que oferece programas de incentivo fiscal e tributário
para indústrias e comércios que desejam se instalar na
região, que já conta com um grande shopping center
próximo e está em franca expansão.
Terra natal de Constância Nery, sua calma, paz e cam-
pos cultivados ficaram marcados na memória da pintora,
ícone da chamada arte Naïf, cujas obras, expostas em di-
versas galerias de arte no Brasil e no mundo, retratam os
costumes e as paisagens que guarda na alma com toda
a inocência e explosão de cores próprias de seu estilo.
E
Arborização é marca da cidade
FotoMaríliaDominicci
38 | Estilo Damha	 Junho | Julho 2013
Rio Preto / Ipiguá
Especial
“Dia Feliz” retrata imagens da infância da pintora nas férias observando os colonos no campo
Reprodução autorizada pela artista
TODA A INOCÊNCIA
DA PINTuRA NAÏF
Junho | Julho 2013	 Estilo Damha | 39
Rio Preto / Ipiguá
Especial
ascida em Ipiguá, em 1936, Constância Nery
passou parte da infância no campo, onde,
durante as férias, observava os colonos nas
colheitas e as manifestações folclóricas.
Transferiu-se mais tarde para São Paulo, ci-
dade em que cursou a Escola Paulista de Propaganda
e Marketing e frequentou a Escola de Folclore de São
Paulo. Chegou a trabalhar como publicitária, abrin-
do seu próprio escritório, até que, em 1969, decidiu
abraçar a pintura como atividade profissional e expor
seus trabalhos. A partir de então, tem participado de
diversas mostras no Brasil e no exterior. Atualmente
vive na cidade do Porto, em Portugal, mas suas raízes
ainda permeiam todas as suas obras. Membro efetivo
da União Brasileira dos Trovadores, além de pintora,
Constância é poetisa. Com louvor. E falou com a Estilo
Damha com muito orgulho de sua terra natal.
“LÁ, ONDE ESTÁ A MINHA ALMA”
Constância Nery
Não faço hoje nada muito importante.
Não há prêmio nem crítica que mereça o esforço.
Olho no espelho, a vida está parada.
Nem sabores, nem perfumes.
Cantar, sonhar, enlouquecer… nada importa!
Não deixo chorar a minha alma,
essa alma crente, generosa, útil e inocente morta.
Escondo a lágrima seca, da minha nascente escondida,
que só a mim pertence.
Não teimo em mostrar o brilho que não há.
O que sinto não merece aplauso.
Deixo a minha dor em paz… Silencio meus lábios.
Meu pranto não é o ruído das guerras
nem das novelas no ar.
Não é música que vem e que vai.
Não sabe as cantigas de vento ou de mar.
A ninguém interessa!
Posso ousar entrar no reino da minha alma.
Com a minha alma está a minha alegria.
O que está inerte já não existia, nem ontem, nem hoje.
Há um sabor de folhas frescas, intocáveis…
E o som do silêncio, um som para descobrir…
Posso sentir onde está a minha alma.
N
“Calma no Interior”: família no campo
durante a colheita de jabuticabas
ÚTIL:
Galeria Jacques Ardies
Rua Morgado de Mateus, 579
São Paulo (SP)
(11) 5539-7500
(11) 5539-7675
www.ardies.com
jacques@ardies.com
Reprodução autorizada pela artista
40 | Estilo Damha	 Junho | Julho 2013
Rio Preto / Ipiguá
Especial
DAMHA
CHEGA A
IPIGUÁ (SP)Residencial Damha Fit Ipiguá, com
área total de mais de 359 mil m²,
terá 733 lotes residenciais
Vista panorâmica das portarias de acesso
Imagemmeramenteilustrativa
“O loteamento Damha Fit Ipiguá, em Ipiguá (SP), encontra-se em processo de registro. Nos termos do disposto na Lei 6.766/79, as vendas só
serão iniciadas após o registro do empreendimento junto ao Oficial de Registro de Imóveis competente. ”
Junho | Julho 2013	 Estilo Damha | 41
Rio Preto / Ipiguá
Especial
Ipiguá prepara-se para receber o residencial Damha Fit que contará com o melhor con-
ceito em urbanização e sustentabilidade do país. Serão 733 lotes divididos em 2 fases de
vendas com dimensões entre 223,51 m² a 444,68 m², aproximadamente, em uma área com
mais de 359 mil m² e incluirão mais de 72 mil m² de áreas verdes e de lazer.
42 | Estilo Damha	 Junho | Julho 2013
Tiê
Música
iê significa sabedoria em japonês, mas tam-
bém nos remete ao espetacular pássaro de
plumagem vermelha, o tiê-sangue, ave sím-
bolo da Mata Atlântica. Este último, porém, ao
contrário da bela cantora de mesmo nome,
não tem no canto seu ponto forte.
Aos 33 anos, Tiê é mãe de duas meninas, Liz, de 4 anos,
e Amora, de poucos meses, e traz em seu currículo um
curso de relações públicas, aulas de canto em Nova York,
o trabalho como modelo e atriz e a condução do Café
Brechó. Aliás, foi nesse bar-loja em Perdizes, São Paulo,
que Tiê foi apresentada ao cantor e compositor Toquinho,
com quem gravou sua primeira música e viajou por todo
o Brasil e pela Europa. Foi com Toquinho, também, que
Tiê encontrou o cantar sussurrado que marca seu estilo.
Em 2009 lançou seu primeiro álbum, Sweet Jardim, inti-
mista, inteiramente autoral e que figura, segundo o jornal
Folha de S.Paulo, na lista dos 50 discos que formam a
identidade musical brasileira dos anos 2000. Dois anos
depois, veio A Coruja e o Coração, um disco mais des-
contraído e com o instrumental mais trabalhado.
Em março, a nova representante da MPB se apresen-
tou no SESC São Carlos, onde concedeu entrevista à re-
vista Estilo Damha.
T
A DOCE VOZ
DA MPB
Texto: Dirlene Ribeiro Martins
Fotos: Tati Zanichelli
Junho | Julho 2013	 Estilo Damha | 43
Estilo Damha – Observando sua trajetória, fica a impres-
são de que você é uma pessoa agitada, dinâmica. Ao
mesmo tempo, quando se ouvem suas músicas, sua voz,
imagina-se uma pessoa tranquila, centrada. Você traz em
si essas duas personalidades?
Tiê – Totalmente, sou bem agitada, faço um monte de
coisa, sou brava também. Agora, a minha voz é doce,
então, se fica com a sensação de que sou uma pessoa
‘fofa’, e de ‘fofa’ eu não tenho nada. O pessoal lá em
casa, quando alguém fala, “Como a Tiê é doce!”, logo
diz: “Ahã, sei” (risos). Sou mãe de duas filhas, começo
o dia às 6 horas da manhã, e dou de mamar, levo pra
escola, lavo louça, arrumo a casa... Claro que tenho a
ajuda de muita gente, mas quem é mãe sabe como é.
Isso faz parte. E, na música, hoje, todo mundo é mui-
to batalhador. Mesmo eu, que tenho a parceria de uma
gravadora, preciso batalhar, ir atrás, é uma luta diária,
mas é boa essa agitação.
ED – Por falar em gravadora, você é considerada uma
artista independente, mas, ao mesmo tempo, tem por
trás uma grande gravadora, que é a Warner. Como é seu
relacionamento com a gravadora e até que ponto eles
influenciam suas escolhas musicais?
Tiê – Como eu fiz o primeiro disco independente e só
depois a gravadora entrou, ela respeita muito a minha au-
tenticidade, a minha história. A Warner não dá palpite em
questões artísticas, suas sugestões são mais relaciona-
das ao planejamento de marketing, por exemplo, porque
a gravadora tem um alcance que o independente não
tem, como rádio, distribuição. E nisso a gravadora ajuda
muito, considero-a uma parceira.
ED – Em seu segundo disco, A Coruja e o Coração, você
fez uma música para sua filha Liz (“Na Varanda da Liz”,
composta em parceria com Plínio Profeta e João Caval-
canti). Sua segunda filha, Amora, também pode esperar
uma música?
Tiê – Pode, mas ainda não tem. Segundo filho já é mais
largado (risos), segundo filho não tem música, não tem
roupa nova, é tudo emprestado, não tem nada...
ED – Essa música poderia vir em um terceiro disco...
Tiê – Não sei se o terceiro disco será lançado este ano,
mas com certeza será feito este ano. A pequenininha
(Amora) me inspira muito. Eu brinco que é largado, mas
é só porque já estou caminhando de outro jeito. Não é
o mesmo desespero de mãe de primeira viagem, que,
quando o filho chora, já fica se descabelando. Quando o
terceiro disco estiver na estrada, minhas duas filhas esta-
rão junto, com certeza.
Tiê
Música
Tiê durante show no SESC São Carlos
44 | Estilo Damha	 Junho | Julho 2013
Tiê
Música
ED – Em geral, depois que nos tornarmos mães, ficamos
mais cuidadosas, em vários aspectos. Isso aconteceu
com você e de que forma influenciou sua carreira?
Tiê – Acho que fiquei um pouco mais medrosa, mais aler-
ta. E eu relaciono isso com a maternidade recente. Claro
que as contas aumentam; você faz filhos e as contas vão
dobrando. Então, existe a preocupação de as coisas da-
rem certo, a certeza de que não é só um hobby, mas a
minha carreira. Terminamos o ano passado com o pé di-
reito, fazendo a festa da virada na Avenida Paulista para
2 milhões de pessoas, foi superespecial. A Amora esta-
va então com dez dias e me trouxe este presente, pois
dizem que filho traz presente. E este ano está cheio de
shows, mesmo com um disco que já não é tão novo. Com
a carreira não estou preocupada.
ED – Em uma entrevista em 2009, você disse que fechou
o Café Brechó porque queria viver de sua voz, “a qual-
quer custo”. Quase quatro anos depois, você se arrepen-
deu?
Tiê – De jeito nenhum, foi a melhor escolha que fiz! É cla-
ro que tem mês que é melhor, tem mês que é pior, como
qualquer outra profissão, mas pelo menos eu faço o que
gosto, graças a Deus consigo viver disso. Fiquei seis me-
ses “com fome” (risos), mas deu certo.
ED – O que você considera que seja a sua marca re-
gistrada?
Tiê – Acho que, para quem escuta, a voz doce talvez
seja uma forma de me reconhecer. Já o show tem uma
coisa mais engraçada, faço muita piada. Às vezes faço
piada que ninguém entende, mas faço mesmo assim,
e isso gera uma certa loucurinha, pois as pessoas me
olham como quem está pensando: “Do que ela está fa-
lando?” (risos). Mas acho que o que mais me identifica
é o timbre da voz.
ED – A música brasileira é movida a modismos. Você
acredita que o momento atual da música brasileira é pro-
pício para você?
Tiê – Acho que deu certo porque não pensei nisso. Quan-
do fiz o Sweet Jardim, eu realmente fiz um disco pra mim,
um disco intimista em que cantava as minhas histórias, fiz
como se estivesse gravando em minha casa. Enquanto
pensava em sucesso, em qual música iria funcionar, a
minha carreira não deslanchava. Quando eu desapeguei
de tudo e resolvi fazer um disco pra mim foi que deu cer-
to; foi essa sinceridade que funcionou.
ED – Você parece ser uma pessoa que tem uma conexão
especial com a natureza (seu nome, o nome das filhas,
as músicas), como você exercita isso morando em uma
cidade como São Paulo?
Tiê – Em minha casa tem um jardim bem especial. Eu
até brinco que, como o meu primeiro disco se chamou
Sweet Jardim, eu mudei de casa e ganhei um ‘jardin-
zão’. Eu falei, então, que meu segundo disco deveria
se chamar Meu Primeiro Milhão, mas, como não fiz, o
“milhão” não rolou (risos). Estou até pensando no ter-
ceiro disco, como é que vai se chamar... Mas, graças a
Deus, tenho uma casa muito boa onde posso exercitar
meu lado natureza.
Junho | Julho 2013	 Estilo Damha | 45
Frejat
EntrevistaMúsica
46 | Estilo Damha	 Junho | Julho 2013
etapa inaugural da Taça Ricardo Rossi, váli-
da para o ranking do Damha Golf Club 2013,
também levou grandes marcas ao Damha Golf
Club, em São Carlos (SP). Além de disputar um
torneio num dos melhores campos do país, os
golfistas puderam conhecer de perto verdadeiras máqui-
nas da Aston Martin e da Jaguar, que estiveram à disposi-
ção para test drives. Os automóveis ficaram expostos no
sábado, dia do torneio, e também no domingo, para que
mais sócios e visitantes pudessem conhecer os produtos.
Outra novidade foi a realização da 1ª Feijoada no
Damh­a Golf Club, preparada pelo Restaurante Tulha, que
marcou o encerramento do torneio, acompanhada do som
ao vivo de bateria de escola de samba.
A 6ª Taça Ricardo Rossi de Golfe será composta
por outras cinco etapas, cujas datas já se encontram
no calendário publicado no site do Damha Golf Club
(www.dgc.co­m.br) e ainda estão sujeitas a confirma-
ção. As inscrições estão abertas a sócios do Damha e a
visitantes. Informações podem ser obtidas na secretaria.
Os campeões de cada categoria do circuito serão
anunciados e premiados na festa de final de ano do
Damha Golf Club, quando receberão a cobiçada Taça
Ricardo Rossi 2012. O campeão gross da primeira eta-
pa foi Rogério Cardoso, do Damha, e os melhores net
foram Jorge Fernandes e Marcelo Rossini (visitante).
Eduardo Junqueira Meirelles fez um hole in one no bu-
raco 11 do campo.
O nome da competição homenageia Ricardo Rossi,
um dos maiores golfistas do Brasil de todos os tempos,
responsável pelo design do Damha Golf Club, considera-
do o quarto melhor campo de golfe do país pela edição
americana da revista Golf Digest, a mais importante do
esporte no mundo.
A
Novidades do Damha Golf Club
GolfNews
Golfistas e visitantes do Damha Golf Club puderam dirigir verdadeiras máquinas
Golfe com Jaguar
e Aston MartinPrimeira etapa da Taça Ricardo Rossi oferece test drives,
feijoada e muita competição aos golfistas
Foto Divulgação
Junho | Julho 2013	 Estilo Damha | 47
Novidades do Damha Golf Club
GolfNews
Damha Golf Club tem atraído cada vez mais
grandes marcas, interessadas em expor seus
produtos ou serviços para o público do interior
paulista. Prova disso é a recente realização de
dois grandes eventos no clube: o Chevrolet
Golf Cup 2013 e o Nespresso Trophy Brasil.
“Esse é o terceiro ano seguido que recebemos a Che-
vrolet Golf Cup e o segundo ano que realizamos o tor-
neio da Nespresso, o que demonstra a força do mercado
consumidor do interior paulista”, diz Carlos Gonzalez,
presidente do Damha Golf Club. “São duas marcas muito
fortes, que acreditam no golfe para chegar a um público
formador de opinião”, completa.
O Chevrolet Golf Cup selecionou no Damha um time
para participar da final nacional do circuito, que aconte-
cerá no Clube de Campo de São Paulo. O time campeão
foi o formado por Daniel Simione, Célia Moraes Correa,
Henrique Fruet e Walter Gagliardi, com 40 net. Além dos
troféus e da vaga na final nacional do circuito no Clube
de Campo de São Paulo, os campeões ganharam tam-
bém uma taqueira com o logo da Chevrolet.
As duplas formadas por Antonio Arruda/Heitor Porto
e Ronaldo Mardegan/Daniel Maganini foram as vence-
doras da etapa Damha Golf Club da segunda edição
da Nespresso Trophy Brasil, que aconteceu no clube no
final de abril.
O Nespresso Trophy Brasil envolve 13 clubes de golfe
de cinco diferentes estados e conta com o patrocínio da
Lexus e do grupo de shoppings Iguatemi e o apoio das
Águas Perrier, Whisky Glenmorangie e TaylorMade Adi-
das Golf. A final nacional é em 20 de setembro, no São
Fernando Golf Club, onde as 38 duplas finalistas concor-
rem a uma viagem para a Espanha, para jogar golfe com
o lendário José María Olazábal.
O
Damha Golf Club atrai
eventos de grandes empresas
Heitor Porto e Antonio Arruda, campeões da Nespresso Os vencedores da Chevrolet Golf Cup no Damha
Marcas consagradas descobrem o potencial do interior paulista
Fotos Divulgação
48 | Estilo Damha	 Junho | Julho 2013
O que acontece na Damha
DamhaNews
DAMHA URBANIZADORA LANÇA
SEU PRIMEIRO EMPREENDIMENTO
EM FEIRA DE SANTANA (BA)
RESIDENCIAL DAMHA
EM CAMPOS DOS
GOYTACAZES (RJ) RECEBE
CERTIFICAÇÃO AQUA
DAMHA NA FEIJOADA
NOITE E DIA
A chegada da Damha Urbanizadora a Fei-
ra de Santana (BA) foi um sucesso absoluto.
O Village Damha I, primeiro empreendimento
da empresa no estado da Bahia, tem 610 lotes
residenciais com dimensões entre 302 e 506
m², em uma área total de 210 mil m², além de
lote destinado à parte comercial de 15,9 mil m²
e espaços reservados exclusivamente à área
verde e de lazer da ordem de 70 mil m², tota-
lizando um investimento de aproximadamente
R$ 48 milhões. O residencial é o segundo, dos
12 novos empreendimentos previstos para se-
rem lançados em todo o país em 2013. Entre
eles está o projeto do Village Damha II, tam-
bém em Feira de Santana.
O Residencial Damha I, em Campos dos Goytacazes,
é o primeiro residencial horizontal fechado no Estado do
Rio de Janeiro a receber o selo, que atesta a adoção de
medidas sustentáveis, concedido pela Fundação Vanzo-
lini. Com previsão de lançamento em breve, o Damha I
é o terceiro empreendimento da Damha Urbanizadora a
receber tal reconhecimento.
Cerca de 1.200 pessoas, enquanto apreciavam
uma gostosa feijoada, puderam conhecer melhor a
Damha Urbanizadora, recém-chegada a Feira de
Santana. Na entrada, todos os convidados foram
agraciados com um kit especial que imediatamente
fez sucesso entre os presentes. O evento, ocorrido
no início de abril, foi animado por diversas bandas
e teve como atração principal o cantor Luiz Caldas.
FotosDivulgação
Junho | Julho 2013	 Estilo Damha | 49
PARQUE ECO
ESPORTIVO DAMHA
RECEBE O GP
EXTREME BRASIL
O que acontece na Damha
DamhaNews
VITOR GUARALDO
É DESTAQUE EM
TORNEIOS
A 3ª edição do GP Extreme Brasil movimentou o Parque
Eco Esportivo Damha, em São Carlos (SP), nos dias 6 e
7 de abril. Mais de 1.000 atletas participaram do evento,
que é uma das provas mais desafiadoras do calendário
nacional. Foi o cenário ideal para a competição, já que
conta, além da estrutura adequada de subidas, retas ve-
lozes e trechos técnicos, com um aparato completo para
a prática de esportes.
O nadador Vitor Guaraldo dos Santos, patrocinado pela
Damha Urbanizadora, foi um dos destaques da equipe
brasileira que venceu o Campeonato Sul-Americano Ju-
venil de Natação. Convocado para a Seleção Brasileira
por conta dos bons resultados obtidos em 2012, o atleta
conquistou o bicampeonato nos 100 metros nado costas
e obteve a sexta colocação nos 200 metros. Dia 22 de
abril, competindo pela primeira vez no Troféu Maria Lenk,
no Rio de Janeiro, Vitor foi o melhor atleta da categoria
Júnior I, alcançando o 7º lugar. Assim, confirmou o índice
para participar do Mundial Júnior de Natação, em Dubai.
ASSEMBLEIA OFICIALIZA
ENTREGA DO DAMHA II,
EM UBERABA (MG)
Foi realizada, em 18 de abril, a assembleia de entrega do em-
preendimento Damha II, em Uberaba (MG). A ação formalizou
a transferência da gestão administrativa do residencial para a
Associação dos Moradores, agora responsável por todas as
decisões gerenciais do condomínio. O evento, que serviu para
eleger os membros da Associação, contou com a participação
dos proprietários dos lotes. Para celebrar a ocasião, foi ofereci-
do aos participantes um coquetel no Centro de Convívio.
FotosDivulgação
50 | Estilo Damha	 Junho | Julho 2013
DAMHA URBANIZADORA
INVESTE R$ 5 MILHÕES
EM VIAS DE ACESSO
REINALDO COLUCCI
CONQUISTA VITÓRIA
NO TROFÉU BRASIL
SUCESSO TOTAL NO LANÇAMENTO
DO RESIDENCIAL DAMHA IV,
EM CAMPO GRANDE (MS)
Uma parceria entre a Damha Urbanizadora e o poder
público deu início, em maio, às obras de pavimentação da
Av. Fernando Pinto de Queiroz, no Bairro SIM, em Feira de
Santana. O projeto inclui melhoria da via de 1,1 km de ex-
tensão, com a duplicação de parte da Av. Noide Cerquei-
ra e a construção de uma interligação entre as avenidas
Noide Cerqueira e Artêmia Pires. Está prevista, também, a
futura execução de uma segunda obra na região, já apro-
vada pela prefeitura. A ação beneficiará toda a população
local e nela a Damha investirá um total de R$ 5 milhões. A
previsão é que a obra iniciada seja concluída antes da en-
trega das obras do Residencial Village I Feira de Santana.
O lançamento do Residen-
cial Damha IV, em Campo
Grande (MS), no dia 21 de
março, foi um sucesso absolu-
to. Todos os 340 lotes disponí-
veis foram comercializados no
primeiro dia. O quinto empre-
endimento da urbanizadora
na capital sul-mato-grossense
possui uma área total de 330
mil m², resultado de um inves-
timento na ordem de R$ 30 mi-
lhões. Além dos residenciais
Damha I, II, III e IV, a urbaniza-
dora conta com outro produ-
to na região: o Villas Damha,
condomínio de casas prontas.
O Troféu Brasil de Triathlon aconteceu em 12 de maio,
Dia das Mães. Numa disputa acirrada do começo ao fim,
Reinaldo superou todos os seus limites e disputou a vitó-
ria milímetro a milímetro. O atleta, patrocinado pela Da-
mha Urbanizadora, terminou o desafio em primeiro lugar,
com 3 segundos de vantagem sobre Santiago Ascenço,
segundo colocado, e dedicou a conquista à sua mãe,
Vera. “Confesso que por um momento pensei que não
seria possível vencer o Santiago, mas, mesmo assim,
continuei forçando e dando meu melhor até o final, o que
foi recompensado com a minha vitória, e isso me mostrou
mais uma vez que não devemos nunca desistir dentro de
uma competição!”, disse ele após a prova.
O que acontece na Damha
DamhaNews
FotosDivulgação
Junho | Julho 2013	 Estilo Damha | 51
O que acontece na Damha
DamhaNews
52 | Estilo Damha	 Junho | Julho 2013
Dona Onça
Gastronomia
Os Sabores da Onçaa pauliceia saboreia a combinação da comida brasileira com tempero caipira
Texto: Décio Junior
Fotos: Mauro Holanda
Delícia fácil de preparar em casa
Junho | Julho 2013	 Estilo Damha | 53
Dona Onça
Gastronomia
gastronomia paulistana impressiona pela qua-
lidade e pela variedade. Na cidade que não
dorme, comida árabe tem. Chinesa, japonesa
e francesa também tem. Argentina, uruguaia
e espanhola não falta. Isso sem falar da italia-
na, da mexicana e, claro, da caipira. Sim, em São Paulo,
no Bar da Dona Onça o chamariz é o tempero da roça
paulista, aquele bem do interior, que vem do embrião de
São José do Rio Pardo, cidade do aclamado chef Jeffer-
son Rueda. Mas quem manda por essas bandas é Dona
Onça, Janaina Rueda.
Esposa de Jefferson, Janaina começou a carreira em
casa sem os palpites do marido, que só resolveu intervir
quando ela decidiu montar um bar. “Quando falei isso, ele
me disse: ‘então agora vem aqui que eu vou te ensinar
algumas coisas’, principalmente no preparo dos molhos,
pois não uso nada industrializado”, conta.
Aluna dedicada, Janaina já foi aclamada, recebeu
prêmios e hoje comanda uma equipe de 21 pessoas
que trabalha sob o olhar da Dona Onça. Mas, apesar
do apelido carinhoso que ganhou do marido, Janaina
é adorável, divertida, agradável, extremamente gentil
e, acima de tudo, mulher, que se divide para cuidar da
cozinha, dos filhos e do marido.
O Bar da Dona Onça completa cinco anos em 2013.
No cardápio paulista, ou caipira, um dos destaques
é a famosa rabada, um dos pratos mais vendidos. A
couve-flor por lá é à milanesa. O arroz, mexidinho com
feijão. O feijão, tropeiro. A carne, moída. A couve, ser-
vida com farinha.
Janaina explica que o interior paulista, em alguns mo-
mentos, se mistura com o mineiro, mas ela garante: “o
nosso tempero é paulista”, fazendo referência à região de
Rio PaRdo, assim mesmo, com o R bem foRte.
Além dos pratos caipiras, o Bar da Dona Onça também
oferece uma das melhores feijoadas da cidade, que aju-
da a aquecer os sábados frios que já começam a dar as
caras pela capital paulista.
Para saborear esses e outros pratos, vale a pena visi-
tar o Bar da Dona Onça. E para ficar com água na boca,
acompanhe a receita que ela presenteia os leitores da
Estilo Damha.
A
No comando com as mãos na massa (e nas carnes)
54 | Estilo Damha	 Junho | Julho 2013
Dona Onça
Gastronomia
ÚTIL:
Bar da Dona Onça
Av. Ipiranga, 200, República
São Paulo, SP
(11) 3129-7619
INGREDIENTES
Para o rosbife
250 g de file mignon em formato de bastonete
Sal a gosto
Pimenta do reino a gosto
50 ml de azeite
Para a salada
1 batata cozida em cubinhos aquecida
½ maçã verde cortada em brunoise
¼ de salsão cortado em brunoise
1 mandioquinha cozida, amassada e aquecida
1 colher de sopa de maionese
5 gotas de suco de limão
1 colher de sopa de salsinha picada
Sal a gosto
ROSBIFE CASEIRO COM SALADA DE BATATAS
MODO DE PREPARO
Rosbife
Em uma frigideira bem quente coloque o azeite,
doure o filé mignon por 3 minutos de um lado,
vire por mais 3 minutos do outro. Retire e deixe
descansar por 5 minutos.
Salada de batatas mornas
Misture todos os ingredientes em um bowl e re-
serve. Fatie o rosbife em rodelas de 1 cm e sirva
com a salada de batatas.
Requinte e com temperos simples de casa
Junho | Julho 2013	 Estilo Damha | 55
s cidades podem ser conhecidas e aprecia-
das a partir de diversas perspectivas. Nature-
za, monumentos históricos e aventuras são al-
gumas delas. Aqui, porém, propomos um tour
alternativo. Embora os itens também encham
os olhos, é o estômago quem fica mais satisfeito.
A
Gourmet Tour Damha
Gastronomia
GOURMET TOUR DAMHA
Os sabores das cidades onde a Damha está presente
Texto: Dirlene Ribeiro Martins
Caranguejo: o saboroso crustáceo que mereceu uma passarela com seu nome
Foto Filippe Araújo
A ideia é conhecer alguns lugares a partir de um tour gas-
tronômico e, para tal, escolhemos algumas cidades onde os
empreendimentos Damha já estão presentes e na cidade
onde está localizada sua sede (São Paulo). As opções vão
desde deliciosos pratos típicos até despretensiosos lanches
que chamam a atenção por suas histórias e curiosidades.
Nossa viagem começa por Aracaju (SE) e por uma
iguaria que é tão apreciada no local que até ganhou um
espaço em sua homenagem. Estamos falando da Passa-
rela do Caranguejo e, é claro, do crustáceo que leva esse
nome. Os menos habituados talvez tenham dificuldade
Aracaju/se
em ultrapassar o obstáculo representado pela carapaça
rígida do caranguejo, mas, ao provarem a carne branca,
macia e salgadinha, verão que o esforço valeu a pena.
Então, é bem capaz que se cansem de quebrar cascas
por não querer parar de comer o petisco.
56 | Estilo Damha	 Junho | Julho 2013
Gourmet Tour Damha
Gastronomia
Seguiremos agora até Campo Grande (MS) e, nova-
mente, o prato contemplado é tão importante para a po-
pulação que mereceu um monumento em frente ao Mer-
cado Municipal e foi registrado pela prefeitura como o
primeiro bem imaterial do patrimônio histórico e cultural
da cidade. Trata-se do sobá, iguaria feita com macarrão
cozido, carne suína (ou bovina), ovos em tiras e ceboli-
nha, acompanhados de um caldo quente cuja base é o
molho de soja. Essa delícia que não deixa dúvida da in-
fluência japonesa na cultura campo-grandense pode ser
encontrada na Feira Central de Campo Grande.
Já em São Paulo, o destino é o interior do estado, para
experimentar uma lenda, as famosas “Pamonhas, pamo-
nhas, pamonhas; pamonhas de Piracicaba”, que ficaram
conhecidas não só pelo jingle gravado na década de
1960, mas principalmente porque eram diferentes das fa-
bricadas em Minas Gerais. “O puro creme de milho” não
levava leite e era adoçado com açúcar cristal, além de a
embalagem usada ser a própria palha do milho. Atual­
mente, porém, é difícil encontrar a iguaria fora da Festa
do Milho Verde, que acontece sempre em março em Tan-
quinho, distrito de Piracicaba. Mas esse lapso, segundo
a direção do Centro Rural de Tanquinho, está com os dias
contados, pois em breve uma fábrica se encarregará de
fornecer pamonha o ano todo, e com o tradicional sabor.
Sobá: influência japonesa na culinária de Campo Grande
Banca do Edson: difícil escolher um só
Foto: Divulgação
Foto: Jorge Almoas
O puro creme de milho
Já em Uberaba (MG), fica difícil escolher um único
produto. Doces, queijos, temperos, são muitas as op-
ções. Na dúvida, o melhor é passar no Mercado Muni-
cipal, uma construção em forma de octógono que fica
na Praça Manoel Terra, e levar um pouco de cada coisa
para se deleitar. Se estiver com um bocadinho de pres-
sa e quiser pegar tudo num lugar só, a Banca do Edson
é uma boa pedida.
Foto: Divulgação
Piracicaba/sp
Uberaba/mg
CampoGrande/ms
Junho | Julho 2013	 Estilo Damha | 57
Em seguida, a parada é em Bueno de Andrada, para
provar o salgado que, em 2001, mereceu uma crônica do
araraquarense Ignácio de Loyola Brandão. As coxinhas
douradas, do Bar e Mercearia Freitas, comandado pelo
simpático casal Paulo e Sônia Freitas, transformaram o
pacato distrito de Araraquara (SP) em um ponto turístico
da região. O segredo, segundo Ignácio de Loyola, está
na “massa de batata crocante, recheio generoso, frango
desfiado em quantidade, bem temperado”. E algumas
coisas mudaram desde a primeira visita do cronista ao
lugar. Agora, para quem não quiser se ater ao salgado
tradicional, há outras dez opções de coxinhas, que vão
desde a de camarão até a de brócolis.
Já em São Carlos (SP), a opção é pelo lanche, tão
apreciado pelos milhares de estudantes que lotam repú-
blicas e lanchonetes da cidade. E, óbvio, para matar a
fome dessa gurizada, quanto maior, melhor. Nesse que-
sito, o Trem Bão já detém um recorde, o de ter produzi-
do o maior sanduíche comercializado do mundo, o Trem
Godzilla, que, entre outros ingredientes, leva 26 kg de
presunto e queijo, 100 hambúrgueres, 60 ovos, 7 kg de
calabresa e 6 kg de cebola. E agora, segundo Ronei Pilla,
um dos sócios da empresa, a próxima meta é entrar para
o Guinness Book com o maior sanduíche do planeta, ul-
trapassando o lanche de quase uma tonelada produzido
por uma lanchonete americana.
Gourmet Tour Damha
Gastronomia
ÚTIL:
Feira Central
Rua 14 de Julho, 3351
Campo Grande (MS)
Quartas e sextas-feiras,
a partir das 17 h, e aos
sábados, a partir das 10 h
Banca do Edson
Mercado Municipal de Uberaba,
Box 19/20, (34) 3333-2262
Pça Manoel Terra, s/n,
Uberaba (MG)
Segunda a sábado, das 6 h às
18 h, domingo, 6 h às 12 h
Coxinhas douradas: só um cronista consegue descrever
Trem Bão: o lanche de dois andares
Centro Rural de Tanquinho
Rua Américo Faganello, s/n
(19) 3431-1266
Distrito de Tanquinho
Piracicaba (SP)
Finais de semana
Bar e Mercearia Freitas
Av. Nilo Rodrigues da Silva, 15
(16) 3335-4176
Distrito de Bueno de Andrada
Araraquara, SP
Terça a domingo, das 19 h
às 22 h
Passarela do Caranguejo
Orla da Praia de Atalaia,
Aracaju (SE)
Trem Bão Burger & Grill
(Trembão USP)
Rua Carlos de Camargo Salles,
500, Jd. Lutfalla, São Carlos (SP)
(16) 3501-4633
Domingo a quinta, das 18 h
às 2 h, de sexta e sábado,
das 18 h às 6 h
Foto: Dirlene Ribeiro Martins
Foto: Dirlene Ribeiro Martins
Araraquara/sp
SãoCarlos/sp
58 | Estilo Damha	 Junho | Julho 2013
Gourmet Tour Damha
Gastronomia
a capital paulistana tudo é superlativo. É a ci-
dade dos grandes números, das misturas, de
tudo um pouco ou muito de tudo. São Paulo
é um verdadeiro mosaico de culturas que se
reflete diretamente em sua identidade e, óbvio,
em sua cozinha. Afinal, estamos falando de um dos maio-
res centros gastronômicos do mundo.
São 52 nacionalidades e regionalidades que podem
ser observadas nos temperos e influências dos pratos. É
só pensar em determinada culinária que São Paulo tem.
Seja turista ou morador, sempre há algum prato que agra-
de e que caiba no bolso.
Como seria difícil escolher um único prato que repre-
sentasse a capital paulistana, optamos por algumas igua-
rias que inspiraram histórias curiosas ou que caíram no
gosto popular.
N
são paulo para
todos os gostosPratos que, além de deliciosos, têm muita história para contar
Texto e fotos: Dirlene Ribeiro Martins
Bisteca do Sujinho: porções generosas e suculentas
Junho | Julho 2013	 Estilo Damha | 59
Gourmet Tour Damha
Gastronomia
É o caso da bisteca bovina do Sujinho, bar cuja história
e tradição estão ligadas à boemia paulistana. Hoje, são
cinco casas da rede, mas a primeira delas, que nasceu
na Rua da Consolação, 2078, esquina com a Rua Ma-
ceió, é a mais conhecida. Quando abriu as portas, lá pela
década de 1920, funcionava como um misto de boteco e
armazém, mas logo começou a fazer sucesso pela biste-
ca de boi, preparada em brasa de carvão e servida em
porções generosas.
O nome Sujinho foi dado pelos próprios clientes e, o
que poderia ser um antimarketing, funcionou bem e foi
assumido pelos proprietários. Porém, a maior propagan-
da da casa foi feita pelo ex-presidente Lula, em 1994.
Quando saía de uma churrascaria em Nova York, recla-
mou do filé de 60 dólares que havia comido e disse: “A
bisteca do Sujinho é muito melhor”.
Já no Bar e Lanches Estadão, boteco 24 horas que é
um ícone da cidade, a dica é experimentar o suculento
lanche de pernil, o item mais pedido do cardápio. Por dia,
são consumidas 30 peças de pernil, que na versão tradi-
cional vem acompanhado de cebola, tomate e pimentão,
tudo envolvido pelo pão francês.
O “pernil do Estadão”, como é mais conhecido, é uma
referência ao jornal O Estado de S. Paulo, que ficava ao
lado do bar nos anos 1970 e lotava o balcão com seus
jornalistas esfomeados. Hoje, mesmo de madrugada, o
local fica cheio de motoristas de táxi, policiais e boêmios
em geral.
Ainda no quesito lanche, vale a pena experimentar o
bauru do Ponto Chic, bar inaugurado no Largo do Paissan-
du, em 1922, em plena efervescência da Semana de Arte
Moderna. O sanduíche famoso só surgiria anos depois,
quando o bar recebeu a visita de Casimiro Pinto Neto,
que era conhecido na Faculdade de Direito da USP, no
Largo de São Francisco, pelo apelido de “Bauru”. Ele era
frequentador do Ponto Chic e, em uma noite de 1936, atra-
sado para uma partida de sinuca, pediu a um funcionário
do local para montar o famoso lanche pela primeira vez.
Ainda hoje, quem frequenta alguma das quatro lojas da
rede, três na capital e uma em Ribeirão Preto, e pede um
bauru, recebe abundante recheio de rosbife mais uma
mistura de quatro tipos de queijo derretidos em banho-
maria, fatias de tomate e pepino acomodados em um pão
francês sem miolo. Depois dessa descrição é fácil en-
tender por que muitos paulistanos esbravejam ao verem,
em algum cardápio, um bauru montado com presunto,
queijo, tomate e orégano.
Yakissoba da Feirinha da Liberdade:
vale a pena enfrentar a fila
Bauru do Ponto Chic:
quatro tipos de queijo derretidos em banho-maria
Pernil do Estadão:
o preferido dos jornalistas esfomeados
60 | Estilo Damha	 Junho | Julho 2013
Gourmet Tour Damha
Gastronomia
Quem não se incomoda em comer em pé, encostado
em muros ou até sentado na escadaria do metrô, tem no
yakissoba da Feirinha da Liberdade, que acontece na
praça e bairro de mesmo nome, uma boa opção. A fila é
enorme, mas a eficiência dos atendentes faz com que ela
ande bem rápido. Além disso, a primeira garfada (para
quem não tem intimidade com o hashi) leva embora qual-
quer incômodo. O preço também é convidativo (o marmi-
tex pequeno R$ 12,00 e o grande, R$ 14,00), e o fato de
ficar bem próximo ao metrô ajuda na locomoção.
E já que se está por lá, é uma boa ideia aproveitar para
conhecer as outras barracas, tomar um suco natural (o
de goiaba é muito bom!) ou um saquê (cerveja também
tem, é claro) e fechar o almoço com um doce de feijão,
chamado azuki, uma das sobremesas preferidas por
quem frequenta a Feira.
Por fim, mas não menos famoso, temos o sanduíche de
mortadela do Mercadão. O lugar escolhido para apreciar
a iguaria é o Bar do Mané, que está ali desde a inaugura-
ção do Mercado Municipal Paulistano, em 1933, e é res-
ponsável por criar, na década de 1970, o lanche que atrai
milhões de pessoas todos os anos. Quem pede o lanche
se depara com nada menos do que 250 g de mortadela,
então, não é por acaso que o lema no Bar é “aqui, o que
tem menos é o pão”.
Ainda no Mercadão, é divertido parar nas barracas
(são 275 boxes ao todo) e observar bem os produtos, tirar
dúvidas, conhecer novos ingredientes e, claro, degustar.
Mas é bom estar preparado para encontrar muita gente
que teve a mesma ideia. Diariamente, circulam por lá de
11.000 a 25 000 pessoas.
ÚTIL:
Restaurante Sujinho
Rua da Consolação, 2078
(11) 3231-5207
Todos os dias, das 12 h às
5 da madrugada
Bar e Lanches Estadão
Viaduto 9 de Julho, 193, Centro
(11) 3257-7121
Atendimento 24 horas
Ponto Chic
Largo do Paissandu, 27,
República, (11) 3222-6528
Seg. a sábado, das 10 h às 22 h
Feira de Arte, Artesanato
e Cultura da Liberdade
Praça da Liberdade, s/n,
Liberdade, (11) 3208-5090
Sábado, das 9 h às 18h,
domingo, das 9 às 19 h
Bar do Mané
Mercado Municipal Paulistano,
Rua da Cantareira, 306, E-14,
(11) 3228-2141
Todos os dias, das 4 h às 17
Sanduíche de mortadela do Mercadão: o que tem menos é o pão
Junho | Julho 2013	 Estilo Damha | 61
Eduardo Amuri
ColunaEconomia
randes fatos acontecem por conta da nossa
impulsividade. Namoros começam e termi-
nam, carros são comprados, ofensas são
ditas. No geral, a impulsividade é tida como
algo ruim. Mas e se pudéssemos tirar proveito
dela para melhorar nossa vida financeira? E se pudésse-
mos utilizar o impulso para criar bons hábitos?
Se você optou por ler este texto (e se você já chegou
até aqui), é bem provável que tenha interesse, mesmo
que mínimo, em melhorar sua relação com o dinheiro de
alguma forma. Essa vontade existe agora, mas pode su-
mir daqui algumas horas. Por isso, o melhor momento
para promover qualquer mudança é sempre o “agora”.
Não existe força de vontade futura. O regime pensado
no sábado com promessa de ser colocado em prática
na segunda-feira tem grandes chances de nem começar.
Nosso “eu do futuro” terá outras preocupações. Ele nem
se lembrará da tal promessa.
Trazendo para o viés financeiro, sobram opções.
Quando você estiver analisando seu extrato e perce-
ber que tem mais dinheiro do que imaginava que ti-
nha, transfira essa sobra para a poupança, na hora.
Aproveite o cenário favorável, você já está sentado no
computador, seu internet banking já está aberto, a mo-
bilização é pequena. Se o dinheiro fizer falta mais para
a frente, você resgata, mas, a princípio, separe.
Geralmente, após lermos um texto que fala sobre or-
ganização financeira estamos motivados a tomar alguma
providência. Se o chamariz da vitrine nos faz comprar o
que não planejamos, por que não utilizar a reflexão cau-
sada por um texto para motivar uma ação que reconhe-
cemos como benéfica?
Outras ações menos diretas, mas igualmente eficien-
tes, podem ser tomadas sempre que essa boa vontade
surgir. Não necessariamente conseguiremos reduzir gas-
tos que já temos, mas podemos, com relativa facilidade,
eliminar gatilhos de compra. São pequenos cenários e
situações na nossa rotina que disfarçadamente nos im-
pulsionam a gastar mais. Geralmente é um gasto bobo,
com algo que não agrega tanto assim, que não nos fará
falta. Podemos cancelar a assinatura de uma newsletter
que nos envia ofertas de coisas que não precisamos todo
santo dia, por exemplo, ou podemos finalmente tomar co-
ragem para ligar para a operadora de celular e optar por
um plano mais simples, que já atende ao que necessi-
tamos. O mesmo vale para planos de TV por assinatura.
Muitas vezes, o que precisa ser feito já está bem claro,
falta só deixar a preguiça de lado e agir. Mais do que
grandes sacadas e teorias econômicas, o que compõe
uma vida financeira próspera são as pequenas ações.
G
A IMPULSIVIDADE
POSITIVA
O melhor momento para
promover qualquer mudança
é sempre o “agora”
Foto:Divulgação
Eduardo Amuri - Formado em psicologia econômica, escreve sobre finanças e comportamento também no
PapodeHomem (papodehomem.com.br) e no Dinheirama (dinheirama.com).
62 | Estilo Damha	 Junho | Julho 2013
Foto:Divulgação
Márcio Moreira
ColunaGastronomia
Marcio Moreira – O chef Marcio Moreira, do alto dos seus 20 anos da área da gastronomia, detém vasta
experiênca acumulada no mundo dos sabores e é essa bagagem que lhe permite hoje prestar serviços pela
empresa 2M Soluções Gastronômicas para restaurantes e rede hoteleira, ministrando palestras e oficinas em
boa parte do país. O chef destacou-se durante 7 anos como coordenador e chef de cozinha da culinária do
programa Mais Você da Rede Globo, pela sua capacidade de criar pratos com sabores do nosso Brasil.
ecidi inspirar minha primeira coluna na Estilo
Damha com um tema que está diretamente re-
lacionado às nossas vidas, afinal, quem pode
dizer que nunca acordou de mau humor ou
perdeu a paciência com alguma coisa e aca-
bou tendo um dia “daqueles”?
Poucas pessoas sabem, mas alguns alimentos têm o
poder mágico de melhorar o humor e nos deixar mais
alegres. Se para você o simples fato de se preparar para
uma boa refeição já é suficiente para abrir um sorriso,
imagine poder escolher alimentos que mudam a química
do cérebro e melhoram o humor.
Alguém lhe disse, por exemplo, que alimentos verdes
ajudam a combater a tristeza e que, para superar essa
“fase ruim”, você pode estar precisando de um bom
prato de espinafre? A deficiência no consumo de ácido
fólico (presente principalmente em folhas verdes e legu-
minosas) leva a variações no humor que podem chegar à
depressão. Além disso, para manter o ânimo, controlar a
ansiedade e ativar os neurotransmissores reguladores do
humor é necessária uma boa dose de ômega 3 e selênio,
encontrados nas nozes, castanhas e peixes, enquanto o
zinco, presente nos frutos do mar, arroz, bananas e laran-
jas, pode contribuir para o bom humor porque sua ação
estimula as células nervosas.
O triptofano está relacionado ao controle do sono, do
ânimo e do bem-estar. Se você não passa um dia sem um
pedacinho de chocolate (que contém doses generosas
do aminoácido) sabe do que estou falando. Felizmente,
pode ser encontrado também em outros alimentos deli-
ciosos e menos calóricos, como queijo cottage, tofu, fei-
jão e grão-de-bico.
Café da manhã é um item indispensável para repor os
açúcares consumidos durante o sono, controlando o mau
humor e a ansiedade, mas ranzinzas crônicos precisam
também colocar em dia as doses de vitamina B, neces-
sárias para aproveitar os carboidratos na condução dos
impulsos nervosos e controle da depressão. É preciso
também investir no consumo de minerais presentes em
sementes e castanhas oleaginosas.
Para completar, que tal consumir alguns minerais? As
sementes de abóbora torradas, por exemplo, são uma
forma de combater a vontade de sair por aí quebrando
tudo, uma vez que são ricas em magnésio e potássio,
elementos básicos essenciais para o aproveitamento da
energia e para manter a fadiga bem longe. Esses ele-
mentos também são encontrados em outras sementes e
em castanhas oleaginosas em geral – de quebra, são ri-
cas em cobre, que funciona como “combustível celular”.
Se o melhor a fazer é aproveitar a fome para saciar-se
e recuperar o bom humor, eu não ia deixar você assim,
sem uma ótima receita, fácil e prática, para recarregar
as energias.
Aprecie a felicidade sem moderação. Bom apetite!
D
ALIMENTE
O BOM HUMOR
Alguns alimentos têm o poder
mágico de nos deixar mais alegres
Junho | Julho 2013	 Estilo Damha | 63
Márcio Moreira
ColunaGastronomia
INGREDIENTES
Peixe
2 lombos (250 g cada) de badejo,
cherne ou namorado com pele
Sal e pimenta do reino branca a gosto
Azeite
Pesto
170 g de azeitonas pretas sem caroço
1 dente de alho pequeno
50 g de castanhas-do-pará tostadas
50 g de parmesão
50 g de mostarda dijon em grãos
100 ml de azeite
Sal e pimenta a gosto
Dica do Chef: BADEJO ALEGRIA
MODO DE PREPARO
Refogado de Acelga
1 colher (sobremesa) de manteiga
1 colher (sopa) de cebola picadinha
1 dente de alho picadinho
½ xícara (chá) de lentilha cozida
“al dente” em água e sal
150 g de acelga cortada em partes
80 g de tomate cereja cortado ao meio
20 ml de caldo de frango
50 g de castanha de caju triturada
Folhas de hortelã picadas
Sal e pimenta do reino
Peixe
Tempere o peixe com sal e pimenta do reino e
grelhe por 3 minutos de cada lado com pouco
azeite em frigideira antiaderente. Mantenha no
forno aquecido a 180ºC por 5 minutos.
Refogado de Acelga
Numa frigideira em fogo médio coloque a man-
teiga e refogue a cebola e o alho, junte a lenti-
lha, a acelga e o tomate. Cozinhe até murchar.
Acrescente o caldo de frango. Polvilhe as fo-
lhas de hortelã picadas e a castanha de caju e
tempere com sal e pimenta do reino.
Pesto
Bata todos os ingredientes no liquidificador.
Mantenha na geladeira.
Montagem
Num prato fundo coloque o refogado e, por
cima, o lombo do peixe grelhado. Faça uma
quenelle com o pesto e disponha sobre o peixe.
Sirva imediatamente. Rende 2 porções.
Foto:Divulgação
64 | Estilo Damha	 Junho | Julho 2013
Férias x Filhos
EspecialFérias
Envolver os filhos no planejamento
das férias é uma boa ideia
Texto: Dirlene Ribeiro Martins
Fotos: Divulgação
FÉRIAS
ESCOLARES:
ÉPOCA DE TENTAR
COISAS NOVAS
s férias de julho estão chegando e, para mui-
tas famílias, principalmente aquelas em que
há crianças pequenas, pode ser uma época
de problemas na rotina familiar. Os pais ficam
divididos entre os compromissos de trabalho e
sociais e os desejos dos filhos de aproveitarem ao máxi-
mo os dias sem aula.
Para crianças e jovens é uma delícia poder acordar mais
tarde, sem se preocupar com horários ou tarefas, e ficar
mais tempo em frente ao computador ou à TV, por exem-
plo. Aliás, nos primeiros dias de recesso escolar, é justa-
mente aos eletrônicos que eles recorrem. Mas, por incrível
que pareça, até isso cansa. E é nesse momento que po-
dem surgir conflitos entre o que os filhos desejam fazer e o
que os pais querem deixar ou podem acompanhar.
Embora alguns filhos não se importem, ou até dese-
jem, ficar em casa, com ou sem a presença de um adulto,
para alguns pais isso é motivo de preocupação. Então,
existem as opções tradicionais: os acampamentos, as
férias na casa de outros parentes, os cursos de “férias”.
A
Junho | Julho 2013	 Estilo Damha | 65
Filhos
EspecialFérias
A cirurgiã dentista Daniela Nussbaumer, de Campo
Grande (MS), acredita que a mudança na rotina duran-
te o recesso escolar tem suas vantagens, pois os pais
também tiram “férias” do vaivém de uma aula para outra
dos filhos. Ela e o marido, o engenheiro Filinto, gostariam
de poder compartilhar o mesmo período de férias dos fi-
lhos, mas, como não é possível, conciliam atividades que
podem realizar nos finais de semana juntos e também in-
centivam o convívio com os avós.
Aliás, a visita aos avós, que moram no Rio Grande do
Sul, é a primeira e obrigatória etapa de todas as férias.
“Na casa de veraneio dos avós, a criançada se diverte
com banho de rio, piscina, caiaques, pedalinhos, lan-
chas, caminhadas ecológicas, pescarias”, conta Danie-
la. A criançada, no caso, sãos os filhos Henrique, de 12
anos, e Valentina, de 8 anos.
Daniela reconhece que os ajustes na casa recém-inau-
gurada no Residencial Damha II, em Campo Grande, e
o fato de ela e um grupo de amigos terem assumido a
diretoria da associação de moradores não têm permiti-
do viagens muito longas, mas isso não representa um
problema, porque a família apela para a criatividade.
“Sempre que possível, realizamos viagens curtas, de
finais de semana, aos principais paraísos da região,
como ao Pantanal do Mato Grosso do Sul, à Fazenda
São José, onde meus filhos entram em contato cons-
tante com a natureza e aprendem a cuidar do seu pa-
trimônio”, diz.
Mudança na rotina
Daniela Nussbaumer em pescaria com os filhos e parentes
66 | Estilo Damha	 Junho | Julho 2013
Filhos
EspecialFérias
Para a cirurgiã dentista, um prazer especial é poder
juntar amigos, tios e avós para pescarias que duram o
dia inteiro: “A visão dos cardumes é maravilhosa e a sen-
sação das crianças ao fisgarem um peixe grande é in-
descritível!”. Além disso, como o residencial proporciona
várias opções de lazer e o casal gosta de casa cheia,
incentivam os filhos a chamarem os amigos. “As férias
também clamam por um cineminha com pipoca, uma far-
ra na piscina e pizza com a galera da escola. Festa do
pijama, então, é toda a semana!”, conta.
Já a psicóloga Daniela Lacerda, mãe de Pedro, de 7
anos, e de Helena, de 2 anos, procura, junto como mari-
do, Anderson, se organizar para passarem pelo menos 20
dias fora de casa durante as férias das crianças, indepen-
dentemente de ser uma viagem longe ou perto de onde
moram, Campinas (SP). “Acreditamos que mudar a rotina
durante pelo menos 20 dias por ano, organizar a rotina de
outra forma, ir a outros lugares, nos faz conseguir avaliar
o que estamos fazendo, nos dá a possibilidade de mudar
ou continuar aquilo que nos faz bem”, explica.
A prioridade do casal campineiro é que o entretenimen-
to das crianças se dê fora de casa, seja com sol, chuva,
frio ou calor, até para que os filhos possam reconhecer
cada época do ano por meio da natureza. “Descobrimos
que brincar em parques, com coisas da natureza, é o que
mais tranquiliza uma criança. Diferentemente dos meios
eletrônicos, como TV, computador, videogames, que dei-
xam as crianças mais agitadas”, diz a psicóloga.
A psicóloga Daniela com o marido e os filhos no zoológico
Junho | Julho 2013	 Estilo Damha | 67
Filhos
EspecialFérias
Maria Irene Maluf, especialista em psicopedagogia e
em educação especial, defende que as crianças devem
ser levadas a compreender, por meio de conversas amis-
tosas e realistas, adequadas à sua etapa de crescimento,
que nem todos os pais podem arcar com viagens longas
e nem sempre eles poderão estar juntos. Mas precisam
perceber, também, que as férias podem ser um bom pe-
ríodo para aprenderem coisas interessantes e para serem
mais independentes e maduros.
Uma boa ideia, segundo Irene, é envolver as crianças
e os jovens no planejamento das férias e procurar equili-
brar dias e horários reservados para atividades dirigidas,
obrigatórias, que serão cobradas pelos pais, e um tem-
po livre em que entram brincadeiras, visitas, passeios,
viagens, computador, jogos, esportes, leitura, cinema,
etc. (Na seção Varal, trazemos algumas dicas de livros
e filmes que podem agradar tantos às crianças e jovens
quanto aos adultos.)
Irene acredita que as tarefas dirigidas são instrutivas,
uma vez que criam hábitos ao longo do tempo. Entre elas
está a sempre necessária arrumação de armários, do
material escolar, brinquedos, roupas, uniformes, etc. “Os
pequenos podem participar junto com os irmãos mais ve-
lhos ou um adulto da tarefa. Ainda podem escrever (ou
desenhar) as etiquetas para as gavetas, consertar caixas
de brinquedos com fita adesiva, separar brinquedos que
não usam mais... Já os mais velhos têm aí a oportunidade
de começar a aprender a se cuidar nas ruas, a pegar
um táxi, metrô, ônibus, e, já que podem começar a ir e
vir sozinhos, após uns dias de supervisão, podem ir ao
dentista, por exemplo, ou fazer alguma compra”, explica.
A psicopedagoga sugere ainda que os pais se reúnam
com vizinhos que tenham filhos da mesma faixa etária e
contratem um recreacionista para passar um período do
dia com as crianças no playground ou no salão de festas
do condomínio. “As brincadeiras, os jogos, os esportes
poderão ser dirigidos e muita experiência boa vai acon-
tecer com certeza! Assim, os pais trabalharão mais sos-
segados e as férias da criança serão instigantes e diver-
tidas, como se ela fosse a uma festa diariamente!”, diz.
Equilíbrio entre as diversas atividades
Crianças se divertem com segurança nos residenciais Damha
68 | Estilo Damha	 Junho | Julho 2013
EditorialModa
bençoado o país que vive em cores nos 365 dias –
vantagem dos trópicos.
Mesmo seguindo as tendências das passarelas
internacionais, temos total permissão para usar e
abusar de cores e estampas, assim, nosso inverno
torna-se menos sóbrio e sisudo.
A elegância característica da estação mais fria do ano fica a
cargo dos tecidos nobres, das sedas pesadas como o shan-
tung e da intensidade dos tons de verde, azul e vermelho, sem-
pre mais fechados.
Complementos como maxicolares e sobreposições transmi-
tem a sensação de liberdade na hora de compor o visual, so-
bretudo em situações de maior descontração.
Estampas orientais, grafismos em preto e branco e outras
informações étnicas aparecem em saias, vestidos e na vol-
ta triunfal do terno, um tema à parte nas coleções. Presença
obrigatória nos guarda-roupas corporativos, ele retorna à cena
para derrubar o mito de composição”engessada”: os modeli-
tos atuais são coloridos ou estampados e com corte feminino,
mas não romântico.
Assim se apresentam também os detalhes de babados e
pregas, com foco na estrutura e arquitetura dos cortes.
Calças de corte reto e pantalonas desfilam na mesma pro-
porção, e a pele fake, politicamente correta, ainda se faz pre-
sente em detalhes de golas e barras.
Casacos amplos cumprem o papel de proteção, mas em
tons claros e, em muitas ocasiões, diretamente sobre a pele,
fazendo as vezes de paletós – um charme à parte para quem
gosta de inovar. Além deles, o sobretudo sem gola ressurge
em revival dos anos 60.
Finalizando as produções, tanto maxibolsas como clutches
se unem a botas, scarpins altíssimos e sapatilhas: nada
mais eclético!
A
MUITA COR
PARA NOSSO
INVERNO
TROPICAL!
Estampas e cores tornam nosso
inverno menos sóbrio e sisudo
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5
Revista Estilo Damha Nº 5

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

CULTURARTEEN 146 - abril 2015
CULTURARTEEN 146 - abril 2015CULTURARTEEN 146 - abril 2015
CULTURARTEEN 146 - abril 2015Pery Salgado
 
Informação Completa 99 - agosto 2014
Informação Completa 99 - agosto 2014Informação Completa 99 - agosto 2014
Informação Completa 99 - agosto 2014Pery Salgado
 
CULTURARTEEN 141 - dezembro 2014
CULTURARTEEN 141 - dezembro 2014CULTURARTEEN 141 - dezembro 2014
CULTURARTEEN 141 - dezembro 2014Pery Salgado
 
O Guaracy Edição 173 - Versão Online
O Guaracy Edição 173 - Versão OnlineO Guaracy Edição 173 - Versão Online
O Guaracy Edição 173 - Versão OnlineEudes Sousa
 
Transformando Sonho em Realidade!
Transformando Sonho em Realidade!Transformando Sonho em Realidade!
Transformando Sonho em Realidade!Lan House Evolution
 
Jornal a hora (106) 16 a-30-06-17
Jornal a hora (106) 16 a-30-06-17Jornal a hora (106) 16 a-30-06-17
Jornal a hora (106) 16 a-30-06-17Carlos Ferreira
 
Mudança de cultura ou cultura de mudança: na era digital, como conectar o mun...
Mudança de cultura ou cultura de mudança: na era digital, como conectar o mun...Mudança de cultura ou cultura de mudança: na era digital, como conectar o mun...
Mudança de cultura ou cultura de mudança: na era digital, como conectar o mun...Pimenta Cultural
 
CULTURARTEEN 140 - edição extra - DESTAQUE ESCOLAR 2014
CULTURARTEEN 140 - edição extra - DESTAQUE ESCOLAR 2014CULTURARTEEN 140 - edição extra - DESTAQUE ESCOLAR 2014
CULTURARTEEN 140 - edição extra - DESTAQUE ESCOLAR 2014Pery Salgado
 
Jornal o guaracy edição 164
Jornal o guaracy edição 164Jornal o guaracy edição 164
Jornal o guaracy edição 164Eudes Sousa
 
CULTURARTEEN 144 - fevereiro 2015
CULTURARTEEN 144 - fevereiro 2015CULTURARTEEN 144 - fevereiro 2015
CULTURARTEEN 144 - fevereiro 2015Pery Salgado
 
CULTURARTEEN 131 - março 2014
CULTURARTEEN 131 - março 2014CULTURARTEEN 131 - março 2014
CULTURARTEEN 131 - março 2014Pery Salgado
 
CULTURARTEEN 147 - maio 2015
CULTURARTEEN 147 - maio 2015CULTURARTEEN 147 - maio 2015
CULTURARTEEN 147 - maio 2015Pery Salgado
 
CULTURARTEEN 139 novembro 2014
CULTURARTEEN 139 novembro 2014CULTURARTEEN 139 novembro 2014
CULTURARTEEN 139 novembro 2014Pery Salgado
 
Revista Estilo Damha - Out/Nov 2013
Revista Estilo Damha - Out/Nov 2013Revista Estilo Damha - Out/Nov 2013
Revista Estilo Damha - Out/Nov 2013Damha Urbanizadora
 
Carta fevereiro 2014
Carta fevereiro 2014Carta fevereiro 2014
Carta fevereiro 2014Distrito4680
 
CULTURARTEEN 148 junho 2015
CULTURARTEEN 148 junho 2015CULTURARTEEN 148 junho 2015
CULTURARTEEN 148 junho 2015Pery Salgado
 

Mais procurados (20)

CULTURARTEEN 146 - abril 2015
CULTURARTEEN 146 - abril 2015CULTURARTEEN 146 - abril 2015
CULTURARTEEN 146 - abril 2015
 
Informação Completa 99 - agosto 2014
Informação Completa 99 - agosto 2014Informação Completa 99 - agosto 2014
Informação Completa 99 - agosto 2014
 
CULTURARTEEN 141 - dezembro 2014
CULTURARTEEN 141 - dezembro 2014CULTURARTEEN 141 - dezembro 2014
CULTURARTEEN 141 - dezembro 2014
 
O Guaracy Edição 173 - Versão Online
O Guaracy Edição 173 - Versão OnlineO Guaracy Edição 173 - Versão Online
O Guaracy Edição 173 - Versão Online
 
Transformando Sonho em Realidade!
Transformando Sonho em Realidade!Transformando Sonho em Realidade!
Transformando Sonho em Realidade!
 
Jornal a hora (106) 16 a-30-06-17
Jornal a hora (106) 16 a-30-06-17Jornal a hora (106) 16 a-30-06-17
Jornal a hora (106) 16 a-30-06-17
 
Mudança de cultura ou cultura de mudança: na era digital, como conectar o mun...
Mudança de cultura ou cultura de mudança: na era digital, como conectar o mun...Mudança de cultura ou cultura de mudança: na era digital, como conectar o mun...
Mudança de cultura ou cultura de mudança: na era digital, como conectar o mun...
 
CULTURARTEEN 140 - edição extra - DESTAQUE ESCOLAR 2014
CULTURARTEEN 140 - edição extra - DESTAQUE ESCOLAR 2014CULTURARTEEN 140 - edição extra - DESTAQUE ESCOLAR 2014
CULTURARTEEN 140 - edição extra - DESTAQUE ESCOLAR 2014
 
Jornal o guaracy edição 164
Jornal o guaracy edição 164Jornal o guaracy edição 164
Jornal o guaracy edição 164
 
CULTURARTEEN 144 - fevereiro 2015
CULTURARTEEN 144 - fevereiro 2015CULTURARTEEN 144 - fevereiro 2015
CULTURARTEEN 144 - fevereiro 2015
 
Jornal Claudionor 65214
Jornal Claudionor 65214Jornal Claudionor 65214
Jornal Claudionor 65214
 
CULTURARTEEN 131 - março 2014
CULTURARTEEN 131 - março 2014CULTURARTEEN 131 - março 2014
CULTURARTEEN 131 - março 2014
 
CULTURARTEEN 147 - maio 2015
CULTURARTEEN 147 - maio 2015CULTURARTEEN 147 - maio 2015
CULTURARTEEN 147 - maio 2015
 
CULTURARTEEN 139 novembro 2014
CULTURARTEEN 139 novembro 2014CULTURARTEEN 139 novembro 2014
CULTURARTEEN 139 novembro 2014
 
Revista Estilo Damha - Out/Nov 2013
Revista Estilo Damha - Out/Nov 2013Revista Estilo Damha - Out/Nov 2013
Revista Estilo Damha - Out/Nov 2013
 
Carta fevereiro 2014
Carta fevereiro 2014Carta fevereiro 2014
Carta fevereiro 2014
 
CULTURARTEEN 148 junho 2015
CULTURARTEEN 148 junho 2015CULTURARTEEN 148 junho 2015
CULTURARTEEN 148 junho 2015
 
Revista Downtown
Revista DowntownRevista Downtown
Revista Downtown
 
Jornal digital 4694_seg_22062015
Jornal digital 4694_seg_22062015Jornal digital 4694_seg_22062015
Jornal digital 4694_seg_22062015
 
Revista downtown abr/mai 2014
Revista downtown abr/mai 2014Revista downtown abr/mai 2014
Revista downtown abr/mai 2014
 

Destaque

Desvendando os Paranauês do Sound High-Tech
Desvendando os Paranauês do Sound High-TechDesvendando os Paranauês do Sound High-Tech
Desvendando os Paranauês do Sound High-TechPedro Amorim
 
Aprendo a contar!
Aprendo a contar!Aprendo a contar!
Aprendo a contar!Laurica2106
 
Bonito é ser feliz!!!
Bonito é ser feliz!!!Bonito é ser feliz!!!
Bonito é ser feliz!!!anacarolinaos
 
Nova luz
Nova luzNova luz
Nova luzeeciaap
 
Rede cidadao digital
Rede cidadao digitalRede cidadao digital
Rede cidadao digitalcidadaoemrede
 
Parceria entre emunah invest e parceiro palestra gratuita sobre 13º
Parceria entre emunah invest e parceiro   palestra gratuita sobre 13ºParceria entre emunah invest e parceiro   palestra gratuita sobre 13º
Parceria entre emunah invest e parceiro palestra gratuita sobre 13ºEmunah Invest
 
Oficina Técnica da INDA em Belém no Consegi
Oficina Técnica da INDA em Belém no ConsegiOficina Técnica da INDA em Belém no Consegi
Oficina Técnica da INDA em Belém no Conseginitaibezerra
 
Certificate for Product Owner
Certificate for Product OwnerCertificate for Product Owner
Certificate for Product OwnerIsha Syal
 
Diadacrianca direitosedeveresppt
Diadacrianca direitosedeverespptDiadacrianca direitosedeveresppt
Diadacrianca direitosedeverespptIsabel Amorim
 
Anne Frank
Anne FrankAnne Frank
Anne FrankAmora BE
 

Destaque (20)

Capuchinho vermelho
Capuchinho vermelhoCapuchinho vermelho
Capuchinho vermelho
 
Diapositiva clic derecho
Diapositiva clic derechoDiapositiva clic derecho
Diapositiva clic derecho
 
Atendi turismo
Atendi turismoAtendi turismo
Atendi turismo
 
Desvendando os Paranauês do Sound High-Tech
Desvendando os Paranauês do Sound High-TechDesvendando os Paranauês do Sound High-Tech
Desvendando os Paranauês do Sound High-Tech
 
Aprendo a contar!
Aprendo a contar!Aprendo a contar!
Aprendo a contar!
 
Bonito é ser feliz!!!
Bonito é ser feliz!!!Bonito é ser feliz!!!
Bonito é ser feliz!!!
 
Nova luz
Nova luzNova luz
Nova luz
 
Rede cidadao digital
Rede cidadao digitalRede cidadao digital
Rede cidadao digital
 
O tesouro
O tesouroO tesouro
O tesouro
 
Parceria entre emunah invest e parceiro palestra gratuita sobre 13º
Parceria entre emunah invest e parceiro   palestra gratuita sobre 13ºParceria entre emunah invest e parceiro   palestra gratuita sobre 13º
Parceria entre emunah invest e parceiro palestra gratuita sobre 13º
 
CELULAR NO PORTA-LUVAS
CELULAR NO PORTA-LUVASCELULAR NO PORTA-LUVAS
CELULAR NO PORTA-LUVAS
 
Oficina Técnica da INDA em Belém no Consegi
Oficina Técnica da INDA em Belém no ConsegiOficina Técnica da INDA em Belém no Consegi
Oficina Técnica da INDA em Belém no Consegi
 
Soluciones Joomla! - ALKAID
Soluciones Joomla! - ALKAIDSoluciones Joomla! - ALKAID
Soluciones Joomla! - ALKAID
 
Mídias+so..[1]
Mídias+so..[1]Mídias+so..[1]
Mídias+so..[1]
 
Vane
VaneVane
Vane
 
Atitudes de presevação
Atitudes de presevaçãoAtitudes de presevação
Atitudes de presevação
 
Certificate for Product Owner
Certificate for Product OwnerCertificate for Product Owner
Certificate for Product Owner
 
Horta na escola
Horta na escolaHorta na escola
Horta na escola
 
Diadacrianca direitosedeveresppt
Diadacrianca direitosedeverespptDiadacrianca direitosedeveresppt
Diadacrianca direitosedeveresppt
 
Anne Frank
Anne FrankAnne Frank
Anne Frank
 

Semelhante a Revista Estilo Damha Nº 5

adote um morador de rua
adote um morador de ruaadote um morador de rua
adote um morador de ruathemis dovera
 
Jornal A Cidade Edição Digital Completa. Edição n. 1098 que circula no dia 22...
Jornal A Cidade Edição Digital Completa. Edição n. 1098 que circula no dia 22...Jornal A Cidade Edição Digital Completa. Edição n. 1098 que circula no dia 22...
Jornal A Cidade Edição Digital Completa. Edição n. 1098 que circula no dia 22...JornalACidade
 
Beume junho15
Beume junho15Beume junho15
Beume junho15Ume Maria
 
Beume junho15
Beume junho15Beume junho15
Beume junho15Ume Maria
 
Estrutura e expansão da agroindústria canaveira no Sudoeste Goiano : impactos...
Estrutura e expansão da agroindústria canaveira no Sudoeste Goiano : impactos...Estrutura e expansão da agroindústria canaveira no Sudoeste Goiano : impactos...
Estrutura e expansão da agroindústria canaveira no Sudoeste Goiano : impactos...alcscens
 
COMECE - ... o Amor - 09.2013
COMECE - ... o Amor - 09.2013COMECE - ... o Amor - 09.2013
COMECE - ... o Amor - 09.2013comece
 
Jornal Cidade - Lagoa da Prata e região - Nº 135 - 28/FEV/2019
Jornal Cidade - Lagoa da Prata e região - Nº 135 - 28/FEV/2019Jornal Cidade - Lagoa da Prata e região - Nº 135 - 28/FEV/2019
Jornal Cidade - Lagoa da Prata e região - Nº 135 - 28/FEV/2019Jornal Cidade
 
Aperentação das 8°serie
Aperentação das 8°serieAperentação das 8°serie
Aperentação das 8°serieemefeduprado
 
Zong 1ª Edição
Zong 1ª EdiçãoZong 1ª Edição
Zong 1ª Ediçãorevistazong
 
Boletim 341 - 23/06/13
Boletim 341 - 23/06/13Boletim 341 - 23/06/13
Boletim 341 - 23/06/13stanaami
 
Comunidade Vida e Paz: um exemplo de cidadania ativa
Comunidade Vida e Paz: um exemplo de cidadania ativaComunidade Vida e Paz: um exemplo de cidadania ativa
Comunidade Vida e Paz: um exemplo de cidadania ativaJSD Distrital de Lisboa
 

Semelhante a Revista Estilo Damha Nº 5 (20)

adote um morador de rua
adote um morador de ruaadote um morador de rua
adote um morador de rua
 
Jornal A Cidade Edição Digital Completa. Edição n. 1098 que circula no dia 22...
Jornal A Cidade Edição Digital Completa. Edição n. 1098 que circula no dia 22...Jornal A Cidade Edição Digital Completa. Edição n. 1098 que circula no dia 22...
Jornal A Cidade Edição Digital Completa. Edição n. 1098 que circula no dia 22...
 
Revista Estilo Damha Nº 4
Revista Estilo Damha Nº 4Revista Estilo Damha Nº 4
Revista Estilo Damha Nº 4
 
Beume junho15
Beume junho15Beume junho15
Beume junho15
 
Beume junho15
Beume junho15Beume junho15
Beume junho15
 
Jornal 16
Jornal 16Jornal 16
Jornal 16
 
Revista Mell
Revista MellRevista Mell
Revista Mell
 
Notícias populares
Notícias popularesNotícias populares
Notícias populares
 
Estrutura e expansão da agroindústria canaveira no Sudoeste Goiano : impactos...
Estrutura e expansão da agroindústria canaveira no Sudoeste Goiano : impactos...Estrutura e expansão da agroindústria canaveira no Sudoeste Goiano : impactos...
Estrutura e expansão da agroindústria canaveira no Sudoeste Goiano : impactos...
 
13072011
1307201113072011
13072011
 
COMECE - ... o Amor - 09.2013
COMECE - ... o Amor - 09.2013COMECE - ... o Amor - 09.2013
COMECE - ... o Amor - 09.2013
 
Jornal Escolar Edição 05 2015
Jornal Escolar Edição 05 2015Jornal Escolar Edição 05 2015
Jornal Escolar Edição 05 2015
 
O Bandeirante - 257 - Abril 2014
O Bandeirante - 257 - Abril 2014O Bandeirante - 257 - Abril 2014
O Bandeirante - 257 - Abril 2014
 
Jornal Cidade - Lagoa da Prata e região - Nº 135 - 28/FEV/2019
Jornal Cidade - Lagoa da Prata e região - Nº 135 - 28/FEV/2019Jornal Cidade - Lagoa da Prata e região - Nº 135 - 28/FEV/2019
Jornal Cidade - Lagoa da Prata e região - Nº 135 - 28/FEV/2019
 
Aperentação das 8°serie
Aperentação das 8°serieAperentação das 8°serie
Aperentação das 8°serie
 
Jornal Mente Ativa 10
Jornal Mente Ativa 10Jornal Mente Ativa 10
Jornal Mente Ativa 10
 
Guaianas 111
Guaianas 111Guaianas 111
Guaianas 111
 
Zong 1ª Edição
Zong 1ª EdiçãoZong 1ª Edição
Zong 1ª Edição
 
Boletim 341 - 23/06/13
Boletim 341 - 23/06/13Boletim 341 - 23/06/13
Boletim 341 - 23/06/13
 
Comunidade Vida e Paz: um exemplo de cidadania ativa
Comunidade Vida e Paz: um exemplo de cidadania ativaComunidade Vida e Paz: um exemplo de cidadania ativa
Comunidade Vida e Paz: um exemplo de cidadania ativa
 

Revista Estilo Damha Nº 5

  • 1. Junho | Julho 2013 Estilo Damha | 1
  • 2. 2 | Estilo Damha Junho | Julho 2013
  • 3. Junho | Julho 2013 Estilo Damha | 3
  • 4. 4 | Estilo Damha Junho | Julho 2013 Expediente Expediente Damha Urbanizadora José Paranhos Diretor Superintendente Diretores e Gerentes Akira Wakai Amauri Barbosa Junior Carlos Eduardo Meyer Freire Fernanda Toledo Juliana Liberati Luiz Lissner Nélio Galvão Paulo Montini Revista Estilo Damha Daniele Globo Editora Edson Suguihara Assistente Dirlene Ribeiro Martins Revisão Fotos: Décio Junior, Dirlene Ribeiro Martins, Evandro Rocha, Filippe Araújo, Fit, Genilson Pessanha, Jorge Almoas, Justin Rudd, Leticia Ferrari, Mauro Holanda, Marília Dominicci, Paulo Magri /SMCS, O Passeador, Tati Zanichelli, Susan Yamamoto, Thiago Miragens Produções, Unesp (São José do Rio Preto), Valente/casadeidéias, Walter Fukuhara e Wilson Morticelli Foto Capa: Christian Gaul Textos: Editora 10 (Décio Junior, Dirlene Ribeiro Martins e Marília Dominicci), Henrique Fruet e Rodrigo Florencio Tiragem: 20 mil unidades A revista Estilo Damha é uma publicação bimestral da Damha Urbanizadora e distribuída a todos os clientes e moradores dos empreendimentos da Damha Urbanizadora. São Carlos (SP) - Fone (16) 3413 4637 SELO FSC Quem somos? A Damha Urbanizadora é uma empresa parte do Grupo En- calso Damha, conglomerado empresarial fundado em 1964, que atua nos seguintes segmentos: Engenharia Civil, Agrone- gócios, Shopping Center, Concessão de Rodovias, Energia e Empreendimentos Imobiliários. Presente no cenário nacional desde 1979, a Damha desen- volve e executa loteamentos fechados e condomínios residen- ciais, reconhecidos pela alta qualidade urbanística e constru- tiva. Em seus projetos, aplica o que há de melhor em conceito de urbanismo no País e infraestrutura qualificada, em perfeita harmonia com o meio ambiente. Ao projetar empreendimentos que integram padrão diferenciado de moradia, lazer e segu- rança, a Damha transforma o cotidiano dos moradores e das cidades em que se insere. A Damha Urbanizadora conta atualmente com 48 empreen- dimentos e mais de 17 mil unidades comercializadas e está presente em 14 Estados brasileiros, sendo que em seis deles – São Paulo, Minas Gerais, Sergipe, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Bahia e Goiás – com empreendimentos já implantados. Em 2012, obteve crescimento de 67%, alcançando um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 585 milhões. O land bank total é de aproximadamente 100 milhões de m². Auditado pela Fale conosco: OPS!! Na reportagem sobre o músico Breno Ruiz, publicada na pá- gina 57 da edição anterior, corrige-se: o teatro Elis Regina do qual Paulo Cesar Pinheiro é sócio fica no Rio de Janeiro e não em São Bernardo do Campo.!
  • 5. Junho | Julho 2013 Estilo Damha | 5 JOSÉ PARANHOS diretor Superintendente Damha Urbanizadora O melhor lugar do mundo á muitos anos, talvez uns 30, teve início a era da construção dos condomínios hori- zontais e de loteamentos fechados no Bra- sil. Hoje já são milhares deles. A principal razão para a proliferação desse tipo de solução urbana foi, e continua sendo, a falta de segu- rança percebida pelas pessoas residentes em imóveis situados nas vias públicas dos bairros abertos, sobre- tudo dos grandes centros urbanos brasileiros. De lá para cá, a falta de segurança adquiriu novos contornos, e dos prosaicos furtos de outrora, dos quais éramos vítimas muito eventuais, caminhamos para os dias de hoje, vendo a deterioração progres- siva de importantes valores sociais, em que, além da violência banalizada, convivemos com a intolerância, a falta de educação, o desrespeito, entre outros males contemporâneos. Apesar desse triste quadro, podemos e devemos com- bater esse estado de coisas. E a vida em condomínio, além de ser um bom refúgio, pode ser também um excelente laboratório para o exercício da convivência em sociedade, na medida em que, no condomínio, há uma forte sensação de pertencimento, frequentemen- te mais aguçada que nos grandes espaços abertos urbanos. Nos condomínios, as pessoas se veem em desejos coincidentes de qualidade de vida e de realização de sonhos. É onde os pais desejam criar os filhos, onde os filhos desejam fazer amigos. Nos condomínios, o exercício da tolerância e do res- peito às regras gera bons e imediatos frutos e pode nos tornar pessoas melhores para o mundo. Recentemente, um amigo, que mora em um condomí- nio horizontal, me contou que tem como vizinhos um casal com idade já avançada, por volta dos 70 anos. Disse-me que são bons vizinhos, porém, em todas as manhãs de sábado e domingo, antes das 7 horas, o homem tocava a buzina do carro para apressar a mu- lher, que sempre o deixava esperando por alguns mi- nutos antes de partirem, ambos, para a missa. Cansado de ser acordado dessa maneira, o amigo re- solveu colocar um plano em prática. Em um domingo de muito frio, depois que os vizinhos saíram, ele deixou à porta da casa deles um bilhete e uma garrafa de um bom vinho tinto. O bilhete trazia a seguinte mensagem: Caro amigo e vizinho, Na nossa casa, durante a semana, todos, eu, minha esposa e meus filhos, acordamos muito cedo. A nossa semana é muito agitada, com compromissos de traba- lho e escola. Nos finais de semana precisamos dormir até mais tarde, mas temos sono muito leve. Acorda- mos com qualquer ruído. Pedimos desculpas ao se- nhor pelo pedido que lhe fazemos, de não buzinar nas manhãs de sábado e domingo, para podermos des- cansar um pouco mais. Em agradecimento, lhes dei- xamos um bom vinho, para ajudar a aquecer o senhor e a sua senhora nesse frio dia de domingo. Na manhã seguinte, à porta da casa desse amigo, uma garrafa de vinho o aguardava. Junto havia um bilhete: Prezado vizinho, Muito obrigado pelo delicioso vinho. Além de nos aquecer, ele ajudou a me recuperar da vergonha que senti pelas buzinadas. Eu não tinha consciência de que estava perturbando as pessoas. Isso não vai mais acontecer. De agora em diante, espero que a sua fa- mília possa descansar mais. E, se ainda assim, o sono leve continuar, bebam esse vinho antes de dormir. Es- pero que ajude. Com as minhas desculpas... Esse é um exemplo de postura construtiva, que, em- bora não tenha terminado em amizade íntima, levou a uma convivência respeitosa. É o tanto quanto bastava para um convívio mais prazeroso. A partir daí, ambos passaram a se cumprimentar sempre que se viam. É isso. Quando as pessoas se esforçam para buscar entendimento, tudo fica mais interessante. Todos ga- nham. E o seu lugar, o seu condomínio, o seu residen- cial, se torna o melhor lugar do mundo para se viver. H Editorial
  • 6. 6 | Estilo Damha Junho | Julho 2013 Especial Campos dos Goytacazes (RJ) 10 Damha News: O que acontece na Damha Coluna Economia: A impulsividade positiva Gastronomia: Dona Onça e Tour Gourmet Especial Férias: Filhos Música: Tiê Damha Golf News: Novidades do Damha Golf Club 48 61 52 64 42 46 Índice Especial Rio Preto/Ipiguá (SP) 24 Coluna Gastronomia: Alimente o bom humor62 Nossa Capa: Frejat Faz Bem: Chefs especiais Bairro Sustentável: Ações da Damha Urbanizadora Coluna Auto: Mercedes-Benz Classe S Editorial Acessórios: Gótico Chic Coluna Comportamento: O sucesso e o bem estar 86 94 92 98 78 85 Aconteceu: Eventos dos residenciais97 Coluna Moda: Vestir-se vai muito além de cobrir o corpo75 Editorial Moda: Inverno Tropical68 Arquitetura: Lareiras e Adegas104 My PET: O que fazer nas férias100 Coluna Luxo: Le Brézil Rive Gauche113 Varal Cultural: O que vem por aí110 Coluna Condomínio: Perturbar o sossego do vizinho é crime114
  • 7. Junho | Julho 2013 Estilo Damha | 7 Índice
  • 8. 8 | Estilo Damha Junho | Julho 2013 Colaboradores Joel Silveira Leite Aos 59, é jornalista e pós-graduado em Semiótica e Meio Ambiente. É diretor da Agência AutoInforme, que mantém os sites autoinforme (carros) e ecoinforme (meio ambiente). Assina o blog O Mundo em Movimento, no UOL e apresenta o programa AutoInforme na Rede Bandeirantes de Rádio. Mariana Romão de Oliveira Formada em Administração Hoteleira, estudou no Fashion Institute of Technology (FIT), em Nova York, e atualmente vive na capital francesa, onde conclui sua formação em Marketing in Luxury Business em uma das mais respeitadas instituições da Europa, a ISC Paris. OPINIÃO DOS LEITORES “Parabéns pela realização da matéria intitulada ¨O Nascimento de uma Mãe¨, edição de abril/maio de 2013. A reportagem conseguiu transmitir a doçura e o carisma deste ato tão sublime que é a adoção, eviden- ciando que o amor ultrapassa as fronteiras do precon- ceito relacionado a raça, idade ou qualquer que seja o desafio, construindo um futuro melhor para ambos. Obrigada por essa alegria transmitida a nós, leitores, com matérias abordando esse tema.” Ana Maria Cardinalle – Leitora e mãe, São Carlos (SP) “Achei a revista muito bonita. Editorial superadequado, com conteúdo de muito bom gosto, que realmente torna a leitura muito agradável. O projeto gráfico está incrível, supermoderno e que traduz bem a proposta do nome da revista com grande “Estilo”. Todos estão de parabéns!” Raul Audi Junior – Diretor Geral na Audi Propaganda, Presidente Prudente (SP) Constância Nery Cursou a Escola Paulista de Propaganda e Marketing e frequentou a Escola de Folclore de São Paulo. Trabalhou como publicitária, até que decidiu abraçar a pintura como atividade profissional. Tem participado de mostras no Brasil e no exterior. Vive na cidade do Porto, em Portugal. Membro da União Brasileira dos Trovadores, além de pintora, Constância é poetisa. Evandro Rocha Tem se destacado no cenário nacional, como fotógrafo e pales- trante de grandes eventos. Dentre os trabalhos realizados, teve a oportu- nidade de fotografar para grandes marcas em Vancouver e Paris, além de casamentos, ensaios Trash The Dress, campanhas publicitárias e editoriais de grandes empresas, como Editora Abril, TIM, Ambev, Banco Real e Carrera Sunglasses. Valente Fotógrafo há 13 anos, para os principais veículos de notícias e entretenimentos do país, como UOL, Folha de S. Paulo, Estadão, Editora Abril, revista Época, Istoé Dinheiro. Atualmente, também faz direção de fotografia para produtoras de cinema que têm como clientes, Natura, Governo do Estado, SP Arte, Warner – Fashion TV, Siemmens, Ernest & Young, entre outros. Marcio Moreira O Chef Marcio Moreira, há 20 anos na área da gastronomia, detém vasta experiência no mundo dos sabores. Através de sua empresa de consul- toria, a 2M Soluções Gastronômicas, presta serviço para restaurantes e rede hoteleira, ministrando palestras e oficinas. Destacou-se durante 7 anos como coordenador e chef de cozinha do programa Mais Você da Rede Globo. Laline Bittencourt Atuando nas áreas de arquitetura e paisagismo desde 1998, Laline Bittencourt já participou de duas mostras Casa Cor e teve seu trabalho publicado em um grande número de revistas e livros especializados, como Casa & Cia e Visual & Design. Henrique Fruet Paulistano, é um dos principais jornalistas de golfe do país. Ele já escreveu sobre o esporte para publi- cações como IstoÉ, Veja, Trip, Wish Report, Estadão e Viagem e Turismo. Atualmente, edita o Blogolfe (blogolfe.com.br), primeiro blog de golfe do Brasil, e adora jogar no Damha Golf Club nas horas vagas.
  • 9. Junho | Julho 2013 Estilo Damha | 9 Colaboradores Marcio Rachkorsky Advogado especializado em condomí­ nios há mais de 20 anos, comentaris­ta e apresentador da TV Globo / SP, e comentarista da Rádio CBN, programa Condomínio Legal. Escreve também no caderno de Imóveis da Folha de S. Paulo, aos domingos. Atual presidente da Assosindicos (Associação dos Síndicos do Estado de São Paulo). Durante alguns anos, atuou no Fantásti- co da TV Globo, nos quadros Chame o Síndico e Reunião de Condomínio. OPINIÃO DOS LEITORES “Parabéns pelas matérias da sessão MyPET. Muito conscientizadoras, pois esse é o futuro. Viva a nature- za e a bicharada!” Nelma Favilla Lobo - Protetora Independente de Animais, São Paulo (SP) “Adorei! A revista com a entrevista da Gal Costa ficou linda! As matérias estão uma delícia de ler. Quero ver a próxima.” Rita de Cássia Semensin – Professora, São Carlos (SP) “Eu nunca tinha ouvido falar do Breno Ruiz até ler essa matéria. Achei sua história tão sonhadora e tão “pés no chão” ao mesmo tempo. Fiquei curiosa para conhecer mais do trabalho desse artista.” Raque Castanharo - Fisioterapeuta, Jundiaí (SP) “Queria dar os parabéns pela edição da Estilo Damha com a Gal Costa na capa. Tem tanta informação útil... adorei!” Stella Maffei – Jornalista, São Carlos (SP) Juliana Cordeiro Formada em Direito, descobriu a moda como profissão quando morou em Florença, na Itália. Escreve também no site Sem Espartilhos (semespartilhos.com.br), colabora com o blog Sobre a Vida, o portal Papo de Homem e o PepperBlog e é figurinista do programa Escolhas da Vida da Rede Vida. Tati Zanichelli Formada em publicidade e propa- ganda, além de fotografia. Em seu currículo estão eventos conhecidos como o festival João Rock 2011 e shows de grandes nomes da música, como Erasmo Carlos, Paula Fernan- des, Lenine, Arnaldo Antunes, Zeca Baleiro, Ana Carolina, Lulu Santos, Zélia Duncan entre outros. Seu traba- lho já foi publicado, entre outros, pelo jornal O Estado de S. Paulo. Eduardo Amuri Formado em psicologia econômica, atua como consultor financeiro com foco em planejamento, organização e investimentos. Escreve sobre finanças e comportamento no PapodeHomem (papodehomem.com.br) e no Dinhei- rama (dinheirama.com). Mais detalhes sobre o trabalho podem ser encontra- dos em seu site (www.amuri.com.br). Mônica Zaher Formada em Consultoria de Imagem por Ilana Berenholc, pioneira da profis- são no Brasil, fez também História da Moda; Técnicas de Joalheria; Grandes Nomes da Moda (todos na FAAP); entre outros cursos nas áreas de marketing, moda, etiqueta e comportamento. Ex-presidente da Fundação de Arte e Cultura do Município de Araraquara – FUNDART. Associada à AICI – Associa- tion of Image Consultants Internacional (chapter San Francisco, California). Mara Behlau Fonoaudióloga e doutora em Distúrbios da Comunicação Humana, consultora e coach certificada pelo Neuroleadership Group (NLG). Professora de Comu- nicação para Negócios no INSPER e também docente do Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Comunicação Humana na UNIFESP. Qualificada no instrumento Emotional Quocient Inteligence – EQi-2.0. FotosDivulgação Aquiles Nícolas Kílaris Tem 23 anos de experiência na área de arquitetura e urbanismo. Seu trabalho inspira-se nas curvas, formas sinuosas e integração com a natureza, dando origem a um estilo próprio de criação, o chamado “estilo Kílaris”. Participou das mostras Casa Cor, Campinas Decor e Casa Office, e é autor do livro Curvas na Arquitetura Brasileira. Breno Meneghelli Marega atua na área de moda há 15 anos e é estilista há 4 anos, atualmente é diretor criativo da boutique Bossa, onde desenvolve duas coleções den- tro das quatro linhas da grife.
  • 10. 10 | Estilo Damha Junho | Julho 2013 Campos de Goytacazes EspecialRioPreto A curva da Lapa, local ideal para contemplar o Rio Paraíba do Sul com o Centro da cidade ao fundo
  • 11. Junho | Julho 2013 Estilo Damha | 11 Campos de Goytacazes EspecialRioPreto CAMPOS: TRADIÇÃO E PROGRESSOMaior município do interior se firma como polo de desenvolvimento para o Estado e, em breve, receberá um empreendimento Damha Textos: Rodrigo Florencio Fotos: Genilson Pessanha
  • 12. 12 | Estilo Damha Junho | Julho 2013 ampos dos Goytacazes é o maior município do Rio de Janeiro. Com uma área territorial (4.026,696 km²) três vezes maior do que a capi- tal do estado, a cidade tem experimentado um crescimento acelerado nas últimas duas déca- das, impulsionado, principalmente, pela crescente receita dos royalties do petróleo. Sua economia, antes pautada na produção agrícola e no comércio varejista, atualmente vê seu perfil socioeconômico se diversificar, ganhando status de cidade universitária, de prestação de serviços e com grande potencial industrial, a partir da chegada de novos investimentos oriundos da indústria naval e do petróleo. Com uma população de 463.731 habitantes (Censo IBGE 2010), Campos está localizada a 280 km da cidade do Rio de Janeiro e a 248 km de Vitória, Espírito Santo. Município polo para as regiões norte e noroeste fluminen- se, está geograficamente no eixo da maior bacia petrolí- fera do país (Bacia de Campos), responsável por 84% da produção do petróleo brasileiro, inclusive grande parte dos campos de pré-sal já descobertos. C Campos dos Goytacazes Especial Monumento ao soldado desconhecido na praça do Santíssimo Salvador, que abriga ainda a Catedral Diocesana
  • 13. Junho | Julho 2013 Estilo Damha | 13 Campos dos Goytacazes Especial O petróleo e os repasses dos recursos provenientes da extração desse produto (royalties) aceleraram o cres- cimento da cidade e da região nos últimos anos. Assim como Macaé e outras cidades vizinhas que fazem parte da Bacia, Campos recebe, desde a década de 1990, uma compensação pelas mudanças provocadas pela instala- ção da indústria petrolífera. Os repasses, cujos valores variam de acordo com a produção e a posição geográfica de cada município, vão direto para a prefeitura e devem ser usados em obras de infraestrutura e outros projetos para melhorar a qualidade de vida da população. A cidade de porte médio do interior se tornou a maior recebedora de royalties do país e prevê que seu PIB (Pro- duto Interno Bruto) deve saltar de R$ 5 bilhões em 2013 para R$ 40 bilhões em 2025, ano em que a população poderá chegar a cerca de 1 milhão de habitantes, se- gundo cálculos do Cidac (Centro de Informações e Dados de Campos). A vinda de novos investidores e o aumento da população se de- vem também a dois grandes empreen­ dimentos em construção. O Porto do Açu, na vizinha ci- dade de São João da Barra, pretende ser o maior porto do país, com capacidade para movimentar diversos ti- pos de cargas, desde contêineres até granito, carvão e produtos siderúrgicos. Para tanto, será necessária uma infraestrutura de siderurgia e termoeletricidade para atender sua demanda energética. A região de Rio Preto, em Campos, é um dos refúgios na planície para o contato com a natureza PIB deve saltar de R$ 5 bilhões em 2013 para R$ 40 bilhões em 2025
  • 14. 14 | Estilo Damha Junho | Julho 2013 Outro projeto em desenvolvimento é o Complexo Lo- gístico Farol/Barra do Furado, que está sendo construído na divisa com o município de Quissamã. A obra traz para o Brasil uma tecnologia inédita nas Américas, o sistema sand by pass, desenvolvido na Austrália para transpas- sar o acúmulo de areia no litoral. Com a aplicação per- manente dessa tecnologia será possível desassorear o Canal das Flechas, criando, assim, uma via fluvial segura para navegação e aporte de pequenas e médias embar- cações. Na área, que é o ponto do litoral mais próximo das principais plataformas de petróleo da Bacia de Cam- pos, estão previstas instalações de um estaleiro e de vá- rias empresas de apoio offshore. Essas mudanças trazem também uma série de deman- das para o município, como mais urbanização (hoje a prefeitura diz que 90% da cidade está urbanizada), sa- neamento básico e destino adequado aos resíduos sólidos. O presidente do Cidac, Ranulfo Vidi- gal, prevê que o município terá forte cres- cimento da construção civil e excelente oferta de mão de obra especializada. Se, até o final da década de 1980, cer- ca de 40% da economia do município era baseada na produção das usinas de açúcar e no co- mércio varejista, atualmente a agricultura responde ape- nas por 5% da economia, ficando o comércio com 25% e a indústria (incluindo as receitas de royalties do petróleo) com 70% da receita bruta. Perder essa receita seria um caos para o município e a região, afirma Ranulfo. A ameaça existe, já que o Con- gresso aprovou um projeto de lei para redistribuir os royal- ties para todos os estados e municípios do país. A presi- dente Dilma Roussef vetou a proposta, mas a Câmara dos Deputados derrubou o veto presidencial. Agora o caso tramita no Supremo Tribunal Federal, que já deu uma limi- nar favorável aos estados e municípios produtores. Em meio às dúvidas quanto uma posição favorável da Justiça, o município segue num ritmo acelerado em sua expansão. Campos hoje é uma cidade mais diversi- ficada, porque se tornou um polo de serviços nas áreas de indústria, saúde, comércio, cultura e lazer. “De acordo com o IBGE, nosso índice de desenvolvimento pode ser equiparado a cidades como Uberaba, Uberlândia, Joinvile, Londrina e Juiz de Fora”, con- clui Ranulfo Vidigal. Campos dos Goytacazes Especial O prédio da Câmara de Vereadores já abrigou o Fórum municipal e é um dos patrimônios arquitetônicos da cidade Campos se tornou um polo nas áreas de indústria, saúde, comércio, cultura e lazer
  • 15. Junho | Julho 2013 Estilo Damha | 15 Campos dos Goytacazes Especial SABOR ÚNICO E ORIGINAL Doces como a goiabada e o chuvisco, este exclusividade de Campos, conquistam admiradores em todo o país urante anos, o campista foi conhecido como o povo “papa-goiaba”. A expressão é fruto da grande quantidade de goiabada que era produ- zida no município. Apesar de ser um doce muito consumido na cidade, a goiabada não é uma exclusividade de Campos, já que sua produção – casei- ra, artesanal ou industrial – ocorre em vários municípios do país. Porém, há uma iguaria que é típica do município e que se tornou um ícone da culinária de Campos: o chuvisco. O chuvisco é um doce que pode ser feito em calda ou cristalizado. Sua massa leva ovo, trigo e açúcar e sempre frequenta a mesa dos campistas em qualquer ocasião. Eraldo Riscado Filho é dono de uma fábrica de doces na cidade. Ele explica que a receita do chuvisco leva ape- nas a gema dos ovos. A clara deve ser descartada. Bem feito, ele garante, é um doce que conquista adeptos em todo o país. Sua produção chega a 60 toneladas de goia- bada e 50 mil unidades de chuvisco por mês, o suficiente para atender a todo interior do estado, além do Espírito Santo e cidades mineiras próximas ao estado do Rio. D O chuvisco, em calda ou cristalizado, além da goiabada, são doces que não faltam à mesa do campista
  • 16. 16 | Estilo Damha Junho | Julho 2013 Campos de Goytacazes EspecialRioPreto UMA PLANÍCIE DE BELEZAS NATURAIS E ARQUITETURA ECLÉTICA Apesar da geografia plana, a cidade guarda refúgios de cachoeiras e conta com prédios que remetem à história do Brasil Lagoa de Cima: beleza natural ampos dos Goytacazes é uma planície corta- da pelo rio Paraíba do Sul e cercada por la- goas. As mais famosas são a Lagoa de Cima e a Lagoa Feia, que é a segunda maior lagoa costeira do país, com 170 km², menor apenas que a Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul. A maior parte do território apresenta uma geografia plana. O nome da cidade se explica pelo fato de que eram estes os campos onde viviam índios goytacazes, antes da chegada dos portugueses. As raras mon- tanhas do município estão nas regiões do Imbé e de Rio Preto, locais ainda pouco explorados pelo turismo, apesar das belas paisagens naturais, com cachoeiras em meio à Mata Atlântica. Se as cachoeiras ainda não figuram entre as princi- pais atrações turísticas de Campos, o litoral é destino certo para a maioria da população. A praia do Farol de São Thomé, a cerca de 60 km do Centro, recebe milhares de visitantes nos finais de semana e enfrenta superlotação durante o verão. Apesar do mar bravo, as ondas propíciais à prática do surf atraem banhistas de todas as classes sociais. C
  • 17. Junho | Julho 2013 Estilo Damha | 17 Acervo do Conde de Araruama está em exposição Campos dos Goytacazes Especial Outro aspecto relevante na cidade é seu patrimônio arquitetônico. Por ser uma das cidades mais antigas do país, Campos tem dezenas de prédios históricos, como, por exemplo, o Liceu de Humanidades (hoje uma escola estadual), a Igreja da Lapa, o Solar Villa Maria (sede da Reitoria da Universidade Estadual do Norte Fluminense – UENF), o Solar do Colégio (Arqui- vo Público Municipal) e o prédio do antigo Fórum, que hoje abriga a Câmara de Vereadores. A historiadora Sylvia Paes lembra que o trabalho de planejamento do patrimônio urbanístico começou em 1840, antes mesmo do que a cidade do Rio de Janei- ro. Naquela época, a principal atividade econômica em Campos era a pecuária, enquanto no resto do Brasil era a agricultura. “Assim que trocamos a pecuária pela la- voura, assumimos um importante patamar na produção açucareira do país, tanto que a vila foi elevada a cidade e logo recebeu planos urbanísticos”, conta a historiadora. A Catedral e o Museu Municipal ficam nos arredores da praça São Salvador, no centro da cidade, e também fazem parte do tour que todo visitante deve fazer. Assim como visitar o Jardim São Benedito, um refúgio verde en- tre os prédios do centro e local que abriga a sede da Academia Campista de Letras; e a curva da Lapa, ao lado da igreja de mesmo nome, de onde é possível apre- ciar o Rio Paraíba. Uma bela imagem, principalmente ao amanhecer ou entardecer. A cidade de geografia plana ainda oferece locais de montanhas e cachoeiras ideiais para o desenvolvimento do turismo
  • 18. 18 | Estilo Damha Junho | Julho 2013 produção cultural também é uma parte impor- tante na história da cidade, principalmente a literatura. É de Campos um dos maiores escri- tores da literatura nacional, José Cândido de Carvalho, autor de O Coronel e o Lobisomem, entre outras obras. Desde a época do Império, eram realizados saraus lite- rários em Campos e, nos últimos anos, a tradição literária vem sendo recuperada com a Bienal do Livro, já em sua sétima edição. Para o professor universitário e jornalista Vitor Menezes, presidente da Associação de Imprensa de Campos (AIC), entidade criada em 1929, a história do município talvez explique um pouco essa característica. “Campos registra, em vários momentos, certa efervescên- cia cultural e jornalística, além de uma vida social intensa. Esse ambiente costuma produzir muitos escritores”, diz ele. Menezes acabou criando um blog na internet (campis- tana) para catalogar todos os autores da cidade. Até o momento, há mais de 150 escritores cadastrados, dentre eles José do Patrocínio e Alberto Lamego, além dos mais contemporâneos e de jovens talentos, como Osório Pei- xoto, Vilma Arêas, Aristides Soffiati, Péris Ribeiro, Wins- ton Churchil Rangel, Avelino Ferreira, Orávio de Campos Soa­res, Márcio Aquino e Bruno Peixoto. A TERRA PLANA EM PROSA E VERSO Campos tem na literatura, grande expressão de sua arte e cultura Campos dos Goytacazes Especial Teatro Municipal Trianon, o maior do interior do estado
  • 19. Junho | Julho 2013 Estilo Damha | 19 “A proposta é organizar as referências da produção li- terária local, que é muito dispersa e, muitas vezes, difícil de encontrar. Com o tempo fui me surpreendendo com a grande produção e com o quanto ainda está por ser registrado”, disse Menezes. E para quem busca boa leitura, a Biblioteca Munici- pal de Campos é uma opção segura. Ela fica no prédio conhecido como Palácio da Cultura e oferece ao públi- co um total de 27 mil exemplares, entre obras raras, de consulta geral, braile e literatura infantil. O diretor da biblioteca, Maurício Xexéo, diz que o espaço é muito frequentado e que, atualmente, a prefeitura, por meio do Campos dos Goytacazes Especial O Jardim São Benedito é uma área verde entre os prédios do centro da cidade e abriga a sede da Academia Campista de Letras Conselho Municipal de Cultura, trabalha para a publica- ção de obras de novos autores. Outra boa opção de lazer cultural é o Museu da Cida- de, inaugurado em 2012 e que fica no centro da cidade, na praça São Salvador. O prédio por si só é uma obra de arte, que atualmente abriga parte de um acervo da cole- ção do Visconde de Araruama. O Teatro Municipal Trianon também é um espaço desti- nado às mais diversas atividades culturais. É o maior do interior do estado, com 900 lugares, e recebe shows e peças de artistas consagrados nacionalmente, além de ser palco de espetáculos de grupos locais.
  • 20. 20 | Estilo Damha Junho | Julho 2013 Campos dos Goytacazes Especial criação de Campos está diretamente ligada à história do Brasil, já que seus primeiros regis- tros datam de 336 anos atrás. A vila onde vi- veram seus primeiros habitantes foi criada em 1677. O título de cidade veio em 1835, sendo Campos uma das cidades mais antigas do país. O imperador D. Pedro II visitou suas terras e frequen- tou a sociedade campista por diversas vezes. Apesar de tradicional e conservadora, a elite de Campos tam- bém foi pioneira em vários aspectos. Em 1650, implan- tou o primeiro engenho e deu início à agroindústria açu- careira. Em 1831, começou a circular o primeiro jornal da cidade e, em 1844, foi criada a primeira livraria (que existe até hoje e é a mais antiga do país). Outro fato marcante aconteceu em 1883, quando Campos passou a ser a primeira cidade da América do Sul a ter ilumi- nação elétrica. As luzes que iluminavam o centro da cidade não es- conderam a escuridão das senzalas, onde milhares de escravos eram amontoados nas dezenas de fazendas que existiam na região. Quando a aboliação chegou ao país, em 1888, a maior parte dos escravos do município já havia sido alforriada, mas, antes disso, a cidade foi palco de confrontos violentos, justamente porque havia muitos negros e abolicionistas de um lado e senhores de engenho do outro. José do Patrocínio, um dos líderes abolicionistas do país, era de Campos e comandou a luta pela liberdade dos negros. “Coincidência ou não, a cidade que tinha significativo número de escravocratas também produziu um dos primeiros presidentes do Brasil republicano e que também era negro, Nilo Peçanha, antes mesmo do Barac­k Obama (presidente dos Estados Unidos)”, recor- da a historiadora Sylvia Paes. A UMA HISTÓRIA DE PIONEIRISMO Cidade foi a primeira da América do Sul a ter iluminação elétrica e ainda hoje abriga a livraria mais antiga do país A indústria sucroalcooleira, hoje em decadência, foi a principal atividade econômica até a chegada dos royalties do petróleo
  • 21. Junho | Julho 2013 Estilo Damha | 21 O Museu de Campos, inaugurado em 2012, fica na área central e conta parte da história da cidade Campos dos Goytacazes Especial ÚTIL: Aeroporto Bartholomeu Lyzandro Rod. Campos-Vitória, km 5 (22) 2726-6400 Teatro Trianon Rua Marechal Floriano, 211, Centro Espetáculos esporádicos às sextas, sábados e domingos (22) 2733-4230 | 2726-3500 Heliporto São Thomé Rod. Deputado Alair Ferreira, 1100 km 216, Farol de São Thomé (22) 2747-1479 Shopping Avenida 28 Av. 28 de Março, 574, Centro De segunda a sábado, das 10h às 22h; domingo, das 15h às 22h (22) 2725-2828 Biblioteca Municipal Nilo Peçanha Praça da Bandeira s/n (Palácio da Cultura) De segunda a sexta-feira, das 8h às 18h; sábado, das 8h às 12h (22) 2723-0449 Shopping Boulevard Av. Dr. Silvio Bastos Tavares, 330 Parque Rodoviário De segunda a sábado, das 10h às 22h; domingo, das 12h às 22h (22) 2737-9009 Museu de Campos Praça São Salvador, 40, Centro De terça a sexta-feira, das 10h às 17h. Sábados, domingos e feriados, das 12h às 17h (22) 2728-5058
  • 22. 22 | Estilo Damha Junho | Julho 2013
  • 23. Junho | Julho 2013 Estilo Damha | 23
  • 24. 24 | Estilo Damha Junho | Julho 2013 Rio Preto / Ipiguá Especial SÃO JOSÉ DO RIO PRETO (SP), A JOIA DO NOROESTE PAULISTA Região receberá em breve mais um empreendimento Damha Textos: Marília Dominicci FotoEvandroRocha,cedidapelaPrefeituraMunicipaldeSãoJosédoRioPreto
  • 25. Junho | Julho 2013 Estilo Damha | 25 Rio Preto / Ipiguá Especial Vista noturna da Represa Municipal om uma área aproximada de 431 km², Rio Pre- to – para os íntimos –, detém o 61º maior PIB do Brasil e, à primeira vista, não compartilha do ar bucólico típico de cidades do interior. Com as ruas movimentadas, grandes aveni- das e prédios altos característicos da constituição física de uma metrópole, a “cidade joia” pode confundir os de- savisados. A verdade é que é impossível não se render a ela, com suas roupas de gigante cosmopolita e coração de menina interiorana. Que confusão maravilhosa! C
  • 26. 26 | Estilo Damha Junho | Julho 2013 São José do Rio Preto fez parte do território de Jabo- ticabal até a década de 1890, quando se emancipou, lá pelos idos da Proclamação da República, para depois agregar a si alguns distritos, que foram ganhando inde- pendência ao longo do tempo. Atualmente, apenas En- genheiro Schmidt e Talhado mantêm o status. O nome, para agradar a todos, faz menção a São José – padroeiro da cidade – e ao Rio Preto, que atravessa o município. Independentemente da origem, as palavras se tornaram sinônimo de “desenvolvimento”, “cultura” e “progresso”, ao representar um dos principais polos industriais, cultu- rais e de serviços do estado. Como a maior parte das cidades paulistas, seu terri- tório não passava de mata virgem até 1840, quando um grupo de migrantes decidiu estabelecer-se ali, plantar e criar animais. Relatos indicam que eram mineiros, oriun- dos de Vila de Nossa Senhora do Carmo dos Tocos, hoje Paraguaçu (MG), mas sua história econômica teve início, de fato, em 1845. Foi quando os irmãos Luiz Antônio da Silveira e Antônio Carvalho e Silva, juntamente com seu amigo Vicente Ferreira Netto, abriram estradas e veredas mato adentro e decidiram deter sua comitiva na região, onde a terra era ideal para o cultivo e a água, abundante para o gado. Não demorou para que outras pessoas fos- sem atraídas para o local e um pequeno povoado come- çasse a se formar. Em 1852, Luiz Antônio da Silveira doou parte de suas terras ao seu santo protetor, São José, com a intenção de que o patrimônio desse origem a uma ci- dade. O município foi fundado no mesmo ano, por João Bernardino Seixas Ribeiro. construindo uma gigante
  • 27. Junho | Julho 2013 Estilo Damha | 27Vista aérea da cidade a partir da Av. Bady Bassit FotoEvandroRocha
  • 28. 28 | Estilo Damha Junho | Julho 2013 Rio Preto / Ipiguá Especial Em 1912, a Estrada de Ferro Araraquara (EFA) chegou até Rio Preto e a cidade assumiu uma posição significativa como polo comercial de concentração de mercadorias. A expansão fer- roviária foi o pontapé inicial do movimento que resultou em desbravamento e migração para o interior e na expansão das áreas de plantio, principalmente do café, que era o combustível que alimentava o Estado – e exauria toda a terra por onde passava. Esse processo foi fomenta- do pela demanda do grão para exportação, o esgotamento do solo em outras regiões, como o Vale do Paraíba, e a facilidade em conseguir empréstimos bancários na época. Ao mesmo tempo em que se desenvolvia, Rio Preto iniciou uma forte tradição nos espor- tes. Seu primeiro time oficial, o Rio Preto Es- porte Clube, foi fundado em 1919. O “Glorio- so”, como é chamado pelos torcedores, tem o Estádio Anísio Haddad como sede. Outro time que representa fortemente a cidade é o Amé- rica Futebol Clube, ou “América de Rio Preto”, sediado naquele que é, no momento, o maior estádio do interior paulista, o “Teixeirão”. A cidade também conta com times de prestígio em outras modalidades de esportes, como o basquete em cadeira de rodas. Seu time, o CAD (Clube Amigos dos Deficientes), disputa o campeonato nacional da modalidade, além de também atuar em outros esportes adapta- dos para atletas com necessidades especiais, como atletismo e natação. Avenida Alberto Andaló, um dos locais mais movimentados da cidade FotoPauloMagri/SMCS
  • 29. Junho | Julho 2013 Estilo Damha | 29 Rio Preto / Ipiguá Especial Com o desenvolvimento urbano, aumentaram os inves- timentos na infraestrutura urbana e também nas áreas de lazer e cultura visando entreter e educar os recém-chega- dos e a população em geral. O município conta atualmente com ampla rede educacional na qual se destacam as di- versas instituições de ensino superior públicas e particula- res, sendo os mais proeminentes o Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas da Unesp (IBILCE), a Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP) e a Facul- dade de Tecnologia de São José do Rio Preto (Fatec). Entre as instituições particulares estão o Centro Universitário de Rio Preto (Unirp), o Centro Universitário do Norte Paulista (Unorp), a União das Faculdades dos Grandes Lagos (Uni- lago) e a Universidade Paulista (Unip). Entre as diversas pesquisas desenvolvidas na cida- de, podem se destacar as realizadas por docentes do Departamento de Biologia e do Departamento de Física do IBILCE, que participaram do grupo de pesquisa do Projeto Genoma, que identificou e mapeou 80 mil genes do DNA humano, armazenando e dispondo essas infor- mações em um banco de dados. A universidade também mantém pesquisas de impacto nas áreas relacionadas à biotecnologia, como a agricultura, a produção de ener- gia, o controle do lixo e a despoluição ambiental. A 18 CIDADE MAIS PROMISSORA DO BRASIL PARA COMEÇAR SUA CARREIRA PROFISSIONAL O município se destaca pelo número de instituições de ensino superior, entre elas a UNESP, uma das mais tradicionais universidades do país FotoUnesp–SãoJosédoRioPreto–arquivo a
  • 30. 30 | Estilo Damha Junho | Julho 2013 Rio Preto / Ipiguá Especial TALENTO NA MEDIDA DO MUNDO “Quem tem a sorte de nascer personagem vivo, pode rir até da morte. Não morre mais. Quem era Sancho Pança? Quem era Dom Rodrigo? E, no entanto, vivem eternamente, pois – vivos embriões – tiveram a sorte de encontrar uma matriz fecunda, uma fantasia que soube criá-los e nutri-los, fazê-los viver para a eternidade!” Luigi Pirandello O Festival Internacional de Teatro de Rio Preto está entre os mais conceituados do país. Espetáculo Romeu e Julieta (FIT 2012) Foto Fit
  • 31. Junho | Julho 2013 Estilo Damha | 31 Rio Preto / Ipiguá Especial teatro é uma das mais belas artes criadas pelo homem. Milênios atrás, sem poder ler ou es- crever, o homem interpretava suas dores e an- gústias, suas alegrias e vitórias. Se não para o outro, o fazia para si, na intimidade da própria mente, no palco mágico que a imaginação constrói. Não se pode datar a criação do teatro porque ele nasceu com o humano e morrerá com ele. Quem começa o ano em Rio Preto pode curar a res- saca do feriado gargalhando no festival Janeiro Bra- sileiro de Comédia que, em 2013, comemorou o 7º aniversário. Realizado a primeira vez em 2003, atraiu mais de quatro mil expectadores ao Teatro Municipal. A programação dura oito dias, com a apresentação de peças diariamente, além da realização de palestras, workshops e oficinas de teatro. O evento mais famoso do gênero na cidade é o Festival In- ternacional de Teatro de São José do Rio Preto, que terá sua 44ª edição este ano. Graças à iniciativa de artistas locais, surgiu na década de 60. Com caráter competitivo e amador, é uma importante manifestação cultural do município. Integrantes do grupo de Teatro Jovem da Casa de Cul- tura abriram, em julho de 1969, o Festival Nacional Ama- dor de São José do Rio Preto. No elenco, grandes nomes das artes cênicas como Humberto Sinibaldi Neto, Dino- O rath do Valle, José Eduardo Vendramini, Fábio Marques dos Santos, Maria Cristina Miceli, Raildo Viana, Ricardo Albuquerque e Reinaldo Silva. Em sua primeira edição, 11 espetáculos participaram da programação, vindos dos estados de Minas Gerais, São Paulo e Paraná. As peças foram apresentadas no auditório da Basílica Nossa Senhora Aparecida, no bair- ro Boa Vista. Durante os anos de 1973 a 1980, o evento foi interrompido por falta de apoio político, uma vez que o Brasil – sob regime militar – passava por um período muito controverso no que se referia às artes e outras ma- nifestações culturais, voltando a ser realizado em 1981. A partir de 2001, o Festival Amador deu espaço para o FIT (Festival Internacional de Teatro de São José do Rio Preto). Com caráter experimental, o FIT propõe, a cada edição, novos conceitos e olhares sobre o fazer teatral e a investigação das artes cênicas. Atualmente, integra o Núcleo dos Festivais, sendo um dos oito maiores festivais de artes cênicas do país. É um dos eventos mais aguar- dados por críticos, artistas e público de diversos estados brasileiros. Este ano o Festival será realizado entre 3 e 14 de ju- lho, e as inscrições estão abertas para as companhias interessadas em participar da programação. Vale a pena assistir! Espetáculo de rua A Pereira da Rua Miséria (FIT 2012) FotoFit
  • 32. 32 | Estilo Damha Junho | Julho 2013 Rio Preto / Ipiguá Especial valei-me, NOSSA SENHORA APARECIDA DE RIO PRETO! FotoMaríliaDominicci
  • 33. Junho | Julho 2013 Estilo Damha | 33 Rio Preto / Ipiguá Especial Paróquia de Nossa Senhora Aparecida foi cria- da por Dom Lafayete Libânio em 11 de maio de 1933. No ano de 1932, durante a Revolução Constitucionalista, Dom Lafayette fez uma pro- messa à Santíssima Virgem de que, se a Dio- cese não fosse atingida pelas lutas que ocorriam em todo o país, ele construiria um Santuário no Bairro da Boa Vis- ta em honra de Nossa Senhora da Imaculada Conceição Aparecida. Em 1933, iniciou as obras da basílica em agra- decimento pela prece atendida. Tombada como patrimônio histórico, sua grande beleza faz da basílica uma das mais procuradas para celebração de casamentos e batizados. A Igreja se caracteriza pelo estilo neorromântico, com arcos plenos e três naves internas, sendo uma a maior e central e duais laterais, formada por fileiras de arcos e colunas internas. Vitrais, uma característica incomum no estilo romântico, podem ser vistos em pequenas janelas em arcos. Na nave, duas ordens de colunas laterais, com seis colunas cada, são notórias. Até os anos 50, a Basílica tinha três sinos com nomes próprios: Cristo Rei, pesando 3 mil quilos; Nossa Senhora Aparecida, pesando 1780 quilos; e São Francisco, pesan- do 810 quilos. A Basílica vendeu, então, o sino maior (Cristo Rei) ao Santuário Nossa Senhora Aparecida de Catanduva e os três menores à Herval D`oeste de Santa Catarina, e encomendou modelos novos e mais modernos na Europa. Em 1959, foi enviado da Alemanha um projeto detalhado para o fornecimento de quatro sinos, tocados eletronica- mente. A dificuldade foi obter a licença de importação sem despesas, que, por causa do peso, custaria uma fortuna. Construída em agradecimento pela proteção de Nossa Senhora durante a Revolução Constitucionalista de 1932, a basílica é um cartão postal da cidade A FotoMaríliaDominicci
  • 34. 34 | Estilo Damha Junho | Julho 2013 Rio Preto / Ipiguá Especial Construído em 1956, o Parque da Represa Municipal está localizado a 5 minutos dos residenciais Damha Rio Preto. É uma área de águas superficiais e extrema beleza natu- ral frequentada por uma variedade de espécies de peixes, aves e mamíferos. Os mais notórios são as capivaras, que podem ser vistas em grupos nadando ou se estendendo ao sol. Os patos, garças e outros pássaros, que chamam a atenção pela beleza e quantidade, adotaram as ilhas cen- trais como área de descanso e reprodução. Além de ponto turístico e cartão postal, a Represa de Rio Preto é responsável pelo abastecimento de 30% a 40% da água que chega aos moradores, após tratamento no Palácio das Águas. A belíssima infraestrutura, instala- da durante um projeto de revitalização nos anos de 1990 e 1991, permite a realização de caminhadas, a aprecia- ção da paisagem natural e as reuniões familiares. Entre os equipamentos disponíveis estão a pista de caminhada de 2,7 mil metros lineares, três conjuntos de equipamen- tos de ginástica, sanitários públicos e 23 quiosques, des- tinados ao lazer de todos os frequentadores do parque. ONDE MORAM AS CAPIVARAS... E MUITAS OUTRAS ESPÉCIES A represa é um santuário para espécies nativas da região FotoMaríliaDominicci
  • 35. Junho | Julho 2013 Estilo Damha | 35 Rio Preto / Ipiguá Especial ÚTIL: Parque Ecológico Educativo Av. Benedito Rodrigues Lisboa, 1.300 (17) 3216-2868 Zoológico Municipal Rua José Deguer, S/N Jardim Nazareth (17) 3225-3930 Teatro Municipal Humberto Sinibaldi Neto Av. Brig. Faria Lima, 5381 Nova Redentora (17) 3226-2626 Zero Grau – Bar E Chopperia Av. Alberto Andaló, 3474 - Centro (17) 3235-2010 Biblioteca Pública Municipal Pça. Jornalista Leonardo Gomes Centro Cultural Prof. Daud Jor 1 (17) 3225-6164 Vila Dionísio Bar Av. Bady Bassit, 3961 Boa Vista (17) 3235-4482 O zoológico é uma ótima opção para um passeio no final da tarde FotoMaríliaDominicci
  • 36. 36 | Estilo Damha Junho | Julho 2013 Rio Preto / Ipiguá Especial IPIGUÁ (SP), MENINA DOS OLHOS VERDES “À noite, em Ipiguá, fiquei fascinada com a delicada composição do céu azul índigo brilhante. Como se fosse um tecido fino, cravejado de estrelas, a abraçar uma lua imensa. A lua branca, tão próxima da terra, brincava sorrindo, a entrar e a sair pelas janelas das casas...” Constância Nery Igreja São Sebastião de Ipiguá FotoMaríliaDominicci
  • 37. Junho | Julho 2013 Estilo Damha | 37 Rio Preto / Ipiguá Especial m 1920, quando foi fundada sob o nome de povoado de Barra Funda, a cidade abrigava algumas construções rústicas e uma pequena população cercada pelo sertão e pela mata virgem. Infelizmente, são poucos os documen- tos que registram essa época e boa parte da história lo- cal se perdeu com o tempo, mas a pequena Ipiguá, com seus quase 5.000 habitantes, não se faz de rogada e en- canta visitantes e moradores com sua tranquilidade. Ainda por completar dez anos de emancipação, Ipi- guá é cercada pelo verde até onde a vista alcança. Lo- calizada a apenas 15 minutos de São José do Rio Pre- to, não compartilha a agitação da vizinha mais antiga. Basta acessar a avenida principal para perceber que a arborização é destaque e que os prédios da metrópo- le não têm vez no pacato município de casas térreas, diante das quais as pessoas se reúnem para conversar ao final da tarde. Em meio a essa quietude sobressai-se o interesse no crescimento e desenvolvimento urbano do município, que oferece programas de incentivo fiscal e tributário para indústrias e comércios que desejam se instalar na região, que já conta com um grande shopping center próximo e está em franca expansão. Terra natal de Constância Nery, sua calma, paz e cam- pos cultivados ficaram marcados na memória da pintora, ícone da chamada arte Naïf, cujas obras, expostas em di- versas galerias de arte no Brasil e no mundo, retratam os costumes e as paisagens que guarda na alma com toda a inocência e explosão de cores próprias de seu estilo. E Arborização é marca da cidade FotoMaríliaDominicci
  • 38. 38 | Estilo Damha Junho | Julho 2013 Rio Preto / Ipiguá Especial “Dia Feliz” retrata imagens da infância da pintora nas férias observando os colonos no campo Reprodução autorizada pela artista TODA A INOCÊNCIA DA PINTuRA NAÏF
  • 39. Junho | Julho 2013 Estilo Damha | 39 Rio Preto / Ipiguá Especial ascida em Ipiguá, em 1936, Constância Nery passou parte da infância no campo, onde, durante as férias, observava os colonos nas colheitas e as manifestações folclóricas. Transferiu-se mais tarde para São Paulo, ci- dade em que cursou a Escola Paulista de Propaganda e Marketing e frequentou a Escola de Folclore de São Paulo. Chegou a trabalhar como publicitária, abrin- do seu próprio escritório, até que, em 1969, decidiu abraçar a pintura como atividade profissional e expor seus trabalhos. A partir de então, tem participado de diversas mostras no Brasil e no exterior. Atualmente vive na cidade do Porto, em Portugal, mas suas raízes ainda permeiam todas as suas obras. Membro efetivo da União Brasileira dos Trovadores, além de pintora, Constância é poetisa. Com louvor. E falou com a Estilo Damha com muito orgulho de sua terra natal. “LÁ, ONDE ESTÁ A MINHA ALMA” Constância Nery Não faço hoje nada muito importante. Não há prêmio nem crítica que mereça o esforço. Olho no espelho, a vida está parada. Nem sabores, nem perfumes. Cantar, sonhar, enlouquecer… nada importa! Não deixo chorar a minha alma, essa alma crente, generosa, útil e inocente morta. Escondo a lágrima seca, da minha nascente escondida, que só a mim pertence. Não teimo em mostrar o brilho que não há. O que sinto não merece aplauso. Deixo a minha dor em paz… Silencio meus lábios. Meu pranto não é o ruído das guerras nem das novelas no ar. Não é música que vem e que vai. Não sabe as cantigas de vento ou de mar. A ninguém interessa! Posso ousar entrar no reino da minha alma. Com a minha alma está a minha alegria. O que está inerte já não existia, nem ontem, nem hoje. Há um sabor de folhas frescas, intocáveis… E o som do silêncio, um som para descobrir… Posso sentir onde está a minha alma. N “Calma no Interior”: família no campo durante a colheita de jabuticabas ÚTIL: Galeria Jacques Ardies Rua Morgado de Mateus, 579 São Paulo (SP) (11) 5539-7500 (11) 5539-7675 www.ardies.com jacques@ardies.com Reprodução autorizada pela artista
  • 40. 40 | Estilo Damha Junho | Julho 2013 Rio Preto / Ipiguá Especial DAMHA CHEGA A IPIGUÁ (SP)Residencial Damha Fit Ipiguá, com área total de mais de 359 mil m², terá 733 lotes residenciais Vista panorâmica das portarias de acesso Imagemmeramenteilustrativa “O loteamento Damha Fit Ipiguá, em Ipiguá (SP), encontra-se em processo de registro. Nos termos do disposto na Lei 6.766/79, as vendas só serão iniciadas após o registro do empreendimento junto ao Oficial de Registro de Imóveis competente. ”
  • 41. Junho | Julho 2013 Estilo Damha | 41 Rio Preto / Ipiguá Especial Ipiguá prepara-se para receber o residencial Damha Fit que contará com o melhor con- ceito em urbanização e sustentabilidade do país. Serão 733 lotes divididos em 2 fases de vendas com dimensões entre 223,51 m² a 444,68 m², aproximadamente, em uma área com mais de 359 mil m² e incluirão mais de 72 mil m² de áreas verdes e de lazer.
  • 42. 42 | Estilo Damha Junho | Julho 2013 Tiê Música iê significa sabedoria em japonês, mas tam- bém nos remete ao espetacular pássaro de plumagem vermelha, o tiê-sangue, ave sím- bolo da Mata Atlântica. Este último, porém, ao contrário da bela cantora de mesmo nome, não tem no canto seu ponto forte. Aos 33 anos, Tiê é mãe de duas meninas, Liz, de 4 anos, e Amora, de poucos meses, e traz em seu currículo um curso de relações públicas, aulas de canto em Nova York, o trabalho como modelo e atriz e a condução do Café Brechó. Aliás, foi nesse bar-loja em Perdizes, São Paulo, que Tiê foi apresentada ao cantor e compositor Toquinho, com quem gravou sua primeira música e viajou por todo o Brasil e pela Europa. Foi com Toquinho, também, que Tiê encontrou o cantar sussurrado que marca seu estilo. Em 2009 lançou seu primeiro álbum, Sweet Jardim, inti- mista, inteiramente autoral e que figura, segundo o jornal Folha de S.Paulo, na lista dos 50 discos que formam a identidade musical brasileira dos anos 2000. Dois anos depois, veio A Coruja e o Coração, um disco mais des- contraído e com o instrumental mais trabalhado. Em março, a nova representante da MPB se apresen- tou no SESC São Carlos, onde concedeu entrevista à re- vista Estilo Damha. T A DOCE VOZ DA MPB Texto: Dirlene Ribeiro Martins Fotos: Tati Zanichelli
  • 43. Junho | Julho 2013 Estilo Damha | 43 Estilo Damha – Observando sua trajetória, fica a impres- são de que você é uma pessoa agitada, dinâmica. Ao mesmo tempo, quando se ouvem suas músicas, sua voz, imagina-se uma pessoa tranquila, centrada. Você traz em si essas duas personalidades? Tiê – Totalmente, sou bem agitada, faço um monte de coisa, sou brava também. Agora, a minha voz é doce, então, se fica com a sensação de que sou uma pessoa ‘fofa’, e de ‘fofa’ eu não tenho nada. O pessoal lá em casa, quando alguém fala, “Como a Tiê é doce!”, logo diz: “Ahã, sei” (risos). Sou mãe de duas filhas, começo o dia às 6 horas da manhã, e dou de mamar, levo pra escola, lavo louça, arrumo a casa... Claro que tenho a ajuda de muita gente, mas quem é mãe sabe como é. Isso faz parte. E, na música, hoje, todo mundo é mui- to batalhador. Mesmo eu, que tenho a parceria de uma gravadora, preciso batalhar, ir atrás, é uma luta diária, mas é boa essa agitação. ED – Por falar em gravadora, você é considerada uma artista independente, mas, ao mesmo tempo, tem por trás uma grande gravadora, que é a Warner. Como é seu relacionamento com a gravadora e até que ponto eles influenciam suas escolhas musicais? Tiê – Como eu fiz o primeiro disco independente e só depois a gravadora entrou, ela respeita muito a minha au- tenticidade, a minha história. A Warner não dá palpite em questões artísticas, suas sugestões são mais relaciona- das ao planejamento de marketing, por exemplo, porque a gravadora tem um alcance que o independente não tem, como rádio, distribuição. E nisso a gravadora ajuda muito, considero-a uma parceira. ED – Em seu segundo disco, A Coruja e o Coração, você fez uma música para sua filha Liz (“Na Varanda da Liz”, composta em parceria com Plínio Profeta e João Caval- canti). Sua segunda filha, Amora, também pode esperar uma música? Tiê – Pode, mas ainda não tem. Segundo filho já é mais largado (risos), segundo filho não tem música, não tem roupa nova, é tudo emprestado, não tem nada... ED – Essa música poderia vir em um terceiro disco... Tiê – Não sei se o terceiro disco será lançado este ano, mas com certeza será feito este ano. A pequenininha (Amora) me inspira muito. Eu brinco que é largado, mas é só porque já estou caminhando de outro jeito. Não é o mesmo desespero de mãe de primeira viagem, que, quando o filho chora, já fica se descabelando. Quando o terceiro disco estiver na estrada, minhas duas filhas esta- rão junto, com certeza. Tiê Música Tiê durante show no SESC São Carlos
  • 44. 44 | Estilo Damha Junho | Julho 2013 Tiê Música ED – Em geral, depois que nos tornarmos mães, ficamos mais cuidadosas, em vários aspectos. Isso aconteceu com você e de que forma influenciou sua carreira? Tiê – Acho que fiquei um pouco mais medrosa, mais aler- ta. E eu relaciono isso com a maternidade recente. Claro que as contas aumentam; você faz filhos e as contas vão dobrando. Então, existe a preocupação de as coisas da- rem certo, a certeza de que não é só um hobby, mas a minha carreira. Terminamos o ano passado com o pé di- reito, fazendo a festa da virada na Avenida Paulista para 2 milhões de pessoas, foi superespecial. A Amora esta- va então com dez dias e me trouxe este presente, pois dizem que filho traz presente. E este ano está cheio de shows, mesmo com um disco que já não é tão novo. Com a carreira não estou preocupada. ED – Em uma entrevista em 2009, você disse que fechou o Café Brechó porque queria viver de sua voz, “a qual- quer custo”. Quase quatro anos depois, você se arrepen- deu? Tiê – De jeito nenhum, foi a melhor escolha que fiz! É cla- ro que tem mês que é melhor, tem mês que é pior, como qualquer outra profissão, mas pelo menos eu faço o que gosto, graças a Deus consigo viver disso. Fiquei seis me- ses “com fome” (risos), mas deu certo. ED – O que você considera que seja a sua marca re- gistrada? Tiê – Acho que, para quem escuta, a voz doce talvez seja uma forma de me reconhecer. Já o show tem uma coisa mais engraçada, faço muita piada. Às vezes faço piada que ninguém entende, mas faço mesmo assim, e isso gera uma certa loucurinha, pois as pessoas me olham como quem está pensando: “Do que ela está fa- lando?” (risos). Mas acho que o que mais me identifica é o timbre da voz. ED – A música brasileira é movida a modismos. Você acredita que o momento atual da música brasileira é pro- pício para você? Tiê – Acho que deu certo porque não pensei nisso. Quan- do fiz o Sweet Jardim, eu realmente fiz um disco pra mim, um disco intimista em que cantava as minhas histórias, fiz como se estivesse gravando em minha casa. Enquanto pensava em sucesso, em qual música iria funcionar, a minha carreira não deslanchava. Quando eu desapeguei de tudo e resolvi fazer um disco pra mim foi que deu cer- to; foi essa sinceridade que funcionou. ED – Você parece ser uma pessoa que tem uma conexão especial com a natureza (seu nome, o nome das filhas, as músicas), como você exercita isso morando em uma cidade como São Paulo? Tiê – Em minha casa tem um jardim bem especial. Eu até brinco que, como o meu primeiro disco se chamou Sweet Jardim, eu mudei de casa e ganhei um ‘jardin- zão’. Eu falei, então, que meu segundo disco deveria se chamar Meu Primeiro Milhão, mas, como não fiz, o “milhão” não rolou (risos). Estou até pensando no ter- ceiro disco, como é que vai se chamar... Mas, graças a Deus, tenho uma casa muito boa onde posso exercitar meu lado natureza.
  • 45. Junho | Julho 2013 Estilo Damha | 45 Frejat EntrevistaMúsica
  • 46. 46 | Estilo Damha Junho | Julho 2013 etapa inaugural da Taça Ricardo Rossi, váli- da para o ranking do Damha Golf Club 2013, também levou grandes marcas ao Damha Golf Club, em São Carlos (SP). Além de disputar um torneio num dos melhores campos do país, os golfistas puderam conhecer de perto verdadeiras máqui- nas da Aston Martin e da Jaguar, que estiveram à disposi- ção para test drives. Os automóveis ficaram expostos no sábado, dia do torneio, e também no domingo, para que mais sócios e visitantes pudessem conhecer os produtos. Outra novidade foi a realização da 1ª Feijoada no Damh­a Golf Club, preparada pelo Restaurante Tulha, que marcou o encerramento do torneio, acompanhada do som ao vivo de bateria de escola de samba. A 6ª Taça Ricardo Rossi de Golfe será composta por outras cinco etapas, cujas datas já se encontram no calendário publicado no site do Damha Golf Club (www.dgc.co­m.br) e ainda estão sujeitas a confirma- ção. As inscrições estão abertas a sócios do Damha e a visitantes. Informações podem ser obtidas na secretaria. Os campeões de cada categoria do circuito serão anunciados e premiados na festa de final de ano do Damha Golf Club, quando receberão a cobiçada Taça Ricardo Rossi 2012. O campeão gross da primeira eta- pa foi Rogério Cardoso, do Damha, e os melhores net foram Jorge Fernandes e Marcelo Rossini (visitante). Eduardo Junqueira Meirelles fez um hole in one no bu- raco 11 do campo. O nome da competição homenageia Ricardo Rossi, um dos maiores golfistas do Brasil de todos os tempos, responsável pelo design do Damha Golf Club, considera- do o quarto melhor campo de golfe do país pela edição americana da revista Golf Digest, a mais importante do esporte no mundo. A Novidades do Damha Golf Club GolfNews Golfistas e visitantes do Damha Golf Club puderam dirigir verdadeiras máquinas Golfe com Jaguar e Aston MartinPrimeira etapa da Taça Ricardo Rossi oferece test drives, feijoada e muita competição aos golfistas Foto Divulgação
  • 47. Junho | Julho 2013 Estilo Damha | 47 Novidades do Damha Golf Club GolfNews Damha Golf Club tem atraído cada vez mais grandes marcas, interessadas em expor seus produtos ou serviços para o público do interior paulista. Prova disso é a recente realização de dois grandes eventos no clube: o Chevrolet Golf Cup 2013 e o Nespresso Trophy Brasil. “Esse é o terceiro ano seguido que recebemos a Che- vrolet Golf Cup e o segundo ano que realizamos o tor- neio da Nespresso, o que demonstra a força do mercado consumidor do interior paulista”, diz Carlos Gonzalez, presidente do Damha Golf Club. “São duas marcas muito fortes, que acreditam no golfe para chegar a um público formador de opinião”, completa. O Chevrolet Golf Cup selecionou no Damha um time para participar da final nacional do circuito, que aconte- cerá no Clube de Campo de São Paulo. O time campeão foi o formado por Daniel Simione, Célia Moraes Correa, Henrique Fruet e Walter Gagliardi, com 40 net. Além dos troféus e da vaga na final nacional do circuito no Clube de Campo de São Paulo, os campeões ganharam tam- bém uma taqueira com o logo da Chevrolet. As duplas formadas por Antonio Arruda/Heitor Porto e Ronaldo Mardegan/Daniel Maganini foram as vence- doras da etapa Damha Golf Club da segunda edição da Nespresso Trophy Brasil, que aconteceu no clube no final de abril. O Nespresso Trophy Brasil envolve 13 clubes de golfe de cinco diferentes estados e conta com o patrocínio da Lexus e do grupo de shoppings Iguatemi e o apoio das Águas Perrier, Whisky Glenmorangie e TaylorMade Adi- das Golf. A final nacional é em 20 de setembro, no São Fernando Golf Club, onde as 38 duplas finalistas concor- rem a uma viagem para a Espanha, para jogar golfe com o lendário José María Olazábal. O Damha Golf Club atrai eventos de grandes empresas Heitor Porto e Antonio Arruda, campeões da Nespresso Os vencedores da Chevrolet Golf Cup no Damha Marcas consagradas descobrem o potencial do interior paulista Fotos Divulgação
  • 48. 48 | Estilo Damha Junho | Julho 2013 O que acontece na Damha DamhaNews DAMHA URBANIZADORA LANÇA SEU PRIMEIRO EMPREENDIMENTO EM FEIRA DE SANTANA (BA) RESIDENCIAL DAMHA EM CAMPOS DOS GOYTACAZES (RJ) RECEBE CERTIFICAÇÃO AQUA DAMHA NA FEIJOADA NOITE E DIA A chegada da Damha Urbanizadora a Fei- ra de Santana (BA) foi um sucesso absoluto. O Village Damha I, primeiro empreendimento da empresa no estado da Bahia, tem 610 lotes residenciais com dimensões entre 302 e 506 m², em uma área total de 210 mil m², além de lote destinado à parte comercial de 15,9 mil m² e espaços reservados exclusivamente à área verde e de lazer da ordem de 70 mil m², tota- lizando um investimento de aproximadamente R$ 48 milhões. O residencial é o segundo, dos 12 novos empreendimentos previstos para se- rem lançados em todo o país em 2013. Entre eles está o projeto do Village Damha II, tam- bém em Feira de Santana. O Residencial Damha I, em Campos dos Goytacazes, é o primeiro residencial horizontal fechado no Estado do Rio de Janeiro a receber o selo, que atesta a adoção de medidas sustentáveis, concedido pela Fundação Vanzo- lini. Com previsão de lançamento em breve, o Damha I é o terceiro empreendimento da Damha Urbanizadora a receber tal reconhecimento. Cerca de 1.200 pessoas, enquanto apreciavam uma gostosa feijoada, puderam conhecer melhor a Damha Urbanizadora, recém-chegada a Feira de Santana. Na entrada, todos os convidados foram agraciados com um kit especial que imediatamente fez sucesso entre os presentes. O evento, ocorrido no início de abril, foi animado por diversas bandas e teve como atração principal o cantor Luiz Caldas. FotosDivulgação
  • 49. Junho | Julho 2013 Estilo Damha | 49 PARQUE ECO ESPORTIVO DAMHA RECEBE O GP EXTREME BRASIL O que acontece na Damha DamhaNews VITOR GUARALDO É DESTAQUE EM TORNEIOS A 3ª edição do GP Extreme Brasil movimentou o Parque Eco Esportivo Damha, em São Carlos (SP), nos dias 6 e 7 de abril. Mais de 1.000 atletas participaram do evento, que é uma das provas mais desafiadoras do calendário nacional. Foi o cenário ideal para a competição, já que conta, além da estrutura adequada de subidas, retas ve- lozes e trechos técnicos, com um aparato completo para a prática de esportes. O nadador Vitor Guaraldo dos Santos, patrocinado pela Damha Urbanizadora, foi um dos destaques da equipe brasileira que venceu o Campeonato Sul-Americano Ju- venil de Natação. Convocado para a Seleção Brasileira por conta dos bons resultados obtidos em 2012, o atleta conquistou o bicampeonato nos 100 metros nado costas e obteve a sexta colocação nos 200 metros. Dia 22 de abril, competindo pela primeira vez no Troféu Maria Lenk, no Rio de Janeiro, Vitor foi o melhor atleta da categoria Júnior I, alcançando o 7º lugar. Assim, confirmou o índice para participar do Mundial Júnior de Natação, em Dubai. ASSEMBLEIA OFICIALIZA ENTREGA DO DAMHA II, EM UBERABA (MG) Foi realizada, em 18 de abril, a assembleia de entrega do em- preendimento Damha II, em Uberaba (MG). A ação formalizou a transferência da gestão administrativa do residencial para a Associação dos Moradores, agora responsável por todas as decisões gerenciais do condomínio. O evento, que serviu para eleger os membros da Associação, contou com a participação dos proprietários dos lotes. Para celebrar a ocasião, foi ofereci- do aos participantes um coquetel no Centro de Convívio. FotosDivulgação
  • 50. 50 | Estilo Damha Junho | Julho 2013 DAMHA URBANIZADORA INVESTE R$ 5 MILHÕES EM VIAS DE ACESSO REINALDO COLUCCI CONQUISTA VITÓRIA NO TROFÉU BRASIL SUCESSO TOTAL NO LANÇAMENTO DO RESIDENCIAL DAMHA IV, EM CAMPO GRANDE (MS) Uma parceria entre a Damha Urbanizadora e o poder público deu início, em maio, às obras de pavimentação da Av. Fernando Pinto de Queiroz, no Bairro SIM, em Feira de Santana. O projeto inclui melhoria da via de 1,1 km de ex- tensão, com a duplicação de parte da Av. Noide Cerquei- ra e a construção de uma interligação entre as avenidas Noide Cerqueira e Artêmia Pires. Está prevista, também, a futura execução de uma segunda obra na região, já apro- vada pela prefeitura. A ação beneficiará toda a população local e nela a Damha investirá um total de R$ 5 milhões. A previsão é que a obra iniciada seja concluída antes da en- trega das obras do Residencial Village I Feira de Santana. O lançamento do Residen- cial Damha IV, em Campo Grande (MS), no dia 21 de março, foi um sucesso absolu- to. Todos os 340 lotes disponí- veis foram comercializados no primeiro dia. O quinto empre- endimento da urbanizadora na capital sul-mato-grossense possui uma área total de 330 mil m², resultado de um inves- timento na ordem de R$ 30 mi- lhões. Além dos residenciais Damha I, II, III e IV, a urbaniza- dora conta com outro produ- to na região: o Villas Damha, condomínio de casas prontas. O Troféu Brasil de Triathlon aconteceu em 12 de maio, Dia das Mães. Numa disputa acirrada do começo ao fim, Reinaldo superou todos os seus limites e disputou a vitó- ria milímetro a milímetro. O atleta, patrocinado pela Da- mha Urbanizadora, terminou o desafio em primeiro lugar, com 3 segundos de vantagem sobre Santiago Ascenço, segundo colocado, e dedicou a conquista à sua mãe, Vera. “Confesso que por um momento pensei que não seria possível vencer o Santiago, mas, mesmo assim, continuei forçando e dando meu melhor até o final, o que foi recompensado com a minha vitória, e isso me mostrou mais uma vez que não devemos nunca desistir dentro de uma competição!”, disse ele após a prova. O que acontece na Damha DamhaNews FotosDivulgação
  • 51. Junho | Julho 2013 Estilo Damha | 51 O que acontece na Damha DamhaNews
  • 52. 52 | Estilo Damha Junho | Julho 2013 Dona Onça Gastronomia Os Sabores da Onçaa pauliceia saboreia a combinação da comida brasileira com tempero caipira Texto: Décio Junior Fotos: Mauro Holanda Delícia fácil de preparar em casa
  • 53. Junho | Julho 2013 Estilo Damha | 53 Dona Onça Gastronomia gastronomia paulistana impressiona pela qua- lidade e pela variedade. Na cidade que não dorme, comida árabe tem. Chinesa, japonesa e francesa também tem. Argentina, uruguaia e espanhola não falta. Isso sem falar da italia- na, da mexicana e, claro, da caipira. Sim, em São Paulo, no Bar da Dona Onça o chamariz é o tempero da roça paulista, aquele bem do interior, que vem do embrião de São José do Rio Pardo, cidade do aclamado chef Jeffer- son Rueda. Mas quem manda por essas bandas é Dona Onça, Janaina Rueda. Esposa de Jefferson, Janaina começou a carreira em casa sem os palpites do marido, que só resolveu intervir quando ela decidiu montar um bar. “Quando falei isso, ele me disse: ‘então agora vem aqui que eu vou te ensinar algumas coisas’, principalmente no preparo dos molhos, pois não uso nada industrializado”, conta. Aluna dedicada, Janaina já foi aclamada, recebeu prêmios e hoje comanda uma equipe de 21 pessoas que trabalha sob o olhar da Dona Onça. Mas, apesar do apelido carinhoso que ganhou do marido, Janaina é adorável, divertida, agradável, extremamente gentil e, acima de tudo, mulher, que se divide para cuidar da cozinha, dos filhos e do marido. O Bar da Dona Onça completa cinco anos em 2013. No cardápio paulista, ou caipira, um dos destaques é a famosa rabada, um dos pratos mais vendidos. A couve-flor por lá é à milanesa. O arroz, mexidinho com feijão. O feijão, tropeiro. A carne, moída. A couve, ser- vida com farinha. Janaina explica que o interior paulista, em alguns mo- mentos, se mistura com o mineiro, mas ela garante: “o nosso tempero é paulista”, fazendo referência à região de Rio PaRdo, assim mesmo, com o R bem foRte. Além dos pratos caipiras, o Bar da Dona Onça também oferece uma das melhores feijoadas da cidade, que aju- da a aquecer os sábados frios que já começam a dar as caras pela capital paulista. Para saborear esses e outros pratos, vale a pena visi- tar o Bar da Dona Onça. E para ficar com água na boca, acompanhe a receita que ela presenteia os leitores da Estilo Damha. A No comando com as mãos na massa (e nas carnes)
  • 54. 54 | Estilo Damha Junho | Julho 2013 Dona Onça Gastronomia ÚTIL: Bar da Dona Onça Av. Ipiranga, 200, República São Paulo, SP (11) 3129-7619 INGREDIENTES Para o rosbife 250 g de file mignon em formato de bastonete Sal a gosto Pimenta do reino a gosto 50 ml de azeite Para a salada 1 batata cozida em cubinhos aquecida ½ maçã verde cortada em brunoise ¼ de salsão cortado em brunoise 1 mandioquinha cozida, amassada e aquecida 1 colher de sopa de maionese 5 gotas de suco de limão 1 colher de sopa de salsinha picada Sal a gosto ROSBIFE CASEIRO COM SALADA DE BATATAS MODO DE PREPARO Rosbife Em uma frigideira bem quente coloque o azeite, doure o filé mignon por 3 minutos de um lado, vire por mais 3 minutos do outro. Retire e deixe descansar por 5 minutos. Salada de batatas mornas Misture todos os ingredientes em um bowl e re- serve. Fatie o rosbife em rodelas de 1 cm e sirva com a salada de batatas. Requinte e com temperos simples de casa
  • 55. Junho | Julho 2013 Estilo Damha | 55 s cidades podem ser conhecidas e aprecia- das a partir de diversas perspectivas. Nature- za, monumentos históricos e aventuras são al- gumas delas. Aqui, porém, propomos um tour alternativo. Embora os itens também encham os olhos, é o estômago quem fica mais satisfeito. A Gourmet Tour Damha Gastronomia GOURMET TOUR DAMHA Os sabores das cidades onde a Damha está presente Texto: Dirlene Ribeiro Martins Caranguejo: o saboroso crustáceo que mereceu uma passarela com seu nome Foto Filippe Araújo A ideia é conhecer alguns lugares a partir de um tour gas- tronômico e, para tal, escolhemos algumas cidades onde os empreendimentos Damha já estão presentes e na cidade onde está localizada sua sede (São Paulo). As opções vão desde deliciosos pratos típicos até despretensiosos lanches que chamam a atenção por suas histórias e curiosidades. Nossa viagem começa por Aracaju (SE) e por uma iguaria que é tão apreciada no local que até ganhou um espaço em sua homenagem. Estamos falando da Passa- rela do Caranguejo e, é claro, do crustáceo que leva esse nome. Os menos habituados talvez tenham dificuldade Aracaju/se em ultrapassar o obstáculo representado pela carapaça rígida do caranguejo, mas, ao provarem a carne branca, macia e salgadinha, verão que o esforço valeu a pena. Então, é bem capaz que se cansem de quebrar cascas por não querer parar de comer o petisco.
  • 56. 56 | Estilo Damha Junho | Julho 2013 Gourmet Tour Damha Gastronomia Seguiremos agora até Campo Grande (MS) e, nova- mente, o prato contemplado é tão importante para a po- pulação que mereceu um monumento em frente ao Mer- cado Municipal e foi registrado pela prefeitura como o primeiro bem imaterial do patrimônio histórico e cultural da cidade. Trata-se do sobá, iguaria feita com macarrão cozido, carne suína (ou bovina), ovos em tiras e ceboli- nha, acompanhados de um caldo quente cuja base é o molho de soja. Essa delícia que não deixa dúvida da in- fluência japonesa na cultura campo-grandense pode ser encontrada na Feira Central de Campo Grande. Já em São Paulo, o destino é o interior do estado, para experimentar uma lenda, as famosas “Pamonhas, pamo- nhas, pamonhas; pamonhas de Piracicaba”, que ficaram conhecidas não só pelo jingle gravado na década de 1960, mas principalmente porque eram diferentes das fa- bricadas em Minas Gerais. “O puro creme de milho” não levava leite e era adoçado com açúcar cristal, além de a embalagem usada ser a própria palha do milho. Atual­ mente, porém, é difícil encontrar a iguaria fora da Festa do Milho Verde, que acontece sempre em março em Tan- quinho, distrito de Piracicaba. Mas esse lapso, segundo a direção do Centro Rural de Tanquinho, está com os dias contados, pois em breve uma fábrica se encarregará de fornecer pamonha o ano todo, e com o tradicional sabor. Sobá: influência japonesa na culinária de Campo Grande Banca do Edson: difícil escolher um só Foto: Divulgação Foto: Jorge Almoas O puro creme de milho Já em Uberaba (MG), fica difícil escolher um único produto. Doces, queijos, temperos, são muitas as op- ções. Na dúvida, o melhor é passar no Mercado Muni- cipal, uma construção em forma de octógono que fica na Praça Manoel Terra, e levar um pouco de cada coisa para se deleitar. Se estiver com um bocadinho de pres- sa e quiser pegar tudo num lugar só, a Banca do Edson é uma boa pedida. Foto: Divulgação Piracicaba/sp Uberaba/mg CampoGrande/ms
  • 57. Junho | Julho 2013 Estilo Damha | 57 Em seguida, a parada é em Bueno de Andrada, para provar o salgado que, em 2001, mereceu uma crônica do araraquarense Ignácio de Loyola Brandão. As coxinhas douradas, do Bar e Mercearia Freitas, comandado pelo simpático casal Paulo e Sônia Freitas, transformaram o pacato distrito de Araraquara (SP) em um ponto turístico da região. O segredo, segundo Ignácio de Loyola, está na “massa de batata crocante, recheio generoso, frango desfiado em quantidade, bem temperado”. E algumas coisas mudaram desde a primeira visita do cronista ao lugar. Agora, para quem não quiser se ater ao salgado tradicional, há outras dez opções de coxinhas, que vão desde a de camarão até a de brócolis. Já em São Carlos (SP), a opção é pelo lanche, tão apreciado pelos milhares de estudantes que lotam repú- blicas e lanchonetes da cidade. E, óbvio, para matar a fome dessa gurizada, quanto maior, melhor. Nesse que- sito, o Trem Bão já detém um recorde, o de ter produzi- do o maior sanduíche comercializado do mundo, o Trem Godzilla, que, entre outros ingredientes, leva 26 kg de presunto e queijo, 100 hambúrgueres, 60 ovos, 7 kg de calabresa e 6 kg de cebola. E agora, segundo Ronei Pilla, um dos sócios da empresa, a próxima meta é entrar para o Guinness Book com o maior sanduíche do planeta, ul- trapassando o lanche de quase uma tonelada produzido por uma lanchonete americana. Gourmet Tour Damha Gastronomia ÚTIL: Feira Central Rua 14 de Julho, 3351 Campo Grande (MS) Quartas e sextas-feiras, a partir das 17 h, e aos sábados, a partir das 10 h Banca do Edson Mercado Municipal de Uberaba, Box 19/20, (34) 3333-2262 Pça Manoel Terra, s/n, Uberaba (MG) Segunda a sábado, das 6 h às 18 h, domingo, 6 h às 12 h Coxinhas douradas: só um cronista consegue descrever Trem Bão: o lanche de dois andares Centro Rural de Tanquinho Rua Américo Faganello, s/n (19) 3431-1266 Distrito de Tanquinho Piracicaba (SP) Finais de semana Bar e Mercearia Freitas Av. Nilo Rodrigues da Silva, 15 (16) 3335-4176 Distrito de Bueno de Andrada Araraquara, SP Terça a domingo, das 19 h às 22 h Passarela do Caranguejo Orla da Praia de Atalaia, Aracaju (SE) Trem Bão Burger & Grill (Trembão USP) Rua Carlos de Camargo Salles, 500, Jd. Lutfalla, São Carlos (SP) (16) 3501-4633 Domingo a quinta, das 18 h às 2 h, de sexta e sábado, das 18 h às 6 h Foto: Dirlene Ribeiro Martins Foto: Dirlene Ribeiro Martins Araraquara/sp SãoCarlos/sp
  • 58. 58 | Estilo Damha Junho | Julho 2013 Gourmet Tour Damha Gastronomia a capital paulistana tudo é superlativo. É a ci- dade dos grandes números, das misturas, de tudo um pouco ou muito de tudo. São Paulo é um verdadeiro mosaico de culturas que se reflete diretamente em sua identidade e, óbvio, em sua cozinha. Afinal, estamos falando de um dos maio- res centros gastronômicos do mundo. São 52 nacionalidades e regionalidades que podem ser observadas nos temperos e influências dos pratos. É só pensar em determinada culinária que São Paulo tem. Seja turista ou morador, sempre há algum prato que agra- de e que caiba no bolso. Como seria difícil escolher um único prato que repre- sentasse a capital paulistana, optamos por algumas igua- rias que inspiraram histórias curiosas ou que caíram no gosto popular. N são paulo para todos os gostosPratos que, além de deliciosos, têm muita história para contar Texto e fotos: Dirlene Ribeiro Martins Bisteca do Sujinho: porções generosas e suculentas
  • 59. Junho | Julho 2013 Estilo Damha | 59 Gourmet Tour Damha Gastronomia É o caso da bisteca bovina do Sujinho, bar cuja história e tradição estão ligadas à boemia paulistana. Hoje, são cinco casas da rede, mas a primeira delas, que nasceu na Rua da Consolação, 2078, esquina com a Rua Ma- ceió, é a mais conhecida. Quando abriu as portas, lá pela década de 1920, funcionava como um misto de boteco e armazém, mas logo começou a fazer sucesso pela biste- ca de boi, preparada em brasa de carvão e servida em porções generosas. O nome Sujinho foi dado pelos próprios clientes e, o que poderia ser um antimarketing, funcionou bem e foi assumido pelos proprietários. Porém, a maior propagan- da da casa foi feita pelo ex-presidente Lula, em 1994. Quando saía de uma churrascaria em Nova York, recla- mou do filé de 60 dólares que havia comido e disse: “A bisteca do Sujinho é muito melhor”. Já no Bar e Lanches Estadão, boteco 24 horas que é um ícone da cidade, a dica é experimentar o suculento lanche de pernil, o item mais pedido do cardápio. Por dia, são consumidas 30 peças de pernil, que na versão tradi- cional vem acompanhado de cebola, tomate e pimentão, tudo envolvido pelo pão francês. O “pernil do Estadão”, como é mais conhecido, é uma referência ao jornal O Estado de S. Paulo, que ficava ao lado do bar nos anos 1970 e lotava o balcão com seus jornalistas esfomeados. Hoje, mesmo de madrugada, o local fica cheio de motoristas de táxi, policiais e boêmios em geral. Ainda no quesito lanche, vale a pena experimentar o bauru do Ponto Chic, bar inaugurado no Largo do Paissan- du, em 1922, em plena efervescência da Semana de Arte Moderna. O sanduíche famoso só surgiria anos depois, quando o bar recebeu a visita de Casimiro Pinto Neto, que era conhecido na Faculdade de Direito da USP, no Largo de São Francisco, pelo apelido de “Bauru”. Ele era frequentador do Ponto Chic e, em uma noite de 1936, atra- sado para uma partida de sinuca, pediu a um funcionário do local para montar o famoso lanche pela primeira vez. Ainda hoje, quem frequenta alguma das quatro lojas da rede, três na capital e uma em Ribeirão Preto, e pede um bauru, recebe abundante recheio de rosbife mais uma mistura de quatro tipos de queijo derretidos em banho- maria, fatias de tomate e pepino acomodados em um pão francês sem miolo. Depois dessa descrição é fácil en- tender por que muitos paulistanos esbravejam ao verem, em algum cardápio, um bauru montado com presunto, queijo, tomate e orégano. Yakissoba da Feirinha da Liberdade: vale a pena enfrentar a fila Bauru do Ponto Chic: quatro tipos de queijo derretidos em banho-maria Pernil do Estadão: o preferido dos jornalistas esfomeados
  • 60. 60 | Estilo Damha Junho | Julho 2013 Gourmet Tour Damha Gastronomia Quem não se incomoda em comer em pé, encostado em muros ou até sentado na escadaria do metrô, tem no yakissoba da Feirinha da Liberdade, que acontece na praça e bairro de mesmo nome, uma boa opção. A fila é enorme, mas a eficiência dos atendentes faz com que ela ande bem rápido. Além disso, a primeira garfada (para quem não tem intimidade com o hashi) leva embora qual- quer incômodo. O preço também é convidativo (o marmi- tex pequeno R$ 12,00 e o grande, R$ 14,00), e o fato de ficar bem próximo ao metrô ajuda na locomoção. E já que se está por lá, é uma boa ideia aproveitar para conhecer as outras barracas, tomar um suco natural (o de goiaba é muito bom!) ou um saquê (cerveja também tem, é claro) e fechar o almoço com um doce de feijão, chamado azuki, uma das sobremesas preferidas por quem frequenta a Feira. Por fim, mas não menos famoso, temos o sanduíche de mortadela do Mercadão. O lugar escolhido para apreciar a iguaria é o Bar do Mané, que está ali desde a inaugura- ção do Mercado Municipal Paulistano, em 1933, e é res- ponsável por criar, na década de 1970, o lanche que atrai milhões de pessoas todos os anos. Quem pede o lanche se depara com nada menos do que 250 g de mortadela, então, não é por acaso que o lema no Bar é “aqui, o que tem menos é o pão”. Ainda no Mercadão, é divertido parar nas barracas (são 275 boxes ao todo) e observar bem os produtos, tirar dúvidas, conhecer novos ingredientes e, claro, degustar. Mas é bom estar preparado para encontrar muita gente que teve a mesma ideia. Diariamente, circulam por lá de 11.000 a 25 000 pessoas. ÚTIL: Restaurante Sujinho Rua da Consolação, 2078 (11) 3231-5207 Todos os dias, das 12 h às 5 da madrugada Bar e Lanches Estadão Viaduto 9 de Julho, 193, Centro (11) 3257-7121 Atendimento 24 horas Ponto Chic Largo do Paissandu, 27, República, (11) 3222-6528 Seg. a sábado, das 10 h às 22 h Feira de Arte, Artesanato e Cultura da Liberdade Praça da Liberdade, s/n, Liberdade, (11) 3208-5090 Sábado, das 9 h às 18h, domingo, das 9 às 19 h Bar do Mané Mercado Municipal Paulistano, Rua da Cantareira, 306, E-14, (11) 3228-2141 Todos os dias, das 4 h às 17 Sanduíche de mortadela do Mercadão: o que tem menos é o pão
  • 61. Junho | Julho 2013 Estilo Damha | 61 Eduardo Amuri ColunaEconomia randes fatos acontecem por conta da nossa impulsividade. Namoros começam e termi- nam, carros são comprados, ofensas são ditas. No geral, a impulsividade é tida como algo ruim. Mas e se pudéssemos tirar proveito dela para melhorar nossa vida financeira? E se pudésse- mos utilizar o impulso para criar bons hábitos? Se você optou por ler este texto (e se você já chegou até aqui), é bem provável que tenha interesse, mesmo que mínimo, em melhorar sua relação com o dinheiro de alguma forma. Essa vontade existe agora, mas pode su- mir daqui algumas horas. Por isso, o melhor momento para promover qualquer mudança é sempre o “agora”. Não existe força de vontade futura. O regime pensado no sábado com promessa de ser colocado em prática na segunda-feira tem grandes chances de nem começar. Nosso “eu do futuro” terá outras preocupações. Ele nem se lembrará da tal promessa. Trazendo para o viés financeiro, sobram opções. Quando você estiver analisando seu extrato e perce- ber que tem mais dinheiro do que imaginava que ti- nha, transfira essa sobra para a poupança, na hora. Aproveite o cenário favorável, você já está sentado no computador, seu internet banking já está aberto, a mo- bilização é pequena. Se o dinheiro fizer falta mais para a frente, você resgata, mas, a princípio, separe. Geralmente, após lermos um texto que fala sobre or- ganização financeira estamos motivados a tomar alguma providência. Se o chamariz da vitrine nos faz comprar o que não planejamos, por que não utilizar a reflexão cau- sada por um texto para motivar uma ação que reconhe- cemos como benéfica? Outras ações menos diretas, mas igualmente eficien- tes, podem ser tomadas sempre que essa boa vontade surgir. Não necessariamente conseguiremos reduzir gas- tos que já temos, mas podemos, com relativa facilidade, eliminar gatilhos de compra. São pequenos cenários e situações na nossa rotina que disfarçadamente nos im- pulsionam a gastar mais. Geralmente é um gasto bobo, com algo que não agrega tanto assim, que não nos fará falta. Podemos cancelar a assinatura de uma newsletter que nos envia ofertas de coisas que não precisamos todo santo dia, por exemplo, ou podemos finalmente tomar co- ragem para ligar para a operadora de celular e optar por um plano mais simples, que já atende ao que necessi- tamos. O mesmo vale para planos de TV por assinatura. Muitas vezes, o que precisa ser feito já está bem claro, falta só deixar a preguiça de lado e agir. Mais do que grandes sacadas e teorias econômicas, o que compõe uma vida financeira próspera são as pequenas ações. G A IMPULSIVIDADE POSITIVA O melhor momento para promover qualquer mudança é sempre o “agora” Foto:Divulgação Eduardo Amuri - Formado em psicologia econômica, escreve sobre finanças e comportamento também no PapodeHomem (papodehomem.com.br) e no Dinheirama (dinheirama.com).
  • 62. 62 | Estilo Damha Junho | Julho 2013 Foto:Divulgação Márcio Moreira ColunaGastronomia Marcio Moreira – O chef Marcio Moreira, do alto dos seus 20 anos da área da gastronomia, detém vasta experiênca acumulada no mundo dos sabores e é essa bagagem que lhe permite hoje prestar serviços pela empresa 2M Soluções Gastronômicas para restaurantes e rede hoteleira, ministrando palestras e oficinas em boa parte do país. O chef destacou-se durante 7 anos como coordenador e chef de cozinha da culinária do programa Mais Você da Rede Globo, pela sua capacidade de criar pratos com sabores do nosso Brasil. ecidi inspirar minha primeira coluna na Estilo Damha com um tema que está diretamente re- lacionado às nossas vidas, afinal, quem pode dizer que nunca acordou de mau humor ou perdeu a paciência com alguma coisa e aca- bou tendo um dia “daqueles”? Poucas pessoas sabem, mas alguns alimentos têm o poder mágico de melhorar o humor e nos deixar mais alegres. Se para você o simples fato de se preparar para uma boa refeição já é suficiente para abrir um sorriso, imagine poder escolher alimentos que mudam a química do cérebro e melhoram o humor. Alguém lhe disse, por exemplo, que alimentos verdes ajudam a combater a tristeza e que, para superar essa “fase ruim”, você pode estar precisando de um bom prato de espinafre? A deficiência no consumo de ácido fólico (presente principalmente em folhas verdes e legu- minosas) leva a variações no humor que podem chegar à depressão. Além disso, para manter o ânimo, controlar a ansiedade e ativar os neurotransmissores reguladores do humor é necessária uma boa dose de ômega 3 e selênio, encontrados nas nozes, castanhas e peixes, enquanto o zinco, presente nos frutos do mar, arroz, bananas e laran- jas, pode contribuir para o bom humor porque sua ação estimula as células nervosas. O triptofano está relacionado ao controle do sono, do ânimo e do bem-estar. Se você não passa um dia sem um pedacinho de chocolate (que contém doses generosas do aminoácido) sabe do que estou falando. Felizmente, pode ser encontrado também em outros alimentos deli- ciosos e menos calóricos, como queijo cottage, tofu, fei- jão e grão-de-bico. Café da manhã é um item indispensável para repor os açúcares consumidos durante o sono, controlando o mau humor e a ansiedade, mas ranzinzas crônicos precisam também colocar em dia as doses de vitamina B, neces- sárias para aproveitar os carboidratos na condução dos impulsos nervosos e controle da depressão. É preciso também investir no consumo de minerais presentes em sementes e castanhas oleaginosas. Para completar, que tal consumir alguns minerais? As sementes de abóbora torradas, por exemplo, são uma forma de combater a vontade de sair por aí quebrando tudo, uma vez que são ricas em magnésio e potássio, elementos básicos essenciais para o aproveitamento da energia e para manter a fadiga bem longe. Esses ele- mentos também são encontrados em outras sementes e em castanhas oleaginosas em geral – de quebra, são ri- cas em cobre, que funciona como “combustível celular”. Se o melhor a fazer é aproveitar a fome para saciar-se e recuperar o bom humor, eu não ia deixar você assim, sem uma ótima receita, fácil e prática, para recarregar as energias. Aprecie a felicidade sem moderação. Bom apetite! D ALIMENTE O BOM HUMOR Alguns alimentos têm o poder mágico de nos deixar mais alegres
  • 63. Junho | Julho 2013 Estilo Damha | 63 Márcio Moreira ColunaGastronomia INGREDIENTES Peixe 2 lombos (250 g cada) de badejo, cherne ou namorado com pele Sal e pimenta do reino branca a gosto Azeite Pesto 170 g de azeitonas pretas sem caroço 1 dente de alho pequeno 50 g de castanhas-do-pará tostadas 50 g de parmesão 50 g de mostarda dijon em grãos 100 ml de azeite Sal e pimenta a gosto Dica do Chef: BADEJO ALEGRIA MODO DE PREPARO Refogado de Acelga 1 colher (sobremesa) de manteiga 1 colher (sopa) de cebola picadinha 1 dente de alho picadinho ½ xícara (chá) de lentilha cozida “al dente” em água e sal 150 g de acelga cortada em partes 80 g de tomate cereja cortado ao meio 20 ml de caldo de frango 50 g de castanha de caju triturada Folhas de hortelã picadas Sal e pimenta do reino Peixe Tempere o peixe com sal e pimenta do reino e grelhe por 3 minutos de cada lado com pouco azeite em frigideira antiaderente. Mantenha no forno aquecido a 180ºC por 5 minutos. Refogado de Acelga Numa frigideira em fogo médio coloque a man- teiga e refogue a cebola e o alho, junte a lenti- lha, a acelga e o tomate. Cozinhe até murchar. Acrescente o caldo de frango. Polvilhe as fo- lhas de hortelã picadas e a castanha de caju e tempere com sal e pimenta do reino. Pesto Bata todos os ingredientes no liquidificador. Mantenha na geladeira. Montagem Num prato fundo coloque o refogado e, por cima, o lombo do peixe grelhado. Faça uma quenelle com o pesto e disponha sobre o peixe. Sirva imediatamente. Rende 2 porções. Foto:Divulgação
  • 64. 64 | Estilo Damha Junho | Julho 2013 Férias x Filhos EspecialFérias Envolver os filhos no planejamento das férias é uma boa ideia Texto: Dirlene Ribeiro Martins Fotos: Divulgação FÉRIAS ESCOLARES: ÉPOCA DE TENTAR COISAS NOVAS s férias de julho estão chegando e, para mui- tas famílias, principalmente aquelas em que há crianças pequenas, pode ser uma época de problemas na rotina familiar. Os pais ficam divididos entre os compromissos de trabalho e sociais e os desejos dos filhos de aproveitarem ao máxi- mo os dias sem aula. Para crianças e jovens é uma delícia poder acordar mais tarde, sem se preocupar com horários ou tarefas, e ficar mais tempo em frente ao computador ou à TV, por exem- plo. Aliás, nos primeiros dias de recesso escolar, é justa- mente aos eletrônicos que eles recorrem. Mas, por incrível que pareça, até isso cansa. E é nesse momento que po- dem surgir conflitos entre o que os filhos desejam fazer e o que os pais querem deixar ou podem acompanhar. Embora alguns filhos não se importem, ou até dese- jem, ficar em casa, com ou sem a presença de um adulto, para alguns pais isso é motivo de preocupação. Então, existem as opções tradicionais: os acampamentos, as férias na casa de outros parentes, os cursos de “férias”. A
  • 65. Junho | Julho 2013 Estilo Damha | 65 Filhos EspecialFérias A cirurgiã dentista Daniela Nussbaumer, de Campo Grande (MS), acredita que a mudança na rotina duran- te o recesso escolar tem suas vantagens, pois os pais também tiram “férias” do vaivém de uma aula para outra dos filhos. Ela e o marido, o engenheiro Filinto, gostariam de poder compartilhar o mesmo período de férias dos fi- lhos, mas, como não é possível, conciliam atividades que podem realizar nos finais de semana juntos e também in- centivam o convívio com os avós. Aliás, a visita aos avós, que moram no Rio Grande do Sul, é a primeira e obrigatória etapa de todas as férias. “Na casa de veraneio dos avós, a criançada se diverte com banho de rio, piscina, caiaques, pedalinhos, lan- chas, caminhadas ecológicas, pescarias”, conta Danie- la. A criançada, no caso, sãos os filhos Henrique, de 12 anos, e Valentina, de 8 anos. Daniela reconhece que os ajustes na casa recém-inau- gurada no Residencial Damha II, em Campo Grande, e o fato de ela e um grupo de amigos terem assumido a diretoria da associação de moradores não têm permiti- do viagens muito longas, mas isso não representa um problema, porque a família apela para a criatividade. “Sempre que possível, realizamos viagens curtas, de finais de semana, aos principais paraísos da região, como ao Pantanal do Mato Grosso do Sul, à Fazenda São José, onde meus filhos entram em contato cons- tante com a natureza e aprendem a cuidar do seu pa- trimônio”, diz. Mudança na rotina Daniela Nussbaumer em pescaria com os filhos e parentes
  • 66. 66 | Estilo Damha Junho | Julho 2013 Filhos EspecialFérias Para a cirurgiã dentista, um prazer especial é poder juntar amigos, tios e avós para pescarias que duram o dia inteiro: “A visão dos cardumes é maravilhosa e a sen- sação das crianças ao fisgarem um peixe grande é in- descritível!”. Além disso, como o residencial proporciona várias opções de lazer e o casal gosta de casa cheia, incentivam os filhos a chamarem os amigos. “As férias também clamam por um cineminha com pipoca, uma far- ra na piscina e pizza com a galera da escola. Festa do pijama, então, é toda a semana!”, conta. Já a psicóloga Daniela Lacerda, mãe de Pedro, de 7 anos, e de Helena, de 2 anos, procura, junto como mari- do, Anderson, se organizar para passarem pelo menos 20 dias fora de casa durante as férias das crianças, indepen- dentemente de ser uma viagem longe ou perto de onde moram, Campinas (SP). “Acreditamos que mudar a rotina durante pelo menos 20 dias por ano, organizar a rotina de outra forma, ir a outros lugares, nos faz conseguir avaliar o que estamos fazendo, nos dá a possibilidade de mudar ou continuar aquilo que nos faz bem”, explica. A prioridade do casal campineiro é que o entretenimen- to das crianças se dê fora de casa, seja com sol, chuva, frio ou calor, até para que os filhos possam reconhecer cada época do ano por meio da natureza. “Descobrimos que brincar em parques, com coisas da natureza, é o que mais tranquiliza uma criança. Diferentemente dos meios eletrônicos, como TV, computador, videogames, que dei- xam as crianças mais agitadas”, diz a psicóloga. A psicóloga Daniela com o marido e os filhos no zoológico
  • 67. Junho | Julho 2013 Estilo Damha | 67 Filhos EspecialFérias Maria Irene Maluf, especialista em psicopedagogia e em educação especial, defende que as crianças devem ser levadas a compreender, por meio de conversas amis- tosas e realistas, adequadas à sua etapa de crescimento, que nem todos os pais podem arcar com viagens longas e nem sempre eles poderão estar juntos. Mas precisam perceber, também, que as férias podem ser um bom pe- ríodo para aprenderem coisas interessantes e para serem mais independentes e maduros. Uma boa ideia, segundo Irene, é envolver as crianças e os jovens no planejamento das férias e procurar equili- brar dias e horários reservados para atividades dirigidas, obrigatórias, que serão cobradas pelos pais, e um tem- po livre em que entram brincadeiras, visitas, passeios, viagens, computador, jogos, esportes, leitura, cinema, etc. (Na seção Varal, trazemos algumas dicas de livros e filmes que podem agradar tantos às crianças e jovens quanto aos adultos.) Irene acredita que as tarefas dirigidas são instrutivas, uma vez que criam hábitos ao longo do tempo. Entre elas está a sempre necessária arrumação de armários, do material escolar, brinquedos, roupas, uniformes, etc. “Os pequenos podem participar junto com os irmãos mais ve- lhos ou um adulto da tarefa. Ainda podem escrever (ou desenhar) as etiquetas para as gavetas, consertar caixas de brinquedos com fita adesiva, separar brinquedos que não usam mais... Já os mais velhos têm aí a oportunidade de começar a aprender a se cuidar nas ruas, a pegar um táxi, metrô, ônibus, e, já que podem começar a ir e vir sozinhos, após uns dias de supervisão, podem ir ao dentista, por exemplo, ou fazer alguma compra”, explica. A psicopedagoga sugere ainda que os pais se reúnam com vizinhos que tenham filhos da mesma faixa etária e contratem um recreacionista para passar um período do dia com as crianças no playground ou no salão de festas do condomínio. “As brincadeiras, os jogos, os esportes poderão ser dirigidos e muita experiência boa vai acon- tecer com certeza! Assim, os pais trabalharão mais sos- segados e as férias da criança serão instigantes e diver- tidas, como se ela fosse a uma festa diariamente!”, diz. Equilíbrio entre as diversas atividades Crianças se divertem com segurança nos residenciais Damha
  • 68. 68 | Estilo Damha Junho | Julho 2013 EditorialModa bençoado o país que vive em cores nos 365 dias – vantagem dos trópicos. Mesmo seguindo as tendências das passarelas internacionais, temos total permissão para usar e abusar de cores e estampas, assim, nosso inverno torna-se menos sóbrio e sisudo. A elegância característica da estação mais fria do ano fica a cargo dos tecidos nobres, das sedas pesadas como o shan- tung e da intensidade dos tons de verde, azul e vermelho, sem- pre mais fechados. Complementos como maxicolares e sobreposições transmi- tem a sensação de liberdade na hora de compor o visual, so- bretudo em situações de maior descontração. Estampas orientais, grafismos em preto e branco e outras informações étnicas aparecem em saias, vestidos e na vol- ta triunfal do terno, um tema à parte nas coleções. Presença obrigatória nos guarda-roupas corporativos, ele retorna à cena para derrubar o mito de composição”engessada”: os modeli- tos atuais são coloridos ou estampados e com corte feminino, mas não romântico. Assim se apresentam também os detalhes de babados e pregas, com foco na estrutura e arquitetura dos cortes. Calças de corte reto e pantalonas desfilam na mesma pro- porção, e a pele fake, politicamente correta, ainda se faz pre- sente em detalhes de golas e barras. Casacos amplos cumprem o papel de proteção, mas em tons claros e, em muitas ocasiões, diretamente sobre a pele, fazendo as vezes de paletós – um charme à parte para quem gosta de inovar. Além deles, o sobretudo sem gola ressurge em revival dos anos 60. Finalizando as produções, tanto maxibolsas como clutches se unem a botas, scarpins altíssimos e sapatilhas: nada mais eclético! A MUITA COR PARA NOSSO INVERNO TROPICAL! Estampas e cores tornam nosso inverno menos sóbrio e sisudo