1. CONSUMO
O ferro-velho de Ayer
16-12-2010
Estados Unidos – Massachusetts
Como um depósito de automóveis para reciclagem, passa a simples
ferro-velho, encontrar referências paradoxais neste caso, com base na
relação de coexistência/conflito entre os conceitos ecologia e
economia.
Autor: David Gomes nº4080100
Docente: Rui Gomes
Disciplina: Turismo Natureza
3. Consumo
Introdução
O tema deste relatório é o consumismo, através de um caso real demonstrarei como o
consumismo enquanto consequência do desenvolvimento económico consegue adulterar uma ideia
como a reciclagem. Neste processo de adulteração são realçados paradoxos, será na observação e
explicação desses paradoxos, que farei uma reflexão deste processo. Usei como apoio a este
relatório um texto de Peter Bjork ( Definition Paradoxes: From concept to definition), onde me foi
possível encontrar um elo lógico numa relação que é necessária, mas que se destrói.
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4. Consumo
Relatório
1 FERRO-VELHO DE AYER – GOOGLE MAPS
Inicialmente, este ferro-velho foi criado com o intuito de reciclar partes dos automóveis
inutilizados. Com o passar do tempo os métodos de reciclagem evoluíram, desde então as carcaças aí
depositadas passaram a servir unicamente para aproveitamento de alguns metais, o que fez com que o
ferro-velho fosse crescendo, pois o número de automóveis por cada mil habitantes tem vindo a
aumentar, por consequência o desperdício também.
A ideologia inicialmente ligada a este local, de certeza não seria uma solução final à “morte” dos
nossos recursos e por consequência do nosso planeta, pelo menos um dos aspectos negativos seria a
elevada concentração de metais numa determinada região e possivelmente uma contaminação de solos e
lençóis de água subterrâneos, mas pelo menos esta ideia seria um início com princípios de
sustentabilidade.
O maior paradoxo que encontro aqui, é a criação de um local de recolha residual destinado à
reciclagem, com vista a diminuir os excessos provocados por uma sociedade mentalmente possuída por
valores consumistas e de futilidade material, que acaba por ser absorvido nesta corrente de destruição
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5. Consumo
em vez de implementar processos de sustentabilidade. O homem é o habitante deste planeta mais
inadaptado a uma saudável coexistência, necessária a um processo natural de sobrevivência sustentável.
No texto de apoio a este relatório, da autoria de Peter Bjork, observei mais uma vez que o
homem não estima nem sustenta o seu próprio “lar”, insistimos em ser como aquele convidado com uma
educação duvidosa que não respeita a propriedade do próximo. O texto abre as portas, a uma viagem
com início no surgimento do ecoturismo como alternativa viável ao turismo de massas, paradoxalmente
é demonstrado que a própria evolução do conceito ecoturismo encaminha-se para um turismo de massas,
por isso a questão, qual a origem do “eco”, será que deriva de ecologia ou de economia? O verdadeiro
significado deste “eco” encontra-se numa linha ténue entre o desenvolvimento (económico, social e
cultural) e a preservação e sustentabilidade natural e cultural, a solução encontra-se entre a destruição e
a sobrevivência. Um conceito de ecoturismo mundialmente aceite é impossível de existir, devido aos
condicionalismos económicos, sociais e culturais serem diferentes de região para região. Devido a todos
estes condicionalismos e principalmente a uma ausência no Homem de uma correcta consciência e
atitude existencial global, podemos concluir que o ecoturismo é mais um ideal do que uma realidade.
Tanto no ferro-velho de Ayer como no texto de Peter Bjork, observamos paradoxos criados a
partir da necessidade do homem em colmatar o estrago, provocado pela má gerência existencial levada a
cabo pela dita raça superior, talvez esta mesma classificação do Homem seja o maior paradoxo de todos.
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6. Consumo
Conclusão
De um lado o instinto conquistador do Homem, do outro, uma ténue consciencialização de
que precisamos mudar os hábitos se queremos manter a nossa existência, senão, qual a lógica de
conquistar algo se não podermos saboreá-lo! Penso que este relatório demonstra que o melhor
caminho a ser seguido, não é o do conquistador nem o da abstenção total como forma de sarar as
feridas causadas por nós nesta teia de vida que é o planeta Terra. O verdadeiro caminho só será
revelado quando deixar-mos cair a capa e a coroa de um reinado egoísta e aceitarmos todas as
outras peças do puzzle que constroem a nossa casa como sendo iguais a nós e necessárias a uma
saudável existência.
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7. Consumo
Bibliografia
http://maps.google.pt/ - 42.572575,-71.623456
“Consommation”, Courrier International, Paris; Philippe Thureau – Dangin, 2009, Octobre, P. 10-11.
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