2. O conceito “Ética Aplicada” surgiu nos
anos 60 do séc. XX, por analogia com
outras disciplinas, como a física aplicada,
a sociologia aplicada, etc. e pretendeu,
sobretudo, dar uma resposta às
incertezas relativamente ao futuro das
próximas gerações humanas provocadas
pelo desenvolvimento tecnocientífico.
Conceito
3.
4. Os desastres ecológicos, a
manipulação genética, a energia
nuclear, etc., criaram preocupações
relativamente à perversão das
características únicas e essenciais do
homem e relativamente aos efeitos
remotos, cumulativos e irreversíveis
da intervenção tecnológica sobre a
natureza.
5. Depois da queda do muro de Berlim (1989), acelerou-se o
fenômeno da globalização, com os novos problemas
econômicos, políticos, sociais e culturais. Mudou a
natureza do capital: apareceram os fluxos financeiros
internacionais, com as multinacionais. Mudou a natureza
do trabalho-- antes, os fatores de produção eram três: o
Trabalho, o Capital e a Terra; -- Hoje, a produção tornou-
se mais intensiva no conhecimento. O saber constitui um
fator de diferenciação no trabalho. Com a globalização, o
Estado tem de saber conciliar o nacional e o internacional
e criar condições estruturais de competitividade em
escala global.
Globalização
6.
7. A moral tradicional (normativa), fundada na consciência
individual, revela-se totalmente incapaz de responder
aos problemas de um novo mundo e de uma nova
sociedade. É preciso uma moral que parta dum conceito
de responsabilidade solidária.
Vivemos num “novo mundo”: a aldeia global
Nesta aldeia global o que mais conta é a informação e
conhecimento.
Vivemos numa “nova sociedade”: a sociedade do
conhecimento”
O conhecimento exige capacidade de organizar a
informação. E isso exige capacidade de dar á informação
um valor, traçar-lhe um sentido e uma finalidade
8. É preciso criar uma ética que conjugue o saber
científico com o saber antropológico e cultural, que
se harmonize com a globalização e a sociedade do
conhecimento.
A ética aplicada procura harmonizar-se com um
mundo da complementaridade, supondo uma razão
comunicativa e solidária. Parte da realidade (é
indutiva) e serve-se de princípios para avaliar as
consequências das ideias que orientam a
intervenção na realidade.
9. 1º princípio da autonomia (PA): «Não faças a outrem
(pessoa ou grupo) aquilo que ele não faria a si mesmo, e
faz-lhe aquilo que te prometeste a fazer-lhe de acordo com
ele.»
2º Princípio da não-maleficência (PnM): «Na ignorância das
reais consequências da nossa acção devemos ser cautelosos,
de modo a que se não cause a terceiros maleficências que
podem ser evitadas».
3º Princípio da beneficência (PB): «Faz aos outros o que é
bom para eles».
4º Princípio da justiça (PJ) «Os iguais devem ser tratados de
igual forma e os diferentes de forma diferente».
Tais princípios resumem-se a quatro:
10. 1.-exige-se que a opinião pública manifeste sua
posição.
2.-exige-se que os interesses particulares de cada
grupo social se subordinem aos interesses
coletivos.
3.- Exige-se que os objetivos econômicos, sociais,
culturais e políticos sejam articulados entre si e
com o princípio de um progresso orientado pelo
respeito da solidariedade antropocosmica.
Três exigências orientam a ética aplicada: