2. Jorge Amado nasceu a 10 de Agosto de 1912, no
município de Itabuna, sul do Estado da Bahia. Filho do
fazendeiro de cacau João Amado de Faria e de Eulália
Leal Amado.
Fez os estudos secundários
no Colégio Antônio Vieira e no
Ginásio Ipiranga, em Salvador.
Neste período, começou a
trabalhar em jornais e a
participar da vida literária,
sendo um dos fundadores da
Academia dos Rebeldes.
3. Publicou o seu primeiro romance, O país do Carnaval,
em 1931. Casou-se em 1933, com Matilde Garcia
Rosa, com quem teve uma filha, Lila. Nesse ano
publicou o seu segundo romance, Cacau.
Formou-se pela Faculdade
Nacional de Direito, no Rio de
Janeiro, em 1935 (por
insistência dos pais). Publica
Jubiabá.
Sofre a sua primeira prisão em
1936, por motivos políticos.
Publica Mar morto, que recebe o
Prêmio Graça Aranha, da
Academia Brasileira de Letras.
4. No ano seguinte (1937), viaja pela América Latina e
depois vai aos Estados Unidos. Enquanto está fora, sai
no Brasil Capitães da areia. Quando chega a Belém,
vindo do exterior, é avisado do golpe de Vargas. Foge
para Manaus, mas lá é preso.
Seus livros, considerados
subversivos, são queimados em
praça pública. Segundo as atas
militares, foram queimados 1.694
exemplares de O país do carnaval,
Cacau, Suor, Jubiabá, Mar morto e
Capitães da areia. É libertado em
1938.
5. Em 1945, foi eleito membro da
Assembleia Nacional Constituinte,
pelo Partido Comunista Brasileiro
(PCB). Jorge Amado foi o autor da
lei, ainda hoje em vigor, que
assegura o direito à liberdade de
culto religioso. Nesse mesmo ano,
casou-se com Zélia Gattai.
Em 1947, o PCB foi declarado
ilegal e seus membros
perseguidos e presos. Jorge
Amado teve que se exilar com
a família na França, onde ficou
até 1950, quando foi expulso.
Entre 1950 e 1952, viveu na
Checoslováquia.
6. De volta ao Brasil, Jorge Amado
afastou-se, em 1955, da militância
política, sem, no entanto, deixar os
quadros do Partido Comunista.
Dedicou-se, a partir de então,
inteiramente à literatura.
Foi eleito, em 6 de abril de 1961, para a cadeira de
número 23, da Academia Brasileira de Letras.
7. Em 1987, foi inaugurada em Salvador, Bahia, no
Largo do Pelourinho, a Fundação Casa de Jorge
Amado, que abriga e preserva seu acervo,
colocando-o à disposição de pesquisadores. A
Fundação objectiva ainda o desenvolvimento das
actividades culturais na Bahia.
Jorge Amado,
ao lado de
Zélia, do
presidente José
Sarney e de
Dona Marly,
discursando na
cerimónia de
criação da
Fundação Casa
de Jorge
Amado no
Palácio do
Planalto.
8. Em 1995 iniciou-se o processo de
revisão de sua obra por sua filha
Paloma e os livros ganharam novo
projecto gráfico. No mesmo ano,
Jorge Amado recebeu em Lisboa o
Prémio Camões, uma das mais
altas distinções da língua
portuguesa. O Prémio Camões, instituído pelo Brasil e
por Portugal em 1988, é atribuído aos
autores que tenham contribuído para o
enriquecimento do património literário e
cultural da língua portuguesa.
O Prémio é considerado o mais importante
prémio literário destinado a galardoar um
autor de língua portuguesa.
O Prémio Luís de Camões é atribuído
anual e alternadamente no território de
cada um dos dois Estados, cabendo a
decisão a um júri especialmente
constituído para o efeito.
O prémio consiste numa quantia
pecuniária resultante das contribuições
dos dois Estados, fixada anualmente de
comum acordo.
9. Jorge Amado era Obá
de Xangô no terreiro do
Ilê Axé Opó Afonjá. O
Opó Afonjá é um dos
principais terreiros do
candomblé, ao lado do
Gantois. É o terreiro da
Mãe Estela e o orixá
patrono é Xangô.
O título de Jorge Amado significa "ministro de
Xangô". Xangô é o deus da justiça, corresponde a
Zeus da mitologia grega. Na religião católica, ele
pode ser comparado a São Pedro, que julga as
almas e a São Gerónimo, que é o guardião do Livro
Sagrado.
10. A obra literária de Jorge Amado conheceu inúmeras
adaptações para cinema, teatro e televisão, além de
ter sido tema de escolas de samba por todo o Brasil.
Os seus livros foram traduzidos em 55 países, em 49
idiomas, existindo também exemplares em Braille e
em fitas gravadas para invisuais.
11. Jorge Amado morreu em Salvador, no dia 6 de Agosto
de 2001. Foi cremado, e suas cinzas foram enterradas
no jardim da sua residência, na Rua Alagoinhas, a 10
de Agosto, dia em que completaria 89 anos.
12. Obras de Jorge Amado:
• País do Carnaval (1931, romance);
• Cacau (1933, romance);
• Suor (1934, romance);
• Jubiabá (1935, romance);
• Mar Morto (1936, romance);
• Capitães da Areia (1937, romance);
• ABC de Castro Alves (1941, biografia);
• O Cavaleiro da Esperança (1942, biografia);
• Terras do Sem Fim (1943, romance);
• São Jorge dos Ilhéus (1944, romance);
• Seara Vermelha (1946, romance);
• Bahia de Todos os Santos (1945, guia);
• O Amor do Soldado (1947, teatro);
13. • O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá (1948, novela);
•Os Subterrâneos da Liberdade (1950, romance / trilogia);
• Os Ásperos Tempos
• A Agonia na Noite
• Luz no Túnel
• Gabriela, Cravo e Canela (1958, romance);
• A Morte e a Morte de Quincas Berro Dágua (1960, romance);
• Os Velhos Marinheiros (1961, romance);
• Os Pastores da Noite (1964, romance);
• Dona Flor e seus dois Maridos (1966, romance);
• Tenda dos Milagres (1969, romance);
• Tereza Batista, Cansada de Guerra (1972, romance);
• Tieta do Agreste (1977, romance);
• Farda, Fardão, Camisola de Dormir (1979, romance);
14. • O Menino Grapiúna (1981, memórias);
• Tocaia Grande (1984, romance);
• A Bola e o Goleiro (1984, literatura infantil);
• O Sumiço da Santa (1988, romance);
• A Descoberta da América pelos Turcos (1992, romance);
• O Milagre dos Pássaros (1997, conto);
• Navegação de Cabotagem (1992, memórias).