O documento descreve a poluição do Rio Tietê ao longo do tempo, desde seu nascimento limpo até se tornar altamente poluído na região metropolitana de São Paulo devido ao esgoto doméstico não tratado. A poluição começou a diminuir nos últimos anos à medida que mais esgoto recebe tratamento, mas o rio ainda é afetado até Barra Bonita. O texto também discute os esforços em andamento para despoluir o rio.
1. COMO CONTRAÍMOS NOSSA INADIMPLÊNCIA AMBIENTAL COM O TIETÊ.
Informativo Mensal - Volume 2
A VOZ DO TIETÊ
COMO O RIO TIETÊ FICOU POLUÍDO?
Desde 2005 o Instituto
Navega São Paulo tem o
objetivo de atrair a atenção da
população para o rio Tietê, a
partir do seu trecho mais
degradado, a região
metropolitana de São Paulo.
Conseguimos atingir nossa
proposito por meio das
navegações monitoradas com
a embarcação Almirante do
Lago, entre as pontes dos
Remédios e Bandeiras. Agora
nossa proposta, é com esse
informativo mensal, atrair sua
atenção, levando até você
informações sobre o nosso
Tietê para que juntos
identifiquemos o que fazer
para revitalizar o nosso
precioso patrimônio.
ambiental ambiental.
A degradação do rio mais importante do estado de São Paulo, com 1.136
quilômetros de extensão, começou no início do século passado, a partir do
crescimento rápido e desordenado da cidade de São Paulo (1920). Desde
então, esgoto, resíduos industriais e todo tipo de porcaria contribuíram
para tornar o Tietê um dos rios mais poluídos do mundo. Hoje, o maior
vilão é o esgoto doméstico: só 44% dos moradores da bacia do Alto Tietê
têm esgoto tratado. Ainda bem que o rio se renova naturalmente e depois
de morrer na região metropolitana de São Paulo, renasce à medida que se
afasta da capital.
DIA DO TIETÊ 22.09.2011 – PTE. DAS BANDEIRAS
Esgoto tratado pode ajudar a despoluir o rio?
Todo o esgoto doméstico, tratado ou não, em algum momento vai parar
nos rios. Já que isso não dá para mudar, o projeto de despoluição do Tietê
comandado pela Sabesp (empresa de saneamento do estado de São Paulo)
quer ampliar a rede de tratamento de esgotos para a população que vive
em torno do rio. Em 1990, apenas 24% do esgoto em São Paulo era
tratado. Hoje, já são 68%. Nesse período, a extensão da faixa de rio
completamente poluído diminuiu mais de 120 quilômetros do interior
para a capital.
NASCENTE EM SALESÓPOLIS
Nesta cidade no interior
paulista, a água brota
limpa e transparente por
entre pedras, dentro da
reserva ambiental Parque
Nascentes do Rio Tietê.
Em plena serra do Mar, a
nascente fica a 1 027
metros de altitude. Dá
para encontrar peixes,
plantas e vários animais vivendo no rio ou ao redor dele. E podemos até
beber a sua água...
2. BIRITIBA MIRIM
Neste trecho já há vestígios de poluição, mas
a maior parte dela ainda é orgânica. O maior
estrago aqui é feito por agrotóxicos e
fertilizantes jogados na água por agricultores
da região. Eles literalmente fertilizam a água
(principalmente quando contém fosfato) e
fazem as plantas aquáticas proliferar e
competir com os peixes e outros seres vivos
por oxigênio.
MOGI DAS CRUZES
Aqui o rio começa a morrer: o rio começa a receber esgotos
domésticos das cidades da região. Os dejetos chegam à água sem
tratamento nenhum, fator que mais contribui para a poluição.
Imagine a descarga dos 362 mil moradores de Mogi indo parar
direto no rio. Resultado: neste pedaço, são despejadas cerca de
60 toneladas de esgoto por dia.
(O rio começa a receber poluente em Mogi das Cruzes. Nos
anos 1970 o Tietê chegou a ter o nível de oxigênio registrado
como zer0).
GUARULHOS
Na Grande São Paulo, são 680 toneladas de esgoto (medidas
em oxigênio necessário para consumir a poluição) diárias. A
partir daqui, são 100 quilômetros de rio morto: com a sujeira,
nenhum peixe ou planta sobrevive - sobram apenas bactérias
anaeróbias. Neste trecho, o rio também fica mais lento. Como
sua largura e profundidade foram diminuídas, a vazão é de
114 mil litros por segundo, pouco para um rio desse porte.
(Esgoto despejado no Rio Baquirivu - Guarulhos, SP - ao
lado do Aeroporto)
PIRAPORA DO BOM JESUS
Neste trecho, há espumas brancas que se formam quando restos
de detergente são agitados pelas cachoeiras. Essas quedas
auxiliam o rio a recuperar vida: ajudam a barrar naturalmente a
poluição e a movimentar e oxigenar a água, em um processo
natural chamado autodepuração. Além disso, novos afluentes
desaguam águas limpas, no Tietê.
(Águas poluídas do Rio Tietê em Pirapora do Bom Jesus, interior
do Estado de São Paulo.)
3. CONCHAS/ANHEMBI
Com mais oxigênio, voltam a surgir peixes, plantas, algas e microorganismos. Antes de chegar aqui, o rio ainda recebe água de boa
qualidade de afluentes como o rio Sorocaba e o rio Capivari, ganhando
cara de rio "normal" novamente. Apesar da poluição remanescente,
aqui já há barcos navegando e até quem arrisque nadar nele.
(O Rio Tietê proporciona várias atividades de lazer e turismo como:
a pesca, a prática de esportes náuticos, passeios de barcos,
observação de pássaros...)
BARRA BONITA
Quando chega por aqui, o Tietê já se recuperou do passado negro
e virou um belo rio. A qualidade das águas ainda não é ideal, mas,
com um bom tratamento, já serve até para abastecer algumas
cidades. Mas nada é perfeito. Daqui até chegar à sua foz, no rio
Paraná, na bacia do Baixo Tietê, em mais 600 quilômetros de
curso, não há medição sistemática da poluição, apenas controles
esporádicos
(Vista da beira do Rio Tietê em Barra Bonita)
Carta da Terra - Princípios
“Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra,
com especial atenção à diversidade biológica e aos processos
naturais que sustentam a vida”