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“ENCHENTES NAS METROPOLES ”
Informativo Mensal - Volume 25
O dia seguinte de uma chuva torrencial é sempre um momento de
reflexão sobre as condições de viver, trabalhar e se deslocar com
segurança em uma grande metrópole como São Paulo, cuja
infraestrutura urbana apresenta nítidos sinais de esgotamento ou
limitação em várias regiões, frente ao volume de água que, de repente,
cai dos céus e invade ruas e calçadas, prejudicando a mobilidade de
todos.
Alguns não conseguem sair do trabalho ou ficam horas presos no
trânsito travado a caminho de casa, ao final do expediente. Outros
enfrentaram perdas patrimoniais importantes, têm suas casas invadidas
e veem seus carros boiando nas regiões de alagamentos mais graves.
Mas o sentimento comum, após alguns minutos do início do temporal, é
o susto de assistir as enxurradas tomando conta de tudo, criando
chafarizes improváveis, arrastando objetos, automóveis, sacos de lixo e
muito mais, com uma força que chega a surpreender, seja pelo volume
ou velocidade de deslocamento da água.
CONSEQUÊNCIAS DA IMPERMEABILIZAÇÃO DO SOLO
Nesse momento fica claro o que significa a tal da impermeabilização do
solo das cidades: se os terrenos e as encostas mais íngremes da cidade
não tivessem se transformado em lotes construídos e ruas
impermeabilizadas por asfalto, provavelmente o perfil original e a
absorção natural do terreno, ajudado por uma vegetação mais intensa
conseguissem fazer o papel de redutores da violência do deslocamento
da água, prevenindo eventuais consequências da precipitação natural
intensa e concentrada em alguns bairros.
A VOZ DO TIETÊ
Desde 2005 o Instituto Navega
São Paulo tem o objetivo de
atrair a atenção da população
para o rio Tietê a partir do seu
trecho mais degradado que é a
região metropolitana de São
Paulo. Conseguimos atingir
nosso proposito por meio das
navegações monitoradas na
embarcação Almirante do Lago,
entre as pontes dos Remédios e
das Bandeiras. Agora nossa
proposta com este informativo
mensal é atrair sua atenção,
levando até você informações
sobre o nosso Tietê para que
juntos identifiquemos o que
fazer para revitalizar tão
precioso patrimônio ambiental.
DIA DO TIETÊ 22.09.2011 – PTE. DAS BANDEIRAS
A impermeabilização do solo é
portanto uma dos desafios mais difíceis
de resolver no processo de
urbanização, em vista de sua
irreversibilidade. Cada metro quadrado
impermeabilizado por um conveniente
quintal cimentado ou por edifícios e
seus necessários subsolos de garagem,
precisa ser compensado por um
complexo de estruturas físicas para a
captação da água superficial, formado
pelo conjunto de ralos, tubos e caixas
de armazenamento temporário dentro
das construções, guias e sarjetas, bocas
de lobo, poços de visita e tubulação
enterrada nas áreas públicas, de modo a encaminhar as águas coletadas até a região mais baixa da vizinhança onde
estão as galerias de águas pluviais, geralmente sob a parte do terreno que os topógrafos chamam de “talvegue”
natural.
Toda essa água que assusta e permanece na
superfície das ruas por alguns minutos (ou horas,
às vezes dias) diante de uma população-refém do
fenômeno natural de uma tempestade de verão,
seja na forma de enxurradas ou alagamentos
temporários, na falta de condições para se infiltrar
no terreno precisa chegar até o córrego mais
próximo e seguir seu caminho natural até os rios
maiores. Na maior parte do tempo, essa infra-
estrutura funciona fora da vista dos cidadãos, pois
muitos dos córregos importantes já foram
canalizados e escondem-se sob ruas e avenidas.
A esse conjunto de estruturas urbanas, a
engenharia das cidades dá o nome de sistema de
drenagem. A maior parte desses sistemas na
cidade de São Paulo foi construída há muitas
décadas – nas regiões centrais, entre as duas
grandes avenidas marginais, datam das décadas
de 50 ou 60 – e desde então as condições de
impermeabilidade só pioraram. E o limite desse
sistema é a capacidade de rios e córregos permanecerem dentro de seu leito natural, o que também tem sido difícil,
trazendo como consequência as indesejáveis enchentes dos bairros ribeirinhos.
INFRAESTRUTURA.
A canalização de rios e córregos, ou mesmo a calha do Rio Tietê,
entregue na década de 90, foi desenvolvida para suportar a vazão
das águas sem enchentes, por um tempo estimado de 100 anos, em
vista das ocorrências dos últimos anos, deixa claro que não contaram
com os aumentos nos volumes das chuvas ocasionados, por
fenômenos de aquecimento global que têm provocado maior
intensidade dos temporais – seja em volume ou tempo de
precipitação -, modificando completamente os parâmetros de
dimensionamento desse tipo de infraestrutura.
Imagine o Rio Saracura, que está de
baixo da Av. 9 de julho, revitalizado!
Com instalações relativamente antigas, a cidade de São Paulo não vai conseguir superar a curto e médio prazos o
sub-dimensionamento de seu sistema público de drenagem. Nas próximas décadas, portanto, os cidadãos vão ter
que aprender a resolver e assumir parte dos problemas dentro de seus próprios lotes – construindo cisternas de
acumulação temporária, por exemplo – e a conviver com as águas superficiais assustadoras nos dias de chuva
intensas, o que exigirá um aprendizado de como evitar perdas maiores, seja pelo reconhecimento de alertas de não
transitar em determinadas regiões, buscar caminhos alternativos, mudar o sistema de transporte utilizado ou
simplesmente obedecer a uma ordem do poder público de não sair de onde estiver, seja em casa ou no trabalho.
Este é o preço que pagamos por não dar a devida importância aos recursos naturais!!!
Carta da Terra – Princípios
Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a troca aberta e a
ampla aplicação do conhecimento adquirido.
Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada a
sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em
desenvolvimento.
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ENCHENTES NAS METRÓPOLES: INFRAESTRUTURA E MUDANÇAS CLIMÁTICAS

  • 1. “ENCHENTES NAS METROPOLES ” Informativo Mensal - Volume 25 O dia seguinte de uma chuva torrencial é sempre um momento de reflexão sobre as condições de viver, trabalhar e se deslocar com segurança em uma grande metrópole como São Paulo, cuja infraestrutura urbana apresenta nítidos sinais de esgotamento ou limitação em várias regiões, frente ao volume de água que, de repente, cai dos céus e invade ruas e calçadas, prejudicando a mobilidade de todos. Alguns não conseguem sair do trabalho ou ficam horas presos no trânsito travado a caminho de casa, ao final do expediente. Outros enfrentaram perdas patrimoniais importantes, têm suas casas invadidas e veem seus carros boiando nas regiões de alagamentos mais graves. Mas o sentimento comum, após alguns minutos do início do temporal, é o susto de assistir as enxurradas tomando conta de tudo, criando chafarizes improváveis, arrastando objetos, automóveis, sacos de lixo e muito mais, com uma força que chega a surpreender, seja pelo volume ou velocidade de deslocamento da água. CONSEQUÊNCIAS DA IMPERMEABILIZAÇÃO DO SOLO Nesse momento fica claro o que significa a tal da impermeabilização do solo das cidades: se os terrenos e as encostas mais íngremes da cidade não tivessem se transformado em lotes construídos e ruas impermeabilizadas por asfalto, provavelmente o perfil original e a absorção natural do terreno, ajudado por uma vegetação mais intensa conseguissem fazer o papel de redutores da violência do deslocamento da água, prevenindo eventuais consequências da precipitação natural intensa e concentrada em alguns bairros. A VOZ DO TIETÊ Desde 2005 o Instituto Navega São Paulo tem o objetivo de atrair a atenção da população para o rio Tietê a partir do seu trecho mais degradado que é a região metropolitana de São Paulo. Conseguimos atingir nosso proposito por meio das navegações monitoradas na embarcação Almirante do Lago, entre as pontes dos Remédios e das Bandeiras. Agora nossa proposta com este informativo mensal é atrair sua atenção, levando até você informações sobre o nosso Tietê para que juntos identifiquemos o que fazer para revitalizar tão precioso patrimônio ambiental. DIA DO TIETÊ 22.09.2011 – PTE. DAS BANDEIRAS
  • 2. A impermeabilização do solo é portanto uma dos desafios mais difíceis de resolver no processo de urbanização, em vista de sua irreversibilidade. Cada metro quadrado impermeabilizado por um conveniente quintal cimentado ou por edifícios e seus necessários subsolos de garagem, precisa ser compensado por um complexo de estruturas físicas para a captação da água superficial, formado pelo conjunto de ralos, tubos e caixas de armazenamento temporário dentro das construções, guias e sarjetas, bocas de lobo, poços de visita e tubulação enterrada nas áreas públicas, de modo a encaminhar as águas coletadas até a região mais baixa da vizinhança onde estão as galerias de águas pluviais, geralmente sob a parte do terreno que os topógrafos chamam de “talvegue” natural. Toda essa água que assusta e permanece na superfície das ruas por alguns minutos (ou horas, às vezes dias) diante de uma população-refém do fenômeno natural de uma tempestade de verão, seja na forma de enxurradas ou alagamentos temporários, na falta de condições para se infiltrar no terreno precisa chegar até o córrego mais próximo e seguir seu caminho natural até os rios maiores. Na maior parte do tempo, essa infra- estrutura funciona fora da vista dos cidadãos, pois muitos dos córregos importantes já foram canalizados e escondem-se sob ruas e avenidas. A esse conjunto de estruturas urbanas, a engenharia das cidades dá o nome de sistema de drenagem. A maior parte desses sistemas na cidade de São Paulo foi construída há muitas décadas – nas regiões centrais, entre as duas grandes avenidas marginais, datam das décadas de 50 ou 60 – e desde então as condições de impermeabilidade só pioraram. E o limite desse sistema é a capacidade de rios e córregos permanecerem dentro de seu leito natural, o que também tem sido difícil, trazendo como consequência as indesejáveis enchentes dos bairros ribeirinhos. INFRAESTRUTURA. A canalização de rios e córregos, ou mesmo a calha do Rio Tietê, entregue na década de 90, foi desenvolvida para suportar a vazão das águas sem enchentes, por um tempo estimado de 100 anos, em vista das ocorrências dos últimos anos, deixa claro que não contaram com os aumentos nos volumes das chuvas ocasionados, por fenômenos de aquecimento global que têm provocado maior intensidade dos temporais – seja em volume ou tempo de precipitação -, modificando completamente os parâmetros de dimensionamento desse tipo de infraestrutura. Imagine o Rio Saracura, que está de baixo da Av. 9 de julho, revitalizado!
  • 3. Com instalações relativamente antigas, a cidade de São Paulo não vai conseguir superar a curto e médio prazos o sub-dimensionamento de seu sistema público de drenagem. Nas próximas décadas, portanto, os cidadãos vão ter que aprender a resolver e assumir parte dos problemas dentro de seus próprios lotes – construindo cisternas de acumulação temporária, por exemplo – e a conviver com as águas superficiais assustadoras nos dias de chuva intensas, o que exigirá um aprendizado de como evitar perdas maiores, seja pelo reconhecimento de alertas de não transitar em determinadas regiões, buscar caminhos alternativos, mudar o sistema de transporte utilizado ou simplesmente obedecer a uma ordem do poder público de não sair de onde estiver, seja em casa ou no trabalho. Este é o preço que pagamos por não dar a devida importância aos recursos naturais!!! Carta da Terra – Princípios Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a troca aberta e a ampla aplicação do conhecimento adquirido. Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada a sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em desenvolvimento. Um trecho alagado da Marginal do Rio Tietê, onde uma obra que custou 1,1 bilhão deveria evitar enchentes por 100 anos.