SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  50
ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL ANTONIO
                  ZAMBRZYCKI
     BAIRRO NOSSA SENHORA CONSOLADORA
              GETÚLIO VARGAS – RS
1 – SUMÁRIO



1 – SUMÁRIO...............................................................................................................................2
2 – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:...............................................................................................3
  2.1 – ESCOLA:.........................................................................................................................3
   .................................................................................................................................................3
  2.2 – MUNICÍPIO:.....................................................................................................................3
   .................................................................................................................................................3
  2.3 – LOCALIDADE: ................................................................................................................3
  2.4 – CORPO DOCENTE ATUAL:............................................................................................3
  2.5 – SECRETÁRIA:.................................................................................................................4
  2.7 – SERVENTES:..................................................................................................................4
3 – JUSTIFICATIVA:....................................................................................................................4
4 – OBJETIVOS:..........................................................................................................................5
5 – CONTEXTUALIZAÇÃO:.........................................................................................................5
  5.1 – CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE:........................................................................5
      5.1.1 – Como era antigamente a comunidade do Bairro Consoladora:.................................5
      5.1.2 – Como a comunidade se apresenta atualmente:......................................................11
6 – CONCEPÇÕES:...................................................................................................................17
  6.1 – CONCEPÇÕES DOS PROFESSORES:........................................................................18
  6.2 CONCEPÇÕES DAS FUNCIONÁRIAS:...........................................................................22
  6.3 CONCEPÇÕES DOS ALUNOS........................................................................................23
  6.4 – CONCEPÇÕES DOS PAIS:...........................................................................................27
7 – FILOSOFIA DA ESCOLA:....................................................................................................33
8 – PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS:.......................................................................................34
9 – METODOLOGIA...................................................................................................................39
10 – METAS:..............................................................................................................................43
11 – AVALIAÇÃO:......................................................................................................................46
12 – BIBLIOGRAFIA:..................................................................................................................49




                                                                                                                                                   2
2 – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:


2.1 – ESCOLA:

Escola Municipal de Ensino Fundamental Antonio Zambrzycki, Rua Albino
Fernando Holzbach, 1260.


2.2 – MUNICÍPIO:

      Getúlio Vargas – RS.


2.3 – LOCALIDADE:

      Bairro Nossa Senhora Consoladora.


2.4 – CORPO DOCENTE DO ANO DE 2008:

     Volmir Alceu Kunert – Diretor.
     Rosangela Baruffi – Vice-diretora
     Iraídes Severo Sielski e Noemi de Moraes – Coordenadoras
Pedagógicas.
     Maria Judite Bresola – Professora Pré – Nível A e B.
     Rosangela Kichel – Professora de 1ª série – Nível 1.
     Vanessa Kunert– Professora de 1ª série - Nível 2.
     'Fabiane Paula Kalinoski Giaretta – Professora de 2ª série.
     Cleicimara Vitalli– Professora de 3ª série.
     Mairíque Duart Rogalski – Professora de 4ª série.
     Marines Pasa– Professora de Ed. Física de Pré-Escola a 8ª Série.
     Lucí O. Soligo – Professora de Ciências de 5ª a 8ª série.
     Elenice Morillos Zeni– Professora de Artes de 5ª a 8ª série.
     Luciomar Jobim– Professor de Matemática de 5ª a 8ª Série.
     Jesiane Rachel Naziloski – Professora de Inglês de Pré a 8ª série e
     Português 6ª série.
     Ana Paula Jobim– Professora de Português de 5ª, 7ª, 8ª Série.
     Ivete T. M. Banaszeski – Professora do EAP (Espaço de Apoio
Pedagógico).
     Carmem Karpinski– Professora de História e Geografia de 7ª e 8ª Série.
     Loreni de Borba Chiarello– Professora de História e Geografia da 5ª e 6ª
      série.
     Maurício João Farinon- Professor de Filosofia e Ensino Religioso de 5ª a
8ª


                                                                           3
Série.
       Margarete M. Sartori – Bibliotecária
       Bárbara Conegonda Michelin - Bibliotecária
2.5 – SECRETÁRIA:

            Márcia König


2.7 – SERVENTES:

        Iliane Vais
        Anilce Soligo Ostroski
        Mercedes da Silva.
Início do processo de construção da Proposta Político Pedagógica – 1993.
Etapa final (ainda não conclusiva): 2008.




                                                    3 – JUSTIFICATIVA:


           “Se queremos mudar o mundo é preciso mudar a gente que está
neste mundo. E esta mudança só pode ser feita através da Educação. O que
eu defendo é que o terapêutico não pode se separar da Educação e a
Educação não pode prescindir do amor.
................................................................................................................................................................
.......................................................................................................................................Cláudio Naraujo

              Justifica-se a construção desta P.P.P. pois:
       - a Escola é um dos canais, dos meios, que poderá contribuir para
mudanças na sociedade.
       - há necessidade de que todos os segmentos da sociedade se envolvam
cada vez mais no processo.
       - a Escola está crescendo, se ampliando e é necessário linhas de ação
comuns para todo o corpo docente.
       - com toda essa evolução, há a exigência de um “ensino de qualidade”
para o sucesso dos que estão na escola.
       - a Escola precisa assegurar um processo participativo, com o registro
escrito do pensamento de todos os segmentos da comunidade educativa.
       - a Comunidade Escolar precisa buscar constante aperfeiçoamento dos
conhecimentos teórico, prático, individual e coletivo, para garantir sua formação
permanente.
       - buscar junto à comunidade escolar o resgate de valores, a formação de
cidadãos conscientes e a valorização do Ser Humano, para que seu
relacionamento consigo, com os outros e com o mundo seja melhor.
       - ações em parceria com a comunidade local e poder público precisam
ser asseguradas.




                                                                                                                                                     4
4 – OBJETIVOS:



        - Envolver toda a comunidade escolar no processo de construção de
uma escola pública de qualidade, que atenda às expectativas da clientela e que
a democracia se faça com reflexão e prática.
        - Resgatar valores que ajudem na formação de cidadãos conscientes,
participativos, críticos, respeitando suas individualidades, possibilidades e
potencialidades.
        - Buscar parcerias com entidades ligadas à Escola: Conselho Tutelar,
NIAE, SMS, dentre outros, a fim de ajudar na resolução de problemas
existentes na realidade escolar.
        - Construir um espaço de vivência onde todos se sintam sujeitos
inclusos, capazes de dialogar, analisar suas ações, buscando emancipação,
qualidade de vida e formação de novas lideranças.
        - Refletir e compreender a prática pedagógica como um ato político para
a concretização da verdadeira praxis pedagógica (ação – reflexão – ação).
        - Buscar aprofundamento do que já existe, redimensionar o que é
preciso e inovar aspectos que não fizeram parte do processo até o momento,
para que de forma participativa, democrática e autônoma, a Escola contemple
a qualidade, a cidadania e uma vivência mais humana e solidária.




                                                                             5
5 – CONTEXTUALIZAÇÃO:


5.1 – CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE:


5.1.1 – Como era antigamente a comunidade do Bairro Consoladora:

               Conforme entrevista feita com a senhora Casemira Blasczak em
junho de 1994, ela nos informou que nasceu aqui no ano de 1931. Segundo
essa senhora, seu falecido pai, senhor Casemiro Zambrzycki, foi o primeiro
morador do lado oeste deste bairro, onde comprou uma colônia de terras e do
lado leste foi o senhor José Mazzoleni com duas colônias de terras.
               Por volta de 1920, o senhor Casemiro veio da América (a
informante não soube dizer que América, mas sabe-se hoje que era dos EUA)
e instalou-se no Brasil, porque tinha uma irmã, que já morava aqui na cidade
de Centenário. Lá, conheceu ___________________ , mãe da entrevistada,
com quem se casou novamente, pois era viúvo. Ele era muito rico. Trouxe junto
muitas apólices (dinheiro que valia como dólar). Destas apólices eram
destacados pedacinhos e trocados por dinheiro, para comprar o que precisava.
               Os terrenos aqui adquiridos eram totalmente cobertos por matas,
até nos banhados. Havia muito angico, pinheiros (araucária) e outros. Ele
começou a derrubá-las, primeiro para construir a sua casa, depois para plantar
árvores frutíferas. Ainda hoje existem pés de caquis, perto do Depósito de
Bebidas Zambrzycki, que foram plantados pelo senhor Casemiro. Os
pessegueiros morreram, porque não duram muito, e as outras árvores frutíferas
foram derrubadas ao longo dos anos, para a construção de novas casas.
               Para conseguir água o senhor Casemiro abriu um poço de 12
metros de profundidade, localizado, mais ou menos, onde está a residência do
senhor Ernest Egon Utermohl (falecido) e era nessas imediações que ele
morava.
               Gostava de tocar violão, rebeca e também de dançar. Participava
de uma escola de polonês, onde ensinavam até a dançar as danças típicas
polonesas. A referida escola localizava-se na Avenida Severiano de Almeida
perto da ponte, que hoje pertence ao centro.
               Todos os filhos do senhor Casemiro estudaram na Escola Santa
Clara.
               Como meio de transporte ele utilizava uma charrete de tolda
puxada a cavalos.
               Anos mais tarde, o senhor Antonio Zambrzycki, irmão gêmeo de
dona Casemira, fez potreiros e construiu uma leiteria. O leite era vendido na
cidade com uma gaiota puxada a cavalo.
               Por volta de 1950, nossa comunidade era ligada a leste ao centro.
Após alguns anos, isto é1985, o município foi dividido em bairros e distritos.
               As informações a seguir foram dadas por moradores que vieram
viver aqui no início da nossa comunidade.
               Esses moradores são:
-Vitorio (hoje falecido) e Marina Mazzoleni. Ele residia no bairro há setenta
    anos. Ela aproximadamente quarenta e cinco anos.


                                                                              6
-João e Augusta Zavieruka. Residentes a quarenta e sete anos.
-Teresinha e Luizito do Prado. Residentes a quarenta e sete anos.
-Nelci Huppers. Residente no bairro a quarenta e quatro anos.
-Arno e Marli Schuster. Residentes no bairro a vinte anos.
-Silvino e Maria Mattana. Residem no bairro a quarenta e sete anos.
-Selene Wawzeniak. Veio morar no bairro em 1954.

              Essas pessoas disseram que no bairro residiam:
-Antonio Zambrzycki, do qual alguns compraram os terrenos;
-Júlio Morawski;
-Ema Cunert
-Estácia Wietikoski
-Julia Costochenco;
-Severino e Natalícia Gallina.
              Conforme colocações na entrevista anterior, as terras pertenciam
ao senhor Antonio Zambrzycki, do lado oeste e ao senhor José Mazzoleni, do
lado leste.
              Neste local havia potreiros, criavam-se vacas, vendia-se o leite e
também havia árvores frutíferas e cultivavam-se alguns produtos de
subsistência.
              O transporte era carroça, cavalo, charretes e pouquíssimos
automóveis. Existia uma camioneta fechada de madeira de propriedade do
senhor Antonio Wawzeniak, conhecido como estafeta (entregador de cartas).
As correspondências iam de Getúlio Vargas para Estação e depois seguiam de
trem até o seu destino. O telefone já era um meio de comunicação usado pelas
indústrias e algumas famílias do centro da cidade.
              As primeiras televisões foram compradas por Antonio Zambrzycki,
Júlio Morawski, Henrique da Veiga, Selene Wawzeniak, Luizito do Prado
(TV-24 polegadas RQ preto e branco).
              Os moradores costumavam fazer filó, tomar chimarrão e faziam
surpresas nos aniversários. Nos finais de semana costumavam se divertir indo
à missa, Sociedade Alemã - hoje SOGECA, piqueniques, bailes, cinema,
futebol no Tabajara Guaíba, e iam ao salão de bailes do senhor João
Zavieruka, localizado no bairro.
              As mulheres usavam somente saias e vestidos, (as calças
compridas ou eslaques surgiram a partir dos anos 60). Predominavam as cores
pretas e amarelas. A moda era saia godê e longa, tamancos ou alpargatas.
Alguns homens vestiam-se de bombachas, botas, chinelos de couro, lenço no
pescoço, chapéu de palha. Poucos conseguiam comprar chapéu de feltro.
              Para conservarem os alimentos era feito uma caixa de madeira
com tela que ficava ao ar livre. Era de conhecimento que a família Guidi
possuía uma geladeira.
              Os amigos e vizinhos visitavam-se com maior freqüência, não se
preocupavam com limpeza como hoje, “hoje já não se sabe viver, é só
trabalhar” (Nelci Hupper).
              Quanto ao trabalho, pode-se dizer que era bastante diversificado,
pois podiam optar entre as seguintes indústrias:
-Curtume Erê e Rio Grandense, ainda em fase de ampliação;



                                                                              7
-Fábrica de tampinhas, goma laca, chumbo, charutos, balas, cadeiras de vime,
    acordeon e fôrma para sapatos;
-Alfaiataria, bebidas, olaria, serrarias, agricultura (sendo mais cultivada a uva,
    arroz, milho e outros produtos naturais, portanto mais saudável e
    abundante), não havendo a necessidade de furtos.
               Como a comunidade na época era praticamente rural, a
vegetação era nativa, com apenas algumas áreas cultivadas para a
subsistência das famílias que aqui viviam. Os produtos consumidos pela
população eram naturais, sem o uso de agrotóxicos, por isso a maioria das
pessoas era saudável, porém já existiam casos de doenças graves, mas não
eram detectadas a tempo, pois a medicina não estava tão avançada. Já existia
o Hospital São Roque para o qual eram levadas as pessoas com necessidade
de um atendimento especializado. Atendiam no hospital os doutores Paulo
Risoto e Canessa,. Existia também um posto de saúde (hoje casa do
Dalacorte).
               A maioria dos partos eram realizados em casa, com a ajuda da
senhora Ilda Sartori.
               Os rios da época eram limpos e sem poluição, com exceção do
Rio Paulo, que desde a construção do Curtume Rio Grandense encontra-se
poluído.
               A religião predominante era a católica, já existindo os seguidores
da religião protestante. Na Igreja do Evangelho Quadrangular (vulgo Cruzada)
iam para ver se alcançavam algum milagre. Por volta de 1950, começou a
visita de capelinhas nas casas, tendo por zeladora a senhora Augusta
Zavieruka. Os Católicos costumavam ir todos os domingos à missa na Igreja
Matriz Imaculada Conceição, que era a única igreja da sede. As mulheres e os
homens sentavam-se em bancos separados. A missa era rezada pelo padre
em latim, acompanhado do sacristão e os fiéis não compreendendo essa
língua, rezavam o terço. O padre era João Farinon. Todas as pessoas
participavam ativamente da religiosidade.
               Havia predominância do estilo europeu na arquitetura das
habitações, que os imigrantes, especialmente alemães e italianos (três andares
com sobrado), trouxeram de seu país de origem. Entretanto já existiam casas
de alvenaria.
               A energia era gerada pela usina localizada em Floriano Peixoto,
tendo como proprietários as famílias Guidi e Bordignon. Ela abastecia 12 horas
a sede e as outras 12, o bairro de Estação. Esta usina tinha pouca potência,
por isso houve a necessidade da implantação da CEEE. Também se soube
que várias indústrias calçadistas deixaram de instalar-se aqui por este motivo.
                  Inicialmente, no município, não existia luz elétrica e nem água
tratada e encanada. Existia o lampião a querosene, que escurecia as paredes
das casas, devido a fumaça e o abastecimento de água dava-se por meio de
poços residenciais. Bem mais tarde começaram a surgir os poços artesianos.
Em meados de 1956, perfurou-se o primeiro poço artesiano na comunidade,
sendo este na residência do senhor Vitório Mazzoleni.
               Em entrevista feita com o Sr. João Zavieruka, em 25 de setembro
de 1993, contou que a iluminação na parte oeste do bairro, era com liquinhos e
baterias. Conseguiu autorização para a instalação da rede elétrica do centro
até o final da avenida onde se localizava a sua residência, através da Prefeitura
e do governo do Estado, na época Brizola. Depois de algum tempo recebeu


                                                                                8
parte do dinheiro gasto nesta tarefa. A senhora Marli Schuster, informou que as
ruas transversais foram abertas na primeira administração do Prefeito Darcy
José Peruzzolo. Em fevereiro de 1975 é que chegou a iluminação nas
residências, que pertenciam ao senhor Antonio Zambrzycki, dono de uma
chácara, posteriormente loteada.
               A senhora Dorvalina Pessoa, no dia 25 de setembro de 1993,
informou que quando veio residir no bairro, na Rua Casemiro Zambrzycki, parte
oeste da comunidade, não havia iluminação, nem ruas, somente carreiros. Seu
marido fez os buracos para os postes de luz. Como também não havia água
encanada fizeram poços que eram usados para lavar as roupas em tanques e
para o uso doméstico. Após quatro anos veio a água da CORSAN. Não havia
transporte, pois não havia ruas. Trabalhavam na roça de manhã, indo a pé com
os filhos e voltando à noite. Seus filhos freqüentaram a Escola Estadual Padre
Manoel da Nóbrega, onde ganhavam como uniforme um guarda pó e um par
de guides.
               Naquela época as famílias enfrentavam muitas dificuldades, como
lavar as roupas no rio ou na valeta. Para os entrevistados antigamente tudo era
mais difícil, mas apesar das dificuldades era bem melhor de viver. As pessoas
brincavam alegres, não ganhavam presentes, andavam descalços. “Hoje
ganham um guides, mas tem que ser de amortecedor, nunca estão satisfeitos”
(senhor Luizito do Prado).
               As crianças respeitavam mais os pais e as outras pessoas e
sabiam que não podiam vir à mesa quando a família recebia visitas. Chegava
uma olhada dos pais para entenderem o que deveriam ou não fazer.
Apanhavam quando não obedeciam. “Não se criavam ladrões e nem se falava
em drogas.” As crianças de hoje tem mais acesso a informações e
possibilidade de desenvolver a inteligência, mas são deixados muito soltos, isto
é, não recebem limites e por esse motivo não se sabe o que pode futuramente
acontecer. Alguns usam drogas para criar coragem e roubar.
               Compravam farinha e farelo no moinho do Guandalin e na
COTRIGO. Para comprar na COTRIGO necessitavam pegar um recibo na
Prefeitura. Naquela época não vendiam nada sem nota fiscal, o contrário de
hoje.
               Segundo alguns depoimentos na região perambulava um bandido
que se chamava Nino.Ele matou muitas pessoas (João Maria...) e feriu muitos
(Darci Zavieruka...). O bandido foi morto numa tocaia por uma família de judeus
na localidade de Campo Erechim, mas quem assumiu a culpa foi a polícia.
               O senhor Silvino Mattana, quando veio morar aqui comprou do
senhor Antonio Zambrzcki, uma área de 80 metros de frente (Avenida
Severiano de Almeida) e 225 metros de fundo (para cima). Confirmou que aqui
era potreiro, tinha criação de vacas com leiteria. Na residência do Utermohl,
havia uma plantação de mandiocas. A esposa do senhor Silvino informou que
quando era criança essa área era coberta de mato. O senhor Silvino forçou a
abrir as ruas Júlio de Castilhos da ponte para cima e a continuação da rua
Albino Fernando Holzbach, na administração do prefeito Ignácio Dall’agnol.
               Quando ele chegou, cercou os terrenos e plantou pinheiros
(araucárias), plátanos, pinheiros americanos, eucaliptos e nogueira pecã. Onde
a terra era melhor plantavam milho, que era trocado com o senhor Francisco
Sielski (cada 12 sacos de milho era trocado por um porco gordo ou meia
novilha, e mandioca). Na parte de baixo da Rua Albino F. Holzbach onde a


                                                                              9
terra era melhor, ainda plantavam laranjeiras, melancia, moranguinho,
verduras, pessegueiros (nectarinas), figueiras e bergamoteiras. Neste pomar
tinha 167 pés de árvores frutíferas.
             As geadas começaram a matar esse pomar, pois não havia casas
e nem outros tipos de árvores para proteger as árvores do frio. Hoje já seria
bem melhor. Então passou a plantar eucaliptos. Segundo ele, já se sabe que
aqui o eucalipto só aceita três cortes, porque é alto e seco, existe o pedregulho
que dá a falsa impressão de que é úmido, mas logo seca. No verão deve-se
tomar cuidado na Escola, pois o pedregulho seca e esbugalha e é onde
ocorrem os desmoronamentos. A umidade que temos aqui é conseqüência da
pressão do vento que sopra do rio para cima e da água da chuva que vem do
morro.
             Mais tarde seu Francisco parou de plantar porque o solo era seco.
Abriu um poço para irrigação, mas ficou com medo que fosse cair crianças
dentro dele e mandou fechar.
             As enchentes aqui sempre existiram, mas não tão grandes e nem
tão freqüentes. As pessoas diziam que o rio tinha muitas curvas e então o
desviaram para cá. Getúlio Vargas era a capital das pontes. Hoje (1993?) estão
abrindo canais e erguendo pontes, que são muito válidos, mas não resolvem
totalmente o problema, também precisam limpar o rio, pois nele tem bastante
acúmulo de terra e outras coisas.
             A história a seguir foi contada pelo senhor Luizito Pereira do
Prado que segundo ele é verdadeira. Esta história aconteceu, na parte leste do
bairro.
             “Ás vezes aparecia uma bola de fogo do tamanho de um globo
com um rabo de mais ou menos dois metros de fogo, dava para pegar ele com
as mãos. Logo para baixo da Marina Mazzoleni. Esse fogo descia em cima de
um monte de terra, com um pé de caqui no meio e sumia na árvore”.
             Contou que, certo dia, ele pegou uma picareta e queria ir até lá
cavar, mas seu pai não o deixou. Mais tarde, seu Levino Borges começou a
arrancar as árvores para construir sua casa. Encontrou lages com ponteiros
todas bem colocadas, era muito difícil de remover e deixou para quando viesse
a patrola.
             O patroleiro veio e começou a cavar. Seu José Mazzoleni estava
bêbado (dúvida) e deitou-se por perto, mas viu quando o patroleiro remexeu e
amarelou tudo. O patroleiro pegou uma lona, estendeu-a no chão, colocou a
mina dentro e sumiu no mundo. Dizem que seu José Mazzoleni foi lá depois e
ainda achou uma moeda libra esterlina.
             Em entrevista realizada no dia 25 de setembro de 1993 com o
Senhor João Zavieruka com setenta e nove anos e a Senhora Augusta B.
Zavieruka com setenta e sete anos, informaram que residem no bairro há
quarenta e três anos. A entrevistada faleceu em 01/01/94. De acordo com eles
o lugar onde moram chama-se Rua Linha Ribeiro, saída para Rio Ribeiro.
                 Segundo eles, antigamente na comunidade “só existia a nossa
casa e mais um rancho onde morava Paulo Vill. Ele era da Alemanha, hoje
falecido. Quem requereu a luz e a água fomos nós. Arrumei postes para
colocar na avenida, desde o engenho até o Ribeiro. O estado Brizola ajudou
com a metade e a prefeitura de Plácido ajudou nas ruas e nas casas. Todos
queriam luz, mas não queriam pagar. Tive que pagar para quase todos. Para



                                                                              10
conseguir a água paguei os canos, ninguém queria ajudar, porém depois que
paguei todos queriam a água.”
                   Como meios de transporte usavam carroça com burro que
transportava produtos para Porto Alegre ou Passo Fundo. Chegando lá, às
vezes não conseguiam vender os produtos. Havia poucas estradas. Quando
casavam, os noivos eram levados pelos carroceiros ou iam a cavalo.
Enfeitavam as carroças com fitas de papel crepom.
               As cartas que tinham que buscar no correio era o único meio de
comunicação existiam na época.
               Fazia parte dos costumes e hábitos da época os bailes de salão,
as surpresas nos aniversários e a benzedura. “Existia um salão de baile nesta
moradia (salão 20 x 20) que tinha um local reservado para as mulheres
colocarem os nenês. Os bailes eram feitos com baterias e liquinhos. Também
faziam festas e casamentos e foi nesse salão onde se casou Luci Cortese. O
conjunto que animava o baile era Caetano. Costumávamos fazer surpresas nos
aniversários. Os brinquedos eram bonecas de pano de meia. A mulher Augusta
benzia de cobreiro, mordida de aranha. Vinha gente da cidade se benzer.”
                         O casal ainda nos informou que tinham leiteria onde
ordenhavam 30 vacas e vendiam leite para toda a redondeza. Tinham uma loja
onde vendiam de tudo. “Naquele tempo tinha 25 cadernetas. Tocava os
bêbados e não tinha jeito de ir. Colocavam um pelego e dormiam no armazém.”
                   No morro Americano não tinha plantação, tinha frutos como:
pêssego, bergamota e laranja e vários potreiros. Não existia rios, mas uma
sanga na esquina Severiano de Almeida onde os moradores lavavam a roupa.
Tinha peixes.
                    Quando ficavam doentes iam ao médico e para chegar ao
hospital iam de charrete. As religiões predominantes eram Católicas e
protestantes. Dona Augusta era a zeladora da Matriz. Durante a semana
reuniam-se nas casas e faziam novenas. Iam à missa aos domingos. Na igreja
as mulheres iam de véu na cabeça e roupas decentes. Iam a pé à Igreja para
rezar de manhã cedo.
                As casas eram feitas de dois cobertos, bangalôs, tinha sobrado,
todos de madeira, coberto de tabuinhas.
                   As mulheres usavam vestidos por cima das roupas (calças),
tamancos e alpargatas. Os homens usavam bombachas, botas, chinelos de
couro e chapéu de palha. As meninas usavam vestidinhos remendados.
              Um grupo de comissão decidiu colocar o nome da Santa “ Nossa
Senhora Consoladora” no vilarejo.
            As crianças estudavam nas irmãs (Escola Santa Clara), tinha grupo
subúrbio, mas preferiam as irmãs. Escreviam numa pedra, não havia quadro,
lápis, cadernos e nem borrachas. Na escola recebiam castigos severos.
                Compravam na loja do Ricardo Bordignon, lá havia roupas e
mantimentos. Não existia juros, pagavam de colheita em colheita.



5.1.2 – Como a comunidade se apresenta atualmente:

              O bairro conta com aproximadamente 400 famílias, o número de
pessoas por família varia de 1 a 7 pessoas.


                                                                            11
Nas famílias, predomina a origem italiana, polonesa, alemã,
brasileira e russa. A variação de raças possibilita uma integração de culturas
favorecendo o conhecimento de diferentes costumes e tradições.
               Há um percentual pequeno (3,03%) de crianças desnutridas de 0
a 5 anos – conforme Censo Municipal/94. Há famílias com carências em todos
os sentidos, mas no bairro não há agente de saúde por ser considerado, em
relação aos outros, “sem problemas” mais sérios. Os problemas de saúde
listados pelos moradores do bairro são: feridas, reumatismo, toxoplasmose,
diabetes, trombose, pressão arterial, colesterol, câncer, bico de papagaio,
bexiga, arteriosclerose e outros.
               O bairro não dispõe de Posto de Saúde. A população que precisa
de consulta médica desloca-se até o posto no centro da cidade ou até o
Hospital São Roque.
        As famílias possuem entidades assistências como: IPE(PAMES),
UNIMED, INSS.
               A comunidade também enfrenta dificuldades como: falta de
iluminação, calçamento e saneamento básico. Outra preocupação é o acúmulo
de lixo. O recolhimento é feito três vezes por semana por uma empresa de
Marau. Esse recolhimento é insuficiente.
               A Prefeitura Municipal viabilizou a construção do calçamento em
frente à escola no ano de 1999. Foi construído o muro no terreno ao lado da
Escola, adquirido em 1997. Em algumas ruas o esgoto corre solto.
               A falta de iluminação de algumas ruas causa transtornos,
dificultando o deslocamento das pessoas e impedindo a realização de
atividades de lazer na comunidade. Em algumas ruas, existe o problema da
falta de cuidado por parte de moradores que quebram as lâmpadas, falta
conscientização.
               Na rua Guaíba existe o problema de falta de sinalização, tem o rio
sem ponte e sem pinguela, as pessoas vão até lá e tem que voltar. Ainda,
alguns moradores reclamam que falta atenção dos responsáveis (autoridades),
falta embelezamento, passeios nas ruas, também iluminação de acordo,
limpeza adequada, pois quase entram cobras nas residências.
               Em outras ruas a iluminação, o calçamento e os esgotos são
satisfatórios, bem como o abastecimento de água nas residências, apenas falta
água com freqüência e as taxas cobradas são altas.
                Este bairro é banhado por dois rios, Rio Abaúna e Rio Paulo. Os
dois encontram-se muito poluídos pelas próprias pessoas do bairro que largam
esgotos e outros lixos. Também o Curtume Rio Grandense é responsável por
parte desta poluição. Mesmo assim, é comum vermos pessoas pescando
nestes rios.
               Em relação aos rios poluídos, o bairro enfrenta um sério e
preocupante problema: as enchentes que invadem ruas e casas dos
moradores. Foi feita uma canalização do Rio Abaúna para melhorar esse
problema.
               Os animais que predominam são os cachorros, as galinhas e há
outros como: gatos, porcos, vacas, terneiros, cabritos, garnisés, papagaios,
caturritas, codornas, ...
                No ano de 1994, foi criada a Associação de Moradores do Bairro
Nossa Senhora Consoladora, que segundo o senhor Darci Vitali, 1º presidente,
surgiu com o objetivo de atender aos associados, procurando ajudar na


                                                                              12
resolução de problemas que beneficie a todos. Isso ocorre quando a maior
parte depende do apoio da Prefeitura Municipal. As dificuldades até o presente
momento são a falta de recursos financeiros para compra do material
necessário e a não participação da população nas reuniões que são realizadas.
              A Associação de Moradores do Bairro conta com o Presidente
Orides Damin, oTesoureiro Ademilson Frizzo, o Secretário Neivo Pessoa e os
Conselheiros: Darci Vitali, Natalino de Freitas, Eloi Pessoa, Nédio Dassi, Luis
Carlos Penna, Luiz Carlos Persin e Ivanzir Basso.
              Em 1998, o Conselho do Centro comunitário foi organizado de
forma diferente, conforme nos informou o Sr. Roque Lazzari. Atualmente fazem
parte do Conselho: Roque Lazzari – Patrimônio, Darci Vitali – Finanças, Nilva
Lazzari – Catequese, Vilma Prause Vitali – Liturgia, Nanci da Silva – Zeladora,
Cleonice Falkoski – Dizionista e Coordenadora do Conselho e Vanderlei e Neli
Chaparini – Casal Vocacional, Marisete de Lima – Grupo de Jovens, Ricardo
Luis Beluzzo e Roberto Bonalume – Servidores, Eloi Noskoski – Ministro e
Representante do Conselho, Fernanda Dacampo – Secretária do Conselho.
              Temos uma diversidade cultural e religiosa. Destacam-se em
relação à religião: Católica, Luterana, Batista, Evangélica, Evangélica
Quadrangular, Espírita e Testemunha de Jeová. A religião predominante é a
católica, que em 1990 ganhou um Centro Comunitário para realização de
missas e cultos. A catequese acontece na Escola e no Centro Comunitário,
sendo catequistas pessoas do próprio bairro. Há também um grupo de jovens
formado por jovens do bairro. Atuam nas liturgias e como formação de
lideranças. As famílias católicas recebem a visita da capelinha. As demais
religiões têm sua sede em outros bairros do município.
              O Centro Comunitário Nossa Senhora Consoladora teve início no
barracão do senhor Silvino Mattana em 1985, com a preparação de Pré-
missões com o Frei Daniel Costela. Depois para as Missões foi erguido um
salão hoje já desmanchado e vieram os Freis Carlos Coloda e Francisco
Pizanatto e após as missões veio o Frei Teobaldo Deon. A participação da
comunidade foi excelente.
              Quanto ao nome Nossa Senhora Consoladora, foi escolhido por
Silvino Mattana e Dionísio Secco por ser uma santa com muitos devotos e
também porque todos os bairros tinham que ter um nome de santo.
              Em 1986 foi realizada a primeira procissão da Igreja Matriz até o
Centro Comunitário; tinha uma diretoria assim formada: Silvino Mattana –
presidente; Eric Schiese (judeu) – vice-presidente; Cláudio Morawski –
secretário; Marli Gallina – tesoureira e Altevir Rostirola – vice-tesoureiro.
              Em 1990 foi trocado o terreno onde estava localizado o salão, por
outro mais no alto do morro, onde hoje está o Centro Comunitário. Houve
épocas em que a participação da comunidade era muito fraca, estando quase
para fechar. Então se criou uma comissão para administrá-la. O presidente era
o senhor Alberi Paim e o vice o senhor Augustinho Tomelero. A liturgia era
coordenada por Lorimar Gallina e Roberto Bonalume. A coordenadora da
catequese era a senhorita Marli Gallina.
                  As missas acontecem atualmente na primeira Quarta-feira de
cada mês e são celebradas pelo padre Jair Carlesso.
              As romarias avançam a cada ano, muitas pessoas de fora
participam em grande número. Sabe-se de casos de pessoas que alcançaram



                                                                            13
a cura e deixam objetos, como: fotos, fitas mimosas, cartas. Existem pessoas
que choram para poder tocar na imagem de Nossa Senhora Consoladora.
               O Centro Comunitário é utilizado para eventos culturais da Escola,
para promoções da comunidade (bailes, matinezões) e também como “casa
mortuária” quando falece alguém da comunidade. Apesar de sua utilização, o
Centro Comunitário, ainda não está concluído. Apresenta-se como um dos
desafios da comunidade.
               No que diz respeito ao lazer, percebe-se a simplicidade das
famílias. Algumas gostam de visitar os parentes, amigos e vizinhos,
preservando a amizade com todos e a união da família. Também gostam de
prestigiar eventos do bairro e dos bairros vizinhos. Outros gostam de passear e
passar horas agradáveis no parque... participar de jogos de bocha, jogo de
baralho, viajar nas férias, ler, almoçar fora, ir a bailes, animar bailes ou matinês
( o conjunto Céu e Cantos é do bairro) , cuidar de plantas, fazer parte de um
CTG, saborear um bom churrasco ou simplesmente ficar em casa assistindo
televisão.
               As pessoas de mais idade participam dos encontros da terceira
idade que é coordenado pela 1ª dama do município de Getúlio Vargas.
               Nas famílias do nosso bairro encontramos alguns hábitos e
costumes que se destacam: não comer carne na quarta-feira de cinza, jejuar na
quinta-feira e sexta-feira santa, prevalecendo o da sexta-feira santa, colher
marcela na sexta-feira santa, falar italiano, ler a Bíblia, não trabalhar aos
domingos, tomar chimarrão ou cachaça, respeitar os dias santos e domingos,
visitar as pessoas doentes;
-não comer carne nas sextas-feiras da quaresma e outros que cortam a barba
    na Sexta-feira santa e não podem mais cortar nas outras sextas do ano. É
    uma simpatia para não dar dor de dente ou faz ao contrário, nunca corta a
    barba na Sexta-feira santa.
               A maioria dos moradores deste bairro costuma fazer suas
compras aqui na cidade mesmo, muitos fazem pesquisa de preços e compram
nos lugares mais baratos. Muitos se deslocam à Estação ou Erechim.
               Existem pessoas que produzem para depois vender seus
produtos que vão desde a confecção de almofadas, chinelos, artesanato,
blusões e roupas variadas até o plantio de milho, pipoca e morangos. Outros
criam vacas e vendem o leite, ou ainda ovos e galinhas, para assim ajudar no
sustento da família.
               A vegetação, tanto na parte leste quanto na oeste, predominavam
as matas nativas que com o passar dos anos foram derrubadas, dando lugar a
potreiros e campos de áreas cultivadas com produtos agrícolas e árvores
frutíferas.
               Hoje existem pequenas áreas de mata nativa e outras com
eucaliptos, ciprestes, pinheiros (araucárias) e pinheiros americanos. Aparecem
árvores frutíferas com freqüência.
               Quanto ao clima o lugar é bastante alto, pegando poucas áreas
nas baixadas. Sopra bastante o vento. Devido ao morro o sol demora a chegar
na parte oeste e na parte leste o sol desaparece mais cedo. Percebe-se aqui
também muita umidade.
               O relevo apresenta-se bastante acidentado, a maior parte do
bairro, 80% (oitenta por cento), está localizada sobre o morro.



                                                                                 14
Os meios de comunicação mais usados são a televisão e o rádio,
praticamente 99% (noventa e nove por cento) das famílias os possuem.
Também são muito utilizados o telefone e a carta. Algumas famílias fazem
assinatura de jornais, como: Zero Hora, Diário da Manhã, Correio do Povo ,
Folha Regional e Tribuna Getuliense. Outros assinam revistas: Isto É, Sallete,
A Sentinela (testemunho de Jeová). Algumas famílias citaram o diálogo como
um meio de comunicação importante.
              Quanto aos meios de transporte,         aproximadamente 60%
(sessenta por cento) dos entrevistados possuem carro. A bicicleta também é
muito usada para se locomoverem ao trabalho ou ao centro da cidade. Uma
minoria possui moto. Para se deslocarem de Getúlio Vargas a outras cidades é
comum utilizarem ônibus.
               Encontram-se em nosso bairro produtos agrícolas e outros.
                A alimentação das famílias é bem variada, comem de tudo um
pouco, sendo os mais consumidos: arroz, feijão, carne, pão e verduras. Há
ainda o consumo de frutas, legumes, ovos, carne de peixe, massa e polenta.
Boa parte das famílias preferem os alimentos colhidos diretos da fonte ou seja
na Feira do Produtor Rural.
              A maioria das famílias tem uma horta bem variada em casa por
considerarem isto importante para se ter uma boa saúde e porque sabem o que
estão comendo. Muitas famílias criam suas galinhas em casa e também
engordam um porquinho.
                Os moradores reclamam da falta de união e colaboração com o
bairro, falta calçamento e iluminação pública, há pouca participação dos
servidores da igreja na comunidade, falta rede de esgoto e policiamento, uma
vez que o roubo nas casas está cada vez mais freqüente.
              Segundo os moradores faltava um mercado. Falta ainda aqui no
bairro: um mercado, um orelhão nas imediações da Escola, uma indústria que
ofereça empregos, uma creche, um posto de saúde com médico e dentista,
uma fonte de lazer para as mulheres e crianças (pracinha). No bairro temos
uma danceteria que serve de lazer: a Danceclip.
               As condições de moradia, variam bastante. O tipo de construção
que predomina é a mista, isto é, uma parte da casa é construída de madeira e
a outra parte em alvenaria, tendo também muitas casas só de alvenaria e
muitas só de madeira. Na maioria são casas próprias, apenas uma pequena
parte da população moram em casas alugadas.
              Existem casas desde as mais simples até a mais sofisticadas.
Alguns proprietários possuem outra residência para alugar. Das pessoas
entrevistadas não encontramos nenhum caso que não possuam luz elétrica e
água encanada da CORSAN.
              Pouquíssimos moradores são donos de pequenas propriedades
de terra nos arredores do nosso município, que são cultivados para uso da
família e em alguns casos que plantam também para a venda: milho, soja,
trigo...
              No nosso bairro não temos pontos turísticos, mas do lugar onde
está situado o Centro Comunitário e o Santuário, temos uma visão panorâmica
muito bonita de nossa cidade.
              A maioria das pessoas da nossa comunidade trabalha no centro
da cidade, alguns deslocam-se para Erexim, Erebango, Estação. Outros
possuem seu próprio trabalho (cabeleireiro, artesanato, mecânico, eletricista,


                                                                           15
reformador de baterias, funelarias, conserto de bicicletas, confecções de
roupas, estoparia...) pois nosso bairro não oferece muitos mercados de
trabalho a não ser o Depósito de Bebidas Zambrzycki (também possuem uma
área de lazer na qual passam o final de semana para se divertir) e Nativa Moda
Couros, sendo este dois os que mais geram empregos no bairro. Também há
duas funilarias: Mattana, do senhor Cleudir Mattana que iniciou neste ano
1994, e a do Chico, onde trabalha o proprietário e mais um funcionário.
Contamos atualmente também com o mini-mercado Scariot e mini-mercado
Kalin.
               Temos um problema social muito sério que é a falta de trabalho.
O crescente desemprego atinge as famílias da comunidade. Muitos pais
(homens) perdendo seu serviço, passam a executar o trabalho doméstico,
enquanto que as mães (até então donas de casa), necessitam sair e trabalhar
como domésticas e faxineiras para sustentar suas famílias.
                 Em termos de educação, o bairro conta com a Escola Municipal
de Ensino Fundamental Antonio Zambrzycki, localizada na Rua Albino
Fernando Holzbach, 1260, com 273 alunos matriculados de jardim a 7ª série,
funcionários nos dois turnos manhã e tarde. No próximo ano teremos 8ª série.
               A maioria dos alunos são deste bairro, mas temos alguns do
centro, Linha Ribeiro, do Km 10, Gramado e de outros bairros: Navegantes,
São Cristóvão, São Peregrino e Santa Catarina.
               Esta Escola Municipal teve início no antigo salão da comunidade
em 1988, com uma turma de Pré-escolar nível A e B com 23 alunos
matriculados sendo atendidos pela professora Mairi do Prado da Silva, na
época. Por volta de 1986, já era reivindicada uma Escola para o bairro através
da diretoria do Centro Comunitário.
               Só mais tarde, atendendo a uma reivindicação da comunidade,
através das professoras Mairi do Prado da Silva, Ladir do Prado Freitas, da
senhora Ema Telski e seu esposo Eduardo Telski, foi feito um abaixo assinado,
coletando assinaturas de pessoas da comunidade que também tinham
interesse na criação de uma Escola no bairro.
               Em março de 1992, na administração do prefeito Milton Enio
Serafini começou a funcionar esta Escola com o nome de Escola Nova. Hoje
Escola Municipal de Ensino Fundamental Antonio Zambrzycki, de acordo com
a LEI N.º 2776 de 28/04/99.
               Os primeiros professores convidados a trabalhar nesta Escola
foram: Ivete Teresinha Mistura (diretora), Mairi do Prado da Silva (1ª diretora
eleita), Ladir Teresinha do Prado Freitas (jardim nível A), Elenita Goretti
Seminotto (jardim nível B), Margaret Sartori (1ª série), Rosane Soligo Luchini
(1ª série), Iraídes Severo Sielski (2ª e 4ª série, classe multisseriada), Iraci Hirt
(3ª série), Ronaldo Bonfiglio (Educação Física). Contávamos com os trabalhos
da psicóloga Dóris Blasczack e da terapeuta Clarite Gritti.
               Atualmente a comunidade escolar é bem participativa, temos o
CPM a cargo da diretora, da coordenadora e de um grupo de pais. Está em via
de organização o Grêmio Estudantil e Conselho Escolar.
               A escola procura realizar um trabalho dentro de uma nova
proposta de ensino que busca o crescimento integral de todos os envolvidos no
Processo.




                                                                                 16
As famílias acham que a Escola é muito boa, que o ensino
satisfaz, que tanto ela como os professores estão se esforçando para que o
ensino melhore.
              A mesma recebe revistas do Professor, Nova Escola e também
Jornal A folha Regional, O Gaúcho e Zero Hora dominical por intermédio da
Secretaria Municipal de Educação.
              Também assina o Mundo Jovem e o Tribuna Getuliense. O acervo
bibliográfico atende às necessidades da comunidade escolar. Os alunos
procuram a Escola quase todos os dias (em turno inverso ao da aula) para
pesquisas, recuperação paralela ou para participar das atividades dos projetos
extra-classe, como: danças, artesanato, Coral, Teatro, Psicomotricidade,
Educação Ambiental, Futebol, Vôlei e Basquete).
              Recebemos também, livros de suporte para os professores.
Dispomos de livros didáticos , cursos e encontros de professores para estudo.
Existe o banco do livro para uso do aluno e uma biblioteca que faz o
empréstimo de livros aos mesmos. O prédio da escola encontra-se em boas
condições. No ano de 1993, entre as salas 1 e 2 foi aberta uma parede para
termos uma sala maior para reuniões e, em 1999 foi construído um pavilhão
novo e comprado um terreno, para área de esportes, ao lado da escola. A
instalação elétrica que era uma problemática, foi revisada em 1995. O pátio da
escola é muito pequeno, temos um parquinho adquirido em 1995. O calçadão
que era uma reivindicação da escola já foi feito e a drenagem também. O
barranco no lado de cima foi chanfrado, pois estava sempre desbarrancando e
com isso os alunos têm mais lugar para brincar.
              A maioria das crianças com idade de freqüentar o Jardim da
Infância nível A e B à 4ª série, estão em nossa Escola.
              Muitas crianças que haviam deixado a Escola há anos atrás estão
retornando. Esse fato alegra e muito a comunidade escolar, devendo-se isso
também ao processo de ensino.
              A Escola oferece trabalho a 28 pessoas: 21 professores, 3
serventes, 2 vigilantes, 1 secretário e 1 pessoa para serviços gerais.
              A maioria dos professores são mulheres, 3 professores são
homens. Há professores que além de atuarem nesta escola ainda atendem
outras (de 2 a 3 escolas). Também atendem suas famílias e suas casas. O
grupo de profissionais é comprometido e competente.
              A Escola conta com o Ensino Fundamental. Somente para o 2º
Grau haverá a necessidade da comunidade procurar outra Escola. Em nossa
cidade Temos a Escola Estadual Antonio Scussel, Santa Clara e URI.
                Nas segundas- feiras às 20 horas, funciona na Escola do bairro,
reunião com um grupo de pessoas alcoólatras e familiares. Este grupo iniciou
em 1986. Já foi coordenador deste o senhor Dorvalino Bernieri. A atual
coordenadora é a Irmã Ester Lunardi.
                   O grupo existente em nossa cidade é este que funciona na
escola. Iniciou com um grupo de senhoras que estudavam sobre o alcoolismo
no hospital: Marli Schuster, Maria Mattana, Lurdes, Cecília Tuski e após, no dia
1 de dezembro de 1986, no salão do Centro Comunitário e agora na escola.
                     “Foi uma iniciativa minha começar com o grupo, devido a
necessidade das famílias e por mim já ter experiência em trabalhos anteriores.”
(Irmã Ester)



                                                                             17
Todas as salas de aula são ocupadas em dois turnos. Estão em
boas condições de uso, ventiladas e bem iluminadas.
             Os banheiros são divididos por sexo, estando sempre limpos e
com o material higiênico necessário.
             A cozinha é espaçosa e serve como refeitório. Segundo as
crianças, a merenda é gostosa e variada.
             A biblioteca dispõe de um acervo de livros para leitura e pesquisa,
além de ser espaço para vídeo.
             A limpeza da escola é feita regularmente e satisfatória (atendendo
as necessidades). Atualmente está realizando campanha de organização e
beleza, com todos os envolvidos (pais, alunos, professores, serventes...).
Conta também com almoxarifado onde são guardados todos os materiais de
educação física, bem como lavanderia.




                            6 – CONCEPÇÕES:


6.1 – CONCEPÇÕES DOS PROFESSORES:

QUE MUNDO TEMOS:

        O mundo é um lugar bom e maravilhoso. O homem tem feito inúmeros
aperfeiçoamentos naquilo que Deus criou, e nem sempre tem administrado isso
como deveria ser, gerando, muitas vezes, conseqüências negativas que
acabam colocando em risco a própria sobrevivência humana. O consumismo
agride o meio ambiente e a qualidade de vida. Existem pessoas que são
demasiadamente individualistas, capitalistas e gananciosas, valorizando mais o
ter ao ser. Vê-se um mundo que escraviza as pessoas através de salários que
não condizem com a dignidade humana. Os valores humanos estão e são
elevados a segundo plano. A ausência de paz, amor, compreensão e
solidariedade acaba tornando os homens “frios” e “pacíficos” diante das
adversidades da vida.
        A existência do ser humano é marcada pela prostituição e abuso de
menores, crianças carentes e abandonadas, alcoolismo, drogas, violência,
destruição da natureza, corrupção, desigualdade social, pobreza, guerras,
poluição, politicagem, etc. Paralelo a isso, há tantas outras coisas que nos
fazem erguer a cabeça e continuar a gostar de viver aqui: riquezas naturais,
flora, fauna, crianças, pessoas alegres e com esperança, a democratização das
escolas, as descobertas científicas, enfim, o que acreditamos ser o exemplo de
valorização da vida.

QUE MUNDO QUEREMOS:
       Um mundo em que a dignidade e a esperança revigorem a essência do
bom homem, as pessoas tenham voz e vez, saiam de suas casas, do seu
conformismo, ganhando espaço na sociedade. Além disso, que o poder esteja




                                                                             18
voltado para pessoas que realmente queiram o bem do povo e não apenas do
próprio bolso.
        Um lugar em que todos recebam um olhar fraterno, sintam-se filhos e
dignos de serem imagem e semelhança do pai. Também, que a intervenção
humana na natureza seja feita de forma planejada, extraindo somente o
necessário, sem exageros, garantindo questões como a sustentabilidade,
reciclando, reflorestando. Deve-se cuidar para que não se esgotem os recursos
que não são renováveis, garantindo a sobrevivência humana em todos os
sentidos.
       Um ambiente sem violência, drogas, marginalização, discriminação,
falsidade e abusos. Diante deste ideal, que reine a paz, a tranqüilidade e o
amor, fazendo com que as pessoas possam viver e deixar os outros viverem,
com igualdade de direitos e deveres. Sem exploradores e nem explorados, que
todos tenham suas necessidades básicas garantidas como moradia,
alimentação, trabalho, saúde e educação.
          Um espaço em que as pessoas eduquem visando o bem estar do ser
humano, conscientizando desde a infância a valorizar o que temos,
aprendendo a cuidar do outro. Por fim, um mundo com muito diálogo e
coerência entre o que se diz e o que se fala.



QUE HOMEM TEMOS:

       O homem é um ser em busca da felicidade. Há pessoas conscientes,
procurando defender seus direitos, exercendo seu dever, enfim, lutando por um
mundo melhor. Também, temos curiosos, sonhadores, buscando superar
limites, visando acompanhar as tendências evolutivas.
       Em outra direção, presenciamos o ser humano com atitudes e
comportamentos ruins, ocasionando problemas para o mundo, pois buscam
vantagens pessoais, dando ênfase aos bens materiais, esquecendo os
verdadeiros valores à convivência fraterna. Devido aos problemas que o
cercam, como a violência, o desemprego, as tecnologias substituindo a mão-
de-obra, o homem se sente cada vez mais inseguro, com medo, fechado,
muitas vezes, deixando de auxiliar o próximo. Há uma carência de bom senso
nas relações intra e inter pessoais e com a natureza que o cerca.



QUE HOMEM QUEREMOS PARA O MUNDO:

              O ser humano que desejamos é o que não pensa somente nele,
que acredita ser possível mudar o mundo e faça a sua parte perante os outros.
Além disso, que acredita ser único e especial, mas que não se sinta auto-
suficiente.
              Precisa-se de pessoas com o sentido de humanidade mais
desenvolvido, justas, solidárias, conscientes, críticas, democráticas,
participativas, criativas, respeitadoras, sinceras, amigas, trabalhadoras,
alegres, otimistas, tranqüilas, que tenham um ideal, que ajudem o próximo,
principalmente os mais necessitados.



                                                                          19
A vida do homem deve ser pautada pela responsabilidade,
trabalhando pelo bem-estar e transformação da sociedade. Também, que a
ética oriente nas decisões para o bem do povo, que não se aproveite da
bondade dos outros, que seja honesto e menos preconceituoso.
              Queremos um ser mais crítico, com objetivos definidos, que saiba
selecionar, analisar informações e confrontá-las, sem recebê-las passivamente.



QUE PROFESSOR TEMOS:

               No geral, temos professores qualificados, comprometidos e que
buscam melhorias no processo ensino-aprendizagem. Percebe-se que alguns
estão em constante processo de busca por novas fontes de conhecimento para
melhorar a metodologia de trabalho e avançar nas suas limitações.
             É uma classe que ainda não se uniu o suficiente para atingir seus
propósitos, tanto na luta por melhores salários, quanto nas questões
pedagógicas. Vê-se que alguns ainda não compreenderam bem a P.P.P. da
escola, não percebem que o mundo está em constante evolução (metodologia
de ensino, teorias de aprendizagem). Além disso, precisam fazer uso de
estratégias de ensino que valorizem o ser humano como sujeito histórico-
social.
             Vemos, no professor de hoje, uma conseqüência histórica. Ele
perdeu a sua força moral e sua fala, algumas vezes não tem sido valorizado
perante princípios econômicos, sociais, culturais, presentes nos dias atuais. A
sociedade do momento não valoriza o profissional da educação e, em
conseqüência disso, alguns professores estão cansados, esgotados, possuem
conhecimentos, mas estão limitados por metodologias ultrapassadas ou por se
considerarem o sabe-tudo.


QUE EDUCADOR QUEREMOS:

               Um educador que seja um profissional competente, capacitado
para trabalhar não somente com alunos “ditos normais”, como também,
alunos portadores de necessidades especiais. Além disso, criativos,
pesquisadores, investigadores de sua prática, preocupados com os educandos,
lutadores por uma educação de qualidade, significativa e democrática.
Também, que a compreensão, a responsabilidade e o amor à profissão
orientem a vivência em sala de aula, podendo transformar a escola e quem
vive nela.
       Professores calmos, inteligentes, dinâmicos, atualizados, equilibrados e
respeitadores. Amem a sua profissão, sejam formadores de opiniões, capazes
de dialogar, discutir e respeitar as individualidades dos demais. Amigos, para
conquistar o interesse dos alunos, no entanto, com maturidade suficiente para
distinguir a sua responsabilidade como docente.

QUE ESCOLA TEMOS:
              Uma escola sobrecarregada de responsabilidades, tendo que
trabalhar em algumas turmas com grande número de alunos, com dificuldade
de proporcionar atendimentos individuais para sanar dificuldades de


                                                                            20
aprendizagem e despreparada em relação à inclusão. Além disso, muitas
vezes, a escola deixa de cumprir com sua função principal, para assumir
papéis que cabem à família, ao estado e a sociedade. À escola cabe, em
alguns casos, cobrar dos alunos a responsabilidade com a assiduidade e a
pontualidade, realização das tarefas escolares (tema de casa), regras de boa
convivência, limites, entre outros, que seria função da família.        Quanto
às condições físicas, existem escolas em péssimo estado, com prédios caindo,
oferecendo risco de vida aos professores e alunos, o material imobiliário é
escasso, falta material didático atualizado, bem como espaço físico para
recreação e outros recursos.
                   Na nossa escola há pouco espaço físico, sem sala exclusiva
para educação infantil e, ainda, devido ao pequeno número de alunos, há
enturmação (Nível A e B, na mesma sala). Os ambientes são pequenos, com
mesas e cadeiras inadequadas para o tamanho dos alunos.
                    Os recursos financeiros recebidos pela Federação e pelo
Município são insuficientes para atender a todas as necessidades da escola,
apesar de ser prioridade a educação no discurso dos políticos, em época de
eleição.
              A escola não avança conforme a tecnologia e nem consegue
acompanhar o avanço científico, por isso nem sempre o que é ensinado nas
escolas é do interesse dos alunos. Os recursos didáticos disponíveis em sala
de aula são defasados, ao professor cabe buscar formas de promover
aprendizagem dentro dessas limitações.           Apesar da escassez de recursos
e descrédito de muitos, a escola, como uma instituição formadora e educadora,
ainda é um dos caminhos para transformar a realidade.



QUE ESCOLA QUEREMOS:

               Queremos uma escola atuante na transformação social e na vida
do indivíduo. Que seja um espaço alegre, humanizado, inclusivo e que
realmente trabalhe o conhecimento em prol da construção de uma sociedade
mais justa, igualitária e adequada às novas tecnologias e aos recursos físicos.
Que tenha qualidade, seja democrática, acompanhe os avanços tecnológicos,
com profissionais competentes e ótimos recursos. Acolhedora, amiga, que não
discrimine, fazendo com que todos sintam prazer de freqüentá-la.
                  Uma escola voltada para a realidade, formativa e informativa.
Que esteja aberta às mudanças e ao diálogo e que através disto, consiga
resgatar sua real função como instituição formadora, através de atitudes
concretas. Um lugar onde todos se sintam sujeitos integrantes no processo de
decisões, tendo voz e vez.
              Esteja integrada à sociedade em que está inserida, onde o
diálogo e a discussão sejam os veículos de comunicação entre os envolvidos
no processo ensino-aprendizagem. Respeite as individualidades dos alunos, se
preocupe com o futuro, formando uma consciência crítica e desalienada.


QUE ALUNO TEMOS:



                                                                            21
Como há uma variedade muito grande de experiência de vida,
familiar e social, também há uma diversidade grande de interesses e portanto,
diversos tipos de alunos.
                  Temos alunos bastante agitados, desconcentrados e falantes,
todos numa só vez. Outros revoltados com situações vividas e suplicam por
uma escola e uma educação melhor, que atendam as suas necessidades.
Alunos temperamentais que decidem todas as diferenças de opiniões, através
de atos de agressão. Alguns tímidos, calados e outros que não conseguem dar
sua própria opinião. Alunos portadores de necessidades especiais que
necessitam de acompanhamento individualizado e específico para a sua
deficiência, inclusive com profissionais da área da saúde (técnicos).
                    Em contrapartida, existem também alunos ativos, criativos,
conscientes e críticos participam das aulas e das demais atividades que a
escola desenvolve, amigos dos professores, carinhosos e que gostam da
escola.
                A maioria dos alunos da nossa escola tem ânsia de aprender e
realizam as atividades propostas. Estão adquirindo opinião própria, com o
trabalho realizado pelos professores.

QUE ALUNO QUEREMOS:

              O aluno que queremos é sujeito do processo escolar, luta, cumpre
sua parte e se compromete com o processo ensino-aprendizagem. É
consciente dos seus direitos e deveres e sujeito construtor de uma sociedade
mais justa. Aluno que apesar de suas limitações sejam dedicados, assíduos,
que não desistam da escola,
               Um cidadão participativo, crítico, mais livre na maneira de pensar
e agir, transformador e agente do próprio conhecimento (autodidata). Alunos
mais calmos, concentrados, amigos, usem o diálogo na resolução dos
problemas, organizados a fim de facilitar a aprendizagem, tornando o ambiente
propício para a mesma.
              Que busque respostas para ampliação de conhecimento e sanar
dúvidas através da pesquisa, aproveitando recursos bibliográficos e digitais
através das tecnologias de informação e comunicação, grupos de estudo, que
possuam horário para o estudo em casa e acompanhamento familiar.
                    Que os pais ou responsáveis juntamente com os alunos,
aproveitem as oportunidades que lhe são oferecidas (atendimento no EAP e
NIAE, grupos culturais e esportivos)



6.2 CONCEPÇÕES DAS FUNCIONÁRIAS:


DE MUNDO

           Mundo mais justo, igualitário e fraterno, com pessoas
comprometidas, que se ajudem mutuamente para o bem-estar de todos.

DE ESCOLA


                                                                              22
Mais espaçosa, mais humana, centrada no bem-estar dos alunos,
professores e funcionários, sempre em busca de uma educação de qualidade.

DE EDUCADOR

               Um educador comprometido com a educação, amigo, que está
em constante aperfeiçoamento, não apenas preocupado com o conteúdo a ser
trabalhado, mas também com os valores, tendo em vista a construção de uma
sociedade mais justa.

DE PESSOAS
             Precisamos de pessoas honestas, pacientes, amigas, confiáveis,
compreensíveis, que sejam capazes de doar-se em benefício do outro.



6.3 CONCEPÇÕES DOS ALUNOS


QUE MUNDO TEMOS:

➙ Um mundo ruim, causado pelo próprio ser humano – guerras, armas, ódio,
poluição, violências, mortes, racismo, desigualdades. Um mundo conturbado
➙ Um mundo onde existem muitas coisas boas, com muitas riquezas; um mundo
belo com grande diversidade de vida.
➙ Um mundo que, apesar de muitas coisas ruins, não é totalmente desumano,
pois somos nós que o fazemos.
➙ É um mundo humano, que vai além do que falamos ou pensamos dele – é o
resultado das nossas ações.
➙ Mundo com riquezas, uma bela natureza, lindas paisagens, cidades
maravilhosas. Com tecnologia avançada, grande diversidade de lazeres e
esportes.
➙ Um mundo com sentimentos, expressado em forma de entidades e
associações.
➙ Um mundo em grandes transformações e que tem mais qualidades que
defeitos.
➙ Um mundo positivo, moderno, com muitas tecnologias e um pouco injusto.
➙ Um mundo de amor, paz, solidariedade, com pessoas bondosas e que sabem
dar valor ao que tem.
➙ Temos um mundo com pessoas sem consciência do que fazem, que praticam
muitas violências contra a vida.
➙ Mundo com grandes possibilidades, que dá chance para todos sermos felizes.
Colorido e cheio de belezas, que nos encanta com as diversas espécies de vida.
➙ Que nos dá o necessário para a vida.
➙ É algo complexo, pois quem iria conseguir fazer tudo que temos e entender o
que existe?
➙ Com pessoas que pensam com responsabilidade e constroem coisas boas. Um
mundo completo, que não falta nada a não ser aquilo que destruímos.
➙ Um mundo com pessoas que fazem a diferença para o bem, que se preocupam
com a humanidade, com as pessoas que as rodeiam.



                                                                           23
➙ Um mundo cheio de esperança e em transformação.



QUE MUNDO QUEREMOS:

➙ Um mundo com paz, sem violências contra a vida.
➙ Com possibilidade de aproveitar a natureza, mas com responsabilidade.
➙ Um mundo com pessoas convivendo bem, com mais dignidade, compreensão.
Onde as pessoas saibam se respeitar, admirando umas às outras. Sem
preconceitos e discriminação e desigualdade.
➙ Onde não falte emprego e muito menos escolas.
➙ Um mundo onde os consumidores saibam consumir com consciência.
➙ Com harmonia, ajuda mútua e alimento para todos.
➙ Um mundo na mais perfeita forma, onde possamos admirar e respeitar.
➙ Um mundo onde haja mais dignidade, honestidade, união.
➙ Com menos guerras e uma educação melhor.
➙ Onde as pessoas possam viver felizes. Igualitário, fraterno, unido, com bons
governantes, sem corrupção. Um mundo sem poluição, sem acidentes, atentados
contra a vida e sem mortes estúpidas.
➙ Um mundo onde possamos sair de casa aliviados, sem medo de nenhum tipo
de violência. Onde as pessoas não precisem ficar com as casas fechadas e com
grades nas janelas.
➙ Um mundo cada vez mais bonito e pacífico, sem desemprego, pobreza.
➙ Onde a vida é o bem maior que existe. Que seja bom para se viver.
➙ Com pessoas agindo bem, de forma correta para, assim, termos um mundo e a
humanidade perfeita.




QUE ESCOLA TEMOS:

➙ Temos uma escola muito boa, funcionários que deixam a escola organizada,
limpa, biblioteca com vários livros.
➙ A escola é como o mundo: somos nós que a fazemos.
➙ Um lugar que nos prepara para o futuro.
➙ Temos escolas com pouca infra-estrutura, alguns professores bons, e outros
desinteressados.
➙ Escola organizada, com ensino ótimo, preocupadas em formar alunos ótimos,
com um futuro em suas mãos.
➙ Escola solidária, legal, divertida.
➙ Escolas superlotadas e professores desmotivados. Com caráter mais
assistencialista do que educacional.
➙ Escola boa, com professores qualificados, dedicados e responsáveis. Com bom
ensino, boa organização e belos eventos.
➙ Escola pequena, com poucas salas de aula.
➙ Onde todos são amigos.
➙ Falta de entendimento entre professores e alunos. Sem estrutura para uma boa
aprendizagem.
➙ É organizada e está tentando evoluir.
➙ Há muitas brigas, alunos inconseqüentes, sem interesse em aprender.


                                                                           24
➙ Escola com poucos livros.
➙ Uma escola que é a segunda casa.


QUE ESCOLA QUEREMOS:

➙ Uma escola alegre e com respeito. Com mais higiene.
➙ Com professores legais e dispostos a ensinar. Com mais aprendizado.
➙ Sem brigas, onde os alunos não faltem com o respeito e todos tenham vontade
de estudar e realizar as atividades. Com todos sendo amigos e ajudando a
preservar a escola.
➙ Uma escola mais rígida na disciplina e com professores mais rígidos.
➙ Com pessoas mais responsáveis, mais possibilidades de atividades.
➙ Com estrutura melhor, mais espaço para atividades diferentes.
➙ Com mais respeito, compreensão, sem diferença, que aceite as idéias de todos.
➙ Uma escola com alunos que se dediquem mais para se tornarem aluguem
melhor no futuro.
➙ Com direitos iguais, democrática, participativa e com voz e vez para todos.
➙ Uma escola boa, com professores pacientes, que saibam dividir tarefas e não
tragam seus problemas de fora para as turmas. Que saibam respeitar os alunos e
seu tempo.
➙ Uma escola dinâmica, atualizada e motivadora e projetos educacionais.
➙ Com professores mais compreensivos e dinâmicos.
➙ Salas com menos alunos por turma.
➙ Onde todos saiam capacitados para o ensino médio, com bastante estudo, um
local bom para aprender.
➙ Que aceite as diferenças e não haja preconceito.
➙ Com ambiente adequado para o estudo.



QUE PROFESSORES TEMOS:

➙ Legais e outros chatos. Alguns querendo ensinar e outros só para pegar no pé
dos alunos.
➙ Que ensinam bem, mas alguns com pouca paciência.
➙ Professores que são como pais. São legais e gostam de ensinar, dando o
melhor de si.
➙ Legais, exigentes, chatos, outros bem humorados e carinhosos, criativos,
exigentes e inteligentes. Com comportamentos diferentes e que gostam do que
fazem
➙ Que explicam bem, muito capazes em ensinar e com respeito. Empenhados em
ensinar e esclarecer as dúvidas.
➙ Alguns sem interesse e mal educados.
➙ Capacitados, que agüentam bagunças e se preocupam com os alunos.
➙ Mal remunerados.
➙ Professores que sabem ensinar, fazendo com que os alunos entendam e
prestem atenção.
➙ Que pensam no melhor da escola e dos alunos. Às vezes rígidos demais, mas
são bons professores.




                                                                            25
QUE PROFESSORES QUEREMOS:

➙ Dispostos a ensinar, que ajudem, sejam legais, que respeitem as opiniões dos
alunos e dêem o direito de opinião a todos.
➙ Que se dediquem mais ao ensino/educação.
➙ Que desafiem mais os alunos.
➙ Que expliquem melhor o conteúdo.
➙ Com mais paciência com os alunos, mais amigos e que não gritem tanto. Que
tragam novas formas de ensinar.
➙ Professores que ganham mais, com oportunidades de se aperfeiçoar.
➙ Dinâmicos, criativos, humanos e amigos.
➙ Pacientes, que compreendam e respeitem seus alunos. Que tenham
capacidade de ensinar.
➙ Que fiquem satisfeitos, realizados com seu trabalho.
➙ Com mais estudo. Um para cada matéria específica.
➙ Que estejam por dentro dos assuntos do mundo, para nos prepararem para a
vida e para o ensino médio.
➙ Que compreendam as dificuldades dos alunos.
➙ Mais responsáveis.


QUE SER HUMANO TEMOS:

➙ O ser humano de hoje usa as pessoas para interesses pessoais, descartando
logo em seguida.
➙ Que destrói o planeta.
➙ Despreocupados com a vida e as tradições.
➙ Sabem amar, respeitar e estar de bem com a vida. Pessoas que trazem alegria.
➙ Compreensivos.
➙ Que fazem o mundo e tudo o que está nele.
➙ Preocupados em cuidar bem da vida.
➙ Que acreditam em Deus.
➙ Humildes, solidários. Outros egoístas, pensando apenas em si próprio.
➙ Há muita ignorância e valores distorcidos.
➙ Seres humanos egocêntricos, que só pensam em si mesmos, não tendo amor e
compaixão o suficiente para salvar o mundo.
➙ Corruptos, perdidos nas drogas.
➙ Que julgam as pessoas sem saber a verdade. Muitos são intolerantes.
➙ Que se auto-destrói, violento, sem fé, com baixa auto-estima.
➙ Que não pensam nos outros, só querem riqueza e viver bem.
➙ Matam, roubam, desmatam a natureza sem pensar no futuro, que estragam
nosso mundo.
➙ Que não pensam no que fazem e até colocam a vida da família em risco.
➙ Stressados, impacientes, que agridem pessoas inocentes. Grande diminuição
de respeito.
➙ Que destroem pelo exemplo.




                                                                           26
QUE PESSOAS QUEREMOS:

➙ Que dêem bons exemplos àqueles que precisam aprender sobre o mundo.
➙ Que dêem o melhor para aqueles que estão por vir.
➙ Que cuidem da vida. Alegres, unidos, sem guerras.
➙ Que saibam cumprir suas promessas, respeitar, serem responsáveis pelos seus
atos.
➙ Felizes em seus lares. Que respeitem seus familiares e amigos, sejam
verdadeiros para com todos. Que sejam bons e respeitem as leis.
➙ Mais calmos, que saibam que não é necessário resolver tudo na violência.
Conscientes de que o necessário é o diálogo, uma boa conversa para resolver os
problemas.
➙ Pessoas que tenham coragem e compaixão, e não nojo e ódio um do outro.
Pessoas que tenham a ousadia de serem felizes.
➙ Seres humanos cheios de paz, alegria, com saúde, harmonia, amizade com
todos. Que se ajudem e compartilhem.
➙ Que amem mais, respeitem mais, que pensem no mundo todo e não só em si
mesmo.
➙ Que façam um mundo melhor, com menos poluição e mais paz, mais amizade,
mais estudo.
➙ Que façam deste mundo um lugar melhor para viver.
➙ Construtível e útil, que possa ir além dos seus conhecimentos para ter uma vida
melhor.
➙ Digno, honesto, crítico, sujeito.
➙ Bons, honestos de caráter, que sejam o mesmo hoje e sempre.
➙ Que plante árvores, preserve os animais, não polua os rios, que pense em
conjunto e ame o próximo como a si mesmo.
➙ Que trabalhem com honestidade. Que tenham onde morar.
➙ Que não matem




6.4 – CONCEPÇÕES DOS PAIS:

COMO VÊEM O MUNDO:

             Percebem um mundo conturbado, com muita exploração,
corrupção, injustiça, egoísmo, ganância, dominação, desigualdade social, crise
na educação, desonestidade e poluição.
             Há muita preocupação com relação ao futuro dos filhos por causa
do aumento constante dos roubos, drogas, marginalidade, fome, violência,
desemprego, alto custo de vida, má administração de renda e falta de
confiança nos governantes.
             Os valores humanos são deixados de lado, falta paz, amor,
compreensão, solidariedade, organização. Porém, em meio a isso tudo, há
muita esperança na transformação dessa realidade.
              Existem muitas pessoas que tem uma visão positiva da realidade.
Elas percebem o mundo maravilhoso, cheio de coisas lindas e boas,




                                                                              27
principalmente a natureza. Há uma boa disposição, por parte de alguns, em
tentar corrigir ou melhorar o mundo.


COMO GOSTARIAM QUE FOSSE O MUNDO PARA OS FILHOS:

          Os pais gostariam que no mundo houvesse mais segurança, melhor
ensino (educação de qualidade), oportunidades iguais para todos, sem
discriminação e com mais escolas e oportunidades de trabalho ( emprego ) ,
onde todos tenham o suficiente para viver bem.
         Que seus filhos crescessem livres da violência (banditismo, assaltos,
roubos), da marginalização, das drogas, das doenças, da fome, da pobreza,
da desigualdade social, da corrupção, da prostituição, da ganância e das
maldades.
        Um mundo bom, justo e digno de se viver, onde todos fossem amigos,
honestos e educados, vivessem em família, participando da sociedade,
gerando paz e harmonia entre os homens (felicidade). Onde houvesse mais
diálogo e escuta entre as pessoas.


A EDUCAÇÃO QUE TEMOS

           As famílias têm dúvidas frente à maneira correta de educar hoje, sem
perder a autoridade de pai e mãe, devido as constantes transformações sociais e
culturais da sociedade. Outro fator existente é o acompanhamento dos pais em
cada fase de desenvolvimento dos filhos, impondo e mantendo limites como, por
exemplo, determinar a hora para desenvolver as atividades de casa.
           A vida moderna facilita a educação em parte. Há mais oportunidade de
acesso a informações e condições melhores de vida. Por outro lado cria
obstáculos difíceis para ter uma boa educação. Pais e mães que trabalham fora
têm falta de tempo para acompanhar e participar da vida escolar e social dos
filhos, precisando muitas vezes delegar para outras pessoas ou instituições o
papel de educar. Esse fato gera a não vivência de valores no âmbito familiar. Outra
questão é a influência dos meios de comunicação (rádio, TV, internet) que
disputam espaços de tempo entre pais e filhos e passam a idéia de que tudo é
muito fácil, criam falsas ilusões, gerando a perda ou dificuldade de resgatar os
valores fundamentais à vida.
           Falta conscientização da importância do estudo para a vida. Os pais
tentam ajudar nas lições para que os filhos tenham sucesso, porém, o currículo
desenvolvido nas escolas atualmente ocasiona dificuldades de auxiliar nas
matérias, por falta de conhecimento.

A EDUCAÇÃO QUE QUEREMOS:

           Todo o ato de educar deve estar direcionado na busca da concretização
de uma educação emancipatória e responsável.
                     Queremos uma educação humanizadora, investigativa,
problematizadora e com limites, onde a família seja exemplo, já que a educação e
o respeito iniciam em casa. Portanto, cabe a família orientar os filhos para o certo
e o errado, para que sejam pessoas de caráter, amparando-os nas dificuldades e
mostrando o melhor caminho a seguir. Ser presença constante na vida dos filhos,
fiscalizando as companhias e o cumprimento dos deveres. Deve também


                                                                                 28
oportunizar atividades além da escola (trabalho, esporte), valorizar o filho – elogiar
e/ou cobrar, quando necessário.
           Os pais devem ser amigos dos filhos, mas sem confundir os papéis: pai
é pai, filho é filho. Cada um deve assumir o seu papel, cabendo aos pais
recuperar a autoridade perante os filhos, sabendo trabalhar com as características
individuais de cada um, estabelecendo confiança e diálogo.
           A educação deve estar voltada aos valores religiosos e morais (diálogo,
respeito pelos valores humanitários: solidariedade, ajuda - mútua, compreensão,
amor, dedicação, humildade...), para a participação social, entendendo a
diversidade das relações humanas e a formação de sujeitos críticos.
                    Uma educação formativa e educativa com equilíbrio entre o
conteúdo e a formação humana, tornando um cidadão critico e consciente na
realidade onde ele vive.


ESCOLA QUE TEMOS:

         A função da escola é trabalhar os conhecimentos e fazer com que os
alunos saibam situar-se e saber o que acontece diariamente ao seu redor e no
mundo, percebendo as influências e transformações que as ações do homem
provocam.
        A nossa escola é considerada uma das melhores em ensino e participação,
por isso merece ser elogiada. A comunidade escolar é unida e se dedica com
empenho na busca da resolução dos problemas. Há atenção e comprometimento
da direção e coordenação voltada ao bem comum da comunidade escolar e em
especial aos alunos. Existe uma proposta de trabalho voltada ao
desenvolvimento      integral    do   aluno,    proporcionando     atendimentos
especializados no NIAE, EAP e Planos Educativos Especiais aos alunos com
dificuldade de aprendizagem, bem como a realização de formações específicas
de acordo com as necessidades que se apresentam nas turmas no decorrer do
ano.
           A escola tem apresentado bastante progresso no aprendizado e no
envolvimento dos alunos nas tarefas e nos trabalhos realizados. Percebe-se
coleguismo e dedicação dos alunos. Os professores devem continuar cobrando
responsabilidade e exigindo comprometimento com o estudo.
      Os grupos culturais (invernada, dança polonesa e teatro) são muito bons e
elevam o nome da escola. Há reconhecimento dos grupos na região.
          A existência dos projetos com as professoras em turno inverso tem sido
bastante válida.
           A escola é vista ainda como o melhor caminho para o alcance de um
futuro melhor, que anima a criança para participar e estudar com muito
entusiasmo, aquela que ensina os primeiros passos para a vida e para o
mundo em relação à formação de pessoas capazes e íntegras para melhorar o
meio em que vivem.
        É o lugar onde crianças e jovens vão para aprender e têm liberdade de
expressar seus pensamentos. É o segundo lar, onde se aprende mais
educação, participação, igualdade e amizade. É o espaço onde aprendem e
vivenciam os primeiros passos em relação à cidadania.


QUE ESCOLA QUEREMOS:



                                                                                   29
- Uma escola lar, onde a criança tivesse prazer em estar. Onde ela
descobrisse caminhos limpos para percorrer e novos horizontes, onde
recebesse apoio e desse segurança futura.
        - Que propagasse uma boa educação, escola de qualidade, gratuita,
com bons professores, que os alunos possam estudar até se formarem, que
prepare para a vida, para o trabalho (profissionalizante), com aulas práticas,
para que os alunos possam assumir com responsabilidade cargos na
sociedade.
        - Escola básica (profissional) e sem discriminação.
        - Uma educação adequada a realidade dos alunos, que todos tenham
acesso, que os alunos saibam enfrentar o mundo e seus os obstáculos, que
prepare para enfrentar os desafios que terão no futuro.
        - Mais valorizada por parte dos políticos (salários justos), que os alunos
não tivessem que pagar cursinhos para entrar numa faculdade.
        - Professores bem remunerados e bem preparados, pacientes com os
alunos. Diretora com responsabilidade e professores mais dignos dos alunos.
        - Entendimento (diálogo) entre os mestres, alunos e pais. Mais
participação, com professores especializados, escola com boas condições e
equipamentos para o ensino. Que preencha as necessidades dos alunos.
        - Uma escola que pudesse ensinar e fazer das crianças pessoas
inteligentes e com muita capacidade. Com mais disciplina. Com professores
competentes que atendam as necessidades dos alunos.
Sentimos a falta do reforço.
Pena não ter segundo grau na escola, pois é muito familiar.
- Ao serem realizados passeios que haja o cuidado dos alunos saírem e
retornarem á escola com o professor.



QUAL A VISÃO QUE SE TEM DE PROFESSOR:

           - O ensino está cada vez mais voltado para o sujeito-aluno. O trabalho
realizado em conjunto com a comunidade escolar demonstra a preocupação dos
educadores com a educação e o crescimento intelectual dos educandos.
             - Que os professores tenham mais paciência ao terem de explicar
    novamente.
        - Escolas que tem excelentes professores, empenhados em dar o máximo
    de si para que os alunos aprendam. Percebem que foram trabalhados temas
    bem atuais com atividades diversificadas.
           - Parabéns por ensinarem os alunos a terem mais responsabilidade. O
progresso do filho é percebido. A escola tem boa qualidade.
         - Que os professores nunca desistam de ensinar e de lutar por cada aluno
    por mais difícil que isso seja, pois gosto muito do método de ensino da escola.
            - Que os professores continuem firmes e exigentes e incentivando os
    alunos para se dedicarem mais aos estudos.
              - Que os direitos e deveres sejam cuidados e respeitados por todos
(professores e alunos).
       - Professores monótonos, diversificar as atividades, para cativar as crianças.
O tema sempre o mesmo: teatro, maquete, textos enormes para depois resumir
porque é mais fácil para o professor do que dar a matéria.


                                                                                  30
O professor é a pessoa que educa, ensina a ler e escrever
(alfabetização) e prepara para a vida. São muito bons e organizados, dão o
máximo de si, apesar dos poucos recursos. São mal pagos, mas tentam estar
bem atualizados e progredindo sempre. Têm uma boa atuação, são bastante
dedicados e poucos valorizados.
               É a pessoa que ajuda o ser humano a se desenvolver nas suas
potencialidades. Compreende e sofre com a desvalorização (baixos salários).
Recebem pouco incentivo, mas têm esforço pessoal. São os segundos pais,
interessados em aperfeiçoar-se e entender as crianças, dedicados aos alunos
e incompreendidos pelos políticos. São importantes para a formação intelectual
dos cidadãos, são os mestres que receberam a missão de ensinar e aprofundar
os conhecimentos.
               Alguns se preocupam e procuram novos métodos e técnicas de
ensino e outros continuam sem se preocupar com os alunos. Alguns são
conscientes do seu papel de educador e lutam pela melhoria do ensino, outros
estão ainda muito acomodados e devem honrar o seu compromisso com o
ensino e a vocação.
               Devido aos avanços da tecnologia os professores devem se
preparar cada dia melhor.
               Os professores estão preocupados com a educação, mas não se
está dando o valor que um professor merece.
    - A escola realmente se preocupa em ter bons profissionais para dar um ensino
    de qualidade e corre atrás para conseguir melhor conforto para nossos filhos.
    - Eu gosto da educação da Escola Antonio Zambrzycki.
    Que os professores consigam envolver os alunos, e que possam fazer da
    leitura um hábito e não uma obrigação.
    - Precisa que os professores expliquem melhor os conteúdos, e nas provas,
    fazem perguntas que não tem lógica.
    - Alguns professores tratam os alunos alguns alunos com palavrões que
    ofendem.
    - Devia haver mais interação entre os colegas e mais empenho nos estudos
    dos mesmos.


QUAL A VISÃO QUE SE TEM DE HOMEM:

              Vê-se o homem como um ser egoísta, solitário, estressado,
escravo do relógio, que não tem tempo para nada nem para o próximo ,
esquecendo de seus valores.
              Um ser muito egoísta, que pensa mais nele do que no próximo.
              São pessoas comandadas por uma minoria que tenta fazer com
que a ganância pelo dinheiro domine a grande maioria, causando conflitos,
fome, desemprego e outras coisas que só beneficiam aos poderosos. São
pessoas que não se conformam com a vida que levam, mas que preferem não
fazer nada para mudar, pois sabem que serão esmagados pelos dominantes.
              O ser humano anda confuso nem ele se entende. Primeiramente
sente-se revoltado por enfrentar uma crise econômica, daquelas bem pesadas
e por outro lado acha difícil se entender e entender os outros.




                                                                              31
É marginalizado, pouco valorizado, em péssimas condições de
sobrevivência.
             O ser humano está sendo massacrado pelas mudanças na
economia, não tendo mais como viver na atualidade, nem participar da
sociedade e até mesmo sem o direito de um emprego para dele tirar o
sustento da família.
             O ser humano no mundo de hoje é muito passivo, se contenta
com qualquer decisão e não procura ajuda para reverter esse problema,
prefere cruzar os braços e deixar que os outros façam por ele.
             Um ser dotado de inteligência e capacidade, que Deus colocou no
mundo para crescer, multiplicar, inventar, cuidar e dividir com seu semelhante,
esquecendo que estamos aqui somente para sermos mordomos das coisas de
Deus.




QUE TIPO DE EDUCADOR DESEJAM PARA OS FILHOS:

        - Um professor que seja bem mais preparado, com mais recursos e
garantias de poder buscar e repassar conhecimentos novos, que pudesse
mostrar uma luz na boca de um túnel, para que a criança corra em busca dela.
        - Educadores preparados e capazes de mostrar a realidade e trabalhar
concretamente com o aluno, uma pessoa correta que queira e aceite todos os
alunos com igualdade. Culto e simples, simpático e compreensivo e que não
usasse estilos burocráticos para expor suas lições.
        - Criativos, sinceros, que cumpram o que foi combinado em reuniões e
aceitem a proposta da maioria, inteligentes, cada vez melhor.
        - Capacitados e experientes, com muita calma, que amem as crianças e
sejam respeitados por parte delas.
        - Ensinem boas maneiras, ler e escrever e dêem bons exemplos. Que
sejam honestos e que ensinem o que é certo e bom para os alunos.
        - Preocupados e que gostem do que fazem, com muita calma, ter
diálogo com os alunos e procurar o apoio dos pais (diálogo com pais).
        - Que tenham vocação, amem sua profissão, sejam formados, tenham
salários justos, sejam sérios e mostrem interesse para ensinar. Um profissional
que comece e termine o ano.
        - Que deixe a criança participar, tomar decisões, mas saiba acima de
tudo, manter sua autoridade.
   - Insatisfeitos com o salário e por isso não se dedicam muito aos alunos e

  poucos gostam de ter esta profissão e se poderiam mudariam para outra

  melhor.

      - Com idéias inteligentes e humanas. Que fossem equilibrados,
mostrando a realidade, não sendo tão rígidos, mas muito amigos. Ensinar o
que é certo, os direitos. A educação começa em casa, mas é dever da escola
também.
      - Deixar os alunos mais presos e com menos moleza.


                                                                            32
- Educar mais os alunos.
      - Um profissional responsável e dedicado, simples, objetivo, cumpridor
dos seus deveres, alegre e capaz, sério e enérgico.
      -Que atuem mais em sala, não deixando os alunos em liberdade.


QUE TIPO DE PESSOAS PRECISA-SE NO MUNDO:

       - Precisamos governantes mais responsáveis, mais religiosos, com fé,
pessoas educadas, compreensivas e muito respeito um com o outro (amor)
solidariedade.
       - Pessoas civilizadas, honestas, de caráter, dinâmicas, trabalhadoras,
tementes a Deus, menos orgulhosas, egoístas e materialistas, mais humanas,
fraternas e boas, menos ambiciosas (pensam só neles e os outros que se
danem).
       - Pessoas competentes, inteligentes, que saibam e possam ensinar
coisas novas, que sirvam de bom exemplo, não prejudiquem e nem saiam
prejudicadas. Interessadas naquilo que fazem, que façam boas ações, sem
exploração dos mais fracos.
       - Pessoas que tivessem mais senso de responsabilidade, que sejam
contra a violência (que busquem um mundo sem marginalidade), a fome e as
drogas. Que as pessoas fossem amigas uma das outras, sem discriminação,
que não tenham medo de buscar justiça. Que desejem e lutem por um mundo
melhor, para que nossos filhos sejam gente de bem, que respeitem o próximo,
que trabalhem para o bem estar da comunidade, que amem o mundo.
       - Dignas e justas, sinceras, com senso crítico, que se disponham a
ajudar os outros, que sejam companheiras, sem vícios. Livres, dinâmicas, com
um objetivo bem definido e acima de tudo lutadoras.
       - Capazes para poder competir e que tenham vontade de vencer na vida.
Tenham as relações abertas, que dêem valor a todos e a seus próprios
interesses. De bom coração.
       - Uma pessoa séria e competente e que não fique roubando o dinheiro
dos trabalhadores, determinadas, sinceras, mais humildes (simples), e que
saibam respeitar as opiniões dos outros.
       - Que acreditem no ser humano como irmão e o amem e tenham Deus
no seu coração.




                     7 – FILOSOFIA DA ESCOLA:


Concepções:

Mundo:
             Onde todos tenham voz e vez e se olhem como irmãos. Reine a
paz, a tranqüilidade, o amor, o respeito pelo seu semelhante, vivendo com
igualdade de direitos e deveres;


                                                                          33
Homem:
            Que faça a sua parte, seja único e capaz de atuar nas
transformações do mundo!

Escola:
     -Formativa e informativa;
     -Participativa, democrática;
     -Democrática, séria, alegre e que ensine a linguagem do amor;
     -Escola de qualidade;
     -Integrada à Sociedade;
     -Que respeite as individualidades dos alunos e se preocupe com o
         conhecimento (aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o
         pensamento, a arte e o saber).

Aluno:
     -Consciente, crítico, questionador;
     -Participativo, sujeito da história e livre na maneira de pensar;
     -Atuante na sociedade, cumprindo com a sua parte, transformador e
        agente do seu próprio conhecimento.

Educador:
     -Competente, que lute por uma educação de qualidade, que procure
        atualização, que respeite e seja respeitado.
     -Formado, capaz de dialogar, discutir e respeitar as individualidades.
     -Que tenha um objetivo a seguir, que seja responsável e engajado.

Comunidade Educativa:
            Grupo de pessoas comprometidas com a educação, que busca
aprofundar uma prática democrática e participativa.

Conteúdos programáticos: - Planos de Estudo
           Um meio para que a ação pedagógica se concretize.

Aprendizagem;
             Processo pelo qual, é valorizado o educando, trazendo presente
os valores culturais, para transformá-los em educacionais. Objetivando, desta
forma, a sua formação crítica e humanitária.

Currículo:
            Toda experiência realizada dentro ou fora da escola, que leve ao
enriquecimento das pessoas envolvidas.

Objetivos:
             Metas a serem realizadas durante o processo educativo.

Avaliação:




                                                                          34
A avaliação é a reflexão transformada em ação. Feita durante o
processo, baseada nos objetivos da disciplina, nas atividades, na forma de
participação e contribuição de cada um.

Procedimento Didático:
            É a ação realizada diariamente, levando em consideração a
dinâmica, os objetivos e a metodologia de acordo com a Proposta Político
Pedagógica.




                 8 – PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS:


             Tendo em vista a melhoria da qualidade do ensino na nossa
escola, a partir de estudos, reflexões e discussões no grande grupo, definimos
os princípios metodológicos e teóricos que orientarão a nossa prática
pedagógica. Os princípios escolhidos são os seguintes: participação, diálogo,
construção do conhecimento, continuidade, coletivo e união, democracia e
amor.
             Cada professora colocou como acredita que estes princípios se
concretizarão na prática.


PARTICIPAÇÃO:

               Acreditamos que a participação é indispensável para um ensino
de qualidade. Através dela buscamos a responsabilidade, conforme palavras
do Padre Elli Benincá: “Só se sente responsável aquele que participa”, bem
como a integração de toda a comunidade escolar, desenvolvendo o espírito de
ajuda mútua e solidariedade num crescimento conjunto, sem discriminação,
respeitando sempre a idéia da maioria.
               - É necessário que se faça um planejamento participativo e que o
mesmo seja seguido. Participando acontece a integração, a informação e o
crescimento individual e coletivo.
               - Sem o princípio da participação e o diálogo é fazer uma
educação onde somente se transmite o que mal se sabe.
               “A educação é a tradicional, onde o aluno recebe
passivamente sem interagir em sua aprendizagem. Sem ouvir o aluno não
se sabe o que ele traz de conhecimento, consequentemente não se
valoriza isso e não se pode saber de onde partir e o que é necessário ser
visto em aula”. ( Paulo Freire).
               “É nas séries iniciais que a criança, através da ação
individual e coletiva vai construindo seus conceitos, aprendendo a
realidade e compreendendo o mundo, o ambiente e a natureza”.
               “A participação do homem como sujeito na sociedade, na cultura, na
história, se faz na medida de sua conscientização, a qual implica a
desmistificação”. (**Maria da Graça Nicoletti Mizukami).



                                                                              35
DIALOGO:

             O diálogo é a ponte que une as pessoas, é o veículo para
socializar os conhecimentos e permitir o crescimento de cada um. É
indispensável no ambiente escolar, pois quem se utiliza dele estará sempre
aberto para ouvir e falar.
             Acontece se todas as pessoas envolvidas no processo educativo
se disponham a isso. Está presente em todos os momentos da prática
pedagógica, ou seja, na ação do professor junto à escola, envolvendo pais,
alunos e professores.
             O desenvolvimento e o crescimento pessoal dos envolvidos no
processo ensino-aprendizagem se dá a partir das discussões, reflexões,
debates, estudos e troca de idéias, bem como respeitando as individualidades.
             “É na fala dos sujeitos que a língua tem sua plena realização, pois
é no uso da linguagem, em situações concretas de interação, que se criam
vínculos e possibilidades de entrelaçamento de saberes e conhecimentos.
             “Conhecendo a escola como um dos espaços de interlocução
entre sujeitos, é possível pensar um trabalho pedagógico que recupere a
palavra enquanto elemento de libertação individual e social e como instrumento
de novas aprendizagens, tendo em vista o grupo com que se está trabalhando”.
(***Iselda Sausen Feil, Lídia Inês Allebrandt, Lori Maria Frantz).


CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO:

              A construção do conhecimento se dá no coletivo (grupo) através
da descoberta, da experimentação, do levantamento de hipóteses e da
reformulação das mesmas. Para que se possa construir o conhecimento é
necessário que se oportunize condições. É permitido que o aluno opte por
atividades que não são impostas através de exercícios estereotipados e
repetitivos.
              O professor deve investigar, desafiar, questionar, para que o
aluno crie e descubra, deve propiciar condições e recursos que permitam à
criança construir o seu pensamento. De maneira alguma o aluno recebe o
conhecimento pronto.
              O aluno deve ser respeitado na sua individualidade de acordo
com o seu ritmo. Precisamos conhecer os estágios de desenvolvimento da
criança, as suas possibilidades e limitações.
*prof. Da Universidade de Passo Fundo e assessor da Pesquisa “Teorização
da Prática Pedagógica numa Perspectiva Emanicipadora”            ** prof. Do
Departamento De Pedagogia da UNIJUÍ *** professoras do Departamento De
Física, Estatística e Matemática da UNIJUÍ.
              Acreditando que a construção do conhecimento se dá a partir da
troca de informações, a valorização dos conhecimentos pré elaborados e a
ampliação dos mesmos. Buscando coletivamente explicações e respostas para
os interesses, para que haja crescimento pessoal do indivíduo, possibilitando a
formação de cidadãos conscientes, críticos e atuantes.



                                                                             36
Escola Municipal que valoriza a comunidade
Escola Municipal que valoriza a comunidade
Escola Municipal que valoriza a comunidade
Escola Municipal que valoriza a comunidade
Escola Municipal que valoriza a comunidade
Escola Municipal que valoriza a comunidade
Escola Municipal que valoriza a comunidade
Escola Municipal que valoriza a comunidade
Escola Municipal que valoriza a comunidade
Escola Municipal que valoriza a comunidade
Escola Municipal que valoriza a comunidade
Escola Municipal que valoriza a comunidade
Escola Municipal que valoriza a comunidade
Escola Municipal que valoriza a comunidade

Contenu connexe

Similaire à Escola Municipal que valoriza a comunidade

3 sociologia jun12 (1)
3 sociologia jun12 (1)3 sociologia jun12 (1)
3 sociologia jun12 (1)Dany Pereira
 
R e g i m e n t o e s c o l a r
R e g i m e n t o e s c o l a r R e g i m e n t o e s c o l a r
R e g i m e n t o e s c o l a r Rosana Maciel
 
Caderno pedagógico de sociologia sta catarina
Caderno pedagógico de sociologia sta catarinaCaderno pedagógico de sociologia sta catarina
Caderno pedagógico de sociologia sta catarinaMARISE VON FRUHAUF HUBLARD
 
Identidade e autonomia com brincantigas e histórias - Projeto maternal - 1º ...
Identidade e autonomia com brincantigas e histórias -  Projeto maternal - 1º ...Identidade e autonomia com brincantigas e histórias -  Projeto maternal - 1º ...
Identidade e autonomia com brincantigas e histórias - Projeto maternal - 1º ...Claudinéia Barbosa
 
Temas transversais
Temas transversaisTemas transversais
Temas transversaisiraciva
 
Projeto EJA_ 2º bimestre - Profa. Dafiana Carlos
Projeto  EJA_ 2º bimestre - Profa.  Dafiana CarlosProjeto  EJA_ 2º bimestre - Profa.  Dafiana Carlos
Projeto EJA_ 2º bimestre - Profa. Dafiana CarlosDafianaCarlos
 
10. pluralidade sexual
10. pluralidade sexual10. pluralidade sexual
10. pluralidade sexualKarla Danielly
 
Pcn pluralidade cultural
Pcn pluralidade culturalPcn pluralidade cultural
Pcn pluralidade culturalbarazrukhs
 
05.1 história e geografia
05.1 história e geografia05.1 história e geografia
05.1 história e geografiacelikennedy
 
Projeto turma eja 1 bimestre_prof. dafiana carlos_2013
Projeto turma eja 1 bimestre_prof. dafiana carlos_2013Projeto turma eja 1 bimestre_prof. dafiana carlos_2013
Projeto turma eja 1 bimestre_prof. dafiana carlos_2013DafianaCarlos
 
EEB Francisco Mazzola
EEB Francisco MazzolaEEB Francisco Mazzola
EEB Francisco MazzolaEdio Mazera
 

Similaire à Escola Municipal que valoriza a comunidade (20)

Monografia Valemilson
Monografia ValemilsonMonografia Valemilson
Monografia Valemilson
 
3 sociologia jun12 (1)
3 sociologia jun12 (1)3 sociologia jun12 (1)
3 sociologia jun12 (1)
 
R e g i m e n t o e s c o l a r
R e g i m e n t o e s c o l a r R e g i m e n t o e s c o l a r
R e g i m e n t o e s c o l a r
 
Ciencias humanas em_br
Ciencias humanas em_brCiencias humanas em_br
Ciencias humanas em_br
 
Caderno pedagógico de sociologia sta catarina
Caderno pedagógico de sociologia sta catarinaCaderno pedagógico de sociologia sta catarina
Caderno pedagógico de sociologia sta catarina
 
Monografia Cristiane Pedagogia 2010
Monografia Cristiane Pedagogia 2010Monografia Cristiane Pedagogia 2010
Monografia Cristiane Pedagogia 2010
 
Identidade e autonomia com brincantigas e histórias - Projeto maternal - 1º ...
Identidade e autonomia com brincantigas e histórias -  Projeto maternal - 1º ...Identidade e autonomia com brincantigas e histórias -  Projeto maternal - 1º ...
Identidade e autonomia com brincantigas e histórias - Projeto maternal - 1º ...
 
Temas transversais
Temas transversaisTemas transversais
Temas transversais
 
Pcn
PcnPcn
Pcn
 
Temas transversais
Temas transversaisTemas transversais
Temas transversais
 
Projeto EJA_ 2º bimestre - Profa. Dafiana Carlos
Projeto  EJA_ 2º bimestre - Profa.  Dafiana CarlosProjeto  EJA_ 2º bimestre - Profa.  Dafiana Carlos
Projeto EJA_ 2º bimestre - Profa. Dafiana Carlos
 
Livro101
Livro101Livro101
Livro101
 
PLURALIDADE CULTURAL
PLURALIDADE CULTURALPLURALIDADE CULTURAL
PLURALIDADE CULTURAL
 
10. pluralidade sexual
10. pluralidade sexual10. pluralidade sexual
10. pluralidade sexual
 
Pcn pluralidade cultural
Pcn pluralidade culturalPcn pluralidade cultural
Pcn pluralidade cultural
 
05.1 história e geografia
05.1 história e geografia05.1 história e geografia
05.1 história e geografia
 
Projeto turma eja 1 bimestre_prof. dafiana carlos_2013
Projeto turma eja 1 bimestre_prof. dafiana carlos_2013Projeto turma eja 1 bimestre_prof. dafiana carlos_2013
Projeto turma eja 1 bimestre_prof. dafiana carlos_2013
 
Monografia Jeane Pedagogia 2010
Monografia Jeane Pedagogia 2010Monografia Jeane Pedagogia 2010
Monografia Jeane Pedagogia 2010
 
Pcn Historia Ef
Pcn Historia   EfPcn Historia   Ef
Pcn Historia Ef
 
EEB Francisco Mazzola
EEB Francisco MazzolaEEB Francisco Mazzola
EEB Francisco Mazzola
 

Escola Municipal que valoriza a comunidade

  • 1. ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL ANTONIO ZAMBRZYCKI BAIRRO NOSSA SENHORA CONSOLADORA GETÚLIO VARGAS – RS
  • 2. 1 – SUMÁRIO 1 – SUMÁRIO...............................................................................................................................2 2 – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO:...............................................................................................3 2.1 – ESCOLA:.........................................................................................................................3 .................................................................................................................................................3 2.2 – MUNICÍPIO:.....................................................................................................................3 .................................................................................................................................................3 2.3 – LOCALIDADE: ................................................................................................................3 2.4 – CORPO DOCENTE ATUAL:............................................................................................3 2.5 – SECRETÁRIA:.................................................................................................................4 2.7 – SERVENTES:..................................................................................................................4 3 – JUSTIFICATIVA:....................................................................................................................4 4 – OBJETIVOS:..........................................................................................................................5 5 – CONTEXTUALIZAÇÃO:.........................................................................................................5 5.1 – CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE:........................................................................5 5.1.1 – Como era antigamente a comunidade do Bairro Consoladora:.................................5 5.1.2 – Como a comunidade se apresenta atualmente:......................................................11 6 – CONCEPÇÕES:...................................................................................................................17 6.1 – CONCEPÇÕES DOS PROFESSORES:........................................................................18 6.2 CONCEPÇÕES DAS FUNCIONÁRIAS:...........................................................................22 6.3 CONCEPÇÕES DOS ALUNOS........................................................................................23 6.4 – CONCEPÇÕES DOS PAIS:...........................................................................................27 7 – FILOSOFIA DA ESCOLA:....................................................................................................33 8 – PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS:.......................................................................................34 9 – METODOLOGIA...................................................................................................................39 10 – METAS:..............................................................................................................................43 11 – AVALIAÇÃO:......................................................................................................................46 12 – BIBLIOGRAFIA:..................................................................................................................49 2
  • 3. 2 – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO: 2.1 – ESCOLA: Escola Municipal de Ensino Fundamental Antonio Zambrzycki, Rua Albino Fernando Holzbach, 1260. 2.2 – MUNICÍPIO: Getúlio Vargas – RS. 2.3 – LOCALIDADE: Bairro Nossa Senhora Consoladora. 2.4 – CORPO DOCENTE DO ANO DE 2008: Volmir Alceu Kunert – Diretor. Rosangela Baruffi – Vice-diretora Iraídes Severo Sielski e Noemi de Moraes – Coordenadoras Pedagógicas. Maria Judite Bresola – Professora Pré – Nível A e B. Rosangela Kichel – Professora de 1ª série – Nível 1. Vanessa Kunert– Professora de 1ª série - Nível 2. 'Fabiane Paula Kalinoski Giaretta – Professora de 2ª série. Cleicimara Vitalli– Professora de 3ª série. Mairíque Duart Rogalski – Professora de 4ª série. Marines Pasa– Professora de Ed. Física de Pré-Escola a 8ª Série. Lucí O. Soligo – Professora de Ciências de 5ª a 8ª série. Elenice Morillos Zeni– Professora de Artes de 5ª a 8ª série. Luciomar Jobim– Professor de Matemática de 5ª a 8ª Série. Jesiane Rachel Naziloski – Professora de Inglês de Pré a 8ª série e Português 6ª série. Ana Paula Jobim– Professora de Português de 5ª, 7ª, 8ª Série. Ivete T. M. Banaszeski – Professora do EAP (Espaço de Apoio Pedagógico). Carmem Karpinski– Professora de História e Geografia de 7ª e 8ª Série. Loreni de Borba Chiarello– Professora de História e Geografia da 5ª e 6ª série. Maurício João Farinon- Professor de Filosofia e Ensino Religioso de 5ª a 8ª 3
  • 4. Série. Margarete M. Sartori – Bibliotecária Bárbara Conegonda Michelin - Bibliotecária 2.5 – SECRETÁRIA: Márcia König 2.7 – SERVENTES: Iliane Vais Anilce Soligo Ostroski Mercedes da Silva. Início do processo de construção da Proposta Político Pedagógica – 1993. Etapa final (ainda não conclusiva): 2008. 3 – JUSTIFICATIVA: “Se queremos mudar o mundo é preciso mudar a gente que está neste mundo. E esta mudança só pode ser feita através da Educação. O que eu defendo é que o terapêutico não pode se separar da Educação e a Educação não pode prescindir do amor. ................................................................................................................................................................ .......................................................................................................................................Cláudio Naraujo Justifica-se a construção desta P.P.P. pois: - a Escola é um dos canais, dos meios, que poderá contribuir para mudanças na sociedade. - há necessidade de que todos os segmentos da sociedade se envolvam cada vez mais no processo. - a Escola está crescendo, se ampliando e é necessário linhas de ação comuns para todo o corpo docente. - com toda essa evolução, há a exigência de um “ensino de qualidade” para o sucesso dos que estão na escola. - a Escola precisa assegurar um processo participativo, com o registro escrito do pensamento de todos os segmentos da comunidade educativa. - a Comunidade Escolar precisa buscar constante aperfeiçoamento dos conhecimentos teórico, prático, individual e coletivo, para garantir sua formação permanente. - buscar junto à comunidade escolar o resgate de valores, a formação de cidadãos conscientes e a valorização do Ser Humano, para que seu relacionamento consigo, com os outros e com o mundo seja melhor. - ações em parceria com a comunidade local e poder público precisam ser asseguradas. 4
  • 5. 4 – OBJETIVOS: - Envolver toda a comunidade escolar no processo de construção de uma escola pública de qualidade, que atenda às expectativas da clientela e que a democracia se faça com reflexão e prática. - Resgatar valores que ajudem na formação de cidadãos conscientes, participativos, críticos, respeitando suas individualidades, possibilidades e potencialidades. - Buscar parcerias com entidades ligadas à Escola: Conselho Tutelar, NIAE, SMS, dentre outros, a fim de ajudar na resolução de problemas existentes na realidade escolar. - Construir um espaço de vivência onde todos se sintam sujeitos inclusos, capazes de dialogar, analisar suas ações, buscando emancipação, qualidade de vida e formação de novas lideranças. - Refletir e compreender a prática pedagógica como um ato político para a concretização da verdadeira praxis pedagógica (ação – reflexão – ação). - Buscar aprofundamento do que já existe, redimensionar o que é preciso e inovar aspectos que não fizeram parte do processo até o momento, para que de forma participativa, democrática e autônoma, a Escola contemple a qualidade, a cidadania e uma vivência mais humana e solidária. 5
  • 6. 5 – CONTEXTUALIZAÇÃO: 5.1 – CARACTERIZAÇÃO DA COMUNIDADE: 5.1.1 – Como era antigamente a comunidade do Bairro Consoladora: Conforme entrevista feita com a senhora Casemira Blasczak em junho de 1994, ela nos informou que nasceu aqui no ano de 1931. Segundo essa senhora, seu falecido pai, senhor Casemiro Zambrzycki, foi o primeiro morador do lado oeste deste bairro, onde comprou uma colônia de terras e do lado leste foi o senhor José Mazzoleni com duas colônias de terras. Por volta de 1920, o senhor Casemiro veio da América (a informante não soube dizer que América, mas sabe-se hoje que era dos EUA) e instalou-se no Brasil, porque tinha uma irmã, que já morava aqui na cidade de Centenário. Lá, conheceu ___________________ , mãe da entrevistada, com quem se casou novamente, pois era viúvo. Ele era muito rico. Trouxe junto muitas apólices (dinheiro que valia como dólar). Destas apólices eram destacados pedacinhos e trocados por dinheiro, para comprar o que precisava. Os terrenos aqui adquiridos eram totalmente cobertos por matas, até nos banhados. Havia muito angico, pinheiros (araucária) e outros. Ele começou a derrubá-las, primeiro para construir a sua casa, depois para plantar árvores frutíferas. Ainda hoje existem pés de caquis, perto do Depósito de Bebidas Zambrzycki, que foram plantados pelo senhor Casemiro. Os pessegueiros morreram, porque não duram muito, e as outras árvores frutíferas foram derrubadas ao longo dos anos, para a construção de novas casas. Para conseguir água o senhor Casemiro abriu um poço de 12 metros de profundidade, localizado, mais ou menos, onde está a residência do senhor Ernest Egon Utermohl (falecido) e era nessas imediações que ele morava. Gostava de tocar violão, rebeca e também de dançar. Participava de uma escola de polonês, onde ensinavam até a dançar as danças típicas polonesas. A referida escola localizava-se na Avenida Severiano de Almeida perto da ponte, que hoje pertence ao centro. Todos os filhos do senhor Casemiro estudaram na Escola Santa Clara. Como meio de transporte ele utilizava uma charrete de tolda puxada a cavalos. Anos mais tarde, o senhor Antonio Zambrzycki, irmão gêmeo de dona Casemira, fez potreiros e construiu uma leiteria. O leite era vendido na cidade com uma gaiota puxada a cavalo. Por volta de 1950, nossa comunidade era ligada a leste ao centro. Após alguns anos, isto é1985, o município foi dividido em bairros e distritos. As informações a seguir foram dadas por moradores que vieram viver aqui no início da nossa comunidade. Esses moradores são: -Vitorio (hoje falecido) e Marina Mazzoleni. Ele residia no bairro há setenta anos. Ela aproximadamente quarenta e cinco anos. 6
  • 7. -João e Augusta Zavieruka. Residentes a quarenta e sete anos. -Teresinha e Luizito do Prado. Residentes a quarenta e sete anos. -Nelci Huppers. Residente no bairro a quarenta e quatro anos. -Arno e Marli Schuster. Residentes no bairro a vinte anos. -Silvino e Maria Mattana. Residem no bairro a quarenta e sete anos. -Selene Wawzeniak. Veio morar no bairro em 1954. Essas pessoas disseram que no bairro residiam: -Antonio Zambrzycki, do qual alguns compraram os terrenos; -Júlio Morawski; -Ema Cunert -Estácia Wietikoski -Julia Costochenco; -Severino e Natalícia Gallina. Conforme colocações na entrevista anterior, as terras pertenciam ao senhor Antonio Zambrzycki, do lado oeste e ao senhor José Mazzoleni, do lado leste. Neste local havia potreiros, criavam-se vacas, vendia-se o leite e também havia árvores frutíferas e cultivavam-se alguns produtos de subsistência. O transporte era carroça, cavalo, charretes e pouquíssimos automóveis. Existia uma camioneta fechada de madeira de propriedade do senhor Antonio Wawzeniak, conhecido como estafeta (entregador de cartas). As correspondências iam de Getúlio Vargas para Estação e depois seguiam de trem até o seu destino. O telefone já era um meio de comunicação usado pelas indústrias e algumas famílias do centro da cidade. As primeiras televisões foram compradas por Antonio Zambrzycki, Júlio Morawski, Henrique da Veiga, Selene Wawzeniak, Luizito do Prado (TV-24 polegadas RQ preto e branco). Os moradores costumavam fazer filó, tomar chimarrão e faziam surpresas nos aniversários. Nos finais de semana costumavam se divertir indo à missa, Sociedade Alemã - hoje SOGECA, piqueniques, bailes, cinema, futebol no Tabajara Guaíba, e iam ao salão de bailes do senhor João Zavieruka, localizado no bairro. As mulheres usavam somente saias e vestidos, (as calças compridas ou eslaques surgiram a partir dos anos 60). Predominavam as cores pretas e amarelas. A moda era saia godê e longa, tamancos ou alpargatas. Alguns homens vestiam-se de bombachas, botas, chinelos de couro, lenço no pescoço, chapéu de palha. Poucos conseguiam comprar chapéu de feltro. Para conservarem os alimentos era feito uma caixa de madeira com tela que ficava ao ar livre. Era de conhecimento que a família Guidi possuía uma geladeira. Os amigos e vizinhos visitavam-se com maior freqüência, não se preocupavam com limpeza como hoje, “hoje já não se sabe viver, é só trabalhar” (Nelci Hupper). Quanto ao trabalho, pode-se dizer que era bastante diversificado, pois podiam optar entre as seguintes indústrias: -Curtume Erê e Rio Grandense, ainda em fase de ampliação; 7
  • 8. -Fábrica de tampinhas, goma laca, chumbo, charutos, balas, cadeiras de vime, acordeon e fôrma para sapatos; -Alfaiataria, bebidas, olaria, serrarias, agricultura (sendo mais cultivada a uva, arroz, milho e outros produtos naturais, portanto mais saudável e abundante), não havendo a necessidade de furtos. Como a comunidade na época era praticamente rural, a vegetação era nativa, com apenas algumas áreas cultivadas para a subsistência das famílias que aqui viviam. Os produtos consumidos pela população eram naturais, sem o uso de agrotóxicos, por isso a maioria das pessoas era saudável, porém já existiam casos de doenças graves, mas não eram detectadas a tempo, pois a medicina não estava tão avançada. Já existia o Hospital São Roque para o qual eram levadas as pessoas com necessidade de um atendimento especializado. Atendiam no hospital os doutores Paulo Risoto e Canessa,. Existia também um posto de saúde (hoje casa do Dalacorte). A maioria dos partos eram realizados em casa, com a ajuda da senhora Ilda Sartori. Os rios da época eram limpos e sem poluição, com exceção do Rio Paulo, que desde a construção do Curtume Rio Grandense encontra-se poluído. A religião predominante era a católica, já existindo os seguidores da religião protestante. Na Igreja do Evangelho Quadrangular (vulgo Cruzada) iam para ver se alcançavam algum milagre. Por volta de 1950, começou a visita de capelinhas nas casas, tendo por zeladora a senhora Augusta Zavieruka. Os Católicos costumavam ir todos os domingos à missa na Igreja Matriz Imaculada Conceição, que era a única igreja da sede. As mulheres e os homens sentavam-se em bancos separados. A missa era rezada pelo padre em latim, acompanhado do sacristão e os fiéis não compreendendo essa língua, rezavam o terço. O padre era João Farinon. Todas as pessoas participavam ativamente da religiosidade. Havia predominância do estilo europeu na arquitetura das habitações, que os imigrantes, especialmente alemães e italianos (três andares com sobrado), trouxeram de seu país de origem. Entretanto já existiam casas de alvenaria. A energia era gerada pela usina localizada em Floriano Peixoto, tendo como proprietários as famílias Guidi e Bordignon. Ela abastecia 12 horas a sede e as outras 12, o bairro de Estação. Esta usina tinha pouca potência, por isso houve a necessidade da implantação da CEEE. Também se soube que várias indústrias calçadistas deixaram de instalar-se aqui por este motivo. Inicialmente, no município, não existia luz elétrica e nem água tratada e encanada. Existia o lampião a querosene, que escurecia as paredes das casas, devido a fumaça e o abastecimento de água dava-se por meio de poços residenciais. Bem mais tarde começaram a surgir os poços artesianos. Em meados de 1956, perfurou-se o primeiro poço artesiano na comunidade, sendo este na residência do senhor Vitório Mazzoleni. Em entrevista feita com o Sr. João Zavieruka, em 25 de setembro de 1993, contou que a iluminação na parte oeste do bairro, era com liquinhos e baterias. Conseguiu autorização para a instalação da rede elétrica do centro até o final da avenida onde se localizava a sua residência, através da Prefeitura e do governo do Estado, na época Brizola. Depois de algum tempo recebeu 8
  • 9. parte do dinheiro gasto nesta tarefa. A senhora Marli Schuster, informou que as ruas transversais foram abertas na primeira administração do Prefeito Darcy José Peruzzolo. Em fevereiro de 1975 é que chegou a iluminação nas residências, que pertenciam ao senhor Antonio Zambrzycki, dono de uma chácara, posteriormente loteada. A senhora Dorvalina Pessoa, no dia 25 de setembro de 1993, informou que quando veio residir no bairro, na Rua Casemiro Zambrzycki, parte oeste da comunidade, não havia iluminação, nem ruas, somente carreiros. Seu marido fez os buracos para os postes de luz. Como também não havia água encanada fizeram poços que eram usados para lavar as roupas em tanques e para o uso doméstico. Após quatro anos veio a água da CORSAN. Não havia transporte, pois não havia ruas. Trabalhavam na roça de manhã, indo a pé com os filhos e voltando à noite. Seus filhos freqüentaram a Escola Estadual Padre Manoel da Nóbrega, onde ganhavam como uniforme um guarda pó e um par de guides. Naquela época as famílias enfrentavam muitas dificuldades, como lavar as roupas no rio ou na valeta. Para os entrevistados antigamente tudo era mais difícil, mas apesar das dificuldades era bem melhor de viver. As pessoas brincavam alegres, não ganhavam presentes, andavam descalços. “Hoje ganham um guides, mas tem que ser de amortecedor, nunca estão satisfeitos” (senhor Luizito do Prado). As crianças respeitavam mais os pais e as outras pessoas e sabiam que não podiam vir à mesa quando a família recebia visitas. Chegava uma olhada dos pais para entenderem o que deveriam ou não fazer. Apanhavam quando não obedeciam. “Não se criavam ladrões e nem se falava em drogas.” As crianças de hoje tem mais acesso a informações e possibilidade de desenvolver a inteligência, mas são deixados muito soltos, isto é, não recebem limites e por esse motivo não se sabe o que pode futuramente acontecer. Alguns usam drogas para criar coragem e roubar. Compravam farinha e farelo no moinho do Guandalin e na COTRIGO. Para comprar na COTRIGO necessitavam pegar um recibo na Prefeitura. Naquela época não vendiam nada sem nota fiscal, o contrário de hoje. Segundo alguns depoimentos na região perambulava um bandido que se chamava Nino.Ele matou muitas pessoas (João Maria...) e feriu muitos (Darci Zavieruka...). O bandido foi morto numa tocaia por uma família de judeus na localidade de Campo Erechim, mas quem assumiu a culpa foi a polícia. O senhor Silvino Mattana, quando veio morar aqui comprou do senhor Antonio Zambrzcki, uma área de 80 metros de frente (Avenida Severiano de Almeida) e 225 metros de fundo (para cima). Confirmou que aqui era potreiro, tinha criação de vacas com leiteria. Na residência do Utermohl, havia uma plantação de mandiocas. A esposa do senhor Silvino informou que quando era criança essa área era coberta de mato. O senhor Silvino forçou a abrir as ruas Júlio de Castilhos da ponte para cima e a continuação da rua Albino Fernando Holzbach, na administração do prefeito Ignácio Dall’agnol. Quando ele chegou, cercou os terrenos e plantou pinheiros (araucárias), plátanos, pinheiros americanos, eucaliptos e nogueira pecã. Onde a terra era melhor plantavam milho, que era trocado com o senhor Francisco Sielski (cada 12 sacos de milho era trocado por um porco gordo ou meia novilha, e mandioca). Na parte de baixo da Rua Albino F. Holzbach onde a 9
  • 10. terra era melhor, ainda plantavam laranjeiras, melancia, moranguinho, verduras, pessegueiros (nectarinas), figueiras e bergamoteiras. Neste pomar tinha 167 pés de árvores frutíferas. As geadas começaram a matar esse pomar, pois não havia casas e nem outros tipos de árvores para proteger as árvores do frio. Hoje já seria bem melhor. Então passou a plantar eucaliptos. Segundo ele, já se sabe que aqui o eucalipto só aceita três cortes, porque é alto e seco, existe o pedregulho que dá a falsa impressão de que é úmido, mas logo seca. No verão deve-se tomar cuidado na Escola, pois o pedregulho seca e esbugalha e é onde ocorrem os desmoronamentos. A umidade que temos aqui é conseqüência da pressão do vento que sopra do rio para cima e da água da chuva que vem do morro. Mais tarde seu Francisco parou de plantar porque o solo era seco. Abriu um poço para irrigação, mas ficou com medo que fosse cair crianças dentro dele e mandou fechar. As enchentes aqui sempre existiram, mas não tão grandes e nem tão freqüentes. As pessoas diziam que o rio tinha muitas curvas e então o desviaram para cá. Getúlio Vargas era a capital das pontes. Hoje (1993?) estão abrindo canais e erguendo pontes, que são muito válidos, mas não resolvem totalmente o problema, também precisam limpar o rio, pois nele tem bastante acúmulo de terra e outras coisas. A história a seguir foi contada pelo senhor Luizito Pereira do Prado que segundo ele é verdadeira. Esta história aconteceu, na parte leste do bairro. “Ás vezes aparecia uma bola de fogo do tamanho de um globo com um rabo de mais ou menos dois metros de fogo, dava para pegar ele com as mãos. Logo para baixo da Marina Mazzoleni. Esse fogo descia em cima de um monte de terra, com um pé de caqui no meio e sumia na árvore”. Contou que, certo dia, ele pegou uma picareta e queria ir até lá cavar, mas seu pai não o deixou. Mais tarde, seu Levino Borges começou a arrancar as árvores para construir sua casa. Encontrou lages com ponteiros todas bem colocadas, era muito difícil de remover e deixou para quando viesse a patrola. O patroleiro veio e começou a cavar. Seu José Mazzoleni estava bêbado (dúvida) e deitou-se por perto, mas viu quando o patroleiro remexeu e amarelou tudo. O patroleiro pegou uma lona, estendeu-a no chão, colocou a mina dentro e sumiu no mundo. Dizem que seu José Mazzoleni foi lá depois e ainda achou uma moeda libra esterlina. Em entrevista realizada no dia 25 de setembro de 1993 com o Senhor João Zavieruka com setenta e nove anos e a Senhora Augusta B. Zavieruka com setenta e sete anos, informaram que residem no bairro há quarenta e três anos. A entrevistada faleceu em 01/01/94. De acordo com eles o lugar onde moram chama-se Rua Linha Ribeiro, saída para Rio Ribeiro. Segundo eles, antigamente na comunidade “só existia a nossa casa e mais um rancho onde morava Paulo Vill. Ele era da Alemanha, hoje falecido. Quem requereu a luz e a água fomos nós. Arrumei postes para colocar na avenida, desde o engenho até o Ribeiro. O estado Brizola ajudou com a metade e a prefeitura de Plácido ajudou nas ruas e nas casas. Todos queriam luz, mas não queriam pagar. Tive que pagar para quase todos. Para 10
  • 11. conseguir a água paguei os canos, ninguém queria ajudar, porém depois que paguei todos queriam a água.” Como meios de transporte usavam carroça com burro que transportava produtos para Porto Alegre ou Passo Fundo. Chegando lá, às vezes não conseguiam vender os produtos. Havia poucas estradas. Quando casavam, os noivos eram levados pelos carroceiros ou iam a cavalo. Enfeitavam as carroças com fitas de papel crepom. As cartas que tinham que buscar no correio era o único meio de comunicação existiam na época. Fazia parte dos costumes e hábitos da época os bailes de salão, as surpresas nos aniversários e a benzedura. “Existia um salão de baile nesta moradia (salão 20 x 20) que tinha um local reservado para as mulheres colocarem os nenês. Os bailes eram feitos com baterias e liquinhos. Também faziam festas e casamentos e foi nesse salão onde se casou Luci Cortese. O conjunto que animava o baile era Caetano. Costumávamos fazer surpresas nos aniversários. Os brinquedos eram bonecas de pano de meia. A mulher Augusta benzia de cobreiro, mordida de aranha. Vinha gente da cidade se benzer.” O casal ainda nos informou que tinham leiteria onde ordenhavam 30 vacas e vendiam leite para toda a redondeza. Tinham uma loja onde vendiam de tudo. “Naquele tempo tinha 25 cadernetas. Tocava os bêbados e não tinha jeito de ir. Colocavam um pelego e dormiam no armazém.” No morro Americano não tinha plantação, tinha frutos como: pêssego, bergamota e laranja e vários potreiros. Não existia rios, mas uma sanga na esquina Severiano de Almeida onde os moradores lavavam a roupa. Tinha peixes. Quando ficavam doentes iam ao médico e para chegar ao hospital iam de charrete. As religiões predominantes eram Católicas e protestantes. Dona Augusta era a zeladora da Matriz. Durante a semana reuniam-se nas casas e faziam novenas. Iam à missa aos domingos. Na igreja as mulheres iam de véu na cabeça e roupas decentes. Iam a pé à Igreja para rezar de manhã cedo. As casas eram feitas de dois cobertos, bangalôs, tinha sobrado, todos de madeira, coberto de tabuinhas. As mulheres usavam vestidos por cima das roupas (calças), tamancos e alpargatas. Os homens usavam bombachas, botas, chinelos de couro e chapéu de palha. As meninas usavam vestidinhos remendados. Um grupo de comissão decidiu colocar o nome da Santa “ Nossa Senhora Consoladora” no vilarejo. As crianças estudavam nas irmãs (Escola Santa Clara), tinha grupo subúrbio, mas preferiam as irmãs. Escreviam numa pedra, não havia quadro, lápis, cadernos e nem borrachas. Na escola recebiam castigos severos. Compravam na loja do Ricardo Bordignon, lá havia roupas e mantimentos. Não existia juros, pagavam de colheita em colheita. 5.1.2 – Como a comunidade se apresenta atualmente: O bairro conta com aproximadamente 400 famílias, o número de pessoas por família varia de 1 a 7 pessoas. 11
  • 12. Nas famílias, predomina a origem italiana, polonesa, alemã, brasileira e russa. A variação de raças possibilita uma integração de culturas favorecendo o conhecimento de diferentes costumes e tradições. Há um percentual pequeno (3,03%) de crianças desnutridas de 0 a 5 anos – conforme Censo Municipal/94. Há famílias com carências em todos os sentidos, mas no bairro não há agente de saúde por ser considerado, em relação aos outros, “sem problemas” mais sérios. Os problemas de saúde listados pelos moradores do bairro são: feridas, reumatismo, toxoplasmose, diabetes, trombose, pressão arterial, colesterol, câncer, bico de papagaio, bexiga, arteriosclerose e outros. O bairro não dispõe de Posto de Saúde. A população que precisa de consulta médica desloca-se até o posto no centro da cidade ou até o Hospital São Roque. As famílias possuem entidades assistências como: IPE(PAMES), UNIMED, INSS. A comunidade também enfrenta dificuldades como: falta de iluminação, calçamento e saneamento básico. Outra preocupação é o acúmulo de lixo. O recolhimento é feito três vezes por semana por uma empresa de Marau. Esse recolhimento é insuficiente. A Prefeitura Municipal viabilizou a construção do calçamento em frente à escola no ano de 1999. Foi construído o muro no terreno ao lado da Escola, adquirido em 1997. Em algumas ruas o esgoto corre solto. A falta de iluminação de algumas ruas causa transtornos, dificultando o deslocamento das pessoas e impedindo a realização de atividades de lazer na comunidade. Em algumas ruas, existe o problema da falta de cuidado por parte de moradores que quebram as lâmpadas, falta conscientização. Na rua Guaíba existe o problema de falta de sinalização, tem o rio sem ponte e sem pinguela, as pessoas vão até lá e tem que voltar. Ainda, alguns moradores reclamam que falta atenção dos responsáveis (autoridades), falta embelezamento, passeios nas ruas, também iluminação de acordo, limpeza adequada, pois quase entram cobras nas residências. Em outras ruas a iluminação, o calçamento e os esgotos são satisfatórios, bem como o abastecimento de água nas residências, apenas falta água com freqüência e as taxas cobradas são altas. Este bairro é banhado por dois rios, Rio Abaúna e Rio Paulo. Os dois encontram-se muito poluídos pelas próprias pessoas do bairro que largam esgotos e outros lixos. Também o Curtume Rio Grandense é responsável por parte desta poluição. Mesmo assim, é comum vermos pessoas pescando nestes rios. Em relação aos rios poluídos, o bairro enfrenta um sério e preocupante problema: as enchentes que invadem ruas e casas dos moradores. Foi feita uma canalização do Rio Abaúna para melhorar esse problema. Os animais que predominam são os cachorros, as galinhas e há outros como: gatos, porcos, vacas, terneiros, cabritos, garnisés, papagaios, caturritas, codornas, ... No ano de 1994, foi criada a Associação de Moradores do Bairro Nossa Senhora Consoladora, que segundo o senhor Darci Vitali, 1º presidente, surgiu com o objetivo de atender aos associados, procurando ajudar na 12
  • 13. resolução de problemas que beneficie a todos. Isso ocorre quando a maior parte depende do apoio da Prefeitura Municipal. As dificuldades até o presente momento são a falta de recursos financeiros para compra do material necessário e a não participação da população nas reuniões que são realizadas. A Associação de Moradores do Bairro conta com o Presidente Orides Damin, oTesoureiro Ademilson Frizzo, o Secretário Neivo Pessoa e os Conselheiros: Darci Vitali, Natalino de Freitas, Eloi Pessoa, Nédio Dassi, Luis Carlos Penna, Luiz Carlos Persin e Ivanzir Basso. Em 1998, o Conselho do Centro comunitário foi organizado de forma diferente, conforme nos informou o Sr. Roque Lazzari. Atualmente fazem parte do Conselho: Roque Lazzari – Patrimônio, Darci Vitali – Finanças, Nilva Lazzari – Catequese, Vilma Prause Vitali – Liturgia, Nanci da Silva – Zeladora, Cleonice Falkoski – Dizionista e Coordenadora do Conselho e Vanderlei e Neli Chaparini – Casal Vocacional, Marisete de Lima – Grupo de Jovens, Ricardo Luis Beluzzo e Roberto Bonalume – Servidores, Eloi Noskoski – Ministro e Representante do Conselho, Fernanda Dacampo – Secretária do Conselho. Temos uma diversidade cultural e religiosa. Destacam-se em relação à religião: Católica, Luterana, Batista, Evangélica, Evangélica Quadrangular, Espírita e Testemunha de Jeová. A religião predominante é a católica, que em 1990 ganhou um Centro Comunitário para realização de missas e cultos. A catequese acontece na Escola e no Centro Comunitário, sendo catequistas pessoas do próprio bairro. Há também um grupo de jovens formado por jovens do bairro. Atuam nas liturgias e como formação de lideranças. As famílias católicas recebem a visita da capelinha. As demais religiões têm sua sede em outros bairros do município. O Centro Comunitário Nossa Senhora Consoladora teve início no barracão do senhor Silvino Mattana em 1985, com a preparação de Pré- missões com o Frei Daniel Costela. Depois para as Missões foi erguido um salão hoje já desmanchado e vieram os Freis Carlos Coloda e Francisco Pizanatto e após as missões veio o Frei Teobaldo Deon. A participação da comunidade foi excelente. Quanto ao nome Nossa Senhora Consoladora, foi escolhido por Silvino Mattana e Dionísio Secco por ser uma santa com muitos devotos e também porque todos os bairros tinham que ter um nome de santo. Em 1986 foi realizada a primeira procissão da Igreja Matriz até o Centro Comunitário; tinha uma diretoria assim formada: Silvino Mattana – presidente; Eric Schiese (judeu) – vice-presidente; Cláudio Morawski – secretário; Marli Gallina – tesoureira e Altevir Rostirola – vice-tesoureiro. Em 1990 foi trocado o terreno onde estava localizado o salão, por outro mais no alto do morro, onde hoje está o Centro Comunitário. Houve épocas em que a participação da comunidade era muito fraca, estando quase para fechar. Então se criou uma comissão para administrá-la. O presidente era o senhor Alberi Paim e o vice o senhor Augustinho Tomelero. A liturgia era coordenada por Lorimar Gallina e Roberto Bonalume. A coordenadora da catequese era a senhorita Marli Gallina. As missas acontecem atualmente na primeira Quarta-feira de cada mês e são celebradas pelo padre Jair Carlesso. As romarias avançam a cada ano, muitas pessoas de fora participam em grande número. Sabe-se de casos de pessoas que alcançaram 13
  • 14. a cura e deixam objetos, como: fotos, fitas mimosas, cartas. Existem pessoas que choram para poder tocar na imagem de Nossa Senhora Consoladora. O Centro Comunitário é utilizado para eventos culturais da Escola, para promoções da comunidade (bailes, matinezões) e também como “casa mortuária” quando falece alguém da comunidade. Apesar de sua utilização, o Centro Comunitário, ainda não está concluído. Apresenta-se como um dos desafios da comunidade. No que diz respeito ao lazer, percebe-se a simplicidade das famílias. Algumas gostam de visitar os parentes, amigos e vizinhos, preservando a amizade com todos e a união da família. Também gostam de prestigiar eventos do bairro e dos bairros vizinhos. Outros gostam de passear e passar horas agradáveis no parque... participar de jogos de bocha, jogo de baralho, viajar nas férias, ler, almoçar fora, ir a bailes, animar bailes ou matinês ( o conjunto Céu e Cantos é do bairro) , cuidar de plantas, fazer parte de um CTG, saborear um bom churrasco ou simplesmente ficar em casa assistindo televisão. As pessoas de mais idade participam dos encontros da terceira idade que é coordenado pela 1ª dama do município de Getúlio Vargas. Nas famílias do nosso bairro encontramos alguns hábitos e costumes que se destacam: não comer carne na quarta-feira de cinza, jejuar na quinta-feira e sexta-feira santa, prevalecendo o da sexta-feira santa, colher marcela na sexta-feira santa, falar italiano, ler a Bíblia, não trabalhar aos domingos, tomar chimarrão ou cachaça, respeitar os dias santos e domingos, visitar as pessoas doentes; -não comer carne nas sextas-feiras da quaresma e outros que cortam a barba na Sexta-feira santa e não podem mais cortar nas outras sextas do ano. É uma simpatia para não dar dor de dente ou faz ao contrário, nunca corta a barba na Sexta-feira santa. A maioria dos moradores deste bairro costuma fazer suas compras aqui na cidade mesmo, muitos fazem pesquisa de preços e compram nos lugares mais baratos. Muitos se deslocam à Estação ou Erechim. Existem pessoas que produzem para depois vender seus produtos que vão desde a confecção de almofadas, chinelos, artesanato, blusões e roupas variadas até o plantio de milho, pipoca e morangos. Outros criam vacas e vendem o leite, ou ainda ovos e galinhas, para assim ajudar no sustento da família. A vegetação, tanto na parte leste quanto na oeste, predominavam as matas nativas que com o passar dos anos foram derrubadas, dando lugar a potreiros e campos de áreas cultivadas com produtos agrícolas e árvores frutíferas. Hoje existem pequenas áreas de mata nativa e outras com eucaliptos, ciprestes, pinheiros (araucárias) e pinheiros americanos. Aparecem árvores frutíferas com freqüência. Quanto ao clima o lugar é bastante alto, pegando poucas áreas nas baixadas. Sopra bastante o vento. Devido ao morro o sol demora a chegar na parte oeste e na parte leste o sol desaparece mais cedo. Percebe-se aqui também muita umidade. O relevo apresenta-se bastante acidentado, a maior parte do bairro, 80% (oitenta por cento), está localizada sobre o morro. 14
  • 15. Os meios de comunicação mais usados são a televisão e o rádio, praticamente 99% (noventa e nove por cento) das famílias os possuem. Também são muito utilizados o telefone e a carta. Algumas famílias fazem assinatura de jornais, como: Zero Hora, Diário da Manhã, Correio do Povo , Folha Regional e Tribuna Getuliense. Outros assinam revistas: Isto É, Sallete, A Sentinela (testemunho de Jeová). Algumas famílias citaram o diálogo como um meio de comunicação importante. Quanto aos meios de transporte, aproximadamente 60% (sessenta por cento) dos entrevistados possuem carro. A bicicleta também é muito usada para se locomoverem ao trabalho ou ao centro da cidade. Uma minoria possui moto. Para se deslocarem de Getúlio Vargas a outras cidades é comum utilizarem ônibus. Encontram-se em nosso bairro produtos agrícolas e outros. A alimentação das famílias é bem variada, comem de tudo um pouco, sendo os mais consumidos: arroz, feijão, carne, pão e verduras. Há ainda o consumo de frutas, legumes, ovos, carne de peixe, massa e polenta. Boa parte das famílias preferem os alimentos colhidos diretos da fonte ou seja na Feira do Produtor Rural. A maioria das famílias tem uma horta bem variada em casa por considerarem isto importante para se ter uma boa saúde e porque sabem o que estão comendo. Muitas famílias criam suas galinhas em casa e também engordam um porquinho. Os moradores reclamam da falta de união e colaboração com o bairro, falta calçamento e iluminação pública, há pouca participação dos servidores da igreja na comunidade, falta rede de esgoto e policiamento, uma vez que o roubo nas casas está cada vez mais freqüente. Segundo os moradores faltava um mercado. Falta ainda aqui no bairro: um mercado, um orelhão nas imediações da Escola, uma indústria que ofereça empregos, uma creche, um posto de saúde com médico e dentista, uma fonte de lazer para as mulheres e crianças (pracinha). No bairro temos uma danceteria que serve de lazer: a Danceclip. As condições de moradia, variam bastante. O tipo de construção que predomina é a mista, isto é, uma parte da casa é construída de madeira e a outra parte em alvenaria, tendo também muitas casas só de alvenaria e muitas só de madeira. Na maioria são casas próprias, apenas uma pequena parte da população moram em casas alugadas. Existem casas desde as mais simples até a mais sofisticadas. Alguns proprietários possuem outra residência para alugar. Das pessoas entrevistadas não encontramos nenhum caso que não possuam luz elétrica e água encanada da CORSAN. Pouquíssimos moradores são donos de pequenas propriedades de terra nos arredores do nosso município, que são cultivados para uso da família e em alguns casos que plantam também para a venda: milho, soja, trigo... No nosso bairro não temos pontos turísticos, mas do lugar onde está situado o Centro Comunitário e o Santuário, temos uma visão panorâmica muito bonita de nossa cidade. A maioria das pessoas da nossa comunidade trabalha no centro da cidade, alguns deslocam-se para Erexim, Erebango, Estação. Outros possuem seu próprio trabalho (cabeleireiro, artesanato, mecânico, eletricista, 15
  • 16. reformador de baterias, funelarias, conserto de bicicletas, confecções de roupas, estoparia...) pois nosso bairro não oferece muitos mercados de trabalho a não ser o Depósito de Bebidas Zambrzycki (também possuem uma área de lazer na qual passam o final de semana para se divertir) e Nativa Moda Couros, sendo este dois os que mais geram empregos no bairro. Também há duas funilarias: Mattana, do senhor Cleudir Mattana que iniciou neste ano 1994, e a do Chico, onde trabalha o proprietário e mais um funcionário. Contamos atualmente também com o mini-mercado Scariot e mini-mercado Kalin. Temos um problema social muito sério que é a falta de trabalho. O crescente desemprego atinge as famílias da comunidade. Muitos pais (homens) perdendo seu serviço, passam a executar o trabalho doméstico, enquanto que as mães (até então donas de casa), necessitam sair e trabalhar como domésticas e faxineiras para sustentar suas famílias. Em termos de educação, o bairro conta com a Escola Municipal de Ensino Fundamental Antonio Zambrzycki, localizada na Rua Albino Fernando Holzbach, 1260, com 273 alunos matriculados de jardim a 7ª série, funcionários nos dois turnos manhã e tarde. No próximo ano teremos 8ª série. A maioria dos alunos são deste bairro, mas temos alguns do centro, Linha Ribeiro, do Km 10, Gramado e de outros bairros: Navegantes, São Cristóvão, São Peregrino e Santa Catarina. Esta Escola Municipal teve início no antigo salão da comunidade em 1988, com uma turma de Pré-escolar nível A e B com 23 alunos matriculados sendo atendidos pela professora Mairi do Prado da Silva, na época. Por volta de 1986, já era reivindicada uma Escola para o bairro através da diretoria do Centro Comunitário. Só mais tarde, atendendo a uma reivindicação da comunidade, através das professoras Mairi do Prado da Silva, Ladir do Prado Freitas, da senhora Ema Telski e seu esposo Eduardo Telski, foi feito um abaixo assinado, coletando assinaturas de pessoas da comunidade que também tinham interesse na criação de uma Escola no bairro. Em março de 1992, na administração do prefeito Milton Enio Serafini começou a funcionar esta Escola com o nome de Escola Nova. Hoje Escola Municipal de Ensino Fundamental Antonio Zambrzycki, de acordo com a LEI N.º 2776 de 28/04/99. Os primeiros professores convidados a trabalhar nesta Escola foram: Ivete Teresinha Mistura (diretora), Mairi do Prado da Silva (1ª diretora eleita), Ladir Teresinha do Prado Freitas (jardim nível A), Elenita Goretti Seminotto (jardim nível B), Margaret Sartori (1ª série), Rosane Soligo Luchini (1ª série), Iraídes Severo Sielski (2ª e 4ª série, classe multisseriada), Iraci Hirt (3ª série), Ronaldo Bonfiglio (Educação Física). Contávamos com os trabalhos da psicóloga Dóris Blasczack e da terapeuta Clarite Gritti. Atualmente a comunidade escolar é bem participativa, temos o CPM a cargo da diretora, da coordenadora e de um grupo de pais. Está em via de organização o Grêmio Estudantil e Conselho Escolar. A escola procura realizar um trabalho dentro de uma nova proposta de ensino que busca o crescimento integral de todos os envolvidos no Processo. 16
  • 17. As famílias acham que a Escola é muito boa, que o ensino satisfaz, que tanto ela como os professores estão se esforçando para que o ensino melhore. A mesma recebe revistas do Professor, Nova Escola e também Jornal A folha Regional, O Gaúcho e Zero Hora dominical por intermédio da Secretaria Municipal de Educação. Também assina o Mundo Jovem e o Tribuna Getuliense. O acervo bibliográfico atende às necessidades da comunidade escolar. Os alunos procuram a Escola quase todos os dias (em turno inverso ao da aula) para pesquisas, recuperação paralela ou para participar das atividades dos projetos extra-classe, como: danças, artesanato, Coral, Teatro, Psicomotricidade, Educação Ambiental, Futebol, Vôlei e Basquete). Recebemos também, livros de suporte para os professores. Dispomos de livros didáticos , cursos e encontros de professores para estudo. Existe o banco do livro para uso do aluno e uma biblioteca que faz o empréstimo de livros aos mesmos. O prédio da escola encontra-se em boas condições. No ano de 1993, entre as salas 1 e 2 foi aberta uma parede para termos uma sala maior para reuniões e, em 1999 foi construído um pavilhão novo e comprado um terreno, para área de esportes, ao lado da escola. A instalação elétrica que era uma problemática, foi revisada em 1995. O pátio da escola é muito pequeno, temos um parquinho adquirido em 1995. O calçadão que era uma reivindicação da escola já foi feito e a drenagem também. O barranco no lado de cima foi chanfrado, pois estava sempre desbarrancando e com isso os alunos têm mais lugar para brincar. A maioria das crianças com idade de freqüentar o Jardim da Infância nível A e B à 4ª série, estão em nossa Escola. Muitas crianças que haviam deixado a Escola há anos atrás estão retornando. Esse fato alegra e muito a comunidade escolar, devendo-se isso também ao processo de ensino. A Escola oferece trabalho a 28 pessoas: 21 professores, 3 serventes, 2 vigilantes, 1 secretário e 1 pessoa para serviços gerais. A maioria dos professores são mulheres, 3 professores são homens. Há professores que além de atuarem nesta escola ainda atendem outras (de 2 a 3 escolas). Também atendem suas famílias e suas casas. O grupo de profissionais é comprometido e competente. A Escola conta com o Ensino Fundamental. Somente para o 2º Grau haverá a necessidade da comunidade procurar outra Escola. Em nossa cidade Temos a Escola Estadual Antonio Scussel, Santa Clara e URI. Nas segundas- feiras às 20 horas, funciona na Escola do bairro, reunião com um grupo de pessoas alcoólatras e familiares. Este grupo iniciou em 1986. Já foi coordenador deste o senhor Dorvalino Bernieri. A atual coordenadora é a Irmã Ester Lunardi. O grupo existente em nossa cidade é este que funciona na escola. Iniciou com um grupo de senhoras que estudavam sobre o alcoolismo no hospital: Marli Schuster, Maria Mattana, Lurdes, Cecília Tuski e após, no dia 1 de dezembro de 1986, no salão do Centro Comunitário e agora na escola. “Foi uma iniciativa minha começar com o grupo, devido a necessidade das famílias e por mim já ter experiência em trabalhos anteriores.” (Irmã Ester) 17
  • 18. Todas as salas de aula são ocupadas em dois turnos. Estão em boas condições de uso, ventiladas e bem iluminadas. Os banheiros são divididos por sexo, estando sempre limpos e com o material higiênico necessário. A cozinha é espaçosa e serve como refeitório. Segundo as crianças, a merenda é gostosa e variada. A biblioteca dispõe de um acervo de livros para leitura e pesquisa, além de ser espaço para vídeo. A limpeza da escola é feita regularmente e satisfatória (atendendo as necessidades). Atualmente está realizando campanha de organização e beleza, com todos os envolvidos (pais, alunos, professores, serventes...). Conta também com almoxarifado onde são guardados todos os materiais de educação física, bem como lavanderia. 6 – CONCEPÇÕES: 6.1 – CONCEPÇÕES DOS PROFESSORES: QUE MUNDO TEMOS: O mundo é um lugar bom e maravilhoso. O homem tem feito inúmeros aperfeiçoamentos naquilo que Deus criou, e nem sempre tem administrado isso como deveria ser, gerando, muitas vezes, conseqüências negativas que acabam colocando em risco a própria sobrevivência humana. O consumismo agride o meio ambiente e a qualidade de vida. Existem pessoas que são demasiadamente individualistas, capitalistas e gananciosas, valorizando mais o ter ao ser. Vê-se um mundo que escraviza as pessoas através de salários que não condizem com a dignidade humana. Os valores humanos estão e são elevados a segundo plano. A ausência de paz, amor, compreensão e solidariedade acaba tornando os homens “frios” e “pacíficos” diante das adversidades da vida. A existência do ser humano é marcada pela prostituição e abuso de menores, crianças carentes e abandonadas, alcoolismo, drogas, violência, destruição da natureza, corrupção, desigualdade social, pobreza, guerras, poluição, politicagem, etc. Paralelo a isso, há tantas outras coisas que nos fazem erguer a cabeça e continuar a gostar de viver aqui: riquezas naturais, flora, fauna, crianças, pessoas alegres e com esperança, a democratização das escolas, as descobertas científicas, enfim, o que acreditamos ser o exemplo de valorização da vida. QUE MUNDO QUEREMOS: Um mundo em que a dignidade e a esperança revigorem a essência do bom homem, as pessoas tenham voz e vez, saiam de suas casas, do seu conformismo, ganhando espaço na sociedade. Além disso, que o poder esteja 18
  • 19. voltado para pessoas que realmente queiram o bem do povo e não apenas do próprio bolso. Um lugar em que todos recebam um olhar fraterno, sintam-se filhos e dignos de serem imagem e semelhança do pai. Também, que a intervenção humana na natureza seja feita de forma planejada, extraindo somente o necessário, sem exageros, garantindo questões como a sustentabilidade, reciclando, reflorestando. Deve-se cuidar para que não se esgotem os recursos que não são renováveis, garantindo a sobrevivência humana em todos os sentidos. Um ambiente sem violência, drogas, marginalização, discriminação, falsidade e abusos. Diante deste ideal, que reine a paz, a tranqüilidade e o amor, fazendo com que as pessoas possam viver e deixar os outros viverem, com igualdade de direitos e deveres. Sem exploradores e nem explorados, que todos tenham suas necessidades básicas garantidas como moradia, alimentação, trabalho, saúde e educação. Um espaço em que as pessoas eduquem visando o bem estar do ser humano, conscientizando desde a infância a valorizar o que temos, aprendendo a cuidar do outro. Por fim, um mundo com muito diálogo e coerência entre o que se diz e o que se fala. QUE HOMEM TEMOS: O homem é um ser em busca da felicidade. Há pessoas conscientes, procurando defender seus direitos, exercendo seu dever, enfim, lutando por um mundo melhor. Também, temos curiosos, sonhadores, buscando superar limites, visando acompanhar as tendências evolutivas. Em outra direção, presenciamos o ser humano com atitudes e comportamentos ruins, ocasionando problemas para o mundo, pois buscam vantagens pessoais, dando ênfase aos bens materiais, esquecendo os verdadeiros valores à convivência fraterna. Devido aos problemas que o cercam, como a violência, o desemprego, as tecnologias substituindo a mão- de-obra, o homem se sente cada vez mais inseguro, com medo, fechado, muitas vezes, deixando de auxiliar o próximo. Há uma carência de bom senso nas relações intra e inter pessoais e com a natureza que o cerca. QUE HOMEM QUEREMOS PARA O MUNDO: O ser humano que desejamos é o que não pensa somente nele, que acredita ser possível mudar o mundo e faça a sua parte perante os outros. Além disso, que acredita ser único e especial, mas que não se sinta auto- suficiente. Precisa-se de pessoas com o sentido de humanidade mais desenvolvido, justas, solidárias, conscientes, críticas, democráticas, participativas, criativas, respeitadoras, sinceras, amigas, trabalhadoras, alegres, otimistas, tranqüilas, que tenham um ideal, que ajudem o próximo, principalmente os mais necessitados. 19
  • 20. A vida do homem deve ser pautada pela responsabilidade, trabalhando pelo bem-estar e transformação da sociedade. Também, que a ética oriente nas decisões para o bem do povo, que não se aproveite da bondade dos outros, que seja honesto e menos preconceituoso. Queremos um ser mais crítico, com objetivos definidos, que saiba selecionar, analisar informações e confrontá-las, sem recebê-las passivamente. QUE PROFESSOR TEMOS: No geral, temos professores qualificados, comprometidos e que buscam melhorias no processo ensino-aprendizagem. Percebe-se que alguns estão em constante processo de busca por novas fontes de conhecimento para melhorar a metodologia de trabalho e avançar nas suas limitações. É uma classe que ainda não se uniu o suficiente para atingir seus propósitos, tanto na luta por melhores salários, quanto nas questões pedagógicas. Vê-se que alguns ainda não compreenderam bem a P.P.P. da escola, não percebem que o mundo está em constante evolução (metodologia de ensino, teorias de aprendizagem). Além disso, precisam fazer uso de estratégias de ensino que valorizem o ser humano como sujeito histórico- social. Vemos, no professor de hoje, uma conseqüência histórica. Ele perdeu a sua força moral e sua fala, algumas vezes não tem sido valorizado perante princípios econômicos, sociais, culturais, presentes nos dias atuais. A sociedade do momento não valoriza o profissional da educação e, em conseqüência disso, alguns professores estão cansados, esgotados, possuem conhecimentos, mas estão limitados por metodologias ultrapassadas ou por se considerarem o sabe-tudo. QUE EDUCADOR QUEREMOS: Um educador que seja um profissional competente, capacitado para trabalhar não somente com alunos “ditos normais”, como também, alunos portadores de necessidades especiais. Além disso, criativos, pesquisadores, investigadores de sua prática, preocupados com os educandos, lutadores por uma educação de qualidade, significativa e democrática. Também, que a compreensão, a responsabilidade e o amor à profissão orientem a vivência em sala de aula, podendo transformar a escola e quem vive nela. Professores calmos, inteligentes, dinâmicos, atualizados, equilibrados e respeitadores. Amem a sua profissão, sejam formadores de opiniões, capazes de dialogar, discutir e respeitar as individualidades dos demais. Amigos, para conquistar o interesse dos alunos, no entanto, com maturidade suficiente para distinguir a sua responsabilidade como docente. QUE ESCOLA TEMOS: Uma escola sobrecarregada de responsabilidades, tendo que trabalhar em algumas turmas com grande número de alunos, com dificuldade de proporcionar atendimentos individuais para sanar dificuldades de 20
  • 21. aprendizagem e despreparada em relação à inclusão. Além disso, muitas vezes, a escola deixa de cumprir com sua função principal, para assumir papéis que cabem à família, ao estado e a sociedade. À escola cabe, em alguns casos, cobrar dos alunos a responsabilidade com a assiduidade e a pontualidade, realização das tarefas escolares (tema de casa), regras de boa convivência, limites, entre outros, que seria função da família. Quanto às condições físicas, existem escolas em péssimo estado, com prédios caindo, oferecendo risco de vida aos professores e alunos, o material imobiliário é escasso, falta material didático atualizado, bem como espaço físico para recreação e outros recursos. Na nossa escola há pouco espaço físico, sem sala exclusiva para educação infantil e, ainda, devido ao pequeno número de alunos, há enturmação (Nível A e B, na mesma sala). Os ambientes são pequenos, com mesas e cadeiras inadequadas para o tamanho dos alunos. Os recursos financeiros recebidos pela Federação e pelo Município são insuficientes para atender a todas as necessidades da escola, apesar de ser prioridade a educação no discurso dos políticos, em época de eleição. A escola não avança conforme a tecnologia e nem consegue acompanhar o avanço científico, por isso nem sempre o que é ensinado nas escolas é do interesse dos alunos. Os recursos didáticos disponíveis em sala de aula são defasados, ao professor cabe buscar formas de promover aprendizagem dentro dessas limitações. Apesar da escassez de recursos e descrédito de muitos, a escola, como uma instituição formadora e educadora, ainda é um dos caminhos para transformar a realidade. QUE ESCOLA QUEREMOS: Queremos uma escola atuante na transformação social e na vida do indivíduo. Que seja um espaço alegre, humanizado, inclusivo e que realmente trabalhe o conhecimento em prol da construção de uma sociedade mais justa, igualitária e adequada às novas tecnologias e aos recursos físicos. Que tenha qualidade, seja democrática, acompanhe os avanços tecnológicos, com profissionais competentes e ótimos recursos. Acolhedora, amiga, que não discrimine, fazendo com que todos sintam prazer de freqüentá-la. Uma escola voltada para a realidade, formativa e informativa. Que esteja aberta às mudanças e ao diálogo e que através disto, consiga resgatar sua real função como instituição formadora, através de atitudes concretas. Um lugar onde todos se sintam sujeitos integrantes no processo de decisões, tendo voz e vez. Esteja integrada à sociedade em que está inserida, onde o diálogo e a discussão sejam os veículos de comunicação entre os envolvidos no processo ensino-aprendizagem. Respeite as individualidades dos alunos, se preocupe com o futuro, formando uma consciência crítica e desalienada. QUE ALUNO TEMOS: 21
  • 22. Como há uma variedade muito grande de experiência de vida, familiar e social, também há uma diversidade grande de interesses e portanto, diversos tipos de alunos. Temos alunos bastante agitados, desconcentrados e falantes, todos numa só vez. Outros revoltados com situações vividas e suplicam por uma escola e uma educação melhor, que atendam as suas necessidades. Alunos temperamentais que decidem todas as diferenças de opiniões, através de atos de agressão. Alguns tímidos, calados e outros que não conseguem dar sua própria opinião. Alunos portadores de necessidades especiais que necessitam de acompanhamento individualizado e específico para a sua deficiência, inclusive com profissionais da área da saúde (técnicos). Em contrapartida, existem também alunos ativos, criativos, conscientes e críticos participam das aulas e das demais atividades que a escola desenvolve, amigos dos professores, carinhosos e que gostam da escola. A maioria dos alunos da nossa escola tem ânsia de aprender e realizam as atividades propostas. Estão adquirindo opinião própria, com o trabalho realizado pelos professores. QUE ALUNO QUEREMOS: O aluno que queremos é sujeito do processo escolar, luta, cumpre sua parte e se compromete com o processo ensino-aprendizagem. É consciente dos seus direitos e deveres e sujeito construtor de uma sociedade mais justa. Aluno que apesar de suas limitações sejam dedicados, assíduos, que não desistam da escola, Um cidadão participativo, crítico, mais livre na maneira de pensar e agir, transformador e agente do próprio conhecimento (autodidata). Alunos mais calmos, concentrados, amigos, usem o diálogo na resolução dos problemas, organizados a fim de facilitar a aprendizagem, tornando o ambiente propício para a mesma. Que busque respostas para ampliação de conhecimento e sanar dúvidas através da pesquisa, aproveitando recursos bibliográficos e digitais através das tecnologias de informação e comunicação, grupos de estudo, que possuam horário para o estudo em casa e acompanhamento familiar. Que os pais ou responsáveis juntamente com os alunos, aproveitem as oportunidades que lhe são oferecidas (atendimento no EAP e NIAE, grupos culturais e esportivos) 6.2 CONCEPÇÕES DAS FUNCIONÁRIAS: DE MUNDO Mundo mais justo, igualitário e fraterno, com pessoas comprometidas, que se ajudem mutuamente para o bem-estar de todos. DE ESCOLA 22
  • 23. Mais espaçosa, mais humana, centrada no bem-estar dos alunos, professores e funcionários, sempre em busca de uma educação de qualidade. DE EDUCADOR Um educador comprometido com a educação, amigo, que está em constante aperfeiçoamento, não apenas preocupado com o conteúdo a ser trabalhado, mas também com os valores, tendo em vista a construção de uma sociedade mais justa. DE PESSOAS Precisamos de pessoas honestas, pacientes, amigas, confiáveis, compreensíveis, que sejam capazes de doar-se em benefício do outro. 6.3 CONCEPÇÕES DOS ALUNOS QUE MUNDO TEMOS: ➙ Um mundo ruim, causado pelo próprio ser humano – guerras, armas, ódio, poluição, violências, mortes, racismo, desigualdades. Um mundo conturbado ➙ Um mundo onde existem muitas coisas boas, com muitas riquezas; um mundo belo com grande diversidade de vida. ➙ Um mundo que, apesar de muitas coisas ruins, não é totalmente desumano, pois somos nós que o fazemos. ➙ É um mundo humano, que vai além do que falamos ou pensamos dele – é o resultado das nossas ações. ➙ Mundo com riquezas, uma bela natureza, lindas paisagens, cidades maravilhosas. Com tecnologia avançada, grande diversidade de lazeres e esportes. ➙ Um mundo com sentimentos, expressado em forma de entidades e associações. ➙ Um mundo em grandes transformações e que tem mais qualidades que defeitos. ➙ Um mundo positivo, moderno, com muitas tecnologias e um pouco injusto. ➙ Um mundo de amor, paz, solidariedade, com pessoas bondosas e que sabem dar valor ao que tem. ➙ Temos um mundo com pessoas sem consciência do que fazem, que praticam muitas violências contra a vida. ➙ Mundo com grandes possibilidades, que dá chance para todos sermos felizes. Colorido e cheio de belezas, que nos encanta com as diversas espécies de vida. ➙ Que nos dá o necessário para a vida. ➙ É algo complexo, pois quem iria conseguir fazer tudo que temos e entender o que existe? ➙ Com pessoas que pensam com responsabilidade e constroem coisas boas. Um mundo completo, que não falta nada a não ser aquilo que destruímos. ➙ Um mundo com pessoas que fazem a diferença para o bem, que se preocupam com a humanidade, com as pessoas que as rodeiam. 23
  • 24. ➙ Um mundo cheio de esperança e em transformação. QUE MUNDO QUEREMOS: ➙ Um mundo com paz, sem violências contra a vida. ➙ Com possibilidade de aproveitar a natureza, mas com responsabilidade. ➙ Um mundo com pessoas convivendo bem, com mais dignidade, compreensão. Onde as pessoas saibam se respeitar, admirando umas às outras. Sem preconceitos e discriminação e desigualdade. ➙ Onde não falte emprego e muito menos escolas. ➙ Um mundo onde os consumidores saibam consumir com consciência. ➙ Com harmonia, ajuda mútua e alimento para todos. ➙ Um mundo na mais perfeita forma, onde possamos admirar e respeitar. ➙ Um mundo onde haja mais dignidade, honestidade, união. ➙ Com menos guerras e uma educação melhor. ➙ Onde as pessoas possam viver felizes. Igualitário, fraterno, unido, com bons governantes, sem corrupção. Um mundo sem poluição, sem acidentes, atentados contra a vida e sem mortes estúpidas. ➙ Um mundo onde possamos sair de casa aliviados, sem medo de nenhum tipo de violência. Onde as pessoas não precisem ficar com as casas fechadas e com grades nas janelas. ➙ Um mundo cada vez mais bonito e pacífico, sem desemprego, pobreza. ➙ Onde a vida é o bem maior que existe. Que seja bom para se viver. ➙ Com pessoas agindo bem, de forma correta para, assim, termos um mundo e a humanidade perfeita. QUE ESCOLA TEMOS: ➙ Temos uma escola muito boa, funcionários que deixam a escola organizada, limpa, biblioteca com vários livros. ➙ A escola é como o mundo: somos nós que a fazemos. ➙ Um lugar que nos prepara para o futuro. ➙ Temos escolas com pouca infra-estrutura, alguns professores bons, e outros desinteressados. ➙ Escola organizada, com ensino ótimo, preocupadas em formar alunos ótimos, com um futuro em suas mãos. ➙ Escola solidária, legal, divertida. ➙ Escolas superlotadas e professores desmotivados. Com caráter mais assistencialista do que educacional. ➙ Escola boa, com professores qualificados, dedicados e responsáveis. Com bom ensino, boa organização e belos eventos. ➙ Escola pequena, com poucas salas de aula. ➙ Onde todos são amigos. ➙ Falta de entendimento entre professores e alunos. Sem estrutura para uma boa aprendizagem. ➙ É organizada e está tentando evoluir. ➙ Há muitas brigas, alunos inconseqüentes, sem interesse em aprender. 24
  • 25. ➙ Escola com poucos livros. ➙ Uma escola que é a segunda casa. QUE ESCOLA QUEREMOS: ➙ Uma escola alegre e com respeito. Com mais higiene. ➙ Com professores legais e dispostos a ensinar. Com mais aprendizado. ➙ Sem brigas, onde os alunos não faltem com o respeito e todos tenham vontade de estudar e realizar as atividades. Com todos sendo amigos e ajudando a preservar a escola. ➙ Uma escola mais rígida na disciplina e com professores mais rígidos. ➙ Com pessoas mais responsáveis, mais possibilidades de atividades. ➙ Com estrutura melhor, mais espaço para atividades diferentes. ➙ Com mais respeito, compreensão, sem diferença, que aceite as idéias de todos. ➙ Uma escola com alunos que se dediquem mais para se tornarem aluguem melhor no futuro. ➙ Com direitos iguais, democrática, participativa e com voz e vez para todos. ➙ Uma escola boa, com professores pacientes, que saibam dividir tarefas e não tragam seus problemas de fora para as turmas. Que saibam respeitar os alunos e seu tempo. ➙ Uma escola dinâmica, atualizada e motivadora e projetos educacionais. ➙ Com professores mais compreensivos e dinâmicos. ➙ Salas com menos alunos por turma. ➙ Onde todos saiam capacitados para o ensino médio, com bastante estudo, um local bom para aprender. ➙ Que aceite as diferenças e não haja preconceito. ➙ Com ambiente adequado para o estudo. QUE PROFESSORES TEMOS: ➙ Legais e outros chatos. Alguns querendo ensinar e outros só para pegar no pé dos alunos. ➙ Que ensinam bem, mas alguns com pouca paciência. ➙ Professores que são como pais. São legais e gostam de ensinar, dando o melhor de si. ➙ Legais, exigentes, chatos, outros bem humorados e carinhosos, criativos, exigentes e inteligentes. Com comportamentos diferentes e que gostam do que fazem ➙ Que explicam bem, muito capazes em ensinar e com respeito. Empenhados em ensinar e esclarecer as dúvidas. ➙ Alguns sem interesse e mal educados. ➙ Capacitados, que agüentam bagunças e se preocupam com os alunos. ➙ Mal remunerados. ➙ Professores que sabem ensinar, fazendo com que os alunos entendam e prestem atenção. ➙ Que pensam no melhor da escola e dos alunos. Às vezes rígidos demais, mas são bons professores. 25
  • 26. QUE PROFESSORES QUEREMOS: ➙ Dispostos a ensinar, que ajudem, sejam legais, que respeitem as opiniões dos alunos e dêem o direito de opinião a todos. ➙ Que se dediquem mais ao ensino/educação. ➙ Que desafiem mais os alunos. ➙ Que expliquem melhor o conteúdo. ➙ Com mais paciência com os alunos, mais amigos e que não gritem tanto. Que tragam novas formas de ensinar. ➙ Professores que ganham mais, com oportunidades de se aperfeiçoar. ➙ Dinâmicos, criativos, humanos e amigos. ➙ Pacientes, que compreendam e respeitem seus alunos. Que tenham capacidade de ensinar. ➙ Que fiquem satisfeitos, realizados com seu trabalho. ➙ Com mais estudo. Um para cada matéria específica. ➙ Que estejam por dentro dos assuntos do mundo, para nos prepararem para a vida e para o ensino médio. ➙ Que compreendam as dificuldades dos alunos. ➙ Mais responsáveis. QUE SER HUMANO TEMOS: ➙ O ser humano de hoje usa as pessoas para interesses pessoais, descartando logo em seguida. ➙ Que destrói o planeta. ➙ Despreocupados com a vida e as tradições. ➙ Sabem amar, respeitar e estar de bem com a vida. Pessoas que trazem alegria. ➙ Compreensivos. ➙ Que fazem o mundo e tudo o que está nele. ➙ Preocupados em cuidar bem da vida. ➙ Que acreditam em Deus. ➙ Humildes, solidários. Outros egoístas, pensando apenas em si próprio. ➙ Há muita ignorância e valores distorcidos. ➙ Seres humanos egocêntricos, que só pensam em si mesmos, não tendo amor e compaixão o suficiente para salvar o mundo. ➙ Corruptos, perdidos nas drogas. ➙ Que julgam as pessoas sem saber a verdade. Muitos são intolerantes. ➙ Que se auto-destrói, violento, sem fé, com baixa auto-estima. ➙ Que não pensam nos outros, só querem riqueza e viver bem. ➙ Matam, roubam, desmatam a natureza sem pensar no futuro, que estragam nosso mundo. ➙ Que não pensam no que fazem e até colocam a vida da família em risco. ➙ Stressados, impacientes, que agridem pessoas inocentes. Grande diminuição de respeito. ➙ Que destroem pelo exemplo. 26
  • 27. QUE PESSOAS QUEREMOS: ➙ Que dêem bons exemplos àqueles que precisam aprender sobre o mundo. ➙ Que dêem o melhor para aqueles que estão por vir. ➙ Que cuidem da vida. Alegres, unidos, sem guerras. ➙ Que saibam cumprir suas promessas, respeitar, serem responsáveis pelos seus atos. ➙ Felizes em seus lares. Que respeitem seus familiares e amigos, sejam verdadeiros para com todos. Que sejam bons e respeitem as leis. ➙ Mais calmos, que saibam que não é necessário resolver tudo na violência. Conscientes de que o necessário é o diálogo, uma boa conversa para resolver os problemas. ➙ Pessoas que tenham coragem e compaixão, e não nojo e ódio um do outro. Pessoas que tenham a ousadia de serem felizes. ➙ Seres humanos cheios de paz, alegria, com saúde, harmonia, amizade com todos. Que se ajudem e compartilhem. ➙ Que amem mais, respeitem mais, que pensem no mundo todo e não só em si mesmo. ➙ Que façam um mundo melhor, com menos poluição e mais paz, mais amizade, mais estudo. ➙ Que façam deste mundo um lugar melhor para viver. ➙ Construtível e útil, que possa ir além dos seus conhecimentos para ter uma vida melhor. ➙ Digno, honesto, crítico, sujeito. ➙ Bons, honestos de caráter, que sejam o mesmo hoje e sempre. ➙ Que plante árvores, preserve os animais, não polua os rios, que pense em conjunto e ame o próximo como a si mesmo. ➙ Que trabalhem com honestidade. Que tenham onde morar. ➙ Que não matem 6.4 – CONCEPÇÕES DOS PAIS: COMO VÊEM O MUNDO: Percebem um mundo conturbado, com muita exploração, corrupção, injustiça, egoísmo, ganância, dominação, desigualdade social, crise na educação, desonestidade e poluição. Há muita preocupação com relação ao futuro dos filhos por causa do aumento constante dos roubos, drogas, marginalidade, fome, violência, desemprego, alto custo de vida, má administração de renda e falta de confiança nos governantes. Os valores humanos são deixados de lado, falta paz, amor, compreensão, solidariedade, organização. Porém, em meio a isso tudo, há muita esperança na transformação dessa realidade. Existem muitas pessoas que tem uma visão positiva da realidade. Elas percebem o mundo maravilhoso, cheio de coisas lindas e boas, 27
  • 28. principalmente a natureza. Há uma boa disposição, por parte de alguns, em tentar corrigir ou melhorar o mundo. COMO GOSTARIAM QUE FOSSE O MUNDO PARA OS FILHOS: Os pais gostariam que no mundo houvesse mais segurança, melhor ensino (educação de qualidade), oportunidades iguais para todos, sem discriminação e com mais escolas e oportunidades de trabalho ( emprego ) , onde todos tenham o suficiente para viver bem. Que seus filhos crescessem livres da violência (banditismo, assaltos, roubos), da marginalização, das drogas, das doenças, da fome, da pobreza, da desigualdade social, da corrupção, da prostituição, da ganância e das maldades. Um mundo bom, justo e digno de se viver, onde todos fossem amigos, honestos e educados, vivessem em família, participando da sociedade, gerando paz e harmonia entre os homens (felicidade). Onde houvesse mais diálogo e escuta entre as pessoas. A EDUCAÇÃO QUE TEMOS As famílias têm dúvidas frente à maneira correta de educar hoje, sem perder a autoridade de pai e mãe, devido as constantes transformações sociais e culturais da sociedade. Outro fator existente é o acompanhamento dos pais em cada fase de desenvolvimento dos filhos, impondo e mantendo limites como, por exemplo, determinar a hora para desenvolver as atividades de casa. A vida moderna facilita a educação em parte. Há mais oportunidade de acesso a informações e condições melhores de vida. Por outro lado cria obstáculos difíceis para ter uma boa educação. Pais e mães que trabalham fora têm falta de tempo para acompanhar e participar da vida escolar e social dos filhos, precisando muitas vezes delegar para outras pessoas ou instituições o papel de educar. Esse fato gera a não vivência de valores no âmbito familiar. Outra questão é a influência dos meios de comunicação (rádio, TV, internet) que disputam espaços de tempo entre pais e filhos e passam a idéia de que tudo é muito fácil, criam falsas ilusões, gerando a perda ou dificuldade de resgatar os valores fundamentais à vida. Falta conscientização da importância do estudo para a vida. Os pais tentam ajudar nas lições para que os filhos tenham sucesso, porém, o currículo desenvolvido nas escolas atualmente ocasiona dificuldades de auxiliar nas matérias, por falta de conhecimento. A EDUCAÇÃO QUE QUEREMOS: Todo o ato de educar deve estar direcionado na busca da concretização de uma educação emancipatória e responsável. Queremos uma educação humanizadora, investigativa, problematizadora e com limites, onde a família seja exemplo, já que a educação e o respeito iniciam em casa. Portanto, cabe a família orientar os filhos para o certo e o errado, para que sejam pessoas de caráter, amparando-os nas dificuldades e mostrando o melhor caminho a seguir. Ser presença constante na vida dos filhos, fiscalizando as companhias e o cumprimento dos deveres. Deve também 28
  • 29. oportunizar atividades além da escola (trabalho, esporte), valorizar o filho – elogiar e/ou cobrar, quando necessário. Os pais devem ser amigos dos filhos, mas sem confundir os papéis: pai é pai, filho é filho. Cada um deve assumir o seu papel, cabendo aos pais recuperar a autoridade perante os filhos, sabendo trabalhar com as características individuais de cada um, estabelecendo confiança e diálogo. A educação deve estar voltada aos valores religiosos e morais (diálogo, respeito pelos valores humanitários: solidariedade, ajuda - mútua, compreensão, amor, dedicação, humildade...), para a participação social, entendendo a diversidade das relações humanas e a formação de sujeitos críticos. Uma educação formativa e educativa com equilíbrio entre o conteúdo e a formação humana, tornando um cidadão critico e consciente na realidade onde ele vive. ESCOLA QUE TEMOS: A função da escola é trabalhar os conhecimentos e fazer com que os alunos saibam situar-se e saber o que acontece diariamente ao seu redor e no mundo, percebendo as influências e transformações que as ações do homem provocam. A nossa escola é considerada uma das melhores em ensino e participação, por isso merece ser elogiada. A comunidade escolar é unida e se dedica com empenho na busca da resolução dos problemas. Há atenção e comprometimento da direção e coordenação voltada ao bem comum da comunidade escolar e em especial aos alunos. Existe uma proposta de trabalho voltada ao desenvolvimento integral do aluno, proporcionando atendimentos especializados no NIAE, EAP e Planos Educativos Especiais aos alunos com dificuldade de aprendizagem, bem como a realização de formações específicas de acordo com as necessidades que se apresentam nas turmas no decorrer do ano. A escola tem apresentado bastante progresso no aprendizado e no envolvimento dos alunos nas tarefas e nos trabalhos realizados. Percebe-se coleguismo e dedicação dos alunos. Os professores devem continuar cobrando responsabilidade e exigindo comprometimento com o estudo. Os grupos culturais (invernada, dança polonesa e teatro) são muito bons e elevam o nome da escola. Há reconhecimento dos grupos na região. A existência dos projetos com as professoras em turno inverso tem sido bastante válida. A escola é vista ainda como o melhor caminho para o alcance de um futuro melhor, que anima a criança para participar e estudar com muito entusiasmo, aquela que ensina os primeiros passos para a vida e para o mundo em relação à formação de pessoas capazes e íntegras para melhorar o meio em que vivem. É o lugar onde crianças e jovens vão para aprender e têm liberdade de expressar seus pensamentos. É o segundo lar, onde se aprende mais educação, participação, igualdade e amizade. É o espaço onde aprendem e vivenciam os primeiros passos em relação à cidadania. QUE ESCOLA QUEREMOS: 29
  • 30. - Uma escola lar, onde a criança tivesse prazer em estar. Onde ela descobrisse caminhos limpos para percorrer e novos horizontes, onde recebesse apoio e desse segurança futura. - Que propagasse uma boa educação, escola de qualidade, gratuita, com bons professores, que os alunos possam estudar até se formarem, que prepare para a vida, para o trabalho (profissionalizante), com aulas práticas, para que os alunos possam assumir com responsabilidade cargos na sociedade. - Escola básica (profissional) e sem discriminação. - Uma educação adequada a realidade dos alunos, que todos tenham acesso, que os alunos saibam enfrentar o mundo e seus os obstáculos, que prepare para enfrentar os desafios que terão no futuro. - Mais valorizada por parte dos políticos (salários justos), que os alunos não tivessem que pagar cursinhos para entrar numa faculdade. - Professores bem remunerados e bem preparados, pacientes com os alunos. Diretora com responsabilidade e professores mais dignos dos alunos. - Entendimento (diálogo) entre os mestres, alunos e pais. Mais participação, com professores especializados, escola com boas condições e equipamentos para o ensino. Que preencha as necessidades dos alunos. - Uma escola que pudesse ensinar e fazer das crianças pessoas inteligentes e com muita capacidade. Com mais disciplina. Com professores competentes que atendam as necessidades dos alunos. Sentimos a falta do reforço. Pena não ter segundo grau na escola, pois é muito familiar. - Ao serem realizados passeios que haja o cuidado dos alunos saírem e retornarem á escola com o professor. QUAL A VISÃO QUE SE TEM DE PROFESSOR: - O ensino está cada vez mais voltado para o sujeito-aluno. O trabalho realizado em conjunto com a comunidade escolar demonstra a preocupação dos educadores com a educação e o crescimento intelectual dos educandos. - Que os professores tenham mais paciência ao terem de explicar novamente. - Escolas que tem excelentes professores, empenhados em dar o máximo de si para que os alunos aprendam. Percebem que foram trabalhados temas bem atuais com atividades diversificadas. - Parabéns por ensinarem os alunos a terem mais responsabilidade. O progresso do filho é percebido. A escola tem boa qualidade. - Que os professores nunca desistam de ensinar e de lutar por cada aluno por mais difícil que isso seja, pois gosto muito do método de ensino da escola. - Que os professores continuem firmes e exigentes e incentivando os alunos para se dedicarem mais aos estudos. - Que os direitos e deveres sejam cuidados e respeitados por todos (professores e alunos). - Professores monótonos, diversificar as atividades, para cativar as crianças. O tema sempre o mesmo: teatro, maquete, textos enormes para depois resumir porque é mais fácil para o professor do que dar a matéria. 30
  • 31. O professor é a pessoa que educa, ensina a ler e escrever (alfabetização) e prepara para a vida. São muito bons e organizados, dão o máximo de si, apesar dos poucos recursos. São mal pagos, mas tentam estar bem atualizados e progredindo sempre. Têm uma boa atuação, são bastante dedicados e poucos valorizados. É a pessoa que ajuda o ser humano a se desenvolver nas suas potencialidades. Compreende e sofre com a desvalorização (baixos salários). Recebem pouco incentivo, mas têm esforço pessoal. São os segundos pais, interessados em aperfeiçoar-se e entender as crianças, dedicados aos alunos e incompreendidos pelos políticos. São importantes para a formação intelectual dos cidadãos, são os mestres que receberam a missão de ensinar e aprofundar os conhecimentos. Alguns se preocupam e procuram novos métodos e técnicas de ensino e outros continuam sem se preocupar com os alunos. Alguns são conscientes do seu papel de educador e lutam pela melhoria do ensino, outros estão ainda muito acomodados e devem honrar o seu compromisso com o ensino e a vocação. Devido aos avanços da tecnologia os professores devem se preparar cada dia melhor. Os professores estão preocupados com a educação, mas não se está dando o valor que um professor merece. - A escola realmente se preocupa em ter bons profissionais para dar um ensino de qualidade e corre atrás para conseguir melhor conforto para nossos filhos. - Eu gosto da educação da Escola Antonio Zambrzycki. Que os professores consigam envolver os alunos, e que possam fazer da leitura um hábito e não uma obrigação. - Precisa que os professores expliquem melhor os conteúdos, e nas provas, fazem perguntas que não tem lógica. - Alguns professores tratam os alunos alguns alunos com palavrões que ofendem. - Devia haver mais interação entre os colegas e mais empenho nos estudos dos mesmos. QUAL A VISÃO QUE SE TEM DE HOMEM: Vê-se o homem como um ser egoísta, solitário, estressado, escravo do relógio, que não tem tempo para nada nem para o próximo , esquecendo de seus valores. Um ser muito egoísta, que pensa mais nele do que no próximo. São pessoas comandadas por uma minoria que tenta fazer com que a ganância pelo dinheiro domine a grande maioria, causando conflitos, fome, desemprego e outras coisas que só beneficiam aos poderosos. São pessoas que não se conformam com a vida que levam, mas que preferem não fazer nada para mudar, pois sabem que serão esmagados pelos dominantes. O ser humano anda confuso nem ele se entende. Primeiramente sente-se revoltado por enfrentar uma crise econômica, daquelas bem pesadas e por outro lado acha difícil se entender e entender os outros. 31
  • 32. É marginalizado, pouco valorizado, em péssimas condições de sobrevivência. O ser humano está sendo massacrado pelas mudanças na economia, não tendo mais como viver na atualidade, nem participar da sociedade e até mesmo sem o direito de um emprego para dele tirar o sustento da família. O ser humano no mundo de hoje é muito passivo, se contenta com qualquer decisão e não procura ajuda para reverter esse problema, prefere cruzar os braços e deixar que os outros façam por ele. Um ser dotado de inteligência e capacidade, que Deus colocou no mundo para crescer, multiplicar, inventar, cuidar e dividir com seu semelhante, esquecendo que estamos aqui somente para sermos mordomos das coisas de Deus. QUE TIPO DE EDUCADOR DESEJAM PARA OS FILHOS: - Um professor que seja bem mais preparado, com mais recursos e garantias de poder buscar e repassar conhecimentos novos, que pudesse mostrar uma luz na boca de um túnel, para que a criança corra em busca dela. - Educadores preparados e capazes de mostrar a realidade e trabalhar concretamente com o aluno, uma pessoa correta que queira e aceite todos os alunos com igualdade. Culto e simples, simpático e compreensivo e que não usasse estilos burocráticos para expor suas lições. - Criativos, sinceros, que cumpram o que foi combinado em reuniões e aceitem a proposta da maioria, inteligentes, cada vez melhor. - Capacitados e experientes, com muita calma, que amem as crianças e sejam respeitados por parte delas. - Ensinem boas maneiras, ler e escrever e dêem bons exemplos. Que sejam honestos e que ensinem o que é certo e bom para os alunos. - Preocupados e que gostem do que fazem, com muita calma, ter diálogo com os alunos e procurar o apoio dos pais (diálogo com pais). - Que tenham vocação, amem sua profissão, sejam formados, tenham salários justos, sejam sérios e mostrem interesse para ensinar. Um profissional que comece e termine o ano. - Que deixe a criança participar, tomar decisões, mas saiba acima de tudo, manter sua autoridade. - Insatisfeitos com o salário e por isso não se dedicam muito aos alunos e poucos gostam de ter esta profissão e se poderiam mudariam para outra melhor. - Com idéias inteligentes e humanas. Que fossem equilibrados, mostrando a realidade, não sendo tão rígidos, mas muito amigos. Ensinar o que é certo, os direitos. A educação começa em casa, mas é dever da escola também. - Deixar os alunos mais presos e com menos moleza. 32
  • 33. - Educar mais os alunos. - Um profissional responsável e dedicado, simples, objetivo, cumpridor dos seus deveres, alegre e capaz, sério e enérgico. -Que atuem mais em sala, não deixando os alunos em liberdade. QUE TIPO DE PESSOAS PRECISA-SE NO MUNDO: - Precisamos governantes mais responsáveis, mais religiosos, com fé, pessoas educadas, compreensivas e muito respeito um com o outro (amor) solidariedade. - Pessoas civilizadas, honestas, de caráter, dinâmicas, trabalhadoras, tementes a Deus, menos orgulhosas, egoístas e materialistas, mais humanas, fraternas e boas, menos ambiciosas (pensam só neles e os outros que se danem). - Pessoas competentes, inteligentes, que saibam e possam ensinar coisas novas, que sirvam de bom exemplo, não prejudiquem e nem saiam prejudicadas. Interessadas naquilo que fazem, que façam boas ações, sem exploração dos mais fracos. - Pessoas que tivessem mais senso de responsabilidade, que sejam contra a violência (que busquem um mundo sem marginalidade), a fome e as drogas. Que as pessoas fossem amigas uma das outras, sem discriminação, que não tenham medo de buscar justiça. Que desejem e lutem por um mundo melhor, para que nossos filhos sejam gente de bem, que respeitem o próximo, que trabalhem para o bem estar da comunidade, que amem o mundo. - Dignas e justas, sinceras, com senso crítico, que se disponham a ajudar os outros, que sejam companheiras, sem vícios. Livres, dinâmicas, com um objetivo bem definido e acima de tudo lutadoras. - Capazes para poder competir e que tenham vontade de vencer na vida. Tenham as relações abertas, que dêem valor a todos e a seus próprios interesses. De bom coração. - Uma pessoa séria e competente e que não fique roubando o dinheiro dos trabalhadores, determinadas, sinceras, mais humildes (simples), e que saibam respeitar as opiniões dos outros. - Que acreditem no ser humano como irmão e o amem e tenham Deus no seu coração. 7 – FILOSOFIA DA ESCOLA: Concepções: Mundo: Onde todos tenham voz e vez e se olhem como irmãos. Reine a paz, a tranqüilidade, o amor, o respeito pelo seu semelhante, vivendo com igualdade de direitos e deveres; 33
  • 34. Homem: Que faça a sua parte, seja único e capaz de atuar nas transformações do mundo! Escola: -Formativa e informativa; -Participativa, democrática; -Democrática, séria, alegre e que ensine a linguagem do amor; -Escola de qualidade; -Integrada à Sociedade; -Que respeite as individualidades dos alunos e se preocupe com o conhecimento (aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber). Aluno: -Consciente, crítico, questionador; -Participativo, sujeito da história e livre na maneira de pensar; -Atuante na sociedade, cumprindo com a sua parte, transformador e agente do seu próprio conhecimento. Educador: -Competente, que lute por uma educação de qualidade, que procure atualização, que respeite e seja respeitado. -Formado, capaz de dialogar, discutir e respeitar as individualidades. -Que tenha um objetivo a seguir, que seja responsável e engajado. Comunidade Educativa: Grupo de pessoas comprometidas com a educação, que busca aprofundar uma prática democrática e participativa. Conteúdos programáticos: - Planos de Estudo Um meio para que a ação pedagógica se concretize. Aprendizagem; Processo pelo qual, é valorizado o educando, trazendo presente os valores culturais, para transformá-los em educacionais. Objetivando, desta forma, a sua formação crítica e humanitária. Currículo: Toda experiência realizada dentro ou fora da escola, que leve ao enriquecimento das pessoas envolvidas. Objetivos: Metas a serem realizadas durante o processo educativo. Avaliação: 34
  • 35. A avaliação é a reflexão transformada em ação. Feita durante o processo, baseada nos objetivos da disciplina, nas atividades, na forma de participação e contribuição de cada um. Procedimento Didático: É a ação realizada diariamente, levando em consideração a dinâmica, os objetivos e a metodologia de acordo com a Proposta Político Pedagógica. 8 – PRINCÍPIOS METODOLÓGICOS: Tendo em vista a melhoria da qualidade do ensino na nossa escola, a partir de estudos, reflexões e discussões no grande grupo, definimos os princípios metodológicos e teóricos que orientarão a nossa prática pedagógica. Os princípios escolhidos são os seguintes: participação, diálogo, construção do conhecimento, continuidade, coletivo e união, democracia e amor. Cada professora colocou como acredita que estes princípios se concretizarão na prática. PARTICIPAÇÃO: Acreditamos que a participação é indispensável para um ensino de qualidade. Através dela buscamos a responsabilidade, conforme palavras do Padre Elli Benincá: “Só se sente responsável aquele que participa”, bem como a integração de toda a comunidade escolar, desenvolvendo o espírito de ajuda mútua e solidariedade num crescimento conjunto, sem discriminação, respeitando sempre a idéia da maioria. - É necessário que se faça um planejamento participativo e que o mesmo seja seguido. Participando acontece a integração, a informação e o crescimento individual e coletivo. - Sem o princípio da participação e o diálogo é fazer uma educação onde somente se transmite o que mal se sabe. “A educação é a tradicional, onde o aluno recebe passivamente sem interagir em sua aprendizagem. Sem ouvir o aluno não se sabe o que ele traz de conhecimento, consequentemente não se valoriza isso e não se pode saber de onde partir e o que é necessário ser visto em aula”. ( Paulo Freire). “É nas séries iniciais que a criança, através da ação individual e coletiva vai construindo seus conceitos, aprendendo a realidade e compreendendo o mundo, o ambiente e a natureza”. “A participação do homem como sujeito na sociedade, na cultura, na história, se faz na medida de sua conscientização, a qual implica a desmistificação”. (**Maria da Graça Nicoletti Mizukami). 35
  • 36. DIALOGO: O diálogo é a ponte que une as pessoas, é o veículo para socializar os conhecimentos e permitir o crescimento de cada um. É indispensável no ambiente escolar, pois quem se utiliza dele estará sempre aberto para ouvir e falar. Acontece se todas as pessoas envolvidas no processo educativo se disponham a isso. Está presente em todos os momentos da prática pedagógica, ou seja, na ação do professor junto à escola, envolvendo pais, alunos e professores. O desenvolvimento e o crescimento pessoal dos envolvidos no processo ensino-aprendizagem se dá a partir das discussões, reflexões, debates, estudos e troca de idéias, bem como respeitando as individualidades. “É na fala dos sujeitos que a língua tem sua plena realização, pois é no uso da linguagem, em situações concretas de interação, que se criam vínculos e possibilidades de entrelaçamento de saberes e conhecimentos. “Conhecendo a escola como um dos espaços de interlocução entre sujeitos, é possível pensar um trabalho pedagógico que recupere a palavra enquanto elemento de libertação individual e social e como instrumento de novas aprendizagens, tendo em vista o grupo com que se está trabalhando”. (***Iselda Sausen Feil, Lídia Inês Allebrandt, Lori Maria Frantz). CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO: A construção do conhecimento se dá no coletivo (grupo) através da descoberta, da experimentação, do levantamento de hipóteses e da reformulação das mesmas. Para que se possa construir o conhecimento é necessário que se oportunize condições. É permitido que o aluno opte por atividades que não são impostas através de exercícios estereotipados e repetitivos. O professor deve investigar, desafiar, questionar, para que o aluno crie e descubra, deve propiciar condições e recursos que permitam à criança construir o seu pensamento. De maneira alguma o aluno recebe o conhecimento pronto. O aluno deve ser respeitado na sua individualidade de acordo com o seu ritmo. Precisamos conhecer os estágios de desenvolvimento da criança, as suas possibilidades e limitações. *prof. Da Universidade de Passo Fundo e assessor da Pesquisa “Teorização da Prática Pedagógica numa Perspectiva Emanicipadora” ** prof. Do Departamento De Pedagogia da UNIJUÍ *** professoras do Departamento De Física, Estatística e Matemática da UNIJUÍ. Acreditando que a construção do conhecimento se dá a partir da troca de informações, a valorização dos conhecimentos pré elaborados e a ampliação dos mesmos. Buscando coletivamente explicações e respostas para os interesses, para que haja crescimento pessoal do indivíduo, possibilitando a formação de cidadãos conscientes, críticos e atuantes. 36