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Embaixada dos Estados Unidos da América


Combate ao tráfico de vida silvestre:

Respeitar e proteger




                   Para lutar contra a caça ilegal de elefantes, a Fundação Big Life posicionou 250 guardas florestais, 21 postos avançados e 14 veículos de patrulha ao longo
                                                                                dos 800 mil hectares do ecossistema Amboseli, no Quênia e na Tanzânia. ©Big Life Foundation




O
         comércio ilícito de espécies                necessidades econômicas. Recei-                                Os rinocerontes negros estão criticamente ameaçados e a
         ameaçadas e em perigo é                     tas com o turismo, por exemplo,                                 forte demanda por chifres de rinocerontes representam
         um negócio multibilioná-                    podem ser perdidas se as nações                                        uma ameaça constante às pequenas populações.
rio, e a demanda intensa e crescente                 em desenvolvimento não puderem                                                  ©Robert Harding World Imagery/Alamy
por produtos derivados de animais                    contar com suas espécies únicas
terrestres icônicos da África e sul                  para atrair visitantes.
da Ásia – elefantes, rinocerontes e                  A alta demanda, combinada com
tigres – ameaça a paz e a segurança                  difíceis questões de fiscalização,
em ambas as regiões.                                 atrai as redes criminosas trans-
A perda da biodiversidade afeta                      nacionais, também envolvidas na
os suprimentos de água doce e a                      lavagem de dinheiro e no tráfico
produção de alimentos, e rouba                       de armas e narcóticos. Os altos
das comunidades locais seus                          preços para produtos provenien-
recursos econômicos. Nos países                      tes da vida silvestre nutrem a
em desenvolvimento, as famílias                      corrupção, ameaçando o Estado
na zona rural dependem frequen-                      de Direito e frustrando o desen-
temente de animais silvestres                        volvimento econômico em países
e de plantas locais para suas                        fornecedores.
Respeitar e proteger

Apesar de ser impossível rastrear com precisão essas
populações animais, os abates ilícitos estão atingindo                                 Veterinário americano trabal-
proporções de crise. Existem apenas cerca de 25 mil                                    ha para salvar os elefantes de
rinocerontes na Terra, quando haviam 600 mil em
                                                                                       Camarões
meados do século 20. Na África do Sul, onde a maioria
dos rinocerontes vive, um é morto a cada 13 horas em                                   Mike Loomis tem retornado às selvas de Camarões
função da procura pelos chifres. Existem aproximada-                                   todos os anos, por 15 anos, porque ama os elefantes e
mente 600 mil elefantes na África, um terço do número
de poucas décadas atrás. Os especialistas estimam que                                          Loomis e equipe colocam uma coleira em um elefante no Parque
25 mil elefantes foram mortos em 2011 para retirar seu                                             Nacional de Mt. Cameroon. ©North Carolina Zoological Park
marfim. (Não há números confiáveis do total de ele-
fantes no sul da Ásia.) Menos tigres estão sendo mor-
tos, ainda assim há uma crise conservacionista. Hoje,
aproximadamente 3.200 tigres vivem nas florestas, 3%
do número de um século atrás. Os tigres tornaram-se
extintos em 11 dos 24 países asiáticos onde prospera-
vam no passado.
Geralmente, guardas florestais e autoridades de segu-
rança pública locais não são páreo para caçadores
ilegais armados com AK-47s e lança-granadas, ou as
redes de tráfico que tentam corromper funcionários do
governo para facilitar a movimentação das partes dos
animais caçados ilegalmente através das fronteiras. As
autoridades alertam que, em alguns países, o dinheiro
vindo da caça ilegal da vida silvestre financia a compra
de armas e munições, exacerbando conflitos regionais.                                  quer salvá-los. “Sou apaixonado pela preservação dos
O tráfico de vida silvestre também representa um risco                                 elefantes”, diz o veterinário chefe do Parque Zoológico
para a saúde pública. Até 75% das doenças humanas,                                     da Carolina do Norte, “e eu realmente gosto de
tais como a Sars, gripe aviária ou o vírus Ebola, podem                                Camarões e de seu povo. Gosto de trabalhar no campo.
ter sido causador por agentes infecciosos transmitidos                                 É difícil fisicamente, mas vale a pena.”
de animais para humanos. O comércio ilícito de ani-
                                                                                       Como parte de seu trabalho no Parque Zoológico
mais ou de suas partes contorna os controles de saúde
pública e pode por populações humanas em risco de                                      da Carolina do Norte, Loomis, que também leciona
doenças, de acordo com funcionários do Bureau de                                       medicina zoológica na Faculdade de Medicina
Oceanos, Meio Ambiente e Ciência do Departamento                                       Veterinária da Universidade Estadual da Carolina do
de Estado.                                                                             Norte, desenvolveu e agora coordena um projeto de
      No início dos anos 1990, o comércio de ossos de tigre em função da procura por
                                                                                       preservação dos elefantes em Camarões.
       remédios tradicionais se tornou uma grande ameaça. ©incamerastock/Alamy         Estima-se que ainda existam de 1 mil a 5 mil elefantes
                                                                                       africanos em Camarões. Populações foram decimadas
                                                                                       por caçadores ilegais que buscam presas de marfim
                                                                                       e por populações humanas invadindo o habitat dos
                                                                                       elefantes. Para salvar os elefantes, Loomis e uma equipe
                                                                                       que inclui funcionários e especialistas em vida silvestre
                                                                                       camaroneses, passam dois meses por ano rastreando e
                                                                                       colocando coleiras nos elefantes.
                                                                                       “Entendendo os padrões de movimentação dos
                                                                                       elefantes, teremos uma ideia de quando eles deixam
                                                                                       áreas protegidas e para onde eles vão quando deixam
                                                                                       as áreas protegidas”, disse Loomis.
Respeitar e proteger

“Simplesmente diga não”
As autoridades apontam a forte demanda por produ-
tos específicos provenientes da vida silvestre como o
principal catalisador do tráfico, assim, muitos esforços
para parar o tráfico incluem campanhas dirigidas aos
consumidores.
Por exemplo, com financiamento da Agência dos Esta-
dos Unidos para o Desenvolvimento Internacional, a
Fundação Freeland faz campanhas de conscientização
usando vídeos, pôsteres, outdoors, websites e uma uni-
dade de educação móvel em partes do mundo onde é
alta a demanda por produtos provenientes de espécies
ameaçadas.
Incentivos econômicos, práticas culturais ou religio-
sas e a simples falta de conscientização do consumidor
contribuem para a demanda. Reverter práticas tradicio-
nais e resistir a pressões sociais é difícil, mas as conse-
quências em longo prazo de fracassar nisso podem ser
devastadoras.
O marfim é apreciado para o uso em joias, ornamen-
tos e esculturas religiosas e é considerado um item de
luxo. Uma onda de abates de rinocerontes foi parcial-
mente atribuída a alegações infundadas de que seu chi-
fre pode curar o câncer, ressacas e impotência, entre
outros males. Tigres são caçados por itens decorativos
como tapetes ou enfeites de parede, como souvenirs e
curiosidades, e para remédios tradicionais.
O fluxo de marfim da África para a Ásia Oriental é                                            É difícil calcular o número exato, mas as autoridades estimam que a quantidade de marfim
estimado em 72 toneladas por ano, no valor de US$ 62                                                     confiscada em 2011 foi de aproximadamente 24 toneladas. ©Stockbyte/Thinkstock
milhões, e equivale a 7 mil elefantes. O preço do pó de
chifre de rinoceronte atingiu de US$ 20 mil a US$ 30
                                                                                             criminosos não hesitam em usar a violência ou amea-
mil por quilo e as peles eram vendidas no varejo por até
                                                                                             ças de violência contra aqueles que possam ficar no seu
US$ 20 mil em 2009.
                                                                                             caminho. Apesar de esforços internacionais coorde-
Redes do crime organizado são atraídas pelo tráfico                                          nados para parar o tráfico de vida silvestre, a ameaça
de vida silvestre pela alta lucratividade e baixo risco                                      continua porque a demanda é alta e é possível ganhar
de punição. Na gestão internacional de transporte, os                                        muito dinheiro.
 Dos menos de 5 mil rinocerontes negros que restam na África, um tipo, o rinoceronte negro
     da África Ocidental, foi declarado extinto em 2011. ©Images of Africa Photobank/Alamy
                                                                                             O que está sendo feito para parar o tráfico de vida
                                                                                             silvestre?
                                                                                             Muitos governos, órgãos intergovernamentais, organi-
                                                                                             zações de segurança pública e grupos conservacionis-
                                                                                             tas não governamentais estão trabalhando para acabar
                                                                                             com o tráfico de vida silvestre. Mais de 170 nações
                                                                                             aderiram à Convenção sobre Comércio Internacional
                                                                                             das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de
                                                                                             Extinção (Cites), que estabelece normas visando asse-
                                                                                             gurar que o comércio internacional de vida silvestre
                                                                                             não ameace a sobrevivência de nenhuma espécie de
                                                                                             fauna ou flora silvestre. Em 1973, os Estados Unidos
                                                                                             estavam entre os 21 signatários originais.
Respeitar e proteger




                 As reservas do tigre da Índia ajudaram a estabilizar os números, mas a caça ilegal nos últimos anos colocam em risco o tigre de Bengala. ©blickwinkel/Alamy

Em 2005, o Departamento de Estado                   Um dos focos principais envolve                                 Internacional para a Conserva-
dos EUA criou a Coalizão contra o                   a criação de um sistema global de                               ção da Natureza, Conservação da
Tráfico de Vida Silvestre para coor-                redes regionais de fiscalização da                              Vida Selvagem, Fundo Mundial
denar os esforços contra o tráfico                  vida silvestre, inclusive a Rede                                para a Natureza, Traffic Interna-
entre os EUA e agências governa-                    de Fiscalização da Vida Silves-                                 cional, Fundo Internacional para
mentais estrangeiras, organizações                  tre da Associação das Nações do                                 o Bem-Estar Animal, Conservação
internacionais, organizações não                    Sudeste Asiático na Tailândia e a                               Internacional, Fundação da Vida
governamentais (ONGs) e o setor                     Rede de Fiscalização da Vida Sil-                               Selvagem Africana, WildAid e
privado. A estratégia tem quatro                    vestre do Sul da Ásia, no Nepal.                                Fundação Freeland.
objetivos principais:                               Em abril de 2012, diversos países                               Apesar de governos e ONGs enfren-
                                                    centro-africanos concordaram em                                 tarem questões políticas, econô-
•  Melhorar a capacidade de
                                                    estabelecer uma rede de fiscaliza-                              micas e conservacionistas, eles
  fiscalização;
                                                    ção da vida silvestre.                                          concordam que a forma mais efi-
•  Reduzir a demanda do
  consumidor;                                       As redes trabalham intimamente                                  ciente para reduzir o tráfico de vida
•  Implantar punições mais severas                  ligadas a organizações de segu-                                 silvestre e seus devastadores efei-
  para crimes contra a vida                         rança pública por meio do Con-                                  tos é cortar a demanda dos consu-
  silvestre; e                                      sórcio Internacional de Combate                                 midores por produtos derivados da
•  Catalisar a vontade política                     a Crimes contra a Vida Silvestre                                escarça vida silvestre.
  entre os países fornecedores e                    e com grandes organizações con-
  consumidores.                                     servacionistas, inclusive a União


                                                                      D e pa r ta m e n t o d e E s ta d o d o s E U A
Outubro 2012                                                          Bure au de Progr amas de Informações Internacionais

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Combating Wildlife Trafficking Portuguese

  • 1. Embaixada dos Estados Unidos da América Combate ao tráfico de vida silvestre: Respeitar e proteger Para lutar contra a caça ilegal de elefantes, a Fundação Big Life posicionou 250 guardas florestais, 21 postos avançados e 14 veículos de patrulha ao longo dos 800 mil hectares do ecossistema Amboseli, no Quênia e na Tanzânia. ©Big Life Foundation O comércio ilícito de espécies necessidades econômicas. Recei- Os rinocerontes negros estão criticamente ameaçados e a ameaçadas e em perigo é tas com o turismo, por exemplo, forte demanda por chifres de rinocerontes representam um negócio multibilioná- podem ser perdidas se as nações uma ameaça constante às pequenas populações. rio, e a demanda intensa e crescente em desenvolvimento não puderem ©Robert Harding World Imagery/Alamy por produtos derivados de animais contar com suas espécies únicas terrestres icônicos da África e sul para atrair visitantes. da Ásia – elefantes, rinocerontes e A alta demanda, combinada com tigres – ameaça a paz e a segurança difíceis questões de fiscalização, em ambas as regiões. atrai as redes criminosas trans- A perda da biodiversidade afeta nacionais, também envolvidas na os suprimentos de água doce e a lavagem de dinheiro e no tráfico produção de alimentos, e rouba de armas e narcóticos. Os altos das comunidades locais seus preços para produtos provenien- recursos econômicos. Nos países tes da vida silvestre nutrem a em desenvolvimento, as famílias corrupção, ameaçando o Estado na zona rural dependem frequen- de Direito e frustrando o desen- temente de animais silvestres volvimento econômico em países e de plantas locais para suas fornecedores.
  • 2. Respeitar e proteger Apesar de ser impossível rastrear com precisão essas populações animais, os abates ilícitos estão atingindo Veterinário americano trabal- proporções de crise. Existem apenas cerca de 25 mil ha para salvar os elefantes de rinocerontes na Terra, quando haviam 600 mil em Camarões meados do século 20. Na África do Sul, onde a maioria dos rinocerontes vive, um é morto a cada 13 horas em Mike Loomis tem retornado às selvas de Camarões função da procura pelos chifres. Existem aproximada- todos os anos, por 15 anos, porque ama os elefantes e mente 600 mil elefantes na África, um terço do número de poucas décadas atrás. Os especialistas estimam que Loomis e equipe colocam uma coleira em um elefante no Parque 25 mil elefantes foram mortos em 2011 para retirar seu Nacional de Mt. Cameroon. ©North Carolina Zoological Park marfim. (Não há números confiáveis do total de ele- fantes no sul da Ásia.) Menos tigres estão sendo mor- tos, ainda assim há uma crise conservacionista. Hoje, aproximadamente 3.200 tigres vivem nas florestas, 3% do número de um século atrás. Os tigres tornaram-se extintos em 11 dos 24 países asiáticos onde prospera- vam no passado. Geralmente, guardas florestais e autoridades de segu- rança pública locais não são páreo para caçadores ilegais armados com AK-47s e lança-granadas, ou as redes de tráfico que tentam corromper funcionários do governo para facilitar a movimentação das partes dos animais caçados ilegalmente através das fronteiras. As autoridades alertam que, em alguns países, o dinheiro vindo da caça ilegal da vida silvestre financia a compra de armas e munições, exacerbando conflitos regionais. quer salvá-los. “Sou apaixonado pela preservação dos O tráfico de vida silvestre também representa um risco elefantes”, diz o veterinário chefe do Parque Zoológico para a saúde pública. Até 75% das doenças humanas, da Carolina do Norte, “e eu realmente gosto de tais como a Sars, gripe aviária ou o vírus Ebola, podem Camarões e de seu povo. Gosto de trabalhar no campo. ter sido causador por agentes infecciosos transmitidos É difícil fisicamente, mas vale a pena.” de animais para humanos. O comércio ilícito de ani- Como parte de seu trabalho no Parque Zoológico mais ou de suas partes contorna os controles de saúde pública e pode por populações humanas em risco de da Carolina do Norte, Loomis, que também leciona doenças, de acordo com funcionários do Bureau de medicina zoológica na Faculdade de Medicina Oceanos, Meio Ambiente e Ciência do Departamento Veterinária da Universidade Estadual da Carolina do de Estado. Norte, desenvolveu e agora coordena um projeto de No início dos anos 1990, o comércio de ossos de tigre em função da procura por preservação dos elefantes em Camarões. remédios tradicionais se tornou uma grande ameaça. ©incamerastock/Alamy Estima-se que ainda existam de 1 mil a 5 mil elefantes africanos em Camarões. Populações foram decimadas por caçadores ilegais que buscam presas de marfim e por populações humanas invadindo o habitat dos elefantes. Para salvar os elefantes, Loomis e uma equipe que inclui funcionários e especialistas em vida silvestre camaroneses, passam dois meses por ano rastreando e colocando coleiras nos elefantes. “Entendendo os padrões de movimentação dos elefantes, teremos uma ideia de quando eles deixam áreas protegidas e para onde eles vão quando deixam as áreas protegidas”, disse Loomis.
  • 3. Respeitar e proteger “Simplesmente diga não” As autoridades apontam a forte demanda por produ- tos específicos provenientes da vida silvestre como o principal catalisador do tráfico, assim, muitos esforços para parar o tráfico incluem campanhas dirigidas aos consumidores. Por exemplo, com financiamento da Agência dos Esta- dos Unidos para o Desenvolvimento Internacional, a Fundação Freeland faz campanhas de conscientização usando vídeos, pôsteres, outdoors, websites e uma uni- dade de educação móvel em partes do mundo onde é alta a demanda por produtos provenientes de espécies ameaçadas. Incentivos econômicos, práticas culturais ou religio- sas e a simples falta de conscientização do consumidor contribuem para a demanda. Reverter práticas tradicio- nais e resistir a pressões sociais é difícil, mas as conse- quências em longo prazo de fracassar nisso podem ser devastadoras. O marfim é apreciado para o uso em joias, ornamen- tos e esculturas religiosas e é considerado um item de luxo. Uma onda de abates de rinocerontes foi parcial- mente atribuída a alegações infundadas de que seu chi- fre pode curar o câncer, ressacas e impotência, entre outros males. Tigres são caçados por itens decorativos como tapetes ou enfeites de parede, como souvenirs e curiosidades, e para remédios tradicionais. O fluxo de marfim da África para a Ásia Oriental é É difícil calcular o número exato, mas as autoridades estimam que a quantidade de marfim estimado em 72 toneladas por ano, no valor de US$ 62 confiscada em 2011 foi de aproximadamente 24 toneladas. ©Stockbyte/Thinkstock milhões, e equivale a 7 mil elefantes. O preço do pó de chifre de rinoceronte atingiu de US$ 20 mil a US$ 30 criminosos não hesitam em usar a violência ou amea- mil por quilo e as peles eram vendidas no varejo por até ças de violência contra aqueles que possam ficar no seu US$ 20 mil em 2009. caminho. Apesar de esforços internacionais coorde- Redes do crime organizado são atraídas pelo tráfico nados para parar o tráfico de vida silvestre, a ameaça de vida silvestre pela alta lucratividade e baixo risco continua porque a demanda é alta e é possível ganhar de punição. Na gestão internacional de transporte, os muito dinheiro. Dos menos de 5 mil rinocerontes negros que restam na África, um tipo, o rinoceronte negro da África Ocidental, foi declarado extinto em 2011. ©Images of Africa Photobank/Alamy O que está sendo feito para parar o tráfico de vida silvestre? Muitos governos, órgãos intergovernamentais, organi- zações de segurança pública e grupos conservacionis- tas não governamentais estão trabalhando para acabar com o tráfico de vida silvestre. Mais de 170 nações aderiram à Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites), que estabelece normas visando asse- gurar que o comércio internacional de vida silvestre não ameace a sobrevivência de nenhuma espécie de fauna ou flora silvestre. Em 1973, os Estados Unidos estavam entre os 21 signatários originais.
  • 4. Respeitar e proteger As reservas do tigre da Índia ajudaram a estabilizar os números, mas a caça ilegal nos últimos anos colocam em risco o tigre de Bengala. ©blickwinkel/Alamy Em 2005, o Departamento de Estado Um dos focos principais envolve Internacional para a Conserva- dos EUA criou a Coalizão contra o a criação de um sistema global de ção da Natureza, Conservação da Tráfico de Vida Silvestre para coor- redes regionais de fiscalização da Vida Selvagem, Fundo Mundial denar os esforços contra o tráfico vida silvestre, inclusive a Rede para a Natureza, Traffic Interna- entre os EUA e agências governa- de Fiscalização da Vida Silves- cional, Fundo Internacional para mentais estrangeiras, organizações tre da Associação das Nações do o Bem-Estar Animal, Conservação internacionais, organizações não Sudeste Asiático na Tailândia e a Internacional, Fundação da Vida governamentais (ONGs) e o setor Rede de Fiscalização da Vida Sil- Selvagem Africana, WildAid e privado. A estratégia tem quatro vestre do Sul da Ásia, no Nepal. Fundação Freeland. objetivos principais: Em abril de 2012, diversos países Apesar de governos e ONGs enfren- centro-africanos concordaram em tarem questões políticas, econô- •  Melhorar a capacidade de estabelecer uma rede de fiscaliza- micas e conservacionistas, eles fiscalização; ção da vida silvestre. concordam que a forma mais efi- •  Reduzir a demanda do consumidor; As redes trabalham intimamente ciente para reduzir o tráfico de vida •  Implantar punições mais severas ligadas a organizações de segu- silvestre e seus devastadores efei- para crimes contra a vida rança pública por meio do Con- tos é cortar a demanda dos consu- silvestre; e sórcio Internacional de Combate midores por produtos derivados da •  Catalisar a vontade política a Crimes contra a Vida Silvestre escarça vida silvestre. entre os países fornecedores e e com grandes organizações con- consumidores. servacionistas, inclusive a União D e pa r ta m e n t o d e E s ta d o d o s E U A Outubro 2012 Bure au de Progr amas de Informações Internacionais