2. OBJETIVOS
Estudar as alterações da fala de
origem funcional, organofuncional e
neurológica.
3. LINGUAGEM
Qualquer meio sistemático de comunicar idéias ou sentimentos
através de signos convencionais, sonoros, gráficos, gestuais, etc.
Depende da integridade do sistema nervoso central e do sistema
auditivo.
4. FALA
Fala é o ato motor que expressa a linguagem. É um processo
complexo que envolve o sistema neuromuscular.
O sistema nervoso central comanda os músculos que produzem
sons isolados ou em seqüência.
A fala depende da integridade da área de Broca, do córtex motor
suplementar e primário, dos tratos piramidal e extra piramidal, do
tronco cerebral, do cerebelo assim como dos nervos cranianos.
Também estão envolvidos na produção da fala: lábios, língua,
bochechas, palato mole, dentes, mandíbula, faringe, laringe e os
músculos da respiração
6. AQUISIÇÃO DA FALA
4 – 6 meses: emissão de vogais isoladas, utiliza sons mais guturais.
8 – 10 meses: início da compreensão de palavras como: mamãe, papai,
emissão de sílabas com padrão consoante-vogal, repete os sons.
1 ano: início da emissão de palavras significativas.
1 ano e 3 meses: vocabulário expressivo = 10 palavras
1 ano e 8 meses: vocabuláio expressivo = 50 palavras; início da
combinação de 2 palavras.
1 ano e 8 meses - 2 anos: crescimento quantitativo do vocabuláio
expressivo = 150 palavras; uso do plural e de interrogação como: que,
onde; começa a utilizar orações negativas, substantivos e adjetivos.
7. 2 anos - 2 anos e 6 meses: vocabulário expressivo > 200 palavras; uso de pronome
na 1ª pessoa: eu, meu, minha; começa a aparecer frases de 3 elementos.
2 anos e 6 meses - 3 anos: estrutura frasal com 4 elementos;; uso sistemático de
pronomes ( eu, tu, ele, ela) e dos artigos definidos (o, a).
2 anos e 6 meses - 3 anos e 6 meses: sons que a criança deve falar: /m/, /n/, /p/,
/b/, /t/, /d/, /k/, /f/, /v/, /l/, /s/, /z/, /g/, /x/, / /.ʒ
3 anos - 3 anos e 6 meses: aumento da complexidade das frases interrogativas e
dos verbos auxiliares “ser” e “haver”; início das frases com futuro (por exemplo: vou
fazer).
3 anos e 6 meses – 4 anos e 6 meses: idem + /r/
3 anos e 6 meses – 5 anos: vocabulário > 6000 palavras;
4 anos e 6 meses – 5 anos e 6 meses: idem + (r)v.
AQUISIÇÃO DA FALA
8. "Crianças com habilidades mentais e
motoras normais adquirem
aproximadamente 7 novas palavras por
dia de 18 meses até 6 anos de idade“
Marshall et al., 1984
AQUISIÇÃO DA FALA
9. FONÉTICA x FONOLOGIA
Tanto a fonética como a fonologia, tratam da linguagem humana
enquanto ciência.
A fonética estuda os sons da língua em sua realização concreta,
independente de sua função lingüística. É na fonética que se
estuda, analisa e classifica-se a produção e percepção dos
sons da fala.
À fonologia cabe estudar os sons do ponto de vista funcional,
como elementos que integram um sistema lingüístico determinado.
Estuda os elementos fônicos que distinguem, numa mesma
língua, duas mensagens de sentido diferente. Ex: sábia - sabia -
sabiá
10. CLASSIFICAÇÃO DAS ALTERAÇÕES
As alterações de fala são classificadas em: dislalia,
disartria, dispraxia ou disglossia.
As dislalias, de maneira geral, são consideradas as
mais simples de serem avaliadas e tratadas. Muitas
vezes são classificadas como sendo de origem
ambiental e ou emocional e na maior parte das vezes
são crianças de um a seis anos que apresentam
dificuldades com a aquisição da linguagem e de seus
sons. Hoje são também consideradas como portadoras
de distúrbios fonológicos.
11. As disartrias e dispraxias são as mais evidentes de
serem reconhecidas e sempre tem como causa uma
alteração neurológica e ainda hoje assim são
classificadas.
A disartria é uma alteração da fala de etiologia
neurogênica, ou seja, não compreende patologias da
fala associadas aos defeitos estruturais somáticos ou
psicológicos. A disartria pode afetar tanto os
movimentos voluntários, coordenados pelo sistema
nervoso piramidal, como os involuntários, coordenado
pelo sistema extrapiramidal.
CLASSIFICAÇÃO DAS ALTERAÇÕES
12. As disglossias eram as alterações de fala, que
tinham como causa uma alteração anatômica.
O nome, bastante inadequado, pois era usado
não somente para definir as alterações da
língua como para qualquer outra alteração
anatômica. Em desuso atualmente.
CLASSIFICAÇÃO DAS ALTERAÇÕES
13. Zorzi (1998) propõe classificar as alterações da fala em fonológicas,
neurogênicas e músculo-esqueletais.
As alterações músculo-esqueletais correspondem aos distúrbios
causados por problemas na musculatura, ossos (ausência de
dentes) ou cartilagens envolvidas na produção da fala.
Nas alterações de fala de origem musculoesquelética, o que mais
freqüentemente se altera é o ponto articulatório e não o modo de
articulação. A fala, quando alterada, pode se apresentar com
palavras que tenham fonemas omitidos, substituídos, distorcidos ou
articulados de forma imprecisa.
CLASSIFICAÇÃO DAS ALTERAÇÕES
14. As possíveis causas de uma distorção, são as
alterações anatômicas da face, da boca e de suas
estruturas e o posicionamento inadequado dos
órgãos fonoarticulatórios principalmente de língua,
lábios e dentes. Os indivíduos que distorcem, estão
buscando ajustes ou compensações para uma fala mais
inteligível.
As distorções ocorrem mais freqüentemente nos
sibilantes e no /r/ brando. Ex: ceceio lateral
CLASSIFICAÇÃO DAS ALTERAÇÕES
DISTORÇÕES
15. A imprecisão articulatória, ao contrário da distorção,
costuma afetar a fala como um todo e pode ter muitos
fatores como causa: a velocidade da fala, as próteses
mal adaptadas, a respiração oral, as otites de
repetição levando a alterações de audição,
quantidade de saliva inadequada, má oclusão, cansaço,
medicamentos, ingestão de bebidas alcoólicas,
modificação do tônus, ansiedade, depressão, articulação
mais fechada dificultando a emissão correta dos sons,
além das causas de origem neurológica.
CLASSIFICAÇÃO DAS ALTERAÇÕES
IMPRECISÃO ARTICULATÓRIA
16. AVALIAÇÃO
Inicialmente caracterizar se o problema de fala é de origem
fonológica, neurológica ou musculoesquelética.
No exame será importante observar: a morfologia, o tônus e a
mobilidade das estruturas moles da boca e da face, além da
morfologia das estruturas duras da face e da boca.
Conformação e saúde dos dentes, qual tipo de oclusão existe,
assim como qual é a tipologia facial predominante.
17. É importante observar quais tipos de compensações são
utilizadas, e qual é o comprometimento que a alteração encontrada
causa na inteligibilidade geral. Conhecer o que o paciente e a sua
família acham do problema também ajuda, a saber, se haverá
ou não adesão ao trabalho fonoaudiológico.
Examinar as outras funções estomatognáticas do paciente pode dar
indicativos de que o problema de fala pode estar associado a estas
funções ou mesmo ser conseqüência de uma delas.
AVALIAÇÃO
18. AVALIAÇÃO
A sua fala é:
a. correta: sim não às vezes não sabe
b. é bem entendido: sim não às vezes não sabe
c. com salivação excessiva: sim não às vezes não sabe
d. articulação muito trancada: sim não às vezes não sabe
e. ceceio anterior: sim não às vezes não sabe
f. ceceio lateral: sim não às vezes não sabe
g. descreva o problema de fala:_____________________________
h. este problema interfere nas suas atividades de trabalho ou sociais:
sim não às vezes não sabe
i. se interfere relate como: __________________________________
19. Exame da Fala
Normal Alterada
Observar a fala espontânea e classificar as alterações em:
omissões: __________________________________________________________
substituições: _______________________________________________________
distorções: _________________________________________________________
imprecisões: ________________________________________________________
Usando figuras temáticas, figuras simples, listas de palavras, repetição e/ou leitura observar:
omissões: __________________________________________________________
substituições: _______________________________________________________
distorções: __________________________________________________________
imprecisões: ________________________________________________________
Pedir para repetir todos os fonemas, dando o modelo, e anotar os que não consegue ou
distorce:________________________________________________________________________
_________________________________________________________
20. Exame da Fala
Durante a fala observar:
presença de baba: sim não
excesso de salivação: sim não acúmulo nas comissuras: sim não
se a articulação é muito trancada: sim não
se existem movimentos exagerados de mandíbula: sim não
desvio de mandíbula: D E para frente
se existem movimentos exagerados de lábios: sim não
se a língua fica posicionada em baixo a maior parte do tempo: sim não
se fala muito baixo: sim não alto: sim não
se fala muito rápido: sim não devagar: sim não
se existem problemas de voz: sim não
se existem problemas de linguagem: sim não
se há distorção nos sibilantes: descrever______________________________
_____________________________________________________________________
Outras observações:_____________________________________________________
21. TERAPIA
O objetivo da terapia será, muitas vezes, o de compensar as
alterações e otimizar a produção da fala, além de ajudar o paciente
a compreender o que ele tem, auxiliando-o a encontrar as soluções
mais pertinentes para seu caso.
O alvo inicial de terapia é encontrar a verdadeira e correta
causa do que está levando àquela modificação na fala.
Importante procurar saber “quanto” a alteração interfere na vida do
indivíduo e qual o grau de percepção que o paciente tem de seu
problema