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Economia da Cultura e 
Economia Criativa
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Renan Carlos Nunes De Souza 
Rodrigo Benites Gonçalves da Silva 
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Economia da Cultura e Economia Criativa 
Aula 01 
A relação da cultura com a economia: caminhos para o desenvolvimento humano e social mundial/local. 
Objetivos Específicos 
• 
Compreender a importância da cultura no desempenho da economia internacional, nacional e local. 
Temas 
Introdução1 A economia, a cultura e o desenvolvimento Considerações finaisReferências 
Soledad Galhardo 
Professora
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Economia da Cultura e Economia Criativa 
3 
Introdução 
Em 1958, o economista canadense, naturalizado norte-americano, John Kenneth Galbraith, 
afirmava em sua obra A sociedade afluente que, em um futuro não muito distante, o motor 
da economia seriam a engenhosidade e a criatividade humanas, traduzidas pelas produções e 
consumo de bens culturais, com vida independente da economia tradicional, que tem como 
principais ingredientes as vantagens competitivas, o capital e a mão de obra barata. 
Hoje assistimos a uma crescente expansão econômica por meio dos bens intangíveis, 
isto é, por meio da produção simbólica, que caracteriza a produção cultural, numa crescente 
acumulação de riquezas geradas pelo talento, pela criatividade e engenho humanos. 
O fenômeno da globalização, que pode ameaçar a existência das diferentes culturas 
dos mais diversos recantos do mundo carrega em si também a capacidade de multiplicar as 
possibilidades de intercâmbio e de interação intercultural. 
É nesse complexo tecido tramado com os fios de diversas culturas, sejam elas locais ou 
globais, em que perpassam muitos interesses comerciais de conglomerados globais da 
indústria da comunicação e como também de autenticidade e da originalidade da celebração 
coletiva de pequenas comunidades, é que a economia e a cultura vão construindo um novo 
campo de estudos: a economia da cultura. 
Antes de prosseguir, é necessário que você leia o capítulo 1, da página 25 
à 30, do livro Economia da cultura: ideias e vivências (MARCO, REIS, 2009), 
Capítulo 1, Economia da cultura e Desenvolvimento, Estratégias Nacionais e 
Panorama Global, que trata da relação das teorias econômicas com a economia 
gerada pela cultura no link disponibilizado na Midiateca. As autoras apresentam 
a cultura não como política cultural, que se propõe a definir os rumos da política 
cultural, e defendem ainda que economia da cultura tampouco deva se curvar 
à economia ou ao mercado. 
1 A economia, a cultura e o desenvolvimento 
A economia é considerada ciência de alocação de recursos escassos como o trabalho, o 
dinheiro, as matérias-primas, a água, os alimentos. etc. Ela opera com escolhas, utilizando-se 
de muitos modelos para propor soluções para objetivos traçados por uma empresa, 
um governo, ou qualquer tipo de organização. É uma ciência que evolui, se transforma, 
acumulando diversas correntes de pensamento econômico desde a expansão mercantilista, 
como ensina Reis (2008).
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Economia da Cultura e Economia Criativa 
4 
São duas as suas dimensões de estudo: a microeconomia que estuda os agentes 
econômicos individuais como as empresas, as famílias, o governo, os trabalhadores, como 
também as teorias da oferta, da demanda e do preço. A sua outra dimensão é a macroeconomia, 
que segundo Reis (2008), trata de questões mais abrangentes, como a contabilidade nacional, 
a demanda e a oferta agregadas e o equilíbrio entre renda, produto, moeda e juros. 
Mas, afinal, o que é cultura? Podemos dizer que não há palavra mais difícil 
de definir do que a palavra cultura, justamente pelo excesso de estudos e 
conceitos, todos desenvolvidos nos campos das humanidades: filosofia, ciências 
sociais, sociologia, história, antropologia, todas essas ciências possuem definições 
específicas de cultura, adaptadas e adequadas à delimitação de fronteiras do 
conhecimento que cada um desses campos recobre (SANTAELLA, 1996). 
São múltiplas abordagens e qualificações para o termo cultura: greco-romana, agrícola, 
nacional, culturas dos séculos, cultura das mídias, digital, etc. 
Por meio do conceito socioantropológico entende-se essa esfera de forma mais ampla 
com implicações diretas nas dimensões da vida social, nas produções de bens simbólicos, 
vinculadas às formas de desenvolvimento – estético, econômico, social e político, em 
movimentos que se influenciam, dialogam e se hibridizam. 
Pode-se compreender a cultura como totalidade dos sistemas de 
significados através dos quais um grupo de seres humanos mantém a sua 
coesão, seus valores, identidade e sua interação no mundo. Esses sistemas de 
significação englobam não apenas todas as artes (literatura, cinema, pintura, 
música, pintura, as várias atividades sociais e padrões de comportamento), mas 
também os métodos estabelecidos pelos quais a comunidade preserva sua 
memória e seu sentido de identidade, seus mitos, história, sistemas de lei, 
crença religiosa, etc., como diz A. Shukman (apud SANTAELLA, 1996). 
No entanto, quando a cultura é considerada como um produto, fazeres e manifestações 
culturais ou expressões estéticas - shows, artesanatos, teatro, musicais e tantos outros 
produtos culturais -, inicia-se a relação de seu valor simbólico interagindo com seu valor 
econômico.
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5 
Essa relação toma rumos mais expressivos: a cultura se torna valor central do 
desenvolvimento, constituindo-se no próprio contexto em que o progresso econômico 
ocorre, tornando-se ela própria o objeto do desenvolvimento. 
Cabe aqui analisar o que é desenvolvimento e o que é crescimento. Há uma distinção 
entre esses dois termos: o crescimento se refere a metas quantificáveis, tangíveis, numéricas, 
como por exemplo, a renda de um Produto Interno Bruto, ou uma renda individual. O 
crescimento é uma face do desenvolvimento. 
O desenvolvimento analisa os valores intangíveis, o bem-estar, a qualidade de vida de 
uma sociedade, sua liberdade, os valores da dimensão humana. 
A World Values Survey (pesquisa mundial de valores) é um levantamento que busca o 
mapeamento de valores humanos em diversos campos: política, economia, religião, 
comportamento sexual, valores familiares, identidade, engajamento civil, proteção 
ambiental, progresso científico, tecnológico, felicidade humana. A pesquisa analisou, entre 
outros fatores, não só a influência da cultura no desenvolvimento econômico, como também 
a influência do desenvolvimento econômico sobre a vida cultural, como o aumento da 
autoestima de uma sociedade. 
Desde novembro de 2005 os dados da pesquisa mundial de valores estão 
disponíveis on-line. Consulte o site acessando à Midiateca. 
Assim, o desenvolvimento econômico é influenciado pelo setor cultural, que é influenciado 
pelo desenvolvimento econômico (REIS, 2007). 
Dessa forma, por meio da cultura é possível promover o desenvolvimento humano, social 
e econômico num movimento em permanente estado de transformação, que não para no 
tempo e no espaço, e que se revitaliza, se resignifica e se reinventa no diálogo entre tradição 
e invenção, sempre desejante do futuro. 
1.2 Como nasce a economia da cultura 
O estudo da economia da cultura nasce em 1965, quando os economistas Willian 
Baumol e Willian Bowen receberam um convite pouco comum da Fundação Ford, 
para analisarem uma questão que os preocupava: entender por que as produções 
musicais e cênicas tinham custos crescentes, se comparados ao resto da economia, 
levando vários teatros e casas de espetáculos a fechar as portas. (REIS, 2007, p.15)
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6 
A fundação era responsável pela viabilidade econômica de várias companhias teatrais, 
espetáculos de balé e orquestras e estava muito preocupada com os altos custos das 
produções que financiava. 
Os economistas realizaram uma análise dos teatros e apresentações de shows da 
Broadway, área de concentração de muitas produções culturais. 
Em 1965, Baumol e Bowen publicaram seus estudos sobre as atividades culturais, e por 
isso podemos reconhecê-los como os precursores da economia da cultura. 
A explicação foi que essas produções utilizavam mão-de-obra de maneira intensiva, 
não se beneficiando dos avanços tecnológicos que aumentavam a produtividade dos 
outros setores. Em outras palavras, para executar uma sinfonia de Beethoven 
continuava sendo necessário o mesmo número de músicos, apesar da evolução da 
tecnologia, que promove o custo baixo de produção e distribuição de bens culturais. 
(REIS, 2007, p. 16) 
Hoje, com o avanço da tecnologia, ainda assim precisamos de músicos 
tocando seus instrumentos para compor uma orquestra. A diferença é que 
usamos a tecnologia para compor uma orquestra global, sem que os músicos 
deixem as suas casas, como a Orquestra Sinfônica do Youtube. Acesse a 
Midiateca para assistir a uma apresentação dessa orquestra. 
“O grande mérito desse relatório foi ter transformado a cultura em um campo de estudo da 
economia” (REIS, 2007, p. 15). “De lá para cá, a economia da cultura vem crescendo. Em 1975, 
ganhou uma publicação específica, o Journal of Cultural Economics. Em 1992, foi reconhecida 
como disciplina econômica pela American Economic Association” (REIS, 2007, p. 16). 
Depois da criação do Departamento da Economia da cultura do BNDES, a economia da 
cultura tornou-se um ramo importante das ciências econômicas. Esse campo se dedica aos 
produtos e aos serviços que, além de ter um potencial econômico, possui um valor simbólico, 
como é o caso do artesanato, o turismo cultural, a moda e o design; além dos equipamentos 
culturais como os museus, centros de cultura, teatros, cinemas. 
Atualmente, a economia passa a analisar como se dá a produção cultural e a compreender 
como distribuir melhor as produções no mercado nacional e internacional. Propõe-se a 
identificar quais são os mecanismos de controle do fluxo de produção, para corrigir falhas 
de mercado e reconhecer qual é o perfil de quem demanda produtos e serviços culturais, 
verificando quais são os empecilhos para usufruir de produtos e serviços culturais como
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7 
distribuição de equipamentos, levantar dados sobre os impactos de um setor cultural na renda 
e no nível de emprego, envolvendo a cultura e a economia no circuito do desenvolvimento 
sustentável (REIS, 2007). 
É muito difíci resolver os problemas sociais sem pensar nos problemas econômicos. 
Vivemos em uma sociedade capitalista em que a renda, as pressões do mercado e as 
imposições da demanda são inclementes. 
Do mesmo modo, não cabe pensar o econômico sem o social; já vimos que aumentar o 
PIB sem gerar oportunidades de inclusão socioeconômica e com isso distribuir a renda não é 
um caminho sustentável. 
1.3 As indústrias criativas 
O termo “indústrias criativas” surge nos anos 1980, na Austrália, mas foi o Reino Unido que 
consolidou o conceito, quando o Partido Trabalhista de Tony Blair chegou ao poder, em 1997. 
Preocupado com as desoladoras perspectivas econômicas do país, diante de um 
quadro de decadência manufatureira, o Primeiro-Ministro identificou treze setores 
que poderiam reerguer a economia nacional e eles deu o nome de “indústrias 
criativas”, já que em termos econômicos uma indústria nada mais é do que um setor. 
“O que esses setores têm em comum e portanto o que delimita o campo de estudos 
da indústria criativa é a possibilidade de gerar direitos de propriedade intelectual, em 
especial direitos autorais”. (REIS, 2007, p. 283) 
Nesse campo das indústrias culturais estão a moda, o design, a arquitetura, o cinema, a 
música, os games, a propaganda, produtos editoriais, shows, teatro, softwares, televisão e outros. 
A Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento de 2004 revelou 
indicadores que atribuíam ao vigoroso setor 7% do PIB mundial gerados pelas indústrias 
criativas e que no período de 1980 a 1998, o valor da movimentação dos produtos culturais 
saltou de US$ 95 bilhões para US$ 380 bilhões no PIB mundial (REIS, 2007). 
1.4 Economia criativa 
Em que pese a importância das indústrias criativas na economia mundial, alguns 
estudiosos defendem que o conceito de indústria criativa é limitado e deve se levar em conta 
uma visão mais abrangente, que é a da economia criativa. 
Para Lala Deheinzelin, especialista em economia criativa para o desenvolvimento e 
empreendedora cultural, a indústria criativa (AVELAR, 2010) e economia criativa são coisas 
distintas.
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Economia da Cultura e Economia Criativa 
8 
A indústria cultural é parte da indústria criativa que vem das artes. Para ela, há uma 
distorção da palavra em inglês industry que quer dizer setor. Afirma Deheinzelin que, quando 
se fala em criative industries, estamos nos referindo ao setor criativo – a indústria criativa 
replicada em massa – que tem direito de propriedade intelectual. Para a realidade brasileira, 
não é essa a chave do desenvolvimento. 
Para ela a chave do desenvolvimento é o local, valores das comunidades, a diversidade 
cultural, a ênfase no pequeno, aquilo originário de características locais e à economia informal, 
e não à produção de larga escala. 
Podemos considerar que a economia criativa para o desenvolvimento trabalha para criar 
políticas e mecanismos que tenham a horizontalidade no lugar da verticalidade. 
A horizontalidade é o local das comunidades, onde acontece a vida cotidiana, que é o 
palco das paixões humanas, lugar em que as lideranças se manifestam pelo sambista, pelo 
artesanato, pelas festas populares e tantas outras expressões culturais. A verticalidade, 
por sua vez, é o território globalizado próprio das empresas, que pretendem neutralizar as 
identidades culturais e impor uma unicidade de sentidos, normalmente por meio de valores 
hegemônicos difundidos pela mídia global. 
Também significa que é necessário trabalhar com a distribuição dos saberes e fazeres 
tradicionais e as características locais e não trabalhar apenas com a concentração dos valores 
hegemônicos, das indústrias fonográficas, cinematográficas, editoriais e do entretenimento. 
Tudo deve ser baseado no pequeno e deve ser inovador do ponto de vista de gestão e 
distribuição para que essa inovação tenha uma interface grande com a economia solidária. 
Na economia criativa, tem-se o econômico em equilíbrio com o ambiental, o simbólico 
e o social, enquanto na indústria criativa o econômico é o preponderante, com vistas à 
produção em larga escala. 
Defende ainda Deheinzelin que a indústria criativa tem como moeda os direitos de 
propriedade intelectual, e a economia criativa não. Afirma ainda que a economia criativa 
trabalha para gerar mercado e a indústria criativa trabalha para competir por mercado. 
As perspectivas de crescimento são tanto para as indústrias criativas como para os 
pequenos empreendimentos, locais, comunitários, identificados por economia criativa, diz 
Deheinzelin (AVELAR, 2010, p. 26).
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Economia da Cultura e Economia Criativa 
9 
A economia criativa se transforma numa importante estratégia para o 
desenvolvimento humano e social ao apoiar-se na criatividade individual, 
permitindo a formalização de pequenos negócios e apresentar baixas barreiras 
de entrada (AVELAR, 2010). 
Dessa forma a economia criativa promove a geração de renda e empregos, estimulando 
o empreendedorismo cultural. 
Considerações finais 
Pelo exposto, vemos que a cultura contribui para o desenvolvimento humano e social, 
preservando os valores das identidades culturais, especialmente no mundo dominado pela 
mídia hegemônica. 
A cultura coloca em questão a ideia do plural, da diversidade, traduz a criatividade como 
direito humano. 
Assim, podemos imaginar o quanto o Brasil, com suas fontes inesgotáveis de fazeres 
artísticos, manifestações estéticas e expressões culturais, representa de potencial renovador 
para o desenvolvimento econômico, humano e social. 
A Unesco vem trabalhando para a consolidação de um entendimento mais amplo da cultura, 
dissipando conceitos inerentes à diversidade cultural como ponto central para o desenvolvimento 
humano, portanto, para o desenvolvimento das nações em um mundo globalizado. 
O Relatório Mundial da Unesco – Investir na diversidade e no diálogo 
intercultural –, de 2010, pode ser considerado um dos mais belos documentos 
produzidos sobre a diversidade humana. 
Não deixe de acessar na Midiateca do Ambiente Virtual de Aprendizagem 
o link para esse relatório. Ele é matéria-prima para conhecermos e refletirmos 
sobre o mundo atual.
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Economia da Cultura e Economia Criativa 
10 
Dessa forma, consideramos de suma importância que vocês compreendam como a 
cultura pode contribuir para o desenvolvimento humano e social, e que essa preocupação se 
torne um valor que habite na sua profissão. 
Referências 
AVELAR, R. O avesso da cena. Belo Horizonte: Duo editorial, 2010. 
GALBRAITH, J. K. A sociedade afluente. EUA, 1958. 
REIS, A. C. F. Economia da Cultura e Desenvolvimento Sustentável. São Paulo: Manole, 2007. 
SANTAELLA, L. A cultura das mídias. São Paulo: Experimento, 1996. 
MARCO, K.; REIS, A. C. F. (Orgs.). Economia da Cultura: ideias e vivências. Rio de Janeiro: Publit, 
2009. Disponível em: http: <www.gestaocultural.org.br/pdf/economia-da-cultura.pdf>. Acesso 
em: 5 set. 2013.

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  • 1. Economia da Cultura e Economia Criativa
  • 2. Créditos Centro Universitário Senac São Paulo – Educação Superior a Distância Diretor Regional Luiz Francisco de Assis Salgado Superintendente Universitário e de Desenvolvimento Luiz Carlos Dourado Reitor Sidney Zaganin Latorre Diretor de Pós-Graduação Daniel Garcia Correa Gerentes de Desenvolvimento Claudio Luiz de Souza Silva Roland Anton Zottele Coordenadora de Desenvolvimento Tecnologias Aplicadas à Educação Regina Helena Ribeiro Coordenador de Operação Educação a Distância Alcir Vilela Junior Professora Autora Soledad Galhardo Revisora Técnica Ana Laura Maria Gamboggi Taddei Técnicos de Desenvolvimento Dulcineia Aparecida Lopes Marcio Castilioni Coordenadoras Pedagógicas Ariádiny Carolina Brasileiro Silva Izabella Saadi Cerutti Leal Reis Nivia Pereira Maseri de Moraes Equipe de Design Educacional Adriana Mitiko do Nascimento Takeuti Alexsandra Cristiane Santos da Silva Angélica Lúcia Kanô Cristina Yurie Takahashi Diogo Maxwell Santos Felizardo Elisangela Almeida de Souza Flaviana Neri Francisco Shoiti Tanaka João Francisco Correia de Souza Juliana Quitério Lopez Salvaia Jussara Cristina Cubbo Kamila Harumi Sakurai Simões Karen Helena Bueno Lanfranchi Katya Martinez Almeida Lilian Brito Santos Luciana Marcheze Miguel Mariana Valeria Gulin Melcon Mayra Bezerra de Sousa Volpato Mônica Maria Penalber de Menezes Mônica Rodrigues dos Santos Nathália Barros de Souza Santos Paula Cristina Bataglia Buratini Renata Jessica Galdino Sueli Brianezi Carvalho Thiago Martins Navarro Wallace Roberto Bernardo Equipe de Qualidade Aparecida Daniele Carvalho do Nascimento Gabriela Souza da Silva Vivian Martins Gonçalves Coordenador Multimídia e Audiovisual Adriano Tanganeli Equipe de Design Visual Adriana Matsuda Caio Souza Santos Camila Lazaresko Madrid Carlos Eduardo Toshiaki Kokubo Christian Ratajczyk Puig Danilo Dos Santos Netto Hugo Naoto Inácio de Assis Bento Nehme Karina de Morais Vaz Bonna Lucas Monachesi Rodrigues Marcela Corrente Marcio Rodrigo dos Reis Renan Ferreira Alves Renata Mendes Ribeiro Thalita de Cassia Mendasoli Gavetti Thamires Lopes de Castro Vandré Luiz dos Santos Victor Giriotas Marçon William Mordoch Equipe de Design Multimídia Alexandre Lemes da Silva Cláudia Antônia Guimarães Rett Cristiane Marinho de Souza Eliane Katsumi Gushiken Elina Naomi Sakurabu Emília Abreu Fernando Eduardo Castro da Silva Mayra Aniya Michel Iuiti Navarro Moreno Renan Carlos Nunes De Souza Rodrigo Benites Gonçalves da Silva Wagner Ferri
  • 3. Economia da Cultura e Economia Criativa Aula 01 A relação da cultura com a economia: caminhos para o desenvolvimento humano e social mundial/local. Objetivos Específicos • Compreender a importância da cultura no desempenho da economia internacional, nacional e local. Temas Introdução1 A economia, a cultura e o desenvolvimento Considerações finaisReferências Soledad Galhardo Professora
  • 4. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Economia da Cultura e Economia Criativa 3 Introdução Em 1958, o economista canadense, naturalizado norte-americano, John Kenneth Galbraith, afirmava em sua obra A sociedade afluente que, em um futuro não muito distante, o motor da economia seriam a engenhosidade e a criatividade humanas, traduzidas pelas produções e consumo de bens culturais, com vida independente da economia tradicional, que tem como principais ingredientes as vantagens competitivas, o capital e a mão de obra barata. Hoje assistimos a uma crescente expansão econômica por meio dos bens intangíveis, isto é, por meio da produção simbólica, que caracteriza a produção cultural, numa crescente acumulação de riquezas geradas pelo talento, pela criatividade e engenho humanos. O fenômeno da globalização, que pode ameaçar a existência das diferentes culturas dos mais diversos recantos do mundo carrega em si também a capacidade de multiplicar as possibilidades de intercâmbio e de interação intercultural. É nesse complexo tecido tramado com os fios de diversas culturas, sejam elas locais ou globais, em que perpassam muitos interesses comerciais de conglomerados globais da indústria da comunicação e como também de autenticidade e da originalidade da celebração coletiva de pequenas comunidades, é que a economia e a cultura vão construindo um novo campo de estudos: a economia da cultura. Antes de prosseguir, é necessário que você leia o capítulo 1, da página 25 à 30, do livro Economia da cultura: ideias e vivências (MARCO, REIS, 2009), Capítulo 1, Economia da cultura e Desenvolvimento, Estratégias Nacionais e Panorama Global, que trata da relação das teorias econômicas com a economia gerada pela cultura no link disponibilizado na Midiateca. As autoras apresentam a cultura não como política cultural, que se propõe a definir os rumos da política cultural, e defendem ainda que economia da cultura tampouco deva se curvar à economia ou ao mercado. 1 A economia, a cultura e o desenvolvimento A economia é considerada ciência de alocação de recursos escassos como o trabalho, o dinheiro, as matérias-primas, a água, os alimentos. etc. Ela opera com escolhas, utilizando-se de muitos modelos para propor soluções para objetivos traçados por uma empresa, um governo, ou qualquer tipo de organização. É uma ciência que evolui, se transforma, acumulando diversas correntes de pensamento econômico desde a expansão mercantilista, como ensina Reis (2008).
  • 5. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Economia da Cultura e Economia Criativa 4 São duas as suas dimensões de estudo: a microeconomia que estuda os agentes econômicos individuais como as empresas, as famílias, o governo, os trabalhadores, como também as teorias da oferta, da demanda e do preço. A sua outra dimensão é a macroeconomia, que segundo Reis (2008), trata de questões mais abrangentes, como a contabilidade nacional, a demanda e a oferta agregadas e o equilíbrio entre renda, produto, moeda e juros. Mas, afinal, o que é cultura? Podemos dizer que não há palavra mais difícil de definir do que a palavra cultura, justamente pelo excesso de estudos e conceitos, todos desenvolvidos nos campos das humanidades: filosofia, ciências sociais, sociologia, história, antropologia, todas essas ciências possuem definições específicas de cultura, adaptadas e adequadas à delimitação de fronteiras do conhecimento que cada um desses campos recobre (SANTAELLA, 1996). São múltiplas abordagens e qualificações para o termo cultura: greco-romana, agrícola, nacional, culturas dos séculos, cultura das mídias, digital, etc. Por meio do conceito socioantropológico entende-se essa esfera de forma mais ampla com implicações diretas nas dimensões da vida social, nas produções de bens simbólicos, vinculadas às formas de desenvolvimento – estético, econômico, social e político, em movimentos que se influenciam, dialogam e se hibridizam. Pode-se compreender a cultura como totalidade dos sistemas de significados através dos quais um grupo de seres humanos mantém a sua coesão, seus valores, identidade e sua interação no mundo. Esses sistemas de significação englobam não apenas todas as artes (literatura, cinema, pintura, música, pintura, as várias atividades sociais e padrões de comportamento), mas também os métodos estabelecidos pelos quais a comunidade preserva sua memória e seu sentido de identidade, seus mitos, história, sistemas de lei, crença religiosa, etc., como diz A. Shukman (apud SANTAELLA, 1996). No entanto, quando a cultura é considerada como um produto, fazeres e manifestações culturais ou expressões estéticas - shows, artesanatos, teatro, musicais e tantos outros produtos culturais -, inicia-se a relação de seu valor simbólico interagindo com seu valor econômico.
  • 6. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Economia da Cultura e Economia Criativa 5 Essa relação toma rumos mais expressivos: a cultura se torna valor central do desenvolvimento, constituindo-se no próprio contexto em que o progresso econômico ocorre, tornando-se ela própria o objeto do desenvolvimento. Cabe aqui analisar o que é desenvolvimento e o que é crescimento. Há uma distinção entre esses dois termos: o crescimento se refere a metas quantificáveis, tangíveis, numéricas, como por exemplo, a renda de um Produto Interno Bruto, ou uma renda individual. O crescimento é uma face do desenvolvimento. O desenvolvimento analisa os valores intangíveis, o bem-estar, a qualidade de vida de uma sociedade, sua liberdade, os valores da dimensão humana. A World Values Survey (pesquisa mundial de valores) é um levantamento que busca o mapeamento de valores humanos em diversos campos: política, economia, religião, comportamento sexual, valores familiares, identidade, engajamento civil, proteção ambiental, progresso científico, tecnológico, felicidade humana. A pesquisa analisou, entre outros fatores, não só a influência da cultura no desenvolvimento econômico, como também a influência do desenvolvimento econômico sobre a vida cultural, como o aumento da autoestima de uma sociedade. Desde novembro de 2005 os dados da pesquisa mundial de valores estão disponíveis on-line. Consulte o site acessando à Midiateca. Assim, o desenvolvimento econômico é influenciado pelo setor cultural, que é influenciado pelo desenvolvimento econômico (REIS, 2007). Dessa forma, por meio da cultura é possível promover o desenvolvimento humano, social e econômico num movimento em permanente estado de transformação, que não para no tempo e no espaço, e que se revitaliza, se resignifica e se reinventa no diálogo entre tradição e invenção, sempre desejante do futuro. 1.2 Como nasce a economia da cultura O estudo da economia da cultura nasce em 1965, quando os economistas Willian Baumol e Willian Bowen receberam um convite pouco comum da Fundação Ford, para analisarem uma questão que os preocupava: entender por que as produções musicais e cênicas tinham custos crescentes, se comparados ao resto da economia, levando vários teatros e casas de espetáculos a fechar as portas. (REIS, 2007, p.15)
  • 7. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Economia da Cultura e Economia Criativa 6 A fundação era responsável pela viabilidade econômica de várias companhias teatrais, espetáculos de balé e orquestras e estava muito preocupada com os altos custos das produções que financiava. Os economistas realizaram uma análise dos teatros e apresentações de shows da Broadway, área de concentração de muitas produções culturais. Em 1965, Baumol e Bowen publicaram seus estudos sobre as atividades culturais, e por isso podemos reconhecê-los como os precursores da economia da cultura. A explicação foi que essas produções utilizavam mão-de-obra de maneira intensiva, não se beneficiando dos avanços tecnológicos que aumentavam a produtividade dos outros setores. Em outras palavras, para executar uma sinfonia de Beethoven continuava sendo necessário o mesmo número de músicos, apesar da evolução da tecnologia, que promove o custo baixo de produção e distribuição de bens culturais. (REIS, 2007, p. 16) Hoje, com o avanço da tecnologia, ainda assim precisamos de músicos tocando seus instrumentos para compor uma orquestra. A diferença é que usamos a tecnologia para compor uma orquestra global, sem que os músicos deixem as suas casas, como a Orquestra Sinfônica do Youtube. Acesse a Midiateca para assistir a uma apresentação dessa orquestra. “O grande mérito desse relatório foi ter transformado a cultura em um campo de estudo da economia” (REIS, 2007, p. 15). “De lá para cá, a economia da cultura vem crescendo. Em 1975, ganhou uma publicação específica, o Journal of Cultural Economics. Em 1992, foi reconhecida como disciplina econômica pela American Economic Association” (REIS, 2007, p. 16). Depois da criação do Departamento da Economia da cultura do BNDES, a economia da cultura tornou-se um ramo importante das ciências econômicas. Esse campo se dedica aos produtos e aos serviços que, além de ter um potencial econômico, possui um valor simbólico, como é o caso do artesanato, o turismo cultural, a moda e o design; além dos equipamentos culturais como os museus, centros de cultura, teatros, cinemas. Atualmente, a economia passa a analisar como se dá a produção cultural e a compreender como distribuir melhor as produções no mercado nacional e internacional. Propõe-se a identificar quais são os mecanismos de controle do fluxo de produção, para corrigir falhas de mercado e reconhecer qual é o perfil de quem demanda produtos e serviços culturais, verificando quais são os empecilhos para usufruir de produtos e serviços culturais como
  • 8. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Economia da Cultura e Economia Criativa 7 distribuição de equipamentos, levantar dados sobre os impactos de um setor cultural na renda e no nível de emprego, envolvendo a cultura e a economia no circuito do desenvolvimento sustentável (REIS, 2007). É muito difíci resolver os problemas sociais sem pensar nos problemas econômicos. Vivemos em uma sociedade capitalista em que a renda, as pressões do mercado e as imposições da demanda são inclementes. Do mesmo modo, não cabe pensar o econômico sem o social; já vimos que aumentar o PIB sem gerar oportunidades de inclusão socioeconômica e com isso distribuir a renda não é um caminho sustentável. 1.3 As indústrias criativas O termo “indústrias criativas” surge nos anos 1980, na Austrália, mas foi o Reino Unido que consolidou o conceito, quando o Partido Trabalhista de Tony Blair chegou ao poder, em 1997. Preocupado com as desoladoras perspectivas econômicas do país, diante de um quadro de decadência manufatureira, o Primeiro-Ministro identificou treze setores que poderiam reerguer a economia nacional e eles deu o nome de “indústrias criativas”, já que em termos econômicos uma indústria nada mais é do que um setor. “O que esses setores têm em comum e portanto o que delimita o campo de estudos da indústria criativa é a possibilidade de gerar direitos de propriedade intelectual, em especial direitos autorais”. (REIS, 2007, p. 283) Nesse campo das indústrias culturais estão a moda, o design, a arquitetura, o cinema, a música, os games, a propaganda, produtos editoriais, shows, teatro, softwares, televisão e outros. A Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento de 2004 revelou indicadores que atribuíam ao vigoroso setor 7% do PIB mundial gerados pelas indústrias criativas e que no período de 1980 a 1998, o valor da movimentação dos produtos culturais saltou de US$ 95 bilhões para US$ 380 bilhões no PIB mundial (REIS, 2007). 1.4 Economia criativa Em que pese a importância das indústrias criativas na economia mundial, alguns estudiosos defendem que o conceito de indústria criativa é limitado e deve se levar em conta uma visão mais abrangente, que é a da economia criativa. Para Lala Deheinzelin, especialista em economia criativa para o desenvolvimento e empreendedora cultural, a indústria criativa (AVELAR, 2010) e economia criativa são coisas distintas.
  • 9. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Economia da Cultura e Economia Criativa 8 A indústria cultural é parte da indústria criativa que vem das artes. Para ela, há uma distorção da palavra em inglês industry que quer dizer setor. Afirma Deheinzelin que, quando se fala em criative industries, estamos nos referindo ao setor criativo – a indústria criativa replicada em massa – que tem direito de propriedade intelectual. Para a realidade brasileira, não é essa a chave do desenvolvimento. Para ela a chave do desenvolvimento é o local, valores das comunidades, a diversidade cultural, a ênfase no pequeno, aquilo originário de características locais e à economia informal, e não à produção de larga escala. Podemos considerar que a economia criativa para o desenvolvimento trabalha para criar políticas e mecanismos que tenham a horizontalidade no lugar da verticalidade. A horizontalidade é o local das comunidades, onde acontece a vida cotidiana, que é o palco das paixões humanas, lugar em que as lideranças se manifestam pelo sambista, pelo artesanato, pelas festas populares e tantas outras expressões culturais. A verticalidade, por sua vez, é o território globalizado próprio das empresas, que pretendem neutralizar as identidades culturais e impor uma unicidade de sentidos, normalmente por meio de valores hegemônicos difundidos pela mídia global. Também significa que é necessário trabalhar com a distribuição dos saberes e fazeres tradicionais e as características locais e não trabalhar apenas com a concentração dos valores hegemônicos, das indústrias fonográficas, cinematográficas, editoriais e do entretenimento. Tudo deve ser baseado no pequeno e deve ser inovador do ponto de vista de gestão e distribuição para que essa inovação tenha uma interface grande com a economia solidária. Na economia criativa, tem-se o econômico em equilíbrio com o ambiental, o simbólico e o social, enquanto na indústria criativa o econômico é o preponderante, com vistas à produção em larga escala. Defende ainda Deheinzelin que a indústria criativa tem como moeda os direitos de propriedade intelectual, e a economia criativa não. Afirma ainda que a economia criativa trabalha para gerar mercado e a indústria criativa trabalha para competir por mercado. As perspectivas de crescimento são tanto para as indústrias criativas como para os pequenos empreendimentos, locais, comunitários, identificados por economia criativa, diz Deheinzelin (AVELAR, 2010, p. 26).
  • 10. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Economia da Cultura e Economia Criativa 9 A economia criativa se transforma numa importante estratégia para o desenvolvimento humano e social ao apoiar-se na criatividade individual, permitindo a formalização de pequenos negócios e apresentar baixas barreiras de entrada (AVELAR, 2010). Dessa forma a economia criativa promove a geração de renda e empregos, estimulando o empreendedorismo cultural. Considerações finais Pelo exposto, vemos que a cultura contribui para o desenvolvimento humano e social, preservando os valores das identidades culturais, especialmente no mundo dominado pela mídia hegemônica. A cultura coloca em questão a ideia do plural, da diversidade, traduz a criatividade como direito humano. Assim, podemos imaginar o quanto o Brasil, com suas fontes inesgotáveis de fazeres artísticos, manifestações estéticas e expressões culturais, representa de potencial renovador para o desenvolvimento econômico, humano e social. A Unesco vem trabalhando para a consolidação de um entendimento mais amplo da cultura, dissipando conceitos inerentes à diversidade cultural como ponto central para o desenvolvimento humano, portanto, para o desenvolvimento das nações em um mundo globalizado. O Relatório Mundial da Unesco – Investir na diversidade e no diálogo intercultural –, de 2010, pode ser considerado um dos mais belos documentos produzidos sobre a diversidade humana. Não deixe de acessar na Midiateca do Ambiente Virtual de Aprendizagem o link para esse relatório. Ele é matéria-prima para conhecermos e refletirmos sobre o mundo atual.
  • 11. Senac São Paulo - Todos os Direitos Reservados Economia da Cultura e Economia Criativa 10 Dessa forma, consideramos de suma importância que vocês compreendam como a cultura pode contribuir para o desenvolvimento humano e social, e que essa preocupação se torne um valor que habite na sua profissão. Referências AVELAR, R. O avesso da cena. Belo Horizonte: Duo editorial, 2010. GALBRAITH, J. K. A sociedade afluente. EUA, 1958. REIS, A. C. F. Economia da Cultura e Desenvolvimento Sustentável. São Paulo: Manole, 2007. SANTAELLA, L. A cultura das mídias. São Paulo: Experimento, 1996. MARCO, K.; REIS, A. C. F. (Orgs.). Economia da Cultura: ideias e vivências. Rio de Janeiro: Publit, 2009. Disponível em: http: <www.gestaocultural.org.br/pdf/economia-da-cultura.pdf>. Acesso em: 5 set. 2013.