O documento descreve a história recente da saúde coletiva, desde os anos 1970, quando começou a se concentrar nos determinantes sociais e econômicos da saúde. A saúde coletiva criticou o modelo biomédico e desenvolveu novas abordagens, como a medicina preventiva e social. O documento também discute os principais marcos no desenvolvimento da saúde coletiva no Brasil nas décadas seguintes.
2. Saúde Coletiva: Uma História Recente de um
Passado Remoto
Desde os anos 70;
Foucault -> foco no corpo, capitalismo,
Medicina deve intervir na política e social;
Problemas de saúde da classe operária – Engles;
Discurso Sanitarista:
1) a saúde das pessoas como um assunto de interesse
societário e a obrigação da socieda- - de de proteger e
assegurar a saúde de seus membros;
3. Saúde Coletiva: Uma História Recente de um
Passado Remoto
2) que as condições sociais e econômicas têm um
impacto crucial sobre a saúde e doença e estas devem
ser estudadas cientificamente;
3) que as medidas a serem tomadas para a proteção
da saúde são tanto sociais como médicas.
Dentre as principais idéias desse médico e reformador
socia (Guerin)l, destacam-se as que viam a prática
médica como um todo, tanto assim que a medicina
social irá englobar desde a fisiologia social até a
terapia social, passando pela patologia social e higiene
social.
4. Saúde coletiva no Brasil
segunda metade dos anos 50 – projeto preventista;
Critica ao modelo biomédico e como resultado a criação da
medicina preventiva e social
ampliam a perspectiva clínica, como a epidemiologia, as
ciências da conduta, a administração de serviços de saúde,
a bioestatística.
Instala-se a preocupação com uma perspectiva
biopsicossocial do indivíduo e a extensão da atuação
pedagógica para fora do hospital, criando trabalhos
comunitários.
5. Saúde Coletiva: Uma História Recente de um
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Segunda Grande Guerra (1939-1945)
Programa de substituição de importações, que
possibilitaria o surgimento de um setor industrial,
produtor de manufaturados, permitindo a acu mulação
de capital. Ampliava-se a participação estatal e o
aumento da produtividade da força de trabalho, num
projeto desenvolvimentista no qual a seguridade social
e o saneamento se fazem presentes.
O con ceito de controle e a progressiva utilização de
antibióticos e técnicas cirúrgicas consolidam a
confiança na atenção médica individualizada.
6. Saúde Coletiva: Uma História Recente de um
Passado Remoto
Anos 60 – projetos preventistas, Brasília, GOLPE MILITAR;
Do ponto de vista do desenvolvimento econômico, os analistas
apontam que os anos iniciais de 1970 são de crescimento — "o
milagre brasileiro", mas começa a diminuir em 1973, com um
aumento da inflação, cuja taxa é de 34,5%, em 1974
Ocorre um aumento da miséria que pode ser constatado com o
incremento da mortalidade infantil no estado mais rico da
federação, São Paulo, da ordem de 10%; 30% dos municípios da
federação não tinham abastecimento de água e o Brasil com o
nono PNB do mundo, mas em desnutrição perde apenas para
índia, Indonésia, Bangladesh, Paquistão e Filipinas
7. Saúde Coletiva: Uma História Recente de um
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Para o campo da saúde coletiva, os anos 1970 representam
um momento em que o campo inicia a sua estruturação
formal, especialmente na formação de recursos humanos,
no avanço das ciências sociais na saúde e no papel da
Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) no fomento ao
desenvolvimento tecnológico e inovação.
A Organização assume que a medicina social tem como
objeto a análise das práticas e dos conhecimentos da saúde
relacionados com a sociedade
8. Saúde Coletiva: Uma História Recente de um
Passado Remoto
De forma mais detalhada, definia-se a Medicina social como
"[.. .j uma tentativa de redefinir a posição e o lugar dos
objetos dentro da medicina, de fazer demarcações
conceituais, colocar em questão quadros teóricos, enfim,
trata-se de um movimento ao nível da produção de
conhecimentos que ,reformulando as indagações básicas
que possibilitaram a emergência da Medicina Preventiva,
tenta definir um objeto de estudos nas relações entre o
biológico e o psicossocial. A Medicina Social, elegendo
como campo de investigação estas relações, tenta
estabelecer uma disciplina que se situa nos limites das
ciências atuais” (Arouca, 1975).
9. Saúde Coletiva: Uma História Recente de um
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Inicia-se a crítica ao modelo de planejamento dos anos
1960, rumo ao planejamento estratégico dos anos
1980
1970 e de grande repercussão para o campo da saúde
foi a Declaração I Alma-Atá, em 1978, que
fundamentaria muitas das questões sobre a ( saúde
nos anos seguintes, especialmente a do direito à
saúde, o papel do Estado e a atenção primária como
porta de entrada do sistema dej saúde/
10. Saúde Coletiva: Uma História Recente de um
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Na construção da medicina social, a fase que se
estende de 1974 a 1979, compreende um momento
importante na construção teórico- conceitual, com
pesquisas sociais, epidemiológicas sobre os
determinan tes econômicos da doença e do sistema de
saúde, associada à discussão de propostas
alternativas ao sistema de saúde vigente.
11. Saúde Coletiva: Uma História Recente de um
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1980-1986, denominada "político-ideológica", é que
ocorrera a disseminação das propostas de reforma e
aglutinação da coalizão socio-política de sustentação",
que se expressam em importantes eventos como a VII
Conferência Nacional de Saúde (1979) e a VII
Conferência Nacional de Saúde (1986), quando se
inicia o processo de reforma da saúde pública.
12. Saúde Coletiva: Uma História Recente de um
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1987-1990, denominada político-institucional, com a "consolidação jurídico-
legal e social dos princípios e diretrizes do projeto de reforma setorial", tem
como marcos três ocorrências:
- a criação do Suds (Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde),
a Constituição Federal (1988),
Promulgação das Leis Orgânicas de Saúde (8.080 e 8.142)
1990; a fase de 1991-1998, denominada político-administrativa, com as
definições específicas das atividades nas esferas governamentais, período em
que se realizam a IX e X Conferência Nacional de Saúde (1992 e 1996);
1999/2000, chamada de "complementação jurídico-legal", de caráter técnico-
operacional, regulamentação legislativa e normativa do financiamento estável e
do múc público-privado (Assistência Domiciliar), organização dos modelos de
gestão e de atenção da rede regionalizada de serviços.
13. Saúde Coletiva: Uma História Recente de um
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1979 – ABRASCO;
1992 e 1999, a mortalidade infantil caiu de 44,3 para 34,6
crianças mortas por mil nascidas vivas e o analfabetismo na
população de quinze anos ou mais de idade diminuiu de
17,2% para 13,3%
'Dados de 1991 mostram que cerca de 30,7% das famílias
brasi- leiras recebiam renda total inferior a dois salários
mínimos. No Nordeste, essa proporção atingia 53%. Os
10% mais ricos no Brasil abarcavam 51,7% da renda,
enquanto os 10% mais pobres ficavam somente com 0,7%.
Cerca de 49,4% das pessoas ocupadas não contribuíam
para nenhum instituto de previdência social".
14. Saúde Coletiva: Uma História Recente de um
Passado Remoto
Não se trata de uma perspectiva exclusiva de assuntos
referentes ao ensino, mas de participação efetiva na
definição e implementação de uma política de recursos
humanos em saúde coletiva, associada a uma análise
das condições de saúde da população e de incentivo à
pesquisa. Assume uma posição política e técnica, ou
seja, a necessidade de reformulação do setor saúde e
a concepção da saúde como um direito do cidadão e
dever do Estado.
15. Saúde Coletiva: Uma História Recente de um
Passado Remoto
Certamente, a saúde coletiva não somente estabelece
uma crítica ao universalismo naturalista do saber
médico, mas rompe com a concepção d saúde pública,
negando o monopólio do discurso biológico (Birman,
1991).
Ciências sociais e humanas; Epidemiologia e Políticas
Públicas e Planejamento;
Saúde Coletiva – campo de práticas e saberes;
Graduação, especialização, residência, pós-
graduação.