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Aterramento em Sites de Telecomunicações
Este tutorial apresenta a descrição de conceitos de Infraestrutura de Sistemas de Aterramento em
Sites de Telecomunicações.
Autor: Augusto José Maluf
Engenheiro de Eletrônico (Mauá 1980) tendo atuado nas áreas de pesquisa e desenvolvimento de
sistemas de automação predial; pesquisa e desenvolvimento de periféricos; engenharia de produto;
implantação e operação de redes de Telecomunicações: Celulares; Fibra óptica e Rádio. Ocupou
posições de coordenação e gerencia em empresas como Itautec; Intelis; Banco Safra; Pegasus
Telecom. Atualmente trabalha na Telemar como consultor em sistemas de apoio à operação e
controle da planta.
Autor: Vergílio Antonio Martins
Engenheiro de Telecomunicações (FACENS 1983) tendo atuado nas áreas de implantação e
operação de sistemas de Teleco: Celulares e de Rede de Fibra Óptica. Ocupou posições de
gerência em empresas como a Pegasus Telecom e BMT - Bechtel Método Telecom. Atualmente
trabalha com sua empresa, a Kuai Tema Engenharia, na área de gerenciamento de projetos.
Duração estimada: 20 minutos
Publicado em 12/04/2004
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Aterramento: O que é?
Dentre as causas mais comuns que podem ocasionar distúrbios e danos à segurança das pessoas e
equipamentos numa estação de telecom estão as descargas atmosféricas, as sobretensões
provenientes da rede elétrica comercial e aquelas provocadas por diferenças de potenciais elétrico
entre os componentes dentro da estação. Para evitar ou mitigar tais efeitos as infraestruturas nos
sites de telecom são providas com Sistema de Aterramento, formados por um conjunto de
componentes e equipamentos eletro-eletrônicos que tem por finalidade prover:
• segurança do pessoal de operação, manutenção e usuários contra tensões perigosas;
• proteção contra sobretensões elevadas que possam provocar danos nos equipamentos;
• limitação dos níveis de ruído e diafonia ( transferência indesejável de energia de um canal
“interferente” para outro “interferido” );
• uso do terra como caminho de retorno para um dos condutores do circuito de corrente
contínua;
• prevenção contra entrada na rede elétrica local de correntes de alta freqüência geradas por
retificadores;
• atendimento aos requisitos legais, porventura existentes.
A maneira de prevenir os efeitos indesejados provocados por esses fenômenos, que podem chegar
a graves conseqüências sócio-econômica (perdas de equipamentos e de vidas humanas), é fazer
com que todos os componentes instalados numa estação tenham como referencial elétrico um
único meio, a que se denomina o terra elétrico – um corpo ou meio físico que possui praticamente
uma capacidade ilimitada de absorver energia, sem alterar o seu potencial elétrico. O projeto de
dimensionamento do sistema de aterramento deve considerar que tais fenômenos ocorrem segundo
comportamentos particulares no que se refere a intensidade de energia na dimensão do tempo, e
que para tanto devem ter tratamento diferenciado.
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E, por hora, é importante dizer que o sistema de aterramento é obrigatório: a baixa qualidade ou a
falta do mesmo, invariavelmente provoca queima de equipamentos, sem falar nos riscos humanos.
Num sistema de energia CA da estação telecom é muito importante a sua conexão ao sistema de
aterramento da estação de telecom, a ponto das companhias comercias de energia elétrica
condicionam a aprovação dos projetos elétricos conjuntamente com o projeto de aterramento da
estação.
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Aterramento: Princípios de funcionamento
A qualidade dos sistemas de aterramento depende basicamente do método de distribuição e
especificação dos componentes eletro-eletrônicos utilizados e do tipo de solo onde a estação está
localizada. São tantas as particularidades que devem ser levadas em conta, que há quem diga que o
seu projeto é uma arte. Alguns desses aspectos estão relacionados a seguir:
O "Terra" ou Ponto Referência de Terra
Todo sistema elétrico ou eletrônico deve ser referenciado à terra. Este tipo de aterramento é
chamado normalmente de terra. Neste caso, o ponto de terra providencia uma referencia comum
para os circuitos dos sistemas presentes na estação telecom. Para estes pontos, a referência de
terra deverá satisfazer aos requisitos funcionais estabelecidos pelo projeto elétrico da instalação,
com valores estabelecidos por normas.
Existem situações em que partes dos sistemas eletrônicos devem ser independentes não requerendo
interconexões com a terra; exceto os componentes que possam haver contato físico com as
pessoas, que estes devem estar seguramente aterrados, não permitindo a presença de potenciais
perigosos à segurança das pessoas.
A NBR 5419 fornece a seguinte definição para o Raio: “Um dos impulsos elétricos de
uma descarga atmosférica para a terra”
Em condições atmosféricas propícias, uma separação de cargas ocorre dentro da nuvem,
colocando as cargas positivas na parte superior e as negativas na base.
A terra esta carregada de cargas positivas, e pequenas descargas, originadas na nuvem,
em direção à terra começam a se formar, sendo chamadas de correntes eletrônicas. Elas
percorrem um caminho tortuoso, geralmente ramificando-se. Estas descargas não são
contínuas, mas se processam em etapas de algumas dezenas de metros e com intervalo
de repouso de algumas dezenas de microsegundos. Estas primeiras descargas são
chamadas descargas piloto.
Quando as descargas piloto se aproximam da terra, outras descargas que se originam na
terra, provocam uma corrente iônica, sobem ao encontro daquela que vem da nuvem,
formando assim a descarga principal. Nesse instante é formada uma corrente de grande
intensidade, chamada corrente de retorno. É esta descarga principal que pode chegar a
valores de até 220.000 A.
A distância entre a corrente iônica e a corrente eletrônica é que vai determinar o valor da
corrente principal (ou corrente de retorno).
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O aterramento de neutralização de um sistema de pára-raios
O aterramento de um sistema de proteção contra descargas atmosféricas deve ter um tratamento
diferenciado. Na realidade este terra deveria ser chamado de "sistema de neutralização de cargas",
devido a natureza da eletricidade atmosférica e ao mecanismo das descargas atmosféricas.
Quando acontece a descarga elétrica (formação de um raio), toda a carga elétrica induzida pela
nuvem de tempestade (na superfície da terra, nas estruturas das edificações, nos sistema elétricos e
eletrônicos, e em tudo que estiver abaixo da nuvem), deverá se mover em direção ao ponto de
contato da descarga, e a neutralização deverá ser processada em 20 microsegundos ou menos.
Desta forma, os sistemas elétrico, eletrônico, ou qualquer outra parte do local sob influência da
nuvem, deverão ter um caminho de baixa resistência e baixa impedância em direção ao ponto de
contato de uma descarga atmosférica. Desta forma, os requisitos de funcionamento de um
aterramento de pára-raios não devem se restringir apenas nos baixos valores de resistência ôhmica
(CC- Corrente Contínua), mas também no caminho de baixa impedância.
O aterramento de interface com o solo
A interface elétrica entre o sistema de aterramento e o solo é um dos elementos mais críticos para
o estabelecimento de um bom aterramento.
A conexão terra é na realidade a interface entre o sistema de aterramento e toda a terra, e é por esta
interface que é feito o contato elétrico entre ambos ("terra" e sistema de aterramento). Isto é,
quanto menor a resistência ôhmica entre os componentes do sistema e o solo em volta, melhor,
mais eficiente e seguro o aterramento será.
Estes sistemas normalmente necessitam também de um ponto de referência ao terra, uma
capacidade de neutralização das cargas elétricas induzidas pelas nuvens de tempestade e uma
interface de baixa impedância com a terra. A interligação dos diferentes aterramentos e condutores
de descidas dos sistemas tem fundamental importância para a efetividade e segurança desejada.
Entretanto, alicerçadas na aleatoriedade de ocorrência de raios e nos períodos longos que podem
ocorrer entre um evento e outro, muitas empresas prestadoras de serviços da área insistem em
direcionar seus objetivos para alternativas de baixo custo e confiabilidade duvidosa.
Voltamos a afirmar, uma proteção efetiva não dispensa os requisitos fundamentais: materiais de
qualidade e apropriados para o uso e em quantidade necessária a atender os conceitos da boa
técnica e da evolução da tecnologia. Logicamente, os custos estão diretamente relacionados a estes
parâmetros, ou seja, recebemos pelo que pagamos.
A seguir estão listadas algumas regras básica para o projeto de um sistema de aterramento:
• Deverá ser prevista malha geral de aterramento, através de cabo de cobre nu e hastes de
aterramento de aço revestido por camada de cobre (Barras Copperweld), em quantidade
suficiente para se obter uma resistência a terra mínima de 5 ohms.
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• Todas as partes metálicas não condutoras da estação, inclusive a torre, cercas, esteiras,
caixa telefônica (RF), etc., deverão ser conectadas à malha geral de aterramento.
• O neutro da Concessionária, o neutro do gerador, juntamente com as barras de terra e de
neutro do Quadro Geral de Entrada (QGE), deverão também ser conectados à malha de
aterramento, através de uma única barra de cobre centralizadora dessas conexões.
• A partir da barra de terra do QGE, será provida interligação com cabo isolado à barra de
terra do Quadro de Energia CC da estação. A partir dessa barra de terra, deverão ser
providos cabos isolados para aterramento individual de todos os sistemas independentes
internos à estação. Os quadros eletrônicos também devem ser aterrados através desse cabo
isolado.
• Deverá ser previsto poços de inspeção para medição de resistência de terra.
• Deverá ser previsto um sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA), tipo
Franklin, projetado de acordo com as normas ABNT/NBR-5419 – PROTEÇÃO DE
ESTRUTURAS CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS, ou conforme ANSI/NFPA
78 – LIGHTNING PROTECTION CODE – USA, em sua última revisão.
• As descidas do sistema de proteção atmosférica deverão ser efetuadas com cabo de cobre
nu, devidamente protegidas. A conexão ou não do sistema de proteção atmosférica à
malha geral de aterramento deverá ser estabelecido em conjunto com os fornecedores dos
equipamentos de telecom da estação, durante a fase de projeto, mantendo as garantias
operacionais e de manutenção, sob qualquer situação.
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Aterramento: Características Técnicas e Funcionais
Na seqüência estão descritas algumas informações gerais a respeito das características técnicas e
funcionais dos principais componentes do sistema de aterramento.
Pára-raios
Para a proteção das edificações é necessária a utilização de pára-raios de acordo com a norma
ABNT NBR 5419.
Um deles é o pára-raios tipo haste (conhecido como pára-raios
Franklin) instalado no alto de edificações ou das torres. Este pára-
raios oferece proteção para a edificação (ou parte dela) contida sob o
cone de proteção cujo vértice encontra-se no topo da haste captora.
O que estiver dentro desse espaço estará protegido (método Franklin). O Ângulo de proteção
variará de acordo com o nível de proteção requerido, tipo de ocupação, valor do conteúdo,
localização e altura da edificação. O método Franklin não se aplica a todos os tipos de edificações,
devendo ser utilizados outros métodos (eletrogeométrico, malha ou gaiola de Faraday), de acordo
com a norma ABNT NBR 5419.
No caso de edificações maiores, acima de 60 metros, aplica-se somente o método da gaiola de
Faraday. Em quaisquer dos métodos utilizados deve sempre haver um adequado aterramento.
Para antenas instaladas sobre as edificações, o suporte ou ponto de fixação da antena deve ser
aterrado adequadamente. Quando a antena não estiver localizada sobre a edificação, são
necessários cuidados especiais, tais como aterramentos adicionais e instalação de blindagem.
Pára-raios radioativos não
proporcionam proteção
adequada e sua utilização é
proibida no Brasil.
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O bom funcionamento dos pára-raios e a adequada proteção contra sobretensão estão associadas a
um sistema de aterramento eficaz. O tipo de aterramento e o número de eletrodos de terra (hastes
de aterramento) a serem utilizados para assegurar a eficácia do aterramento dependem das
características do solo.
Eletrodos de Terra
Os eletrodos de terra e sua instalação são um dos elementos essências para a determinação da
resistência de aterramento. A resistência de terra dos eletrodos consiste basicamente de três partes:
• a resistência das conexões metálicas entre os eletrodos e o sistema de distribuição de cabos
ao longo do prédio;
• a resistência de contato entre e os eletrodos e a camada do solo;
• a resistência do volume de solo das vizinhanças do sistema de eletrodos. Este é o principal
componente da resistência de terra. Daí a necessidade de se conhecer a resistividade do
solo, evitando-se ao máximo a necessidade de tratamento do solo.
Os principais tipos de eletrodos: Hastes cravadas verticalmente (as mais usuais); chapas
enterradas; Trincheiras (condutor enterrado horizontalmente).
Poços de Inspeção
Os eletrodos de terra são conectados ao sistema de condutores que “levam” o terra ao longo da
estação através da conexão nos poços de inspeção. Por haver a conexão entre dois materiais sob a
terra, esses pontos devem ficar acessível para inspeções periódicas de manutenção. Para garantir
uma baixa resistência de contato nessas conexões deve ser utilizado o processo de solda
exotérmica, ou então usados conectores de material apropriado de modo a evitar a corrosão
galvânica.
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Módulo de Proteção
Dispositivo de proteção utilizado para supressão de surtos (transientes) na rede de alimentação
AC. Estes dispositivos são montados no quadro de distribuição AC e são ligados às três fases, ao
neutro e à malha de aterramento da estação. Deve ser ligado após o disjuntor de entrada, pois a
falham em curto-circuito (falha segura).
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Aterramento: Circuitos de Malha
Os circuitos de aterramento constituem às chamadas malhas de aterramento da estação. Baseado
nos princípios enunciados no item 2 deste texto, de uma forma geral as malhas podem ser
divididas em:
• Malhas Geral de Aterramento da Estação : Nesta malha é efetuado o aterramento de
todos equipamentos da estação e de partes metálicas que possam apresentar risco de
acidente elétrico (cercas, portas, portões, torres metálicas, esteiramento de cabos etc.)
dentro do perímetro da estação.
• Malha de Aterramento dos Pára-raios: É composta por um anel de condutor de cobre nú
ao redor da estação, interligando hastes de cobre, dentro de poços de inspeção. Malha
empregada para aterramento do sistema de pára-raios (Franklin e/ou gaiola de Faraday) de
proteção do perímetro da estação.Esta malha deve estar fora da área de influência da
malha da estação.
• Malhade Aterramento dos Pára-raios da linha de 13.8 KV : Malha dos pára-raios da
linha de alta-tensão (13,8KV) de responsabilidade da concessionária de energia e ponto de
interligação do neutro ao terra. Esta configuração protege o transformador da
concessionária em detrimento do usuário.
A condição ideal é usar um transformador com isolação mínima de 70kV, interligar os pára-raios
de linha ao terra da concessionária, que deve estar fora da área de influência da malha de
aterramento da estação e interconectar o neutro à malha de aterramento da estação.
A figura abaixo ilustra um diagrama com as diversas malhas de aterramento de uma estação
telecom. Estão separadas as três malhas de aterramento conforme a classificação acima.
A interligação das malhas dependerá de fatores técnicos a serem considerados, como dissemos
anteriormente, pelas características dos equipamentos instalados na estação.
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A linha formada a partir o terminal e referência do banco de baterias (normalmente o positivo é
aterrado) leva o nome de terra eletrônico, onde os equipamentos eletrônicos são conectados. É
comum a sua conexão ao terra da malha geral da estação, mas existem instalações em que não são
feitas essa conexão devido a interferências que possam existir nos equipamentos eletrônicos. Esta
é uma decisão que projetista do aterramento deve ter em conjunto com os fornecedores dos
equipamentos eletrônicos.
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Aterramento: Considerações finais
Este tutorial apresentou a descrição de conceitos de Infraestrutura de Sistemas de Aterramento em
Sites de Telecomunicações. Comenta-se a seguir alguns aspectos importantes no projeto destes
sistemas.
Importância da documentação da instalação ( as-built )
Um projeto de um sistema de aterramento deve conter no mínimo:
• Critérios Gerais do Projeto de Sistema de Aterramento
• Plantas de Diagramas Unifilares
• Especificações e Lista de Matérias de Dispositivos e Materiais Utilizados
• Manuais de Operação e Manutenção dos Materiais e Dispositivos
• Lista de Sobressalentes
• Certificado de Ensaios Técnicos dos Materiais e Dispositivos
Os projetos devem atender às normas aplicáveis de instalação, e os desenhos de plantas devem
atender a normas da ABNT. Recomendamos que a empresa contratante crie seus documentos de
especificação de implantação de sistemas de aterramento, de forma a garantir uma boa qualidade
na instalação final.
Fenômenos Lentos e Rápidos
A concepção, o projeto e a otimização dos sistemas de aterramento devem levar em conta os
fenômenos rápidos (descargas atmosféricas). É inadequada, em geral, uma concepção baseada
apenas no tipo de comportamento para fenômenos lentos (sobretensões na rede CA). Por outro
lado, há que conjugar a concepção dos sistemas de aterramento com os sistemas de blindagem para
descargas atmosféricas e com os critérios de aterramento e de blindagem de cabos e com as
medidas de segurança para atuação de pessoas.
Se não forem tomadas precauções adequadas, em regiões com elevada densidade de descargas
atmosféricas, as mesmas podem originar riscos elevados quanto aos seguintes aspectos:
• Segurança de pessoas;
• Danificação de equipamentos, quer de potência, quer de proteção, controle e processamento
de informação;
• Atuação incorreta de sistemas de proteção e controle.
Aterramento adequado de Postes Metálicos
Os postes metálicos de iluminação externa em área aberta são pontos de risco, para descarga
atmosférica, em sistemas e circuitos de distribuição elétrica. A proteção consiste em aterrar os
postes metálicos em uma malha dedicada e não interligada às demais, composta por hastes
cravadas junto aos postes e interligadas por condutor de cobre nu. A alimentação do circuito de
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iluminação deve ser isolada galvanicamente dos demais circuitos através de um transformador de
isolação, com potência e isolação adequada.
Referências
TELEBRÁS 240-520-701 : Especificação Gerais de Sistema de Aterramento
ABNT NBR-14039 Instalações Elétricas em AT (de 1,0 kV a 36,2 kV)
ABNT NBR-5410 Instalações Elétricas em BT
NFPA 70 National Electrical Code ( NEC)
ABNT NBR-5419 Proteção de Estruturas Contra Descargas Atmosféricas
ANSI/NFPA 78 Lightning Protection Code
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Aterramento: Teste seu entendimento
1) Em relação as finalidades do Sistema de Aterramento, qual das alternativas está incorreta:
Segurança do pessoal de operação, manutenção e usuários contra tensões perigosas;
Proteção contra sobretensões elevadas que possam provocar danos nos equipamentos;
Para a concessionária de energia elétrica não é uma obrigação a apresentação de um projeto
de aterramento da estação, haja visto que este é um requisito interno da operadora de
telecom.
2) De acordo com texto qual das afirmativas NÃO está correta:
O raio é um impulso elétrico de uma descarga atmosférica para a terra;
Para o cálculo da resistência de terra a resistividade do solo é de menor importância,
depende mais dos tipo de eletrodo de terra;
O poço de inspeção é obrigatório para cada emenda subterrânea do sistema de aterramento.
3) Qual das afirmativas está correta:
Segundo as normas brasileiras podem ser utilizados pára-raios do tipo Franklin e os
radioativos;
Para o dimensionamento de um sistema de aterramento é importante a consideração de que
os fenômenos são classificados em lentos e rápidos, e portanto devem ter tratamentos
diferenciados;
A malha de aterramento de alta tensão da concessionária deve ser ligada ao sistema de
aterramento da estação.

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Tutorial aterramento

  • 1. www.teleco.com.br 1 Aterramento em Sites de Telecomunicações Este tutorial apresenta a descrição de conceitos de Infraestrutura de Sistemas de Aterramento em Sites de Telecomunicações. Autor: Augusto José Maluf Engenheiro de Eletrônico (Mauá 1980) tendo atuado nas áreas de pesquisa e desenvolvimento de sistemas de automação predial; pesquisa e desenvolvimento de periféricos; engenharia de produto; implantação e operação de redes de Telecomunicações: Celulares; Fibra óptica e Rádio. Ocupou posições de coordenação e gerencia em empresas como Itautec; Intelis; Banco Safra; Pegasus Telecom. Atualmente trabalha na Telemar como consultor em sistemas de apoio à operação e controle da planta. Autor: Vergílio Antonio Martins Engenheiro de Telecomunicações (FACENS 1983) tendo atuado nas áreas de implantação e operação de sistemas de Teleco: Celulares e de Rede de Fibra Óptica. Ocupou posições de gerência em empresas como a Pegasus Telecom e BMT - Bechtel Método Telecom. Atualmente trabalha com sua empresa, a Kuai Tema Engenharia, na área de gerenciamento de projetos. Duração estimada: 20 minutos Publicado em 12/04/2004
  • 2. www.teleco.com.br 2 Aterramento: O que é? Dentre as causas mais comuns que podem ocasionar distúrbios e danos à segurança das pessoas e equipamentos numa estação de telecom estão as descargas atmosféricas, as sobretensões provenientes da rede elétrica comercial e aquelas provocadas por diferenças de potenciais elétrico entre os componentes dentro da estação. Para evitar ou mitigar tais efeitos as infraestruturas nos sites de telecom são providas com Sistema de Aterramento, formados por um conjunto de componentes e equipamentos eletro-eletrônicos que tem por finalidade prover: • segurança do pessoal de operação, manutenção e usuários contra tensões perigosas; • proteção contra sobretensões elevadas que possam provocar danos nos equipamentos; • limitação dos níveis de ruído e diafonia ( transferência indesejável de energia de um canal “interferente” para outro “interferido” ); • uso do terra como caminho de retorno para um dos condutores do circuito de corrente contínua; • prevenção contra entrada na rede elétrica local de correntes de alta freqüência geradas por retificadores; • atendimento aos requisitos legais, porventura existentes. A maneira de prevenir os efeitos indesejados provocados por esses fenômenos, que podem chegar a graves conseqüências sócio-econômica (perdas de equipamentos e de vidas humanas), é fazer com que todos os componentes instalados numa estação tenham como referencial elétrico um único meio, a que se denomina o terra elétrico – um corpo ou meio físico que possui praticamente uma capacidade ilimitada de absorver energia, sem alterar o seu potencial elétrico. O projeto de dimensionamento do sistema de aterramento deve considerar que tais fenômenos ocorrem segundo comportamentos particulares no que se refere a intensidade de energia na dimensão do tempo, e que para tanto devem ter tratamento diferenciado.
  • 3. www.teleco.com.br 3 E, por hora, é importante dizer que o sistema de aterramento é obrigatório: a baixa qualidade ou a falta do mesmo, invariavelmente provoca queima de equipamentos, sem falar nos riscos humanos. Num sistema de energia CA da estação telecom é muito importante a sua conexão ao sistema de aterramento da estação de telecom, a ponto das companhias comercias de energia elétrica condicionam a aprovação dos projetos elétricos conjuntamente com o projeto de aterramento da estação.
  • 4. www.teleco.com.br 4 Aterramento: Princípios de funcionamento A qualidade dos sistemas de aterramento depende basicamente do método de distribuição e especificação dos componentes eletro-eletrônicos utilizados e do tipo de solo onde a estação está localizada. São tantas as particularidades que devem ser levadas em conta, que há quem diga que o seu projeto é uma arte. Alguns desses aspectos estão relacionados a seguir: O "Terra" ou Ponto Referência de Terra Todo sistema elétrico ou eletrônico deve ser referenciado à terra. Este tipo de aterramento é chamado normalmente de terra. Neste caso, o ponto de terra providencia uma referencia comum para os circuitos dos sistemas presentes na estação telecom. Para estes pontos, a referência de terra deverá satisfazer aos requisitos funcionais estabelecidos pelo projeto elétrico da instalação, com valores estabelecidos por normas. Existem situações em que partes dos sistemas eletrônicos devem ser independentes não requerendo interconexões com a terra; exceto os componentes que possam haver contato físico com as pessoas, que estes devem estar seguramente aterrados, não permitindo a presença de potenciais perigosos à segurança das pessoas. A NBR 5419 fornece a seguinte definição para o Raio: “Um dos impulsos elétricos de uma descarga atmosférica para a terra” Em condições atmosféricas propícias, uma separação de cargas ocorre dentro da nuvem, colocando as cargas positivas na parte superior e as negativas na base. A terra esta carregada de cargas positivas, e pequenas descargas, originadas na nuvem, em direção à terra começam a se formar, sendo chamadas de correntes eletrônicas. Elas percorrem um caminho tortuoso, geralmente ramificando-se. Estas descargas não são contínuas, mas se processam em etapas de algumas dezenas de metros e com intervalo de repouso de algumas dezenas de microsegundos. Estas primeiras descargas são chamadas descargas piloto. Quando as descargas piloto se aproximam da terra, outras descargas que se originam na terra, provocam uma corrente iônica, sobem ao encontro daquela que vem da nuvem, formando assim a descarga principal. Nesse instante é formada uma corrente de grande intensidade, chamada corrente de retorno. É esta descarga principal que pode chegar a valores de até 220.000 A. A distância entre a corrente iônica e a corrente eletrônica é que vai determinar o valor da corrente principal (ou corrente de retorno).
  • 5. www.teleco.com.br 5 O aterramento de neutralização de um sistema de pára-raios O aterramento de um sistema de proteção contra descargas atmosféricas deve ter um tratamento diferenciado. Na realidade este terra deveria ser chamado de "sistema de neutralização de cargas", devido a natureza da eletricidade atmosférica e ao mecanismo das descargas atmosféricas. Quando acontece a descarga elétrica (formação de um raio), toda a carga elétrica induzida pela nuvem de tempestade (na superfície da terra, nas estruturas das edificações, nos sistema elétricos e eletrônicos, e em tudo que estiver abaixo da nuvem), deverá se mover em direção ao ponto de contato da descarga, e a neutralização deverá ser processada em 20 microsegundos ou menos. Desta forma, os sistemas elétrico, eletrônico, ou qualquer outra parte do local sob influência da nuvem, deverão ter um caminho de baixa resistência e baixa impedância em direção ao ponto de contato de uma descarga atmosférica. Desta forma, os requisitos de funcionamento de um aterramento de pára-raios não devem se restringir apenas nos baixos valores de resistência ôhmica (CC- Corrente Contínua), mas também no caminho de baixa impedância. O aterramento de interface com o solo A interface elétrica entre o sistema de aterramento e o solo é um dos elementos mais críticos para o estabelecimento de um bom aterramento. A conexão terra é na realidade a interface entre o sistema de aterramento e toda a terra, e é por esta interface que é feito o contato elétrico entre ambos ("terra" e sistema de aterramento). Isto é, quanto menor a resistência ôhmica entre os componentes do sistema e o solo em volta, melhor, mais eficiente e seguro o aterramento será. Estes sistemas normalmente necessitam também de um ponto de referência ao terra, uma capacidade de neutralização das cargas elétricas induzidas pelas nuvens de tempestade e uma interface de baixa impedância com a terra. A interligação dos diferentes aterramentos e condutores de descidas dos sistemas tem fundamental importância para a efetividade e segurança desejada. Entretanto, alicerçadas na aleatoriedade de ocorrência de raios e nos períodos longos que podem ocorrer entre um evento e outro, muitas empresas prestadoras de serviços da área insistem em direcionar seus objetivos para alternativas de baixo custo e confiabilidade duvidosa. Voltamos a afirmar, uma proteção efetiva não dispensa os requisitos fundamentais: materiais de qualidade e apropriados para o uso e em quantidade necessária a atender os conceitos da boa técnica e da evolução da tecnologia. Logicamente, os custos estão diretamente relacionados a estes parâmetros, ou seja, recebemos pelo que pagamos. A seguir estão listadas algumas regras básica para o projeto de um sistema de aterramento: • Deverá ser prevista malha geral de aterramento, através de cabo de cobre nu e hastes de aterramento de aço revestido por camada de cobre (Barras Copperweld), em quantidade suficiente para se obter uma resistência a terra mínima de 5 ohms.
  • 6. www.teleco.com.br 6 • Todas as partes metálicas não condutoras da estação, inclusive a torre, cercas, esteiras, caixa telefônica (RF), etc., deverão ser conectadas à malha geral de aterramento. • O neutro da Concessionária, o neutro do gerador, juntamente com as barras de terra e de neutro do Quadro Geral de Entrada (QGE), deverão também ser conectados à malha de aterramento, através de uma única barra de cobre centralizadora dessas conexões. • A partir da barra de terra do QGE, será provida interligação com cabo isolado à barra de terra do Quadro de Energia CC da estação. A partir dessa barra de terra, deverão ser providos cabos isolados para aterramento individual de todos os sistemas independentes internos à estação. Os quadros eletrônicos também devem ser aterrados através desse cabo isolado. • Deverá ser previsto poços de inspeção para medição de resistência de terra. • Deverá ser previsto um sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA), tipo Franklin, projetado de acordo com as normas ABNT/NBR-5419 – PROTEÇÃO DE ESTRUTURAS CONTRA DESCARGAS ATMOSFÉRICAS, ou conforme ANSI/NFPA 78 – LIGHTNING PROTECTION CODE – USA, em sua última revisão. • As descidas do sistema de proteção atmosférica deverão ser efetuadas com cabo de cobre nu, devidamente protegidas. A conexão ou não do sistema de proteção atmosférica à malha geral de aterramento deverá ser estabelecido em conjunto com os fornecedores dos equipamentos de telecom da estação, durante a fase de projeto, mantendo as garantias operacionais e de manutenção, sob qualquer situação.
  • 7. www.teleco.com.br 7 Aterramento: Características Técnicas e Funcionais Na seqüência estão descritas algumas informações gerais a respeito das características técnicas e funcionais dos principais componentes do sistema de aterramento. Pára-raios Para a proteção das edificações é necessária a utilização de pára-raios de acordo com a norma ABNT NBR 5419. Um deles é o pára-raios tipo haste (conhecido como pára-raios Franklin) instalado no alto de edificações ou das torres. Este pára- raios oferece proteção para a edificação (ou parte dela) contida sob o cone de proteção cujo vértice encontra-se no topo da haste captora. O que estiver dentro desse espaço estará protegido (método Franklin). O Ângulo de proteção variará de acordo com o nível de proteção requerido, tipo de ocupação, valor do conteúdo, localização e altura da edificação. O método Franklin não se aplica a todos os tipos de edificações, devendo ser utilizados outros métodos (eletrogeométrico, malha ou gaiola de Faraday), de acordo com a norma ABNT NBR 5419. No caso de edificações maiores, acima de 60 metros, aplica-se somente o método da gaiola de Faraday. Em quaisquer dos métodos utilizados deve sempre haver um adequado aterramento. Para antenas instaladas sobre as edificações, o suporte ou ponto de fixação da antena deve ser aterrado adequadamente. Quando a antena não estiver localizada sobre a edificação, são necessários cuidados especiais, tais como aterramentos adicionais e instalação de blindagem. Pára-raios radioativos não proporcionam proteção adequada e sua utilização é proibida no Brasil.
  • 8. www.teleco.com.br 8 O bom funcionamento dos pára-raios e a adequada proteção contra sobretensão estão associadas a um sistema de aterramento eficaz. O tipo de aterramento e o número de eletrodos de terra (hastes de aterramento) a serem utilizados para assegurar a eficácia do aterramento dependem das características do solo. Eletrodos de Terra Os eletrodos de terra e sua instalação são um dos elementos essências para a determinação da resistência de aterramento. A resistência de terra dos eletrodos consiste basicamente de três partes: • a resistência das conexões metálicas entre os eletrodos e o sistema de distribuição de cabos ao longo do prédio; • a resistência de contato entre e os eletrodos e a camada do solo; • a resistência do volume de solo das vizinhanças do sistema de eletrodos. Este é o principal componente da resistência de terra. Daí a necessidade de se conhecer a resistividade do solo, evitando-se ao máximo a necessidade de tratamento do solo. Os principais tipos de eletrodos: Hastes cravadas verticalmente (as mais usuais); chapas enterradas; Trincheiras (condutor enterrado horizontalmente). Poços de Inspeção Os eletrodos de terra são conectados ao sistema de condutores que “levam” o terra ao longo da estação através da conexão nos poços de inspeção. Por haver a conexão entre dois materiais sob a terra, esses pontos devem ficar acessível para inspeções periódicas de manutenção. Para garantir uma baixa resistência de contato nessas conexões deve ser utilizado o processo de solda exotérmica, ou então usados conectores de material apropriado de modo a evitar a corrosão galvânica.
  • 9. www.teleco.com.br 9 Módulo de Proteção Dispositivo de proteção utilizado para supressão de surtos (transientes) na rede de alimentação AC. Estes dispositivos são montados no quadro de distribuição AC e são ligados às três fases, ao neutro e à malha de aterramento da estação. Deve ser ligado após o disjuntor de entrada, pois a falham em curto-circuito (falha segura).
  • 10. www.teleco.com.br 10 Aterramento: Circuitos de Malha Os circuitos de aterramento constituem às chamadas malhas de aterramento da estação. Baseado nos princípios enunciados no item 2 deste texto, de uma forma geral as malhas podem ser divididas em: • Malhas Geral de Aterramento da Estação : Nesta malha é efetuado o aterramento de todos equipamentos da estação e de partes metálicas que possam apresentar risco de acidente elétrico (cercas, portas, portões, torres metálicas, esteiramento de cabos etc.) dentro do perímetro da estação. • Malha de Aterramento dos Pára-raios: É composta por um anel de condutor de cobre nú ao redor da estação, interligando hastes de cobre, dentro de poços de inspeção. Malha empregada para aterramento do sistema de pára-raios (Franklin e/ou gaiola de Faraday) de proteção do perímetro da estação.Esta malha deve estar fora da área de influência da malha da estação. • Malhade Aterramento dos Pára-raios da linha de 13.8 KV : Malha dos pára-raios da linha de alta-tensão (13,8KV) de responsabilidade da concessionária de energia e ponto de interligação do neutro ao terra. Esta configuração protege o transformador da concessionária em detrimento do usuário. A condição ideal é usar um transformador com isolação mínima de 70kV, interligar os pára-raios de linha ao terra da concessionária, que deve estar fora da área de influência da malha de aterramento da estação e interconectar o neutro à malha de aterramento da estação. A figura abaixo ilustra um diagrama com as diversas malhas de aterramento de uma estação telecom. Estão separadas as três malhas de aterramento conforme a classificação acima. A interligação das malhas dependerá de fatores técnicos a serem considerados, como dissemos anteriormente, pelas características dos equipamentos instalados na estação.
  • 11. www.teleco.com.br 11 A linha formada a partir o terminal e referência do banco de baterias (normalmente o positivo é aterrado) leva o nome de terra eletrônico, onde os equipamentos eletrônicos são conectados. É comum a sua conexão ao terra da malha geral da estação, mas existem instalações em que não são feitas essa conexão devido a interferências que possam existir nos equipamentos eletrônicos. Esta é uma decisão que projetista do aterramento deve ter em conjunto com os fornecedores dos equipamentos eletrônicos.
  • 12. www.teleco.com.br 12 Aterramento: Considerações finais Este tutorial apresentou a descrição de conceitos de Infraestrutura de Sistemas de Aterramento em Sites de Telecomunicações. Comenta-se a seguir alguns aspectos importantes no projeto destes sistemas. Importância da documentação da instalação ( as-built ) Um projeto de um sistema de aterramento deve conter no mínimo: • Critérios Gerais do Projeto de Sistema de Aterramento • Plantas de Diagramas Unifilares • Especificações e Lista de Matérias de Dispositivos e Materiais Utilizados • Manuais de Operação e Manutenção dos Materiais e Dispositivos • Lista de Sobressalentes • Certificado de Ensaios Técnicos dos Materiais e Dispositivos Os projetos devem atender às normas aplicáveis de instalação, e os desenhos de plantas devem atender a normas da ABNT. Recomendamos que a empresa contratante crie seus documentos de especificação de implantação de sistemas de aterramento, de forma a garantir uma boa qualidade na instalação final. Fenômenos Lentos e Rápidos A concepção, o projeto e a otimização dos sistemas de aterramento devem levar em conta os fenômenos rápidos (descargas atmosféricas). É inadequada, em geral, uma concepção baseada apenas no tipo de comportamento para fenômenos lentos (sobretensões na rede CA). Por outro lado, há que conjugar a concepção dos sistemas de aterramento com os sistemas de blindagem para descargas atmosféricas e com os critérios de aterramento e de blindagem de cabos e com as medidas de segurança para atuação de pessoas. Se não forem tomadas precauções adequadas, em regiões com elevada densidade de descargas atmosféricas, as mesmas podem originar riscos elevados quanto aos seguintes aspectos: • Segurança de pessoas; • Danificação de equipamentos, quer de potência, quer de proteção, controle e processamento de informação; • Atuação incorreta de sistemas de proteção e controle. Aterramento adequado de Postes Metálicos Os postes metálicos de iluminação externa em área aberta são pontos de risco, para descarga atmosférica, em sistemas e circuitos de distribuição elétrica. A proteção consiste em aterrar os postes metálicos em uma malha dedicada e não interligada às demais, composta por hastes cravadas junto aos postes e interligadas por condutor de cobre nu. A alimentação do circuito de
  • 13. www.teleco.com.br 13 iluminação deve ser isolada galvanicamente dos demais circuitos através de um transformador de isolação, com potência e isolação adequada. Referências TELEBRÁS 240-520-701 : Especificação Gerais de Sistema de Aterramento ABNT NBR-14039 Instalações Elétricas em AT (de 1,0 kV a 36,2 kV) ABNT NBR-5410 Instalações Elétricas em BT NFPA 70 National Electrical Code ( NEC) ABNT NBR-5419 Proteção de Estruturas Contra Descargas Atmosféricas ANSI/NFPA 78 Lightning Protection Code
  • 14. www.teleco.com.br 14 Aterramento: Teste seu entendimento 1) Em relação as finalidades do Sistema de Aterramento, qual das alternativas está incorreta: Segurança do pessoal de operação, manutenção e usuários contra tensões perigosas; Proteção contra sobretensões elevadas que possam provocar danos nos equipamentos; Para a concessionária de energia elétrica não é uma obrigação a apresentação de um projeto de aterramento da estação, haja visto que este é um requisito interno da operadora de telecom. 2) De acordo com texto qual das afirmativas NÃO está correta: O raio é um impulso elétrico de uma descarga atmosférica para a terra; Para o cálculo da resistência de terra a resistividade do solo é de menor importância, depende mais dos tipo de eletrodo de terra; O poço de inspeção é obrigatório para cada emenda subterrânea do sistema de aterramento. 3) Qual das afirmativas está correta: Segundo as normas brasileiras podem ser utilizados pára-raios do tipo Franklin e os radioativos; Para o dimensionamento de um sistema de aterramento é importante a consideração de que os fenômenos são classificados em lentos e rápidos, e portanto devem ter tratamentos diferenciados; A malha de aterramento de alta tensão da concessionária deve ser ligada ao sistema de aterramento da estação.